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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS


DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA

Avaliação da contaminação por petróleo dos sedimentos estuarinos


do Estuário de Suape/PE

Título do Projeto Principal:

Impactos do derrame de petróleo sobre as comunidades biológicas


dos ecossistemas costeiros (recifes, estuários e prados de
angiospermas marinhas) do litoral de Pernambuco

Aluna: Júlia de Aragão Soares Griz


Orientadora: Eliete Zanardi Lamardo
Relatório – BCT-0128-1.08/20

2021
INTRODUÇÃO
O petróleo é a fonte energética mais utilizada no mundo e, apesar de ser um
recurso não renovável, vem sendo explorado cada vez mais. A demanda e a oferta do
petróleo aumentaram exponencialmente após a Segunda Guerra Mundial, quando o
desenvolvimento marítimo e os avanços tecnológicos proporcionaram a fabricação de
petroleiros cada vez maiores e mais produtivos (Neiva, 1993; Favrod, 2012).

A introduçãodo óleo no meio ambiente pode ocorrer de forma natural ou


antrópica. O processo natural ocorre, principalmente, através de fendas oceânicas, e,
embora pontuais, podem ser significativas. As principais fontes de introdução
antrópicas são extração, transporte de derivados, consumo de petróleo, descarga de
efluentes e acidentes com navios (NRC, 2003). Essa introdução pode ser feita de forma
esporádica, tais como os acidentes com navios ou plataformas de exploração do
petróleo, ou crônica, como a descarga de efluentes sem tratamento. Dado o aumento de
medidas de controle e prevenção, a contaminação esporádica por óleo vem diminuído
consideravelmente ao longo do tempo (Baptista, 2008). Na década de 70, foram
registrados cerca de 24,5 acidentes por ano e, em 2010, esta média caiu para 1,8
acidentes por ano (Figura 1, ITOPF, 2021).

Figura 1. Derramamentos de óleo de grande porte no mundo (1970-2020), com média a


cada 10 anos.

Fonte: The International Tanker Owners Pollution Federation –ITOPF, (2021) (adaptada)
Infelizmente, diversos acidentes ocorreram na última década e causaram grande
impacto, tais como o derramamento do Golfo do México em 2010 onde vazaram mais
de 500 mil toneladas, ou o acidente no Golfo da Pérsia quando um petroleiro afundou
com seu cargo de mais de 1.000 toneladas de óleo, em 2018 (ITOPF, 2021). Os
vazamentos ocorridos no Brasil, comparativamente com os internacionais, em relação à
volume, são consideravelmente menores e as principais causas são operações de carga e
descarga e alguns encalhes ou colisões (Bícego et al., 2008). No Brasil, particularmente,
existem registros de alguns derramamentos de óleo ao longo da costa, mas, em geral,
estes se concentram nas regiões sul e sudeste nas quais existe maior exploração de
petróleo. O primeiro registro de um acidente envolvendo óleo no Brasil foi em 1977, no
qual um petroleiro sofreu um acidente perto da Ilha de Trindade/ES, derramando
aproximadamente 62.000toneladas de petróleo no mar (CETESB, 2021). Nos anos
2000s, outros acidentes no Rio de Janeiro e no Paraná ocorreram, vazando em conjunto
aproximadamente 10.000 toneladas de óleo e outros contaminantes. O histórico de
acidentes no Brasil, acompanha a mesma tendência mundial: registros frequentes de
acidentes com grandes volumes foram, ao longo do tempo, sendo substituídos por
eventos mais esporádicos com menores volumes derramados (CETESB, 2021).

O petróleo é composto quase que totalmente por hidrocarbonetos (97%), que são
compostos formados exclusivamente por hidrogênio e carbono. Em geral, são apolares e
suas características variam com sua estrutura molecular. Os hidrocarbonetos são
divididos em dois grandes grupos: alifáticos e aromáticos. Os hidrocarbonetos alifáticos
são mais abundantes no petróleo (cerca de 85%), mas apesar da maior concentração, são
de baixa reatividade, são biodegradados mais facilmente e possuem menor toxicidade,
quando comparados aos aromáticos (Kolesnikova et al., 2009). Os hidrocarbonetos
aromáticos, por outro lado, perfazem cerca de15% dos hidrocarbonetos totais, mas
possuem alta reatividade e potencial tóxico maior (Neff, 1979; NRC, 2003).

