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M
... ais valiosa que os rubis!
Uma mulher valiosa, que exala o precioso perfume de Cristo, nos
presenteia com esta joia, ao compartilhar conosco sua trajetória de vida.
Caminhando com D. Dulce Consuelo, somos edificadas por sua maneira
sábia e amorosa de transmitir a palavra de Deus, podendo constatar seu
amor e intimidade com o Pai.
Permitam-me compartilhar como enxergo essa linda senhora em seu
relacionamento com Ele.
Sua casa é muito acolhedora e suas xícaras, de porcelana fina, são
lindíssimas. Imagino que ela escolha a mais bonita, prepare um delicioso
chá e convide o Pai celeste para sentar-se e conversar, ouvindo atentamente
Suas palavras amorosas e cheias de sabedoria.
Apesar de ser um perfume raro, mais valiosa que os rubis, D. Dulce, com
este livro, nos passa com simplicidade verdades tão enriquecedoras de suas
experiências como esposa de pastor que, com certeza, farão diferença em
nossas vidas.
Querida amiga, prepare um delicioso chá, escolha um cantinho acolhedor
e se delicie com este lindo e precioso presente.
Cleuza Piragine
Primeira Igreja Batista de Curitiba
Índice
A Esposa de Pastor –
Quem É e o que Faz?
A Família do Pastor
“As palavras dos sábios são como aguilhões, a coleção dos seus ditos
como pregos bem fixados, provenientes do único Pastor.”(Eclesiastes
12:11)
"O homem é um ser social” afirmam todos os compêndios de
Sociologia. Antes, porém de qualquer sociólogo, Deus assim já havia
determinado, quando concluiu: “Não é bom que o homem esteja só”
(Gênesis 2.18). E criou uma família para esse homem.
A família é o primeiro e mais importante dos
A família é o primeiro e
mais importante dos grupos grupos sociais para a formação e realizações h de
sociais para a formação e todo indivíduo. Em se tratando da família do
realizações de todo indivíduo. pastor essa influência toma-se mais acentuada.
Em se tratando da família do
pastor essa influência toma-se
Primeiro, porque embora seja comum ouvir-se o
mais acentuada. contrário, a realidade é que a família tem muito
ou tudo a ver com o ministério de um pastor. E
em segundo lugar, porque, querendo ou não, a família do pastor é referência
para as demais famílias. Há igrejas que ao escolherem um pastor, procuram
conhecer a família dele em sua casa, saber de sua vida cristã, do
relacionamento familiar e de sua atuação na igreja e na sociedade. Estão
certas essas igrejas. Muitos não aceitam, e tentam ignorar esse fato, talvez
porque não queiram assumir tal responsabilidade. Quero comentar isso à luz
da Bíblia.
Nas leis acerca do sacerdócio (Levítico 21), o Senhor deixa claro que a
mulher e os filhos do sacerdote seriam separados, santificados, porque
acompanhariam um varão que deveria ser santo para Deus. No Antigo
Testamento, sempre que acontecia a consagração de um sacerdote, também
eram consagrados seus filhos e até as vestes de seus filhos. É linda a
narrativa da consagração de Arão, por Moisés, quando não só ele, mas
também seus filhos foram santificados diante de Deus (Levítico 8.30). E
logo a seguir o texto registra que “Arão e seus filhos fizeram todas as coisas
que o Senhor ordenou pela mão de Moisés” (8.36).
Quando precisou de um homem para, a partir dele, formar um povo seu
especial, o Senhor escolheu Abrão.
Mas Deus precisava não só de um homem, mas de toda uma família. Por
isso, também Sara foi separada. E a uma mulher estéril, já em idade
avançada, Deus deu um filho também escolhido, que deveria participar da
missão patriarcal do grande povo.
Ainda no Antigo Testamento, um exemplo
Quando precisou de um
negativo prova a importância da família no homem para, a partir dele,
ministério: a derrota do sacerdote Eli, quando a formar um povo seu especial, o
sua casa foi destruída por causa do Senhor escolheu Abrão. Mas
comportamento ímpio de seus filhos a quem ele, Deus precisava não só de um
homem, mas de toda uma
como pai, não repreendeu. É bem clara a família. Por isso que também
narrativa em 1 Samuel 2.12 a 4.22. Sara foi separada.
De novo posso prever alguém argumentando –
mas isso era na Lei, entre o povo de Israel, no Antigo Testamento. Então
vamos ao Novo Testamento.
Escrevendo a Timóteo e Tito sobre as qualificações de um ministro de
Deus, Paulo cita como uma delas “que a família seja irrepreensível”. Não só
ele, o ministro, mas também sua mulher e filhos (Tito 1.6). E a Timóteo ele
fala sobre a importância do pastor governar bem a sua família, tendo filhos
que o respeitem e obedeçam, pois só assim ele terá autoridade para cuidar
do rebanho de Deus (1 Timóteo 3.2-5). A família do pastor serve de
parâmetro para a sua capacidade de liderar e orientar a família maior – a
família de Deus, a igreja.
Diante destas considerações, coloco uma
A família do pastor serve de
parâmetro para a sua questão que já deve estar explodindo na mente
capacidade de liderar e das leitoras, porque sempre é levantada e
orientar a família maior – a debatida em encontros, retiros e acampamentos
família de Deus, a igreja.
de esposas de pastores: Deus chama uma mulher
para ser esposa de pastor? Deus vocaciona filhos
para serem filhos de pastores?
Quanto à esposa, para colocar o meu ponto de vista, preciso distinguir
duas situações que ocorrem: há mulheres que já se casam com pastor ou
futuro pastor; e há mulheres que vêm a ser esposas de pastor depois de
casadas. São situações diferentes e que devem ser encaradas de modo
diferente.
Aurélio define vocação como: “1. Ato de chamar.
2. Escolha, chamamento, predestinação.” Considerando estes dois
verbetes, apenas o pastor é vocacionado. Mas o linguista acrescenta um
terceiro e um quarto verbetes: “3. Tendência, disposição, pendor. 4. Talento,
aptidão.”
Aí eu posso enquadrar a esposa do pastor. Deus, através da obra
convincente do Espírito Santo, dota mulheres com tendência, talento e
disposição para atuarem ao lado de servos que ele vocaciona para o
ministério.
Quando a mulher aceita e se dispõe a casar-se
Deus, através da obra
com um pastor ou com um jovem seminarista convincente do Espírito Santo,
aspirante ao Ministério da Palavra, ela deve estar dota mulheres com tendência,
consciente da vocação do seu futuro esposo. Ela talento e disposição para
deve procurar conhecer todas as implicações da atuarem ele
ao lado de servos que
vocaciona para o
vida de um ministro de Deus, suas ministério.
responsabilidades, alegrias, mas também suas
possíveis dificuldades e os problemas que geralmente enfrenta. E só aceitar
o casamento, se de fato estiver disposta a ser para ele uma ajudadora
idônea. Nesse caso, a responsabilidade cabe também a ele na escolha de sua
esposa. Antes de definir quem será a sua companheira, o vocacionado
precisa consultar Aquele que o vocacionou, além de conhecer a fundo o
nível espiritual e as ideias da moça quanto ao ministério pastoral. Para os
solteiros, então, a questão é de oração e sabedoria na escolha. Mulher
alguma tem o direito de prejudicar o ministério de um homem de Deus.
Se não há disposição de acompanhá-lo nas lutas e vitórias do ministério;
se não há interesse em ajudá-lo e cooperar para o êxito de seu trabalho, não
o tome como esposo. Se o pastor há que ter sabedoria e submissão à
vontade divina na
escolha de sua esposa, à mulher não podem faltar honestidade e a
coragem para dizer: “Não, eu não quero ser esposa de pastor”.
A segunda situação é quando Deus chama
Mulher alguma tem o
direito de prejudicar o homens já casados, alguns até com filhos. Eu
ministério de um homem de creio na atuação do Espírito Santo que chama
Deus. Se não há disposição de também a esposa. Deixem-me compartilhar a
acompanhá-lo nas lutas e
vitórias do ministério; se não
experiência de meus pais.
há interesse em ajudá-lo e Meu pai foi chamado por Deus para o
cooperar para o êxito de seu ministério aos 32 anos, casado e já com a filha
trabalho, não o tome como primogênita com dois anos. Essa filha sou eu. A
esposo.
vida secular lhe oferecia muitas vantagens, com
perspectiva de rápido progresso e
enriquecimento. Exatamente no momento em que sentiu a chamada de
Deus, o diretor da empresa onde ele trabalhava ofereceu-lhe sociedade. Mas
ao ouvir o chamado divino, a carreira não lhe foi embaraço. Sua
preocupação era como a esposa reagiria. Passaram-se alguns dias sem que
ele se encorajasse a revelar-lhe o segredo. Apenas orava e orava. Até que,
não podendo mais conter as emoções e ansiedade, num domingo, após o
almoço, contou à mamãe como Deus lhe falara e da sua disposição de
atender a convocação. Para sua grande surpresa, mamãe não o deixou
acabar de falar, dando pulos de alegria, que expressavam o seu
contentamento.
Segundo ela nos conta, sempre olhava com muita admiração para a
esposa do seu pastor, Da. Frances, esposa do Pr. T. C. Bagby, missionários
americanos entre os pioneiros no Brasil.
Abro aqui um parêntese - a nossa postura de esposa de pastor pode
despertar nas moças de nossa igreja esse desejo também? Fica esta reflexão
para nós. Fechado o parêntese, continuo a história de meus pais.
Com a alegria e disposição de mamãe ficou confirmada a vontade de
Deus. No ano seguinte, papai abandonava todos os interesses e
oferecimentos materiais, para dedicar sua vida e a vida de sua família ao
ministério.
Assim deve também ter sido a experiência de muitos outros pastores,
porque quando Deus chama um homem casado, ele coloca no coração da
esposa a tendência, a disposição e a aptidão para se tornar esposa de pastor.
***
E os filhos? Eles não pediram para nascerem
A aceitação pelos filhos do
filhos de pastor... A aceitação pelos filhos do ministério do pai depende
ministério do pai depende grandemente de como grandemente de como lhe
lhe passam isso. A mulher que se considera passam isso.
privilegiada como esposa de pastor, sem
dificuldade vai passar esse mesmo sentimento para os seus filhos. O pai que
vê o ministério como uma honra conferida por Deus vai refletir essa mesma
visão nos filhos. Há uma ideia generalizada de que os filhos de pastores
crescem recalcados e sofrem, achando um fardo pesado conviver com o
ministério do pai. No entanto, as experiências provam que se alguns julgam
assim, na verdade não são muitos, pois sabemos de inúmeros filhos de
pastores que também se tornaram pastores. Há famílias que já estão na
quarta geração de pastores, muitos na mesma geração.
Uma coisa é certa: o comportamento dos pais
Uma coisa é certa: o
comportamento dos pais diante diante do ministério vai contribuir
do ministério vai contribuir profundamente para o conceito que os filhos vão
profundamente para o conceito ter dele. Devemos mostrar aos filhos mais os
que os filhos vão ter dele.
Devemos mostrar aos filhos
privilégios do que as frustrações
mais os privilégios do que as
frustrações que existem; as que existem; as alegrias mais do que as
alegrias mais do que as
tristezas que por vezes nos
tristezas que por vezes nos ferem; as vitórias
mais do que as derrotas que acontecem. Assim
ferem; as vitórias mais do que
as derrotas que acontecem. eles vão olhar com bons olhos o fato de serem
filhos de pastor. Ajuda muito fazê-los
participantes do ministério do pai. Orar por ele, por suas mensagens,
acompanhar em algumas visitas (naturalmente não todas), agradecer as
alegrias e bênçãos são participações que qualquer filho pode ter. Conheci
um pastor cuja secretária era uma de suas filhas. E com que alegria e
dedicação ela o fazia!
Uma tarefa difícil que cabe mais à mãe, é anular, ou pelo menos
abrandar os impactos sofridos. A igreja é de Cristo, mas formada por
homens. Por isso, muitas vezes acontecem os choques, as injustiças,
desentendimentos e ofensas. Nessa hora, alguns filhos se decepcionam e se
revoltam.
É necessária a sabedoria divina para contornar a crise e evitar a decepção.
A cobrança é outro entrave na vida dos filhos
A igreja é de Cristo, mas
de pastor. A igreja cobra, os crentes cobram e, às formada por homens. Por isso,
vezes, os próprios pais disciplinam a criança muitas vezes acontecem os
justificando “porque você é filho do pastor”. É choques, as injustiças,
desentendimentos e ofensas.
preciso lembrar que antes de ser filho de pastor, Nessa hora, alguns filhos se
seu filho é uma criança, um adolescente ou decepcionam e se revoltam. É
jovem com todos os direitos e deveres dos necessária a sabedoria divina
demais. Tudo o que se exigir em termos de para contornar a crise e evitar
a decepção.
comportamento, atitudes e vida cristã, deve ser
feito não porque eles são filhos de pastor, mas
porque são cristãos, discípulos de Jesus. E se eles forem bons crentes,
seguidores leais dos ensinos de Jesus, voluntários e felizes discípulos do
Mestre, automaticamente serão exemplares filhos de pastor. Como mãe,
você tem o direito de pedir à igreja, aos diáconos e aos líderes, que não
penalizem seus filhos por serem os filhos do pastor, para que eles não vejam
o ministério do pai como um fardo do qual esperam logo se livrar.
A família que assim vê e sente o ministério pastoral, será de valor
incalculável ao lado homem que Deus chamou.
