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Aula 10

Controle da Administração Pública

Noções de Direito Administrativo para


Agente da Polícia Federal - Pré-Edital

Prof. Erick Alves


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Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 10: Controle da Administração Pública

Sumário
.......................................................................................................................................................................................

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.................................................................................................... 4

CONCEITO.................................................................................................................................................... 4

CLASSIFICAÇÕES.......................................................................................................................................... 6

QUANTO AO ALCANCE................................................................................................................................. 6

PRESTE ATENÇÃO!........................................................................................................................................ 7

QUANTO AO ÓRGÃO..................................................................................................................................... 7

QUANTO AO MOMENTO............................................................................................................................... 7

DETALHANDO UM POUCO MAIS.................................................................................................................... 8

QUANTO À NATUREZA................................................................................................................................. 8

CONTROLE ADMINISTRATIVO....................................................................................................................... 12

DIREITO DE PETIÇÃO.................................................................................................................................... 15

PRESTE ATENÇÃO!........................................................................................................................................ 18

SISTEMA DE CONTROLE INTERNO................................................................................................................ 21

CONTROLE LEGISLATIVO.............................................................................................................................. 24

CONTROLE PARLAMENTAR DIRETO (OU CONTROLE POLÍTICO)........................................................................................................................ 32

CONTROLE EXERCIDO PELO TRIBUNAL DE CONTAS.......................................................................................................................................... 36

CONTROLE JUDICIAL.................................................................................................................................... 58

PRESTE ATENÇÃO!........................................................................................................................................ 58

RESUMINDO................................................................................................................................................. 59

QUESTÕES PARA FIXAR!............................................................................................................................... 60

MANDADO DE SEGURANÇA.......................................................................................................................... 62

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO.......................................................................................................... 69

AÇÃO POPULAR............................................................................................................................................ 71

PRESTE ATENÇÃO!........................................................................................................................................ 71

AÇÃO CIVIL PÚBLICA..................................................................................................................................... 73

OUTRAS AÇÕES............................................................................................................................................ 76

CONTROLE SOCIAL....................................................................................................................................... 77

RESUMO DIRECIONADO................................................................................................................................ 79

TESTE A SUA DIREÇÃO.................................................................................................................................. 85

EXERCÍCIOS PARA REVISÃO.......................................................................................................................... 85

GABARITO.................................................................................................................................................... 87

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS...................................................................................................................... 87

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QUESTÕES COMENTADAS – CEBRASPE......................................................................................................... 91

LISTA DE QUESTÕES – CEBRASPE................................................................................................................. 149

GABARITO – CEBRASPE................................................................................................................................. 169

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Controle da Administração Pública

Conceito
Controle é a fiscalização exercida sobre as atividades de pessoas, órgãos, departamentos, sistemas etc., para que tais
atividades não se desviem dos padrões e das normas preestabelecidas, e para que alcancem os resultados desejados.
O controle é uma das funções administrativas clássicas: planejar, coordenar, supervisionar, executar e controlar. De
acordo com a teoria da Administração, um sistema de controle eficaz garante que as atividades sejam realizadas de
maneira satisfatória, na direção dos objetivos da empresa. Além do mais, nas grandes corporações modernas de capital
pulverizado, ou seja, que possuem muitos acionistas, os verdadeiros donos geralmente estão afastados da gestão do
negócio. Diretores executivos são contratados para administrar a empresa com o compromisso de dirigi-la para
satisfazer os interesses dos proprietários do capital. Nesse contexto, uma estrutura de controle possui a finalidade de
assegurar que o corpo executivo da companhia esteja seguindo as diretrizes estabelecidas pelos proprietários, além de
coibir atitudes oportunistas dos executivos que satisfaçam seus próprios interesses em detrimento da organização.
De forma semelhante, os recursos financeiros e patrimoniais utilizados pelo Estado não pertencem ao Presidente da
República nem aos Governadores, Prefeitos, Deputados e demais agentes públicos, mas sim ao povo, que recolhe
tributos. É com esses recursos que o Estado disponibiliza serviços à sociedade, adquirindo materiais para o
funcionamento das repartições, firmando contratos, realizando obras, remunerando seus servidores, etc.
Mas é virtualmente impossível que o povo, por si mesmo, consiga administrar os recursos que disponibiliza ao Estado.
Por isso, delega essa tarefa a intermediários legalmente habilitados, os gestores públicos, que têm o dever de
administrar os recursos em nome e em favor do povo, obedecendo às normas aplicáveis. Paralelamente, de forma
semelhante ao que ocorre nas empresas privadas, existe toda uma estrutura de controle atuando para assegurar que os
governantes e demais responsáveis por bens e valores públicos desempenhem suas tarefas com correção, em
consonância com o ordenamento jurídico e com princípios como os da moralidade, publicidade, impessoalidade e
supremacia do interesse público.
Não é por menos que o artigo 70 da Constituição Federal impõe o dever de prestar contas a todos que tenham sob sua
guarda qualquer espécie de valor público. Vejamos:

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Hely Lopes Meirelles, em uma definição abrangente, porém concisa, leciona que “controle, em tema de Administração
Pública, é a faculdade de vigilância, orientação e correção que um poder, órgão ou autoridade exerce sobre a conduta
funcional do outro”.
Os termos chaves dessa definição representam os principais atributos do controle da gestão pública, que podem ser
compreendidos da seguinte forma:

Vigilância: fiscalização e acompanhamento da gestão, com base nas normas aplicáveis.

Orientação: atuação pedagógica, preventiva, com vistas ao aperfeiçoamento das práticas de gestão e à
inibição de condutas lesivas aos cofres públicos.
Correção: assegura o cumprimento da lei e a recomposição do patrimônio lesado.

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Poder: como corolário do Estado Democrático de Direito, a CF instituiu um sistema de freios e contrapesos
no qual os Poderes se vigiam mutuamente, cada um fiscalizando e inibindo eventuais excessos do outro
(controle externo).
Órgão: cada instituição pública possui em sua estrutura um órgão com atribuição de fiscalizar a própria
instituição (controle interno).
Autoridade: autotutela da administração, que pode anular ou revogar seus próprios atos.

Em nosso dia a dia, é muito comum nos depararmos com notícias sobre obras superfaturadas, fraudes em licitações, e
outras tantas falcatruas que têm em comum o fato de envolverem a malversação de recursos públicos. Tais notícias
somente vêm à tona porque alguma ação de controle foi realizada sobre a conduta do mau gestor, possibilitando a
identificação da irregularidade.
Ao toparmos com manchetes dessa natureza, podemos perceber que o controle da Administração Pública pode ser
feito de diversas formas e por diferentes agentes. Com efeito, a Administração se sujeita, por exemplo, ao controle
judicial, realizado pelo Poder Judiciário e ao controle social, realizado pelos cidadãos, além de exercer, ela mesma, o
controle sobre os próprios atos, como veremos com mais detalhes adiante. Ademais, o Poder Legislativo, diretamente
ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, assim como o Ministério Público, exercem importante papel no controle da
Administração Pública.
Quando falamos em controle da gestão pública, estamos nos referindo à fiscalização de qualquer ato administrativo,
como a compra de bens, admissão de pessoal, arrecadação de impostos, edição de normativos, outorga de
autorizações de uso de bens públicos etc. Assim, essa modalidade de controle é mais perceptível sobre as atividades
realizadas pelo Poder Executivo, cujas funções típicas são as funções administrativas, tanto na administração direta
como na indireta. Mas o controle da gestão pública também alcança o Poder Legislativo e o Poder Judiciário, bem como
o Ministério Público e o próprio Tribunal de Contas.
Contudo, o controle de que estamos falando não alcança as funções típicas dos demais Poderes (Legislativo = legislar;
Judiciário = julgar) e órgãos autônomos (MP = fiscal da lei; TC = controle externo), mas apenas suas funções
administrativas. Por exemplo: o Tribunal de Contas da União (TCU), a quem cabe realizar o controle externo sobre a
gestão dos recursos da União, não tem competência para fiscalizar se o processo legislativo que resultou na edição de
determinada lei foi corretamente seguido pelo Congresso Nacional; também não pode dizer se o Supremo Tribunal
Federal decidiu ou não de forma adequada em determinada ação direta de inconstitucionalidade. Mas, por outro lado,
poderá sim fiscalizar as licitações, as admissões de pessoal e todos os demais atos que resultem receita ou despesa
realizados tanto pelo Congresso Nacional como pelo Supremo Tribunal Federal.
É oportuno registrar que as atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios
fundamentais: planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competência e controle, conforme prescreve
o Decreto Lei 200/1967 (art. 6º), que dispõe sobre a organização da Administração Federal. Tal normativo, apesar de
adstrito à União, serve para fixar as diretrizes gerais para os demais entes políticos (Estados, Distrito Federal e
Municípios).
Enfim, a atividade de controle permeia toda a Administração Pública, em todos os Poderes. O que varia tão só é a
espécie de controle, isto é, como a atividade pode ser classificada. Vamos, então, a partir dessas considerações iniciais,
apresentar algumas classificações doutrinárias e legais que se aplicam ao controle da gestão pública.

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Classificações

A atividade de controle da Administração Pública pode receber muitas classificações. Vamos tratar aqui das mais
usuais:

Quanto ao alcance
A classificação quanto ao alcance diz respeito ao posicionamento do órgão controlador em relação ao controlado.

Quando o controle é exercido por um ente que não integra a mesma estrutura organizacional do órgão fiscalizado é
dito controle externo.

Por exemplo: quando o Congresso Nacional julga as contas prestadas pelo Presidente da República, ou
quando um juiz anula um ato do Poder Executivo, temos exemplos de controle externo, pois, nestes
casos, um Poder exerce controle sobre os atos de outro Poder. No primeiro caso, o Legislativo e, no
segundo caso, o Judiciário exercem controle sobre o Executivo.

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Por outro lado, quando o controle é exercido por órgão pertencente à mesma estrutura organizacional da unidade
controlada, é dito controle interno. Normalmente, a doutrina considera “mesma estrutura organizacional” como o
“mesmo Poder”, fazendo com que a expressão “controle interno” abarque todas as atividades de controle
empreendidas dentro de um mesmo Poder.
Assim, o controle que um Ministério exerce sobre os vários departamentos administrativos que o compõem se
caracteriza como controle interno, simplesmente porque todos integram o Poder Executivo. Outro exemplo seria o
controle que as chefias exercem sobre os atos de seus subordinados dentro de um órgão público, no exercício do poder
hierárquico.
Ressalte-se que o controle interno pode ser exercido por órgãos especializados que, embora pertençam ao mesmo
Poder, não possuem vinculação hierárquica com os órgãos controlados. A Controladoria-Geral da União (CGU), por
exemplo, é órgão especializado que exerce controle interno no âmbito de todos os órgãos e entidades administrativas
pertencentes ao Poder Executivo Federal[1]. No caso, a classificação da CGU como órgão de controle interno não é
porque ele possui ascendência hierárquica sobre os demais órgãos do Executivo e sim porque ela própria, assim como
os órgãos que controla, também é um órgão do Poder Executivo, só que com atribuições específicas de controle, ou
seja, sob a ótica do Executivo, trata-se de um controle exercido “por dentro”[2].

Preste atenção!

Existe divergência na doutrina quanto à classificação do controle exercido pela administração direta sobre as entidades
da administração indireta de um mesmo Poder (controle finalístico, supervisão ministerial ou tutela administrativa).
Para Celso Antônio Bandeira de Mello trata-se de controle interno, mas exterior (“controle interno exterior”). É interno
porque realizado dentro de um mesmo Poder; e é exterior por dizer respeito a um órgão fiscalizando uma entidade
(pessoas jurídicas distintas).
Já Maria Sylvia Di Pietro e Carvalho Filho classificam a tutela administrativa como uma forma de controle externo,
porque controlador e controlado não pertencem à mesma estrutura hierárquica.

Quanto ao órgão
Administrativo ou Interno: é o controle que a Administração exerce sobre seus próprios atos (tutela ou autotutela). Em
outras palavras, é o controle exercido por instituições administrativas, como, por exemplo, a Controladoria-Geral da
União, as unidades de auditoria interna das empresas governamentais e os órgãos de controle interno dos Poderes
Legislativo e Judiciário.
Legislativo ou Parlamentar: é o controle exercido diretamente pelo órgão legislativo (Câmaras Municipais,
Assembleias Legislativas ou Congresso Nacional) ou pelos Tribunais de Contas que lhes prestam auxílio.
Judicial: realizado pelos juízes e tribunais do Poder Judiciário, por intermédio de ações próprias da função jurisdicional,
a exemplo do mandado de segurança e da ação popular.

Quanto ao momento
Controle prévio (a priori): é o controle exercido antes da conduta administrativa se efetivar. Possui
caráter preventivo, orientador, e visa evitar a ocorrência de irregularidades.

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Exemplos clássicos deste tipo de controle são as autorizações e as aprovações, como a aprovação pelo Senado Federal
da escolha feita pelo Presidente da República para determinados cargos (ex: Ministros de tribunais superiores,
Procurador Geral da República e dirigentes de agências reguladoras). Outro exemplo é quando o Senado Federal aprova
empréstimos externos por parte dos entes federativos (CF, art. 52, V[3]).

Detalhando um pouco mais...

O ordenamento jurídico atual não mais prevê a necessidade de homologação prévia pelo Tribunal de Contas como
condicionante para a eficácia de atos administrativos. Isso estava previsto no período entre as constituições federais de
1946 e 1967, mas não existe mais.
Naquele período, todos os atos da Administração, inclusive licitações e respectivos contratos para compras, obras e
serviços, deveriam passar pelo crivo prévio do Tribunal de Contas para que pudessem produzir efeitos, num verdadeiro
excesso de burocracia.
Já hoje em dia, a regra não é mais essa, ou seja, gestores públicos firmam contratos e executam despesas sem precisar
de qualquer anuência prévia do Tribunal de Contas.
Nesse sentido, o STF já declarou inconstitucional lei estadual que determinava que todos os contratos celebrados entre
o governo do Estado e empresas particulares dependeriam de registro prévio perante o Tribunal de Contas Estadual[4].
Porém, em algumas situações específicas, por expressa disposição legal, ainda se realiza o controle prévio “clássico”,
isto é, necessário à validade do ato, como é o caso das licitações para concessão de serviços públicos na esfera federal,
cujo Edital deve ser enviado ao TCU para aprovação antes de ser publicado.

Controle concomitante (pari passu): efetuado no momento em que a conduta administrativa está sendo praticada.
Também possui caráter preventivo, pois permite coibir irregularidades tempestivamente.
Exemplo de controle concomitante é a realização de auditorias sobre atos ou contratos administrativos que ainda estão
sendo consumados, como uma obra ainda em andamento que sofre uma auditoria do TCU.
Controle posterior (a posteriori): efetuado após o ato administrativo ter sido praticado. Possui caráter corretivo e,
eventualmente, sancionador. É a forma mais utilizada de controle.
Exemplos de controle posterior são a homologação de um procedimento licitatório, o julgamento das contas dos
administradores públicos pelo TCU e a realização de auditorias para fiscalizar a regularidade de atos administrativos já
consumados ou os resultados alcançados por programas de governo.

Quanto à natureza
O controle da gestão pública, quanto à natureza, ou seja, considerando o seu foco, o aspecto a ser controlado,
classifica-se em:
Controle de legalidade: verifica se a conduta do gestor guarda consonância com as normas aplicáveis, de qualquer
espécie - leis, regimentos, resoluções, portarias etc.

Exemplo: no controle da legalidade de uma construção de rodovia, pode ser verificado se a


contratação da empreiteira responsável pela obra foi realizada em conformidade com a Lei de
Licitações.

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O controle da legalidade pode ser interno ou externo, no primeiro caso se exercido pelos órgãos da própria
Administração que praticou o ato (poder de autotutela) e no segundo se feito pelo Poder Judiciário, no exercício da
função jurisdicional, ou pelo Poder Legislativo, nas situações previstas na Constituição Federal.
O resultado do controle de legalidade pode ser, de um lado, a confirmação da validade (ratificação, homologação) de
atos praticados em conformidade com o ordenamento jurídico ou, de outro, a anulação de atos administrativos ilegais.
No âmbito desse controle é possível, ainda, a convalidação, pela Administração, de atos praticados com defeitos
sanáveis.
A homologação (ou não) de uma licitação pela autoridade competente do órgão ou entidade que realizou o
procedimento constitui exemplo de controle de legalidade interno. De outra parte, são exemplos de controle de
legalidade externo o exame pelo Judiciário, em mandado de segurança, da legalidade de um ato do Executivo e a
apreciação pelo Poder Legislativo, com base em auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas, da legalidade dos atos de
gestão do Executivo.

Controle de mérito: é o controle que se consuma pela verificação da conveniência e oportunidade da conduta
administrativa. Trata-se de um controle discricionário, exercido igualmente sobre atos discricionários. Nesse controle,
não se questiona a legalidade do ato; afere-se apenas se uma conduta anterior merece prosseguir ou deve ser revista,
com base em razões de conveniência e oportunidade da própria Administração.

Exemplo: no controle de mérito, a Administração pode rever a sua decisão anterior de construir uma
rodovia de pista simples para construir uma de pista dupla.

O resultado do controle de mérito pode ser a confirmação da conduta, quando esta não precisa ser revista ou
a revogação dos atos discricionários que, embora válidos, tenham se tornado inoportunos e inconvenientes para a
Administração.
O ponto mais importante a respeito do controle de mérito reside na competência para exercê-lo. Com efeito, o controle
de mérito é privativo da Administração Pública, não se submetendo à sindicabilidade do Poder Judiciário. O controle
judicial restringe-se à aferição da legalidade e da legitimidade das condutas administrativas, mas não adentra o mérito
do ato. Em outras palavras, o Judiciário, no exercício da função jurisdicional, pode anular atos ilegais, mas não pode
revogar atos administrativos por razões de conveniência e oportunidade.
Os elementos que perfazem o mérito do ato administrativo (motivo e objeto) somente poderão ser objeto de análise
pelo Poder Judiciário nos casos em que contrariarem princípios administrativos (como moralidade, imparcialidade e

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eficiência) ou que forem desproporcionais ou não pautados em critérios previstos em lei. Porém, mesmo que o
Judiciário se utilize dos princípios administrativos para exame de um ato discricionário, isso não significará invasão do
mérito, e sim controle de legalidade e legitimidade.
Quanto ao controle exercido pelo Poder Legislativo sobre os atos da Administração, a doutrina reconhece que, em
algumas situações, pode ser um controle de mérito. Como exemplo, podemos citar as diversas situações em que é
necessária uma autorização prévia ou uma aprovação do Legislativo para a prática de algum ato pelo Executivo, como
ocorre na apreciação prévia pelo Senado do nome escolhido pelo Presidente da República para ocupar o cargo de
Presidente do Banco Central. A apreciação do Senado, nesse caso, é essencialmente discricionária, ou seja, atinge o
mérito do ato de nomeação. Na verdade, esse tipo de controle exercido pelo Legislativo é um controle político, mas a
doutrina chama de controle de mérito para ressaltar que não se trata de controle de legalidade, e sim de controle em
que o Legislativo atua com discricionariedade. Ressalte-se, contudo, que o controle de mérito exercido pelo Legislativo
nessas situações é um controle prévio e jamais chega ao ponto de revogar um ato administrativo já praticado pela
Administração. A revogação só pode ser efetivada pela própria Administração que praticou o ato.

Uma das funções precípuas do Poder Judiciário é realizar o controle de mérito dos atos administrativos do Poder
Executivo que contribuem para o melhor interesse da sociedade.
Comentário:

O controle judicial, ao contrário do que diz a assertiva, caracteriza-se por não realizar controle de mérito dos atos
administrativos, restringindo-se ao controle de legalidade.
Gabarito: Errado

Um sistema de controle externo se diferencia de um sistema de controle interno na administração pública, pois
a) o primeiro se situa em uma instância fora do âmbito do respectivo Poder.
b) correspondem, respectivamente, à auditoria externa e à interna.
c) o primeiro tem função coercitiva e o segundo, orientadora.
d) o primeiro tem caráter punitivo, e o segundo é consultivo.
e) o funcionamento do primeiro deriva de um processo autorizativo, e o segundo é institucional.
Comentário:

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Quanto ao posicionamento do órgão controlador em relação ao controlado, o controle pode ser externo ou interno. O
controle externo é exercido por um ente não que integra a mesma estrutura organizacional do órgão fiscalizado
enquanto que o controle interno é exercido por ente que também integra essa estrutura. Portanto, correta a alternativa
“a”.
Gabarito: alternativa “a”

O abuso de poder é conduta comissiva, que afronta, dentre outros, o princípio da legalidade e o da moralidade, e se
sujeita, portanto, ao controle judicial, que se sobrepõe ao controle administrativo.
Comentário:

Não há predominância entre as formas de controle. Tanto o controle judicial como o administrativo, o parlamentar ou o
exercido pelos Tribunais de Contas derivam do sistema de freios e contrapesos que rege a Administração Pública, o qual
assegura a harmonia entre os Poderes.
Gabarito: Errado

[1] A CGU só não atua sobre a Presidência e Vice-Presidência da República, o Ministério das Relações Exteriores, o
Ministério da Defesa, incluindo os comandos militares, e a Advocacia-Geral da União, os quais possuem Secretarias de
Controle Interno (Ciset) próprias (órgãos setoriais do sistema de controle interno).
[2] A CGU é um órgão ligado diretamente à Presidência da República. O seu titular é um Ministro de Estado.
[3] Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
(...)
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios;
[4] ADI 916/MT

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Controle Administrativo

Segundo a Professora Di Pietro, controle administrativo é o “poder de fiscalização que a Administração Pública (em
sentido amplo) exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa
própria ou mediante provocação”.
Trata-se, portanto, de controle interno, exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos administrativos dos Poderes
Legislativo e Judiciário sobre suas próprias atividades administrativas.
Os controles internos administrativos são inerentes às atividades de uma organização, constituindo etapas de seus
processos de trabalho, em todos os níveis, desde a alta direção até os escalões operacionais. Como exemplos de
controles internos administrativos, pode-se citar: sistema de autorização e aprovação de transações, segregação de
tarefas, controles físicos sobre os bens e informações, controle da chefia sobre os atos de seus subordinados (controle
hierárquico), instauração de processos disciplinares, interposição de recursos administrativos etc.
Esse tipo de controle deriva do poder de autotutela da Administração, expresso na Súmula 473 do STF:

“A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”

Nunca é demais destacar que anulação se refere a controle de legalidade: anulam-se atos ilegais; por sua
vez, revogação refere-se a controle de mérito: revogam-se atos inconvenientes ou inoportunos, assim classificados
segundo critérios discricionários da Administração. Vale ressaltar que, em qualquer caso, sempre há a possibilidade de
apreciação do ato pelo Poder Judiciário, com a ressalva de que o Judiciário exerce controle de legalidade, mas não de
mérito, ou seja, promove a anulação de atos ilegais, mas não a revogação de atos inoportunos e inconvenientes.
Não se perca de vista, ainda, que a autotutela, para a anulação de atos que geram efeitos favoráveis a um
administrado, encontra um limite temporal no prazo decadencial de cinco anos previsto na Lei 9.784/99, de modo que
o ato não pode mais ser anulado após esse prazo (salvo comprovada má-fé).
O poder de autotutela decorre da hierarquia, inerente, por conseguinte, às relações de subordinação entre os órgãos
integrantes de uma mesma estrutura de Poder que estejam escalonados verticalmente, tanto na administração direta
como na indireta. Assim, por exemplo, os Ministérios exercem controle hierárquico sobre suas secretarias, e estas sobre
suas superintendências, e assim sucessivamente. Igualmente, o Conselho de Administração de um banco público exerce
controle hierárquico sobre as diretorias da entidade e estas sobre suas gerências executivas.
De outra parte, existe também o controle administrativo não hierárquico, isto é, o controle praticado entre órgãos que
não estão ligados numa relação de hierarquia, a exemplo do controle exercido pelos órgãos especializados de controle,
como a CGU realiza sobre os órgãos e entidades do Poder Executivo. Outro exemplo é a tutela administrativa,
realizada pela administração direta sobre a indireta[1].

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O controle administrativo, que consiste no acompanhamento e fiscalização do ato administrativo por parte da própria
estrutura organizacional, configura-se como controle de natureza interna, privativo do Poder Executivo.
Comentário:

O item está errado. A Professora Maria Sylvia Di Pietro define o controle da Administração da seguinte forma:

O poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e
Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são
impostos pelo ordenamento jurídico.

Temos então, controle administrativo, judicial e legislativo como espécies do gênero controle da Administração.
O controle administrativo é o poder de fiscalização e correção que o Estado-administrador efetua sobre sua própria
atuação, nos aspectos de legalidade e mérito, seja por iniciativa própria ou por provocação. A função administrativa está
presente em todos os Poderes do Estado. Embora o Poder Executivo a exerça tipicamente, os demais Poderes, de
forma atípica, também administram. Isso se dá, por exemplo, quando realizam concurso público ou quando adquirem
bens e serviços. Dessa forma, o controle administrativo é exercido no âmbito de todos os Poderes, não só no Executivo.
Os Poderes Judiciário e Legislativo exercem controle administrativo ao desempenharem sua função atípica de
administrar.
Gabarito: Errado

O controle administrativo é um controle de legalidade e de mérito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre
suas próprias condutas.
Comentário:

A primeira parte da assertiva (O controle administrativo é um controle de legalidade e de mérito...) está correta.
Lembre-se de que o controle administrativo deriva do poder de autotutela, pelo qual a Administração pode anular atos
ilegais (controle de legalidade) ou revogar atos inconvenientes/inoportunos (controle de mérito).

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Todavia, o restante da frase macula o quesito, pois o controle administrativo não é exercido exclusivamente pelo Poder
Executivo, mas pela Administração Pública em sentido amplo, compreendendo, portanto, a administração direta e
indireta de todos os Poderes e esferas de governo. Assim, por exemplo, o STF, integrante do Poder Judiciário, pode
anular uma licitação promovida pelo próprio órgão para adquirir material de expediente, caso constate alguma
ilegalidade no procedimento. Nesse exemplo, perceba que o STF está atuando como Administração Pública, ou seja,
exercendo controle administrativo sobre suas funções administrativas, ainda que não faça parte do Poder Executivo.
Gabarito: Errado

Com base no princípio da autotutela, e em qualquer tempo, a administração pública tem o poder-dever de rever seus
atos quando estes estiverem eivados de vícios.
Comentário:

No caso de atos dos quais decorram efeitos favoráveis aos administrados, o poder de autotutela da Administração se
sujeita ao prazo decadencial de cinco anos, previsto na Lei 9.784/99; nesse caso, portanto, a revisão não poderá
ocorrer a qualquer tempo, daí o erro.
Gabarito: Errado

[1] Lembre-se que não há relação de hierarquia entre a administração direta e a indireta, mas apenas vinculação.

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Direito de petição

Os administrados podem provocar o controle administrativo ao exercer o direito de petição, direito fundamental
previsto no art. 5º, XXXIV, “a” da Constituição Federal[1]. Tal direito consiste na possibilidade que têm os administrados
em geral de requerer providências e informações aos órgãos públicos.
Vários são os meios pelos quais o direito de petição pode ser exercido. Merecem destaque:

Representação

Reclamação

Pedido de reconsideração

Recurso

Para Hely Lopes Meirelles, representação “é a denúncia formal e assinada de irregularidades internas ou de abuso de
poder na prática de atos da Administração feita por quem quer que seja à autoridade competente para conhecer e
coibir a ilegalidade apontada”.
A representação, portanto, é a forma pela qual o administrado, servidor público ou não, pode levar ao conhecimento da
Administração qualquer irregularidade de que tenha conhecimento. Para os particulares, a representação é um direito,
ao passo que, para os servidores públicos, ela é um dever.
O dever de representar dos servidores públicos está previsto na Lei 8.112/90:

Art. 116. São deveres do servidor:

XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

Já um exemplo importante do direito de representar que assiste aos administrados em geral, abrangendo qualquer
pessoa física ou jurídica, está previsto na Lei de Licitações:

Art. 113 (...)

§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas
ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei,
para os fins do disposto neste artigo.

Note que a representação acerca de irregularidade em procedimentos licitatórios não precisa ser feita por alguma
autoridade ou servidor público: qualquer pessoa, física ou jurídica, mesmo que não seja licitante, poderá representar ao
Tribunal de Contas ou aos órgãos de controle interno sobre alguma irregularidade ocorrida em licitação pública.
Já a reclamação, para Hely Lopes Meirelles, “é a oposição expressa a atos da Administração que afetem direitos ou
interesses legítimos do administrado. O direito de reclamar é amplo e se estende a toda pessoa física ou jurídica que se
sentir lesada ou ameaçada de lesão pessoal ou patrimonial por atos ou fatos administrativos”.
Em outras palavras, reclamação é expressão genérica que designa qualquer forma de manifestação de discordância
ou inconformismo do administrado quanto a um ato ou omissão da Administração que tenha afetado seus interesses.

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A Lei 9.784/99, que regulamenta o processo administrativo federal, prevê a reclamação em seu art. 48, a saber:

Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e
sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.

O Código Tributário Nacional, em seu art. 151, III, também prevê uma espécie de reclamação que, no caso, possui o
sentido de “impugnação administrativa”, com o fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário:

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:

III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;

Além disso, conforme ensina a professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o artigo 103-A, § 3º, da Constituição Federal,
regulamentado pela Lei nº 11.417/2006, prevê modalidade de reclamação administrativa que pode ser
proposta, perante o Supremo Tribunal Federal (STF), depois de esgotadas as vias administrativas, quando a decisão
proferida pela Administração Pública contrariar o enunciado de súmula vinculante. Se a reclamação for julgada
procedente, a decisão do Supremo é de cumprimento obrigatório para a autoridade administrativa que praticou o ato
contrário à súmula, bem como para a autoridade competente para decidir o recurso administrativo.
Acompanhe aqui na Constituição Federal:

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois
terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como
proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (...)

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a
aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato
administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem
a aplicação da súmula, conforme o caso.

Repare que, de acordo com o dispositivo constitucional, se a reclamação for julgada procedente, o STF anulará o ato
administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, além de determinar que outra seja proferida com ou sem
aplicação da súmula, conforme o caso.
E o artigo 64-B da Lei nº 9.784/99, determina que, se a tal reclamação for acolhida pelo STF, será dada ciência à
autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões
administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.
Conjugando os dois dispositivos, tem-se que entender que, se o Supremo Tribunal Federal julgar procedente a
reclamação, ele anulará o ato e dará ciência à autoridade prolatora da decisão e ao órgão competente para julgar o
recurso, os quais, nas futuras decisões, deverão obedecer à súmula sob pena de responsabilidade civil, administrativa e
penal.
O pedido de reconsideração, por sua vez, constitui uma espécie de solicitação dirigida à mesma autoridade que
expediu o ato, para que ela o aprecie novamente e, caso reconsidere seu entendimento anterior, o invalide ou
modifique.
O pedido de reconsideração funciona, então, como uma “segunda oportunidade” dada à autoridade que proferiu a
decisão inicial, que pode reformular a posição adotada inicialmente.

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Na Lei 9.784/99, o pedido de reconsideração é previsto no art. 56, §1º[2], o qual determina que os recursos
administrativos devem ser propostos perante a autoridade que proferiu a decisão, a qual poderá reconsiderá-la no
prazo de cinco dias.
Finalmente, o direito de petição também pode ser exercido por meio dos recursos administrativos, expressão utilizada
para designar a petição manejada pela parte que deseja submeter determinada matéria à reapreciação de outra
autoridade, diversa daquela que proferiu a decisão original.

