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MAIO DE 2012

__________________________________________________________________________

GRUPO I

Lê atentamente o texto.

PARTE A

13 DE ABRIL, O TEATRO NACIONAL D. MARIA II ABRE AS PORTAS

1 A 13 de abril de 1846, o Teatro Nacional D. Maria II é inaugurado, durante as


comemorações do 27.º aniversário de D. Maria II. Mais do que um espaço de artes,
trata-se do símbolo da fundação e organização do teatro português, que Passos Manuel
solicitara, anos antes, a Almeida Garrett.
5 Localizado na Praça de D. Pedro IV, em Lisboa, o Teatro Nacional D. Maria II abriu as
portas ao público a 13 de abril de 1846, com o drama ‘O Magriço e os Doze de Inglaterra’,
de Jacinto Aguiar de Loureiro, apresentado, anteriormente, na inauguração.
Este símbolo da arte lusa assinala hoje mais um aniversário, mas a verdade é que a história
do Teatro Nacional D. Maria II começa a escrever-se cerca de 10 anos antes. Após a
10 Revolução de 9 de Setembro de 1836, Passos Manuel assume a liderança do Governo e,
poucos meses depois, decide fundar e organizar o teatro português.
Por portaria régia, incumbe Almeida Garrett, escritor e político, de pensar o teatro
português, “sem perda de tempo”, traçando “um plano para a fundação e organização de um
teatro nacional que, sendo uma escola de bom gosto, contribua para a civilização e
15 aperfeiçoamento moral da nação portuguesa”.
Ao celebrarmos mais este aniversário do Teatro Nacional D. Maria II, estamos, no fundo,
a homenagear personalidades que contribuíram para a Cultura portuguesa, como Almeida
Garrett, que ficou encarregue de criar a Inspeção-Geral dos Teatros e Espetáculos Nacionais
e o Conservatório Geral de Arte Dramática.
20 Liderando um projeto de Passos Manuel, Almeida Garrett instituiu ainda prémios de
dramaturgia e criou regras de defesa de direitos de autor, ao mesmo tempo que pensou um
Teatro Nacional onde “decentemente, se pudessem representar os dramas nacionais”.
(…) Joana Teles, 13 de abril de 2012

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. 5As afirmações apresentadas de (A) a (G) referem-se a acontecimentos relativos ao Teatro Nacional D.
Maria II.

Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem cronológica desses acontecimentos, do mais antigo
10
para o mais recente.

Começa a sequência pela letra (D).


(A) Almeida Garrett instituiu prémios relativos à criação de textos dramáticos.
(B)
15A inauguração deste teatro aconteceu dez anos após o início da escrita da sua história.
(C) Passos Manuel delegou em Almeida Garrett a tarefa de criar um verdadeiro teatro português.
(D) Após a Revolução de 9 de Setembro de 1836, Passos Manuel assumiu a liderança do governo.
(E) Pretende-se homenagear todas as pessoas que contribuíram para o enriquecimento da cultura nacional.
(F) Passos Manuel resolveu fundar e criar o teatro português.
20O drama “O Magriço e os Doze de Inglaterra” foi apresentado ao público no dia 13 de abril de 1846.
(G)

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2. Seleciona, para responderes a cada item (2.1. a 2.3.), a única opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto.

Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

2.1. A expressão «Este símbolo» (linha 8), refere-se


(A) ao escritor Jacinto Aguiar de Loureiro.
(B) ao drama “O Magriço e os Doze de Inglaterra”.
(C) ao teatro Nacional D. Maria II.
(D) ao escritor Almeida Garrett.

2.2. Em “sem perda de tempo” (linha 13), a autora do texto recorre às aspas
(A) para dar ênfase à expressão.
(B) para transcrever a fala de Almeida Garrett.
(C) por se tratar do título de um texto escrito.
(D) para transcrever um excerto de um documento.

2.3. No segmento textual «Liderando um projeto de Passos Manuel, Almeida Garrett instituiu ainda prémios
de dramaturgia (…)», relativamente às ações mencionadas,
(A) estas são simultâneas.
(B) a primeira é posterior à segunda.
(C) a primeira é anterior à segunda.
(D) não existe relação cronológica entre ambas.

3. Seleciona a única afirmação falsa, de acordo com o sentido do texto.


Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
(A) «que» (linha) refere-se a «símbolo da fundação e organização do teatro português».
(B) «que» (linha 14) refere-se a «um teatro nacional».
(C) «que» (linha 17) refere-se a «personalidades».
(D) «que» (linha 18) refere-se a «Cultura portuguesa».

Lê com atenção o texto que se segue.


