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ORIENTAÇÕES GERAIS

LÍNGUA PORTUGUESA – 9º ANO

Descritor

D17: Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de


outras notações

Entre os recursos referidos acima, estão os sinais de pontuação. Além de


estarem vinculados intimamente à coerência do texto, esses sinais podem acumular
outras funções discursivas, como aquelas ligadas à ênfase, à reformulação ou à
justificação de certos segmentos. Nessa perspectiva, a pontuação tem de ser vista
muito mais além; isto é, não são simples sinais para separar ou marcar segmentos
da superfície do texto.

Um item relativo a essa habilidade deve, portanto, conceder primazia aos


efeitos discursivos produzidos por notações como itálico, negrito, caixa alta etc. e
pelo uso dos sinais; muito mais, portanto, do que, simplesmente, a identificação de
suas funções na sintaxe da frase.

BRASIL. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação: Prova Brasil:


ensino fundamental: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SEB; Inep, 2008. p. 94.

Professor, as atividades aqui propostas têm por objetivo auxiliá-lo na


implementação de ações pedagógicas voltadas ao desenvolvimento da habilidade
D17: Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de
outras notações.

Para o desenvolvimento dessa habilidade, é necessário que o aluno perceba


que sinais de pontuação e de notações são elementos para a construção de sentido.
Eles podem tanto promover como também intensificar os efeitos de sentido.

Desse modo, sugere-se que se desenvolvam em sala de aula estratégias de


leitura de textos que utilizem gêneros textuais diversificados para familiarizar os
alunos com as diversas possibilidades de criação de sentido desses sinais. A análise
de propagandas e de quadrinhos é uma ótima forma para trabalhar essa habilidade.
ORIENTAÇÕES GERAIS

A seguir há propostas de atividades com níveis de dificuldade diferentes. A


primeira tem nível de dificuldade fácil/médio e a segunda é um desafio de nível difícil.

Esse formato permite que a sistematização das habilidades seja feita de modo
progressivo e, ao mesmo tempo, pode apoiá-lo na condução do processo de ensino-
aprendizagem considerando a heterogeneidade da sala de aula.

Cabe destacar que as atividades complementares são modelos para possíveis


estratégias de intervenção didática, podendo ser ampliadas ou adaptadas a partir das
especificidades de sua turma. Aproveite a seção “Para saber mais” para ampliar seus
estudos sobre o tema abordado.

PARA SABER MAIS


BAJOUR, C. Ouvir nas entrelinhas: o valor da escuta nas práticas de leitura. São
Paulo: Pulo do Gato, 2012.

BRASIL. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais –


Língua Portuguesa. Brasília: 1997.

FÁVERO, L. L.; KOCH, I. V. Linguística Textual: introdução. 5. ed. São Paulo:


Cortez, 2000.
GABARITO

ATIVIDADES COMPLEMENTARES
1) Leia o texto a seguir.

Memórias da Rua do Ouvidor

[…]

Salvo o respeito devido à sua atual condição de rica, bela e ufanosa dama,
tomo com a minha autoridade de memorista-historiador, e exponho ao público a Rua
do Ouvidor em seus cueirinhos de menina recém-nascida e pobre.

A atual rainha da moda, da elegância e do luxo nasceu...

É indeclinável principiar por triste confissão de ignorância: não sei, não pude
averiguar a data do nascimento da rua que desde 1780 se chama do Ouvidor, do que
a ela disso não resulta prejuízo algum, e pelo contrário ganha muito em sua condição
de senhora; porque isenta de aniversário natalício conhecido, não há quem ao certo
lhe possa marcar a idade, questão delicadíssima na vida do belo sexo. Que afortunada
predestinação dessa Rua do Ouvidor!

[…]

Sabem todos que a cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, fundada por


Estácio de Sá em 1567, teve o seu assento sobre o monte de São Januário (depois
chamado do Castelo); mas, perdido o receio de ataques inopinados dos tamoios,
começaram logo os colonos a descer do monte e a estabelecer-se na planície.
MACEDO, J. M. de. Memórias da Rua do Ouvidor. Domínio Público. Disponível em:
<www.dominiopublico.gov.br/download/texto/sf000051.pdf>. Acesso em 21 mar. 2019.

a) Em “A atual rainha da moda, da elegância e do luxo nasceu...”, o uso de


reticências indica que o memorista:

a) tem certeza sobre qual é a data de nascimento.


b) quer dar ênfase à data de nascimento.
c) hesita, porque não sabe a data de nascimento.
d) está surpreso com a data de nascimento.

b) No último parágrafo, os parênteses isolam:

a) comentário de terceiro.
b) informação essencial.
c) citação.
d) informação acessória.
GABARITO

DESAFIO

2) Leia o texto a seguir.

Memórias Póstumas de Brás Cubas

A minha ideia, depois de tantas cabriolas, constituíra-se ideia fixa. Deus te


livre, leitor, de uma ideia fixa; antes um argueiro, antes uma trave no olho. Vê o
Cavour; foi a ideia fixa da unidade italiana que o matou. Verdade é que Bismarck não
morreu; mas cumpre advertir que a natureza é uma grande caprichosa e a história
uma eterna loureira. Por exemplo, Suetônio deu-nos um Cláudio, que era um
“verdadeiro banana”, — ou “uma abóbora” como lhe chamou Sêneca, e um Tito, que
mereceu ser as delícias de Roma. Veio modernamente um professor e achou meio de
demonstrar que ambos esses conceitos eram errôneos e abstrusos, e que dos dois
césares, o delicioso, o verdadeiramente delicioso, foi o “abóbora” de Sêneca. […]

Viva pois a história, a volúvel história que dá para tudo; e, tomando à ideia
fixa, direi que é ela a que faz os varões fortes e os doidos; a ideia móbil, vaga ou
furta-cor é a que faz os Cláudios, — fórmula Suetônio.