É inconstitucional a exigência de depósito de recursos financeiros ou arrolamento de bens


para que alguém possa apresentar um recurso administrativo.

Os recursos administrativos podem ser hierárquicos próprios e hierárquicos impróprios.

Recursos hierárquicos próprios são aqueles dirigidos à autoridade ou ao órgão imediatamente superior à que proferiu
a decisão recorrida.
Lembrando que, no processo administrativo federal, como destacado acima, antes de os argumentos apresentados
serem conhecidos como recurso, serão encaminhados, mediante pedido de reconsideração, à mesma autoridade que
tenha proferido a decisão administrativa inicial, a qual, se não reconsiderar, encaminhará os argumentos a uma
autoridade superior, daí sim como recurso administrativo.
Recursos hierárquicos impróprios, por sua vez, são interpostos a órgão ou autoridade que não possui relação
hierárquica com a autoridade ou órgão que editou o ato objeto de impugnação. Por não ser decorrente de hierarquia, o
recurso impróprio só é cabível se previsto expressamente em lei.
O mais comum é o recurso hierárquico impróprio ser dirigido a autoridade integrante de pessoa jurídica diversa
daquele de onde se originou o ato impugnado, a exemplo do recurso endereçado ao Ministério contra ato praticado por
uma autarquia a ele vinculada. Não obstante, ressalte-se que os recursos impróprios podem ocorrer dentro de uma
mesma pessoa jurídica: o importante para caracterizar esse tipo de recurso é que não haja relação hierárquica entre a
autoridade que proferiu a decisão recorrida e a responsável por apreciar o recurso. É o caso, por exemplo, de recursos
contra atos da Receita Federal interpostos perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, que integra a
estrutura do Ministério da Fazenda, mas não tem relação de hierarquia com a Receita Federal.
Prosseguindo no assunto, é importante salientar que, ao lado dos recursos apresentados pelos administrados, existem,
ainda, recursos administrativos interpostos pela própria Administração que editou a decisão recorrida, os
chamados recursos de ofício. Os recursos de ofício podem ser próprios ou impróprios e são cabíveis, em regra, somente
quando haja expressa previsão legal.
Ainda devemos lembrar da revisão de processo que, nos termos do art. 65 da Lei 9.784/99[3], é a petição apresentada
em face de uma decisão administrativa que tenha resultado na aplicação de sanção, visando a desfazê-la ou abrandá-
la. A revisão pode ocorrer a qualquer tempo quando há fato novo superveniente, algo desconhecido até o julgamento do
processo que resultou na aplicação da penalidade. A revisão pode acontecer de ofício ou a pedido e não pode resultar
em agravamento da sanção. Diversamente, vale lembrar que o instituto do “reformatio in pejus” (agravamento da
sanção) é possível na apreciação de recursos administrativos em geral. Fiquem atentos a isso!

Preste atenção!

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Revisão não pode resultar em agravamento da sanção!


Mas isso é possível em recursos administrativos em geral.

Antes de encerrar este tópico, cumpre alertar que os conceitos apresentados não são taxativos. Com efeito, as
designações para as diversas espécies de petições administrativas adotadas pelas leis, atos normativos e pela doutrina
podem variar, sendo possível encontrar outros nomes e expressões, a exemplo de “impugnação”, “manifestação de
inconformidade”, “pedido de reexame”, “solicitação de revisão” etc.
O controle administrativo é instrumento jurídico de fiscalização sobre a atuação dos agentes e órgãos públicos,
realizado de ofício por iniciativa própria, não se aceitando provocação da parte interessada.
Comentário:

O controle administrativo pode ser realizado tanto de ofício como por provocação da parte interessada, neste último
caso, mediante o exercício do direito de petição (ex: representação, reclamação, recurso administrativo).
Gabarito: Errado

O cidadão que denuncie ilegalidades e condutas abusivas praticadas por determinado servidor do TJDFT no exercício da
função pública, mesmo não sendo diretamente afetado pela irregularidade perpetrada, deve fazê-lo por meio do
instituto da reclamação.
Comentário:

O instrumento adequado para se fazer denúncias sobre irregularidades internas ou condutas abusivas da Administração
Pública é a representação. Portanto, o quesito erra ao apontar que o instituto adequado seria a reclamação.
A reclamação, por seu turno, é utilizada quando se quer manifestar discordância de algum ato praticado pela
Administração que tenha afetado o interesse do reclamante. Ficamos assim, então: na representação, o interesse do
administrado não necessariamente está em jogo (ele apenas denuncia alguma irregularidade de que tem
conhecimento); já na reclamação, o interesse individual do administrado está presente.
Gabarito: Errado

Caso deseje o reexame de decisão relativa a determinado ato administrativo pela mesma autoridade que a emanou, o
interessado deverá realizar um pedido de reconsideração. Se a autoridade à qual o interessado se dirigir não ocupar
cargo na hierarquia do órgão que emitiu o ato, o recurso interposto será um recurso hierárquico impróprio.
Comentário:

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A questão deve ser lida em partes. A primeira frase trata do pedido de reconsideração, que é a solicitação dirigida à
mesma autoridade que expediu o ato, para que ela o aprecie novamente e, caso concorde com o solicitante, invalide ou
modifique sua decisão original. Constitui uma “etapa prévia” à apreciação dos recursos administrativos (se a autoridade
reconsiderar sua decisão, o recurso nem segue para a autoridade superior). Já a segunda frase descreve o recurso
hierárquico impróprio, que é aquele dirigido a autoridade não integrante da estrutura hierárquica da que expediu o ato
recorrido (ex: recursos dirigidos ao CARF contra atos da Receita Federal e recurso endereçado ao Ministério contra ato
praticado por uma autarquia a ele vinculada).
Gabarito: Certo

O recurso hierárquico impróprio, na medida em que é dirigido à autoridade de órgão não integrado na mesma
hierarquia daquela que proferiu o ato, independe de previsão legal.
Comentário:

O recurso hierárquico impróprio só é cabível se previsto expressamente em lei.

Gabarito: Errado

CEBRASPE – TC-DF – Procurador – 2013


O STF poderá, apenas após ação judicial, acolher reclamação administrativa, anular o ato administrativo e determinar
que outro seja praticado.
Comentário:

A questão trata das Súmulas Vinculantes, que são enunciados pacificados na jurisprudência do STF de observância
obrigatória pelos demais tribunais do Judiciário, no exercício da função judicial, e também pela Administração Pública,
no exercício da função administrativa. Caso um ato administrativo ou uma decisão judicial contrariem algum enunciado
de Súmula Vinculante, o prejudicado poderá interpor reclamação perante o Supremo Tribunal Federal que, se a
considerar procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra
seja proferida. É o que diz o art. 103-A da Constituição Federal:

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois
terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como
proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
(...)

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a
aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato
administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem
a aplicação da súmula, conforme o caso.

O erro da questão é que a reclamação contra ato da Administração não precisa ser precedida de ação judicial, ou seja,
pode ser interposta diretamente perante do STF. Detalhe é que, segundo o art. 7º. §1º da Lei 11.417/2006, caso a
reclamação seja dirigida contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após
esgotamento das vias administrativas.
Gabarito: Errado

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[1] XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:


a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
[2] § 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o
encaminhará à autoridade superior.
[3] Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de
ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.

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Sistema de controle interno

Como vimos, controle interno é aquele exercido dentro de um mesmo Poder, geralmente por órgão especializado que
tenha sido criado para essa finalidade.
No geral, o órgão de controle interno subordina-se diretamente à autoridade administrativa máxima do ente, a qual
dispõe, dessa forma, de um mecanismo de avaliação para as ações desempenhadas fora da esfera de suas atribuições
privativas. O controle interno é um controle técnico, vale dizer, serve para avaliar a conduta dos agentes públicos tendo
como parâmetro os limites delineados nas normas administrativas.
A Constituição Federal dispõe que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão um sistema de controle
interno (CF, art. 74), de forma integrada. Resumidamente, o sistema de controle interno, no âmbito da União,
organiza-se da seguinte forma:

Poder
Legislativo, Cada órgão possui seu próprio controle interno.
Poder Ex: uma unidade de controle interno na Câmara, uma no Senado; uma no STF, uma no STJ; uma
Judiciário, no Ministério Público Federal, uma no Ministério Público Militar; uma no TCU etc.
MPU, TCU

Órgão Central: CGU – orientação normativa e supervisão técnica dos demais órgãos;
Órgãos Setoriais: Secretarias de Controle Interno (Ciset) da Casa Civil, da AGU, do Ministério das
Poder Relações Exteriores, do Ministério da Defesa e do Denasus do Ministério da Saúde;
Executivo Unidades Setoriais da Ciset do Ministério da Defesa: unidades de controle interno dos
comandos militares;
Unidades de controle interno próprias das entidades da administração indireta.

As atribuições dos órgãos de controle interno, conforme previsto no art. 74 da CF, são:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e
dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de
recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da
União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

Tais atribuições podem ser resumidas em:

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Uma das missões do controle interno é apoiar o controle externo. Como veremos adiante, a expressão “controle
externo”, na Constituição Federal, se refere ao controle financeiro exercido sobre a Administração Pública pelo
Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU). O trabalho do controle interno é fundamental
para dar suporte ao controle externo, sobretudo o desenvolvido pelo TCU.
Na prática, o controle interno apoia o controle externo por meio da realização de auditorias nas contas dos
responsáveis do órgão ou entidade a que esteja vinculado, emitindo relatório, certificado de auditoria e parecer para
subsidiar o exame e julgamento a cargo do Tribunal de Contas. Além disso, os órgãos integrantes do sistema de
controle interno deverão alertar formalmente a autoridade administrativa competente para que instaure tomada de
contas especial, sempre que tiverem conhecimento de qualquer das ocorrências que demandem esse procedimento.
Os responsáveis pelo controle interno também têm o dever de comunicar ao Tribunal de Contas qualquer irregularidade
ou ilegalidade de que tenham conhecimento, sob pena de responsabilidade solidária[1] (CF, art. 74, §1º). Todavia, deve
ficar claro que, embora o controle interno tenha o dever estabelecido constitucionalmente de apoiar o controle
externo, não há relação de hierarquia entre eles, há complementaridade.
Nos termos previstos na Constituição Federal, os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento
de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de
a) demissão a bem do serviço público.
b) responsabilidade subsidiária.
c) responsabilidade solidária.
d) exoneração.
e) suspensão.
Comentários: Nos termos do art. 74, §1º da CF, os responsáveis pelo controle interno que não derem ciência ao Tribunal
de Contas acerca de qualquer irregularidade ou ilegalidade de que tenham conhecimento, estarão sujeitos
a responsabilidade solidária:

§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou


ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

Quer dizer que os servidores do controle interno responderão pela irregularidade ou ilegalidade em igualdade de
condições com a pessoa que a cometeu. Vale ressaltar que a responsabilidade solidária não livra o servidor de outras
punições administrativas, inclusive as citadas no quesito (demissão, suspensão ou exoneração), conforme venha a ser
apurado em processo administrativo, se for o caso. Todavia, o que interessa para a questão é o que está previsto no
mencionado dispositivo constitucional.
Gabarito: alternativa “c”

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[1] As bancas gostam de tentar confundir o candidato dizendo que a responsabilidade é subsidiária. NÃO É! A
responsabilidade é SOLIDÁRIA.

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Controle Legislativo

O controle legislativo pode ser entendido como o controle exercido pelas casas legislativas (Câmaras Municipais,
Assembleias Legislativas e Congresso Nacional) diretamente ou por meio dos Tribunais de Contas.
A Constituição Federal, ao tratar em seu art. 70 da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da Administração Pública Federal, consagra o controle legislativo da seguinte maneira:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e


das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida
pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada
Poder.

Dica: aqui temos a fiscalização COFOP quanto à LeLEAR.

fiscalização COFOP: Contábil, Orçamentária, Financeira, Operacional e Patrimonial...

quanto à LeLEAR: Legalidade, Legitimidade, Economicidade, Aplicação de subvenções e Renúncia de receitas.

Note, inicialmente, que o controle financeiro da União, vale dizer, da Administração Pública Federal, será exercido
mediante os seguintes sistemas de controle:

Sistema de controle externo

Sistema de controle interno

Ressalte-se que, por força do chamado princípio de simetria presente no art. 75 da CF, os sistemas de controle nos
Estados, Distrito Federal e Municípios, previstos nas respectivas Constituições e Leis Orgânicas, devem seguir, no que
couber, as disposições relativas à União previstas na Carta da República.

Eis o artigo 75 da CF:

Art. 75. As normas estabelecidas nesta Seção [art. 70 a 75] aplicam-se, no que couber, à organização,
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos
Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
E veja bem: o dispositivo fala “no que couber”, ou seja, podem ocorrer alterações nas normas locais,
levando-se em consideração as especificidades de cada região, desde que não sejam incompatíveis
com o modelo estabelecido para a esfera federal.

Já abordamos o sistema de controle interno ao estudarmos o art. 74 da CF. Vimos que se trata de um controle
administrativo, exercido por órgãos especializados dentro de cada Poder. Nos interessa agora o sistema de
controle externo, a cargo do Poder Legislativo.
Como vimos, controle externo, em sentido amplo, é toda fiscalização exercida por um ente que não integra a estrutura
na qual o fiscalizado está inserido. Todavia, na Constituição Federal, a expressão “controle externo” se refere apenas
à fiscalização contábil, orçamentária e financeira exercida sobre a Administração Pública pelo Poder
Legislativo, muitas vezes chamada apenas de controle financeiro.

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Controle financeiro é aquele exercido pelo Poder Legislativo sobre o Executivo, o Judiciário e sobre sua
própria administração no que se refere à receita, à despesa e à gestão dos recursos públicos
(Carvalho Filho, 2020).

A Carta Magna deixa isso assente em seu art. 70, caput (“A fiscalização... será exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo...”), transcrito anteriormente, e também no art. 71:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas da União, ao qual compete:

De fato, a expressão “controle externo” demonstra a principal característica do controle legislativo, realizado por órgão
exógeno aos que administram os recursos públicos e que representa os interesses dos verdadeiros donos desses
recursos, a sociedade.
Portanto, na Constituição Federal, somente o controle exercido pelo Poder Legislativo sobre a Administração
Pública recebe a denominação de controle externo. Na esfera federal, o titular do controle externo é o Congresso
Nacional; no âmbito dos Estados, o titular é a Assembleia Legislativa, enquanto nos Municípios, o controle externo
cabe às respectivas Câmaras Municipais.

Segundo a CF, o titular do controle externo é o Poder Legislativo. Na esfera federal, portanto, o titular é
o Congresso Nacional; nos Estados, as respectivas Assembleias Legislativas; nos Municípios, as suas Câmaras
Municipais; e, no Distrito Federal, a Câmara Legislativa.

A fim de possibilitar o exercício do controle externo, a Carta Magna conferiu ao Tribunal de Contas da União (TCU) a
missão de auxiliar o Congresso Nacional, mediante a definição de competências próprias e privativas para a Corte de
Contas (CF, art. 71).
Cuidado com o termo “auxiliar”, que pode levar a interpretações errôneas. O TCU não é subordinado
hierarquicamente ao Congresso Nacional! No exercício do controle externo, a Constituição reservou ao TCU
atividades de cunho técnico, como a realização de auditorias e o exame e julgamento da gestão dos administradores
públicos. O Congresso Nacional, embora titular do controle externo, não pode exercer nenhuma das atribuições
conferidas exclusivamente à Corte de Contas. No campo do controle externo, cabe ao Parlamento atividades de
cunho político, também previstas na Constituição, sem qualquer relação administrativa, hierárquica ou mesmo de
coordenação com o Tribunal de Contas. Como se vê, ambos atuam em vertentes diferentes do controle externo.
Assim, por exemplo, o Congresso Nacional não tem competência para realizar diretamente uma auditoria contábil em
um Ministério do Governo Federal. Deve solicitá-la ao TCU. Este, por sua vez, não realizará a referida fiscalização por
causa de uma eventual subordinação ao Congresso, e sim porque tal atividade é da sua competência privativa,
conferida diretamente pela Constituição (CF, art. 71, IV), conforme veremos adiante.
Pelo que foi dito, pode-se perceber que, no âmbito federal, os sujeitos ativos do controle externo, isto é, os órgãos
que exercem as ações de fiscalização, são: o Congresso Nacional, na qualidade de titular do controle; e o TCU, com
competências próprias e privativas para auxiliar o Congresso, mas sem lhe ser subordinado.
Por sua vez, os sujeitos passivos do controle externo, isto é, os agentes que sofrem as ações de controle, são todos
que, de alguma maneira, administrem recursos públicos, não importa se pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
da administração direta ou da indireta, do Poder Legislativo, Executivo ou Judiciário. A condição para que se assuma o
dever de prestar contas ao controle externo é a gestão de recursos públicos, conforme disposto no art. 70, parágrafo
único da CF:

Art. 70 (...)

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Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Dica: lembre-se do GAGAU.

“Gagau, professor?”

Sim. Prestará contas qualquer pessoa que GAGAU: Guarde, Arrecade, Gerencie, Administre ou Utilize recursos
públicos.

Veja só: não importa a natureza da entidade, se da administração direta ou da indireta, ou mesmo se não pertencente à
Administração Pública: o que importa é a origem dos recursos administrados.
Por exemplo: se os recursos forem públicos e federais, ou seja, provenientes do orçamento da União, as pessoas
responsáveis por esses recursos estão sob a jurisdição do TCU e, por isso, sujeitas à fiscalização deste Tribunal. Para
ilustrar, vale destacar que estão sob a jurisdição do TCU:

1. Gestores que ordenam, autorizam ou ratificam despesas de recursos públicos, inclusive por delegação
de competência, que promovam a respectiva liquidação ou efetivem seu pagamento;
2. Servidor que assine, em nome da União, um contrato de aquisição de móveis para sua repartição;

3. Entidades da administração indireta, como Petrobras, Banco Central, BNDES, Banco do Brasil etc.;

4. Organizações Sociais – OS – e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – Oscips, quanto aos
recursos públicos recebidos;
5. Conselhos de regulamentação profissional, tanto os Conselhos Federais quanto os Conselhos Regionais,
que também são autarquias federais (exemplos: Conselho Federal de Arquitetura e Agronomia (Confea),
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), etc.);
6. Empresas beneficiárias de incentivos fiscais conferidos pela legislação federal, a exemplo da Lei do
Audiovisual e da Lei de Incentivo à Cultura;
7. Serviços sociais autônomos (“Sistema S”: Sebrae, Senai, Sesi, Sesc, Senac etc.);

8. Pessoas físicas beneficiárias de bolsas de estudos e projetos de pesquisa patrocinados pelo CNPq e pela
Capes;
9. Responsáveis pela administração da dívida pública.

Resumindo
Geriu recursos públicos? Então é sujeito passivo do controle externo! Tem o dever de prestar contas!

O objeto do controle legislativo de caráter financeiro são os atos administrativos que envolvam receitas e despesas
públicas. Ao controle externo compete examinar se tais atos foram praticados em conformidade com a lei e com os

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princípios administrativos, ou, ainda, se atenderam aos objetivos dos planos e programas de governo.

Ativo: Congresso Nacional (titular) e TCU (órgão técnico, sem subordinação).


Sujeitos
do Passivos: Administradores das unidades de todos os Poderes constituídos, incluindo: administração
controle direta, autarquias, fundações, empresas estatais, sociedades de economia mista, agências reguladoras,
externo organizações sociais, concessionárias de serviço público etc.
Entidades privadas e pessoas físicas que, de alguma forma, administrem recursos públicos federais.

Objetos
Licitações, contratos, pessoal, obras, patrimônio, sistemas, concessões de aposentadoria, pensões,
do
reforma, admissões de pessoal, arrecadação e renúncia de receita, dívida, convênios, privatizações,
controle
concessões de serviço, programas, políticas de governo.
externo

Segundo o art. 70, caput da CF, as áreas alcançadas pelo controle externo são: contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial.
Assim, suponha que o Ministério da Educação, no âmbito do programa fictício “Livro para Todos” tenha realizado uma
licitação para adquirir livros didáticos destinados a escolas públicas e uma denúncia é encaminhada ao TCU com
elementos indicando possíveis irregularidades na compra. Para apurá-la, o Tribunal de Contas poderá realizar uma
fiscalização que, dependendo do objeto da denúncia, será de natureza:

Natureza da O que será


Exemplo
fiscalização fiscalizado

Lançamentos e Auditoria para verificar se os eventos contábeis relacionados à aquisição


Contábil
escrituração contábil dos livros foram corretamente registrados.

Arrecadação de
Inspeção para verificar se os pagamentos efetuados ao fornecedor dos
Financeira receitas e execução
livros estão de acordo com o contrato.
de despesas

Elaboração e
Inspeção para verificar a existência de previsão orçamentária para a
Orçamentária execução dos
aquisição.
orçamentos

Processos
Auditoria no Programa “Livro para Todos”, a fim de verificar se a
administrativos e
Operacional distribuição dos livros está beneficiando os destinatários da forma e na
programas de
medida desejada pelo Programa.
governo

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Patrimonial Guarda e Auditoria para verificar se os livros adquiridos foram entregues pelo
administração de fornecedor e se foram distribuídos para as escolas cadastradas no
bens móveis e Programa.
imóveis

Segundo o mesmo dispositivo da Constituição (art. 70, caput), os aspectos a serem verificados nas fiscalizações, ou
seja, os possíveis focos do controle são: legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas. Vejamos como os três primeiros (legalidade, legitimidade e economicidade) podem ser aplicados
ao nosso exemplo:

Foco da
Característica Exemplo
fiscalização

Verifica se a conduta do gestor guarda


Verificar: se o processo licitatório seguiu a Lei de
consonância com as normas aplicáveis, de
Licitações; se os pagamentos foram realizados
qualquer espécie - leis, regimentos,
de acordo com a previsão contratual; se as
Legalidade resoluções, portarias etc. Geralmente, é o
regras da contabilidade pública foram
aspecto predominante nas fiscalizações
obedecidas na realização dos lançamentos
de natureza contábil, financeira,
contábeis.
orçamentária e patrimonial.

Verificar se as escolas mais necessitadas foram


atendidas em vez de, ao contrário, serem
privilegiadas aquelas cujos responsáveis teriam
Verifica se o ato atende ao interesse público,
Legitimidade relações políticas com o Secretário. Nesse último
à impessoalidade e à moralidade.
caso, a aquisição seria ilegítima, mesmo se
realizada em conformidade com a Lei de
Licitações.

Analisa a relação custo/benefício da despesa


Verificar se o preço dos livros está de acordo
pública, isto é, se o gasto foi realizado com
com os referenciais de mercado ou, na falta, se o
Economicidade minimização dos custos e sem
valor pago é razoável, compatível com a
comprometimento dos padrões de
natureza e a qualidade da publicação.
qualidade.

Além desses aspectos, a Constituição determina expressamente a fiscalização da aplicação das subvenções e
da renúncia de receitas, cujo exame envolve avaliações de legalidade, legitimidade e economicidade.
Subvenções, de acordo com a Lei 4.320/1964, são transferências de recursos orçamentários destinadas a cobrir
despesas de custeio das entidades beneficiadas. Classificam-se em subvenções sociais quando destinadas a órgãos ou
entidades de caráter assistencial, cultural ou de educação; e em subvenções econômicas, quando se destinam a cobrir
déficits de empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril. Assim, os beneficiários

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deverão prestar contas da aplicação das subvenções recebidas, sujeitando-se à devida fiscalização dos órgãos de
controle.
Renúncia de receita, nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, envolve benefícios que impliquem redução
discriminada de tributos, tais como anistia, remissão, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota
ou alteração de base de cálculo. Assim, o Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas, deve fiscalizar os
órgãos e entidades que tenham atribuição de conceder, gerenciar ou utilizar recursos provenientes de renúncia de
receita.
Finalmente, é importante dizer que o fundamento do controle externo, cujo titular é o Poder Legislativo (CF, art. 71),
é eminentemente constitucional. É que a administração pública é uma das funções básicas do Estado, e, por isso, o
Poder Legislativo, que é incumbido de outras dessas funções básicas, não poderia ser autorizado ao controle se não
fosse por expressa referência da Constituição. Se não fosse assim, estar-se-ia admitindo a indevida interferência de
um em outro dos Poderes, e isso seria uma violação ao princípio da separação entre eles, consagrado no art. 2º da
Carta Magna.
Por isso, o controle legislativo só pode ocorrer nas hipóteses, nas situações e nos limites diretamente previstos na
Constituição Federal. Isso significa que as legislações complementar ou ordinária e as Constituições estaduais não
podem prever outras modalidades de controle que não as constantes da Constituição Federal, sob pena de ofensa ao
princípio da separação de Poderes. O controle constitui, justamente, exceção a esse princípio, não podendo ser
ampliado fora do âmbito constitucional.

Preste atenção!
O controle legislativo só pode ocorrer nas hipóteses, nas situações e nos limites diretamente previstos na Constituição
Federal
Nesse sentido, a CF prevê, no âmbito do controle externo, atribuições que são de caráter político e, por
isso, exclusivas das casas legislativas (controle parlamentar direto); e atribuições de caráter técnico, exclusivas
do Tribunal de Contas (controle técnico).
Conforme leciona Carvalho Filho (2020), é possível distinguir o controle legislativo em duas espécies:

o controle político; e

o controle financeiro.

A característica do controle político tem por base a possibilidade de fiscalização e decisão do Poder Legislativo sobre
atos ligados à função administrativa e de organização do Executivo e do Judiciário.
Já o controle financeiro é aquele exercido pelo Poder Legislativo sobre o Executivo, o Judiciário e sobre sua própria
administração no que se refere à receita, à despesa e à gestão dos recursos públicos.
Vamos estudá-las logo a seguir.

Em relação ao controle externo exercido pelo Congresso Nacional, a fiscalização financeira diz respeito ao
acompanhamento da execução do orçamento e da verificação dos registros adequados nas rubricas orçamentárias.
Comentário:

O acompanhamento da execução do orçamento e a verificação dos registros adequados nas rubricas orçamentárias é
objeto da fiscalização orçamentária. Já a fiscalização financeira diz respeito ao controle da arrecadação de receitas

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e da execução de despesas, por meio do acompanhamento dos depósitos bancários, dos pagamentos efetuados, dos
ingressos dos valores etc.
Gabarito: Errado

O controle da administração realizado pelo Poder Legislativo com o auxílio do TCU abrange o denominado controle de
economicidade, pelo qual se verifica se o órgão público procedeu da maneira mais econômica na aplicação da despesa,
atendendo à adequada relação de custo-benefício.
Comentário:

O controle de economicidade relaciona-se à noção de racionalidade e eficiência na realização da despesa pública. Deve-
se buscar não apenas gastar menos, mas gastar bem, adquirindo bens e serviços de qualidade, na quantidade
necessária (nem mais, nem menos) e a preços compatíveis com o mercado.
Gabarito: Certo

CEBRASPE – IBAMA – 2022


Acerca de uma hipotética entidade da administração pública indireta responsável por fiscalização ambiental, julgue o
item seguinte.
Essa entidade se sujeita à fiscalização e ao controle pelo Poder Legislativo.

Comentário:

Geriu recursos públicos? Então está sujeito ao controle externo, cujo titular é o Poder Legislativo. Não importa se
pessoa física ou jurídica, pública ou privada, da administração direta ou da indireta, do Poder Legislativo, Executivo ou
Judiciário.
Confira o caput do artigo 70 Constituição Federal:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e


das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Assim, uma entidade da administração indireta está sim sujeita à fiscalização e ao controle pelo Poder Legislativo.

Gabarito: Certo

CEBRASPE – SEFAZ-CE - Auditor Fiscal Jurídico da Receita Estadual – 2021


A despeito de não integrarem a administração direta nem a indireta, as entidades do Sistema S (Sesi, Senai, Sesc, Senat
etc.) sujeitam-se à fiscalização do Tribunal de Contas da União.
Comentário:

De fato, os serviços sociais autônomos, o conhecido “Sistema S”, não integra nem a administração nem a indireta. Mas
ainda assim está sujeita à fiscalização do TCU, porque administra recursos públicos federais. Lembre-se: não importa a
natureza da entidade, se da administração direta ou da indireta, ou mesmo se não pertencente à Administração
Pública: o que importa é a origem dos recursos administrados.
Gabarito: Certo

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CEBRASPE – Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal – 2021


Apenas a Constituição Federal de 1988 pode prever modalidades de controle externo.

Comentário:

O fundamento do controle externo, cujo titular é o Poder Legislativo, é eminentemente constitucional. Isso significa
que o controle legislativo só pode ocorrer nas hipóteses, nas situações e nos limites diretamente previstos na
Constituição Federal. É dizer: as legislações complementar ou ordinária e as Constituições estaduais não podem
prever outras modalidades de controle que não as constantes da Constituição Federal, sob pena de ofensa ao princípio
da separação de Poderes.
Por isso, questão correta: apenas a Constituição Federal de 1988 pode prever modalidades de controle externo.

Gabarito: certo

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Controle parlamentar direto (ou controle político)


Existem algumas atribuições relacionadas ao controle externo que são exercidas diretamente pelo Poder Legislativo, o
conhecido controle parlamentar direto ou controle político.
O controle parlamentar direto ou político, a exemplo do controle judicial, decorre da estrutura de divisão de poderes,
ou sistema de freios e contrapesos, para restringir e limitar o poder dos governantes. Assim, o Legislativo é o
responsável por aprovar as políticas públicas, bem como as regras para a arrecadação de receitas e a programação
orçamentária da execução das despesas, as quais devem ser seguidas e executadas majoritariamente pelo Poder
Executivo, mas também pelos responsáveis pelas unidades administrativas dos demais Poderes, obedecendo aos
princípios da legalidade, legitimidade e economicidade. Buscando o equilíbrio entre os Poderes, a Constituição definiu
que a prestação de contas deve ser feita ao mesmo Poder que definiu as regras, o Legislativo, que é o titular de controle
externo.
Como veremos, nem todas as atribuições do controle parlamentar direto estão relacionadas ao controle externo
financeiro. Muitas são atribuições essencialmente políticas, e não necessariamente envolvem o exame das receitas e
despesas públicas, a exemplo da aprovação da nomeação de autoridades.
Dentre as atribuições do controle parlamentar, o art. 49 da CF enumera que é da competência exclusiva do Congresso
Nacional:

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou


dos limites de delegação legislativa;
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios
sobre a execução dos planos de governo;
X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração indireta;

Quanto ao inciso V, cumpre salientar que a competência para a sustação do ato normativo produzido pelo Executivo
que exceda dos limites de sua competência é do Congresso Nacional (não do Senado ou da Câmara). Além disso, há
alguns pontos que merecem atenção:

o Congresso Nacional pode sustar os atos normativos advindos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar. Não há que se falar em anulação, que só poderia ser feita pela própria Administração
(autotutela) ou pelo Judiciário (controle judicial);
os atos normativos que podem ser sustados são os do Poder Executivo (não do Judiciário). Lembrando que
a CF atribui ao Poder Executivo, por intermédio do Presidente da República, a competência privativa para
editar decretos e regulamentos visando assegurar a fiel execução das leis (art. 84, IV), assim como para
editar decretos autônomos sobre a organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e sobre a extinção de cargos ou
funções públicas, quando vagos. Ademais, o art. 68 da CF prevê a possibilidade de o Presidente da
República editar as chamadas leis delegadas, mediante delegação do Congresso Nacional. Toda vez que,
nessas situações, o Executivo for além de seus limites quando da elaboração dos atos normativos,
estará exorbitando do poder regulamentar, cabendo a sustação pelo Congresso Nacional.

