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Questão de aula 3

Gramática – Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa

Nome ________________________________ N.o _____ 11.o _______ Data ___ / __ /______

Avaliação ____________________ E. de Educação ____________ Professor _______________

Lê o texto.

A pegada que Almeida Garrett deixou no Porto


O escritor com quem a cidade do Porto manteve uma relação de quase amor-ódio durante o século
XIX é hoje consensual. Originário de família influente, a sua marca pode ser encontrada com
facilidade no que resta do património que lhe foi próximo e pelas homenagens que eternizam o seu
nome e figura.
5 Além da casa onde nasceu e viveu parte da infância, restam pelo Porto marcas vivas da
influência que o escritor deixou numa cidade que nem sempre lhe reservou relação pacífica,
sobretudo em vida.
A Igreja de São Lourenço, ou dos Grilos, na Sé, é outro dos pontos emblemáticos que
testemunha a história de Almeida Garrett no Porto. Durante o cerco de um ano movido pelas
10 tropas absolutistas de D. Miguel aos liberais liderados pelo futuro D. Pedro IV, entre 1832 e
1833, Garrett foi um dos homens que se refugiou naquele regimento militar improvisado e que
de lá resistiu às investidas inimigas. «Fez parte do chamado Regimento Académico e, após a
vitória liberal, redigiu o decreto que estabeleceu a introdução no brasão da cidade do coração
de D. Pedro», descreve Germano Silva.
15 Apesar de tudo, o tempo foi juiz na reconciliação entre o Porto e Garrett. Depois da sua
morte, em 1854, multiplicaram-se as homenagens que o perpetuaram no espírito tripeiro,
sobretudo a partir do século XX. Exemplo maior é o imponente monumento que impera defronte
dos Paços do Concelho.
Junto à Estação de São Bento, foi dado o nome de Almeida Garrett à praça principal que
20 acompanha a estrutura ferroviária. Quiseram, porém, os portuenses que deixasse praticamente
de ser chamada pelo nome oficial e fosse denominada mais popularmente por praça de São
Bento.
Já no arranque do século XXI, em 2001, e no âmbito da Porto Capital Europeia da Cultura,
a mais recente biblioteca municipal foi batizada com o nome de Garrett, nos jardins do Palácio
25 de Cristal.
Pedro Emanuel Santos, «A pegada que Almeida Garrett deixou no Porto», in https://www.jn.pt
(texto com supressões, consultado em 28/12/2021).

1. Classifica as seguintes orações:


40 pts.

a) «que eternizam o seu nome e figura» (linhas 3 e 4);


_________________________________________________________________________

b) «que deixasse praticamente de ser chamada pelo nome oficial» (linhas 20 e 21).
_________________________________________________________________________

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 11.o ano 319


2. Indica a classe e subclasse das seguintes palavras. 60 pts.

a) «hoje» (linha 2) _____________________________________________________________


b) «onde» (linha 5) _____________________________________________________________
c) «que» (linha 8) ______________________________________________________________
d) «testemunha» (linha 9) _______________________________________________________
e) «entre» (linha 10) ____________________________________________________________
f) «que» (linha 20) _____________________________________________________________

3. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões sublinhadas no texto. 80 pts.

a) (linha 1) ____________________________________________________________________

b) (linha 5) ___________________________________________________________________
c) (linha 6) ___________________________________________________________________
d) (linha 13) ___________________________________________________________________

4. Tal como em «refugiou» (linha 11), o valor aspetual perfetivo está presente em 20 pts.

A. «é» (linha 2).


B. «impera» (linha 17).
C. «Quiseram» (linha 20).
D. «fosse» (linha 21).

320 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 11.o ano


Questão de aula 4
Gramática – Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa

Nome ________________________________ N.o _____ 11.o _______ Data ___ / __ /______

Avaliação ____________________ E. de Educação ____________ Professor _______________

Lê o texto.

D. Madalena e seus dois maridos


Quando Polifemo, o ciclope, pergunta o nome a Ulisses, a resposta é famosa: «Ninguém». Garrett,
que em Frei Luís de Sousa faz entrar em cena um peregrino, tal como Ulisses se faz passar por
mendigo para eliminar os pretendentes da esposa, tinha isso presente, podemos apostar.
D. Madalena, a mulher de presságios e visões, que, apesar de ter conseguido casar em segundas
5 núpcias com o homem, Manuel de Sousa Coutinho, por quem se apaixonara à primeira vista, vive
amargurada por ter caído de amores antes de saber que o marido, D. João de Portugal, morria no
campo de batalha de Alcácer-Quibir.
D. Madalena enganou-se ou quis enganar-se, tal como o público espera iludir-se com a arte do
palco, e os amadores com as coisas amadas. Quando o Romeiro entra em cena, toda a gente sabe,
10 apesar da dúvida, quem ele é. Senão, para quê perguntar?
Se Frei Luís de Sousa fosse uma comédia novecentista, a peça a) seria sobre a D. Madalena e seus b)
dois maridos, e uma das cenas-chave, por exemplo, seria o quiproquó em que D. João, escutando
D. Madalena, atrás da porta, a chamar o novo esposo, pensa que ela chama por si, João, quando na
verdade chama por Manuel. (Às vezes, basta tirar os nomes de família para mudar de género teatral.)
15 Garrett, porém, já tinha feito isso em Um Auto de Gil Vicente e o seu projeto era agora inventar a
tragédia portuguesa. Reinventa, pelo menos o fatalismo.
Em termos poéticos, D. João morreu três vezes: uma quando a fiel esposa deixa de ser tão fiel;
outra, imediata, quando se julga que cai em Marrocos; e uma terceira quando, regressado a casa vinte
anos depois, conclui que é melhor fingir-se de morto. Morto, mas vivo, claro. E não é só ele: todos
20 estão mortos nesta peça, cujos tons fúnebres não deixam margem para dúvidas. Manuel de Sousa
Coutinho, que vai assumindo o papel de D. João, primeiro ocupando o coração de D. Madalena, depois
o heroísmo, depois a casa, parece morrer aos poucos para renascer como uma figura mista, com
propriedades e características de D. João. No final da peça, o escapulário que assume, mudando até
de nome, equivale às vestes do romeiro. Um e outro, na verdade, não são ninguém. É a sujeição aos
25 fados.
Jorge Louraço Figueira, «D. Madalena e seus dois maridos», in https://www.publico.pt
(texto com supressões, consultado em 28/12/2021).

1. Indica a modalidade e o valor modal expressos nas expressões seguintes. 60 pts.

a) «podemos apostar» (linha 3) ___________________________________________________


b) «D. Madalena enganou-se» (linha 8) _____________________________________________
c) «a peça seria sobre a D. Madalena e seus dois maridos» (linhas 11-12) ___________________

2. Identifica os processos de referenciação anafórica assegurados pelos elementos sublinhados. 40 pts.

a) _______________________________ b) ________________________________

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 11.o ano 321

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