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Celebração da Sexta Feira Santa – 28/03/2024

Hoje rezamos com profunda piedade a paixão de Nosso


Senhor Jesus Cristo. O primeiro ponto a se destacar é o
seguimento dos discípulos no seu esvaziamento por amor a
todo mundo, por amor a cada um dos homens por Ele amado.
Neste momento Jesus trava uma luta intensa em que está
sozinho, uma luta pela salvação de toda a humanidade, dando
sim ao Pai, concretizando sua missão de dar esse sim total e
definitivo em nome de toda a humanidade.
Após a ceia, Jesus se retira para rezar com seus amados
discípulos e eles acabam adormecendo, cedendo ao cansaço.
Jesus neste momento sente o peso da solidão, ali ele
compreende a dificuldade de se encontrar sozinho, tentando
não, uma, nem duas, mas três vezes fazer com que seus
discípulos estivessem com ele naquele momento, mas eles
permanecem rendidos ao sono.
Jesus sente o peso dos pecados de toda a humanidade,
sente o peso da natureza humana que se corrompe com toda a
mancha do pecado e tem uma ruptura com o Pai que está nos
céus, o menosprezo do carinho de deus.
Na narrativa de São João, quando o soldado trespassa o
lado de Jesus, emergem sangue e água, dirigindo a nossa
atenção para o seu coração e suscitando a contemplação do
seu amor, fonte de onde brotam todos os mistérios da
salvação.
Este amor abrange as promessas do Antigo Testamento,
as mensagens proféticas e representações simbólicas dentro
da lei, a intervenção divina na vida do povo escolhido de Deus,
a manifestação de Deus em forma humana, a totalidade da vida
de Jesus, seus ensinamentos e, em última análise, sua morte
sacrificial.
A abertura no lado de Jesus pode ser comparada a uma
fonte que alimenta o paraíso terrestre, lembrando as diversas
fendas nas rochas que forneciam água para saciar a sede dos
israelitas.
Através desta ferida tão específica e impactante,
ganhamos acesso às profundezas do coração de Jesus,
permitindo-nos compreender mais plenamente a imensa
extensão do amor que Cristo nos concedeu. É dentro deste
amor profundo que compreendemos o motivo e o objetivo que
seguem a cada ato divino: Deus nos trouxe à existência,
libertou-nos do perigo e separou-nos para a santidade, tudo
por um amor pleno e gratuito.
Nas profundezas do coração de Jesus, a essência divina
cobre o nosso ser, revelando-se na sua forma mais perfeita e
completa. Toda angústia e aflição encontram seu ápice neste
coração sagrado, transbordando em abundância.
Mergulhando nas profundezas, exploremos a multidão de
aflições suportadas pelos corações mais ternos: os insultos,
as difamações, as traições, as deserções, as rejeições. Toda
agonia converge para este Coração, extravasando seus limites.
Ele experimentou todos eles, santificando cada um.
Diante de nossas dolorosas tristezas, por mais intensas
que sejam, devemos depositar nossa confiança na empatia e
na bondade deste Coração, que escolheu acolher nosso
sofrimento para demonstrar ainda maior compaixão e
misericórdia.
A abertura do Coração do Senhor nos relembra
constantemente seu amor, a sua generosidade, cada momento
de angustia e sofrimentos passados por Ele em nome da
justiça, da paz e da igualdade para todos, mas sobretudo, pelos
nossos pecados.
Que ofereçamos em troca tamanha entrega a mais sincera
gratidão, a compaixão, testemunhando esse espírito que por
ele foi deixado a cada um de nós para perpetuarmos a sua
presença salvadora no meio dos homens. Que assim seja,
amém!

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