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36 Revista Anhanguera Goiânia v.16, n. 1, jan/dez. p.

z. p. 36-42, 2016 Diálogo entre ficção e realidade: a linguagem literária como uma das representações de mundo 37
INTRODUÇÃO processo de criação literária, sem considerar a
própria realidade?
Diálogo entre ficção e realidade: a linguagem “Negar a fruição da literatura Se considerarmos o fato de que a
é mutilar nossa humanidade”.
literária como uma das representações de mundo literatura possui a inconfundível função de
Antonio Candido
exprimir condições de alegria, de indignação,
Renato de Oliveira Dering1 e Thaís Fernanda Silva2 certezas e dúvidas do homem diante do mundo
“A boa ficção tem mais peso do que a mo-
e da realidade que o cerca, veremos que as
Resumo desta realidade”. A frase dita por Maria Luíza
experiências reais se confundem e se misturam,
de Queiroz (1998), irmã da escritora Rachel de
num processo de criação e descoberta da
O presente artigo visa elucidar questões relacionadas entre literatura e realidade, no que tange Queiroz, mostra-se muito significativa para a li-
própria vida. É assim em Eça de Queiroz,
ao processo de criação do texto ficcional. Para isso, são tecidas discussões que permeiam desde o teratura, pois nos faz refletir sobre a linha divisó-
com seus personagens constituídos de tantos
conceito do que é literatura, até a sua relação com a cultura, a história e a sociedade. Dessa forma, ria entre a realidade e a arte. Afinal, o que separa
caracteres reais, como as ambições, o desejo, a
faz-se necessário refletir sobre os caminhos trilhados por alguns autores da literatura brasileira, no esses dois campos de fruição humana? Quais são
vulnerabilidade e a vingança, por exemplo.
processo de criação da prosa literária, a fim de entender como a própria realidade se manifesta na as influências que uma exerce sobre a outra?
Do mesmo modo em que percebemos essas
ficção, e de que forma essa manifestação influencia nos objetivos da literatura. O presente artigo visa levantar pontos
recorrências de constituição nas obras de Jorge
de discussão que permitam um diálogo entre
Amado, Erico Veríssimo, Aluízio de Azevedo e
Palavras-chave: Literatura, ficção, representação social. a realidade e ficção. Através de uma pesquisa
tantos outros escritores, que souberam utilizar
bibliográfica, foram propostas discussões que
elementos das mazelas sociais, aproveitando-os
entrelaçam os conceitos do literário, bem como
Dialogue between fiction and reality: the literary para transformá-los em matéria de conhecimento
suas interseções com a cultura, a história e a
do público. Público esse que, se até então, sempre
language as one of the world representations própria sociedade. A reflexão permeia, dessa
pareceu não se questionar ou não se importar com
forma, alguns aspectos da literatura brasileira,
determinadas atitudes sociais, pelo menos, passou
Abstract no processo de criação da prosa literária, com o
a se ver retratado em muitas páginas literárias.
intuito de entender como a realidade se manifesta
Por outro lado, os conceitos e as ideias de
This article aims to clarify related issues between literature and reality, in relation to the process of na ficção. Do mesmo modo, observa-se como as
literatura nem sempre foram os mesmos. Em
creation a fictional text. Discussions that permeate through the concept of what literature is, until manifestações podem influenciar os objetivos
Teoria da Literatura: uma introdução, o teórico
its relationship with culture, history and society. This way, it is necessary to reflect on the paths propostos pela arte, no caso, a literatura.
Terry Eagleton (2006) afirma que:
followed by some authors in the Brazilian literature, the process of creating the literary prose, how
the reality is expressed in fiction, and how this form of manifestation influences the goals literature. Percorrendo as trilhas Na Inglaterra do séc. XVIII, o conceito
da arte e realidade de literatura não se limitava, como cos-
Key words: Literature, fiction, social representation tuma ocorrer hoje, aos escritos “criati-
vos” ou “imaginativos”. Abrangia todo
É inegável a presença do real sob a
o conjunto de obras valorizadas pela
literatura no passar dos tempos, logo, é sociedade: filosofia, história, ensaios e
interessante questionar a possibilidade em cartas, bem como poemas. Não era o
separar, absolutamente, dois elementos tão fato de ser ficção que tornava um texto
entrelaçados, tão dependentes um do outro. literário – o séc. XVIII duvidava seria-
mente se viria a ser literatura a forma
1
Mestre em Letras: Estudos Literários (UFV) e Graduado em Letras: Português (FL/UFG). Goiânia – Goiás - Brasil. E-mail: renatodering@gmail. Isto é, é possível conceber a arte sem que haja recém-surgida do romance – e sim sua
com experiências reais, concretas? Ou ainda, haveria conformidade a certos padrões de “belas
2
Doutoranda em Letras: Estudos Literários (UNESP/ASSIS), Mestra em Letras: Estudos Literários (UFV) e Graduada em Letras: Português (UFOP).
