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Por que a taxa de divórcio entre os cristãos difere pouco da dos não cristãos? A resposta é
múltipla. Primeiro, os cristãos se esqueceram, ignoraram ou rejeitaram abertamente o ensino de nosso
Senhor sobre a permanência do casamento. Em segundo lugar, os maridos e esposas cristãos falham em
compreender e aplicar os princípios bíblicos que governam a prática de ambos os cônjuges no casamento.
Terceiro, os maridos e esposas cristãos esquecem o propósito divino do casamento e, portanto, as
profundas ramificações de deixarmos de cumprir nossas responsabilidades no casamento. Quarto, os
casais cristãos deixam de ver suas responsabilidades matrimoniais à luz da Palavra de Deus.
Em apenas um versículo, Pedro aborda cada uma dessas dimensões fundamentais do casamento. É
garantido que onde essas verdades são compreendidas e obedecidas, nenhum casamento cristão deve
falhar. Pelo amor de Deus e nosso, vamos ouvir e dar atenção a estas palavras do apóstolo Pedro.
Antes de seguirmos em frente vale a pena olhar essa ordem em outras versões:
“Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento...” ARC
“Exatamente, da mesma maneira, vós maridos, vivei com vossas esposas a vida cotidiana do lar,
com sabedoria...” KJA
“Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres...” NVI
A palavra “consideração” significa atribuir ou repartir o que é devido. A esposa merece honra (a
palavra grega carrega a ideia de valor, de dignidade, da honra que alguém tem pela posição e ofício que se
mantém). Gramaticalmente, a frase "como parte mais frágil” pode ser acompanhada de " vivei a vida
comum do lar, com discernimento” ou de " tratai-a com dignidade". O último é certamente o que está em
vista por Pedro, pelo sentido de que, em vez de tirar vantagem de sua esposa porque ela é fisicamente
mais fraca, você deve tratá-la com cuidado como “um instrumento valioso”. Um médico nunca pensaria
em pegar um instrumento caro e delicado e usá-lo para martelar um prego. Ele iria “honrar” aquele
instrumento tratando-o bem.
Se os maridos cristãos tivessem praticado bem isso, não teríamos a reação do movimento chamado
“feminista evangélico”. Observe o equilíbrio delicado que Pedro apresenta: Por um lado, a esposa é o
“vaso mais frágil”, que deve se submeter ao marido (3.1) para a proteção e o cuidado de que ela precisa.
Por outro lado, ela é coerdeira da graça da vida, o que significa que ela não é inferior pessoal ou
espiritualmente. Seu marido não deve dominá-la, mas sim atribuir-lhe um lugar de honra. Assim, a Bíblia
mantém um papel distinto para os sexos, mas não classifica as mulheres como cidadãs de segunda classe.
Uma parte importante de honrar sua esposa envolve a maneira como você fala com ela e
sobre ela. Não há espaço para piadas ou sarcasmo que rebaixem sua esposa. Além disso, se você tem
filhos, é seu trabalho como chefe da família garantir que eles honrem a mãe. Você é o modelo tratando-a
com honra, mas o reforça disciplinando-os por desrespeito a ela. Você deve se juntar ao marido da mulher
virtuosa em cantar seus louvores pelo trabalho e pela vida de sua esposa (Pv. 31:10-31).
Portanto, as duas ordens são: compreenda sua esposa; e, honre sua esposa. O resultado é:
3. O resultado de compreender e honrar sua esposa será uma vida de oração eficaz.
Steve Cole diz que pensaria que Pedro teria dito, “para que você tenha um casamento feliz”, ou
“para que Deus seja glorificado”. Ambos seriam verdadeiros, é claro. Mas Pedro está chamando a atenção
para algo que muitas vezes esquecemos ou negamos: que sempre há uma correlação entre seu
relacionamento com sua esposa e seu relacionamento com Deus (Mt 5.23-24; 6.14-15) Se você não quer
um obstáculo em sua vida de oração, deve compreender e honrar sua esposa.
Pedro fala aqui do relacionamento de um marido cristão e sua esposa crente. Também é
entendimento em grande parte de comentaristas que Pedro está falando de todas as orações do marido e
da esposa - suas orações individuais, mas mais particularmente aquelas orações que eles realizam juntos
(1 Coríntios 7: 5)
Pedro está aplicando um princípio mais geral ao relacionamento de um marido e sua esposa no
casamento. Esse princípio geral é: Relacionamentos rompidos ou prejudicados entre os cristãos os
impedem em sua interação com Deus. Mateus 5: 23-24
De maneira semelhante, quando o relacionamento entre um marido e sua esposa está tenso, isso
impede nossa comunhão com Deus e, portanto, a vida de oração de um casal é paralisada pelo pecado de
um ou de ambos os parceiros.
Conclusão prática:
Pedro instrui os maridos cristãos a seguirem o exemplo do Senhor Jesus Cristo, o último
“Servo Sofredor” (1 Pedro 2.21-25). Devem fazê-lo manifestando a servidão de Cristo para com suas
esposas, assim como Cristo demonstrou Sua servidão para com a igreja. Nosso Senhor não se apegou ao
Seu status elevado sobre os homens e exigiu que os homens O servissem. (Filipenses 2: 4-8)
O marido não deve se esforçar para “usar” sua chefia sobre a esposa para sua própria
realização ou satisfação, mas deve usá-la como um meio de servir a sua esposa. Em vez de exigir
honra de sua esposa, ele deve conceder honra a ela. E isso não deve ser feito apenas quando ela é
obediente e cumpre suas responsabilidades. Deve ser feito mesmo quando a esposa está falhando em ser e
fazer tudo o que nosso Senhor exigiu dela. A humilhação de Cristo não ocorreu quando éramos "fortes",
quando éramos obedientes, mas quando éramos escravos do pecado, desamparados e sem esperança por
conta própria:
A “fragilidade” da esposa é o contexto para a servidão do marido. Ele vive com sua esposa no
nível mais profundo de intimidade e, portanto, as fraquezas da esposa serão mais evidentes para ele. O
problema é que nossa natureza decaída nos inclina a capitanear as fraquezas de nossa esposa para
aumentar nossa própria posição e poder. Quantos maridos você já ouviu expor publicamente alguma
fraqueza de sua esposa, muitas vezes com sarcasmo?
As instruções de Pedro para nós como maridos requerem que primeiro tenhamos um
relacionamento pessoal com Aquele que sofreu e morreu por nós (1 Pd 2.21-25). Então, é essencial
que conheçamos as Escrituras, pois é somente pelo conhecimento que Deus revelou em Sua Palavra que
podemos "habitar com" nossas esposas de uma maneira que O agrade e honre aquele que Deus uniu a nós
em casamento. Não devemos permitir que nossa posição nos endureça a ponto de nos tornarmos calejados
e insensíveis às fraquezas de nossas esposas, pois somente reconhecendo essas fraquezas podemos
responder como devemos como servos e ministrar a essas necessidades.