***
Para finalizar este capítulo, quero deixar algumas atitudes que devem
estar presentes na sua e na minha família pastoral: Alegria – é fundamental
que a esposa de pastor veja com alegria o ministério. Há tristezas,
desapontamentos, ingratidão? Sim, mas se colocados em uma balança, os
privilégios, a honra e as amizades pesam consideravelmente mais. Para
mim, uma coisa que sempre me trouxe muita alegria foi saber que todos os
membros da igreja, até mesmo as criancinhas, oram por mim e por minha
família.
E procurei mostrar essa bênção aos meus filhos. E como isso nos tem
ajudado! Precisamos cantar com sinceridade de coração, não apenas de
lábios “No serviço do meu Rei eu sou feliz...” e que “Compensa servir a
Jesus mais e mais... Compensa servi-lo, embora a sofrer”.
Cooperação – A cooperação da esposa do
Alegria – é fundamental que
a esposa de pastor veja com pastor começa na sua casa.
alegria o ministério. Há Seu primeiro ministério é bem administrar o
tristezas, desapontamentos, seu lar. Aliás, aí ela é mais importante do que na
ingratidão? Sim, mas se
colocados em uma balança, os
igreja. O ambiente do lar deve ser propício a um
privilégios, a honra e as ministério eficiente. Há mínimos detalhes que
amizades pesam interferem muito, favorecendo ou prejudicando a
consideravelmente mais. atuação do pastor na igreja: a calma, a
compreensão e a tranquilidade vão ajudar na
comunhão com Deus e no preparo dos sermões, sobretudo se o gabinete
pastoral está em casa. A ordem das roupas, a arrumação de armários e
gavetas, o horário certo para as refeições vão ajudá-lo a estar pronto nas
horas necessárias. Um atraso pode ocorrer por conta de um botão que
faltava na camisa, de uma calça passada de última hora, da meia que não foi
encontrada. O domingo na casa do pastor, aliás, na casa de qualquer
membro de igreja, deve começar no sábado. Roupas separadas, calçados
limpos, almoço adiantado, compras feitas, tudo de véspera, para que no
domingo não haja atrasos e o clima seja de paz e segurança.
Também na igreja, a esposa é a cooperadora
A cooperação da esposa do
pastor começa na sua casa. do pastor.
Seu primeiro ministério é bem Não será necessariamente a organista, a
administrar o seu lar. Aliás, aí pianista, a regente, a presidente desta ou daquela
ela é mais importante do que
na igreja. O ambiente do lar
organização. Poderá até ser tudo isso, ou poderá
deve ser propício a um não ser nada disso. Mas deverá ser a
ministério eficiente. companheira leal, atenta, que apoia, que ora
enquanto ele prega, que o ama e considera como
o seu pastor. A melhor esposa de pastor não é aquela que lidera na igreja,
mas aquela que lidera o seu lar. O que ela deixa de fazer na igreja porque
não sabe, não pode ou não quer, outra pessoa o fará, já que os cargos na
igreja são para todos os membros. E o que fizer, ela o fará como membro da
igreja e não como a esposa do pastor. Mas o que ela deixa de fazer em sua
casa, ninguém o fará. E as consequências disso são inestimáveis.
Harmonia conjugal – É muito necessária para
A melhor esposa de pastor
que o pastor tenha autoridade para aconselhar e não é aquela que lidera na
admoestar casais quando for preciso. Por mais igreja, mas aquela que lidera o
que se tente ocultar, a igreja percebe quando o seu lar.
pastor e a esposa não têm um bom
relacionamento. Do mesmo modo deve reinar harmonia entre pais e filhos,
e até entre os irmãos. Se a família do pastor é unida e vive em paz, passa
segurança para as famílias da igreja. Então elas vão procurar conselhos e
auxílio para os seus problemas.
Disciplina – A família do pastor precisa ser
Se a família do pastor é
unida e vive em paz, passa disciplinada. As faltas cometidas precisam ser
segurança para as famílias da reconhecidas e corrigidas. Vale mencionar outra
igreja. Então elas vão procurar vez o sacerdote Eli, castigado por Deus porque
conselhos e auxílio para os
seus problemas.
sabia dos erros que os filhos cometeram e não os
repreendeu. É bom lembrar que essa disciplina
deve ser feita sempre com muito amor e jamais na frente de outras pessoas.
A não ser que o erro cometido tenha sido contra alguma pessoa da igreja, aí
cabe o pedido de perdão para que o atingido veja que houve disciplina.
Muitas vezes a disciplina pode chegar até diante da igreja, se a falta
cometida atingiu a moral e a vida cristã como membro da igreja.
Amor Recíproco – entre a igreja e a família pastoral.
Torna-se muito difícil para o pastor realizar um bom ministério, se não
houver profundos laços de amizade e consideração da igreja para com sua
família. A recíproca também é importante – a família do pastor deve
procurar amar cada uma das ovelhas de seu rebanho, cultivando interesse
em conhecê-las pelo nome, identificando-se com os seus problemas e
necessidades, compartilhando de suas alegrias e vitórias. No capítulo sobre
Relações Humanas, voltarei a considerar mais profundamente este tópico.
Vida Devocional – é outra força poderosa que
A família é o primeiro rebanho
sua família dá ao ministério do pastor. A família do pastor e ele não pode se
é o primeiro rebanho do pastor e ele não pode se esquecer disso. É no lar que o
esquecer disso. É no lar que o pastor deve pastor deve começar o
sacerdócio.
começar o sacerdócio. Com o auxílio e incentivo
da esposa, o lar do pastor servirá de exemplo para os demais na vida de
oração, no conhecimento e prática da Palavra de Deus, na realização do
culto doméstico, na visão missionária, no ardor evangelístico, na
participação financeira. Querendo ou não, a família do pastor torna-se
exemplo. Nem sempre isso é cobrado, poucas vezes declarado. Mas
observando atentamente, vamos ver muitas senhoras da igreja, mesmo sem
sentir, imitando sua maneira de se vestir, seu corte de cabelo, seu jeito de
ser. Muitas passarão a agir com os filhos como você age com os seus. Há
até aquelas que, sem ser de propósito, observam seu jeito de falar ou dirigir
uma reunião. Sobretudo em ministérios longos, quando a convivência é
grande.
Vale a pena reconhecer e aceitar essa realidade, pois se temos de servir de
exemplo, que sejam bons os nossos exemplos.
Para que esse ideal se torne realidade, tudo pode começar com uma
esposa de pastor de vida cristã comprometida com a oração, estudo e prática
da Palavra de Deus.
Sejamos cuidadosas com o cultivo de nossa vida devocional e o Espírito
Santo orientador completará o que nos faltar.
Ore comigo:
Senhor meu Deus, Eu te dou graças por minha família.
Obrigada por sermos uma família especial porque, escolhida para o
trabalho também especial de cuidar do teu rebanho, apascentando tuas
ovelhas.
Ó Deus, dá-me sabedoria para conduzir minha família com amor,
sabedoria e fé. Como esposa e mãe, que eu seja de fato bênção na vida de
meu marido e filhos.
Que eu seja promotora da paz em nosso lar e sábia para formar valores
importantes em minha família. E que, como família pastoral, sejamos
sempre exemplos positivos para as demais famílias da igreja.
Cumpre em minha família a promessa de Isaías 54.13: “E todos os teus
filhos serão ensinados do Senhor; e a paz de teus filhos será abundante”.
Em nome de Jesus,
AMÉM.
capítulo3
A Esposa do Pastor e as
Relações Humanas
“Escuta-nos, Pastor de Israel, tu que conduzes como um rebanho; tu,
que tens o teu trono sobre os querubins manifesta o teu esplendor.”
(Salmos 80:1)
"Saber relacionar-se é um dos segredos para uma pessoa ser feliz e
fazer outros felizes. Algumas empresas exigem que todo candidato a um de
seus cargos frequente, ou tenha frequentado um bom curso de relações
humanas.
No caso da esposa de pastor não se faz dela essa exigência, mas bom
seria que todas tivéssemos pelo menos noções primárias dessa ciência. E
nós podemos adquiri-las no melhor compêndio sobre a matéria – a Bíblia
Sagrada, a nossa amada Palavra de Deus. Os Provérbios de Salomão, os
conselhos do Eclesiastes, as aulas de Jesus e as recomendações dos
apóstolos Paulo, Tiago e Pedro, resumem o conteúdo de qualquer obra
publicada sobre o assunto.
Seu primeiro relacionamento é com você mesma.
Por isso é preciso conhecer-se. Sócrates já
Seu primeiro
relacionamento é com você disse a célebre frase “conhece-te a ti mesmo”.
mesmo. Por isso é preciso Esse autoconhecimento é comentado e
conhecer-se. Sócrates já disse recomendado por Paulo em Romanos 12.3: “Por
a célebre frase “conhece-te a ti
mesmo”.
isso, pela graça que me foi dada h digo a todos
vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito
mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito
equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu”.
É preciso saber com precisão quem somos,
É preciso saber com precisão
como somos, como reagimos, que interesses e quem somos, como somos,
ideais impulsionam nosso viver. Só assim será como reagimos, que interesses
possível dominar emoções e controlar reações. e ideais impulsionam nosso
viver. Só assim será possível
Nesse primeiro relacionamento, três ações são dominar emoções e controlar
necessárias: reações.
1. AMAR-SE, sem o que será impossível
amar o outro. Jesus declarou isso, quando resumiu os dois grandes
mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e AO PRÓXIMO
COMO A SI MESMO”.
O amor na medida certa começa na aceitação pessoal. Como você se vê
ao olhar-se no espelho? São poucas as pessoas que se aceitam do jeito que
são. Alta ou baixa, magra ou gorda, cabelos lisos ou crespos, branca,
morena ou negra, que ao nos olharmos no espelho, digamos de coração:
“Eu amo essa mulher, do jeitinho que ela é, como Deus a fez.” Amando-
nos, então será possível estabelecer boas relações com o outro, sem
prejudicá-lo, mas também sem nos anularmos ou violentarmos.
VALORIZAR-SE. Quantas vezes cantamos
Amando-nos, então será
“Quero que valorize o que você tem, você é um possível estabelecer boas
ser, você é alguém, tão importante para Deus...”. relações com o outro, sem
Sim, nosso valor é garantido pelo selo do prejudicá-lo, mas também sem
nos anularmos ou
Espírito Santo em nós. Quer medir o seu valor? violentarmos.
Leia Mateus 6.26 e guarde bem isso: Ainda que
algumas pessoas não a valorizem, você tem imenso valor para o Pai
Celestial.
3. CUIDAR-SE. Nosso corpo é o templo do
A saúde é um bem precioso
e deve ser cuidada sempre que Espírito Santo, por isso ele deve ser uma casa
depender de nós. Para esses limpa, bonita, pura, alegre, bem cuidada. É
cuidados é necessário reservar verdade que Deus vê o nosso coração, mas o
um tempo todo para você,
mesmo no meio de uma
homem só vê o exterior, então nossa aparência
agenda cheia. Essa iniciativa é deve ser agradável, refletindo a glória de Deus e
sua, pois ninguém vai fazer exalando o bom perfume de Cristo. A saúde é
isso por você. um bem precioso e deve ser cuidada sempre que
depender de nós. Para esses cuidados é
necessário reservar um tempo todo para você, mesmo no meio de uma
agenda cheia. Essa h iniciativa é sua, pois ninguém vai fazer isso por você.
Esse também é o tempo para aliviar as tensões, descarregar as emoções e
esvaziar-se das preocupações. Alimentação saudável, exercícios físicos,
cuidados higiênicos com seu corpo, até mesmo para cuidar da sua beleza
exterior; caminhadas, passeios ao ar livre, distração, passatempos, horas
suficientes de sono, até mesmo ficar sem fazer nada, tudo faz parte de
nossos cuidados pessoais.
O relacionamento com Deus é de suma
Quem não está bem com
Deus, não estará com mais importância, porque dele dependem todos os
ninguém. outros. Quem não está bem com Deus, não estará
com mais ninguém. Sobre isso já tratei com
detalhes no capítulo 2. Mas não será demais repetir que o nosso
relacionamento horizontal – com o próximo, só irá bem se for profundo o
relacionamento vertical – com Deus.
Neste capítulo quero tratar especialmente do relacionamento na igreja,
sendo o primeiro deles com o seu marido pastor. Esse precisa ser um bom e
autêntico relacionamento.
As pessoas percebem quando um relacionamento conjugal é de
aparência. Como seu pastor, ele merece ser tratado com respeito e
acatamento. Jamais ser criticado ou mesmo alertado na frente de membros
da igreja. Já presenciei, com muito pesar, colegas advertindo o marido na
frente de ovelhas. Ainda que você esteja coberta de razão, se houver
discordância de opiniões ou de atitudes, reserve os comentários para quando
estiverem a sós. Rusgas e problemas domésticos não podem se refletir na
igreja, sob pena de grande prejuízo para todos.
Sei que nem sempre isso será possível, mas
Rusgas e problemas
quando puder, você deve esforçar-se para ser a domésticos não podem se
companhia de seu marido nas visitas, em eventos refletir na igreja, sob pena de
e festas, entrevistas e atendimentos no gabinete grande prejuízo para todos.
pastoral, ainda mais se estes forem a mulheres. O
pastor deve, ele mesmo, tomar certas precauções como, jamais visitar
desacompanhado uma casa onde só está a mulher, nem receber sozinho no
gabinete uma mulher. Se como esposa você não puder estar, que ele se faça
acompanhar de um diácono, ou outra pessoa de sua inteira confiança. O
Inimigo é astuto e está sempre à procura de brechas para destruir, sobretudo
a família do pastor.