Prosseguindo no art. 49 da CF, o inciso IX se refere à competência do Congresso Nacional para julgar as contas do
Presidente da República. Mais adiante, veremos que o Tribunal de Contas não julga as contas do Chefe do Executivo,
mas tão só as aprecia, mediante a emissão de parecer prévio. A competência para julgamento das contas do Chefe do
Executivo, no caso federal, é do Congresso Nacional, e constitui ato político.
Na hipótese de não apresentação das contas ao Congresso Nacional, no prazo de 60 dias após a abertura da sessão
legislativa, é competência privativa da Câmara dos Deputados (não do Congresso ou do Senado) proceder à tomada
de contas do Presidente da República (CF, art. 51, II), sendo esse mais um exemplo de controle parlamentar.

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Quanto ao inciso X do art. 49, a doutrina aponta que a principal finalidade do dispositivo é explicitar que o controle da
Administração Pública também é uma função típica do Poder Legislativo, tão importante quanto a função de editar
leis primárias.
Uma das formas de efetivar esse controle de forma direta consiste na prerrogativa que as Casas do Congresso Nacional
e suas comissões possuem de convocar autoridades para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto
previamente determinado ou na competência das Mesas da Câmara e do Senado para encaminhar pedidos escritos
de informações a essas autoridades. É o que diz o art. 50 da CF:

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas


Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto
previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação
adequada.
(...)

§ 2º - As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos


escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste
artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de
trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.

Outra atribuição de controle parlamentar direto refere-se à competência do Senado Federal para processar e julgar as
seguintes autoridades nos crimes de responsabilidade: o Presidente e o Vice-Presidente da República, bem como os
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, nos crimes da mesma natureza
conexos com aqueles; os Ministros do STF; os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do
Ministério Público; o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União (CF, art. 52).
Ademais, é competência do Senado Federal aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha
de determinados magistrados e ministros do TCU, de Governador de Território, do presidente e diretores do Banco
Central, do Procurador-Geral da República e de outras autoridades que a lei estabeleça (CF, art. 52, III).
Uma conhecida e importante ferramenta utilizada pelo Poder Legislativo no controle da Administração Pública é a
instauração das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). As CPI possuem poderes de investigação próprios de
autoridades judiciais para apuração de fato determinado e por prazo certo. Suas conclusões, se for o caso, serão
encaminhadas ao Ministério Público para que promova a responsabilização civil ou criminal dos infratores (CF, art. 58,
§3º).

§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das


autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Por fim, cabe destacar as atribuições da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), que
examina e emite parecer sobre as contas do Presidente da República e sobre os planos e programas nacionais, regionais
e setoriais previstos na Constituição, assim como exerce o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas (CF, art. 166, §1º).

Compete exclusivamente à Câmara dos Deputados suspender os atos dos Poderes Executivos federal, estadual e
municipal caso estes tenham exorbitado os limites do poder regulamentar das leis expedidas pelos respectivos órgãos

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legislativos.
Comentário:

A questão trata do controle parlamentar/político exercido sobre a Administração Pública diretamente pelos órgãos do
Poder Legislativo. A competência para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa é do Congresso Nacional e não da Câmara dos Deputados
isoladamente, nos termos do art. 49, V da CF. Ademais, o Congresso Nacional, quando for o caso, somente pode
sustar os atos do Poder Executivo federal, jamais do estadual, municipal ou distrital. Nessas esferas, a competência é
das Assembleias Legislativas, das Câmaras Municipais ou da Câmara Legislativa no caso do DF. Portanto, o quesito está
incorreto.
Gabarito: Errado

Considerando as normas constitucionais relativas a controle externo, julgue o item a seguir: o Supremo Tribunal
Federal não se sujeita a controle externo exercido pelo Congresso Nacional.
Comentário:

Os órgãos administrativos de todos os poderes constituídos – incluindo, portanto, o Judiciário no qual está inserido o
STF – são sujeitos passivos do controle externo, cujo sujeito ativo, no âmbito federal, é o Congresso Nacional, auxiliado
pelo TCU (CF, art. 70 e 71). Mas lembre-se: somente as funções administrativas, ou seja, as que envolvem receitas e
despesas de recursos públicos, tais como aquisição de bens, contratação de serviços, admissão de pessoal etc., estão
sujeitas ao controle externo. Assim, uma decisão do STF tomada no exercício de suas atribuições típicas, como no
julgamento de uma ADIN, não se sujeita ao controle externo do Congresso ou do TCU.
Gabarito: Errado

O controle legislativo é tanto político quanto financeiro. O controle financeiro, no âmbito parlamentar, é exercido por
meio de suas casas e respectivas comissões. Há comissões permanentes e temporárias, entre as quais as CPIs. No caso
do DF, cabe precipuamente à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças da Câmara Legislativa (CLDF) fiscalizar a
execução orçamentária e financeira.
Comentário:

Afirmativa correta. Trata-se da comissão permanente constituída na CLDF equivalente à Comissão Mista de Planos,
Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) do Congresso Nacional, responsável pelo acompanhamento e a fiscalização
do orçamento público.
Importante ressaltar que o controle legislativo é precipuamente de caráter político, mas também contempla atividades
de controle financeiro, como quando susta despesas não autorizadas e quando exerce o acompanhamento e a
fiscalização da execução orçamentária e financeira por intermédio da comissão permanente.
Gabarito: Certo

No exercício do controle legislativo, compete ao Senado Federal, em caráter privativo, sustar os atos normativos do
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar, bem como os contratos que padeçam de ilegalidade, neste
último caso mediante solicitação da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional.
Comentário:

A competência para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (CF, art. 49,
V), bem como os contratos administrativos que padeçam de ilegalidade (CF, art. 71, §1º) é do Congresso Nacional, e
não do Senado Federal. Ademais, a sustação de contratos pelo Congresso ocorre após a comunicação do Tribunal de
Contas, e não da Comissão Mista de Orçamento (CF, art. 71, IX, X e §1º).

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Gabarito: Errado

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Controle exercido pelo Tribunal de Contas


Vimos que, segundo o modelo estabelecido pela Constituição Federal, o Congresso Nacional é o titular do controle
externo praticado sobre a Administração Pública Federal. Mas, para que esse controle seja efetivo, a Constituição
estabelece que o Parlamento deve contar com o auxílio técnico indispensável do Tribunal de Contas da União, que,
mediante sua ação fiscalizadora, o chamado controle técnico, de caráter contábil-financeiro, busca garantir que a
Administração arrecade, gaste e administre os recursos públicos dentro dos limites da lei e do interesse geral.

Tome nota!

Atualmente, no Brasil, além do Tribunal de Contas União – competente para realizar o controle externo na esfera
federal -, existem os seguintes tribunais de contas:

26 tribunais de contas dos estados;

01 Tribunal de Contas do Distrito Federal;

03 tribunais de contas dos municípios (BA, GO e PA);

02 tribunais de contas municipais (Rio de Janeiro de São Paulo).

Como se percebe, todos os Estados brasileiros, assim como o Distrito Federal, possuem um Tribunal de Contas
responsável pelo controle externo dos recursos de origem estadual (TCEs) e distrital (TCDF).
Quanto ao controle dos recursos de origem municipal, cabe diferenciar tribunais de contas dos municípios (TC dos
Municípios) de tribunais de contas municipais (TCM).
Os primeiros são órgãos técnicos estaduais, responsáveis pelo controle externo de todos os municípios do respectivo
Estado. Atualmente, existem apenas 03, nos Estados da BA, GO e PA.
Os segundos são órgãos municipais que exercem o controle externo somente no âmbito do Município no qual foram
constituídos. No Brasil, existem apenas 02, nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Nos municípios que não são abarcados pela jurisdição de um TC dos Municípios ou de um TCM, o órgão técnico que
auxilia as Câmaras Municipais no controle externo é o respectivo Tribunal de Contas Estadual (TCE).
Embora previsto no art. 75 da CF, atualmente não existem órgãos de controle externo denominados Conselhos de
Contas dos Municípios, mas apenas Tribunais de Contas.
A CF vedou a criação de novos TCM (CF, art. 31, §4º). Portanto, os únicos TCM que podem existir no Brasil são os do
Rio de Janeiro e de São Paulo, que já existiam antes da promulgação da atual Constituição. Nenhum outro Município
pode prever, em sua lei orgânica, a existência de um Tribunal para controlar as contas municipais. Todavia, nada
impede a criação de TC dos Municípios (órgãos estaduais) pelos Estados que ainda não os possuem. Nesse sentido já
deliberou o STF (ADIn 687).

O Tribunal de Contas da União (assim como os demais tribunais de contas do País) é órgão administrativo que auxilia
tecnicamente o Poder Legislativo no controle externo da gestão pública, sem, porém, lhe ser subordinado ou pertencer
à sua estrutura. A Carta Magna assegura ao TCU, inclusive, autonomia funcional, administrativa, financeira e

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orçamentária, garantindo-lhe quadro próprio de pessoal (CF, art. 73), e estendendo-lhe, no que couber, as atribuições
relativas à auto-organização do Poder Judiciário, previstas no art. 96 da CF, como elaborar seu Regimento Interno,
organizar sua Secretaria e propor, privativamente, projetos de lei relativos à sua organização interna.
O Tribunal de Contas da União é um órgão colegiado, composto por nove Ministros, os quais se equiparam, em
termos de garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens, aos Ministros do Superior Tribunal de
Justiça (CF, art. 73, §3º).

Diversamente, os demais Tribunais de Contas do País são compostos por sete Conselheiros (CF, art.
75, parágrafo único).

É importante salientar que o TCU, apesar de ser um “Tribunal” e de seus Ministros se equipararem aos Ministros do STJ,
não pertence ao Poder Judiciário e, por conseguinte, não exerce jurisdição, isto é, não decide com definitividade o
direito aplicável a um caso concreto litigioso. Suas decisões possuem natureza administrativa e, como tal, podem ser
objeto de impugnação perante o Poder Judiciário em caso de irregularidade formal grave ou manifesta ilegalidade.
O TCU tampouco, como já destacado, pertence ao Poder Legislativo, apesar de auxiliar o Congresso Nacional no
controle externo da Administração Pública. De fato, o TCU não está subordinado hierarquicamente a nenhum dos
três Poderes: o Presidente do TCU não deve obediência ao Presidente do Congresso Nacional, titular do controle
externo, e muito menos ao Presidente do STF ou ao Presidente da República. Similarmente, o Presidente de um
Tribunal de Contas Estadual também não responde ao Presidente da Assembleia Legislativa ou ao Governador do
Estado, tampouco ao Presidente do TCU.
Por outro lado, da mesma forma que o Ministério Público, o TCU também não constitui, por si só, um Poder. Diz-se que
a tripartição clássica dos Poderes do Estado – Executivo, Legislativo e Judiciário – não é suficiente para abarcar o perfil
de instituições como o TCU e o Ministério Público, órgãos de estatura constitucional que possuem competências
próprias e privativas, sem estarem ligados hierarquicamente a nenhum dos três poderes clássicos.
As principais competências do TCU relacionadas ao controle externo estão expressas nos incisos do art. 71 da
Constituição Federal. Ressalte-se que tais competências são próprias e privativas do TCU, o que denota sua
independência em relação ao Congresso. Vamos, de forma sucinta, estudar as competências da Corte de Contas mais
relevantes para o nosso objetivo. Lembrando que, em vista do princípio da simetria, tais competências também são
exercidas pelos demais tribunais de contas do País.

Emitir parecer prévio sobre as contas do Presidente da República

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio
que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

O TCU aprecia – não julga! - as contas anuais do Presidente da República e emite parecer prévio. O prazo para
emissão do parecer prévio é de até 60 dias a contar do recebimento das contas pelo Tribunal.

Quem julga as contas do Presidente da República é o Congresso Nacional.

O TCU apenas emite parecer prévio!

Por força do art. 49, IX da CF, compete privativamente ao Congresso Nacional o julgamento das contas do
Presidente da República. O TCU, saliente-se, somente as aprecia e emite parecer prévio.

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As contas prestadas pelo Presidente da República constituem as chamadas contas de governo, de natureza política,
que propicia uma visão macro do desempenho da economia e das políticas sociais, em confronto com as normas
constitucionais, legais e regulamentares.
O parecer prévio emitido pelo TCU pode ser pela aprovação, com ou sem ressalvas e recomendações, ou pela rejeição
das contas. Todavia, embora o parecer prévio seja conclusivo, é meramente opinativo, não vinculando o julgamento
a cargo do Congresso Nacional.

Detalhando um pouco mais...

O caput do art. 56 da LRF dispõe que as contas prestadas pelo Chefe do Poder Executivo incluirão, além das suas, as
dos presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do chefe do Ministério Público, as quais receberão
parecer prévio, separadamente, do Tribunal de Contas. Assim, a Lei prevê vários pareceres prévios a serem emitidos
pelo TCU, um para o presidente de cada órgão.
Entretanto, o referido dispositivo da LRF foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na
ADIn 2.238-5 (que abrange a ADIn 2.324).
Por esse motivo, o entendimento atual é que o Tribunal de Contas emite parecer prévio exclusivamente em relação às
contas do Chefe do Poder Executivo, que são julgadas pelo Poder Legislativo, como previsto na Constituição.
As contas dos presidentes dos órgãos dos demais Poderes, ao contrário, em vez de serem objeto de pareceres prévios
individuais, são efetivamente julgadas pelo Tribunal de Contas, por força do art. 71, II da CF (art. 59, II da CE-XX) e
em consonância com a decisão do Supremo.
Não obstante, o relatório elaborado pelo TCU sobre as contas de governo, que acompanha o parecer prévio,
contempla informações sobre os demais Poderes e o Ministério Público, compondo assim um panorama de toda a
Administração Pública Federal.

Vale lembrar que, caso o Presidente da República não preste as contas, compete à Câmara dos Deputados tomá-las
(art. 51, II, da CF).

De acordo com a Lei Orgânica do TCDF, é de competência desse tribunal julgar as contas do governador do DF e
elaborar relatório sintético a esse respeito, emitindo parecer definitivo, no qual o conselheiro relator — antes de se
pronunciar sobre o mérito das contas — ordena a citação dos responsáveis.

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Comentário:

Por simetria com o disposto na Constituição Federal, o julgamento das contas dos Chefes do Poder Executivo nas
demais esferas de governo compete ao Poder Legislativo local, após parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas
competente. No caso do Distrito Federal, de que trata o comando da questão, o julgamento das contas do governador
compete à Câmara Legislativa do DF e não ao TCDF, daí o erro. O TCDF, a exemplo do TCU, apenas emite parecer
prévio.
Gabarito: Errado

Cabe ao TCE/RS julgar as contas a serem prestadas anualmente pelo governador do estado e pelos prefeitos
municipais, nos termos da Lei Orgânica do TCE/RS.
Comentário:

O Tribunal de Contas não julga as contas do Chefe do Poder Executivo. Apenas emite parecer prévio. Quem julga é o
Poder Legislativo, nas respectivas esferas de governo, ou seja, Congresso Nacional(Presidente da República), Câmara
Legislativa (Governador de DF), Assembleias Legislativas (Governadores dos Estados) e Câmaras Municipais (Prefeitos
dos Municípios).
Gabarito: Errado

Cabe exclusivamente ao Congresso Nacional apreciar e julgar anualmente as contas de governo, consideradas em seu
sentido mais amplo.
Comentário:

A exclusividade conferida pela Constituição ao Congresso Nacional refere-se apenas ao julgamento das contas do
Presidente da República (CF, art. 49, IX). Também as apreciam o TCU, que emite parecer prévio (CF, art. 71, I), e a
Comissão mista de Senadores e Deputados (CMO), que emite parecer, na forma de projeto de Decreto Legislativo (CF,
art. 166, §1º, I). Portanto, a palavra “apreciar” torna o quesito incorreto.
Gabarito: Errado

Uma das incumbências do tribunal de contas do estado é a emissão de parecer prévio sobre as contas de prefeito
municipal, que deverá ser aprovado ou rejeitado pela câmara municipal, sempre por maioria absoluta. Sendo
divergente a posição dos vereadores, o parecer do tribunal deixará de prevalecer por decisão de três quartos dos
membros da câmara municipal.
Comentário:

Primeiramente, cabe enfatizar que a competência para emitir o parecer prévio sobre as contas de prefeito municipal é
do Tribunal de Contas responsável pelo controle externo do Município, o qual, na maior parte dos casos, é o Tribunal
de Contas do Estado. Nos Estados da Bahia, Goiás e Pará, todavia, esse parecer compete ao respectivo Tribunal de
Contas dos Municípios (órgão de controle externo estadual responsável pelo controle externo de todos os Municípios
do Estado), enquanto que nos Municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo, o parecer prévio sobre as contas do
Prefeito compete ao respectivo Tribunal de Contas Municipal. Em todos os casos, o julgamento das contas compete
à respectiva Câmara de Vereadores.
Quanto à assertiva, o erro está na expressão “aprovado ou rejeitado pela câmara municipal, sempre por maioria
absoluta”, eis que o parecer prévio só poderá ser rejeitado por decisão de dois terços dos membros da Câmara
Municipal, nos termos do art. 31, §2º da CF:

§2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

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Detalhe é que, diferentemente da esfera municipal, nas esferas federal e estadual não existe previsão de quórum
qualificado para derrubar o parecer prévio do Tribunal de Contas
Gabarito: Errado

Julgar as contas dos responsáveis por recursos públicos e dos causadores de prejuízo ao erário

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo
Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte prejuízo ao erário público;

Pelo dispositivo acima podemos dizer que:

Enquanto o julgamento político das contas de governo está a cargo do Poder Legislativo, o julgamento técnico da
gestão administrativa de todos os Poderes, da administração direta e indireta, objeto das chamadas contas de gestão,
é atribuição do Tribunal de Contas.
Aqui não se trata apenas de elaborar relatórios ou emitir parecer. Em relação às contas prestadas pelos administradores
públicos ou pelos que causam dano ao erário, o TCU efetivamente profere um julgamento, decidindo se as contas são
regulares, regulares com ressalva ou irregulares, com base nos elementos apresentados.

Preste atenção!

As contas de governo têm como responsável apenas o Chefe do Executivo e possuem caráter político, sendo
julgadas pelo Poder Legislativo. Já as contas de gestão possuem caráter técnico e têm como responsáveis todos os
servidores com atribuições administrativas nas unidades da Administração Pública, de todos os Poderes, sendo
julgadas pelo Tribunal de Contas.

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Cumpre salientar que, embora a decisão do TCU sobre a regularidade das contas efetivamente se materialize num
julgamento, tal decisão, como todas as demais proferidas pelo órgão, possui natureza administrativa.
As contas julgadas pelo TCU podem ser de duas espécies principais:

Tomadas e prestações de contas ordinárias anuais: independem de suspeita de irregularidades e se


destinam a avaliar e julgar o desempenho e a conformidade da gestão dos responsáveis em um determinado
exercício;
Tomadas de contas especiais: processo com rito próprio, destinado a apurar responsabilidade por
ocorrência de dano ao patrimônio da Administração Pública (erário) e obtenção do respectivo
ressarcimento.

Detalhe importante é que, enquanto nos processos de contas anuais ordinárias o TCU julga apenas as contas de
agentes públicos vinculados à Administração (como dirigentes de unidades administrativas, membros de comissão de
licitação, ordenadores de despesas etc.), nas tomadas de contas especiais os responsáveis podem ser qualquer pessoa
física ou jurídica, pública ou privada, responsável por causar dano ao erário. Nesse caso, a lei exige apenas um evento
específico para ocorrer a necessidade da apresentação das contas, qual seja, a configuração de prejuízo ao
patrimônio público, não importando quem o tenha causado. Agentes públicos e privados respondem da mesma
forma. É o caso, por exemplo, de uma Organização Não-Governamental que receba repasse do Governo Federal e não
destina os recursos para os fins devidos. Tal entidade, ainda que não pertença à Administração Pública, terá que prestar
contas ao TCU sobre a utilização dos recursos federais a ela repassados e, caso reste configurado o dano ao erário, os
responsáveis terão as contas julgadas pelo Tribunal.
É importante saber que, como consequência do julgamento das contas, o TCU tem competência para condenar o
responsável a ressarcir o prejuízo causado ao erário (imputar débito). O TCU também pode aplicar-lhe sanções,
como a imposição de multa.
Conforme o art. 73, §3º da CF, as decisões do TCU de que resulteimputação de débito ou multa terão eficácia
detítulo executivo extrajudicial. Isso significa que o débito imputado (obrigação de ressarcir o prejuízo) ou a multa
aplicada podem ser levados diretamente ao Poder Judiciário para cobrança, em ação de execução, sem necessidade
de discussão prévia em uma ação judicial de conhecimento, como ocorre nas ações executórias em geral. Assim, em
razão da força de título executivo, se o responsável não honrar no prazo a multa ou o débito oriundos da decisão do
TCU, a execução judicial dessa dívida tende a ser mais rápida.

As contas de gestão do TCU são julgadas pela(o)

a) Congresso Nacional.
b) Câmara dos Deputados.
c) Tribunal de Contas da União.
d) Senado Federal.
e) Supremo Tribunal Federal.
Comentário:

O art. 71, II da CF, que trata do julgamento das contas de gestão, preceitua:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas

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pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

Portanto, quaisquer contas de gestão que envolvam recursos públicos federais são julgadas pelo TCU, inclusive as dele
próprio, referentes às suas atividades administrativas (contratação de pessoal, aquisição de bens etc), cujos
responsáveis são os servidores da Secretaria e o Presidente do Tribunal. Por isso, correta apenas a alternativa “c”.
Vale ressaltar que o §2º do art. 56 da LRF, que não foi declarado inconstitucional pelo STF, determina que a Comissão
Mista de Orçamento (CMO) emita parecer sobre as contas do TCU.

§ 2º O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo previsto no art. 57 pela
comissão mista permanente referida no § 1º do art. 166 da Constituição ou equivalente das Casas
Legislativas estaduais e municipais.

Perceba que a CMO não julga as contas do TCU. A referida comissão apenas emite um parecer. Os gestores do TCU
recebem quitação do próprio Tribunal e não do Congresso Nacional. E o TCU não precisa aguardar o parecer da CMO
para julgar suas próprias contas, pois esse parecer não vincula o julgamento. Na verdade, ante a declaração de
inconstitucionalidade do caput, o § 2º do art. 56 não tem muita função prática. O que acaba acontecendo é que o TCU
envia suas contas para a CMO quase que a "título de conhecimento". Nas palavras do STF (ADIN 2.324), “ao permitir a
fiscalização dos padrões de gestão fiscal pela atuação concomitante do Legislativo e dos Tribunais de Contas, o
dispositivo buscou melhor aproveitar as especializações institucionais, sem qualquer usurpação de competências
privativas”. Ainda de acordo com o Supremo, a “emissão de parecer é uma atribuição meramente opinativa”,
entendendo pela “Inexistência de qualquer subtração à competência dos Tribunais de Contas de julgamento das
próprias contas, mas previsão de atuação opinativa da Comissão Mista de Orçamento (art. 166, § 1º, da CF) ou órgão
equivalente.”
Saliente-se que essa sistemática (TC julga suas próprias contas) não necessariamente é replicada nas demais esferas de
governo. No DF, por exemplo, as contas do TCDF são julgadas pela Câmara Legislativa, conforme disposto na Lei
Orgânica distrital. Nesse caso, o TCDF não se pronuncia sobre suas próprias contas. Seus gestores recebem quitação
da Câmara Legislativa. E o parecer emitido pela comissão equivalente à CMO possui uma função mais efetiva, que é
subsidiar o julgamento a cargo do Parlamento. Cabe ressaltar que essa sistemática (Legislativo julga as contas do TC)
não segue o modelo estabelecido na CF (TC julga suas próprias contas), mas sua legitimidade e constitucionalidade
foram reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 1.175/DF.
Há ainda o caso dos Tribunais de Contas dos Municípios, responsáveis pelo controle externo dos municípios do
Estado (existentes na BA, GO e PA). Segundo entendimento do STF na ADI 687, tais tribunais, por serem órgãos
estaduais, devem prestar contas perante o Tribunal de Contas do Estado (responsável pelo controle externo dos
recursos estaduais), e não perante a Assembleia Legislativa. Dessa forma, por exemplo, os gestores do TC dos
Municípios da Bahia devem prestar contas perante o TCE/BA, e não perante o próprio TC dos Municípios da Bahia ou à
Assembleia Legislativa, e assim sucessivamente.
Gabarito: alternativa “c”

Ao Tribunal de Contas da União não cabe julgar as contas dos administradores de sociedades de economia mista e
empresas públicas, visto que a participação majoritária do Estado na composição do capital não transmuda em
públicos os bens dessas entidades.
Comentário:

Por disposição constitucional expressa (CF, art. 70, caput) as entidades da administração indireta estão sujeitas ao
controle externo. Há uma decisão antiga do STF que retirava as sociedades de economia mista exploradoras de
atividade econômica da jurisdição do Tribunal de Contas. Contudo, tal entendimento já foi superado, e a Suprema
Corte reformou sua decisão, reconhecendo a competência do TCU para fiscalizar as sociedades de economia mista,
inclusive as exploradoras de atividade econômica, como o Banco do Brasil e a Petrobras. Portanto, o quesito está
errado. Sobre o tema, vale dar uma olhada na decisão proferida pelo Supremo no MS 25.092/DF (a ementa está no final
da aula). Prevaleceu naquele julgado o entendimento de que a lesão ao patrimônio da sociedade de economia mista

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atingiria, além do capital privado, também o erário, em vista da participação majoritária do Estado na composição do
capital da entidade, daí o fundamento para a submissão ao controle externo.
Gabarito: Errado

Apreciar, para fins de registro, a legalidade de atos de pessoal

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;

Os atos de pessoal praticados no âmbito da administração direta ou indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo Poder Público, estão sujeitos a registro, implicando a apreciação de sua legalidade pelo
Tribunal de Contas, da seguinte forma:

O TCU aprecia a legalidade, para fins de registro:

dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta.

das concessões de aposentadorias, reformas e pensões.

Porém, o TCU não aprecia a legalidade, para fins de registro:

das nomeações para cargo de provimento em comissão.

das melhorias posteriores das aposentadorias, reformas e pensões que não alterem o fundamento legal do
ato concessório.

Apreciar para fins de registro significa que todo ato administrativo que tenha como objeto a admissão de pessoal ou a
concessão de aposentadorias, reformas e pensões somente se completará com o respectivo registro pelo TCU.
Efetuado o registro, o ato é confirmado; caso contrário, o ato é desconstituído. Assim, se o Tribunal considerar ilegal a
aposentadoria concedida a um servidor, por não preencher os requisitos de tempo de serviço, por exemplo, o registro
do ato será negado e o órgão de origem deverá cessar o pagamento dos proventos.
O TCU aprecia, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título,
compreendendo as admissões de empregados públicos, regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), da
mesma forma que os servidores estatutários, regidos pela Lei 8.112/1990. Na apreciação da legalidade dos atos de
admissão de pessoal, o TCU avalia, fundamentalmente, se foi obedecido o princípio do concurso público e se não está
havendo acumulação ilegal de cargos.
As nomeações para cargo em comissão e função de confiança constituem a única exceção, sendo dispensadas da
apreciação pelo TCU para fins de registro em vista da precariedade do vínculo com a Administração, pois são de livre
nomeação e exoneração. Vale ressaltar, contudo, que tais nomeações somente não são submetidas a registro, mas
continuam sujeitas às demais formas de fiscalização do Tribunal, como auditorias e inspeções, pois, apesar de
serem de livre nomeação e exoneração, devem observância aos ditames constitucionais e legais.

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Por exemplo: é vedada a nomeação para cargo em comissão de parentes até 3º grau da autoridade
nomeante (Súmula Vinculante nº 13 do STF). Além disso, as nomeações para cargo em comissão
devem observância aos limites da LRF para gastos com pessoal. Assim, o TCU pode realizar uma
auditoria em determinado órgão e verificar se as nomeações para cargos de provimento em comissão
estão ou não de acordo com essas regras, embora não aprecie tais nomeações para fins de registro.

Quanto às concessões de aposentadorias, reformas e pensões, o dispositivo somente alcança os benefícios que são
pagos com recursos do Tesouro Nacional aos servidores públicos federais, civis e militares ou seus beneficiários. Assim,
o TCU não aprecia as aposentadorias dos empregados públicos das empresas públicas e sociedades de economia
mista, integrantes da administração indireta, concedidas à conta do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que
obedece a regime específico.
É desnecessário novo registro se houver melhoria posterior que não altere o fundamento legal da concessão do
benefício como, por exemplo, se houver aumento dos proventos do aposentado por conta da revisão geral de
remuneração prevista no art. 37, X da CF, ou por conta da extensão de alguma gratificação concedida aos servidores
ativos. Entretanto, se, por exemplo, esse mesmo aposentado for beneficiário de decisão judicial determinando a
revisão do seu tempo de serviço e o consequente recálculo de proventos, houve alteração do fundamento do ato
concessório, de modo que a renovação do registro torna-se necessária.

Questões doutrinárias e jurisprudenciais


Os atos de pessoal sujeitos a registro, conforme entendimento do STF, são atos administrativos complexos, que se
aperfeiçoam com o registro do Tribunal de Contas. Na visão da Suprema Corte, anteriormente ao registro não há ato
jurídico perfeito e acabado capaz de gerar direitos adquiridos. Por essa razão, nos processos relativos a atos sujeitos a
registro, em regra, não são feitas notificações e o registro pode ser recusado, determinando-se a anulação do ato,
sem necessidade de ouvir o seu beneficiário.
Nesse sentido dispõe a Súmula Vinculante nº 3 do STF:

Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa
quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão.

Apesar de versar expressamente sobre o TCU, a Súmula aplica-se aos demais Tribunais de Contas, visto que foi
promulgada com base na Constituição Federal, lei maior da República.
Assim, os princípios do contraditório e da ampla defesa não são de observância compulsória na apreciação de
concessões iniciais de aposentadorias, reformas e pensões, bem como de melhorias posteriores que alterem o
fundamento legal do ato concessório, porque, nesses casos, o registro a cargo do TCU constitui manifestação
tendente apenas a contribuir para a formação do ato administrativo complexo.
Ressalte-se que a Súmula Vinculante nº 3 se refere apenas aos atos de aposentadoria, reforma e pensão. Mas, na
prática, também não se concede contraditório e ampla defesa no registro inicial de atos de admissão de pessoal,
aplicando-se o mesmo entendimento das Súmulas.
Como você deve imaginar, no dia a dia, a não concessão do direito de defesa acaba gerando transtornos aos
beneficiários das aposentadorias, especialmente nos casos em que a apreciação do Tribunal de Contas demora muito
tempo.
Por essa razão, o STF até chegou a relativizar o entendimento da SV nº 3, postulando que, quando entre a concessão
da aposentadoria e a apreciação, para fins de registro, houvesse um lapso de 5 anos, o Tribunal de Contas deveria
possibilitar o contraditório, em atendimento aos princípios da segurança jurídica, da boa-fé, da lealdade e da
razoabilidade.
Ocorre que, em 2019, também invocando como fundamento os princípios da segurança jurídica e da confiança
legítima, a Suprema Corte firmou o entendimento de que há incidência do prazo decadencial sobre a apreciação de

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atos sujeitos a registro pelo Tribunal de Contas, o que impossibilita a adoção de decisão desfavorável ao
beneficiário após o transcurso de 5 anos.
Nessa linha, o STF definiu a seguinte tese de repercussão geral (Tema 445):

Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato
de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à
respectiva Corte de Contas, em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima.