Bebedouro - São Paulo - Brasil. E-mail: thaisfsilva@ymail.com alguma possibilidade de entender a origem do letras”. (EAGLETON, 2006, p.25)
38 Renato de Oliveira Dering e Thaís Fernanda Silva Diálogo entre ficção e realidade: a linguagem literária como uma das representações de mundo 39
Diante dessas perspectivas, a concepção Riedel, e o “Corpo, espírito e razão viva”, de camada social não o é para outra. na ficção? É exatamente nesse jogo de avanços
do texto literário era puramente ideológica. A Dicaearchos Carneades, filósofo grego. (CANDIDO, 1995, p. 240) e recuos que a literatura se manifesta, em sua
literatura restringia-se aos valores e gostos de Antonio Candido, em seu texto O Direito forma às vezes transcendente, às vezes radical. E
uma determinada camada social e se desenvolvia a literatura, nos mostra como a sociedade pode Se a literatura não possui a capacidade e dizemos radical, porque nem sempre a literatura
de acordo com os critérios previstos pelo cânone. ser paradoxal, pois ao mesmo tempo em que o poder humanizador, então qual é sua função vem para confirmar o conhecido; ela permite
Ou seja, o caráter ideológico dos textos literários se racionalizou, por meio do conhecimento social? Seria então melhor banir os cursos também, o confronto, o desajuste com aquilo
servia de mecanismo para legitimar os interesses adquirido através das letras, tornou-se irracional, de Letras? Evidentemente que não! A relação que nos é naturalmente compartilhado. Assim,
de um grupo social, e não de todos. Temas isto é, da mesma forma que utiliza a literatura para entre a linguagem e o mundo, ora dura, ríspida, Lajolo (1985) afirma que,
como racismo, colonialismo, práticas machistas avançar socialmente, faz uso do conhecimento concreta, ora suave, sensível e fluída, mostra-
e homofóbicas, por exemplo, por muito tempo como ferramenta de poder e de manipulação nos o quanto é pequena a distância que separa Ao mesmo tempo em que cola o homem
social. “Portanto, podemos dizer que os mesmos as coisas da própria palavra. E a literatura, às coisas, diminuindo o espaço entre o
não foram questionadas, justamente por
nome e o objeto nomeado, a literatura
comprometer e, talvez, desestabilizar o poder meios que permitem o progresso podem provocar enquanto representação do real, fornece ao dá a medida do artificial e do provisório
hegemônico social, isto é, o cerne da sociedade. a degradação da maioria” (CANDIDO, 1995, leitor não um retrato fiel e idêntico daquilo da relação. Sugere o arbitrário da
É perceptível que em meados do século p.235), como é, novamente, o caso de Hitler. A que lhe é corriqueiro, mas a possibilidade de, a significação, a fragilidade da aliança e,
XIX e início do século XX, em pleno processo construção de sua formação intelectual através da partir do comum, transformar-se em múltiplas no limite, a irredutibilidade de cada ser.
É, pois, esta linguagem instauradora
de desenvolvimento mundial, a sociedade fruição literária, não serviu para humanizá-lo e possibilidades. De acordo com Roger Chartier, de realidades e fundante de sentidos a
não parecia reconhecer de nenhuma forma nem utilizar seu poder persuasivo para melhorar o poder da literatura é tão significativo, que linguagem de que se tece a literatura
a importância e o valor do negro como as condições humanas da sociedade alemã. Hitler, se torna capaz de repercutir a mudança de (LAJOLO, 1985, p.37).
ser humano e ser social, e a mulher como pelo contrário, foi além disso, com sua consciência posicionamentos e visões de mundo. “Os
indivíduo potencialmente capaz. Obras como provinda das belas-letras fez uso do discurso intelectuais esquecem que por meio de um Antonio Candido considera que toda obra
as de Monteiro Lobato e Machado de Assis, no literário para propagar e legitimar sua ideologia livro pode-se transformar a visão do mundo literária é antes de tudo forma, é uma construção.