Vou aprofundar o assunto em um capítulo mais adiante.
Jamais uma esposa de pastor deve competir com seu esposo na liderança,
ou em qualquer situação. Nós, mulheres temos muita iniciativa, dinamismo
e percepção desenvolvida, o que é bênção da graça de
Deus, mas pode ser também uma arma para prejudicar a autoridade e a
credibilidade do pastor.
Afinal, fomos criadas para sermos ajudadoras
Nós, mulheres temos muita
iniciativa, dinamismo e e não ‘atrapalhadoras’. Certa vez conversava
percepção desenvolvida, o que sobre isso com uma colega muito querida e ela
é bênção da graça de Deus, comentou: “eu me policio para não tomar a
mas pode ser também uma
arma para prejudicar a
dianteira do meu marido nas mínimas coisas”.
autoridade e a credibilidade do E ela até mencionou, por exemplo, “quando
pastor. estamos juntos, eu já aciono os botões do
elevador antes dele.
Não está certo, pois ele é o homem... as iniciativas devem ser dele.”
Concordei, porque se não tomarmos cuidado nas pequenas atitudes,
podemos nos dar mal também nas grandes e mais importantes.
Por favor, amadas, resguardem seu pastor de comentários íntimos de seu
relacionamento com ele em casa. Aliás, a intimidade de um casal é
particularidade só deles, ainda mais em se tratando de um casal de pastores.
Pode-se sofrer mais tarde um grande dissabor, por um comentário menos
escrupuloso que se fizer hoje. Infelizmente pode ser que pessoas nos
surpreendam com perguntas capciosas e, desavisadas, podemos resvalar nas
respostas.
Outro momento perigoso para a esposa de pastor são os Encontros de
Casais, quando certos assuntos mais íntimos como sexo, saúde emocional e
outros são comentados por palestrantes e abertos para debate e testemunhos.
Cuidado, querida, muito cuidado, não se
A intimidade de um casal é
esqueça de que as ovelhas de seu marido e suas particularidade só deles, ainda
estão ali. Qualquer palavra pode depois ser usada mais em se tratando de um
para comentários maldosos. Certa colega, num casal de pastores. Pode-se
sofrer mais tarde um grande
desses encontros, deixou escapar alguma coisa dissabor, por um comentário
que comprometeu seu relacionamento conjugal e menos escrupuloso que se fizer
o amor de seu esposo por ela. Foi o bastante para hoje.
uma mulher da igreja, aproveitando aquela
pequena palavra, aproximar-se do pastor, cortejando-o até conquistar seu
interesse e levá-lo ao adultério. É claro que não foi de imediato, mas a
brechinha que fora aberta foi aumentando, ficando maior, até que o Inimigo
venceu.
Por isso, querida, cuide muito bem de suas palavras, lembrando-se de que
depois de proferidas, elas não voltarão.
E, finalmente, com seu marido pastor, muito importante é a sua oração
por ele e com ele. A responsabilidade dele é grande demais, para que ele a
carregue sozinho. Ajude-o em oração. Faz muito bem a um pregador ver do
púlpito sua esposa na congregação e saber que ela está em oração por ele
naquele momento. Faça isso, quando ele sair para visitar, para solucionar
problemas em famílias, quando na liderança de decisões da igreja, enfim,
em todos os momentos vocês precisam formar um par de oração.
E agora o relacionamento com as outras pessoas, os membros da igreja.
Dois sentimentos nos impactam quando nos defrontamos com outras
pessoas – SIMPATIA OU ANTIPATIA. São sentimentos opostos,
espontâneos, que surgem quase sempre à primeira vista. Por isso mesmo
são perigosos, pois à medida que o relacionamento se aprofunda, aquela
primeira impressão vai se modificando para melhor ou pior. Deixem-me
compartilhar uma experiência.
Certa senhora chegou à nossa igreja vinda com carta de transferência de
outra, onde a esposa do pastor era uma antiga conhecida minha.
Problemática, autoritária, intrigante e maledicente. Transferi toda essa
imagem para aquela irmã recém-chegada, o que me trouxe alguma
resistência em aceitá-la com naturalidade e alegria. A meu ver, ela deveria
trazer todas as más qualidades de sua “pastora”.
Ledo engano! Tive que me humilhar e pedir perdão a Deus e a ela por tão
infeliz prejulgamento. Ela era bem o oposto de tudo isso – bondosa,
reservada, humilde, cordata e muito espiritual. Aprendi a lição e hoje, antes
de rotular ou antipatizar com quem quer que seja, faço questão de conhecer
mais a seu respeito.
Simpatia e antipatia são sentimentos bastante
Simpatia e antipatia são
subjetivos, dependendo de quem observa o sentimentos bastante
outro. A mesma pessoa pode atrair a simpatia de subjetivos, dependendo de
um e a antipatia de outro. O pior é que a maneira quem observa o outro. A
mesma pessoa pode atrair a
como tratamos uma pessoa depende da simpatia simpatia de um e a antipatia
ou antipatia que sentimos por ela. No caso da de outro. O pior é que a
minha experiência acima, de início tratei minha maneira como tratamos uma
amada irmã com indiferença, mantendo distância pessoa depende da simpatia
ou antipatia que sentimos por
e reservas entre nós. Graças a Deus, o quadro ela.
mudou e ela tornou-se para mim irmã muito
amada, de longas conversas e troca de favores. Deixou saudades quando
nos separamos.
A esposa de pastor precisa ser prudente e longânima em seus
julgamentos, para que a antipatia não venha a prejudicar o relacionamento
com suas “ovelhas”. O inconsciente e a figura fundo que visualizamos nos
levam a simpatizar ou antipatizar com alguém.
Às vezes trazemos no inconsciente ou no
A esposa de pastor precisa ser
subconsciente uma imagem ou lembrança que prudente e longânima em seus
nos foi desagradável. Como certa mãe que julgamentos, para que a
rejeitou um filho pela simples razão de que ele antipatia não venha a
prejudicar o relacionamento
se parecia com um irmão dela que a prejudicou com suas “ovelhas”.
muito na infância e adolescência. Também foi
esse o motivo da antipatia inicial que nutri pela irmã, no caso da
experiência que compartilhei.
São bem conhecidas algumas figuras que nos passam tremenda ilusão de
ótica: dois cálices que, dependendo do ponto de vista, alguns só conseguem
ver os dois cálices, outros conseguem ver o perfil de duas pessoas.
Ilusão de ótica:
Uma imagem,
duas interpretações
Esposas de pastores são
vítimas desses enganos, tanto
cometendo, como também Numa folha de papel imaculadamente branca,
há um pequeno ponto preto. Interrogadas sobre o
sofrendo com eles. Por isso é
que vê, a maioria das pessoas menciona apenas o
preciso cuidado para vencer a
antipatia, avaliando suas
ponto preto, ignorando a pureza da folha branca.
razões e evitando julgamentos
Isso é exatamente o que acontece em relação às
apressados e maldosos.
pessoas –nos iludimos com a aparência e não
conseguimos enxergar a sua real personalidade. Ressaltamos os defeitos de
tal modo que não conseguimos visualizar as virtudes, às vezes de maior
porte que aqueles.
Esposas de pastores são vítimas desses enganos, tanto cometendo, como
também sofrendo com eles.
Por isso é preciso cuidado para vencer a antipatia, avaliando suas razões
e evitando julgamentos apressados e maldosos. Cabe aqui a afirmação do
apóstolo João “... Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, não pode
amar a Deus a quem não viu” (1 João 4.20).
Um relacionamento positivo com os membros de sua igreja requer
interesse, aceitação, delicadeza, equilíbrio emocional, imparcialidade e
justiça, além de enorme dose de espírito perdoador.
A esposa do pastor deve evitar amizades
Um relacionamento positivo
íntimas e confidentes na igreja. Não é de bom com os membros de sua igreja
alvitre ter grupinhos especiais. Se precisar de requer interesse, aceitação,
conselhos, ou compartilhar problemas, busque delicadeza, equilíbrio
emocional, imparcialidade e
com pessoas não pertencentes ao seu rebanho, justiça, além de enorme dose
talvez outras colegas de ministério mais de espírito perdoador.
experientes, ou cristãs especialistas na área de
aconselhamento. Uma bênção para atender essa necessidade são os retiros,
encontros e congressos de esposas de pastores. Que haja muitos deles, para
podermos receber orientação e reforço espiritual.
Sua casa também deve ser protegida de muita intimidade e invasão. Fui a
uma igreja para pregar no aniversário do ministério de mulheres. Como
cheguei bem antes do início do culto, levaram-me à residência do pastor,
casa pastoral ao lado do templo. O que presenciei ali me deixou perplexa,
até revoltada – moças e mulheres da igreja invadiram a casa, entraram no
quarto do casal para usarem o espelho e os objetos da dona da casa, como
pente, escova de cabelo, pinturas e perfumes, que foram usados com
abundância e plena liberdade. Fiquei tentando entender se era abuso por
parte das mulheres ou liberdade e intimidade excessiva que a dona da casa
permitia.
Morei nove anos e meio em casa pastoral no mesmo terreno do templo.
Procurei preservar a nossa privacidade, sem me mostrar antipática. Aos
domingos, quando era maior o movimento de pessoas, mantinha fechadas
as janelas e as portas. Havia um pequeno portão que nos levava para a área
do templo. Nós o mantínhamos fechado, de forma que se alguém nos
procurasse devia fazê-lo pelo portão e porta da frente da casa. E assim
instruí meus filhos. Até mesmo nós procurávamos sair pelo portão da frente
e chegar ao templo também pela frente como todos os outros membros da
igreja. E não tivemos problemas de relacionamento. Recebíamos as pessoas
para visitas e cultos, não só na casa pastoral, mas também quando saímos
para nossa casa própria. E todos eram recebidos com muita alegria e
carinho, sendo que nossa casa sempre foi respeitada como espaço nosso.
Perto ou longe da igreja, a casa do pastor é lugar privado, que pode e deve
ser visitado pelos membros da igreja sim, mas sempre com respeito e sem
invasão.
O relacionamento entre a esposa de pastor e o
Perto ou longe da igreja, a
casa do pastor é lugar privado, elemento feminino da igreja é bastante
que pode e deve ser visitado complexo. Inveja, ciúme, competição são alguns
pelos membros da igreja sim, sentimentos que interferem nesse bom
mas sempre com respeito e
sem invasão.
relacionamento, quando não são geradores de
sérios conflitos. Não raras vezes as igrejas
responsabilizam as esposas pelos insucessos no ministério. Injustiça ou não,
fato ou boato, essa realidade nos assusta. Que fazer?
Como agir?
Não há receitas prontas. Até porque as pessoas
Não raras vezes as igrejas
e as circunstâncias são diferentes. Mas uma coisa responsabilizam as esposas
não falha – a Bíblia. Os conselhos da Palavra de pelos insucessos no ministério.
Deus são válidos para qualquer relacionamento Injustiça ou não, fato ou boato,
essa realidade nos assusta.
interpessoal. Que fazer? Como agir?
O trato com o sexo oposto também é muito
importante e merece seus cuidados. É preciso manter respeito e distância.
Moderação nas conversas e nas brincadeiras. E muito cuidado com as
aparências do mal, como por exemplo, aceitar e dar caronas, sobretudo as
mais jovens. Aliás, esse deve ser um cuidado do pastor também. Meu filho
é pastor. Ao assumir a igreja para pastorear, com delicadeza e respeito, ele
preveniu de público que não dá caronas a mulheres da igreja. Explicou as
razões e pediu compreensão, no que foi bem entendido.
Conheci outro pastor que algumas vezes foi me apanhar em casa para
falar em sua igreja. Mesmo quando a esposa não estava com ele, muito
gentilmente ele abria a porta do banco traseiro para eu entrar. Entendia
perfeitamente – era cuidar das aparências do mal. As muitas facilidades
nesses aspectos podem ser usadas pelo Inimigo para o seu trabalho de
roubar a paz, matar a reputação e destruir a família.
Terminando este capítulo, uma séria questão:
E QUANDO HÁ
CONFLITOS?
O QUE FAZER? COMO
RESOLVER?
Ore comigo:
Amado Pai, Obrigada porque o véu do templo se rasgou e hoje eu posso
me relacionar diretamente contigo. Obrigada porque me ensinaste amar a
ti acima de todas as coisas, mas também a amar o meu próximo, até mesmo
os inimigos. No ministério de esposa de pastor preciso me relacionar com
muitas outras pessoas além de ti e da minha família.
Ajuda-me, ó Pai, a manter muito bom relacionamento com os membros
de nossa igreja, as ovelhas do nosso rebanho.
Dá-me um coração magnânimo para amar, perdoar, ajudar, consolar e
suportar, pois só assim serei uma boa esposa de pastor aos teus olhos.
Em nome de Jesus,
AMÉM.
capítulo4
A Esposa de Pastor
Confidente e Conselheira
“Que o Deus, a quem serviram meus pais Abraão e Isaque, o Deus que
tem sido o meu pastor em toda a minha vida até o dia de hoje... os
abençoe...” (Gênesis 48:15)
Alguém chegou à nossa casa querendo falar comigo em particular. E
foi logo dizendo – “vim aqui para confessar um erro e lhe pedir um
conselho”. Em lágrimas confessou que havia se relacionado sexualmente
com o namorado, descobrindo que estava grávida. E concluiu: “E agora?