Por exemplo, caso a Administração tenha concedido aposentadoria a determinado servidor em 2015, e
encaminhado o ato para registro no mesmo ano, o Tribunal de Contas possui até o ano de 2020 para,
caso constate alguma ilegalidade na concessão, negar o registro e determinar a revisão do ato.

A Súmula Vinculante nº 3 do STF, portanto, possuía uma exceção, que hoje deixou de existir.
Antes a jurisprudência do STF era no sentido de que decorrido o prazo de 5 anos da chegada do processo de
concessão de aposentadoria, reforma ou pensão, as Cortes de Contas tinham a obrigação de fornecer o
contraditório e a ampla defesa. Essa era a exceção!
Atualmente (RE 636553 ED/RS - Tema 445), existe prazo para o Tribunal de Contas apreciar a legalidade do ato de
concessão inicial da aposentadoria, reforma ou pensão! Se o Tribunal demorar mais de 5 anos para apreciar a
legalidade, ele não poderá mais rever esse ato.

Em outras palavras, na visão da Suprema Corte, o prazo decadencial impede que o Tribunal de Contas, ao apreciar a
legalidade do ato de pessoal para fins de registro, determine providência em prejuízo do beneficiário, como o não
registro do ato e a consequente determinação para que a Administração suspenda os pagamentos dele decorrentes.

O prazo decadencial é contado a partir da chegada do processo à respectiva Corte de Contas, e não a partir da
concessão da aposentadoria.

Passado o prazo de cinco anos, mesmo diante de ilegalidade, a aposentadoria não poderá mais ser revista, em
homenagem aos princípios da confiança legítima e da segurança jurídica. Ocorre, então, uma espécie de “registro

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tácito”.
Voltando à questão do direito de defesa, analisando o tema de forma mais abrangente e tendo em vista a nova
jurisprudência do STF sobre o prazo decadencial, podemos concluir que, quando apreciar atos de aposentadoria para
fins de registro, o Tribunal de Contas não mais precisará proporcionar o direito de defesa ao beneficiário, em
nenhuma hipótese.
Isso porque:

se a análise for feita dentro de 5 anos da chegada do processo, mesmo que o Tribunal venha a negar o
registro, incidirá a Súmula Vinculante nº 3, que dispensa o contraditório e a ampla defesa; e
se a apreciação for realizada após o prazo de 5 anos da chegada do processo, haverá a incidência do prazo
decadencial, impedindo a adoção de decisão desfavorável ao beneficiário e, consequentemente, tornando
desnecessária a concessão do direito de defesa.

Em relação à jurisprudência relacionada à apreciação de atos sujeitos a registro, vale ainda conhecer o teor da Súmula
nº 6 do STF:A revogação ou anulação, pelo:

Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos
antes de aprovada por aquele Tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário.

Nos termos da referida Súmula, caso a Administração queira revogar ou anular ato de concessão já registrado pelo
Tribunal de Contas, deverá submetê-lo novamente à apreciação da Corte de Contas.
A competência para registro dos atos de pessoal é própria e privativa do Tribunal de Contas (CF, art. 71, III). Assim, o
Judiciário não poderá determinar ao Tribunal que conceda ou não registro a determinado ato. Poderá, contudo, anular
a decisão do Tribunal de Contas em caso de manifesta ilegalidade ou irregularidade formal. Além disso, pode o
interessado que teve o respectivo registro negado pelo Tribunal de Contas socorrer-se junto ao Judiciário para garantir
a continuidade do pagamento suspenso pela Administração em virtude da negativa de registro. Se o interessado
obtiver provimento da Justiça, o Tribunal de Contas não poderá impor à autoridade administrativa a suspensão do
respectivo pagamento, pois não tem poder para determinar o descumprimento da decisão judicial. Nesse caso, o
registro permanecerá negado, mas sem efeitos práticos em relação ao interessado, que continuará a receber os
pagamentos decorrentes do ato impugnado.

Considere que o titular de um órgão do governo estadual tenha nomeado determinado cidadão para o cargo de chefe
do seu gabinete. Nesse caso, o TCE/RS não precisa apreciar, para fins de registro, a referida nomeação.
Comentário:

O cargo de chefe de gabinete, embora não especificado no enunciado, geralmente é de provimento em comissão,
hipótese que se enquadra na exceção à apreciação para fins de registro dos atos de admissão de pessoal. Dessa forma,
é correto afirmar que o Tribunal de Contas não precisa apreciar, para fins de registro, a referida nomeação. Lembre-se,
contudo, de que a nomeação do chefe de gabinete poderá ser objeto das demais ações de controle empreendidas pelo
Tribunal, como auditorias e inspeções, pois, embora não sujeita a registro, deve observar uma série de ditames
constitucionais e legais, a exemplo do teto constitucional, limites com gastos de pessoal e proibição ao nepotismo.

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Gabarito: Certo

O ato inicial de concessão de aposentadoria de servidor do estado de Rondônia estará sujeito à apreciação do TCE/RO,
para fins de registro ou exame.
Comentário:

O quesito está correto. O Tribunal de Contas aprecia a legalidade, para fins de registro, das concessões iniciais de
aposentadorias, reformas e pensões na administração direta, autárquica e fundacional, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório inicial. No que tange às concessões iniciais, apenas
não são submetidas a registro as aposentadorias dos empregados públicos da administração indireta concedidas à
conta do Regime Geral de Previdência Social (empresas públicas e sociedades de economia mista). Como o enunciado
fala em “servidor do estado”, pode-se entender que se trata de servidor da administração direta, cuja aposentadoria,
portanto, está sujeita à apreciação do Tribunal de Contas para fins de registro.
Gabarito: Certo

A concessão de pensão por morte de servidor do governo federal e os reajustes de seu valor, ainda que não alterem o
fundamento legal do ato concessório, deverão ser apreciados pelo TCU.
Comentário:

O item está errado. As alterações posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório de aposentadoria
e pensão não são apreciadas para fins de registro pelo TCU (CF, art. 71, III).
Gabarito: Errado

De acordo com o entendimento do STF, seria constitucional lei ordinária estadual que determinasse que todos os
contratos celebrados entre o governo do estado e as empresas particulares dependessem de registro prévio no tribunal
de contas estadual.
Comentário:

O TCU só aprecia, para fins de registro, atos de admissão de pessoal e de concessão de aposentadoria. Assim, em
observância ao princípio de simetria, lei estadual não pode prever o registro prévio de contratos pelo Tribunal de Contas
Estadual, visto que tal competência não está prevista na Constituição Federal para o Tribunal de Contas da União. É o
que disse o STF na ADI 916, cuja ementa é a seguinte:

EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO. TRIBUNAL DE CONTAS. NORMA


LOCAL QUE OBRIGA O TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL A EXAMINAR PREVIAMENTE A VALIDADE
DE CONTRATOS FIRMADOS PELA ADMINISTRAÇÃO. REGRA DA SIMETRIA. INEXISTÊNCIA DE
OBRIGAÇÃO SEMELHANTE IMPOSTA AO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. 1. Nos termos do art. 75
da Constituição, as normas relativas à organização e fiscalização do Tribunal de Contas da União se
aplicam aos demais tribunais de contas. 2. O art. 71 da Constituição não insere na competência do
TCU a aptidão para examinar, previamente, a validade de contratos administrativos celebrados
pelo Poder Público. Atividade que se insere no acervo de competência da Função Executiva. 3. É
inconstitucional norma local que estabeleça a competência do tribunal de contas para realizar
exame prévio de validade de contratos firmados com o Poder Público (...)

Gabarito: Errado

Acerca dos atos sujeitos a registro, julgue o item seguinte.

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De acordo com o STF, a concessão de aposentadoria ou pensão constitui ato administrativo complexo, que somente se
aperfeiçoa após o julgamento de sua legalidade pelo Tribunal de Contas da União.
Comentário:

O gabarito preliminar dessa questão foi “certo”. No entanto, essa questão foi anulada, porque, de acordo com a banca,
“a redação do item possibilita a interpretação de que todos os atos de concessão de aposentadoria, reforma e pensão
devem ser apreciados pelo Tribunal de Contas da União, independentemente de onde se origina o ato.” E isso não é
verdade. Cada Tribunal de Contas aprecia os atos de concessão de aposentadoria, reforma e pensão dos órgãos aos
quais estão jurisdicionados.
Por exemplo: o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba aprecia o ato de concessão de aposentadoria de um ex-
servidor público do Estado da Paraíba, mas não de um ex-servidor público do Estado de São Paulo.
Foi por isso que a questão foi anulada. Mas resolvi colocá-la no curso para você ver o entendimento da banca (expresso
por meio do seu gabarito preliminar), qual seja: de acordo com o STF, a concessão de aposentadoria ou pensão
constitui ato administrativo complexo, que somente se aperfeiçoa após o julgamento de sua legalidade pelo
Tribunal de Contas respectivo. Se essa fosse a redação da questão, ela estaria mesmo correta.
Gabarito: ANULADA

Acerca dos atos sujeitos a registro, julgue o item seguinte.


O STF determina que não é preciso assegurar o contraditório e a ampla defesa nos processos que visam a apreciação
da legalidade da concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
Comentário:

De fato, o entendimento exposto na Súmula Vinculante nº 3 do STF é de que os princípios do contraditório e da


ampla defesa não são de observância compulsória na apreciação de concessões iniciais de aposentadorias, reformas e
pensões, bem como de melhorias posteriores que alterem o fundamento legal do ato concessório, porque, nesses
casos, o registro a cargo do TCU constitui manifestação tendente apenas a contribuir para a formação do ato
administrativo complexo.
Gabarito: Certo

Considere que o Tribunal de Contas do Distrito Federal tenha negado o registro do ato de aposentadoria de policial
militar, em razão da falta de base legal. Nessa situação, apesar de tal decisão vincular os órgãos jurisdicionados, isso
não impede nova discussão no âmbito judicial.
Comentário:

As decisões dos Tribunais de Contas vinculam mesmo os órgãos a eles jurisdicionados. E a competência para registro
dos atos de pessoal é própria e privativa do Tribunal de Contas (CF, art. 71, III). Assim, o Judiciário não poderá
determinar ao Tribunal que conceda ou não registro a determinado ato. Mas poderá anular a decisão do Tribunal de
Contas em caso de manifesta ilegalidade ou irregularidade formal. Além disso, o interessado que teve o respectivo
registro negado pelo Tribunal de Contas pode se socorrer junto ao Judiciário para garantir a continuidade do
pagamento suspenso pela Administração em virtude da negativa de registro.
Portanto, de fato, a decisão de um Tribunal de Contas (de negar um registro de ato de aposentadoria) vincula os seus
órgãos jurisdicionados, mas isso não impede nova discussão no âmbito judicial.
Gabarito: Certo

Aplicar sanções previstas em lei

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VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as


sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário;

Este dispositivo atribui ao TCU a competência para aplicar sanções aos seus jurisdicionados.

Este dispositivo atribui ao TCU (e aos demais TCs) a competência para aplicar sanções aos seus jurisdicionados. É o
fundamento constitucional da função sancionatória. Ao impor sanções o Tribunal deverá permitir o contraditório e a
ampla defesa.
As sanções impostas pelo TCU devem estar previstas em lei, em sentido estrito – princípio da “reserva legal”. Assim,
não pode o regimento interno de algum Tribunal de Contas criar alguma sanção que não esteja prevista em lei.
Pode ser em qualquer lei, não apenas na Lei Orgânica, na qual já estão previstas várias situações passíveis de sanção
pelo TCs (No caso do TCU, as sanções estão previstas nos arts. 57 e 58 da LO/TCU).
A multa proporcional ao dano causado erário, prevista diretamente no texto constitucional, é apenas uma das
sanções que podem ser impostas pelo Tribunal. A Constituição deixou espaço para a lei prever outras cominações,
inclusive de caráter não pecuniário, e não só por conta de ilegalidade de despesas, irregularidade de contas ou dano ao
erário. Com efeito, para fins de ilustração, as seguintes sanções estão previstas na Lei Orgânica do TCU:

Multa pecuniária;

Inabilitação para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança na Administração Pública


Federal, pelo período de 5 a 8 anos;
Declaração de inidoneidade para participar de licitação na Administração Pública Federal por até 5 anos.

Jurisprudências

Observe essas três relevantes jurisprudências relacionadas a aplicação de sanções.

A primeira fala do princípio da intranscendência subjetiva das sanções. No caso, o Poder Executivo estava sofrendo
uma sanção por conta de uma pendência em um órgão autônomo, sobre o qual ele não tem nenhuma ingerência. O
Ministério Público estava acima do limite de despesa com pessoal e, por conta disso, o Poder Executivo não podia
contratar operações de crédito (sanção imposta pela Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF). Mas o Poder Executivo
nada podia fazer para reduzir a despesa com pessoal do Ministério Público. É justa essa sanção sobre o Poder
Executivo?
O STF entendeu que não. Veja o julgado:

A imposição de sanções ao Poder Executivo estadual em virtude de pendências de órgãos dotados de autonomia
institucional e orgânico-administrativa, tais como o Ministério Público estadual, constitui violação do princípio da
intranscendência, na medida em que o Governo do Estado não tem competência para intervir na esfera orgânica
dessa instituição autônoma.
O Poder Executivo não pode ser impedido de contratar operações de crédito em razão do descumprimento dos limites
setoriais de despesa com pessoal por outros poderes e órgãos autônomos (art. 20, II, e 23, § 3º, da Lei de
Responsabilidade Fiscal).
STF. Plenário. ACO 3072, Rel. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/08/2020 (Info 991 – clipping).

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A segunda jurisprudência (que, na verdade, consiste em dois julgamentos) fala dos princípios constitucionais da ampla
defesa e do contraditório quando da inscrição em cadastro de inadimplentes.
Observe:

Em caso de irregularidades do Estado-membro em convênio federal, a União somente poderá inscrever o ente no
SIAFI, no CADIN e no CAUC após o término do processo de prestação de contas especial, observados os princípios
constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
1. O cadastro restritivo não deve ser feito de forma unilateral e sem acesso à ampla defesa e ao contraditório. Isso
porque, muitas vezes, a inscrição pode ter, além de motivação meramente financeira, razões políticas.
Assim, ao poder central (União) é possível suspender imediatamente o repasse de verbas ou a execução de
convênios, mas o cadastro deve ser feito nos termos da lei, ou seja, mediante a verificação da veracidade das
irregularidades apontadas. Isso porque o cadastro tem consequências, como a impossibilidade da repartição
constitucional de verbas das receitas voluntárias.
A tomada de contas especial, procedimento por meio do qual se alcança o reconhecimento definitivo das
irregularidades, com a devida observância do contraditório e da ampla defesa, tem suas regras definidas em lei. Ao
final, é possível tornar o dano ao erário dívida líquida e certa, e a decisão tem eficácia de título executivo extrajudicial.
STF. Plenário. ACO 2892 AgR/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
11/9/2019 (Info 951).
---

2. A inscrição de entes federados em cadastro de inadimplentes (ou outro que dê causa à negativa de realização de
convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres que impliquem transferência voluntária de recursos),
pressupõe o respeito aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, somente
reconhecido:
a) após o julgamento de tomada de contas especial ou procedimento análogo perante o Tribunal de Contas, nos
casos de descumprimento parcial ou total de convênio, prestação de contas rejeitada, ou existência de débito
decorrente de ressarcimento de recursos de natureza contratual (salvo os de conta não prestada) e;
b) após a devida notificação do ente faltoso e o decurso do prazo nela previsto (conforme constante em lei, regras
infralegais ou em contrato), independentemente de tomada de contas especial, nos casos de não prestação de
contas, não fornecimento de informações, débito decorrente de conta não prestada, ou quaisquer outras hipóteses em
que incabível a tomada de contas especial.
STF. Plenário. RE 1067086, Rel. Rosa Weber, julgado em 16/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 327)

Finalmente, a terceira jurisprudência também consiste em dois julgados:

1. A prescrição da pretensão punitiva do TCU é regulada integralmente pela Lei nº 9.873/99, que fixa o prazo de
5 (cinco) anos a contar da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que
tiver cessado. A prescrição é um fato objetivo, que não pode ser desconsiderado. Ninguém pode estar sujeito
permanentemente a uma sanção.
STF. 1ª Turma. MS 37772 MC-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/08/2021.

---

2. Com exceção do ressarcimento de valores pleiteados pela via judicial decorrentes da ilegalidade de despesa ou da
irregularidade de contas, as sanções administrativas aplicadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) são
prescritíveis, aplicando-se os prazos da Lei nº 9.873/99.
STF. 2ª Turma. MS 36.990 AgR/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 28/03/2023 (Info 1089).

Fonte: Márcio André Lopes Cavalcante, Buscador do Dizer o Direito.

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Além disso, o Supremo Tribunal Federal reconhece a prerrogativa do TCU para adotar medidas cautelares, isto é,
ações preventivas com o objetivo de neutralizar situações lesivas ao erário, reais ou iminentes, ou, ainda, situações
que possam vir a obstruir o exercício do controle externo.
A possibilidade da adoção de medidas cautelares pelo TCU não está prevista de forma expressa na Constituição.
Todavia, segundo o entendimento do STF, tal prerrogativa decorre, por implicitude, das atribuições que a
Constituição expressamente outorgou ao Tribunal de Contas (Teoria dos Poderes Implícitos – STF: MS 24.510-7/DF).
Na esfera de atuação do Tribunal de Contas da União, as seguintes medidas cautelares podem ser adotadas:

Afastamento temporário do responsável que possa retardar ou dificultar a realização de auditoria ou


inspeção;
Decretação de indisponibilidade de bens do responsável;

Solicitação de providências para o arresto de bens dos responsáveis julgados em débito;

Suspensão cautelar de ato ou procedimento impugnado.

Ressalte-se que as medidas cautelares não são sanções, mas apenas providências preventivas com o objetivo de
possibilitar a efetiva apuração do caso ou evitar algum prejuízo iminente ao erário ou ao interesse público.
Frequentemente, o TCU adota esse tipo de providência acautelatória quando, ao examinar o edital de procedimentos
licitatórios ainda não homologados, identifica indícios consistentes de irregularidades, como o possível direcionamento
do certame. Sendo o caso, o Tribunal pode determinar a suspensão cautelar da licitação para evitar a ocorrência de um
dano ao erário e também para ter condições de apurar completamente o indício. Se a irregularidade for confirmada, aí
sim o Tribunal poderá aplicar as sanções cabíveis (ex: multa, inabilitação do licitante etc.) ou, caso possível, determinar
a correção do edital; por outro lado, se não houver a confirmação, o Tribunal tornará sem efeito a cautelar, permitindo
o prosseguimento normal do certame.
Importante destacar que o Tribunal de Contas pode adotar medidas cautelares inclusive sem a prévia oitiva da outra
parte. Nesse caso, o exercício do direito de defesa deve ser assegurado nas fases posteriores do processo.

A CF conferiu ao TCU a competência para julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,
bens e valores públicos da administração direta e indireta, porém não atribuiu a esse tribunal competência para aplicar
sanções aos responsáveis quando constatada a ocorrência de ilegalidade de despesa ou de irregularidade de contas,
por se tratar de competência exclusiva do Congresso Nacional.
Comentário

O art. 71, VIII da CF conferiu ao TCU a competência para aplicar sanções aos responsáveis quando constatar a
ocorrência de ilegalidade de despesa ou a irregularidade de contas. Não obstante, lembre-se que as sanções impostas
pelo Tribunal devem estar previstas em Lei.
Gabarito: Errado

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O TCU, no exercício de sua missão constitucional de auxiliar o Congresso Nacional no controle externo, tem
competência para determinar a quebra de sigilo bancário dos responsáveis por dinheiros e bens públicos.
Comentário:

Segundo o entendimento do STF (MS 22.934/DF), o TCU não possui competência para determinar a quebra de sigilo
bancário de responsável sujeito a sua jurisdição. Esse procedimento, em regra, é da competência do Poder Judiciário,
podendo também ser determinado pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), para subsidiar a apuração de
ilícitos.
Gabarito: Errado

Assinar prazo para cumprimento da lei e sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional,
que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as
medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

O dispositivo confere competência ao TCU para, caso constate ilegalidade em ato ou contrato que esteja em
execução (por exemplo, uma licitação em andamento ou um contrato em vigor), impor um prazo para que o órgão ou
entidade, por intermédio dos seus administradores, adote providências para o exato cumprimento da lei.
As providências adotadas pelo órgão ou entidade para o exato cumprimento da lei podem envolver a correção do ato
ou contrato impugnado, ou mesmo, a sua anulação.
E se o responsável não adotar as providências determinadas pelo Tribunal? Nesse caso, os procedimentos diferem em
relação a atos e contratos. Vejamos:

Em caso de ato administrativo: o TCU susta a execução do ato impugnado, aplica multa ao responsável e
comunica a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, separadamente.

No caso do TCU, a multa está prevista no art. 58, II da LO/TCU (ato praticado com grave
infração a norma legal) ou no art. 268, VII do RI/TCU (descumprimento de decisão do
Tribunal).

Em caso de contrato administrativo: o TCU aplica multa ao responsável e comunica o fato ao Congresso
Nacional. Por sua vez, o Congresso Nacional susta, diretamente, o contrato e solicita, de imediato, ao
Poder Executivo, as medidas cabíveis.

E se, no prazo de 90 dias, contados da comunicação do TCU, o Congresso Nacional ou o Poder Executivo não
efetivarem tais medidas, o Tribunal decidirá a respeito da sustação do contrato, ou seja, poderá ele mesmo decretar a
sustação do ajuste.

O TCU susta, primariamente, apenas atos administrativos. No caso de contratos, a competência primária para
sustar é do Congresso Nacional, só podendo ser adotada pelo TCU em caso de inércia maior que 90 dias.

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A distinção de procedimentos a depender se a sustação for de ato ou contrato decorre da natureza jurídica desses
institutos. Enquanto o ato administrativo é uma manifestação unilateral da Administração Pública, o contrato
administrativo é uma manifestação bilateral, resultado de um ajuste de vontades. Assim, a sustação de contratos é uma
ação mais complexa, eis que envolve direitos e obrigações entre partes e a compatibilização dos efeitos jurídicos daí
decorrentes.
Por fim, registre-se que, conforme já se pronunciou o STF (MS 23.550/DF), o Tribunal de Contas – embora não tenha
competência para anular ou sustar contratos administrativos – tem competência para determinar à autoridade
administrativa que promova a anulação do contrato, ouvindo previamente a empresa contratada.

No caso de o diretor de órgão público não atender à determinação do TCU para anular um ato, competirá ao próprio
TCU sustar a execução do ato impugnado.
Comentário:

O item está correto. Verificada a ilegalidade de ato administrativo, o TCU determina ao órgão ou entidade que, no
prazo de até 15 dias, adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, o que pode envolver a correção ou
a anulação do ato (CF, art. 71, IX). Caso o responsável não adote as providências no prazo determinado, aí sim
competirá ao próprio TCU sustar a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao
Senado Federal (CF, art. 71, X).
Gabarito: Certo

No caso de irregularidade em contrato administrativo, este será sustado diretamente pelo Congresso Nacional, que terá
de solicitar, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. Nessa situação, se, no prazo de noventa dias, o
Congresso Nacional permanecer inerte ou se o Poder Executivo não adotar as medidas que lhe sejam solicitadas,
caberá ao TCU emitir decisão.
Comentário:

O item está correto, nos termos do art. 71, §§ 1º e 2º da CF. No caso de contrato, a competência primária para sustar é
do Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis. Se, no prazo de 90 dias, o
Congresso ou o Poder Executivo não sanearem a ilegalidade, o TCU decidirá a respeito, podendo decidir pela sustação
ou não do contrato impugnado.
Gabarito: Certo

Emitir pronunciamento conclusivo sobre despesas não autorizadas

Art. 72. A comissão mista permanente a que se refere o art. 166, § 1º, diante de indícios de despesas
não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a comissão solicitará ao
Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a comissão, se julgar que o gasto possa causar dano
irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

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O art. 72 da Constituição dispõe que a Comissão mista de Senadores e Deputados, atualmente Comissão Mista de
Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), referida no art. 166, §1º da CF, ao se deparar com indícios de
despesas não autorizadas (quaisquer despesas!) poderá solicitar à autoridade governamental responsável que
apresente, no prazo de 5 dias, os esclarecimentos necessários. Caso os esclarecimentos não forem prestados, ou
sendo estes insuficientes, a CMO solicitará ao TCU pronunciamento conclusivo sobre a matéria, que deverá ser
emitido no prazo de 30 dias. Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a CMO, se julgar que o gasto possa causar
dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso sua sustação.
Portanto, assim como no parecer prévio sobre as contas prestadas pelo Presidente da República, a atuação do Tribunal
de Contas é apenas consultiva na hipótese de sustação de despesa não autorizada: quem efetivamente decide se a
despesa irregular deve ou não ser sustada é o Congresso Nacional, com base no entendimento da comissão
permanente e no pronunciamento conclusivo do Tribunal de Contas.
A Constituição menciona dois exemplos de despesas não autorizadas: investimentos não programados e subsídios não
aprovados. Todavia, esses são apenas exemplos. O procedimento previsto no art. 72 vale para qualquer tipo de
despesa não autorizada.

Decidir sobre denúncias

Art. 74. (...)

§2º - Qualquercidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da
lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Dica: qualquer CASP pode denunciar irregularidades ou ilegalidades.


CASP = Cidadão, Associação, Sindicato ou Partido político.

Há uma importante competência prevista no art. 74, §2º, da CF, que é a competência para o Tribunal de Contas decidir
sobre denúncia apresentada por qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato.
Por meio da denúncia, os legitimados levam ao conhecimento do Tribunal a ocorrência de irregularidades e
ilegalidades que envolvam matérias de competência da Corte de Contas, ou seja, fatos relacionados à administração
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do orçamento da União. As denúncias que preencham os
requisitos de admissibilidade (basicamente, não ser anônima e estar acompanhada de elementos comprobatórios)
deverão ser obrigatoriamente apuradas pelo Tribunal.
Em seguida, vamos estudar uma importante competência dos Tribunais de Contas não prevista de forma expressa na
Constituição, mas reconhecida pelo STF: o controle de constitucionalidade de leis e atos normativos do Poder
Público.

Realizar controle de constitucionalidade e atos normativos

Súmula 347 do STF

O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e
dos atos do Poder Público.

Pela Súmula 347, o STF reconhece que os Tribunais de Contas, no exercício de suas atribuições, podem exercer
controle de constitucionalidade.

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A Súmula 347 diz apreciar, que equivale a negar a aplicação, mas é diferente de declarar.

Apreciar a constitucionalidade, ou negar a aplicação de dispositivo inconstitucional, é exercer controle difuso, ou


seja, incidental, no caso concreto, com efeitos entre as partes, e apenas em matérias da competência do Tribunal
de Contas.
Em outras palavras, o Tribunal de Contas não declara a inconstitucionalidade, isto é, não exerce controle abstrato,
com efeitos erga omnes, cuja competência é exclusiva do Poder Judiciário.
Por fim, vale mencionar que a competência dos Tribunais de Contas para apreciarem a constitucionalidade de leis e atos
normativos não afasta o reexame da matéria pelo Poder Judiciário.

Aprofundando

A Súmula 347 do STF, editada em 1963, foi objeto de ataques por alguns dos atuais Ministros do STF, que defendem a
sua revisão, uma vez que ela foi editada em outro contexto constitucional. Apesar disso, a Súmula 347 do STF ainda
permanece vigente, embora sua aplicação deva ser restrita.
Em 12/04/2021, ao julgar diversos mandados de segurança (MS 35.490/DF, MS 35.494/DF, MS 35.498/DF e MS
35.500/DF, Rel. Min. Alexandre de Moras, julgamentos encerrados em 12/04/2021), o Supremo teve a oportunidade de
se pronunciar acerca de um caso concreto. No julgamento, foi dito que: além do desrespeito à função jurisdicional e
à competência exclusiva do STF, o ministro considera que o entendimento do TCU afronta as funções do
Legislativo, responsável pela produção das normas jurídicas, gerando um “triplo desrespeito” à Constituição.
Já em 21/08/2023 (MS 25.888/DF), o STF entendeu que: “o afastamento incidental da aplicação de leis e atos
normativos, em julgamento no âmbito de um Tribunal de Contas, condiciona-se à existência de jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal sobre a matéria”.
Neste julgamento, o relator apontou que a Súmula 347 jamais poderia ser lida como uma licença para que as Cortes
de Contas realizem controle abstrato de constitucionalidade. Na realidade, “o verbete confere aos Tribunais de
Contas – caso imprescindível para o exercício do controle externo – a possibilidade de afastar (incidenter tantum)
normas cuja aplicação no caso expressaria um resultado inconstitucional (seja por violação patente a dispositivo
da Constituição ou por contrariedade à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria)”.
Portanto, leve isto para a prova: a Súmula 347 está vigente, mas sua aplicação é restrita. Sim, os Tribunais de Contas
podem afastar a aplicação de uma norma cuja aplicação no caso expressaria um resultado inconstitucional, mas
somente:

quando isso for imprescindível para o exercício do controle externo;

no caso concreto (incidental, incidenter tantum), isto é, a decisão do Tribunal de Contas não poderá ter
eficácia erga omnes (para todos) – só quem tem competência para isso é o STF.

