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As areias betuminosas nada mais são do que uma combinação de areia, argila, água e
betume, um petróleo bruto, pegajoso e espesso que não pode ser usado para combustão e, a
menos que seja aquecido, se solidifica. Essa forma de petróleo é de baixa qualidade e requer
diluição com hidrocarbonetos menos pesados para que ele esteja adequado ao transporte por
oleoduto. Todavia, este processo requer numerosos procedimentos químicos, em geral
tóxicos, para diluir o betume viscoso suficientemente (FINKEL, 2018). Esse tipo de
reservatório enquadra-se na categoria de não-convencionais, uma vez que a rocha geradora do
petróleo também é a rocha reservatório e, em razão de sua baixa permeabilidade, ainda se
configura enquanto rocha capeadora. (SILVA FILHO, 2020).
Fonte: Petronotícias
É válido ressaltar, ainda, que são necessários três barris de água para processar um
único barril de petróleo, tendo como resultado a água processada de areias betuminosas
(APAB). A APAB é moderadamente alcalina e salina, e, em geral, provém do betume e sua
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composição destaca-se pelo alto teor de uma complexa mistura natural de ácidos carboxílicos
alifáticos e alicíclicos conhecida como ácidos naftênicos (ANs). Os ácidos naftênicos,
juntamente aos seus derivados, são tóxicos aos animais, à biota aquática e aos seres humanos,
podendo causar toxicidade dérmica, pele e olhos irritados, tosse e comprometimento da
fertilidade de organismos em desenvolvimento, além de causar a corrosão em unidades de
refinaria e tubulações. Por essas razões, a Alberta Environmental Protection and
Enhancement Act e a Agência de Proteção Ambiental dos EUA tornaram proibida a produção
de grandes volumes de APAB, sendo permitida uma concentração máxima de 1 a 5 mg/L de
ANs (SOARES, 2018).
Sendo assim, constata-se que as areias betuminosas são de grande importância para
economia global, mas também deve ser discutida no que tange à contaminação de água, citada
acima, e à poluição. Pode-se identificar três principais restrições ambientais à produção de
petróleo proveniente das areias petrolíferas canadenses: a emissão de gases de efeito estufa
(GEE), a escassez de água, e a poluição local. Os processos de extração e produção do
petróleo consomem uma alta quantidade de gás natural, não apenas para o calor do processo,
mas também como fonte de hidrogênio para adição ao betume (MALAGUETA, 2009). Logo,
movimentos a favor da exploração moderada e preservação da qualidade de vida do país
fizeram-se presentes nos últimos anos, como forma de participação e sensibilização civil
quanto às questões referentes à exploração pautada ao longo da pesquisa.
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REFERÊNCIAS
BRITO, Thiago Luis Felipe et al. Reservas não convencionais de petróleo e segurança
energética: a relação entre Alberta (Canadá) e os Estados Unidos. 2013. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/profile/Thiago-Brito-3/publication/318431608_Non-conventio
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United_States/links/59691025a6fdcc18ea6f1c2b/Non-conventional-oil-reserves-and-energy-s
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de novembro de 2023.
FINKEL, Madelon L. The impact of oil sands on the environment and health. Current
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<https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S2468584417300648?via%3Dihub#:~:
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LINS DA SILVA FILHO, P. S.; ALVIM, R. G. Análise dos principais reservatórios não
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2023.
WESTMAN, Clinton N.; JOLY, Tara L. Oil sands extraction in Alberta, Canada: A review
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