Os hidrocarbonetos alifáticos podem ser classificados de acordo com sua


estrutura: cadeia linear, ramificada, aberta ou acíclica, mista ou cíclica (Cavalcante,
2020). Os hidrocarbonetos aromáticos, apesar de possuírem estruturas cíclicas, possuem
uma característica peculiar, pois possuem um (monoaromáticos) ou mais anéis
benzênicos (policíclicos aromáticos - HPA) condensados na sua estrutura. A USEPA
propôs uma lista contendo 16 HPA (Figura 2), dentre as mais de 100 moléculas
conhecidas, para ser usada em monitoramentos ambientais, considerando o maior
potencial tóxico que estas têm em relação às demais e, principalmente pelo fato de
serem conhecidamente precursores de efeitos carcinogênicos e mutagênicos (EPA,
1986; Meire et al., 2007).

Figura 2. Estrutura química dos 16 HPA prioritários em estudos ambientais (EPA,


1986)

Fonte: Meire et al., 2007

Os HPA são divididos em dois grupos, de acordo com os processos


predominantes que os formaram: petrogênicos ou pirolíticos. Os HPA que possuem dois
ou três anéis aromáticos na sua estrutura molecular (menor peso molecular), são
compostos relativamente mais solúveis e são predominantes na composição do petróleo,
por isto são chamados de petrogênicos; os HPA que apresentam três ou mais anéis
aromáticos (maior peso molecular), são mais estáveis e relativamente mais lipofílicos, e
são encontrados preferencialmente em processos de combustão (pirolíticos) (Caruso et
al., 2008). Esta prevalência diferenciada quanto aos processos que o geraram permite
inferir a origem dos HPA no ambiente.

Diversos fatores estão relacionados com o potencial tóxico do óleo, tais como
suas características físico-químicas e o grau de intemperização, bem como o meio onde
está inserido (Bícego et al, 2008). Características como solubilidade, coeficiente de
partição octanol-água (KOW) estão diretamente relacionadas com a biodisponibilidade
da substância. Quanto maior a solubilidade do composto, mais biodisponível será para a
biota. O KOW reflete a lipofilicidade de um composto, ou seja, sua tendência em
acumular em gorduras, representando o potencial de bioconcentração do composto
(Silva et al., 2003). Os HPA de maior peso molecular são menos solúveis (se depositam
nos sedimentos) e mais lipofílicos (se concentram nos organismos) e, portanto, tendem
a ser mais tóxicos, principalmente para a comunidade bentônica. Por outro lado, os
HPA mais leves causam mais danos aos organismos pelágicos, por sua maior
solubilidade e, consequentemente, sua biodisponibilidade na coluna d’água (Bícego et
al., 2008). Outros trabalhos também apontam que a biodegradabilidade dos HPA é
inversamente proporcional ao número de anéis aromáticos e sua toxicidade (Hamdi et
al., 2006; Juhasz; Naidu, 2000; Quantin et al., 2005).

No final de agosto de 2019, manchas de óleo cru começaram a aparecer no litoral


do nordeste do Brasil, na faixa que compreende do Maranhão até o Sul da Bahia
(extensão aproximada de 4.300km). Este fenômeno se estendeu até meados de
novembro. Cerca de 5.000 toneladas de resíduos contaminados por óleo foram retiradas
(Brum et al., 2020) de mais de 1.000 localidades onde as manchas foram observadas
(Figura3) (IBAMA, 2020). Infelizmente o óleo não pode ser visto na superfície do mar
devido sua alta densidade e, por esta razão, só pode ser detectado ao alcançar a costa,
dificultando qualquer ação de prevenção e remoção desse poluente antes de atingir os
ambientes (Carmo et al., 2020; Lourenço et al., 2020; Soares et al., 2020).

Esse desastre foi considerado o maior acidente com óleo no Brasil e um dos mais
extensos no mundo. Apesar de não apresentar uma faixa de costa muito vasta, o litoral
de Pernambuco foi bastante afetado pelo derramamento, em particular a parte sul do
Estado. Extensas manchas foram avistadas em ecossistemas altamente sensíveis, tais
como recifes, manguezais, estuários e prados (IBAMA, 2020). Os impactos negativos,
decorrentes desse acidente, ainda não foram totalmente contabilizados e somente os
estudos que estão sendo realizados poderão identificá-los. Como efeito cabe ressaltar
que estão inclusos os impactos sócio-econômicos e ecológicos, observados sobre as
comunidades biológicas e teias tróficas dos ecossistemas atingidos, bem como sobre as
populações ribeirinhas que usam estes produtos para sua sobrevivência e/ou
comercialização. O objetivo desse estudo, dada a relevância e impactos decorrentes de
tal vazamento, foi quantificar a contaminação por HPA em Suape após o derramamento
de óleo.