Preciso de seu conselho sobre o que devo fazer”.
Tremi nas bases; chorei com ela que era uma jovem muito querida.
Conversei bastante, dei-lhe algumas orientações sobre como comunicar isso
aos pais, como conversar com o namorado sobre uma possível reparação se
houvesse de fato amor entre eles; sobre regularizar a sua posição como
membro da igreja e jamais, jamais mesmo atentar contra a vida da criança,
provocando um aborto. Depois de orar com ela e despedi-la, fiquei
pensando: será esta mais uma responsabilidade minha como esposa de
pastor? Reportei-me à Palavra de Deus e concluí que é sim
responsabilidade, não só minha como de todo cristão. Vejamos o que diz o
apóstolo Paulo escrevendo aos cristãos das igrejas do seu tempo e a nós
hoje: “Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e
aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria...” (Colossenses 3.16).
“... acudi aos santos nas suas necessidades, exercei a hospitalidade;
alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram” (Romanos
12.13, 15).
... “a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os
membros tenham igual cuidado uns dos outros. Quando um membro sofre,
todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os
outros se alegram com ele” (1 Coríntios 12.25,26 – NVI).
Logo, não só como esposa de pastor, mas como membro do corpo de
Cristo, cabe-nos exercer essas funções, foi a conclusão a que cheguei. Por
isso quero compartilhar algumas ideias quanto a isso.
Quer como confidentes ou como conselheiras devemos estar atentas a
alguns princípios e cuidados que tais tarefas exigem.
Como confidente, é preciso saber ouvir. Ouvir
Como confidente, é preciso
é uma virtude que nem todos têm. Alguém já saber ouvir. Ouvir é uma
disse que Deus nos deu dois ouvidos e uma só virtude que nem todos têm.
boca para que ouçamos mais do que falemos. A Alguém já disse que Deus nos
deu dois ouvidos e uma só
tendência comum de quem ouve confidências é boca para que ouçamos mais
partir logo para dar opiniões e até conselhos, do que falemos.
acusando ou desculpando o acontecido. Tenho
observado em programas de entrevistas, que alguns entrevistadores falam
mais do que os entrevistados. Já notou isso também?
E os minutos vão passando, o tempo da entrevista se esgota e pouco se
ouviu do entrevistado. Esse é o primeiro cuidado a tomar – ouvir tudo o que
a pessoa tem para nos dizer. Deixar que ela desabafe o peso de preocupação
e angústia que carrega.
Ouvida a confissão, um segundo cuidado é guardar segredo. É preciso
merecer e honrar a confiança depositada em nós. Pode ser que em nome das
melhores intenções, para pedir orações por essa pessoa, acabemos
revelando algo que nos foi sigilosamente confiado. Você conhece pessoas
que agem assim? Elas dizem “precisamos orar muito por Fulana de tal,
porque...” e aí revela detalhes do problema que lhe foi confiado. A esposa
de pastor deve ser pessoa em quem se possa confiar por ser merecedora
dessa confiança, capaz de guardar segredos e confissões.
A confidente precisa usar de simpatia por
A esposa de pastor deve ser
pessoa em quem se possa quem a procura e pelo seu problema. Isso
confiar por ser merecedora envolve aceitação, compreensão e respeito. Ela
dessa confiança, capaz de precisa também de empatia, sentindo com a
guardar segredos e confissões.
pessoa a sua preocupação.
Mas um alerta: o problema, o pecado, seja lá
qual for o teor da confissão, o problema é da pessoa, não é nosso. Há
profissões em que a empatia em excesso é prejudicial. Médicos,
enfermeiras, psicólogos, terapeutas, também pastores e esposas assumem às
vezes como se fossem suas, as dificuldades de seus pacientes, clientes ou
‘ovelhas’, o que os leva ao estresse e até às enfermidades psicossomáticas.
Há pessoas que não têm coragem de chegar a
Há pessoas que não têm
nós para abrir seu coração e compartilhar coragem de chegar a nós para
mágoas e preocupações. abrir seu coração e
Se conhecermos bem as pessoas atendidas em compartilhar mágoas e
preocupações. Se
nosso ministério não será difícil reconhecer que conhecermos bem as pessoas
estão carregando algum peso de consciência e atendidas em nosso ministério
agonia de alma. Se notar isso, é bom aproximar- não será difícil reconhecer que
se dessa pessoa oferecendo ajuda, sem, estão carregando algum peso
de consciência e agonia de
entretanto, obrigá-la a confidenciar o que a está alma.
abatendo.
Ofereça apenas sua ajuda e ore com ela. Podem ser pessoas muito tímidas
ou de temperamento fechado, que espontaneamente não procurariam nossa
ajuda, mas procuradas, sentem-se aliviadas e dispostas a abrir seu coração.
***
Não é sempre, mas muitas vezes como na minha experiência inicial,
quem vem confidenciar alguma coisa, quer também um conselho. Então a
esposa de pastor passa de confidente a conselheira. Nesse tempo e nessa
condição, vamos precisar de outros cuidados igualmente importantes.
Uma boa conselheira precisa ter coração compreensivo. É preciso
compreender como e por que a pessoa chegou àquela situação difícil.
Com compreensão, a conselheira não julga precipitadamente. Ela analisa
cada palavra dita, as emoções com que a pessoa revela seu problema e até
as expressões corporais e faciais podem identificar o que lhe vai na alma.
A conselheira vai precisar também de mãos prestimosas que se estendam
para socorrer, apoiar e orar com essa pessoa.
Um coração compreensivo e mãos
Um coração compreensivo
e mãos prestimosas só vêm prestimosas só vêm como consequência de um
como consequência de um profundo amor para com Deus e para com o
profundo amor para com Deus povo de Deus. Se um conselho não for dado com
e para com o povo de Deus.
Se um conselho não for dado
amor, ele não será bem aceito.
com amor, ele não será bem Mas ainda que o conselho não seja o que a
aceito. confidente gostaria de ouvir, se dado com amor,
ele será levado em consideração.
Como conselheira, é preciso que se tome muita cautela.
Primeiro não tomar partido. É preciso ser imparcial, não condenando,
nem justificando uma das partes envolvidas.
Em segundo lugar não emitir opiniões conclusivas, mesmo que seja isso
que o aconselhando espera. Quem pede conselhos, quer ouvir “faça isso ou
não faça aquilo”. Mas é perigoso darmos sugestões definitivas. Depois de
ouvir tudo o que a pessoa compartilhar, então é o momento de orar por ela e
com ela, pedindo a sabedoria de Deus.
Na minha experiência, nunca dei um conselho desse tipo. Por quê? Se der
certo, você foi maravilhosa, seu conselho foi um sucesso. Mas se o
resultado não for bom, a cobrança virá sem dúvida. Sua credibilidade será
questionada. O que fazer então?
Oferecer um leque de opções ou pelo menos duas e analisar com a pessoa
os prós e contras de cada uma delas. Oferecer vários caminhos e avaliar o
resultado.
Então a pessoa, diante das várias opções,
Quem pede conselhos, quer
escolherá o seu próprio caminho. Agi sempre ouvir “faça isso ou não faça
assim e obtive bons resultados. Por isso me aquilo”. Mas é perigoso
arvorei em compartilhar com as colegas. darmos sugestões definitivas.
Depois de ouvir tudo o que a
Talvez as colegas psicólogas tenham opiniões pessoa compartilhar, então é o
diferentes da minha. momento de orar por ela e
Como disse desde o início, meus conselhos e com ela, pedindo a sabedoria
minhas opiniões não são da psicologia, mas de Deus.
apenas da minha experiência que já vai ficando
longa.
Por isso, ao finalizar o assunto, peço a Deus que a abençoe e faça de você
uma confidente confiável e sábia conselheira. É o meu desejo, a minha
oração.
Ore comigo:
Senhor, Minha responsabilidade é grande diante de pessoas que me
procuram para confissão e aconselhamento.
Dá-me da tua sabedoria, ó Pai, para que as palavras da minha boca
sejam ditadas por ti. Dá-me também discernimento para que meus
conselhos sejam oportunos e prudentes. Sensibiliza o meu coração para
compreender as fraquezas confessadas e amar as pessoas
independentemente de suas falhas.
Faze-me sempre digna da confiança daqueles que me procurarem. Quero
ser bênção para abençoar outros em teu nome.
Por Jesus te peço.
AMÉM!
capítulo5
A Vida Financeira da
Esposa de Pastor
“O Senhor é o meu Pastor, de nada terei falta.” (Salmos 23:1)
Embora não seja o mais importante,dinheiro é um elemento de valor
vital para a estabilidade do ser humano e da família.
Na família do pastor as dificuldades geralmente são grandes e muitas
razões contribuem para isso. Poucas são as igrejas que podem dar um bom
salário ao seu obreiro. Além do movimento financeiro não permitir que a
igreja pague o necessário para o pastor, há os que sempre acham que o
pastor ganha muito. Esses não compreendem que o pastor e sua família
precisam ter uma boa apresentação, pois ele é o representante da igreja
diante da sociedade.
Um dos momentos mais difíceis para mim, como esposa do pastor, era
quando nas assembleias da igreja seria discutido o salário pastoral. Era
constrangedor meu marido, eu e até meus filhos sairmos da congregação
para que fosse discutido esse assunto. E só depois de muita discussão a
favor ou contra um pequeno aumento éramos chamados de volta ao
auditório. Graças a Deus são poucas as igrejas onde o processo ainda é feito
assim. Aliás, em qualquer empresa grande ou pequena, o assunto salário é
estabelecido pela diretoria e não se torna público, a não ser, é claro, em
órgãos do governo, pois o dinheiro administrado vem do povo. Então a
prestação de contas é obrigatória aos contribuintes.
Em nossas igrejas essa prestação de contas também é feita, mas com
discrição e respeito. Pelo menos deve ser assim. Há conselhos e
departamentos competentes para fazerem orçamentos e planejamento
financeiro.
Não são poucas as famílias de pastores que enfrentam dificuldades
financeiras. Eu sei disso, porque também passei por elas. No início do
ministério, meu marido e eu tivemos muitas lutas, pois recém-saído do
Seminário, sem qualquer economia que o tempo de estudante lhe permitisse
fazer, recebia um bem modesto salário, pagávamos aluguel e duas
prestações da montagem da casa. Os poucos móveis foram adquiridos de
segunda mão, de um pastor que mudava de campo. Depois vieram os filhos
e as despesas, é claro, aumentaram. Mas nunca nos faltou o pão de cada dia.
Infelizmente não foi possível o ministério de tempo integral como era o
ideal de meu marido e sei que é de todo pastor.
No entanto, as coisas começaram a melhorar com o meu trabalho e
quando ele também começou a dividir o tempo com o trabalho de professor.
Damos graças a Deus por esse tempo, porque hoje, aposentados, vivemos
com mais facilidade do que no início. Por isso, já tenho compartilhado a
posição de que sou favorável a que a esposa de pastor tenha seu trabalho
fora de casa e da igreja. Não é fácil arcar com todas as responsabilidades do
lar, trabalho e igreja. Mas com persistência e disposição, a gente consegue.
Não quero apenas comentar o óbvio, mas oferecer sugestões que ajudem
a contornar essas dificuldades. E faço isso, como sempre, à luz da Bíblia,
que, completa como é, faz várias considerações e dá ensinamentos sobre
finanças.
Equilíbrio Financeiro
A Esposa de Pastor na
Igreja
“Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus
habita em vocês?”
1 Coríntios 12:13
Já dei pinceladas sobre a atuação da esposa de pastor na igreja,
quando tratamos dos relacionamentos.
Agora vamos aprofundar o assunto.
Você é um membro da igreja, antes de ser a esposa do pastor. Com a
diferença de que como esposa do líder, você torna-se também líder e
mestra. Quero considerar cada um desses papéis.
Primeiramente você é membro como todos os
Você é um membro da
igreja, antes de ser a esposa demais, o que lhe dá direitos e deveres. Pela
do pastor. Com a diferença de graça de Jesus, na igreja temos mais direitos e
que como esposa do líder, privilégios do que deveres. No entanto, como em
você torna-se também líder e
mestra.
qualquer outro grupo social, os membros da
igreja têm deveres e responsabilidades. Tanto
uns como outros também são seus.
Como nossos direitos, posso destacar a
A voz da esposa do pastor e
participação nas Assembleias Deliberativas, com de certos líderes de maior
direito a voz e voto. Mas deixem-me repartir a influência, pesam nas decisões
minha experiência, passando de membro a de outros que estão em dúvida.
esposa do pastor. Sempre participei das
assembleias, mas evitando emitir opiniões, sobretudo em assuntos
polêmicos. Por quê? Porque sempre percebi que a voz da esposa do pastor e
de certos líderes de maior influência, pesam nas decisões de outros que
estão em dúvida. Limitava-me a dar o meu voto, embora sabendo que
mesmo assim estava sendo observada. Não é impressão, muito menos
invenção. Várias vezes, em votações, fui consultada sobre em que ou em
quem votar. Talvez hoje, com membros de igrejas mais esclarecidos e mais
democratizados, isto não venha a acontecer. Assim espero.