Era fixa a minha ideia, fixa como... Não me ocorre nada que seja assaz fixo
nesse mundo: talvez a lua, talvez as pirâmides do Egito, talvez a finada dieta
germânica. […]
ASSIS, M. de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Domínio Público. Disponível em:
<www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000213.pdf>. Acesso em 12 abr. 2019.

a) Em “verdadeiro banana”, as aspas foram usadas para indicar que a expressão é:

a) formal.
b) irônica.
c) coloquial.
d) mentira.

b) O uso de reticências em “Era fixa a minha ideia, fixa como...” sugere que o
narrador:

a) terminou de expor sua ideia.


b) está pensando sobre o assunto.
c) tem certeza acerca da comparação.
d) é flexível sobre sua ideia.
ESCOLA_________________________________________________________
DATA: ______________________________________TURMA:_____________
NOME: _________________________________________________________

ATIVIDADES COMPLEMENTARES
1) Leia o texto a seguir.

Memórias da Rua do Ouvidor

[…]

Salvo o respeito devido à sua atual condição de rica, bela e ufanosa dama,
tomo com a minha autoridade de memorista-historiador, e exponho ao público a Rua
do Ouvidor em seus cueirinhos de menina recém-nascida e pobre.

A atual rainha da moda, da elegância e do luxo nasceu...

É indeclinável principiar por triste confissão de ignorância: não sei, não pude
averiguar a data do nascimento da rua que desde 1780 se chama do Ouvidor, do que
a ela disso não resulta prejuízo algum, e pelo contrário ganha muito em sua condição
de senhora; porque isenta de aniversário natalício conhecido, não há quem ao certo
lhe possa marcar a idade, questão delicadíssima na vida do belo sexo. Que afortunada
predestinação dessa Rua do Ouvidor!

[…]

Sabem todos que a cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, fundada por


Estácio de Sá em 1567, teve o seu assento sobre o monte de São Januário (depois
chamado do Castelo); mas, perdido o receio de ataques inopinados dos tamoios,
começaram logo os colonos a descer do monte e a estabelecer-se na planície.
MACEDO, J. M. de. Memórias da Rua do Ouvidor. Domínio Público. Disponível em:
<www.dominiopublico.gov.br/download/texto/sf000051.pdf>. Acesso em 21 mar. 2019.

a) Em “A atual rainha da moda, da elegância e do luxo nasceu...”, o uso de


reticências indica que o memorista:

a) tem certeza sobre qual é a data de nascimento.


b) quer dar ênfase à data de nascimento.
c) hesita, porque não sabe a data de nascimento.
d) está surpreso com a data de nascimento.

b) No último parágrafo, os parênteses isolam:

a) comentário de terceiro.
b) informação essencial.
c) citação.
d) informação acessória.
ESCOLA_________________________________________________________
DATA: ______________________________________TURMA:_____________
NOME: _________________________________________________________

DESAFIO

2) Leia o texto a seguir.

Memórias Póstumas de Brás Cubas

A minha ideia, depois de tantas cabriolas, constituíra-se ideia fixa. Deus te


livre, leitor, de uma ideia fixa; antes um argueiro, antes uma trave no olho. Vê o
Cavour; foi a ideia fixa da unidade italiana que o matou. Verdade é que Bismarck não
morreu; mas cumpre advertir que a natureza é uma grande caprichosa e a história
uma eterna loureira. Por exemplo, Suetônio deu-nos um Cláudio, que era um
“verdadeiro banana”, — ou “uma abóbora” como lhe chamou Sêneca, e um Tito, que
mereceu ser as delícias de Roma. Veio modernamente um professor e achou meio de
demonstrar que ambos esses conceitos eram errôneos e abstrusos, e que dos dois
césares, o delicioso, o verdadeiramente delicioso, foi o “abóbora” de Sêneca. […]

Viva pois a história, a volúvel história que dá para tudo; e, tomando à ideia
fixa, direi que é ela a que faz os varões fortes e os doidos; a ideia móbil, vaga ou
furta-cor é a que faz os Cláudios, — fórmula Suetônio.

Era fixa a minha ideia, fixa como... Não me ocorre nada que seja assaz fixo
nesse mundo: talvez a lua, talvez as pirâmides do Egito, talvez a finada dieta
germânica. […]
ASSIS, M. de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Domínio Público. Disponível em:
<www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000213.pdf>. Acesso em 12 abr. 2019.

a) Em “verdadeiro banana”, as aspas foram usadas para indicar que a expressão é:

a) formal.
b) irônica.
c) coloquial.
d) mentira.

b) O uso de reticências em “Era fixa a minha ideia, fixa como...” sugere que o
narrador:

a) terminou de expor sua ideia.


b) está pensando sobre o assunto.
c) tem certeza acerca da comparação.
d) é flexível sobre sua ideia.

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