Figura 3. Localidades atingidas pelo misterioso óleo ao longo da costa do Brasil (2019)

Fonte: IBAMA 2020

METODOLOGIA

Área de estudo

A região estuarina de Suape está localizada a 40 km ao sul da capital do estado


de Pernambuco, e é um ecossistema complexo, composto por diversos ambientes como
praias arenosas, prados, recifes, manguezais, além de receber o deságue de diversos
rios, apresentando um exuberante estuário. O local também abriga o Porto e o
Complexo Industrial de Suape. O clima da região é classificado tropical, apresentando
altas umidades com estações de seca e chuva bastante definidas. A precipitação anual é
de aproximadamente 2.450 mm (Sacramento, 2007). As marés são semi-diurnas e
possuem amplitudes de 1,5 m e 3,5 m nas marés de quadratura e sizígia,
respectivamente (Schettini et al., 2016). Para a realização do presente estudo foram
escolhidos quatro ambientes distintos: áreas recifais, estuarinas, manguezais e prados.
Coleta e processamento das amostras

Sete amostras de sedimentos (Tabela 1, Figura4) foram coletadas entre os dias


10 e 13 de fevereiro de 2020, durante as marés baixas de sizígia, com o auxílio de um
pegador de fundo do tipo van-Veen (maiores profundidades) ou, em locais mais rasos,
manualmente, usando colheres de metal. Foram coletadas duas áreas de manguezais: 1.
região com manchas de óleo à vista (# 1 ao # 3); 2. Mangue em uma área mais abrigada,
em um braço de rio (# 5). Também foram coletadas amostras na região dos recifes (#6),
Prados (#7) e no leito do Rio Massangana (#4). As amostras foram transportadas em
caixas de isopor, no gelo, e armazenadas em freezer (-22 °C) no Laboratório de
Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos – OrganoMAR– até o
momento da análise.

As amostras, ainda congeladas, foram liofilizadas para a remoção de toda a


umidade, maceradas, e peneiradas em peneira de aço inox de malha de 500 µm.
Alíquotas de aproximadamente 20g de cada amostra e de sulfato de sódio (utilizado
como branco) foram pesadas em cartuchos de extração e, sobre estas, foram adicionados
100µL dos padrões internos de HPA(naftaleno-d8, acenafteno-d10, fenantreno-d10 e
crieseno-d12, em concentração de 1.000 ng mL-1). Em paralelo, fragmentos de cobre
foram descontaminados e ativados em solução HCl 2M, para remoção do enxofre do
extrato. O sistema soxhlet foi montado com balões de 125 mL contendo 80 mL da
solução de diclorometano:n-hexano (1:1, v:v), o cobre ativado, e as amostras pesadas
nos cartuchos. A extração ocorreu durante oito horas. Em paralelo, para o controle de
qualidade do lote analítico, foram pesadas duas alíquotas de 0,5g cada, do Material de
Referência (MR) adquirido da Agência de Energia Atômica Internacional (sedimento
IAEA-417). Estas também foram submetidas ao processo de extração no sistema
soxhlet.

Os extratos foram concentrados em um evaporador rotativo até 1 mL e, na


sequência, foram purificados e separados em dois grupos: hidrocarbonetos alifáticos (F1
= não utilizados neste estudo) e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (F2). Este
procedimento é chamado de Clean-up e consistiu em preencher colunas de vidro (1,2
cm de diâmetro interno) com 3,2 g de sílica na base, 1,8g de alumina no meio, e
aproximadamente 1 cm de sulfato de sódio anidro no topo. Um volume de 10 mL de n-
hexano foi percolado na coluna para a remoção da F1, seguidos da eluição com 15mL
de diclorometano:n-hexano (3:7, v/v) para a obtenção dos HPA (F2). As frações foram
concentradas novamente no evaporador rotativo e, se necessário, no Sistema de
Evaporação em Fluxo de Nitrogênio (N2 pureza 99,2%; Glas-Col, FlexiVap
WorkStation, 109A YH-1) com bloco de aquecimento (Glas-Col 109A YH2A), de
maneira a obter um volume final de 1 mL.