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Considere que uma lei federal dispense concurso público para o provimento do cargo de consultor legislativo do
Senado. Nesse caso, quando o TCU for apreciar essas nomeações, deixará de aplicar a lei, julgando com fundamento
na Constituição Federal. Esse controle feito pelo tribunal é denominado controle abstrato da constitucionalidade.
Comentário:

A primeira parte do quesito, que diz que o TCU deverá deixar de aplicar a lei, está correta. A referida lei, ao dispensar o
concurso público para provimento do cargo de consultor do Senado, flagrantemente afronta o disposto no art. 37, II da
Constituição Federal, o qual estabelece a necessidade de aprovação prévia em concurso para a investidura em cargo ou
emprego público. Portanto, o TCU deve afastar a incidência da lei inconstitucional ao apreciar as nomeações dos
consultores, decidindo apenas com base na própria Constituição Federal. Assim, a nomeação de um consultor sem
concurso deveria ser considerada ilegal pelo TCU, mesmo se a Administração do Senado invocar a referida lei como
fundamento para sua defesa.
Não obstante, a parte final do quesito está errada, pois esse tipo de controle de constitucionalidade exercido pelo TCU
opera efeitos somente no caso concreto, ou seja, é controle difuso, incidental, e não abstrato, em tese, como afirma
o quesito. O efeito do controle de constitucionalidade do TCU sobre a lei é que ela não será considerada pela Corte de
Contas na análise das nomeações do Senado. Desse modo, a referida lei continuará vigente no mundo jurídico, até que
seja declarada inconstitucional pelo Judiciário. Ressalte-se que o controle abstrato de constitucionalidade é da
competência privativa do Poder Judiciário, portanto, fora da esfera de atribuições do Tribunal de Contas.
Gabarito: Errado

Somente o Tribunal de Contas da União (TCU) pode afastar a aplicação de uma lei federal por inconstitucionalidade.
Aos tribunais de contas dos estados e dos municípios é vedada essa prerrogativa.
Comentário:

Os Tribunais de Contas apenas podem “apreciar” a constitucionalidade de leis e atos normativos, mas não “declarar”
uma lei ou ato inconstitucional. Tal prerrogativa é extensiva aos tribunais de contas dos estados e dos municípios. Por
exemplo: se, ao examinar determinado ato de gestão praticado por um de seus jurisdicionados com base em lei federal,
o TCE/PE avaliar que a aludida lei federal não condiz com a Constituição, deve afastar sua incidência no caso concreto,
independentemente da origem da lei, sob de pena de sua decisão também afrontar a Constituição.
Gabarito: Errado

Embora os TCs não detenham competência para declarar a inconstitucionalidade das leis ou dos atos normativos em
abstrato, eles podem, no caso concreto, reconhecer a desconformidade formal ou material de normas jurídicas com a
CF, deixando de aplicar, ou providenciando a sustação, de atos que considerem inconstitucionais.
Comentário:

É verdade que os TCs não possuem competência para declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos em
abstrato. Eles apenas possuem competência para apreciar a constitucionalidade no caso concreto, com efeitos entre as
partes, quando for imprescindível para o exercício do controle externo. Isso significa que, se entender que determinada
lei ou norma é contrária à Constituição, o TC deixa de aplicá-la no caso concreto. Mas a lei ou o ato normativo não deixa
de existir ou de produzir efeitos fora do caso apreciado pelo Tribunal. A banca considerou correta a questão, não
obstante a expressão “providenciando a sustação de atos que considerem inconstitucionais” possa dar a entender que o
TC suspende os efeitos da norma de forma geral, o que não é verdade.
Gabarito: Certo

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Enfim, pessoal, essas são as competências mais importantes do Tribunal de Contas da União – extensíveis às demais
Cortes de Contas do país – e que merecem ser estudadas com maior cuidado, considerando o escopo do nosso curso.
O art. 71 da Constituição Federal lista, ainda, outras competências do TCU, as quais são reproduzidas a seguir, a título
de conhecimento:

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário,
e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União
participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por
qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
(...)

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

Passemos agora ao estudo do controle judicial.

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Controle Judicial

O controle judicial ou jurisdicional é aquele exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos
do Poder Executivo, do Legislativo e do próprio Judiciário, quando realiza atividades administrativas. Esse controle
ocorre em atenção ao disposto no ici
Na lição de Hely Lopes Meirelles:

“No nosso sistema de jurisdição judicial única, consagrado pelo preceito constitucional de que não se pode
excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça a direito, individual ou coletivo (art. 5o,
XXXV), a Justiça ordinária tem a faculdade de julgar todo ato de administração praticado por agente de
qualquer dos órgãos ou Poderes do Estado.”

Assim, aquele que se sinta lesado em seus direitos em razão de ato praticado pela Administração poderá buscar socorro
junto ao Judiciário. Tal possibilidade caracteriza uma instância de controle sobre a gestão da coisa pública, proveniente
do sistema de freios e contrapesos presente em nosso ordenamento jurídico.
Diferentemente do controle externo realizado pelo Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de Contas, o controle
judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, o Judiciário não age de ofício, por iniciativa própria. Ao
contrário, para ser exercido, é necessária a provocação do interessado ou do legitimado, mediante a propositura da
ação judicial cabível, que pode ser, por exemplo, um mandado de segurança, um mandado de injunção, uma ação
popular, uma ação civil pública entre outros. Em verdade, todo pronunciamento do Poder Judiciário sobre um ato da
Administração, em qualquer espécie de ação, será controle judicial.
Outra peculiaridade é que a doutrina costuma classificar o controle judicial sobre a Administração Pública como uma
espécie de controle a posteriori, eis que geralmente ocorre depois de o ato ter sido consumado. Porém, é possível
encontrar exemplos de controle prévio, como os mandados de segurança preventivos.
Ademais, em regra, o controle judicial se restringe ao controle de legalidade, não se pronunciando sobre a
conveniência e oportunidade do ato em exame, ou seja, sobre o mérito administrativo. Os elementos que perfazem o
mérito do ato administrativo (motivo e objeto) somente poderão ser objeto de análise pelo Poder Judiciário nos casos
em que contrariarem princípios legais (como moralidade, imparcialidade e eficiência) ou que forem desproporcionais ou
não pautados em critérios previstos em lei. Por exemplo, conforme ensina a Professora Di Pietro, não há invasão do
mérito quando o Judiciário aprecia os motivos, ou seja, os fatos que precedem a elaboração do ato; a ausência
ou falsidade do motivo caracteriza ilegalidade, suscetível de invalidação pelo Poder Judiciário.
Em outras palavras: o Poder Judiciário não pode exercer o controle de mérito de atos administrativos, pois este é
privativo da administração pública; mas ele pode apreciar os motivos da invocados pela administração pública para a
prática de atos administrativos. Por isso, é legítima a verificação, pelo Poder Judiciário, da regularidade de ato
discricionário, no que se refere às suas causas, motivos e finalidade.

Preste atenção!

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Não há invasão do mérito quando o Judiciário aprecia os motivos

Mediante o exercício do controle judicial dos atos administrativos pode-se decretar a sua anulação, nos casos em que
existe ilegalidade ou ilegitimidade, mas nunca a sua revogação, que é faculdade privativa da própria Administração.

Resumindo

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Questões para Fixar!


Caso não seja empregado o mínimo de recursos destinados a saúde e educação no DF, poderá ocorrer o controle
judicial de ofício com vistas a garantir — mediante medida cautelar — a ocorrência dos atos administrativos necessários
para o direcionamento dessa parcela do orçamento.
Comentário:

O controle judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, não existe controle judicial de ofício, daí o erro do
quesito.
Gabarito: Errado

É vedado o controle prévio pelo Poder Judiciário de atos a cargo da administração pública.
Comentário:

O controle judicial, em regra, é um controle a posteriori. Contudo, nada impede o controle judicial prévio, de que é
exemplo o mandado de segurança preventivo.
Gabarito: Errado

O abuso de poder é conduta comissiva, que afronta, dentre outros, o princípio da legalidade e o da moralidade, e se
sujeita, portanto, ao controle judicial, que se sobrepõe ao controle administrativo.
Comentário:

O item está errado. Não há predominância entre as formas de controle. Tanto o controle judicial como o administrativo,
o parlamentar ou o exercido pelos Tribunais de Contas derivam do sistema de freios e contrapesos que rege a
Administração Pública, o qual assegura a harmonia entre os Poderes.
Gabarito: Errado

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CEBRASPE – ANCINE – 2013


No exercício do controle do ato administrativo, o Poder Judiciário não pode apreciar a veracidade dos motivos
invocados pela administração pública para praticar o ato, sob pena de invasão do mérito do ato administrativo.
Comentário:

Em regra, o controle judicial se restringe ao controle de legalidade. Mas em alguns casos, os elementos que perfazem o
mérito do ato administrativo (motivo e objeto) poderão ser objeto de análise pelo Poder Judiciário.
Assim, podemos afirmar que não há invasão do mérito quando o Judiciário aprecia os motivos invocados pela
administração pública para praticar ato administrativo.
Questão, portanto, errada. O Poder Judiciário pode apreciar a veracidade dos motivos invocados pela administração
pública para praticar ato administrativo.
Gabarito: Errado

CEBRASPE - MPE-PI - Promotor de Justiça – 2012 - Adaptada


É legítima a verificação, pelo Poder Judiciário, da regularidade do ato discricionário da administração, no que se refere
às suas causas, motivos e finalidade.
Comentário:

Correto! O Poder Judiciário pode apreciar os motivos da invocados pela administração pública para a prática de atos
administrativos, ou seja, ele pode verificar a regularidade de ato discricionário da administração, no que se refere às
suas causas, motivos e finalidade. O que o Poder Judiciário não pode fazer é realizar um controle de mérito, o qual se
consuma pela verificação da conveniência e oportunidade da conduta administrativa.
Gabarito: Certo

CEBRASPE – TCE-PE – 2017


Embora exerça controle de atos administrativos ao avaliar os limites da discricionariedade sob os aspectos da
legalidade, é vedado ao Poder Judiciário exercer o controle de mérito de atos administrativos, pois este é privativo da
administração pública.
Comentário:

De fato, o Poder Judiciário exerce apenas controle de legalidade dos atos administrativos. Já o controle de mérito –
conveniência e oportunidade - é privativo da administração pública.
Gabarito: Certo

Enfim, a partir dessas considerações iniciais – que, na verdade, serviram mais para relembrar alguns aspectos já
estudados no decorrer do curso – vamos avançar apresentando as principais características das ações judiciais
disponíveis para o controle das atividades da Administração Pública. A ideia, aqui, não é esgotar assunto, tendo em
vista que o tema geralmente é aprofundado em outras disciplinas, como o Direito Constitucional e o Direito Processual
Civil. Assim, cuidaremos apenas do que importa para que façamos as provas de Direito Administrativo, ok?
Vamos lá!

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Mandado de segurança

O mandado de segurança individual é ação prevista no art. 5º, LXIX da CF:

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

Perceba que o mandado de segurança (MS) possui um caráter residual, pois ampara direito líquido e certo, desde que
não seja possível a impetração de habeas corpus ou habeas data.
É sempre uma ação de natureza civil, mesmo que seja utilizado contra decisão proferida em processo criminal,
trabalhista, eleitoral, ou qualquer outro.
O MS é cabível contra o chamado “ato de autoridade” (chamada de autoridade coatora) entendido como
qualquer manifestação ou omissão ilegal e ofensiva do Poder Público ou de seus delegados no desempenho de
atribuições públicas. A pretensão no MS é obter uma sentença judicial de conteúdo mandamental (e não punitivo), isto
é, uma ordem para que a autoridade coatora faça ou se abstenha de fazer alguma coisa.
O objeto do mandado de segurança é um ato administrativo específico que seja ilegal e ofensivo ao direito líquido e
certo do impetrante, podendo atacar, ainda, leis e decretos de efeitos concretos, assim como as deliberações legislativas
e as decisões judiciais para as quais não haja recurso que possa impedir a lesão ao direito subjetivo do impetrante.

As omissões das autoridades também podem violar direito líquido e certo do indivíduo,
legitimando a impetração do mandado de segurança.

Ressalte-se que também é possível mandado de segurança contra omissões administrativas. Por exemplo: uma
autoridade pública aplica uma penalidade administrativa a você, que recorre dela. Entretanto, a autoridade, resolve
“guardar o recurso na gaveta”, sem apreciá-lo. Nesse caso, cabe mandado de segurança contra a inércia (omissão) da
autoridade coatora para que seja fixado um prazo para a apreciação do recurso[1].
Porém, nem todo o direito é amparado pela via do mandado de segurança: a Constituição exige que o direito invocado
seja líquido e certo.
Direito líquido e certo é aquele demonstrado de plano através de prova documental, e sem incertezas, a respeito dos
fatos narrados pelo declarante. É o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a
ser exercitado no momento da impetração. Se a existência do direito for duvidosa; se a sua extensão ainda não estiver
delimitada; se o seu exercício depender de situações e fatos ainda indeterminados, não será cabível o mandado de
segurança. Isso porque, no processo do mandado de segurança, não existe uma fase destinada à produção de provas,
ou seja, não há dilação probatória. As provas devem ser pré-constituídas, documentais, levadas aos autos do processo
no momento da impetração.

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Se o direito a ser defendido não é líquido e certo, ou seja, se para convencer o juiz for necessário juntar novas provas,
ouvir testemunhas, colher novos documentos, o impetrante deve se valer das ações judiciais comuns.
Ressalte-se que a liquidez e a certeza se referem aos fatos alegados pelo impetrante para ajuizamento do mandado
de segurança (por exemplo, não pode haver dúvida de que o impetrante foi punido, ingressou com o recurso e a
autoridade não o apreciou).
Por outro lado, a certeza e liquidez não dizem respeito à matéria de direito, por mais difícil e complexa que seja. Em
outras palavras, no MS podem ser discutidas quaisquer questões relativas a interpretação de leis, revogação,
ponderação de princípios, conflitos de normas etc. Até mesmo a inconstitucionalidade de uma lei pode ser reconhecida
no âmbito do MS (declaração incidental, no caso concreto). Desde que os fatos alegados pelo impetrante estejam,
desde logo, devidamente comprovados, quaisquer teses jurídicas poderão ser discutidas no processo de mandado de
segurança.
Vejamos agora quem pode figurar nos polos ativo e passivo do mandado de segurança, ou seja, quem pode ingressar e
quem pode responder nesse tipo de ação:

Legitimidade ativa para impetrar MS: Legitimidade passiva (autoridade coatora):

Pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou Autoridade pública de qualquer dos poderes da


estrangeiras, domiciliadas ou não no União, dos Estados, do DF e dos Municípios, bem
Brasil; como de suas autarquias, fundações públicas,
Universalidades reconhecidas por lei, empresas públicas e sociedades de economia
que, embora sem personalidade jurídica, mista;
possuem capacidade processual para a Representantes ou órgãos de partidos políticos;
defesa de seus direitos (ex: o espólio, a Agente de pessoa jurídica privada, desde que no
massa falida, o condomínio de exercício de atribuições do Poder Público (só
apartamentos, a herança, a sociedade de responderão se estiverem, por delegação, no
fato, a massa do devedor insolvente); exercício de atribuições do Poder Público).
Órgãos públicos de grau superior, na Atenção: a autoridade coatora será o agente
defesa de suas prerrogativas e delegado (que recebeu a atribuição) e não a
atribuições; autoridade delegante (que efetivou a delegação) –
Agentes políticos (governador de estado, Esse é o teor da Súmula 510 – STF.
prefeito municipal, magistrados,
deputados, senadores, vereadores,
membros do MP, membros dos Tribunais
de Contas, Ministros de Estado,
Secretários de Estado, etc.), na defesa de
suas atribuições e prerrogativas;
Ministério Público, competindo a
impetração, perante os Tribunais locais,

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ao promotor de Justiça, quando o ato


atacado emanar de juiz de primeiro grau;

A autoridade coatora (quem responderá no MS), é a pessoa responsável pela prática do ato que está sendo impugnado
no mandado de segurança, o polo passivo da ação.
Como destacado na CF, a autoridade impetrada deve ser agente público ou agente de pessoa jurídica privada no
exercício de atribuições do Poder Público.
Para fins de impetração do mandado de segurança, a autoridade coatora será o agente público que ordenou, de forma
concreta e específica, a prática do ato ilegal. Em outras palavras, deve responder no mandado de segurança a
autoridade que detém poder decisório, não se confundindo com os meros executores da ordem, os que “entregam os
expedientes”, por assim dizer.
Com relação aos particulares que exerçam funções delegadas, estes só podem ser acionados via MS por conta dos atos
praticados no exercício da própria função delegada. Caso se trate de um ato produzido fora dos limites da delegação,
o socorro judicial deve ser buscado pelas vias ordinárias (ações comuns).

O MS pode ser repressivo ou preventivo, conforme se destine, respectivamente, a reparar uma ilegalidade ou abuso de
poder já praticados ou apenas a afastar uma ameaça de lesão ao direito líquido e certo do impetrante.
O MS preventivo visa a evitar que determinada atuação ocorra concretamente. O ato coator ainda não possui eficácia,
sendo inoperante, apesar de, por vezes, o ato já ter sido praticado; ou, quando não foi praticado, há indícios de que o
será. Pela sensação de “ameaça”, cabe ao interessado a impetração do MS, pelos efeitos prejudiciais que lhe poderão
ser causados.
É muito utilizado, por exemplo, em matéria tributária, para evitar a cobrança de determinado tributo criado ou
majorado por lei considerada inconstitucional. É que, editada a lei, a autoridade tributária é obrigada a dar-lhe
execução, ou seja, gera-se a possibilidade da prática do ato de cobrança, o que por si só fundamenta a impetração do
MS preventivo, não necessitando o contribuinte esperar que a cobrança se concretize.

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Para ilustrar, imagine que foi editada uma lei – que o contribuinte considera contrária à Constituição – aumentando o
imposto de importação, e que esse contribuinte já adquiriu mercadoria no exterior, a qual já foi enviada para o Brasil.
Existe, no caso, uma ameaça concreta de que a autoridade tributária, diante da situação de fato, efetue a cobrança do
tributo com base na nova lei (afinal, cobrança é um ato vinculado, não dando margem para a autoridade agir diferente).
Portanto, com base em tal ameaça, o contribuinte poderá impetrar o MS de caráter preventivo a fim de evitar a
cobrança do imposto. Note que o MS será impetrado contra o ato administrativo de cobrança do tributo (ainda não
praticado), e não contra a lei em tese. Apenas incidentalmente deve ser arguida a inconstitucionalidade da lei que
ensejaria a cobrança preventivamente impugnada.
O autor Carvalho Filho adverte, quanto ao MS preventivo, não ser qualquer ameaça que habilita o interessado à
propositura da ação, “até porque existem posturas que só representam ameaças a espíritos mais frágeis (...) a ameaça
reclama: a) realidade, para que o interessado demonstre se é efetiva a prática iminente do ato ou de seus efeitos;
b) objetividade, indicando-se que a ameaça deve ser séria, e não fundada em meras suposições; c) atualidade, significando
que a ameaça é iminente e deve estar presente ao momento da ação, não servindo, pois, ameaças pretéritas e já
ultrapassadas”.
No caso do MS repressivo, por outro lado, o que se pretende é coibir os efeitos prejudiciais ao interessado do ato ou da
omissão já concretizados. No nosso exemplo do imposto de importação, caberia o MS repressivo após a cobrança do
tributo pela autoridade fazendária.
O prazo para impetração do MS é de 120 dias contados da data em que o interessado tomar ciência do ato
impugnado. A doutrina, em sua maioria, entende que tal prazo é decadencial, não sendo passível de suspensão ou
interrupção. Caso ultrapassado, restaria ao prejudicado as vias ordinárias. A questão do prazo do MS já foi, inclusive,
objeto de súmula do STF, ante as dúvidas inúmeras vezes suscitadas àquela Corte, que assim fixou seu entendimento:
Súmula 632 – STF: "É constitucional lei que fixa prazo de decadência para impetração de mandado de segurança".
Vale saber, ainda, que é possível ao juiz conceder liminar para suspender o ato impugnado quando houver
plausibilidade jurídica no pedido (fumus boni juris) e o risco de dano irreparável ou de difícil reparação em decorrência da
demora na decisão definitiva do MS (periculum in mora).
Vale salientar que o deferimento da medida liminar não implica prejulgamento; apenas suspende temporariamente o
ato impugnado, a fim de evitar lesão irreparável a eventual direito do impetrante. Os efeitos da medida liminar
persistirão até a prolação da sentença definitiva, salvo se, antes disso, a liminar for revogada ou cassada (art. 7º, §3º).
Entretanto, há casos em que a liminar não poderá ser concedida. Com efeito, nos termos do art. 7º, §2º da Lei
12.016/2009 (Lei do mandado de segurança), não será concedida medida liminar que tenha por objeto a:

Compensação de créditos tributários,

Entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior

Reclassificação ou equiparação de servidores públicos

Concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

É importante destacar que há diversas situações em que o mandado de segurança não poderá ser utilizado. Vejamos
as principais:

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i) Contra lei em tese: a lei é ato de efeito geral, abstrato e impessoal. Por serem gerais, não implicam ofensa direta a
direitos individuais. Daí o descabimento do MS, tal qual estabelecido na jurisprudência do STF (Súmula 266): “Não cabe
mandado de segurança contra lei em tese”. Para o questionamento de leis em tese deve ser utilizada a via apropriada do
controle abstrato de constitucionalidade.
Bom lembrar que há atos que são formalmente administrativos, mas materialmente normativos, isto é, revestem-se
de caráter geral e abstrato, tais quais resoluções, instruções normativas etc. Contra tais atos também é inadmissível o
uso do MS.
Por outro lado, é diferente a situação em que uma lei traga efeitos concretos, a qual, conforme Carvalho Filho, tem
“corpo de lei e alma de ato administrativo”, de que são exemplos as leis que aprovam planos de urbanização, as que
fixam limites territoriais, as que criam novos Municípios, as que concedem isenções fiscais, os decretos que
desapropriam bens, os que fazem nomeações etc. Em casos como esses, a jurisprudência tem admitido o uso do MS
para a tutela do direito, dado que tais atos podem atingir a esfera jurídica do interessado. Sobre o tema, o trecho
abaixo, extraído da jurisprudência do STF, é altamente esclarecedor:

"Se o decreto é, materialmente, ato administrativo, assim de efeitos concretos, cabe contra ele mandado
de segurança. Todavia, se o decreto tem efeito normativo, genérico, por isso mesmo sem operatividade
imediata, necessitando, para a sua individualização, da expedição de ato administrativo, contra ele não
cabe mandado de segurança."

ii) Contra atos de gestão comercial: vamos conhecer o que estabelece o art. 1º, §2º da Lei 12.016/2009:

§ 2º Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas
públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.
Como se nota, quando o ato da autoridade pública ou do agente delegado for praticado no exercício de atividades
estritamente econômicas e comerciais, vale dizer, sem a característica de atividade pública, o mandado de segurança
não é cabível. Por exemplo, não cabe MS contra ato de um gerente do Banco do Brasil que negou a concessão de

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financiamento por conta de supostas restrições cadastrais do cliente. Igualmente, não é possível impetrar MS contra
ato de um funcionário de companhia aérea que vendeu uma passagem muito cara.
iii) Decisão judicial transitada em julgado: não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em
julgado, assim entendida como a decisão judicial revestida do caráter de imutabilidade, da qual não caiba mais recurso
(coisa julgada). Caso contrário, a se admitir o uso do MS contra esse tipo de decisão, uma profunda instabilidade jurídica
poderia ser causada.
Todavia, vale saber que, excepcionalmente, é possível o MS quando o impetrante não foi parte na relação processual,
isto é, quando não tiver composto o processo de origem.
iv) Atos interna corporis: estes atos são produzidos no interior das instituições públicas e, por conta de tal natureza,
não alcançam, de regra, direitos individuais. São exemplos os regimentos de Tribunais e de Casas Legislativas.
v) Ato do qual caiba recurso com efeito suspensivo: vamos ver o que diz o art. 5º da Lei 12.016/2009:

Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:

I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução;

II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;

III - de decisão judicial transitada em julgado.

A redação do inciso I desse dispositivo leva a uma interpretação confusa, pois ele parece exigir o esgotamento da via
administrativa como condição de admissibilidade do MS. Não é isso. Na realidade, a ideia é evitar que seja utilizado o
MS ao mesmo tempo em que o interessado maneja recurso administrativo com efeito suspensivo, o qual, por si só, pode
afastar o ato que lhe é potencialmente prejudicial. Assim, caso o interessado não desejar recorrer administrativamente,
poderá deixar escoar o prazo ou renunciar ao recurso administrativo e impetrar o mandado de segurança; o que não
pode é impetrar a ação enquanto aguarda a decisão do recurso com efeito suspensivo.
Na mesma direção, o inciso II estabelece ser inviável o MS contra “decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
suspensivo”. A ideia é a mesma: se há alguma outra espécie processual a tutelar o direito, sendo que tal espécie ampara
a suspensão dos efeitos eventualmente prejudiciais, não há por que se proceder ao MS.
Importante registrar, ainda, que, segundo a Súmula 430 do STF, o pedido de reconsideração na esfera administrativa
não interrompe o prazo do mandado de segurança.
vi) Substituto da ação de cobrança: conforme a Súmula 269 do STF, “o mandado de segurança não é substitutivo de
ação de cobrança”, isto é, a concessão de mandado de segurança não resultará em efeitos patrimoniais referidos a
período pretérito, os quais deverão ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.

Por exemplo, você recebeu, por meses, uma vantagem do órgão em que trabalha. Mais adiante, o
Poder Público simplesmente “cancela” a vantagem sem te dar conhecimento. Insatisfeito, você
ingressa com um MS, o qual é provido. Resultado: não serão mais feitos os descontos, mas, pela via
estreita do mandado de segurança, você não obterá as diferenças relacionadas ao passado. Para isso,
deverá se servir de ações próprias (judiciais ou administrativas).

O mandado de segurança é uma das mais importantes ações judiciais de controle dos atos da administração pública.
Quando o ato for praticado por autoridade no exercício de competência delegada, o mandado de segurança caberá
contra a autoridade delegante.
Comentário:

Um ato praticado por delegação é imputável àquele que o praticou. Assim, um eventual mandado de segurança deve
ser impetrado contra o delegatário (quem agiu por delegação), e não contra o delegante.

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Gabarito: Errado

[1] STF – MS 24.167


[2] Se o MS for impetrado contra uma omissão, os 120 dias começarão a contar da data em que se esgotar o prazo
fixado para a Administração editar o ato; se não existir um prazo legal expresso previsto para a Administração atuar,
não cabe falar em decadência, ou seja, o MS poderá ser impetrado a qualquer tempo, enquanto persistir a omissão.
[3] STF – MS 27.188/DF
[4] STF - MS 21.274, STF
[5] STF - MS 30.822.
[6] Maria Sylvia Di Pietro

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Mandado de segurança coletivo

Pois bem. Até agora examinamos as disposições aplicáveis ao mandado de segurança individual, usado para a defesa do
direito próprio interessado. Porém, a Constituição Federal também prevê a possibilidade de impetração de
MS coletivo, voltado ao atendimento dos interesses de um grupo de indivíduos, a partir da legitimidade dada aos seus
diversos e potenciais impetrantes. Vamos ver o que diz o art. 5º, LXX da CF:

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento


há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Vamos detalhar um pouco mais esses comandos constitucionais.

Para que se considere que um partido político possui representação no Congresso Nacional, basta que ele tenha ao
menos um deputado federal ou um senador, em efetivo exercício do mandato, na data da impetração do mandado de
segurança coletivo[1].
Em relação aos demais legitimados, note que a exigência de apenas um ano de constituição e funcionamento destina-
se apenas às associações, não se aplicando às entidades sindicais e às entidades de classe.
No MS coletivo, a entidade impetrante age como mero substituto processual (legitimação extraordinária) na relação
jurídica, daí porque não se exige a autorização expressa dos titulares dos direitos, diferentemente do que acontece,
por exemplo, no caso do inciso XXI do art. 5º da CF, o qual contempla hipótese de representação (e não de substituição)
[2]. Assim, se uma associação pleitear judicialmente determinado direito em favor de seus associados por outra via que
não seja a do mandado de segurança coletivo, será necessária a autorização expressa dos seus filiados, conforme
prescreve o art. 5º, XXI. Mas, se a entidade ajuizar um MS coletivo, tal exigência não incidirá, por se tratar de hipótese
de substituição processual.
Não se exige, também, que o direito defendido pertença a todos os filiados ou associados. Basta que pertença a parte
deles (ex: um benefício que aproveite apenas aos servidores inativos – parte da categoria). Nesse contexto, vale
conhecer o teor da Súmula 630 do STF:

Súmula 630 – STF: "A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a
pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria".

Apesar de o verbete se referir apenas às entidades de classe, pode ser estendido para os demais legitimados.

Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser (Lei 12.016/2009, art. 21, parágrafo único):

Coletivos, assim entendidos os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou
categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;
Individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação
específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.

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No caso de partido político, o MS coletivo defenderá os interesses dos seus integrantes ou direitos relacionados
à finalidade partidária. Carvalho Filho nos dá bom exemplo: “a defesa de seus filiados contra ato de Casa Legislativa que
os exclua das comissões temáticas”. Já no caso das demais entidades, a legitimação é mais restrita, uma vez que elas só
podem defender direitos dos seus associados relativos às finalidades da entidade (e não os interesses da entidade em
si).
Outro detalhe importante: embora sendo uma ação coletiva, segundo o STF, para o ajuizamento de MS coletivo, exige-
se a comprovação de direito subjetivo, líquido e certo de um grupo, categoria ou classe, não se permitindo a sua
utilização para o fim de proteger direitos difusos e gerais da coletividade.
Com relação à decisão que nascerá do MS coletivo, há uma singularidade: a sentença fará coisa julgada apenas para os
membros do grupo ou categoria substituídos pela entidade impetrante, ou seja, não beneficiará os indivíduos que não
foram representados pela entidade na ação.
Além disso, o MS coletivo não atrai, para si, os MS individuais que tenham sido impetrados. Nos termos do art. 22, §1º
da Lei 12.016/2009, “o mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais”. Com outras
palavras: o ajuizamento de MS coletivo não prejudica ações individuais em que se pleiteie o mesmo direito. Todavia,
os efeitos da coisa julgada do MS coletivo não beneficiarão o impetrante de MS individual que tenha o mesmo
objeto, a menos que ele requeira a desistência da ação individual no prazo de 30 dias, contados da ciência da impetração
da ação coletiva.
No mais, as características do MS coletivo são essencialmente as mesmas do MS individual.

[1] Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2014, p. 938).


[2] CF, art. 5º, XXI – “as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar
seus filiados judicial ou extrajudicialmente;”

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Ação popular
A ação popular é instrumento de controle social da Administração Pública, previsto no art. 5º, LXXIII da Constituição
Federal:

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;

Chama atenção o fato de que a ação popular pode ser proposta por qualquer cidadão (não é qualquer pessoa física!).

Para os efeitos desse tipo de ação, cidadão é o brasileiro, nato ou naturalizado, ou o português equiparado, no gozo
dos direitos políticos, ou seja, que tem a possibilidade de, ao menos, votar nos processos eleitorais. Maria Sylvia Di
Pietro explica que, “a rigor, basta a qualidade de eleitor, uma vez que o artigo 1, §3º, da Lei 4.717/65 exige que a prova da
cidadania, para ingresso em juízo, seja feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda”.
Dessa forma, nem uma pessoa jurídica e nem mesmo o Ministério Público são legitimados para propor ação popular,
ante a falta de previsão para tanto.

Preste atenção!

Embora o Ministério Público não tenha legitimidade para propor ação popular, ele possui importante papel nas ações já
ajuizadas.
Compete ao Ministério Público, por exemplo, acompanhar a ação, como fiscal da lei, atuar como substituto
e sucessor do autor, na hipótese de este se omitir ou abandonar a ação, caso considere ser de interesse público o
prosseguimento da ação, e também recorrer das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação (a rigor, não
só o Ministério Público, mas qualquer cidadão pode promover o prosseguimento da ação no caso de abandono por
parte do autor originário, assim como recorrer das sentenças proferidas contra o autor).

Detalhe importante é que a ação popular, como previsto na Constituição, visa a anular ato administrativo lesivo ao
patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente ou ao patrimônio histórico e
cultural, independentemente de o ato impugnado ocasionar lesão direta a quem quer que seja. Em outras palavras, o
cidadão, ao propor ação popular, deve atuar na defesa do interesse público (não de seu próprio interesse ou de
terceiros determinados). Os direitos defendidos mediante ação popular são direitos difusos, pertencentes a titulares
indeterminados.