Outro direito é participar regularmente dos
A presença da esposa do
cultos e de outras atividades e eventos da igreja. pastor é importante como
Não assistir, mas participar. A presença da apoio ao marido, mas também
esposa do pastor é importante como apoio ao como incentivo para as demais
marido, mas também como incentivo para as mulheres da igreja. Não
obrigatoriamente, mas
demais mulheres da igreja. Não alegremente, na medida do
obrigatoriamente, mas alegremente, na medida possível.
do possível. Já mencionei que, querendo ou não,
tornamo-nos exemplos. Isto acontece com qualquer pessoa que esteja em
evidência à frente de um grupo. Sou professora de Língua Portuguesa por
influência de um excelente professor que tive dessa matéria, ainda cursando
o antigo Ginásio. Muitos garotos tornam-se jogadores de futebol pelo
exemplo e admiração dos ídolos de seu time. E que falar de artistas de TV,
exemplos que ditam a moda, o linguajar e até os costumes de seus fãs? E as
modelos? Ah! Quantas meninas e mocinhas sonham com as passarelas e,
para serem iguais a elas, deixam de se alimentar bem a fim de conseguirem
as medidas e corpos das suas modelos preferidas. Portanto, não é de
estranhar que muitas mulheres se espelhem em você como esposa, mãe,
membro de igreja, mulher... Mesmo que você nem tome conhecimento
disso.
Sendo modelo, sem perceber, você também
“Exorta... as mulheres
idosas, semelhantemente, que vai se tornando mestra, mentora. Alguém que
sejam reverentes no seu viver, ensina não só aspectos espirituais. Escrevendo a
não caluniadoras, não dadas a Tito, Paulo recomenda: “Exorta...
muito vinho, MESTRAS do bem,
para que ensinem as mulheres
as mulheres idosas, semelhantemente, que
novas a amarem aos seus sejam reverentes no seu viver, não caluniadoras,
maridos e filhos, a serem não dadas a muito vinho, MESTRAS do bem,
moderadas, castas, operosas para que ensinem as mulheres novas a amarem
donas de casa, bondosas,
submissas aos seus maridos, aos seus maridos e filhos, a serem moderadas,
para que a palavra de Deus castas, operosas donas de casa, bondosas,
não seja blasfemada.” (Tito submissas aos seus maridos, para que a palavra
2.3-5).
de Deus não seja blasfemada.” (Tito 2.3-5).
Você pode ser a mulher mais nova em sua
igreja, ou talvez mais nova do que muitas anciãs. E aí, não pela idade, mas
pela posição, você acaba se tornando mestra. Como todo mestre foi aluno
anteriormente, antes de transmitir qualquer ensino, precisamos ser alunas do
Mestre dos mestres. Por isso é bom recordar sempre e meditar em tudo o
que Jesus nos ensinou e exemplificou. Por ser muito nova, talvez longe de
sua família ou de alguém da sua confiança, você também possa valer-se da
experiência de alguma serva de Deus mais experiente, com grande bagagem
espiritual. Tenho ouvido de esposas de pastores que tiveram em suas igrejas
senhoras que lhes foram como mães em cuidados, compartilhamento e
orações. Mas é preciso saber escolher essa “mãe” e os assuntos que vai
compartilhar com ela.
Por ser a esposa do pastor, você não está isenta dos deveres de membro
da igreja. Cultuar e adorar a Deus na congregação é um deles. Contribuir
regularmente com seu dízimo e ofertas especiais. Dar bom testemunho
diante da igreja e da comunidade. Integrar-se na visão e nos propósitos da
sua igreja. Desempenhar, mas sempre dentro de suas capacidades e
possibilidades, os cargos que lhe forem atribuídos pela igreja.
Com cargos ou sem eles, você forçosamente exerce funções de liderança,
ainda que não tenha o título de líder.
Algumas são até líderes natas. Outras se tornam líderes por eleição,
quando a igreja as elege para um ou para vários cargos. Você pode ou não
aceitar um cargo, mas se o aceitar deve fazê-lo como membro da igreja e
não como a esposa do pastor. Eu sempre disse nas igrejas que meu marido
pastoreou, que os cargos e funções que desempenhei não o fiz por ser a
esposa do pastor, pois se fosse apenas membro da igreja, faria tudo com
igual dedicação. Isso nos isenta de cobranças indevidas e de atribuições
para as quais não temos aptidões.
Outro cuidado necessário àquelas que ocupam cargos é preparar a igreja
para a vinda de novos obreiros. Meu marido pastoreou apenas três igrejas
em 42 anos de ministério.
Na despedida de todas elas, tivemos o cuidado de pedir aos membros da
igreja que nunca fizessem comparações entre nós e os novos obreiros.
Particularmente eu, com as mulheres, pedi-lhes que aceitassem a esposa do
novo pastor com todo respeito e amor. Mostrei-lhes que ela seria totalmente
diferente de mim, pois não há duas pessoas iguais. Por amor à colega que
vai chegar, é preciso dar essa orientação. A comparação sempre nos
machuca, pois como cantamos, “Não há outro igual a você, nenhum outro
igual a você...”. Nem nós devemos nos comparar umas às outras, pois, em
sua sabedoria, Deus nos fez diferentes e nos completamos.
Conheci uma esposa de pastor muito
Somos criticadas por fazer e
por não fazer. Por isso é bom talentosa, que fazia muita coisa na área da
pensar que servimos a Deus música, da educação cristã e na liderança. Foi
através do serviço aos homens. muito criticada e acusada de exibição e
Então, que demos sempre o
nosso melhor, dentro das
egocentrismo. Quando seu esposo deixou aquele
capacidades com que Deus ministério, outro pastor o assumiu cuja esposa
nos dotou. era totalmente o oposto daquela. Não tinha
qualquer atuação na igreja e pouco frequentava
os cultos. As mesmas pessoas que falavam mal da primeira, agora
acusavam a nova de não fazer nada. É sempre assim, somos criticadas por
fazer e por não fazer. Por isso é bom pensar que servimos a Deus através do
serviço aos homens.
Então, que demos sempre o nosso melhor, dentro das capacidades com
que Deus nos dotou.
Concluo o assunto, sugerindo algumas atitudes que devemos cultivar no
exercício da liderança: 1. Percepção do momento certo para retirar-se da
liderança (Josué 13.2). Há o tempo certo de Deus para começar e terminar,
cuidando para não deixar precocemente, por cansaço ou desinteresse, mas
sempre consultando a Deus sobre o tempo dele. Mais uma experiência
pessoal. Eu já vinha sentindo que estava na hora de encerrarmos o
ministério de igreja local. Conversei com meu marido sobre isso, mas senti
que ele pensava diferente – queria continuar.
Não seria eu que lhe apontaria esse momento. Então passei a orar mais
sobre o assunto até que ele mesmo ouviu de Deus que era o momento certo.
Concordamos e o demais Deus fez. Ele preparou a igreja para a sucessão
pastoral e tivemos o privilégio de dar posse ao casal substituto.
2. O bom líder é humilde bastante para
O bom líder é humilde
reconhecer que tudo o que consegue fazer é pela bastante para reconhecer que
graça de Deus. Então ele diz de coração como o tudo o que consegue fazer é
apóstolo Paulo “Pela graça de Deus sou o que pela graça de Deus.
sou” (1 Coríntios 15.10) e eu acrescentaria e
faço o que faço.
3. O bom líder é sábio e usa da sua autoridade no momento certo.
4. O bom líder não impõe, mas sugere, solicita, respeita o livre arbítrio de
seus liderados.
5. O bom líder é sempre otimista, mesmo no meio das dificuldades e
obstáculos ao seu trabalho. O otimismo, como o pessimismo, é contagiante,
por isso é muito bom sempre compartilhar as bênçãos e vitórias
conquistadas.
6. O bom líder serve com alegria e disposição. Seu serviço é feito com
alegria; tristezas e decepções são esquecidas e perdoadas. Elas não são
supervalorizadas, mas deixadas de lado. Isso lhe dá disposição para
continuar trabalhando e servindo a Deus e à igreja. Foi esse o exemplo que
Jesus nos deixou.
7. O bom líder não manda apenas que façam, ele faz junto, incentiva,
anima, acompanha.
Amada colega leitora, meu desejo e oração é que, como membro da
igreja, como mestra do bem e como líder, você seja aprovada aos olhos de
Deus, mas também dos homens.
Ore comigo:
Senhor, Obrigada por ser parte da tua igreja e pela oportunidade de te
servir através dela.
Ajuda-me a ser sempre bênção na igreja, não só como a esposa do
pastor, mas como qualquer outro membro.
Quero ser sábia no falar e no calar; no agir e no momento de não agir.
Quero cumprir com responsabilidade e alegria os meus deveres, com ou
sem cargos. Quero ser prudente em meus relacionamentos.
Ajuda-me nesses propósitos.
AMÉM!
capítulo7
As Crises da Esposa de
Pastor
“Pregue a Palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo,
repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina.
(2 Timóteo 4:2)
Crises?Sim,e porque não? Esposas de pastores também estão sujeitas a
viver crises de várias espécies. Afinal, o mundo vive em crises. Em algumas
ocasiões Jesus nos preveniu de que “No mundo tereis aflições...” (João
16.33).
Em Mateus 5.45, ele disse que o nosso Pai Celestial “faz raiar o seu sol
sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos”. De outra feita,
falando sobre as duas construções – na areia e na rocha, Jesus disse que
embora construída na Rocha, a casa do construtor sábio também sofreu com
as chuvas. A diferença estava no tipo de alicerce que a protegeu e esta não
ruiu. Sendo assim, as dificuldades também vêm para os justos.
Em Isaías 43.2, o profeta entrega a mensagem de Deus dizendo que
“quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles
não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a
chama arderá em ti”. Deus, portanto, não nos isenta das águas nem do
fogo. Estes chegarão a nós também. Mas o livramento virá, porque o
Senhor estará conosco. Ele nos ajudará nos momentos difíceis. Nas crises,
não estamos sós.
A crise é uma fase difícil na evolução de qualquer processo natural. É a
manifestação repentina, que pode ser violenta, quando há o desequilíbrio
em alguma área da vida.
Tudo está bem com a sua saúde ou de seus familiares quando, de repente,
até num exame de rotina, pode aparecer uma doença grave e pertinaz.
No meio de uma reunião familiar ou na igreja,
A crise é uma fase difícil na
como tem acontecido, alguém sofre de um mal evolução de qualquer processo
súbito, tendo de ser socorrido às pressas. Ou é o natural. É a manifestação
filho que adoece gravemente, o que leva a mãe a repentina, que pode ser
violenta, quando há o
sofrer mais até do que ele mesmo. desequilíbrio em alguma área
Uma crise na saúde da vida.
As tensões e conflitos
políticos, familiares, sociais, física pode ser
tornam-se crises às vezes muito cardíaca, cerebral, renal ou respiratória. Pode ser
graves, se não forem tratadas e a manifestação violenta de sentimentos como a
contornadas com sabedoria.
Servos de Deus não estão livres
raiva, a tristeza, o choro. As tensões e conflitos
dessas crises, como pregam políticos, familiares, sociais, tornam-se crises às
alguns. Como na língua vezes muito graves, se não forem tratadas e
chinesa os caracteres são os contornadas com sabedoria. Servos de Deus não
mesmos para crise e
oportunidade, na vida do estão livres dessas crises, como pregam alguns.
cristão as crises também Como na língua chinesa os caracteres são os
podem ser ricas oportunidades
de amadurecimento cristão e
mesmos para crise e oportunidade, na vida do
testemunho. cristão as crises também podem ser ricas
oportunidades de amadurecimento cristão e
testemunho.
Quando meu filho caçula estava com nove anos, quis repetir em casa a
experiência que havia aprendido na aula de Ciências sobre a presença da
clorofila nas folhas. Tentou acender um fogareiro improvisado para ferver a
água com algumas folhas e sofreu queimaduras terríveis que o deixaram
hospitalizado num CTI de queimados durante 46 dias.
Que crise difícil para nós! Quanto choro, quanto sofrimento! Só
podíamos vê-lo duas vezes por semana por apenas uma hora. Ao receber
nosso filho de volta em casa, muito emocionado meu marido disse à igreja
no domingo seguinte: – “Agora eu sei o que é ter alguém querido no
hospital e sofrerei muito mais com os irmãos nesses momentos”. Foi uma
terrível crise que nos fez crescer na fé e no amor cristão.
Estamos sujeitas a enfrentar grandes e difíceis crises. Quero analisar
algumas delas, ainda que sem esgotar o assunto.
As crises familiares são comuns.
Satanás trabalha exaustivamente com a família, inclusive com as famílias
de pastores. Ele sabe que destruindo as famílias, a igreja será atingida.
E esse é o seu alvo maior.
As famílias pastorais têm sido atingidas em diversas situações.
Problemas conjugais mal resolvidos têm resultado em adultério, traição,
separação e até divórcio. Filhos fora da igreja, envolvidos com drogas,
fornicação, mãos solteiras... E os pais sofrem humilhação diante da igreja,
com comentários maldosos e maledicentes. Há muitas colegas que vivem
sós e entristecidas por terem sido traídas pelo esposo. O que é mais triste,
com pessoas da própria igreja, ou de outras, mas que se dizem cristãs. Por
certo, como eu, você também conhece casos assim.
Num encontro de esposas de pastores para oração e compartilhamento,
muitas delas pediram por seus filhos desviados do evangelho, fora da igreja
e longe de Cristo.
Quanta dor! Quantas lágrimas de tristeza!