Tabela 1: Coordenadas da coleta do dia 12/02/2020 em Suape

Local Ponto Latitude Longitude


Mangue 1 08°21’38.47”.S 34°57’46.31”W
Mangue 2 08°21’36.71”S 34°57’44.80”W
Mangue 3 08°21’34.74”S 34°57’43.77”W
Massangana 4 08°21’09.81”S 34°59’13.00”W
Manguezal 5 08°21’14.22”S 34°58’42.22”W
Recife 6 08°21’59.30”S 34°56’53.51”W
Prado 7 08°21’37.79”S 34°57’25.99”W

Figura 4. Estuário de Suape com os sete pontos de coleta realizados entre 10 e 13 de


fevereiro de 2020

Fonte: Google Earth


Em cada extrato foram adicionados os padrões de recuperação (fluoreno-d10,
benzo[a]antraceno-d12 e benzo[a]pireno-d12, em concentração de 1.000 ng mL-1) para
investigar a recuperação dos Padrões Internos. Para a identificação e quantificação dos
analitos, os extratos foram analisados em um cromatógrafo a gás acoplado a um detector
de espectrometria de massas (GC/MS), ambos da Agilent Technologies (7820A/5975C).
1 µL do extrato foi injetado numa coluna capilar HP-5MS (Agilent J&W, GC Columns)
com 30 m de comprimento x 0,25 mm de diâmetro interno x 0,25 µm de espessura do
filme interno, onde cada amostra percorreu por cerca de 40 minutos. O gás de arraste
utilizado foi o He (99,999%) (Arruda-Santos et al., 2018).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este estudo investigou a presença dos 16 HPA considerados prioritários, mais


um composto metilado (2-metilnaftaleno), totalizando 17 HPA que, juntos, serão
referenciados como ∑HPA (Tabela 2). As concentrações dos ∑HPA variaram entre 0,58
e 85,9 ng g-1.Segundo Baumard (1998), de acordo com a concentração de HPA totais
encontrada nos sedimentos, estes podem ser classificados como sendo pouco (até 100
ng g-1), moderado (100 – 1.000 ng g-1) ou altamente contaminados (1.000 – 5.000 ng g-
1
). Todas as amostras coletadas apresentaram concentrações dentro da faixa de baixa
contaminação.

As maiores concentrações foram observadas na região do mangue, nas


proximidades do hotel (pontos 1 ao 3), onde era possível ver manchas de óleo na
ocasião da coleta. Este mangue está inserido em um braço de rio, um local abrigado
com baixa hidrodinâmica, permitindo uma maior deposição de sedimentos e possíveis
poluentes associados às partículas. Geralmente, nesses locais, a taxa de renovação de
água é mais baixa, o que poderia representar um maior acúmulo desses contaminantes.
Um estudo na mesma área realizado em 2011/2012 reportou concentrações semelhantes
variando de 9,34 – 112,5 ng g-1 na estação chuvosa e 4,25 – 14,87 ng g-1 na estação seca
(Lemos, 2013). Estas concentrações são menores do que as reportadas por outros
estudos realizados em áreas de manguezais (Ke et al., 2005; Oyo-Ita et al., 2013;
Martins et al., 2011; Cavalcante et al., 2009; Cabral 2017), sugerindo que, apesar das
manchas de óleo vistas na superfície do mangue, os sedimentos ainda não estavam
muito contaminados. É importante que a área continue sendo estudada, para que o
processo de deposição seja monitorado e os possíveis efeitos sejam registrados e/ou
mitigados. As menores concentrações foram registradas nos pontos 4 (Rio Massangana)
e 7 (região dos Prados).

Tabela 2. Concentrações de HPA (ng g-1) em sedimentos do estuário de Suape.