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Importante anotar que, para o ajuizamento de ação popular, não é exigida a comprovação de um prejuízo financeiro ou
material aos cofres públicos. Segundo o entendimento do STF, a ilegalidade do ato, por si só, já configura lesão ao
patrimônio público, termo que, para fins de tutela via ação popular, deve ser entendido de maneira ampla, de modo a
abarcar não apenas o patrimônio econômico, mas também outros valores, inclusive a moralidade administrativa.
A lesão ao patrimônio público pode decorrer de um ato ou de uma omissão. O essencial é que o ato ou omissão
produza efeitos concretos, ou seja, a ação popular não pode ser proposta contra lei em tese.
Pela ação popular, o cidadão demandará do Judiciário a anulação do ato lesivo (sentença
desconstitutiva). Subsidiariamente, a sentença poderá, ainda, resultar na condenação dos responsáveis ao pagamento
de eventuais perdas e danos comprovados no processo, bem como na restituição de bens e valores indevidamente
obtidos (sentença condenatória).
Da mesma forma que o mandado de segurança, a ação popular também poderá ser preventiva – quando for ajuizada
antes da prática do ato lesivo, com o fim de evitá-lo – ou repressiva – quando o intuito da ação for a anulação do ato
lesivo já praticado.

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Ação civil pública

A ação civil pública está prevista no art. 129 da CF, nos seguintes termos:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


(...)
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social,
do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.

A ação civil pública possui muitos pontos em comum com a ação popular, mas com ela não se confunde. Tanto é que é
possível um mesmo fato ensejar, concomitantemente, a propositura de ação popular e de ação civil pública.
O primeiro ponto digno de nota é que a ação civil pública, diferentemente da ação popular, pode ser proposta
pelo Ministério Público. Aliás, como se vê, o art. 129 da CF coloca a proposição dessa ação no rol de competências
institucionais do órgão.
Contudo, não se trata de ação de titularidade exclusiva do Parquet. O §1º do mesmo art. 129 dispõe que a legitimação
do Ministério Público não impede a de terceiros. Com efeito, a Lei 7.347/1985[1] estabelece que são legitimados para
propor a ação civil pública:

Ministério Público;

Defensoria Pública;

União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

Autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;

Associação que, concomitantemente:

a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano, nos termos da lei civil;

b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente,
ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos
ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

Quanto ao alcance, a ação civil pública é bastante abrangente, servindo para a tutela de quaisquer interesses difusos e
coletivos, de relevância social, como danos ao meio ambiente, aos interesses dos consumidores, à ordem urbanística
etc. Ressalte-se que, assim como a ação popular, a ação civil pública não se presta à tutela de interesses individuais
determinados, mas sim à proteção do interesse público ou geral.
Nesse sentido, prescreve o parágrafo único do art. 1º da Lei 7.347/85 que:

“não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições
previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza

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institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados”.

Da mesma forma que a ação popular, a ação civil pública pode ter finalidade preventiva ou repressiva, isto é, pode ter
por escopo evitar uma lesão, ou, se já ocorrida, repará-la (se possível) e responsabilizar os que a ocasionaram, por ação
ou omissão.
Uma peculiaridade da ação civil pública é que o conteúdo da sentença judicial pode ser tanto uma obrigação de fazer
ou não fazer como a condenação em dinheiro do responsável por uma lesão ou ameaça de lesão aos bens jurídicos por
ela tutelados. Em regra, a sentença na ação civil pública não anula algum ato, até porque, na maioria das vezes, o
desfazimento do dano causado não é possível (ex: a poluição de um rio, com a consequente morte de milhares de
peixes e outros animais aquáticos, por exemplo, não pode ser desfeita[2]). A ação popular, ao contrário, visa à anulação
de um ato que ocasiona lesão ou ameaça a lesão (a eventual condenação do responsável é apenas subsidiária).
Dessa forma, tem-se que, na ação civil pública, a sentença é preponderantemente condenatória (condenação em
dinheiro) ou mandamental (obrigação de fazer e não fazer), enquanto na ação popular a sentença
é preponderantemente desconstitutiva (anula o ato lesivo) e apenas subsidiariamente condenatória.

Por fim, é oportuno registrar que, antigamente, a doutrina e a jurisprudência consideravam a ação judicial
de improbidade administrativa como uma espécie de ação civil pública (que é uma ação de responsabilidade por
danos morais e patrimoniais causados a interesses difusos ou coletivos). No entanto, com o advento da Lei 14.230/21,
que reformou a Lei 8.429/92, esse entendimento já não é mais cabível. Confira:

Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva, de caráter sancionatório, destinada à
aplicação de sanções de caráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado seu
ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas e para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021).

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[1] Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (VETADO) e dá outras providências.
[2] Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2014, p. 958).

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Outras ações

Bom, como afirmado inicialmente, a intenção não é esgotar aqui a abordagem de todos os instrumentos que podem ser
utilizados para o controle judicial da Administração Pública. Existem outras ações que cumprem esse objetivo, como
o habeas corpus, o habeas data e o mandado de injunção. Tais ações, assim como outras tantas, não serão estudadas
aqui por se tratar de assunto muito mais atinente a outros ramos do Direito, como o Direito Constitucional, ao qual
remetemos à leitura, caso necessário.

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Controle social

O controle social da Administração Pública é exercido pelo cidadão diretamente ou pela sociedade civil organizada. O
ordenamento jurídico brasileiro, a começar pela Constituição Federal, estabelece diversas formas de controle social,
que pode ser exercido tanto no momento da formulação da política pública como na fase de execução.
A seguir, alguns exemplos de ações de controle acessíveis a qualquer cidadão:

Denunciar irregularidades aos órgãos de controle externo (CF, art. 74, §2º);

Propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade administrativa (CF, art.
5º, LXXIII);
Examinar e questionar a legitimidade das contas de todas as esferas de governo, as quais ficarão à disposição
de qualquer contribuinte no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável por sua elaboração
(CF, art. 31, §3º; LRF, art. 49);
Conhecer e acompanhar, em tempo real, em meios eletrônicos de acesso público, informações
pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira (LC 131/2009).

CEBRASPE – TJ-RJ – Técnico judiciário – 2021

O controle dos atos administrativos exercido por meio de processo participativo de determinada comunidade local
sobre ações de gestão pública é denominado
A) autocontrole.
B) controle legislativo.
C) controle social.
D) controle interno.
E) controle externo.
Comentário:

Observe quem e como está sendo exercido esse controle: por meio de processo participativo de determinada
comunidade local. Em outras palavras: está acontecendo um processo participativo, por exemplo, uma audiência
pública, por meio da qual a comunidade local está opinando, fiscalizando, controlando ações de gestão pública.
Qual nome se dá a esse tipo de controle?

Controle social, já que este é aquele que é exercido pelo cidadão diretamente ou pela sociedade civil organizada.

Gabarito: alternativa “c”

FGV - Prefeitura de Niterói - RJ - Auditor Municipal de Controle Interno - Controladoria – 2018


O Conselho Municipal de Alimentação de determinado município averiguou que os alimentos comprados pela
Prefeitura não estavam chegando integralmente às escolas, ou eram entregues após a data de vencimento. Ao
verificar tal situação, o Conselho decidiu acionar imediatamente a autoridade responsável. Essa conduta do
Conselho é um exemplo de

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A) regulação consultiva.
B) deliberação executiva.
C) controle social.
D) controle judicial.
E) auditoria governamental.
Comentário:

O referido Conselho (Conselho Municipal de Alimentação) é um segmento oriundo da sociedade, faz parte da sociedade
civil organizada. E o controle exercido pela sociedade civil organizada (ou diretamente pelo cidadão) é chamado
de controle social.
Gabarito: alternativa “c”

Quadrix – CODHAB-DF - Analista - Direito e Legislação – 2018


O controle social, corolário da cidadania, é mecanismo externo e democrático de influência da atividade
administrativa, embora careça de mecanismos jurídicos capazes de conferir‐lhe grande efetividade.
Comentário:

A definição de controle social até que está correta: ele é corolário da cidadania e é um mecanismo externo e
democrático de influência da atividade administrativa. No entanto, a questão peca em afirmar que o controle social
carece de mecanismos jurídicos capazes de conferir‐lhe grande efetividade, pois isso não é verdade. Para ilustrar, vale
lembrar que a própria Constituição Federal oferece algumas ações de controle acessíveis a qualquer cidadão, a saber:
denunciar irregularidades aos órgãos de controle externo (CF, art. 74, §2º); e propor ação popular que vise anular ato
lesivo ao patrimônio público e à moralidade administrativa (CF, art. 5º, LXXIII).
Gabarito: Errado

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Resumo direcionado
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Classificações do controle:

Externo: exercido por um ente que não integra a mesma estrutura organizacional do órgão
Quanto ao fiscalizado (na CF, somente o exercido pelo Legislativo).
alcance Interno: exercido por órgão especializado, porém pertencente à mesma estrutura do fiscalizado
(Ex: CGU).

Quanto à Legalidade: conformidade às normas;


natureza Mérito: conveniência e oportunidade; não pode ser feito pelo Judiciário.

Prévio (a priori): preventivo, orientador.


Quanto ao
Concomitante (pari passu): tempestivo, preventivo.
momento
Posterior (a posteriori): corretivo e sancionador.

Administrativo: exercido pela própria Administração (autotutela e tutela);


Legislativo: exercido diretamente pelo órgão legislativo ou pelos TCs, abrangendo: (i) controle
Quanto ao
político: feito sobre atos administrativos, por critérios políticos e discricionários; (ii) controle
órgão
financeiro: feito sobre atos de que resultem receitas e despesas.
Judicial: exercido pelos juízes e tribunais do Poder Judiciário.

CONTROLE ADMINISTRATIVO:

Hierárquico = poder de autotutela. Ex: recursos administrativos, processos disciplinares etc. Anulação refere-se a
controle de legalidade: anulam-se atos ilegais. Revogação refere-se a controle de mérito: revogam-se atos
inconvenientes ou inoportunos.
Não hierárquico = tutela e órgãos especializados de controle (ex: CGU)

Direito de petição:

Representação: denúncia de irregularidades à Administração;

Reclamação administrativa: contra atos da Adm. que afetem os direitos do administrado;

Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar enunciado de súmula vinculante, caberá
reclamação ao STF, que anulará o ato ou cassará a decisão, e determinará que outra seja
proferida (CF, art. 103-A, § 3º)

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Pedido de reconsideração: solicitação de reexame de um ato administrativo pela mesma autoridade que o
editou;
Recurso hierárquico próprio: pedido de reexame do ato dirigido à autoridade hierarquicamente superior à
que proferiu o ato;
Recurso hierárquico impróprio: dirigido à autoridade que não se insere na mesma estrutura hierárquica do
agente que proferiu o ato. Só quando houver previsão em lei.

CONTROLE JUDICIAL:

Exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do
próprio Judiciário, quando realiza atividades administrativas. Necessariamente provocado. Controle a posteriori
(regra). Restrito ao controle de legalidade, adentrando no mérito do ato administrativo apenas em caso de ilegalidade
ou ilegitimidade. Pode anular, mas não revogar o ato.

Mandado de Contra ato ou omissão que importar lesão ou ameaça de lesão a direito subjetivo
segurança líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data.
Contra ato ou omissão de autoridade pública, ou de particular no exercício de funções
públicas.
O ato ou omissão deve importar ilegalidade ou abuso de poder
É sempre uma ação de natureza civil
Pode ser repressivo ou preventivo
Prazo: 120 dias contados da ciência do ato impugnado.

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Não poderá ser utilizado: contra lei em tese; contra atos de gestão comercial;
decisão judicial transitada em julgado; atos internos; ato do qual caiba recurso com
efeito suspensivo; substituto da ação de cobrança.

Legitimados:

Partidos políticos com representação no Congresso Nacional.


Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano.
Mandado de
segurança coletivo Não é necessária autorização expressa dos associados.
Pode ser impetrado para defender parte dos associados.
Não beneficia o impetrante de MS individual que tenha o mesmo objeto, a menos
que haja desistência da ação individual no prazo de 30 dias da impetração da ação
coletiva.

Contra lesão a interesses difusos: patrimônio público, moralidade administrativa,


patrimônio histórico-cultural, meio ambiente.
Ação
Legitimados: qualquer cidadão no pleno gozo dos direitos políticos.
popular
Ação preponderantemente desconstitutiva e subsidiariamente condenatória.

Proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses


difusos e coletivos.
Ação civil Legitimados: Ministério Público, Defensoria Pública, Administração, associação
pública constituída há pelo menos um ano.
Ação preponderantemente mandamental e preponderantemente condenatória.

CONTROLE LEGISLATIVO:

Responsabilidade pelo controle externo: geriu recursos públicos? Então é sujeito passivo do controle externo! Tem o
dever de prestar contas! “Prestará contas qualquer pessoa que GAGAU quanto à LeLEAR”.
O fundamento do controle externo é eminentemente constitucional. Legislações complementar ou ordinária e as
Constituições estaduais não podem prever outras modalidades de controle que não as constantes da Constituição
Federal.
Jurisdição: depende da origem orçamentária primária dos recursos.

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Esfera Titular do controle externo Órgão técnico que presta auxílio

União Congresso Nacional TCU

Estados Assembleias Legislativas TCE

Distrito Federal Câmara Legislativa TCDF

Municípios da BA, GO e PA Câmaras Municipais TC dos Municípios (órgãos estaduais)

Municípios do RJ e SP Câmaras Municipais TCM-RJ e TCM-SP (órgãos municipais)

Demais Municípios Câmaras Municipais TCE

Repartição constitucional de funções de controle externo:

Congresso: julgar as contas do PR; sustar atos normativos que exorbitem


do poder regulamentar; sustar contratos ilegais.
Senado Federal: aprovar as indicações de nomes indicados pelo PR; julgar
autoridades nos crimes de responsabilidade; aprovar operações de crédito
Controle exercido diretamente pelo
externas
Congresso, suas Casas e Comissões
Câmara dos Deputados: tomar as contas do Presidente da República, caso
(controle parlamentar)
não apresentadas no prazo.
CPI: investigar fato determinado.
CMO: examinar e emitir parecer sobre as contas do PR; acompanhar a
fiscalizar a execução orçamentária.

Competências do art. 71 da CF que podem ser divididas em:


Controle exercido pelo TCU - Exame e julgamento das prestações de contas (no caso das contas do
(controle técnico) Presidente da República, o TCU emite parecer prévio);
- Atividades de fiscalização (auditorias e inspeções; registro de atos de
pessoal; sustar atos administrativos).

ABRANGÊNCIA DO CONTROLE EXERCIDO PELO TCU (CF, art. 70. caput)

Natureza das fiscalizações (COFOP): Aspectos a serem verificados (LeLEAR):

Contábil Legalidade
Financeira Legitimidade

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Orçamentária Economicidade
Operacional Aplicação das subvenções
Patrimonial Renúncia de receitas

Principais competências constitucionais do TCU:

Competências do art. 71, próprias e


Observações
privativas

Apreciar as contas anuais prestadas O parecer prévio é conclusivo, mas não vinculante. O julgamento é a cargo
pelo Presidente da República, do Congresso Nacional. Exclusivamente em relação às contas do Chefe do
mediante parecer prévio. Poder Executivo.

Julgar as contas dos responsáveis


Examina e julga contas de gestão. Única atribuição na qual o TCU profere
por recursos públicos e dos
um julgamento.
causadores de prejuízo ao erário.

Apreciar, para fins de registro, a


Exceções: (i) admissão: cargos em comissão; (ii) aposentadorias, reformas e
legalidade de atos de pessoal (atos
pensões: melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal da
complexos = antes do registro, o ato
concessão; aposentadorias à conta do RGPS.
não está completo)

Em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas. Sanções


previstas em lei (norma infralegal não pode criar sanção). Multa é apenas
Aplicar sanções previstas em lei
uma das sanções. TCU também pode adotar medidas cautelares (embora
isso não esteja expresso na CF).

Comunica a decisão ao Senado e à Câmara, separadamente; no caso de


Assinar prazo para cumprimento da
contrato, a decisão é comunicada ao Congresso Nacional.
lei e sustar, se não atendido, a
O TCU só decide pela sustação do contrato se o Congresso ou o Poder
execução do ato impugnado.
Executivo não adotarem as medidas cabíveis no prazo de 90 dias.

A CMO, ao se deparar com indícios de despesas não autorizadas, poderá


solicitar à autoridade governamental responsável que apresente, no prazo
Emitir pronunciamento conclusivo
de 5 dias, os esclarecimentos necessários. CMO solicita pronunciamento
sobre despesas não autorizadas.
conclusivo do TCU. Se a CMO julgar que pode causar dano irreparável ou
grave lesão à economia, proporá ao Congresso a sustação da despesa.

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Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima


Decidir sobre denúncias para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o
Tribunal de Contas da União

Realizar inspeções e auditorias, por


Em qualquer unidade da administração pública direta e indireta, de todos os
iniciativa própria ou por solicitação
Poderes.
do Congresso Nacional.

Realizar controle de Súmula 347 do STF: o TC pode apreciar (e não declarar) a


constitucionalidade e atos constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público. Existe divergência
normativos se essa súmula está superada.

Princípio da simetria: essas competências também são exercidas pelos demais tribunais de contas do País.

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Teste a sua Direção

Olá, tudo bem? Nesta aula, vamos fazer o seu Teste de Direção relativo à aula de controle da administração. Aproveite
para revisar o conteúdo e reforçar os conceitos importantes. Lembre-se de avançar apenas se conseguir resolver todas
as questões do teste. Se ficar alguma dúvida, volte no material ou me avise a questão pelo fórum, ok?
Como sempre, ao final do teste, você poderá conferir o gabarito e a resolução comentada dos exercícios.

Faça um excelente teste de Direção!

Exercícios para revisão


1. As ações judiciais que tenham por objeto atos administrativos praticados por órgãos do Poder Judiciário
constituem exemplos de controle externo.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

2. Dada a presunção de legitimidade dos atos administrativos, não se pode falar em controle preventivo desses
atos.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

3. Por força do princípio da eficiência, não cabe falar em controle concomitante de um ato administrativo, sob
risco de entraves desnecessários à consecução do interesse público.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

4. O controle de legalidade é prerrogativa do controle judicial.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

5. O controle de legalidade é controle externo na medida em que é necessariamente processado por órgão
jurisdicional.

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( ) Verdadeiro

( ) Falso

6. O controle externo da administração pública é exercido pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal
de Contas da União.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

7. O controle externo da administração pública é hierarquicamente superior ao controle interno de cada órgão.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

8. A autotutela assegura que a administração pública reveja seus atos quando ela os entender como ilegais,
inoportunos ou inconvenientes.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

9. O Poder Judiciário tem competência para apreciar o mérito dos atos discricionários exarados pela
administração pública, devendo, no entanto, restringir-se à análise da legalidade desses atos.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

10. O controle destinado a investigar a atividade administrativa bem como o resultado alcançado pelo ato
praticado de acordo com a conveniência e oportunidade da administração é denominado controle de mérito.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

Gabarito
1. F

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2. F

3. F

4. F

5. F

6. V

7. F

8. V

9. F

10. V

Resolução dos exercícios


1. As ações judiciais que tenham por objeto atos administrativos praticados por órgãos do Poder Judiciário
constituem exemplos de controle externo.

( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

O controle é externo porque realizado, de forma independente, por outro poder, distinto daquele responsável pela execução
das atividades administrativas suscetíveis de controle. Assim, quando o Poder Judiciário exerce controle sobre atos do
próprio Judiciário (ações judiciais, no caso), não se trata de controle externo, por se tratar de um mesmo Poder controlando
seus próprios atos. Item FALSO.

2. Dada a presunção de legitimidade dos atos administrativos, não se pode falar em controle preventivo desses
atos.

( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

A presunção de legitimidades dos atos administrativos admite prova em contrário. Assim, se determinado ato
administrativo está prestes a produzir seus efeitos regulares, mas ainda não o fez, é possível que o interessado adote,
preventivamente, as medidas necessárias para que tal ato não produza seus efeitos, cessando-se, assim, a ameaça de lesão
que acredita estar sendo vítima. Item FALSO.

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3. Por força do princípio da eficiência, não cabe falar em controle concomitante de um ato administrativo, sob
risco de entraves desnecessários à consecução do interesse público.

( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

O princípio da eficiência não impede que se realize controle concomitante sobre os atos da Administração Pública. José dos
Santos Carvalho Filho, inclusive, oferece o exemplo do controle efetivado durante uma dada obra pública, e que conta com
expresso amparo no art. 67 da Lei 8.666/93. Item FALSO.

4. O controle de legalidade é prerrogativa do controle judicial.

( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

O controle de legalidade não é prerrogativa do controle judicial, uma vez que a Administração Pública também realiza
controle de legalidade, vez que possui o dever de anular seus próprios atos que forem ilegais, em virtude do princípio da
autotutela estampado na súmula 473 do STF. Item FALSO.

5. O controle de legalidade é controle externo na medida em que é necessariamente processado por órgão
jurisdicional.

( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Existe o controle de legalidade externo, mas também existe o controle de legalidade interno, decorrente do poder de
autotutela da Administração Pública. Ademais, quando existe um controle interno de legalidade, não é necessário que tal
medida seja adotada por órgãos jurisdicionais. Item FALSO.

6. O controle externo da administração pública é exercido pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal
de Contas da União.

(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

Nos termos do art. 71 da CF, o controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União. Item VERDADEIRO.

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7. O controle externo da administração pública é hierarquicamente superior ao controle interno de cada órgão.

( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Não existe hierarquia entre os controles interno e externo, mas apenas complementariedade. FALSO.

8. A autotutela assegura que a administração pública reveja seus atos quando ela os entender como ilegais,
inoportunos ou inconvenientes.

(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

Em razão da autotutela, a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Item VERDADEIRO.

9. O Poder Judiciário tem competência para apreciar o mérito dos atos discricionários exarados pela
administração pública, devendo, no entanto, restringir-se à análise da legalidade desses atos.

( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

O Poder Judiciário não possui competência para apreciar o mérito dos atos discricionários, devendo o controle jurisdicional
se ater apenas aos aspectos de legalidade dos atos discricionários. Item FALSO.

10. O controle destinado a investigar a atividade administrativa bem como o resultado alcançado pelo ato
praticado de acordo com a conveniência e oportunidade da administração é denominado controle de mérito.

(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

De fato, o controle que tem por objeto a análise da conveniência e oportunidade da atuação administrativa é controle de
mérito, sendo este composto, justamente, por decisões tomadas à base de conveniência e oportunidade, sempre

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respeitados os limites previamente estabelecidos em lei. Item VERDADEIRO.

Fim do teste. Até o próximo encontro!

Saudações,

Prof. Erick Alves

Prof. Sérgio Machado

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Questões comentadas – CEBRASPE


1. CEBRASPE – DPE-TO - Defensor Público Substituto – 2022

Acerca do controle da atividade desempenhada pela administração pública, assinale a opção correta.

A) O controle de legalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário revela-se incompatível com o princípio da
separação dos Poderes.
B) O controle de mérito dos atos administrativos é atribuído exclusivamente ao Poder Judiciário.

C) O controle de legalidade dos atos administrativos pelo Poder Legislativo revela-se incompatível com o princípio da
separação dos Poderes.
D) O controle de legalidade dos atos administrativos é adstrito ao Poder Legislativo.

E) O controle de mérito dos atos administrativos cabe à própria administração pública.

Comentário:

Vamos analisar as alternativas:

a) ERRADA. O controle de legalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário não é incompatível com o
princípio da separação dos Poderes, isto é, ele pode ser realizado por um ente que não integra a mesma estrutura
organizacional do órgão fiscalizado.
O controle da legalidade pode ser interno ou externo, no primeiro caso se exercido pelos órgãos da própria
Administração que praticou o ato (poder de autotutela) e no segundo se feito pelo Poder Judiciário, no exercício da
função jurisdicional, ou pelo Poder Legislativo, nas situações previstas na Constituição Federal.
b) ERRADA. O controle de mérito é privativo da Administração Pública, não se submetendo à sindicabilidade do
Poder Judiciário. O controle judicial restringe-se à aferição da legalidade e da legitimidade das condutas
administrativas, mas não adentra o mérito do ato.
c) ERRADA. Como dito no comentário da alternativa A, o controle de legalidade pode ser externo, caso em que poderá
ser feito pelo Poder Judiciário, no exercício da função jurisdicional, ou pelo Poder Legislativo, nas situações previstas
na Constituição Federal.
d) ERRADA. O controle de legalidade dos atos administrativos não é adstrito ao Poder Legislativo, ele também pode
ser realizado pelo Poder Judiciário. Na verdade, o controle judicial restringe-se à aferição da legalidade e da
legitimidade das condutas administrativas.
e) CORRETA. O controle de mérito é aquele que se consuma pela verificação da conveniência e oportunidade da
conduta administrativa. O ponto mais importante a respeito do controle de mérito reside na competência para exercê-
lo. Com efeito, o controle de mérito é privativo da Administração Pública, não se submetendo à sindicabilidade do
Poder Judiciário.
Gabarito: alternativa “e”

2. CEBRASPE – TC-DF - Auditor Conselheiro Substituto -2021

O Tribunal de Contas do Distrito Federal, ao verificar ato de nomeação ilegal em autarquia jurisdicionada, pode sustá-lo
de imediato; contudo, no caso de contrato administrativo firmado com ilegalidade, a sustação do contrato não pode ser

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imediata.
Comentário:

Caso o Tribunal de Contas constate ilegalidade em ato ou contrato que esteja em execução (por exemplo, uma
licitação em andamento ou um contrato em vigor), ele pode impor um prazo para que o órgão ou entidade, por
intermédio dos seus administradores, adote providências para o exato cumprimento da lei.
Caso o responsável não adote essas providências determinadas pelo Tribunal de Contas, tem-se o seguinte:

• em caso de ato administrativo: o Tribunal de Contas susta a execução do ato impugnado, aplica multa ao
responsável e comunica a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, separadamente.
• em caso de contrato administrativo: o Tribunal de Contas aplica multa ao responsável e comunica o fato ao
Congresso Nacional. Por sua vez, o Congresso Nacional susta, diretamente, o contrato e solicita, de imediato, ao
Poder Executivo, as medidas cabíveis.
Portanto, a questão está correta. O ato de nomeação ilegal é um pode ser sustado de imediato pelo Tribunal de Contas
do Distrito Federal. Já no caso contrato administrativo firmado com ilegalidade, a sustação do contrato não pode ser
imediata. Ela será comunicada à Câmara Legislativa do Distrito Federal, que, por sua vez, sustará diretamente o
contrato. Vejamos isso na Lei Orgânica do Distrito Federal:
Art. 78. O controle externo, a cargo da Câmara Legislativa, será exercido com auxílio do Tribunal de Contas do Distrito
Federal, ao qual compete: (...)
X - assinar prazo que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, verificada a
ilegalidade;
XI - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara Legislativa; (...)

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pela Câmara Legislativa, que solicitará, de
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
Vale dizer que, em obediência ao princípio da simetria, esse é o modelo estabelecido pela Constituição Federal, que
deve ser observado por todos os entes federativos.
Gabarito: certo

3. CEBRASPE – PGE-AL - Procurador do Estado 2021

Considerando que, após o encerramento de concurso público realizado por determinado município, a câmara de
vereadores tenha nomeado Carlos para o cargo público respectivo, assinale a opção correta, acerca do controle externo
não judicial da administração pública.
A) O ato do tribunal de contas que negue registro de admissão de pessoal pode ser revisto pelo Poder Legislativo
respectivo.
B) Na situação em apreço, configura-se ato complexo de admissão de pessoal, que somente se perfectibiliza após a
apreciação pelo tribunal de contas competente.
C) A análise, pelo tribunal de contas estadual, do ato de admissão de Carlos violaria o princípio federativo, ainda que
inexista tribunal de contas municipal nesse caso.
D) O Ministério Público junto ao tribunal de contas possui autonomia administrativa e financeira, por simetria ao
Ministério Público comum.
E) A apreciação externa, por um tribunal de contas, do ato de admissão de Carlos pode ser formalmente dispensável,
conforme a população existente no município.
Comentário:

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A Constituição Federal atribuiu competência aos Tribunais de Contas para apreciar, para fins de registro, a legalidade
dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão (art. 71, III).
Beleza. Sabendo disso, vamos analisar as alternativas:

a) ERRADA. Os atos praticados por Tribunais de Contas não podem ser revistos pelo Poder Legislativo. As
competências atribuídas pela Constituição Federal ao Tribunal de Contas da União (TCU) e, pelo princípio da simetria,
aos demais Tribunais de Contas, são próprias e privativas. Isso significa que nenhum outro ente, Poder, entidade ou
órgão, que não seja o Tribunal de Contas, pode realizar essas atividades.
Vale ressaltar que o Supremo Tribunal Federal já fixou a tese de que “a competência técnica do Tribunal de Contas do
Estado, ao negar registro de admissão de pessoal, não se subordina à revisão pelo Poder Legislativo respectivo" (RE
576920).
b) CORRETA. Os atos de pessoal sujeitos a registro, conforme entendimento do STF, são atos administrativos
complexos, que se aperfeiçoam com o registro do Tribunal de Contas.
c) ERRADA. A análise, pelo tribunal de contas estadual, do ato de admissão de Carlos não viola o princípio federativo,
especialmente se inexistir tribunal de contas municipal, pois aí o tribunal de contas estadual acumularia a competência
para fiscalizar o governo estadual e os municípios que compõem aquele estado.
d) ERRADA. A Constituição Federal refere-se ao Ministério Público junto aos Tribunais de Contas em seu art. 130,
estabelecendo que aos seus membros também se aplicam as disposições referentes a direitos, vedações e forma de
investidura pertinentes aos membros do Ministério Público comum, previstas na Carta da República. Todavia, o
Ministério Público de Contas não se confunde com o Ministério Público comum. Portanto, está errada a afirmativa de
que o Ministério Público de Contas possui autonomia administrativa e financeira por simetria ao Ministério Público
Comum.
Ademais, conforme entendimento do STF (ADIn 2.378), o Ministério Público especial junto aos Tribunais de Contas
estaduais NÃO dispõe das garantias institucionais pertinentes ao Ministério Público comum dos Estados-membros,
notadamente daquelas prerrogativas que concernem à autonomia administrativa e financeira dessa Instituição.
e) ERRADA. A competência para apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal é dada
aos Tribunais de Contas pela própria Constituição Federal e, por isso, não pode ser dispensada.
Gabarito: alternativa “b”

4. CEBRASPE – MPE-SC - Promotor de Justiça Substituto – 2021

Sendo o controle externo aquele realizado por órgão que não pertence à estrutura do poder no qual o controle é
realizado, é correto afirmar que o Ministério Público é um importante ator de controle externo da administração
pública.
Comentário:

O controle pode ser interno ou externo, consoante decorra de órgão integrante ou não da própria estrutura em que se
insere o órgão controlado. É externo o controle exercido por órgão que não pertence à estrutura do poder no qual o
controle é realizado.
Nesse sentido, conforme ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o Ministério Público é mesmo um importante ator de
controle externo da administração pública, sobretudo por causa das funções que lhe foram atribuídas pelo artigo 129
da Constituição. Mas além da tradicional função de denunciar autoridades públicas por crimes no exercício de suas
funções, o Ministério Público ainda atua como autor na ação civil pública, seja para defesa de interesses difusos e
coletivos, seja para repressão à improbidade administrativa. Ainda tem legitimidade para ajuizar ações de

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responsabilização contra pessoas jurídicas que causam dano à Administração Pública, com fundamento no artigo 19 da
Lei anticorrupção (Lei 12.846/2013).
Gabarito: certo

5. CEBRASPE – SEFAZ-CE - Auditor Fiscal da Receita Estadual – 2021

Eventual abuso do poder regulamentar pelo Poder Executivo sujeita o transgressor ao controle jurisdicional e ao
exercício da competência extraordinária do Poder Legislativo para sustar os atos administrativos dele decorrentes.
Comentário:

O abuso de poder é a conduta ilegítima do administrador, quando atua fora dos objetivos, expressa ou implicitamente,
traçados na lei. Toda atuação com abuso de poder é considerada ilegal, eis que contrária ao ordenamento jurídico
(Constituição, leis, atos normativos e princípios jurídicos), atraindo, portanto, o controle jurisdicional, até porque,
conforme o princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV), qualquer lesão ou ameaça a direito
poderá ser levada à apreciação do Poder Judiciário.
Além disso, a Constituição Federal prevê que:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa;
Portanto, a questão está toda correta. Eventual abuso do poder regulamentar pelo Poder Executivo sujeita o
transgressor ao controle jurisdicional e ao exercício da competência extraordinária do Poder Legislativo.
Gabarito: certo

6. CEBRASPE – MPE-AP - Promotor de Justiça Substituto – 2021

Acerca do controle da administração pública e dos seus instrumentos de fiscalização, assinale a opção correta.