Brasil, nos dão esse panorama. Logo, é através preconceituosa, promovendo uma barbárie social e, através da visão de mundo, transformar Segundo o autor, as palavras adquirem coerência
da arte que esses e tantos outros traços do que dizimou milhões de vidas, numa atitude de também o próprio mundo social” (CHARTIER, e força no modelo de organização em que são
comportamento e das relações sociais, foram crueldade para alcançar suas convicções. 1996, p.243) colocadas (CANDIDO, 1995). Essa organização
apresentados e delineados, assim, apontados Assim, o mal que as pessoas provocam, Corroborando com nossa proposta, de consciente se manifesta no indivíduo leitor, ainda
principalmente através da literatura. seja diretamente ou através do abuso de poder, acordo com o escritor italiano Umberto Eco, “a que inconscientemente. “A produção literária
Se a leitura desses brasileiros, ou de tantos parece normal e aceitável para um determinado literatura mantém em exercício, antes de tudo, tira as palavras do nada e as dispõe como todo
outros nomes não serviu para humanizar leitores, grupo social, contudo, promover a banalização a língua como patrimônio coletivo” (ECO, articulado. Este é o primeiro nível humanizador
pode-se considerar que o choque e a tomada de de alguns cernes da sociedade não é, por assim 2003, p10), ou seja, a língua retrata a sociedade, [...]. A organização da palavra comunica-se ao
consciência provocados por seus textos, foram dizer, uma maneira de degradá-la? Candido nosso espírito e o leva, primeiro, a se organizar,
e a reitera enquanto patrimônio histórico-
inevitáveis. Tais características (principalmente (1995) ainda acrescenta: em seguida, a organizar o mundo” (CANDIDO,
sociocultural. Eco acrescenta ainda que “o
a tomada de consciência) explicariam, por 1995, p.245-246).
mundo da literatura é um universo no qual é
exemplo, o fato de leitores como Adolf Hitler [...] o valor de uma coisa depende em Ainda na busca por uma definição das re-
grande parte da necessidade relativa possível fazer testes para estabelecer se um leitor
serem tão desumanos e inescrupulosos e, no lações entre literatura e realidade, apoiamo-nos
que temos dela. O fato é que cada época tem o sentido da realidade ou é presa de suas
entanto, constituírem-se também, em leitores e cada cultura fixam os critérios de no conceito de Hayden White (WHITE, 2005),
próprias alucinações” (ECO, 2003, p.15).
compulsivos, apreciadores de obras como “Die incompressibilidade, que estão ligadas sobre o papel do historiador e do romancista.
Deixemos aqui alguns questionamentos:
Welt als Wille und Vorstellung (O Mundo à divisão da sociedade em classes, Para ele,
pois inclusive a educação pode ser deveríamos, então, enquanto leitores que
como vontade e representação)”, do pensador
instrumento para convencer as pessoas somos, degustar a literatura para entendermos [...] o objetivo de um romancista deve
Schopenhauer, de 1818, Lei do Mundo, de Max de que o que é indispensável para uma a vida? Ou a própria vida é inspirada e baseada ser o mesmo do de um historiógrafo.
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Ambos pretendem apresentar uma junto à humanidade na luta por seus direitos. do homem. O terreno da literatura é E assim, o mundo da literatura, como o da
imagem verbal da “realidade”. O Mas nessa luta por representar os anseios do (...) aquela parte dos outros, ou de nós própria linguagem, é o mundo da possibilidade
romancista poderá apresentar a mesmos, que só pode ser conhecida
ser humano, a literatura não tem o poder (e ou ainda, como afirmou o poeta Mário Quintana,
sua noção dessa realidade de forma através da confidência. Sob este
indirecta, ou seja, através de técnicas nem o comprometimento) de fazer o leitor ponto de vista, os pobres psicólogos a literatura (ou os livros) não pode modificar
figurativas, em vez de apresentar de sentir-se bem ou mal com a vida; ela apenas devem tudo aos escritores. A maior o mundo, porque isso são as pessoas quem o
forma directa (...), através do registro de diz, independente do que se trata e de quem a riqueza de revelações psicológicas está fazem; quem realmente irá mudar o mundo são
uma série de proposições supostamente acumulada em dramas, romances,
leia. Sua repercussão dependerá da forma como as pessoas que dele fazem parte. No entanto, os
correspondentes, ponto por ponto, (...) poemas, autobiografias, onde aparece o
de acontecimentos ou ocorrências, tal for lida, como for utilizada. “Creio que esta homem real concreto na sua “vivência” livros é que mudam as pessoas.