PARTE B

Cena II

Amália - Joaquina! Joaquina! Ando à tua procura. O senhor Duarte ainda não veio?
Joaquina – Não, minha senhora.
Amália – Que homem é esse com quem tu estavas a falar?
José Félix – Anda, apresenta-me com gente.
Joaquina – Minha senhora, é aquele rapaz de quem eu lhe dizia no Porto…
Amália – Ah! Já sei: o senhor José Félix. Tens bom gosto, Joaquina. O pior é que vocês não têm de casar senão
quando o meu casamento se fizer, tenho muito medo que ainda esperem bom tempo.
Joaquina – Então porquê, minha senhora?
Amália – Ora! Estou desesperada, transtornou-se tudo: meu pai quer quebrar com ele.
Joaquina – Com o senhor Duarte?
Amália – Sim: pois com quem?
José Félix (Aparte) – Meu Deus! e as nossas cem moedas?
Joaquina – Não é possível: a mesma família, a mesma riqueza, um casamento tão igual. Tão acertado… Seu pai não
se há-de atrever.
Amália – Nada, não! Veio a Lisboa – agora é que o eu sei bem – só para achar pretexto de o desmanchar.
Joaquina – Pois não o há-de achar. O senhor Duarte é um rapaz como há poucos. Juízo não lhe falta: suas doidices…
não é, é pancada da mocidade. Isso passa depressa. Bom coração… não o há melhor. Quer a senhora saber? O mal que
ele faz é por moda… todos assim são… e o bem que ele faz, que é muito, esse, minha senhora, não é moda que pegue.
Amália – Pois sim: mas já que falamos nos seus defeitos, sempre te digo que ele tem um, que se meu pai o vem a
descobrir… Tenho-lho encoberto até agora, mas se ele o chega a conhecer, acabou-se, nunca mais lhe perdoa. Meu pai
é um negociante dos antigos, que leva a honra e a probidade, a lisura e a verdade no trato, a um ponto de severidade
que é quase rudeza… e Duarte é muito bom rapaz, não há dúvida: mas não sei se é distracção se é doidice, tomou o
costume de nunca dizer uma palavra que seja verdade.
José Félix – Percebo: tem viajado muito…
Joaquina – Não, mas é morgado, e de raça quase castelhana…
José Félix – Entendo, entendo: echelas usted más blandas.
Joaquina – E demais a mais, há seis meses que está em Lisboa…
José Félix – Onde todos os talentos se aperfeiçoam.
Amália – Enfim, meu pai declarou que à primeira mentira bem clara, bem provada em que o apanhasse, tudo estava
acabado.
José Félix – Ora adeus! O senhor seu pai com efeito… ele ainda é parente, bem se vê, há-de ter sua costela
espanhola… O seu projecto é outra espanholada também… Querer impedir que um rapaz de tom, da moda pregue a
sua peta!... Isso é mais do que formar castelos em Espanha, é querer o Rossio pela Batesga.
Amália – Meu pai é que o não entende assim: e eu não sei como hei-de avisar a Duarte.
Joaquina – Vou eu pôr-me à espera dele. Não tarda a vir por aí; e antes que entre e que fale com seu pai, hei-de avisá-
lo que tome conta em si, e que não dê notícias senão as que forem oficiais… a ser possível.
Amália – Cala-te: oiço falar no quarto de meu pai; é a voz de Duarte.
Joaquina – É que entrou pela outra escada.
Amália – Está tudo perdido! Se ele falou com meu pai… aposto que já… Nunca vi: é que não pode, mente por hábito
e sem saber o que faz.
Joaquina – Então agora o que se podia… o que era de mestre, era fazer que o senhor Brás Ferreira o não conhecesse.
Por fim de contas, a nós que nos importa que ele minta, contanto que seu pai o não perceba?
José Félix – Ela tem razão, a Joaquina, E é mais fácil isso. Se a senhora D. Amália se confia em mim, e me autoriza…
Amália – Oh meu Deus! Se vocês encobrem aquele defeito a meu pai, fico-lhes numa obrigação… Depois, em nós
casando, eu o emendarei. Que se não fosse isso…
José Félix – Está claro, minha senhora. Mas agora é preciso que o senhor Duarte me não veja. Eu é que se pudesse
ouvi-lo, e fazer assim ideia do seu modo…
Joaquina (Apontando para uma alcova, à direita) – Ora!... aquela alcova… e tem uma porta que dá direita na
escada… Eles aí vêm: entra depressa, esconde-te.
Almeida Garrett, Falar Verdade a Mentir

4. Identifica as personagens em cena.


4.1. Que relação existe entre elas?
5. Embora não estejam presentes em cena, há outras duas personagens que ganham importância por aquilo
que é dito a seu respeito. Quem são essas personagens’
5.1. Que conflito poderá gerar-se entre elas? Porquê?
5.2. Que efeitos terá esse conflito para as personagens em cena?
6. Que tipo de caracterização das personagens está presente neste excerto? Exemplifica.
7. Retira uma expressão do texto que localize a ação no espaço.
8. Aponta a didascália presente no final do excerto, explicando a sua função.

PARTE C

Observações relativas à Parte C.


1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando
esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos
algarismos que o constituam (ex.: /2012/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras –, há que atender
ao seguinte:
– a um texto com extensão inferior a 23 palavras é atribuída a classificação de 0 (zero) pontos;
– nos outros casos, um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até um ponto) do texto
produzido.

GRUPO II
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

GRUPO III

Observações relativas ao Grupo III:


1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando
esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos
algarismos que o constituam (ex.: /2012/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de 100 e um máximo de 150 palavras –, há que
atender ao seguinte:
– a um texto com uma extensão inferior a 60 palavras é atribuída a classificação de 0 (zero) pontos;
– nos outros casos, um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até dois pontos) do texto
produzido.

FIM

COTAÇÕES

GRUPO I

Parte A
1. …………………………………………………………………………………….. 6 pontos
2.
2.1. ……………………………………………………………………………… 3 pontos
2.2. ……………………………………………………………………………… 3 pontos
2.3. ……………………………………………………………………………… 3 pontos
3. ……………………………………………………………………………………… 3 pontos
Parte B
4. ……………………………………………………………………………………… 3 pontos
4.1. ………………………………………………………………………………. 3 pontos
5. ………………………………………………………………………………………. 3 pontos
5.1. ………………………………………………………………………………. 5 pontos
5.2. ………………………………………………………………………………. 5 pontos
6. ………………………………………………………………………………………. 5 pontos
7. ………………………………………………………………………………………. 3 pontos
8. ………………………………………………………………………………………. 5 pontos

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