A) O atributo da administração pública que fundamenta o controle administrativo é a autoexecutoriedade, que permite
ao poder público corrigir seus atos que contenham irregularidades ou que, por qualquer motivo, não sejam mais
oportunos ou convenientes.
B) O controle externo judicial da administração pública pode incidir sobre os elementos vinculados dos atos
discricionários.
C) Tanto o controle judicial quanto o controle legislativo da administração pública limitam-se ao controle da legalidade
dos atos administrativos.
D) Em razão do princípio da separação de poderes, os órgãos integrantes do Poder Judiciário e o Ministério Público
estão excluídos do controle externo exercido pelos tribunais de contas.
E) A ação popular é um instrumento de controle dos atos administrativos adotado somente para os casos de anulação
de ato lesivo ao patrimônio público.
Comentário:

Vamos analisar as alternativas:

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a) ERRADA. A alternativa tentou fazer confusão com o princípio ou poder de autotutela, ou seja, o poder da
Administração Pública de rever e corrigir seus próprios atos.
A autoexecutoriedade é um dos atributos dos atos administrativos (apesar de não estar presente em todos os atos
administrativos), mas ela não fundamenta o controle administrativo. A autoexecutoriedade é a prerrogativa de que
certos atos administrativos sejam executados imediata e diretamente pela própria Administração, inclusive mediante o
uso da força, independentemente de ordem ou autorização judicial prévia. Ela, portanto, não tem relação com o poder
da Administração Pública de rever e corrigir seus próprios atos. É o princípio ou poder de autotutela que fundamenta o
controle administrativo.
b) CORRETA. Em regra, o controle judicial se restringe ao controle de legalidade, não se pronunciando sobre a
conveniência e oportunidade do ato em exame, ou seja, sobre o mérito administrativo. Os elementos que perfazem o
mérito administrativo são motivo e objeto, os quais podem ser elementos discricionários. Isso significa que os demais
elementos do ato administrativo (competência, finalidade e forma), que são vinculados, são a regra no controle judicial.
Portanto, alternativa correta: o controle externo judicial da administração pública pode incidir sobre os elementos
vinculados dos atos discricionários.
c) ERRADA. Em regra, o controle judicial se restringe ao controle de legalidade. Diferentemente do controle legislativo,
que pode realizar também um controle de legitimidade e de economicidade.
d) ERRADA. Na verdade, o controle externo exercido pelos tribunais de contas alcança todos que, de alguma maneira,
administrem recursos públicos, não importa se pessoa física ou jurídica, pública ou privada, da administração direta ou
da indireta, do Poder Legislativo, Executivo ou Judiciário. Confira no art. 70, parágrafo único da CF:
Art. 70, Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta,
assuma obrigações de natureza pecuniária.
Ademais, o artigo 71 da CF lista as competências do Tribunal de Contas da União (TCU) e se aplica, pelo princípio da
simetria, aos demais tribunais de contas. O inciso IV desse artigo prevê que aos tribunais de contas compete realizar,
por iniciativa própria ou de forma provocada, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, além de outras
entidades listadas na CF.
e) ERRADA, pois a ação popular a ação popular, como previsto na Constituição (art. 5º, LXXIII), visa a anular não só ato
administrativo lesivo ao patrimônio público, mas também ato administrativo lesivo à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Gabarito: alternativa “b”

7. CEBRASPE – Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal – 2021

Determinado agente da Polícia Federal revelou um segredo sobre uma operação policial que seria realizada para deter
uma quadrilha de traficantes. Ele havia se apropriado desse segredo em razão do seu cargo. Tendo a operação
fracassado, a administração da Polícia recebeu uma denúncia sobre o ocorrido e abriu processo administrativo
disciplinar contra o referido servidor.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.

A abertura do processo contra o servidor em questão é considerada controle externo e posterior.

Comentário:

Quanto ao alcance, o controle pode ser interno ou externo, consoante decorra de órgão integrante ou não da própria
estrutura em que se insere o órgão controlado. É interno o controle que cada um dos Poderes exerce sobre seus

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próprios atos e agentes. Esse é o caso da questão, pois foi a própria Polícia Federal abriu processo administrativo
disciplinar contra o referido servidor. É por isso que a questão está errada.
Já quanto ao momento, o controle pode ser prévio, concomitante ou posterior. O controle posterior (ou a posteriori) é
aquele efetuado após o ato administrativo ter sido praticado. Esse é o caso da questão, pois a Polícia Federal só abriu o
processo administrativo disciplinar após a revelação do segredo e após a denúncia. Essa parte da questão, portanto,
está correta. Mas como a outra parte está errada, no final das contas, a questão ficou errada.
Gabarito: errado

8. CEBRASPE – Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal – 2021

A reclamação para anular ato administrativo que confronte súmula vinculante é uma modalidade de controle externo
da atividade administrativa.
Comentário:

Controle externo é aquele exercido por um ente que não integra a mesma estrutura organizacional do órgão
fiscalizado.
Reclamação é a oposição expressa a atos da Administração que afetem direitos ou interesses legítimos do
administrado.
E a reclamação para anular ato administrativo que confronte súmula vinculante é um mecanismo de controle
jurisdicional, de competência do Supremo Tribunal Federal (STF), previsto no art. 103-A, § 3º, da Constituição Federal:
Art. 103-A, § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a
aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou
cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o
caso.
Repare que, no caso em tela, o Poder Judiciário está controlando um ato administrativo, realizado pela Administração.
Ou seja: o controle está sendo exercido por um ente (Poder Judiciário) que não integra a mesma estrutura
organizacional do órgão fiscalizado (algum órgão em sua função administrativa. Normalmente é do Poder Executivo).
Portanto, constata-se que a reclamação para anular ato administrativo que confronte súmula vinculante é mesmo uma
modalidade de controle externo da atividade administrativa.
Gabarito: certo

9. CEBRASPE – Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal – 2021

O Poder Judiciário pode revogar atos praticados pelo Poder Executivo eivados de ilegalidade.

Comentário:

O controle judicial se restringe ao controle de legalidade. O resultado do controle de legalidade pode ser, de um lado, a
confirmação da validade (ratificação, homologação) de atos praticados em conformidade com o ordenamento jurídico
ou, de outro, a anulação de atos administrativos ilegais.
Repare que a revogação não é um resultado possível do controle de legalidade. A revogação é a retirada de um ato
administrativo válido do mundo jurídico por razões de conveniência e oportunidade. Quando um ato administrativo
está eivado de ilegalidade, ele deve ser anulado (e não revogado), pois a anulação é o desfazimento do ato
administrativo por questões de legalidade.
O controle judicial, portanto, não realiza controle de mérito, que é o controle que se consuma pela verificação da
conveniência e oportunidade da conduta administrativa. O resultado do controle de mérito pode ser a confirmação da

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conduta, quando esta não precisa ser revista ou a revogação dos atos discricionários que, embora válidos, tenham se
tornado inoportunos e inconvenientes para a Administração.
Por isso, a questão está errada. Correto seria dizer que o Poder Judiciário pode anular (e não revogar) atos praticados
pelo Poder Executivo eivados de ilegalidade.
Gabarito: errado

10. CEBRASPE – APEX Brasil - Analista - Processos Jurídicos – 2021

Acerca do controle da administração pública, assinale a opção correta.

A) A administração pública pode anular seus próprios atos, ainda que perfeitamente legais, simplesmente por
considerá-los não mais convenientes ou oportunos.
B) O Poder Judiciário tem competência para revogar atos praticados pelo Poder Executivo.

C) A reclamação para anulação de ato administrativo em desconformidade com súmula vinculante é uma modalidade
de controle interno da atividade administrativa.
D) Nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de controle externo não prevista constitucionalmente.

Comentário:

a) ERRADA. A alternativa se refere ao poder de autotutela, consubstanciado na Súmula nº 473, do STF: "a
administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vício que os tornem ilegais, porque deles não
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial".
Portanto, corrigindo a alternativa, a administração pública pode revogar (e não anular) seus próprios atos, ainda que
perfeitamente legais, simplesmente por considerá-los não mais convenientes ou oportunos.
b) ERRADA. O controle judicial se restringe ao controle de legalidade. O resultado do controle de legalidade pode ser,
de um lado, a confirmação da validade (ratificação, homologação) de atos praticados em conformidade com o
ordenamento jurídico ou, de outro, a anulação de atos administrativos ilegais. Repare que a revogação não é um
resultado possível do controle de legalidade. Por isso, o Poder Judiciário não tem competência para revogar atos
praticados pelo Poder Executivo. Ele tem competência para anular. Mas não para revogar.
c) ERRADA. No caso de reclamação para anulação de ato administrativo em desconformidade com súmula vinculante,
o Poder Judiciário controla um ato administrativo, realizado pela Administração. Ou seja: o controle é exercido por um
ente (Poder Judiciário) que não integra a mesma estrutura organizacional do órgão fiscalizado (algum órgão em sua
função administrativa. Normalmente é do Poder Executivo). Portanto, constata-se que a reclamação para anulação de
ato administrativo em desconformidade com súmula vinculante é uma modalidade de controle externo (e não interno)
da atividade administrativa
d) CORRETA. O fundamento do controle externo, cujo titular é o Poder Legislativo, é eminentemente constitucional.
Isso significa que o controle legislativo só pode ocorrer nas hipóteses, nas situações e nos limites diretamente previstos
na Constituição Federal. É dizer: as legislações complementar ou ordinária e as Constituições estaduais não podem
prever outras modalidades de controle que não as constantes da Constituição Federal, sob pena de ofensa ao princípio
da separação de Poderes. Por isso, está correto dizer que “nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de
controle externo não prevista constitucionalmente”.
Gabarito: alternativa “d”

11. CEBRASPE – PRF - Policial Rodoviário Federal – 2021

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Determinado órgão público firmou contrato administrativo com uma empresa de reconhecida especialização no
mercado, para a prestação de serviços de treinamento de pessoal de natureza singular aos seus servidores. Durante a
execução do contrato, a empresa descumpriu uma das cláusulas contratuais. A administração pública, então, aplicou
multa por inexecução parcial do acordado. Insatisfeita, a empresa impetrou mandado de segurança no Poder Judiciário
em face do ato administrativo que aplicara a penalidade sem prévia oitiva.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

A impetração de mandado de segurança configura controle judicial de mérito administrativo.

Comentário:

O mandado de segurança individual é uma das ações judiciais disponíveis para o controle das atividades da
Administração Pública. De acordo com a Constituição Federal (art. 5º, LXIX):
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou
"habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Veja, portanto, que a impetração de mandado de segurança configura controle judicial.

Pois bem. O controle judicial se restringe ao controle de legalidade dos atos administrativos. Em outras palavras: o
Poder Judiciário não pode exercer o controle de mérito de atos administrativos, pois este é privativo da administração
pública.
Por isso, a impetração de mandado de segurança configura controle judicial de legalidade, e não de mérito
administrativo.
Gabarito: errado

12. CEBRASPE – TC-DF - Auditor de Controle Externo – Objetiva – 2021

Acerca dos sistemas de controle na administração pública brasileira, julgue o seguinte item.

Considere que o sindicato dos professores de determinado município tenha tomado conhecimento de irregularidades
na aplicação de recursos públicos estaduais destinados à ampliação de um hospital público municipal. Nessa situação, o
sindicato é parte legítima para apresentar denúncia acerca desse fato ao tribunal de contas do estado.
Comentário:

Os tribunais de contas possuem uma importante competência, prevista no art. 74, §2º, da CF: a competência para
decidir sobre denúncia apresentada por qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato. Confira:
Art. 74, §2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Vale lembrar que esse dispositivo, apesar de se referir especificamente ao Tribunal de Contas da União, é extensível, por
causa do princípio da simetria, aos demais tribunais de contas do país. Observe:
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Então, na situação apresentada, o sindicato (dos professores) é mesmo parte legítima para apresentar denúncia
acerca desse fato ao tribunal de contas do estado.
Gabarito: certo

13. CEBRASPE – TC-DF - Auditor de Controle Externo – Objetiva – 2021

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Acerca dos sistemas de controle na administração pública brasileira, julgue o seguinte item.

Considere que, durante a apreciação dos atos de admissão de pessoal de uma entidade pública, o tribunal de contas
estadual não tenha analisado as nomeações para os cargos de provimento em comissão. Nessa situação, constitui falha
do tribunal de contas deixar de analisar as citadas nomeações.
Comentário:

De acordo com o artigo 71, inciso III da Constituição Federal, compete aos tribunais de contas:

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo
de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as
melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
As nomeações para cargo em comissão e função de confiança constituem, portanto, a única exceção, sendo
dispensadas da apreciação feita pelos tribunais de contas para fins de registro, em vista da precariedade do vínculo com
a Administração, pois são de livre nomeação e exoneração.
Por isso, no caso da questão, o fato de o tribunal de contas estadual não ter analisado as nomeações para os cargos de
provimento em comissão não constitui falha do tribunal de contas.
Gabarito: errado

14. CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Direito – 2021

O controle legislativo político da administração pública direta e indireta ocorre quando ela é submetida à fiscalização
contábil, financeira, orçamentária e patrimonial, quanto à sua legalidade, economicidade e legitimidade.
Comentário:

Conforme leciona Carvalho Filho (2020), é possível distinguir o controle legislativo em duas espécies: o controle político
e o controle financeiro.
A característica do controle político tem por base a possibilidade de fiscalização e decisão do Poder Legislativo sobre
atos ligados à função administrativa e de organização do Executivo e do Judiciário.
Já o controle financeiro é aquele exercido pelo Poder Legislativo sobre o Executivo, o Judiciário e sobre sua própria
administração no que se refere à receita, à despesa e à gestão dos recursos públicos. Por isso, o controle financeiro (e
não o controle político) é aquele que submete a administração pública direta e indireta (além de outras entidades) à
fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial, quanto à sua legalidade, economicidade e legitimidade.
Gabarito: errado

15. CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Controle Externo – 2021

Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, não há óbice para que um estado da Federação crie um tribunal
de contas dos municípios daquele estado.
Comentário:

De fato, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (ADIn 687), nada impede a criação de Tribunais de Contas
dos Municípios (órgãos estaduais) pelos Estados que ainda não os possuem. O impedimento é para a criação de
Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais (órgãos municipais que exercem o controle externo somente no
âmbito do Município no qual foram constituídos).
Gabarito: certo

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16. CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Controle Externo – 2021

O poder de autotutela permite à administração pública rever os seus próprios atos quando estes forem ilegais,
inoportunos ou inconvenientes; o poder de tutela consiste na fiscalização exercida por órgão da administração direta
sobre entidade da administração indireta, nos termos definidos em lei, para garantir o cumprimento de suas finalidades
institucionais.
Comentário:

O poder de autotutela da Administração está consubstanciado na Súmula 473 do STF:

“A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”
Já o poder de tutela consiste na fiscalização exercida pelo ente instituidor sobre as entidades descentralizadas por
serviço. Tal controle, de caráter finalístico, denominado de tutela, tem por objetivo garantir que a entidade não se
desvie dos fins para os quais foi instituída.
Portanto, a questão está toda correta.

Gabarito: certo

17. CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Controle Externo – 2021

Os ministérios públicos dos estados e da União não possuem competência para exercer o controle externo da
administração pública.
Comentário:

É possível comentar essa questão com uma outra questão da banca. No concurso para o cargo de Promotor de Justiça
Substituto, do MPE-SC, realizado em 2021, a banca considerou a seguinte afirmativa correta: “Sendo o controle
externo aquele realizado por órgão que não pertence à estrutura do poder no qual o controle é realizado, é correto
afirmar que o Ministério Público é um importante ator de controle externo da administração pública”.
O controle externo é aquele exercido por órgão que não pertence à estrutura do poder no qual o controle é realizado.

E, conforme ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o Ministério Público é mesmo um importante ator de controle
externo da administração pública, sobretudo por causa das funções que lhe foram atribuídas pelo artigo 129 da
Constituição. Além da tradicional função de denunciar autoridades públicas por crimes no exercício de suas funções, o
Ministério Público ainda atua como autor na ação civil pública, seja para defesa de interesses difusos e coletivos, seja
para repressão à improbidade administrativa. Ainda tem legitimidade para ajuizar ações de responsabilização contra
pessoas jurídicas que causam dano à Administração Pública, com fundamento no artigo 19 da Lei anticorrupção (Lei
12.846/2013).
Portanto, ao contrário do que afirma a questão, os ministérios públicos dos estados e da União possuem competência
para exercer o controle externo da administração pública.
Gabarito: errado

18. CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Ciências contábeis – 2021

Ato administrativo discricionário publicado pelo Poder Executivo de um estado poderá ser objeto de ação judicial,
sendo vedado ao Poder Judiciário apreciar os motivos da elaboração desse ato.
Comentário:

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Em regra, o controle judicial se restringe ao controle de legalidade, não se pronunciando sobre a conveniência e
oportunidade do ato em exame, ou seja, sobre o mérito administrativo. No entanto, os elementos que perfazem o
mérito do ato administrativo (motivo e objeto) somente poderão ser objeto de análise pelo Poder Judiciário nos
casos em que contrariarem princípios legais (como moralidade, imparcialidade e eficiência) ou que forem
desproporcionais ou não pautados em critérios previstos em lei.
Conforme ensina a Maria Sylvia Zanella Di Pietro, não há invasão do mérito quando o Judiciário aprecia os motivos, ou
seja, os fatos que precedem a elaboração do ato; a ausência ou falsidade do motivo caracteriza ilegalidade,
suscetível de invalidação pelo Poder Judiciário.
Em outras palavras: o Poder Judiciário não pode exercer o controle de mérito de atos administrativos, pois este é
privativo da administração pública; mas ele pode apreciar os motivos da invocados pela administração pública para a
prática de atos administrativos.
Portanto, o erro da questão é afirmar que é “vedado ao Poder Judiciário apreciar os motivos da elaboração desse ato”.

Gabarito: errado

19. CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Ciências contábeis – 2021

A representação e a reclamação administrativas, bem como o pedido de reconsideração de recursos administrativos,


são meios que possibilitam à administração pública exercer o controle de seus atos.
Comentário:

Os administrados podem provocar o controle administrativo ao exercer o direito de petição, direito fundamental
previsto no art. 5º, XXXIV, “a” da Constituição Federal:
Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

Tal direito consiste na possibilidade que têm os administrados em geral de requerer providências e informações aos
órgãos públicos. Vários são os meios pelos quais o direito de petição pode ser exercido, merecendo destaque os
seguintes:
• Representação;

• Reclamação;

• Recursos; e

• Pedido de reconsideração.

Observe que esses são justamente os meios mencionados na questão. E ao provocar o controle administrativo, o
requerente provoca a Administração a fiscalizar, rever, controlar os seus atos.
Por isso, a questão está toda correta.

Gabarito: certo

20. CEBRASPE – TJ-PA - Oficial de Justiça – Avaliador – 2020

Acerca do controle da administração pública, julgue os itens a seguir.

I Em nenhuma hipótese é possível a revogação, pelo Poder Judiciário, de atos praticados pelo Poder Executivo.

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II A reclamação para anulação de ato administrativo em desconformidade com súmula vinculante é uma modalidade de
controle externo da atividade administrativa.
III Nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de controle externo não prevista constitucionalmente.

Assinale a opção correta.

A) Apenas o item I está certo.

B) Apenas o item II está certo.

C) Apenas os itens I e III estão certos.

D) Apenas os itens II e III estão certos.

E) Todos os itens estão certos.

Comentário:

Vamos analisar os itens:

I. Certo. Normalmente, quando nos deparamos com uma expressão como “em nenhuma hipótese”, já imaginamos que
a afirmativa está errada. Mas, nesse caso, ela está correta.
O controle judicial se restringe ao controle de legalidade. E o resultado do controle de legalidade pode ser, de um lado,
a confirmação da validade (ratificação, homologação) de atos praticados em conformidade com o ordenamento
jurídico ou, de outro, a anulação de atos administrativos ilegais. No âmbito desse controle é possível, ainda, a
convalidação, pela Administração, de atos praticados com defeitos sanáveis.
O controle judicial, portanto, não realiza controle de mérito, que é o controle que se consuma pela verificação da
conveniência e oportunidade da conduta administrativa. Vale dizer: o controle de mérito é privativo da Administração
Pública, não se submetendo à sindicabilidade do Poder Judiciário. O resultado do controle de mérito pode ser a
confirmação da conduta, quando esta não precisa ser revista ou a revogação dos atos discricionários que, embora
válidos, tenham se tornado inoportunos e inconvenientes para a Administração.
Por isso, o Judiciário, no exercício da função jurisdicional, pode anular atos ilegais, mas não pode, nunca, revogar atos
administrativos por razões de conveniência e oportunidade, pois esta é uma faculdade privativa da própria
Administração.
II. Certo. Quando o controle é exercido por um ente que não integra a mesma estrutura organizacional do órgão
fiscalizado é dito controle externo. E a reclamação é a oposição expressa a atos da Administração que afetem direitos
ou interesses legítimos do administrado.
A Constituição Federal prevê a reclamação como um mecanismo de controle jurisdicional, de competência do Supremo
Tribunal Federal (STF), no art. 103-A, § 3º (perceba que é o Poder Judiciário controlando um ato administrativo,
realizado pela Administração, constituindo, portanto, exemplo de controle externo da atividade administrativa):
Art. 103-A, § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a
aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou
cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o
caso.
III. Certo. O fundamento do controle externo é eminentemente constitucional. Por isso, o Poder Legislativo não
poderia ser autorizado ao controle se não fosse por expressa referência da Constituição. Se não fosse assim, estar-se-ia
admitindo a indevida interferência de um em outro dos Poderes, e isso seria uma violação ao princípio da separação
entre eles, consagrado no art. 2º da Carta Magna.

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O controle legislativo, portanto, só pode ocorrer nas hipóteses, nas situações e nos limites diretamente previstos na
Constituição Federal. Isso significa que as legislações complementar ou ordinária e as Constituições estaduais não
podem prever outras modalidades de controle que não as constantes da Constituição Federal, sob pena de ofensa ao
princípio da separação de Poderes.
Por isso, item correto: nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de controle externo não prevista
constitucionalmente.
Todos os itens, portanto, estão corretos.

Gabarito: alternativa “e”

21. CEBRASPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo – Direito – 2019

A competência para o julgamento das contas do chefe do Executivo é do

A) Poder Legislativo, que deve ser precedido de parecer vinculativo emitido pelo tribunal de contas.

B) Poder Judiciário, que deve ser precedido de parecer prévio e vinculativo do tribunal de contas.

C) Poder Legislativo, que deve ser precedido de parecer prévio e apenas opinativo emitido pelo tribunal de contas.

D) Poder Judiciário, que deve ser precedido de parecer prévio e apenas opinativo emitido pelo tribunal de contas.

E) Tribunal de Contas da União (TCU), exclusivamente.

Comentário:

Por simetria com o disposto na Constituição Federal (art. 49, inciso IX, e art. 71, inciso I), o julgamento das contas dos
Chefes do Poder Executivo nas demais esferas de governo compete ao Poder Legislativo local, após parecer prévio
emitido pelo Tribunal de Contas competente.
Esse parecer técnico, embora seja conclusivo, é meramente opinativo, não vinculando o julgamento a cargo do Poder
Legislativo.
Gabarito: alternativa “c”

22. CEBRASPE – MPC-PA - Procurador de Contas – 2019

A respeito do controle da administração pública, assinale a opção correta.

A) Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão sistemas de controle, de forma independente, com a
finalidade de avaliar a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.
B) O sistema de controle deve ser mantido pelos três poderes de forma integrada, tendo como um dos seus principais
objetivos elaborar e executar a programação financeira da União.
C) Ao Tribunal de Contas da União (TCU) cabe apreciar a legalidade não só das nomeações para os cargos de
provimento em comissão, mas também das concessões de aposentadorias, reformas e pensões.
D) A competência do Congresso Nacional para sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa é uma hipótese de controle de legalidade.
E) Os tribunais de contas atuam de forma independente, exercendo o controle externo e o produto dessa ação destina-
se a auxiliar o Poder Legislativo em sua incumbência constitucional.
Comentário:

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Vamos analisar as alternativas:

a) ERRADA. Na verdade, de acordo com o artigo 74, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada (e não de forma independente, como afirma a alternativa), sistema de controle interno. Ressalte-se que
uma das finalidades desse sistema de controle interno, conforme inciso I desse artigo, é avaliar o cumprimento das
metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.
b) ERRADA. De fato, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle
interno. Só que a elaboração e execução da programação financeira da União não é um dos seus objetivos.
c) ERRADA. Na verdade, de acordo com o artigo 71, inciso III, compete aos tribunais de contas:

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo
de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as
melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
As nomeações para cargo em comissão e função de confiança constituem, portanto, a única exceção, sendo
dispensadas da apreciação feita pelos tribunais de contas para fins de registro, em vista da precariedade do vínculo com
a Administração, pois são de livre nomeação e exoneração.
Então, ao contrário do que afirma a questão, ao Tribunal de Contas da União (TCU) não cabe apreciar a legalidade das
nomeações para os cargos de provimento em comissão.
d) ERRADA. Na verdade, a competência do Congresso Nacional para sustar atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa é as atribuições do controle parlamentar, do
controle político (e não do controle de legalidade).
e) CORRETA. Segundo o modelo estabelecido pela Constituição Federal, o Poder Legislativo é o titular do controle
externo praticado sobre a Administração Pública. Mas, para que esse controle seja efetivo, a Constituição estabelece
que o Parlamento deve contar com o auxílio técnico indispensável dos Tribunais de Contas, que, exercem o chamado
controle técnico, de caráter contábil-financeiro.
Os tribunais de contas são órgãos administrativos que auxiliam tecnicamente o Poder Legislativo no controle externo
da gestão pública, sem, porém, lhe ser subordinado ou pertencer à sua estrutura. A Carta Magna assegura aos tribunais
de contas, inclusive, autonomia funcional, administrativa, financeira e orçamentária.
Gabarito: alternativa “e”

23. CEBRASPE – MPC-PA - Assistente Ministerial de Controle Externo

Acerca dos controles interno e externo da administração pública, assinale a opção correta.

A) Cabe ao controle interno auxiliar o Poder Legislativo no julgamento das contas prestadas anualmente pelo
presidente da República.
B) No controle interno, ao verificar se a administração tem respeitado disposições imperativas no exercício de suas
atribuições, dispensa-se a realização do controle de mérito.
C) Os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do Judiciário bem como os atos de gestão de bens e
valores públicos são objetos do controle externo.
D) O controle externo é efetivado por órgão pertencente à mesma estrutura do órgão ou do poder responsável pela
atividade controlada.
E) Hierarquicamente superior ao controle externo, o controle interno é único e atua sobre toda a administração pública.

Comentário:

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Vamos encontrar a alternativa correta:

a) ERRADA. De acordo com o artigo 74 da Constituição Federal:

Art. 74 Os Poderes Legislativos, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a
finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos
da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

Além disso, a Constituição Federal prevê que é competência dos tribunais de contas, os quais auxiliam o Poder
Legislativo no exercício do controle externo, emitir parecer prévio sobre as contas prestadas anualmente pelo chefe do
Poder Executivo.
Portanto, corrigindo a alternativa, é possível afirmar que cabe ao controle externo (e não ao controle interno) auxiliar o
Poder Legislativo no julgamento das contas prestadas anualmente pelo presidente da República.
b) ERRADA. Os controles internos administrativos são inerentes às atividades de uma organização, constituindo etapas
de seus processos de trabalho, em todos os níveis, desde a alta direção até os escalões operacionais. Por isso, o controle
interno pode adentrar no mérito administrativo, isto é, o controle interno pode ser de mérito ou de legalidade.
c) CORRETA. Os sujeitos passivos do controle externo, isto é, os agentes que sofrem as ações de controle, são todos
que, de alguma maneira, administrem recursos públicos, não importa se pessoa física ou jurídica, pública ou privada, da
administração direta ou da indireta, do Poder Legislativo, Executivo ou Judiciário.
d) ERRADA. Na verdade, o controle interno é que é efetivado por órgão pertencente à mesma estrutura do órgão ou
do poder responsável pela atividade controlada.
e) ERRADA. Embora o controle interno tenha o dever estabelecido constitucionalmente de apoiar o controle externo,
não há relação de hierarquia entre eles, há complementaridade. Ademais, o controle externo também pode atuar
sobre toda a administração pública (desde que, como vimos no comentário da alternativa D, haja gestão de recursos
públicos).
Gabarito: alternativa “c”

24. CEBRASPE – PGE-PE - Assistente de Procuradoria – 2019

O controle judicial dos atos administrativos é restrito a aspectos de legalidade, sendo vedada a análise do mérito
administrativo pelo Poder Judiciário.
Comentário:

Em regra, o controle judicial se restringe ao controle de legalidade, não se pronunciando sobre a conveniência e
oportunidade do ato em exame, ou seja, sobre o mérito administrativo.
No entanto, os elementos que perfazem o mérito do ato administrativo (motivo e objeto) poderão ser objeto de análise
pelo Poder Judiciário nos casos em que contrariarem princípios legais (como moralidade, imparcialidade e eficiência)
ou que forem desproporcionais ou não pautados em critérios previstos em lei.

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Conforme ensina a Professora Di Pietro, não há invasão do mérito quando o Judiciário aprecia os motivos, ou seja, os
fatos que precedem a elaboração do ato; a ausência ou falsidade do motivo caracteriza ilegalidade, suscetível de
invalidação pelo Poder Judiciário.
A questão, portanto, está errada, pois a análise do mérito administrativo pelo Poder Judiciário não é (totalmente)
vedada.
Gabarito: errado

25. CEBRASPE – PGE-PE - Assistente de Procuradoria – 2019

Tribunais de contas estaduais têm competência para julgar as contas do governador do respectivo estado.

Comentário:

O Tribunal de Contas não julga as contas do Chefe do Poder Executivo. Apenas emite parecer prévio. Quem julga é o
Poder Legislativo. No caso da esfera estadual, quem julga as contas do governador é a Assembleia Legislativa (ou a
Câmara Legislativa do Distrito Federal, no caso do Distrito Federal).
Portanto, questão errada. Tribunais de contas estaduais não têm competência para julgar as contas do governador do
respectivo estado. Quem tem essa competência é a respectiva Assembleia Legislativa.
Gabarito: errado

26. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

As comissões parlamentares de inquérito, em regra, têm os mesmos poderes instrutórios que os magistrados possuem
durante a instrução processual penal, com a diferença de que há a possibilidade de exercê-los fora dos limites
constitucionais impostos ao Poder Judiciário.
Comentário:

As comissões parlamentares de inquérito possuem poderes investigatórios próprios das autoridades judiciais, os quais,
contudo, não podem ser exercidos fora dos limites constitucionais impostos ao Poder Judiciário. Ademais, essas
comissões não detêm competência para realizar alguns atos, como estabelecer medidas cautelares, determinar quebra
de sigilo judicial ou interceptação telefônica. Logo, o item está errado.
Gabarito: Errado

27. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O Tribunal de Contas da União é órgão auxiliar e subordinado ao Poder Legislativo, cabendo-lhe a prática de atos de
natureza administrativa concernentes a fiscalização.
Comentário:

O item está errado. O Tribunal de Contas da União não é órgão auxiliar e subordinado, mas sim um órgão autônomo e
independente, que auxilia o Congresso Nacional no controle externo.
Gabarito: Errado

28. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Cabe ao Congresso Nacional exercer, mediante controle externo, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União.