Pontos de coleta 1 2 3 4 5 6 7 TEL PEL


Analito ng g-1 ng g-1 ng g-1 ng g-1 ng g-1 ng g-1 ng g-1 ng g-1 ng g-1
BPM
Naftaleno 3,56 3,25 2,15 0,16 0,67 0,19 0,09 34,6 391
2-Metilnaftaleno 1,24 0,47 0,26 <LQ 0,19 <LQ <LQ
Acenaftileno 0,92 0,96 0,39 <LQ 0,28 <LQ ND 5,87 128
Acenafteno 0,29 0,16 0,18 <LQ 0,11 <LQ ND 6,71 88,9
Fluoreno 0,86 0,68 0,53 <LQ 0,61 <LQ ND 21,2 144
Fenantreno 7,85 5,91 4,46 0,14 2,80 0,30 0,25 86,7 544
Antraceno 1,97 1,45 1,16 <LQ 0,49 0,06 0,10 46,9 245
APM
Fluoranteno 18,3 14,1 10,4 0,07 3,43 0,23 0,12 113 1494
Pireno 14,1 11,9 9,13 0,15 4,73 0,29 0,40 153 1398
Benzo[a]antraceno 3,09 4,18 3,37 ND 2,68 0,06 <LQ 74,8 693
Criseno 5,89 5,34 3,02 0,05 3,01 0,11 <LQ 108 846
Benzo[b]fluoranteno 3,20 4,80 1,34 <LQ 1,66 0,09 <LQ
Benzo[k]fluoranteno 5,97 5,71 2,99 <LQ 1,74 0,10 <LQ
Benzo[a]pireno 6,69 6,04 3,29 ND 2,60 0,10 ND 88,8 763
Indeno[1,2,3-
4,90 4,65 1,81 ND 1,59 0,10 ND
cd]pireno
Dibenzo[a,h]antraceno 0,93 0,87 0,42 ND 0,31 ND ND 6,22 135
Benzo[ghi]perileno 6,06 5,21 2,10 <LQ 1,66 0,16 <LQ
Σ16HPA 85,9 75,7 46,9 0,58 28,6 1,79 0,97

ΣBPM 16,7 12,9 9,13 0,30 5,16 0,56 0,44

ΣAPM 69,2 62,8 37,8 0,28 23,4 1,23 0,53

ΣBPM/ΣAPM 0,24 0,21 0,24 1,08 0,22 0,45 0,83

TEL – ThresholdEffectLevel; PEL – ProbableEffectLevel; BPM – Baixo peso molecular; APM – Alto
peso molecular; <LQ = <0,05 ng g-1; ND = não detectado

Os valores limite Threshold Effect Level(TEL) e Probable EffectLevel (PEL) são


valores estabelecidos por bancos de dados de compostos químicos e seus efeitos
toxicológicos. O TEL representa uma concentração abaixo da qual não ocorrem efeitos
adversos à biota, e concentrações acima do PEL apresentam prováveis efeitos adversos
aos seres vivos (MacDonald et al., 1996). As concentrações reportadas neste estudo não
ultrapassaram esses limites (Tabela 2), sugerindo que é pouco provável que a
comunidade biológica sofra consequências devido à presença destes compostos.
Entretanto, tais valores foram propostos baseados em estudos feitos com uma
comunidade biológica que habita ambientes com características diferentes. Além disto,
estes são valores individuais e os efeitos combinados desses HPA ainda são pouco
conhecidos, o que sugere que esses limites devem ser usados com cautela. Um estudo
recente, realizado em uma gamboa no estuário do Rio Potengi (RN), reportou que
mesmo baixas concentrações de HPA (3,25 – 23,2 ng g-1) dão respostas genotóxicas em
células de organismos expostos a estes sedimentos (Cabral, 2017).

Dentre os 17 HPA analisados, o fluoranteno e o pireno apresentaram as maiores


concentrações e foram presentes em todas as amostras (Tabela 1), representando
aproximadamente 16% (± 4%) e 22% (± 9%), respectivamente da ∑HPA. O fluoranteno
é um HPA com quatro anéis aromáticos e possui alto potencial tóxico, sendo
considerado o HPA mais difuso no meio ambiente, com altas concentrações tanto no
sedimento quanto na atmosfera (Tomar; Jajoo, 2013). Possui baixa solubilidade em
água (1,23 x 10-3 mg L-1) e um KOW de 5,22. Valores de KOW acima de 4 são
considerados altos, indicando que o composto irá particionar para os lipídios e/ou
sedimentos (IPCS, 1998). O pireno também é um HPA com quatro anéis aromáticos e
alto peso molecular (202 g mol -1), baixa solubilidade (6 x 10-4 mg L-1) e KOW de 5,18 e,
portanto, apresenta a mesma tendência que o fluoranteno, o que poderia justificar sua
presença nos sedimentos. Os HPA com alto peso molecular, como o fluoranteno e o
pireno, tendem a serem mais persistentes que os mais leves, causando em geral danos
crônicos e, raramente, apresentam algum dano agudo a biota (Environmental
Contaminants Encyclopedia, 1997). O fluoranteno pode ser metabolizado por alguns
organismos aquáticos, gerando estresse oxidativo nas células, resultando em efeitos
genotóxicos crônicos (Al-Subiai et al., 2011). Estudos realizados com larvas de
invertebrados aquáticos relataram uma diferença de sensibilidade entre marinhos e de
água doce, sugerindo que os invertebrados marinhos possuem maior sensibilidade a tais
contaminantes (Bellas et al., 2008; Hutchinson et al., 1998; Leung et al., 2001).