Nossos filhos estão no mundo
Pois, como disse o apóstolo João em sua terceira que está cada vez mais terrível
carta, “Não tenho alegria maior do que ouvir em termos de costumes, ideias
que meus filhos estão andando na verdade” e comportamentos. A moral
está decaindo a cada dia e as
(v.4). E ele estava falando de filhos na fé, o maiores aberrações contrárias
aos princípios de Deus e da
que também nos alegra bastante como líderes. sua Palavra vão se tornando
Mas quanto maior é esse prazer quando nossos normais e aceitos com
próprios filhos são fiéis a Deus e à igreja... naturalidade pela sociedade e,
O mau relacionamento entre pais e filhos é lamentavelmente, até pelos
que se dizem cristãos.
outro problema. Filhos rebeldes e pais sem
sabedoria para lidar com eles fazem todos
infelizes, pois rouba a paz no lar. Nossos filhos estão no mundo que está
cada vez mais terrível em termos de costumes, ideias e comportamentos. A
moral está decaindo a cada dia e as maiores aberrações contrárias aos
princípios de Deus e da sua Palavra vão se tornando normais e aceitos com
naturalidade pela sociedade e, lamentavelmente, até pelos que se dizem
cristãos.
Enquanto exponho aqui minhas ideias, tramita no Congresso Nacional
um Projeto de determinada parlamentar cujas propostas são acabar com a
família, retirar dos documentos os termos pai e mãe, reconhecer o
homossexualismo e o casamento dentro desse modelo, inclusive com pleno
direito de adoção de filhos, entre outras.
Ideias defendidas por mulheres que, talvez, sejam infelizes no casamento,
carentes de carinho, da atenção e da presença do marido, que por sua vez,
esquecem-se de que seu primeiro núcleo social está em casa, é a sua
família.
O mundo vive crises de moral, de valores e de princípios, que acabam
por influenciar também as famílias cristãs.
Participo de um grupo virtual de esposas de pastores e sempre estamos
vivenciando fatos como esses. E os pedidos de oração chegam com muita
frequência em favor de problemas de saúde, crônicos ou repentinos. Muitas
vezes essas enfermidades se agravam e levam os queridos a óbito.
Quanta dor, quanta tristeza! Chorar é natural; é válvula de escape. Jesus
chorou por um amigo e por uma cidade. Nessa hora precisamos nos unir e,
como Paulo recomenda, chorar com os que choram. (Romanos 12.15). São
as crises das perdas.
Nem sempre as perdas são de pessoas
Chorar é natural; é válvula
de escape. Jesus chorou por queridas. Para nós, pode ser a perda da igreja.
um amigo e por uma cidade. Sabe aquela igreja que aprendemos a amar, onde
ficamos por anos a fio, convivendo com as
pessoas que também nos amam? Estamos bem adaptados, a família também
acomodada na cidade, na casa onde moramos, no trabalho secular. De
repente, por vontade de Deus ou por ação injusta dos homens, o esposo
deixa aquele ministério. É este um tempo de crise. Se a ordem de sair é de
Deus, menos mal, outro rebanho nos aguarda. Não é fácil começar tudo de
novo – adaptação às pessoas, à nova cidade ou bairro, nova escola para os
filhos, nova casa...
O pior é quando esse desenlace vem dos homens. Perde-se a igreja, a
moradia quase sempre, deixamos para trás alguns anos de trabalho e
experiências. Ainda mais se estamos sofrendo injustiças, decepções.
Nossa família sofreu muito, mas muito mesmo, quando meu pai era
pastor em uma igreja no Rio de Janeiro. Como sofremos todos nós,
sobretudo pela injustiça cometida! Mas, nada melhor nessa hora do que a
justiça que vem do Senhor.
Apesar de várias propostas para organizar uma nova igreja com as
pessoas que estavam com ele, papai não aceitou.
Para ele não seria essa a maneira correta de nascer uma nova igreja. E
afirmava com segurança que tudo estava entregue nas mãos de Deus. Em
poucos dias papai assumiu um novo pastorado, ministério muito abençoado,
que exerceu por 22 anos. Foi nesse tempo também que Deus lhe entregou
cargos de grande responsabilidade na denominação, honrando a sua
humildade e fidelidade ao Senhor. Esta é uma crise que atinge
tremendamente a família.
Queridas, pensem bem que essa realidade também faz parte da vida de
muita gente – militares, funcionários públicos estatais, federais e de grandes
empresas também são transferidos, na maioria das vezes sem pedir.
Crises como essas desencadeiam momentos de tristeza, às vezes de raiva,
ressentimento e até depressão. Tenho orado por famílias de pastores que
tiveram seus filhos envolvidos com drogas. Outras que enfrentaram o
problema de gravidez de filhas solteiras, com namorados também da igreja.
E o que dizer das crises espirituais? Haverá alguma entre as colegas
leitoras que nunca viveu a falta de vontade de ir à igreja e participar dos
trabalhos? Ou de ler a Palavra?
Às vezes as crises são tão pesadas que se perde até o ânimo para orar. E
vêm os questionamentos: – Por que meu Deus?
– Para quê, Senhor? – Seria tão bom se tu fizesses assim e assim... Não é
pecado nem rebeldia. Deus nos entende, “Pois ele conhece a nossa
estrutura; lembra-se de que somos pó”. (Salmo 103.14).
Agora, chega de falar das crises. Não é preciso mencionar mais nenhuma,
pois todas nós tomamos conhecimento delas e até as experimentamos.
Vamos passar, então, ao que mais pode nos ajudar: como enfrentar e sair
vitoriosa das crises. Também nesse aspecto não sou dona da verdade, nem
tenho a última palavra. No entanto, juntas podemos considerar algumas
possíveis soluções e a melhor maneira de nos posicionarmos diante das
crises. Para ser didática, vou enumerar algumas sugestões. Repito que não
são receitas prontas, apenas um compartilhar de idéias e experiências.
Valorizar e cuidar sempre da sua saúde e de sua família. Todos os
cuidados recomendados pelos médicos e profissionais da saúde ajudam a
evitar algumas enfermidades, sobretudo, aquelas que podem ser evitadas
com uma alimentação saudável e com a prática de exercícios físicos.
Um controle sistemático da pressão, exames periódicos dos órgãos
internos, consultas regulares a especialistas, sobretudo para nós mulheres o
ginecologista, podem evitar surpresas desagradáveis. Todos sabem que a
medicina preventiva é bem mais eficiente do que a curativa.
Na dor da traição, o coração se parte e o primeiro impulso é
abandonar tudo, acabar com o casamento.
No entanto, perdoar e manter o casamento também tem sido a opção de
algumas colegas. Naturalmente cada caso é um e há casos em que de fato
não há volta. Minha palavra é sempre que possível opte pelo perdão, se o
erro for reconhecido e houver arrependimento e pedido de perdão. Certa
vez disse a uma colega traída: “– Lute pelo seu marido, ele é seu. Não o
entregue de mão beijada para a outra.” Ela aceitou perdoar, trabalharam a
dois seu casamento e voltaram a ser felizes, muito felizes.
Se não houver lugar para o perdão, o jeito é curtir sua dor e solidão,
aprender a viver só, por certo a duras penas; às vezes até sozinha criar filhos
ainda pequenos ou na adolescência.
Com coragem, ousadia, sabedoria, mas segurando na mão de Deus, você
conseguirá sobreviver. E digo que, infelizmente, não será a única.
E o divórcio? – pode alguma perguntar. Pela Bíblia, não há um segundo
casamento, enquanto um dos cônjuges for vivo. As leis brasileiras hoje
reconhecem o divórcio e permitem um novo casamento. Já temos diversos
casos em nosso meio cristão. É questão pessoal, de consciência e coração.
Pessoalmente, tenho a convicção de que Deus não quer ver seus filhos
infelizes.
Problemas com filhos – drogas, gravidez de jovem solteira e vícios não
podem ser ignorados. Por mais tristeza, até revolta que haja por parte dos
pais, o primeiro remédio para tratá-los é o amor. Sem aprovar o erro,
condenando-o mesmo, mas mostrando que o amor por eles não acabou.
Amando-os apesar de..., será mais fácil recuperá-los. Bem assim como
Deus faz conosco – rejeita o pecado, mas ama o pecador e está pronto para
recuperá-lo e recebê-lo de volta à sua casa.
Conheço a história de duas famílias evangélicas que tiveram o desprazer
de ver seus filhos nas drogas. Numa dessas famílias, o pai revoltou-se,
castigou devidamente o filho, chegando mesmo a desprezá-lo, impedindo-o
de entrar em casa. O resultado não podia ser outro – os companheiros de
vício o receberam e ele nunca se recuperou. Na outra família, o pai adotou a
terapia do amor. Todas as noites aquele pai aguardava o filho. Não se
recolhia enquanto ele não chegasse totalmente transtornado pela droga. Mas
o pai o abraçava, preparava-lhe um lanche, falava do seu desgosto, mas
dizia-lhe também do seu amor e da esperança que nutria de vê-lo liberto do
vício. Ainda orava com ele, embora nem fosse bem aceito. O resultado foi
um filho recuperado, convertido e trabalhando com recuperação de
viciados.
No caso da filha que engravida do namorado, as reações também podem
ser diferentes. Em uma família a jovem é rebaixada, humilhada e mandada
embora. Vai morar com o pai da criança, sem as mínimas condições
financeiras nem morais, tornando-se ela e a criança infelizes para o resto da
vida. Em outra, apesar da tristeza e revolta, a moça é amparada pela família
e o bebê vítima do erro é muito amado e bem criado. Tal jovem pode mais
tarde casar-se muito bem e constituir ainda uma família muito feliz com o
mesmo namorado ou com outro que a receba nessas condições.
O amor cura todas as feridas e perdoa o mais terrível pecador. Não foi
assim que Jesus sempre agiu?
Quanto ao casamento da mãe solteira, uma palavrinha de experiência
com as ovelhas. Obrigar os jovens ao casamento, só se houver a certeza de
que podem ser felizes.
No tempo dos nossos avós, a moça que errasse era obrigada a casar com
o pai daquela criança, para “limpar o nome da família”, diziam eles. Neste
nosso tempo da graça, só mesmo se houver amor entre eles e se o
casamento valer a pena.
De nada vale casar para logo depois descasar, como tem acontecido.
A meu ver, a igreja também deve lidar assim com os jovens que mantêm
esse relacionamento pecaminoso. Como esposas de pastores, podemos e
devemos fazer tudo o que for possível para orientar os nossos jovens quanto
a isso. Sempre será melhor evitar o erro do que corrigi-lo.
E se a sua família for atingida por uma dessas crises com os filhos, como
agir diante da igreja? É claro que a igreja vai cobrar, vai falar mal, vai
comentar maliciosamente, não tenha dúvida. O que fazer?
É preciso transparência e confissão da parte dos pais e dos jovens. Se os
faltosos são membros da igreja, hão de ser aconselhados a irem diante da
igreja, pessoalmente ou por carta, confessando o seu pecado e pedindo
perdão. E da parte da igreja podemos esperar o perdão ou a condenação.
Há igrejas condescendentes e, porque amam o pastor e sua família,
concedem o perdão, desde que o erro seja reparado.
Outras são duras, tradicionais em seus julgamentos e não liberam o
perdão, disciplinando com o desligamento do rol de membros. E, se essa é a
atitude para com todos os jovens que caem nesse erro, não deve ser
diferente com os filhos do pastor. Mas se a graça contempla os demais,
também os filhos do pastor devem merecer igual tratamento e não uma
cobrança maior por serem os seus filhos. Seja qual for a atitude, precisamos
de sabedoria e calma para enfrentar os julgamentos e acusações. Estas
crises são tremendas e abatem muito a família pastoral.
Nestas e em todas as outras crises, poderemos sair vitoriosas, de cabeça
erguida, se estivermos bem seguras nas mãos de Deus. O que não se pode é
ficar passiva, chorando e caindo em depressão. É preciso ter iniciativa para
enfrentar, humildade para reparar e coragem para prosseguir. Fé em Deus e
confiança nas suas promessas. Calejar os joelhos em oração, pois como já
disse alguém, “os nossos problemas podem ser maiores do que nós, mas o
nosso Deus é maior do que eles”. E “operando eu (Deus), quem
impedirá?” (Isaías 43.13).
É fácil ter fé quando tudo está bem, sob o controle da nossa vontade. Mas
as provações, as crises que enfrentamos são o cadinho que prova a nossa fé
e quanto mais ardente o fogo, melhor se tornará a qualidade dela. Como as
palavras proferidas por Jó: “Mas ele sabe o caminho por que eu ando;
provando-me ele, sairei como o ouro” (Jó 23.10).
Satanás usa pessoas, muitas bem próximas de nós, para causar desânimo,
vontade de desistir. Por isso, quando as crises se abaterem sobre você e seu
esposo, não deixe brecha para o Inimigo – unam-se como família, busquem
o incentivo na Palavra de Deus e mais força na alegria do Senhor, como
disse e fez Neemias: “Não se entristeçam, porque a alegria do Senhor os
fortalecerá” (Neemias 8.10 – NVI).
Cada crise pode se tornar uma oportunidade de crescimento para você e
para sua família. E ainda fará de você melhor esposa de pastor, com
experiências ricas para ajudar, aconselhar e até admoestar as suas ovelhas.
Transforme, com a ajuda de Deus, suas crises em oportunidades preciosas
de crescimento. Não é fácil, por isso mesmo é o desafio que faço para você.