como o historiador afirma fazer. (...) A educação ao fado e à morte é uma das funções irredutível à observação exterior. E a Percebe-se, portanto, uma relação indis-
imagem da realidade que o romancista principais da literatura” (ECO, 2003, p.21). literatura é confissão direta ou indireta, sociável entre a arte e a realidade, principalmen-
assim constrói pretende corresponder Candido (1995) ainda ressalta: confidência ou lirismo. ‘Madame te no que confere suas funções enquanto fruição
(...), a um determinado domínio da Bovary c’est moi’, dizia Flaubert,
experiência humana que não é menos desmentindo todas as teorias estéticas. da vida humana. A literatura, mesmo enquanto
“real” do que aquele que é referido Portanto, assim como não é possível texto ficcional, não se limita a mera represen-
Por isso mesmo, o exercício da leitura,
pelo historiador3. Assim, não se trata de haver equilíbrio psíquico sem o
que parece uma simples forma do tação da vida, mas dialoga com ela e dela faz
um conflito entre dois tipos de verdade sonho durante o sono, talvez não haja
prazer artístico, pode ser interpretado parte, assim como seus sujeitos. Por assim ser,
[...]. (WHITE, 2005, p.44) equilíbrio social sem a literatura. Deste
como necessidade de simpatia humana
modo, ela é fator indispensável de “é importante se ater que nas últimas décadas
e de compreensão psicológica. A leitura
humanização e, sendo assim, confirma tivemos a passagem de um sujeito liberto para
Dessa forma, a linha que separa a ficção o homem na sua humanidade, me parece uma escola de boa vontade.
inclusive porque atua em grande parte (MEYER, 1986, p. 8-9) um sujeito libertino” (DERING, 2014, p.157,
da realidade é frágil e superficial, já que, muitas
no subconsciente e no inconsciente. grifo do autor). Antes, preso em uma sociedade
vezes, relatos reais e literários se confundem, se
(Candido, 1995, p.243) Logo, a frase inicial do presente artigo, limitadora e, agora, em descoberta.
misturam, se complementam, porque tanto um
“a boa ficção tem mais peso do que a modesta Pode-se compreender tal posicionamento
quanto o outro pretende apresentar sua versão
A literatura enquanto mímesis demonstra realidade” (QUEIROZ e QUEIROZ, 1998), é pela linha cronológica a qual o conceito de
do real, sua “imagem verbal da realidade”. White
que não é possível estabelecer uma represen- muito significativa, porque remete ao verdadeiro literatura passou, desde algo meramente
(2005) ainda acrescenta:
tação das ações humanas se não for por meio caráter do objeto literário: o de considerar que “imaginativo” e “fabuloso” até sua valorização
[...] qualquer ficção tem de passar um da linguagem. Desde os primórdios da huma- aquilo que é vivido pelo ser humano, enquanto enquanto um conjunto de obras importantes
teste de correspondência (tem de ser nidade, o homem utilizou as letras e os símbo- sujeito instituído num meio e numa instância e necessárias para as sociedades por seu teor
“adequada” como imagem de algo los para se representar e, assim, constituir-se social, pode vir a adquirir outros significados, reflexivo, intelectual e dialógico. Assim, o que
que está para além dela mesma) caso historicamente. Dessa forma, segundo Manuel
e outras proporções de valores através da se vê, nessa perspectiva, é a extrapolação do
pretenda representar um exemplo ou
uma revelação da experiência humana Antonio de Castro (1999), o real é a verdadeira literatura; tudo depende das experiências sociais literário e sua relação com os sujeitos produtores
do mundo. (WHITE, 2005, p.45) ficção. “O vigor da manifestação é a mimésis. O e das expectativas de leitura de cada um. Se a e recebedores dessa arte.
meio de manifestação é a metáfora e mimésis, vida imita a arte, não se sabe. Destaca-se, nesse sentido, o fundamental
Nesse sentido, a epígrafe “negar a fruição o seu vigor. Nesse fazer o poeta se exerce his- papel do literário na concepção e discussão de
da literatura é mutilar nossa humanidade” toricamente, manifestando a sua historicidade” Considerações finais conceitos e pré-conceitos constituídos social
(CANDIDO, 1995, p.256), proposta por (CASTRO, 1999, p.59). e culturalmente, como é o caso, por exemplo,
Candido e disposta no início deste artigo, serve Para Meyer (1986), O que se pode dizer é que, definitivamente, do machismo ou feminismo, dentro de uma
não apenas para corroborar com a ideia de que a arte se inspira na vida, em uma relação mútua sociedade patriarcal a qual o Brasil cresceu. Isso
a literatura não é mero objeto de abstração, Se não fosse a literatura – poesia,
ficção – nada saberíamos do mistério de possibilidades. Ambas não transmitem nada retoma a posição de Candido (1995) ao refletir
mas para dar ênfase a idéia de que ela caminha individual dos outros, do seu mundo que não se precise, elas criam; não revelam nada sobre os meios de progresso de uma dada
3
Grifo nosso. interior, da multiplicidade psicológica que não seja tão óbvio, sugerem. sociedade.