Os HPA podem ser introduzidos no ambiente através de diferentes processos /


fontes. Os HPA com menor peso molecular (2 a 3 anéis benzênicos), também
conhecidos como baixo peso molecular (BPM), são formados através da maturação
lenta da matéria orgânica, ou seja, em temperaturas relativamente mais baixas (Aboul-
Kassim; Simoneit, 2001). Estes HPA mais leves predominam no petróleo e seus
derivados em relação aos de maior peso molecular e, por isto, sua predominância está
associada à introdução direta de combustíveis fósseis no ambiente (Yunker et al., 2002).
O naftaleno (2 anéis) é o principal composto presente no óleo bruto, seguido do
fenantreno e antraceno (3 anéis) (UNEP, 1991). Os HPA com 4 ou mais anéis
benzênicos na sua estrutura (alto peso molecular - APM) geralmente são formados em
reações com temperaturas mais elevadas, e a predominância destes sobre os de BPM
sugere que a principal fonte destes compostos é a combustão, seja pela queima de
combustíveis fósseis (querosene, gasolina, diesel) ou óleo bruto, ou pela combustão
incompleta da biomassa (vegetal e carvão) (Neff, 1979; Yunker et al., 2002). Por esta
característica, a razão entre o somatório de compostos de BPM e os de APM são usados
para investigar as fontes predominantes de HPA para o sistema: se petrogênica (valores
> 1) ou se combustão (< 1) (Zhang et al., 2008).

A ∑HPA de baixo peso molecular (ΣBPM) variou de 0,30 a 16,7 ng g-1, e de alto
peso molecular (ΣAPM) variou entre 0,28 e 69,2 ng g-1 (Tabela 2). A razão
ΣBPM/ΣAPM resultou em valores <1 em todos os pontos, exceto nos pontos 4 e 7,
sugerindo que o aporte prevalente dos HPA é proveniente de processos de combustão.
Nos pontos 4 e 7 as razões foram de 1,08 e 0,83 respectivamente; tais valores são
próximos à 1, indicando uma possível mistura de fontes (petrogênicas e pirolíticas).
Além disto, são as menores concentrações, com vários HPA ausentes, o que dificulta a
interpretação de razões que considerem a somatória dos compostos.

CONCLUSÃO

Os sedimentos coletados em Suape apresentaram baixas concentrações de HPA


e a probabilidade de causar efeitos à biota local é baixa. Apenas uma região, localizada
dentro de um mangue, apresentou concentrações significativamente maiores que as
demais, refletindo a contaminação pelo óleo que atingiu a região. A área de Suape,
apesar da movimentação de barcos e atividades portuárias locais, possui concentrações
relativamente menores dos que as reportadas para outras áreas de manguezais do Brasil
e do mundo.

Cabe ressaltar que este estudo foi realizado aproximadamente quatro meses após
as manchas de óleo terem aportado na região, e não se sabe se foi tempo suficiente para
sua total deposição. Portanto, um monitoramento contínuo, abordando aspectos
químicos e outros parâmetros oceanográficos da região, deve ser realizado a fim de
entender a dinâmica destes contaminantes (diluição, dispersão e transporte). Desta
forma, o conjunto de informações poderão subsidiar as decisões das agências
responsáveis pela mitigação e/ou prevenção de desastres na região.

DIFICULDADES ENCONTRADAS

O presente estudo foi desenvolvido durante a pandemia do novo Corona Vírus e


em prol do isolamento social, as coletas adiadas e o processamento e análise das
amostras coletadas foram atrasadas. Além disso, o estresse emocional de viver num
período incerto de pandemia, também foi fator importante para a finalização deste
estudo. Apesar disso o projeto foi desenvolvido e concluído da melhor forma possível,
gerando dados importantes para a comunidade científica e complementando a formação
da aluna.

REFERÊNCIAS

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