Ore comigo:
Senhor Deus, Que nunca alguma crise venha para abalar a minha fé. Ao
contrário, quero ver em cada uma delas uma oportunidade de crescer na fé,
de amadurecer na vida cristã e de fortalecer a minha confiança em ti.
Ajuda-me a enfrentá-las com coragem e sabedoria.
Sei que não estou isenta das crises neste mundo. Mas sei também que tu
estás comigo nos momentos de crises. Obrigada porque a tua Palavra me
garante isso.
Em nome de Jesus,
AMÉM!
capítulo8
Pastor – Homem ou
Anjo?
“... no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um
santuário santo no Senhor.”
(Efésios 2:21)
Este foi um assunto sobre que tratei em uma reunião de esposas de
pastores do Paraná, em dias de Convenção Estadual em Curitiba. É apenas
um lembrete que torno a fazer – Seu marido pastor é homem ou anjo?
ANJO, segundo o Dicionário do Aurélio, é um “ser espiritual que exerce
o ofício de mensageiro entre Deus e os homens”. Segundo Davis, no
Dicionário da Bíblia, ANJOS são “entes celestiais mais elevados do que o
homem em dignidade, que não se casam, nem se dão em casamento”.
HOMEM “é o ser humano, com sua dualidade
Seu marido pastor é homem
ou anjo? de corpo e de espírito, e as virtudes e fraquezas
decorrentes desse estado. Homem dotado das
chamadas qualidades viris, como coragem, força, vigor sexual...” Assim
define o Aurélio, em seu dicionário. Pena que ele esqueceu (ou não sabe?)
que o homem também tem alma.
Diante dessas definições, eu volto a perguntar: E então, seu marido pastor
é homem ou é anjo?
Vejamos como Deus quer que ele seja: “irrepreensível, marido de uma só
mulher, moderado, sensato, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar;”
(1 Timóteo 3.2). E mais: “...que tenha filhos crentes que não sejam
acusados de libertinagem ou de insubmissão” (Tito 1.6b). Mas para
conseguir ser como Deus o quer, ele precisa da compreensão e apoio da sua
esposa – você.
Vou narrar alguns casos que conheci. Todos eles com pastor e esposa.
São fatos reais, por isso seus nomes serão omitidos.
CASO 1 – L. foi muito sofrida desde a infância. Talvez por isso, ou por
índole mesmo, tornou-se esposa muito seca e indiferente. Sempre muito
ríspida no falar, grosseira e extremamente seca no trato com o marido.
Carícias, nem pensar. Cuidados, apenas os indispensáveis.
S., muito meigo e delicado, não via outra mulher melhor, mais bonita e
atraente. Por isso o relacionamento foi muito bom durante os primeiros
anos. Com a chegada dos filhos, o mau temperamento de L. acentuou-se.
Sempre irritada, impaciente com os filhos, negando-se a qualquer saída ou
passeio, pois tudo dava muito trabalho. Até à igreja ela encontrava
dificuldades para ir.
Mais velho, S. agora sentia com o coração,
O que estragou o casamento?
mas pensava com a cabeça. Começou a A paixão cega do jovem, o
compará-la com outras mulheres e a observar e temperamento da moça? Não
criticar os defeitos da esposa. Para encurtar o haveria possibilidade de
mudança?
caso: envolveu-se com uma funcionária da
igreja, abandonando definitivamente a família e
o ministério. A questão para refletir é: O que estragou o casamento? A
paixão cega do jovem, o temperamento da moça? Não haveria possibilidade
de mudança?
CASO 2 – Conheci F. e D. quando ainda eram noivos.
Ele já era pastor e tudo levava a crer que seria um casamento perfeito.
Ela era filha única, muito dependente e dengosa.
F., muito inteligente e dinâmico, cresceu intelectual, social e
profissionalmente. No ministério destacou-se como excelente pregador e
líder. Apaixonado por criança vivia envolvido com as crianças da igreja e
dos amigos, pois nunca tiveram filhos.
Os comentários rolavam: D. não queria filhos para não dividir o amor do
marido.
Ele não sabia o gosto da comida preparada por ela, que não gostava de
cozinhar. Só comiam de pensão ou em restaurantes.
Depois de alguns bons anos de casados, a bomba: F. trocou D. por uma
aluna da faculdade em que dava aulas.
Deixou o ministério, divorciou-se e casado novamente, teve os filhos que
sempre quis.
CASO 3 – J. e C. estão sempre juntos. Fizeram esse pacto ao se casarem:
não saírem um sem o outro, a não ser por extrema necessidade. É muito
difícil vê-los sem estarem juntos. Os filhos nunca foram impedimento para
isso, pois quando não podiam ir junto, ficavam sempre com as avós, tios ou
outra pessoa de inteira confiança.
A condição para J. aceitar qualquer compromisso fora da sua igreja é que
C. possa ir junto. É verdade também que C. tem muito ciúme do marido. O
fato é que J. sente-se muito feliz amparado e fortalecido com a companhia
da esposa, mulher de oração e participante ativa no seu ministério.
Além disso, sei que ela é muito boa dona de casa. Amam-se muito,
acariciam-se como eternos namorados. E olhe que já se passaram vários
anos das Bodas de Prata.
Conheço também o pastor E. desde os tempos de jovem, mas não
conheço a sua esposa, pois ela nunca está com ele. Dizem as más línguas
que ela se dedica exclusivamente à família e à profissão, embora seja cristã
e pertença à igreja pastoreada pelo marido. Graças a Deus ainda estão
juntos há vários anos. Não sei como ele se sente, mas o vejo como alvo fácil
de Satanás, em relação às mulheres com quem lida. Queira Deus que ele
seja forte bastante para resistir às tentações, e que, apesar de ausente, ela lhe
seja boa mulher.
CASO 4 – W. e R. são casados há algumas décadas, mas não são
plenamente felizes. Todos notam isso e comentam o relacionamento
indiferente que eles mantêm. Num grupo de estudo sobre sexualidade, R.
revelou o que pode ser a raiz do problema. Criada “à moda antiga”, R. não
se sentia à vontade para despir-se diante do marido. Envergonhava-se, cada
vez que ele a procurava para fazer sexo. Exigia que tudo fosse feito no
escuro. E seu maior bloqueio era o medo de que Jesus voltasse numa hora
em que estivessem num relacionamento sexual. Coitada! Ela nunca teve
acesso à educação sexual, nem em casa, nem em livros ou palestras, muito
menos na igreja. Casou-se desconhecendo sua própria sexualidade e a do
homem. Cresceu ouvindo todos os tabus relacionados a sexo, por isso cria
situações frustrantes para o esposo alegando sempre dor de cabeça, cansaço
ou tarefas para fazer até mais tarde. O que lhe vale é que W. é um homem
controlado, que procura manter-se fiel e puro diante de Deus e da família.
Mas não pode ser plenamente feliz. E quem garante o seu futuro?
No encontro em que falei sobre isso, depois do estudo dos casos, abrimos
um debate e várias opiniões foram emitidas. E todas as participantes
reconheceram que nesses casos quase sempre a esposa teve a maior parcela
da culpa. O que faltou a elas é tudo o que a esposa deve e precisa
proporcionar ao marido. E na ocasião relacionamos:
• Posse mútua; anseio por estar junto.
• Declarar constantemente seu amor. Sabe aquelas expressões carinhosas
do tempo de namoro? Elas precisam continuar sendo ditas.
• Carinhos, beijinhos, abraços, um cafuné...
• Os momentos na cama são muito importantes para suprir as
necessidades físicas.
• Cuidado corporal, aparência, do jeitinho como se preparava para
receber o namorado.
• Nudez física, mas também emocional, através do diálogo aberto e
franco.
• Saciedade, prazer no relacionamento.
• Alegria e prazer nos passeios, nas férias, nas comemorações de datas
especiais.
• Alimentos gostosos preparados com carinho, usando o tempero do
amor. Surpresas nas horas de refeições. Preparo dos pratos prediletos.
O pastor costuma ser chamado de anjo da igreja. Aliás, ele já foi
chamado assim por Jesus, nas cartas às 7 igrejas da Ásia, segundo lemos em
Apocalipse – Ao anjo da Igreja que está em Esmirna, ao anjo da igreja em
Filadélfia etc..
Mas casado com você, ele não tem nada de
Ele é homem como todos os
anjo. Ele é homem como todos os demais, com demais, com necessidades
necessidades físicas e emocionais como todos os físicas e emocionais como
outros. todos os outros. Por isso,
querida, trate-o como tal e
Por isso, querida, trate-o como tal e procure, procure, na medida do
na medida do possível, satisfazer as suas possível, satisfazer as suas
necessidades. necessidades.
Posso imaginar muitas leitoras pensando –
mas tudo eu? E as minhas necessidades, quem vai satisfazer?
Não deve ser ele, o meu marido pastor?
Claro, amada, você está muito certa. Só que estou escrevendo para as
mulheres e não para os homens. Se fosse a eles, a conversa seria inversa e
eu lhes mostraria que também você tem carências afetivas e emocionais. Eu
sei que seu marido já deve ter participado de encontros e retiros em que se
falou sobre isso também.
Há livros escritos para eles. Que os leiam!
Há uma coisa que você
pode fazer – manter sempre Mas há uma coisa que você pode fazer – manter
aberto o diálogo com ele, sempre aberto o diálogo com ele, falando
falando francamente tudo o francamente tudo o que sente. Fale sobre você,
que sente. Fale sobre você,
suas necessidades, seus gostos,
suas necessidades, seus gostos, suas
suas preferências. Diga preferências. Diga também de suas frustrações e
também de suas frustrações e mágoas. Não as deixe se acumularem a ponto de
mágoas. se tornarem barreiras no relacionamento.
Peça a Deus que lhe dê sabedoria,
entendimento e calma na hora de conversar com ele. Não deixe brechas em
seu relacionamento físico, para que Satanás não ponha a cunha destrutiva
que ele gosta de usar.
Em Provérbios 12.4, Salomão diz que “A mulher virtuosa é a coroa do
seu marido...”. Como a coroa é um bem tão precioso para o rei, você é esse
bem precioso para o seu marido.
Coroe seu marido com a bênção de Deus!
Ore comigo:
Pai Celestial, Hoje quero agradecer-te a bênção de teres separado para
mim esse homem especial que é o meu marido.
Quero ser para ele a mulher de que ele precisa em todas as áreas da sua
vida – física, emocional e espiritual.
Quero ser não só a esposa do pastor, mas a mulher que colocaste ao seu
lado para ajudar, amparar, suportar e sobretudo amar.
Ajuda-me, Senhor!
AMÉM!
capítulo9
Alegrias e Frustrações da
Esposa de Pastor
“... com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que
o corpo de Cristo seja edificado.”
(Efésios 4:12)
Eu estava com o palestrante num Retiro Estadual de Esposas de
Pastores. Para motivar nosso primeiro encontro e entrosar melhor as
participantes, propus a elas uma dinâmica: cada uma deveria listar em folha
distribuída para isso cinco alegrias e cinco frustrações que experimentavam
no ministério de esposa de pastor. Terminado o trabalho individual, foi feita
uma síntese de todas as relações e um debate sobre o que apuramos. O
resultado foi edificante e, a partir dele, conversamos durante os demais dias
daquele encontro.
Vou considerar esse resultado aqui também, pois talvez algumas colegas
se identifiquem com muitas dessas alegrias ou com algumas das frustrações
mencionadas.
A primeira das nossas grandes alegrias é ver o marido realizado em
sua vocação ministerial e saber que nós o ajudamos nesse sentido. Que
privilégio ser companheira, estímulo, incentivo, a confidente e a parceira de
um homem de Deus! Sim, porque o pastor é um homem de Deus com
chamado e tarefa especiais – cuidar de vidas preciosas que fazem parte do
rebanho de Jesus. E a esposa é a pessoa especial que Deus colocou ao seu
lado. Que trabalho nos traria mais alegria do que conduzir almas aos pés da
Cruz?
Sou tomada de grande emoção cada vez que meu marido leva às águas do
batismo almas que foram ganhas para Cristo e discipuladas através de seu
ministério. Afinal, uma alma vale mais que o mundo inteiro!
Em se tratando de vidas, há outras coisas que
Que privilégio ser
realizam o pastor e consequentemente a sua companheira, estímulo,
esposa: recuperar os fracos, trazer de volta ao incentivo, a confidente e a
rebanho as ovelhas desgarradas, confortar as parceira de um homem de
Deus! Sim, porque o pastor é
tristes, consolar as enfermas, incentivar as um homem de Deus com
desanimadas. chamado e tarefa especiais –
Ao longo do ministério efetivo de quarenta e cuidar de vidas preciosas que
dois anos tenho tido a alegria de acompanhar fazem parte do rebanho de
Jesus.
meu marido na recuperação de lares. Muitos
casais em vias de separação, alguns até já tendo
abandonado a família, com a Graça de Deus e sob a orientação do Espírito
Santo foram restaurados em seu relacionamento familiar, voltaram a ser
felizes, abençoados até mais do que antes. Pode haver maior prazer?
Trabalhar com vidas não é fácil. Entre os membros da igreja há pessoas
de diversos temperamentos, de educação diferente e até de níveis diferentes
de vida cristã. Muitos de “pavio curto”, como se diz. Às vezes trabalhar
com papéis ou até com animais torna-se menos cansativo. Mas nada, nada
mesmo, pode dar mais recompensa do que apascentar o rebanho do Sumo
Pastor. É prova do nosso amor a Jesus, como no diálogo que ele teve com
Pedro: “Amas-me? Apascenta as minhas ovelhas”. Se não houver
recompensa aqui e neste tempo, sem dúvida a recompensa virá quando o
Senhor nos disser “Bem está servo bom e fiel...”.