42 Renato de Oliveira Dering e Thaís Fernanda Silva Revista Anhanguera Goiânia v.16, n. 1, jan/dez. p. 43-51, 2016 43
Assim, entender a influência da fruição e ponto limítrofe”. Revista Entrelaces. v.4, n. 4.
das artes não é apenas abrir o palco de p. 156-168, Set. 2014.
discussões sobre sua inserção nos contextos Eu ensino, tu ensinas, ele ensina e nós aprendemos:
EAGLETON, T. Teoria da literatura: uma
sociais, mas também crer na efetiva necessidade introdução. Trad. Waltensir Dutra. São Paulo: diferenciação do ensino de português como língua
e importância que elas mantiveram e ainda Martins Fontes, 2006.
mantêm nesses contextos. materna (l1), segunda língua (l2) e língua estrangeira (le)
ECO, U. Sobre literatura. Editora Record, São
Paulo, 2003. Eduardo Dias da Silva1
Referências Bibliográficas
Yéris Gerardo Láscar-Alarcón2
LAJOLO, M. O que é literatura. São Paulo:
Editora Brasiliense, 6ª edição. São Paulo, 1985. Resumo
CANDIDO, A. Vários escritos. 3a edição, São
Paulo, Duas Cidades, 1995 MEYER, A. Textos críticos. São Paulo:
Perspectiva/INL, 1986, pp. 8-9. Esta pesquisa qualitativa exploratória é concretizada neste artigo como uma contribuição sobre a
CASTRO, M. A. de. A Natureza do Fenômeno
diferenciação entre os termos língua materna (L1), segunda língua (L2) e língua estrangeira (LE)
Literário. In: SAMUEL, R. (Org.). Manual de QUEIROZ, R. de; QUEIROZ, M. L. de. Tantos
quanto ao ensino de Português. Para os envolvidos no ensino de línguas – professores, aprendentes,
teoria literária. Petrópolis: Vozes, 1999. anos: uma biografia.
produtores de materiais – entender a abordagem de como a língua é ensinada torna-se um aspecto
CHARTIER, R. (Org.). Práticas da leitura. São São Paulo, Arx, 2004. importante tanto para o enfoque em sala de aula, como para a elaboração de materiais didáticos,
Paulo. Estação Liberdade, 1996. WHITE, H. As ficções da representação factual. métodos e técnicas quanto para a abordagem linguística, linguageira, cultural, intercultural,
DERING, R. “Pós modernidade e estudos de In: SANCHES, M. R. (Org). Deslocalizar a sociodiscursiva, entre outras. Compreendemos que a formação do professor, a abordagem utilizada
cultura industrial: reflexões acerca de conceitos Europa. Lisboa: Cotovia, 2005. em sala de aula de língua, os materiais, a avaliação e o método traduzem o processo de ensino e
aprendizagem. E esse é o primeiro passo para que o ensino de línguas (L2 ou LE) inspire políticas
promissoras de ensino de Português.

Palavras-chave: Ensino e aprendizagem. Ensino de Português. Métodos de ensino de línguas.


Consciência linguística

I teach, you teach, he teaches and we learn: differentiation


of teaching portuguese as native language (l1), second
language (l2) and foreign language (fl)

Abstract

This exploratory qualitative research presented in this article as a contribution to the differentiation
between the terms native language (L1), second language (L2) and foreign language (LE) in the
Portuguese teaching. For those involved in language teaching - teachers, learners, materials
producers - understand the approach of how the language is taught becomes an important aspect
1
Doutorando em Literatura e Mestre em Linguística Aplicada pela Universidade de Brasília (UnB). Professor de Educação Básica na
SEEDF, Pesquisador do GECAL/CNPq e FORPROLL/CNPq. edu_france2004@yahoo.fr
2
Mestre em Linguística Aplicada pela Universidade de Brasília (UnB). Pesquisador do GECAL/CNPq. profyeris@gmail.com

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