No ministério há alegrias e privilégios que de
Trabalhar com vidas não é
fácil. Entre os membros da certa maneira alimentam até o nosso ego. Raras
igreja há pessoas de diversos são as esposas de pastores, nem sei se as há, que
temperamentos, de educação não recebem homenagens, festas, telefonemas,
diferente e até de níveis
diferentes de vida cristã. Muitos
flores e presentes no dia do seu aniversário, no
de “pavio curto”, como se diz. Natal, no Dia da Mulher e em outras datas
Às vezes trabalhar com papéis especiais. E até já se comemora o Dia da Esposa
ou até com animais torna-se de Pastor.
menos cansativo.
Eu me sinto lisonjeada cada vez que sou
apresentada em nossa ou em outra igreja como a
esposa do pastor.
É com muita alegria que acompanho meu
Não conheço ociosidade na
marido em almoços, cafés, encontros e reuniões vida de esposas de pastores.
específicas para pastores em que as esposas são Há sempre algo a fazer, a
convidadas também. São as honras e o pensar, a programar, a
reconhecimento do lugar especial que ocupamos. aprender, a ensinar... Se o ócio
é um mal, a esposa de pastor
Aí se fazem amizades, compartilhamento, nunca precisa sofrer desse mal,
comunhão... pois sempre haverá atividades
Não conheço ociosidade na vida de esposas de para ela como ajudadora do
marido em suas
pastores. Há sempre algo a fazer, a pensar, a responsabilidades.
programar, a aprender, a ensinar... Se o ócio é
um mal, a esposa de pastor nunca precisa sofrer desse mal, pois sempre
haverá atividades para ela como ajudadora do marido em suas
responsabilidades.
Já me referi anteriormente a um privilégio específico da esposa do pastor
– a intercessão. Não há em nossas igrejas alguém que deixe de orar pelo
pastor e por sua família. Sempre ouvi, até de crianças, “Abençoa, ó Deus, a
família do nosso pastor”. Isto é bênção que deve nos causar alegria.
Algumas famílias da igreja podem ser Qualquer sacrifício ou
esquecidas nas orações intercessórias, mas a sua aborrecimento é compensado
quando se vê o crescimento
nunca o será. numérico e espiritual de uma
Qualquer sacrifício ou aborrecimento é igreja, sabendo que você
compensado quando se vê o crescimento também foi um instrumento de
Deus para promover esse
numérico e espiritual de uma igreja, sabendo que crescimento.
você também foi um instrumento de Deus para
promover esse crescimento.
Mas há um privilégio muito especial – só você tem o seu pastor 24
horas por dia. Lembro-me de ter ouvido o Pr. Nilson do Amaral Fanini
dizer num momento descontraído na presidência da Convenção Batista
Brasileira: “Eu sou o único presidente que tem o direito de levar a secretária
para casa”. É que na ocasião sua esposa D. Helga Fanini era a primeira
secretária. Parodiando-o, eu diria que você é a única mulher da igreja que
tem o direito de ir para casa com o pastor. Isso é tudo de bom!
***
No entanto, nem tudo são flores no ministério. Há muitos espinhos que
nos machucam. E as frustrações de algumas são também de outras, talvez
sejam as suas.
Há as que se sentem tolhidas em
Nem tudo são flores no
ministério. Há muitos espinhos suas realizações pessoais, sempre sacrificadas
que nos machucam. E as em benefício do marido.
frustrações de algumas são Outras se sentem apenas como a sombra dele.
também de outras.
Isso já não é muito comum entre nós, quando a
mulher casada e bem casada já conquistou o seu
lugar, a sua posição e reconhecimento dos seus valores. Mas, se esse ainda é
o caso de alguma amiga, é tempo de levantar-se, de crescer, de caminhar
junto, lado a lado, não na frente, mas também não atrás. Valorize-se!
“Cresça e apareça” diz o povo. Procure crescer como pessoa, como
crente, desenvolver-se intelectualmente, profissionalmente e, sem dúvida,
você terá oportunidades de se realizar como mulher, mas também como
esposa de pastor.
Você já deve ter se magoado com as injustiças e decepções sofridas com
membros da igreja ou com a igreja como um todo. Também nos magoa ver
o marido triste pela incompreensão das ovelhas. Conheço alguns casos de
pastores que foram “traídos” pela igreja enquanto estavam em férias ou
afastados por enfermidade. Ao voltarem, haviam sido exonerados do
ministério. Quanta dor! Quanta tristeza e até dificuldades financeiras para
os que exercem o ministério em tempo integral.
Há algumas que se sentem sozinhas, sem a
Valorize-se! “Cresça e
cooperação do marido nas responsabilidades da apareça” diz o povo. Procure
casa e da família. Na verdade a mulher é sempre crescer como pessoa, como
sobrecarregada. Às vezes o salário pequeno não crente, desenvolver-se
intelectualmente,
nos permite ter as auxiliares domésticas. Se ela profissionalmente e, sem
trabalha fora de casa, a sobrecarga é maior, pois dúvida, você terá
tem dupla ou tripla jornada de trabalho. O oportunidades de se realizar
marido preocupado e assoberbado com as como mulher, mas também
como esposa de pastor.
ocupações do ministério deixa a desejar como
chefe da família e ajudador nas lides da casa.
Entretanto isso tem tudo a ver com a personalidade e temperamento do
homem, pois há pastores que mesmo com tanta responsabilidade ainda
acham um jeitinho de cooperar com a esposa. E outros, mesmo com poucos
afazeres, são negligentes em dar sua cooperação. Essa queixa não é só da
esposa de pastor, mas as esposas de outros profissionais também passam
por isso. Conheço aposentados que não ajudam em nada a esposa; e
conheço pastores de igrejas grandes e trabalhosas que sentem prazer em
ajudar nos afazeres da casa e nos cuidados com os filhos.
Neste ponto abro um parêntese, fugindo um pouco do foco deste capítulo.
Muitos homens não cooperam nos afazeres da casa e da família, porque não
foram acostumados a fazer isso na casa dos pais. Mães, filhos homens
também podem e devem ajudar nas tarefas domésticas para mais tarde
fazerem isso também para as esposas. Fecho o parêntese com esse conselho
àquelas que têm filhos homens.
Voltamos, então, às frustrações citadas por
Mães, filhos homens
também podem e devem nossas colegas na enquete inicial. Uma delas
ajudar nas tarefas domésticas decorre das críticas duras, exigências incabíveis,
para mais tarde fazerem isso comparações negativas. Elas doem
também para as esposas.
profundamente se dirigidas a nós ou mais ainda
ao marido.
Queixa frequente é a ausência prolongada do marido.
É verdade que o marido e pai faz muita falta para a família.
Mas outras profissões também exigem que o homem se ausente de casa
por mais vezes e por tempo mais longo ainda do que o marido pastor. Não é
problema só de pastor.
***
Finalizando, transcrevo a palavra de uma das colegas que participou da
dinâmica. Disse ela: “Não sei ser outra coisa, sou feliz. Tive que fazer
opções, mas sou feliz”.
Quero propor a você, colega, que faça também esse exercício, listando as
alegrias e as frustrações que você vive como esposa de pastor. Feita a lista,
imagine uma balança daquelas antigas de dois pratos, com o eixo de
equilíbrio entre eles. Deposite em um dos pratos as suas alegrias e no outro
as frustrações. Que lado da balança ficou mais pesado?
Se as alegrias e vitórias pesam mais, glória a Deus!
Considere-se bem sucedida em sua função e prossiga valorizando cada
vez a posição privilegiada a que Deus a elevou.
Se o peso das frustrações é maior, não se desespere.
Agradeça a Deus porque, apesar dos desgostos e decepções com o ser
humano, o Senhor não a abandona e cuida de você que é muito preciosa aos
seus olhos. O futuro ainda pode lhe trazer muitas alegrias. “Portanto,
minhas amadas colegas de ministério, mantenham-se firmes, e que nada as
abale.
Sejam sempre dedicadas à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no
Senhor, o trabalho de vocês não será inútil” (Parafraseando 1 Coríntios
15.58 – NVI).
Ore comigo:
Senhor meu Deus, Sou feliz, muito feliz como esposa de pastor. São
muitas as alegrias desse ministério que é um privilégio que me foi dado por
ti.
É verdade que tenho sofrido algumas decepções e injustiças que me
entristecem e machucam. Ajuda-me a esquecê-las e não lhes dar tanto
valor que me tire a alegria e o entusiasmo desse ministério.
Conserva em mim a visão positiva e privilegiada de ser esposa de pastor.
Em nome de Jesus eu te peço.
AMÉM!
capítulo10
Ore comigo:
Senhor, Hoje quero te agradecer a vida de tantas colegas que um dia
serviram como esposas de pastores e hoje não estão mais no exercício do
ministério.
Que os trabalhos e lutas de anos ao lado dos teus servos sejam agora
recompensados com cuidados especiais de seus familiares, igrejas e de
todas as pessoas que convivem com elas.
Que suas experiências compartilhadas enriqueçam as vidas das mais
novas, que hoje passam por onde elas já passaram e fazem o que elas já
fizeram. Cuida delas com o teu carinho e com o teu amor.
Por Jesus é que eu te peço.
AMÉM!
Uma Proposta de Auto
avaliação
Auto avaliação
Se Eu Fosse Pastor...
E
... u buscaria, cada dia, o Supremo Pastor e ficaria muito tempo aos
seus pés para aprender com ele a ser um bom pastor.
...Eu gastaria longo tempo lendo e estudando a Palavra de Deus,
armazenando grande quantidade de alimento da melhor qualidade para
distribuir com minhas ovelhas.
... Eu estaria sempre preocupada e ocupada com o meu rebanho,
acompanhando-o atento às suas necessidades e dificuldades.
... Eu procuraria viver no meio das minhas ovelhas, sentindo e vivendo a
mesma realidade, pois só assim seria possível uma completa identificação
entre pastor e rebanho.
... Eu teria sempre à mão o bálsamo consolador para untar as feridas das
ovelhas doentes e oprimidas.
... Eu repartiria o meu pão com as famintas e daria de beber às sedentas.
... Eu estaria atento àquelas ovelhas fujonas, que se afastam do rebanho,
usando o cajado para puxá-las de volta ou para corrigi-las se insistissem no
erro.
... Mas eu usaria o cajado também para afugentar os lobos devoradores
do mundanismo, do comodismo, dos ventos de doutrina que sempre
aparecem para dizimar o rebanho.
... Eu estaria sempre contando e recontando o rebanho, para não deixar
nenhuma ovelha fora do aprisco.
... Eu daria tanto valor às ovelhas grandes, gordas e fortes, como aos
tenros cordeirinhos, ainda pequenos e frágeis – eles são o rebanho do
amanhã em potencial.
... Eu incentivaria o crescimento do rebanho, levando as ovelhas a se
multiplicarem, ampliando os limites do aprisco e recebendo as novas com
amor e cuidado especiais.
...Finalmente, eu procuraria me comportar de tal maneira junto ao
rebanho ou longe dele, que as ovelhas pudessem confiar plenamente em
mim e seguir as minhas pisadas, só porque viram em mim alguém parecido
com o Sumo Pastor.
... Mas eu não sou pastor, nem pretendo ser pastora.
Sou feliz e agradecida a Deus pelo privilégio de ser esposa e mãe de
pastor. Por isso, oro: “Senhor, faze de mim uma ajudadora e conselheira
idônea, cumprindo o que me compete no lar e na igreja, pois quero assim
contribuir para que eles sejam pastores segundo o coração de Deus. Em
nome de Jesus, Amém!”
Escrevi esta crônica no Dia do Pastor em junho de 1994, agradecida a
Deus por ser filha, esposa e mãe de pastor.
Para Ler, Meditar e Praticar
Uma Oração
A Resposta
“Eu a instruirei e a ensinarei no caminho que você deve seguir; eu a
aconselharei e cuidarei de você” (Salmos 32.8-NVI).
Um Conselho
“Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de
dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito.
Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem sucedida” (Josué
1.8-NVI).
Uma Advertência
“... A palavra está bem próxima de vocês; está em sua boca e em seu
coração; por isso vocês poderão obedecê-la” (Deuteronômio 30.14-NVI).
Um Ideal “Então, na juventude, os nossos filhos serão como plantas
viçosas, e as nossas filhas, como colunas esculpidas para ornar um
palácio” (Salmos 144.12-NVI).
Uma Esperança
“Todos os seus filhos serão ensinados pelo Senhor, e grande será a paz
de suas crianças” (Isaías 54.13-NVI).
Uma Promessa
“... e com a tua bênção a casa do teu servo será abençoada para
sempre”. (2 Samuel 7.29 – Melhores Textos).
A Razão Dela “Pois no dia da adversidade ele me guardará protegido
em sua habitação; no seu tabernáculo me esconderá e me porá em
segurança sobre um rochedo” (Salmos 27.5-NVI).
Uma Atitude
Uma Entrega
“O meu futuro está nas tuas mãos; livra-me dos meus inimigos e
daqueles que me perseguem” (Salmos 31.15-NVI).
Um Desafio
“Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo
vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de
Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gálatas 2.20-NVI).
Uma Recompensa
“Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio
daquele que nos amou” (Romanos 8.37-NVI).