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Comentário:

O item está correto. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União é exercida
pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder (art. 70,
CRFB/88).
Gabarito: Certo

29. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O Poder Judiciário e a própria administração pública possuem competência para anular ato administrativo.

Comentário:

A Administração Pública, no exercício da autotutela, tem o poder de anular os atos administrativos eivados de
ilegalidade. Ademais, o Poder Judiciário, quando do controle judicial dos atos administrativos, também pode anular
esses atos. Logo, o item está correto.
Gabarito: Certo

30. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O ato administrativo julgado inconveniente poderá ser anulado a critério da administração, caso em que a anulação
terá efeitos retroativos.
Comentário:

Um ato administrativo inconveniente ou inoportuno deverá ser revogado (e não anulado), sendo que a revogação tem
efeitos prospectivos (e não retroativos). A anulação somente pode ocorrer por motivos de ilegalidade do ato
administrativo. Assim, o item está errado.
Gabarito: Errado

31. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Os tipos e as formas de controle da atividade administrativa variam segundo o poder, o órgão ou a autoridade que o
exercita ou o fundamenta.
Comentário:

O controle da Administração Pública pode variar em diversos aspectos. O controle pode ser externo ou interno (quanto
ao poder) e, ainda, administrativo, legislativo ou judicial, quanto ao órgão ou autoridade que o exercita/fundamenta.
Nesses termos, está correto o item.
Gabarito: Certo

32. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Quanto ao aspecto controlado, o controle classifica-se em controle de legalidade ou de correção.

Comentário:

O item está incorreto. Quanto à natureza do controle, ou seja, quanto ao aspecto controlado, o controle pode ser de
legalidade ou de mérito. O controle de legalidade consiste em saber se o ato está em conformidade com o

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ordenamento jurídico. O controle de mérito envolve constatar se o ato é conveniente ou oportuno.


Gabarito: Errado

33. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

No caso das autarquias e das empresas estatais em geral, o controle é pleno e ilimitado.

Comentário:

No caso das autarquias e demais entidades da administração indireta, estas são apenas vinculadas (e não subordinadas)
à administração direta. Assim, o controle exercido sobre tais entidades tem caráter finalístico, depende de lei que o
estabeleça e restringe-se a verificar se a entidade está cumprindo as finalidades estatutárias. Logo, errado está o item.
Gabarito: Errado

34. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

A administração pública, no exercício de suas funções, controla seus próprios atos e se sujeita ao controle dos Poderes
Judiciário, Legislativo e Executivo.
Comentário:

É isso mesmo! A administração pública pode controlar seus próprios atos administrativos, em razão do princípio da
autotutela. Além disso, se sujeita ao controle legislativo (parlamentar e pelas cortes de contas), judicial (ex.: mandado
de segurança, ação popular) e, ainda, do próprio Poder Executivo (ex.: controladorias).
Gabarito: Certo

35. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O controle externo é exercido mediante provocação, ao passo que o controle interno é exercido apenas por iniciativa
própria.
Comentário:

O item está errado. Tanto o controle externo quanto o interno podem ser exercidos de ofício ou mediante provocação
(mediante direito de petição aos órgãos públicos, por exemplo). Na verdade, é o controle judicial que somente pode ser
exercido mediante provocação.
Gabarito: Errado

36. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O controle externo é efetivado por órgão pertencente à estrutura do órgão responsável pela atividade controlada e
abrange a fiscalização e a correção de atos ilegais.
Comentário:

Errado! O controle externo é aquele exercido por órgão que não pertence à estrutura do órgão responsável pela
atividade controlada.
Gabarito: Errado

37. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

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Compete ao controle interno auxiliar o Poder Legislativo no julgamento das contas prestadas anualmente pelo
presidente da República.
Comentário:

O gabarito é “incorreto”. A competência para auxiliar o Poder Legislativo no julgamento das contas prestadas pelo
Presidente da República é atribuída ao Tribunal de Contas da União (art. 71, I, CRFB/88).
Gabarito: Errado

38. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Cabe ao controle interno apoiar o controle externo na sua missão institucional de zelar pela regular aplicação dos
recursos públicos.
Comentário:

É isso mesmo. Conforme art. 71, IV, CRFB/88, os sistemas de controle interno serão mantidos com a finalidade de
apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
Gabarito: Certo

39. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Representa hipótese de controle parlamentar a apuração de irregularidades por comissões parlamentares de inquérito.

Comentário:

O item está certo. Uma conhecida e importante ferramenta utilizada pelo Poder Legislativo no controle da
Administração Pública é a instauração das Comissões Parlamentares de Inquérito, que possuem poderes de
investigação próprios de autoridades judiciais, e são instauradas para apuração de fato determinado, por prazo certo
(art. 58, §3º, CRFB/88).
Gabarito: Certo

40. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O controle parlamentar caracteriza-se como um controle de mérito que visa apreciar a oportunidade ou a conveniência
dos atos praticados pelo Poder Executivo.
Comentário:

O item está errado. O controle de mérito, que tem por objeto a oportunidade e conveniência dos atos administrativos, é
característica típica do controle administrativo. O controle parlamentar tem índole eminentemente política.
Gabarito: Errado

41. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Cabe ao TCU fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, excetuados aqueles repassados
mediante convênio.
Comentário:

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O item está errado. O Tribunal de Contas da União detém competência para fiscalizar a aplicação de quaisquer
recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos (art. 71, VI, CRFB/88).
Gabarito: Errado

42. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Em casos de ilegalidade, é permitido ao TCU, no uso de sua função sancionadora, fixar prazo para que o órgão ou a
entidade adote providências necessárias ao exato cumprimento da lei.
Comentário:

De fato, o Tribunal de Contas da União detém competência para fixar prazo para que o órgão ou entidade adote
providências necessárias ao cumprimento da lei (art. 71, IX, CRFB/88). Contudo essa atribuição é associada à função
corretiva (e não à função sancionadora). A função sancionadora tem relação com a aplicação de sanções pela corte de
contas (ex.: multas).
Gabarito: Errado

43. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Compete ao TCU acompanhar, por meio de auditorias, inspeções e análises, a arrecadação da receita a cargo das
entidades da administração indireta.
Comentário:

Isso mesmo! O Tribunal de Contas da União pode realizar, por iniciativa própria, inspeções e auditorias nas entidades
da administração indireta (art. 71, IV, CRFB/88). Além disso, a corte detém competência para acompanhar a
arrecadação da receita a cargo dessas entidades, nos termos do art. 1º, IV, da Lei Orgânica do TCU (Lei 8.443/92).
Gabarito: Certo

44. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

É vedado ao TCU apreciar a constitucionalidade de leis e atos do poder público.

Comentário:

O item está errado. Diz a Súmula 347 do Supremo Tribunal Federal: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas
atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.”
Gabarito: Errado

45. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O julgamento das contas prestadas anualmente pelo presidente da República compete à Câmara dos Deputados, com o
auxílio do controle interno.
Comentário:

O gabarito é “incorreto” e existem dois erros na assertiva. Primeiramente, a competência para julgamento das contas
prestadas pelo Presidente da República não é especificamente da Câmara dos Deputados, mas sim do Congresso
Nacional como um todo. Ademais, o auxílio ocorre pelo Tribunal de Contas da União, e não pelo controle interno (art.
71, I, CRFB/88).

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Gabarito: Errado

46. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Quanto ao órgão que o exerce, o controle pode ser administrativo, legislativo ou judicial.

Comentário:

Afirmativa correta. Existem diversas classificações para o controle da Administração Pública.

Vamos relembrar:

As espécies de controle quanto ao órgão que o exerce são o controle administrativo, legislativo e judicial. O controle
administrativo é exercido pela Administração sobre seus próprios atos, ao passo que os controles legislativo e judicial
são exercidos, respectivamente, pelo Legislativo e pelo Judiciário.
Gabarito: Certo

47. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O controle administrativo deriva do poder-dever de autotutela que a administração pública tem sobre seus próprios
atos e agentes.
Comentário:

Item correto. O controle administrativo é exercido pelo Poder Público sobre suas próprias atividades administrativas e
envolve o princípio da autotutela, mediante o qual a Administração pode anular os atos ilegais e, ainda, revogar os atos
inconvenientes ou inoportunos.
Gabarito: Certo

48. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

A competência do Poder Judiciário quanto ao controle restringe-se ao mérito e à legalidade do ato impugnado.

Comentário:

Afirmativa incorreta. O controle judicial da Administração Pública restringe-se ao aspecto da legalidade/legitimidade,


não podendo incidir sob aspectos atinentes ao mérito administrativo (juízo de conveniência e oportunidade).
Gabarito: Errado

49. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

A competência do Congresso Nacional para sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar constitui hipótese de controle parlamentar.
Comentário

Item certo. O controle parlamentar compreende determinadas atribuições que são exercidas diretamente pelo Poder
Legislativo. Um exemplo clássico desse tipo de controle é a possibilidade de sustação dos atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar. Como regra, os atos normativos não podem inovar no

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ordenamento jurídico, de modo que sempre que os limites legais do poder regulamentar forem ultrapassados,
incumbirá ao Congresso Nacional promover a sustação do ato, nos termos do art. 49, V, CRFB/88).
Gabarito: Certo

50. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Compete ao Tribunal de Contas da União, entre outras atribuições, representar ao poder competente sobre
irregularidades ou abusos apurados.
Comentário:

Certo! É exatamente o que dispõe o art. 71, XI, da CRFB/88, vejamos:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da
União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser
elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles
que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de
provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou
indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados
de auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei,
que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

Gabarito: Certo

51. (CEBRASPE – STJ 2018)

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Situação hipotética: Uma prefeitura determinou a cobrança de taxa de funcionamento de estabelecimentos comerciais,
mas os proprietários dos estabelecimentos questionaram a medida sob o argumento de ausência de prova da
fiscalização. Assertiva: De acordo com o STJ, a cobrança é ilícita porque não foi demonstrado o efetivo exercício da
fiscalização.
Comentário:

Conforme a jurisprudência do STJ, não é necessária a comprovação do efetivo exercício da fiscalização a fim de
legitimar a cobrança de taxa de funcionamento. Veja, como exemplo, a Ementa a seguir:
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TAXAS DECORRENTES DO EXERCÍCIO DO
PODER DE POLÍCIA. PROVA DA EFETIVA FISCALIZAÇÃO. DESNECESSIDADE. PRECEDENTES DO STJ. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. REEXAME. NÃO CABIMENTO. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. O Superior Tribunal de Justiça tem entendido ser prescindível a comprovação, pelo ente tributante, do efetivo exercício do
poder de polícia, a fim de legitimar a cobrança da Taxa de Fiscalização de Anúncios, da Taxa de Fiscalização de Localização e
Funcionamento e da Taxa de Fiscalização Sanitária.
(....)

(AgRg no Ag 1320125 / MG AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 2010/0106938-5 20/11/2012)

O entendimento do STJ é que, dada a notoriedade da fiscalização exercida pelos entes públicos, seria desnecessário
provar o efetivo exercício do poder de polícia nos casos concretos, o qual poderia ser presumido.
Gabarito: errado

52. (CEBRASPE – STJ 2018)

Cabe ao Poder Legislativo o poder-dever de controle financeiro das atividades do Poder Executivo, o que implica a
competência daquele para apreciar o mérito do ato administrativo sob o aspecto da economicidade.
Comentário:

O Poder Legislativo é o titular do controle externo (também chamado de controle financeiro) da Administração Pública,
contando, para tanto, com o auxílio do Tribunal de Contas. O controle externo incide sobre os aspectos de legalidade,
legitimidade e economicidade dos atos administrativos, conforme explícito no art. 70 da Constituição:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de
receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada
Poder.
Pode ser até questionável afirmar que o controle de economicidade seja um controle de mérito, mas, a meu ver, tal
assertiva é correta, pois é um controle que transcende a legalidade. Por exemplo, um gestor público pode se deparar
diante de duas escolhas, ambas legais, porém uma mais econômica que a outra. Uma vez que não existe ilegalidade, a
escolha a ser feita pelo gestor é uma decisão de mérito, passível, porém, de controle de economicidade pelo Poder
Legislativo e pelo Tribunal de Contas.
Gabarito: certo

53. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

O Controle externo da administração pública

a) pode invalidar atos produzidos que infrinjam a legislação.

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b) é competência do Poder Executivo, com auxílio dos tribunais de contas.

c) avalia o comprimento das metas previstas no plano plurianual bem como a execução dos programas de governo e
dos orçamentos da União.
d) é hierarquicamente superior ao controle interno de cada órgão.

e) pode ser realizado de forma ampla e irrestrita.

Comentário:

Vamos analisar cada alternativa:

a) CERTA. Embora essa alternativa não esteja tecnicamente perfeita, como veremos a seguir, ela será a “menos pior”
ou “a mais certa”. De fato, quando o Tribunal de Contas identifica ato que infrinja a legislação, ele deve assinar prazo
para a adoção de providências com vistas ao exato cumprimento da lei. Ou seja, não é o próprio Tribunal quem vai
invalidar - isto é, extinguir - o ato: ele apenas determina que a Administração o faça. Se a Administração não tomar essa
providência, o Tribunal poderá “sustar” o ato. “Sustar” significa suspender os efeitos, o que, tecnicamente, é diferente
de invalidar, que significa extinguir o ato.
b) ERRADA. O controle externo é competência do Poder Legislativo, e não do Poder Executivo.

c) ERRADA. Tal competência, segundo o art. 74 da Constituição Federal, é do sistema de controle interno, e não do
controle externo. Embora, na prática, os órgãos de controle externo também avaliem o cumprimento das metas
previstas no PPA, bem como a execução dos programas e orçamentos de governo, o CEBRASPE geralmente considera
apenas a literalidade da Constituição.
d) ERRADA. Os sistemas de controle interno e externo não estão ligados em uma relação de hierarquia. Considera-se
que são complementares.
e) ERRADA. Praticamente nada na Administração pode ser realizado de forma ampla e irrestrita, nem mesmo os atos
de controle. O controle externo deve observar uma série de limites impostos pelo ordenamento jurídico, a exemplo da
abrangência de sua jurisdição, prazos prescricionais, sanções que podem ser aplicadas etc.
Gabarito: alternativa “a”

54. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

O sistema de controle interno, mantido de forma integrada pelos Poderes da União, tem, entre suas finalidades, a
atribuição de:
a) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal na administração direta e indireta.

b) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa.
c) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União.

d) promover a consolidação das contas nacionais

e) elaborar e executar a programação financeira da União

Comentário:

Vamos analisar cada alternativa:

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a) ERRADA. Tal competência é do Tribunal de Contas (CF, art. 71, III), que é um órgão de controle externo, e não de
controle interno.
b) ERRADA. Tal competência é do Congresso Nacional (CF, art. 49, V), que também é um órgão de controle externo, e
não de controle interno.
c) CERTA, conforme previsto no art. 74, III da CF:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a
finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos
da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

d) ERRADA. Tal competência é do Poder Executivo da União (LRF, art. 50, §2º), e não do sistema de controle interno.

e) ERRADA. A elaboração da programação financeira é competência do Poder Executivo (LRF, art. 8º).

Gabarito: alternativa “c”

55. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

Vários estados da Federação enfrentavam problemas relacionados à entrega de correspondências: o percentual de


cartas não entregues havia dobrado e, conforme o tipo de encomenda, os atrasos tinham quintuplicado. Em razão
disso, um deputado federal apresentou requerimento de convocação do ministro das Comunicações para que este
prestasse esclarecimentos sobre as principais razões para essa crise dos serviços postais no Brasil. O pedido foi
aprovado pela maioria absoluta do plenário, e foi efetuada a convocação do ministro.
Nessa situação hipotética, a Câmara Legislativa exerceu o controle:

a) judicial

b) interno

c) prévio

d) administrativo

e) parlamentar

Comentário:

A convocação de Ministros de Estado para prestar esclarecimentos sobre assunto previamente determinado representa
exercício do controle parlamentar pela Câmara dos Deputados, que é uma espécie de controle externo, de caráter
político, exercido diretamente pelo Poder Legislativo. Tal competência está prevista no art. 50 da CF:
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de
Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem,

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pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem
justificação adequada.
Gabarito: alternativa “e”

56. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

O controle externo da execução orçamentária da administração pública pelos tribunais de contas

a) compreende a apreciação da legalidade dos atos de que resultem a previsão de receita e a fixação de despesas, assim
como as nomeações para cargo de provimento em comissão.
b) é realizado unicamente por meio de ofício, quando executado na fiscalização de editais de licitação de bens.

c) abrange os órgãos integrantes das administrações direta e indireta, salvo aqueles que executam atividades do Poder
Judiciário.
d) compreende a averiguação da legalidade dos atos de que resulte a arrecadação de receita ou a realização de
despesa.
e) abrange a apreciação, para fins de registro, da legalidade dos atos de nomeação para cargos de provimento em
comissão.
Comentário:

Vamos analisar cada alternativa:

a) ERRADA. Os atos de que resultem a “previsão” da receita e a “fixação” da despesa são atos praticados pelo Poder
Legislativo na elaboração da Lei Orçamentária Anual, ou seja, são atos de natureza legislativa. Embora tais atos devam
observar determinados requisitos técnicos, podem ser considerados atos essencialmente políticos e, por isso, fora da
competência dos tribunais de contas. Os TCs avaliam a execução do orçamento, e não propriamente a alocação dos
recursos no orçamento, que depende de decisões discricionárias, a cargo do Poder Legislativo, acerca da melhor
destinação dos recursos disponíveis. Por isso, a banca considerou essa alternativa errada.
Quanto à apreciação das nomeações para cargo de provimento em comissão, lembre-se que os tribunais de contas
apenas não apreciam a legalidade de tais atos para fins de registro. Contudo, as nomeações para cargos em comissão
estão sim sujeitas às demais formas de controle empreendidas pelos tribunais de contas, como auditorias e inspeções.
b) ERRADA. Os tribunais de contas podem acompanhar editais de licitação não apenas por meio de ofício. Eles também
podem consultar as publicações dos diários oficiais ou mesmo obtê-los diretamente, por intermédio de inspeções.
c) ERRADA. A jurisdição dos tribunais de contas também abrange as atividades do Poder Judiciário, desde que sejam
executadas no uso da função administrativa.
d) CERTA. “Arrecadação” da receita e “realização” da despesa são atividades que compreendem a execução do
orçamento. Conforme discutimos na alternativa “a”, a legalidade da execução do orçamento constitui sim uma
atividade sujeita à fiscalização dos tribunais de contas.
e) ERRADA. Conforme comentado na alternativa “a”, as nomeações para cargos de provimento em comissão não são
apreciadas para fins de registro, conforme art. 71, III da CF.
Gabarito: alternativa “d”

57. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

O tribunal de contas de determinado estado emitiu parecer prévio favorável à aprovação das contas anuais referentes
ao exercício de 2017 do governo de determinado município do estado. O parecer continha uma série de recomendações

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que deveriam ser cumpridas, sob pena de reflexos negativos na apreciação das contas relativas ao exercício do ano de
2018.
O parecer prévio é:

a) emitido pelo órgão ao qual compete a fiscalização da prestação de contas anual do município e prevalecerá por
decisão de três quintos dos membros da câmara municipal
b) peça de natureza política que orienta o Poder Legislativo no julgamento das contas prestadas anualmente pelo Poder
Executivo.
c) um meio de controle para provocar o reexame de atos administrativos.

d) um meio de controle inerente ao poder hierárquico

e) peça técnico-jurídica de natureza opinativa cuja finalidade é subsidiar o julgamento das contas pelo Poder
Legislativo.
Comentário:

Vamos analisar cada alternativa:

a) ERRADA. Conforme o art. 31, §2º da CF, “o parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o
Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
Municipal”.
b) ERRADA. Embora tenha a função de orientar um julgamento político, que será feito pelo Poder Legislativo, o parecer
prévio emitido pelo tribunal de contas é uma peça de natureza técnica.
c) ERRADA. A função do parecer prévio é orientar o julgamento das contas do chefe do Executivo que será efetuado
pelo Poder Legislativo, e não provocar o reexame de atos administrativos.
d) ERRADA. O tribunal de contas não possui ascendência hierárquica sobre o chefe do Poder Executivo. Logo, a
emissão do parecer prévio não pode ser considerada uma espécie de controle inerente ao poder hierárquico.
e) CERTA. É exatamente essa a natureza do parecer prévio! Lembrando que, embora seja opinativo, o parecer prévio
deve ser conclusivo, no sentido de que o tribunal de contas deve efetivamente expressar qual a sua opinião sobre o
mérito das contas, ou seja, o tribunal deve opinar, de maneira expressa e conclusiva, se as contas do chefe do Executivo
devem ser aprovadas, aprovadas com ressalva ou rejeitadas. Cabe ao Poder Legislativo seguir ou não o parecer do
tribunal de contas, sendo que, no município, esse parecer somente deixará de prevalecer por decisão de 2/3 dos
membros da Câmara Municipal.
Gabarito: alternativa “e”

58. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

Julgue os itens a seguir, à luz da Constituição Federal de 1988 (CF) e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
(STF).
I – O TCU tem competência para fiscalizar procedimentos de licitação e pode expedir medidas cautelares para prevenir
lesão ao erário.
II – É constitucional norma estadual que estabelece a competência do respectivo tribunal de contas para realizar exame
prévio de validade de contratos firmados pelo poder público.
III – A revogação ou a anulação de aposentadoria já apreciada e registrada pelo TCU prescinde de nova aprovação do
colegiado desse órgão para se confirmar, ao contrário do que ocorre com a anulação dos atos de admissão.
Assinale a opção correta.

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a) Apenas o item I está certo.

b) Apenas o item II está certo.

c) Apenas os itens I e III estão certos.

d) Apenas os itens II e III estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

Comentário:

Vamos analisar cada item:

I – CERTO. A competência do TCU para fiscalizar procedimentos de licitação é expressa na Constituição (vide art. 71,
incisos I e IV). Já a competência para expedir medidas cautelares para prevenir lesão ao erário é implícita, conforme
reconhecido pelo STF. Para a Suprema Corte, se a Constituição outorgou ao TCU competências expressas,
automaticamente também lhe possibilitou utilizar os meios necessários para exercê-las, dentre eles, o chamado “Poder
Geral de Cautela”.
II – ERRADO. As constituições estaduais, em matéria de controle externo, devem observar o mesmo modelo
estabelecido pela Constituição Federal. É o chamado princípio de simetria. Na CF não está prevista competência para o
TCU realizar exame prévio de validade de contratos firmados pelo poder público, e assim também deve ser nas
constituições estaduais. Em outras palavras, a validade dos contratos firmados Administração Pública, em qualquer
esfera de governo, não pode estar condicionada ao aval prévio do tribunal de contas.
III – ERRADA. A revogação ou a anulação tanto de aposentadoria como de admissão já apreciada e registrada pelo TCU
necessita sim de nova aprovação do colegiado desse órgão para se confirmar. É o que está previsto na Súmula nº 6 do
STF:
A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal de
Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele Tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário
Gabarito: alternativa “a”

59. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

Proferidas por meio de acórdãos nos quais são consubstanciados os julgamentos de contas e de processos oriundos de
fiscalizações, as decisões do TCU
a) estão sujeitas ao controle do Poder Judiciário, por meio de mandado de segurança de competência originária do STJ.

b) estão sujeitas ao controle do Poder Judiciário, por meio de mandado de segurança de competência originária do STF.

c) são irreformáveis pelo Poder Judiciário, uma vez que o TCU é cúpula da jurisdição administrativa, que não se
confunde com a jurisdição do Poder Judiciário.
d) são reformáveis pelo Poder Judiciário, por meio de recurso extraordinário interposto para o STF.

e) são reformáveis pelo Poder Judiciário, por meio de recurso especial interposto para o STJ.

Comentário:

Uma vez que o ordenamento jurídico pátrio é regido pelo princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (CF, art.
5º, XXXV), é possível sim acionar o Poder Judiciário contra uma decisão do Tribunal de Contas. A provocação do

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Judiciário, contudo, não tem natureza de recurso, pois se faz por meio de uma ação judicial nova e totalmente
independente do processo no Tribunal de Contas, a exemplo de mandados de segurança.
A competência para processar e julgar mandados de segurança contra atos TCU, no âmbito do Judiciário, é do
Supremo Tribunal Federal (STF), conforme previsto no art. 102, inciso I da Constituição Federal. O gabarito, portanto,
é a alternativa “b”.
Detalhe é que o Judiciário não revisa o mérito das decisões da Corte de Contas, cabendo-lhe tão somente verificar se os
aspectos formais foram observados e se os direitos individuais foram preservados.
Outro detalhe é que, além do mandado de segurança, também é possível impetrar ações ordinárias nos juízos de
primeiro grau contra as decisões dos Tribunais de Contas. Se postulada contra ato do TCU, a competência para julgar
será dos juízes federais; já ações ordinárias contra as decisões dos demais Tribunais de Contas serão apreciadas pelos
juízes estaduais.
Gabarito: alternativa “b”

60. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

Uma sociedade de economia mista da União realizou procedimento licitatório, conforme norma a ela aplicável, para
elaboração de projeto executivo e construção de nova sede da empresa. O procedimento foi encerrado com a
contratação da construtora vencedora. Durante a execução da obra, o gerente responsável pagou à construtora por
etapa ainda não concluída, sob a alegação de que esse pagamento propiciaria o término dos trabalhos em menor prazo.
Em fiscalização, equipe do TCU entendeu que o referido pagamento adiantado contrariava as normas aplicáveis à
execução do contrato.
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) A referida sociedade de economia mista da União é uma empresa estatal que não recebe recursos do Tesouro
Nacional; por conseguinte, o TCU não possui competência para fiscalizar seus atos.
b) O TCU possui competência para fiscalizar os atos dessa sociedade de economia mista da União, devendo tal
fiscalização ser requerida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal.
c) O TCU deve sustar imediatamente o contrato em execução e, na sequência, comunicar o fato ao Congresso Nacional,
para que esse toma as demais providências.
d) A CF não estabelece, por si, cominações aplicáveis à situação em apreço, mas prevê a possibilidade de aplicação de
multa pelo TCU ao gerente responsável, desde que prevista em lei.
e) O TCU pode, caso verifique ilegalidades, assinar prazo para que a empresa adote as providências para cumprimento
da lei; para isso, no entanto, o tribunal deve ser autorizado pelo Congresso Nacional.
Comentário:

Vamos analisar cada alternativa:

a) ERRADA. As sociedades de economia mista da União estão sim sob a jurisdição do TCU, pois pertencem à
administração indireta federal, e recebem sim recursos do Tesouro Nacional para a formação do seu capital (afinal, por
definição, o capital de uma sociedade de economia mista da União deve pertencer, em sua maioria, à União).
b) ERRADA. O TCU possui competência para fiscalizar as entidades da administração indireta da União por iniciativa
própria, ou seja, independentemente de solicitação ao Poder Legislativo, conforme previsto no art. 71, IV da CF.
c) ERRADA. O TCU não tem competência para sustar imediatamente contratos em execução, mas apenas atos. A
competência para sustar contratos, a princípio, é do Congresso Nacional, passando para o TCU apenas caso o
Congresso não se pronuncie sobre a sustação no prazo de 90 dias, conforme previsto da CF, art. 71, IX e §§1º e 2º.

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d) CERTA. A CF não especifica quais cominações (ou seja, sanções) o TCU pode aplicar para punir cada irregularidade
que encontra, mas apenas prevê, em seu art. 71, VIII, a possibilidade de que o Tribunal aplique as sanções previstas em
lei, dentre elas, multa proporcional ao dano causado ao erário.
e) ERRADA. De fato, o TCU pode, caso verifique ilegalidades, assinar prazo para que a empresa adote as providências
para cumprimento da lei, conforme previsto no art. 71, IX da CF. Para isso, contudo, o tribunal não precisa ser
autorizado pelo Congresso Nacional.
Gabarito: alternativa “d”

61. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

Compete aos tribunais de contas julgar as contas que envolvam recursos financeiros públicos recebidos por

I - pessoa jurídica de direito público.

II - sociedade empresária não integrante da administração pública.

III - gestor público.

IV - pessoa física.

Assinale a opção correta.

a) Apenas os itens I e II estão certos.

b) Apenas os itens I e III estão certos.

c) Apenas os itens II e IV estão certos.

d) Apenas os itens III e IV estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

Comentário:

Os tribunais de contas são responsáveis por julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por recursos
financeiros públicos, a teor do art. 71, II, da CRFB/88. Nesse contexto, o dever de prestar contas abrange todos aqueles
que arrecadem, guardem, gerenciem ou administrem dinheiros, bens e valores públicos.
É o que dispõe o art. 70, parágrafo único, da CRFB/88:

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta,
assuma obrigações de natureza pecuniária.
Desse modo, o tribunal de contas deve julgar as contas de todas as pessoas listadas nos itens “I” a “IV”, uma vez que
essas pessoas receberam recursos financeiros públicos, conforme consta do enunciado da questão.
Assim, o gabarito é a alternativa “e”.

Gabarito: alternativa “e”

62. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

No que tange à fiscalização contábil, financeira e orçamentária, julgue os seguintes itens de acordo com a CF.

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I - Na realização da atividade de controle externo do Poder Executivo, cabe ao TCU apreciar as contas prestadas
anualmente pelo presidente da República.
II - Cabe ao TCU apreciar concessões de aposentadorias, reformas e pensões, bem como alterações e melhorias
posteriores desses benefícios, havendo ou não alteração do fundamento legal do ato concessório.
III - O cidadão não possui legitimidade para denunciar diretamente irregularidades ou ilegalidades ao TCU, devendo,
nesses casos, dirigir-se ao MP, que, conforme sua análise, fará o devido encaminhamento da denúncia.
Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.

b) Apenas o item II está certo.

c) Apenas os itens I e III estão certos.

d) Apenas os itens II e III estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

Comentário:

I – CERTA. O Tribunal de Contas da União é responsável por julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por recursos públicos (art. 71, II, CRFB/88). De outro lado, especificamente quanto às contas prestadas
pelo Presidente da República, o Tribunal de Contas da União apenas as aprecia, emitindo parecer prévio a ser
elaborado em sessenta dias.
Isso está previsto no art. 71, I, da CRFB/88.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser
elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
As contas prestadas pelo Presidente da República são efetivamente julgadas pelo Congresso Nacional (art. 49, IX,
CRFB/88).
II – ERRADA. Cabe ao Tribunal de Contas da União apreciar, para fins de registro, a legalidade das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do
ato concessório (art. 71, III, CRFB/88).
III – ERRADA. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União (art. 74, 2º, CRFB/88).
Gabarito: alternativa “a”

63. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

Em determinado estado da Federação, a assembleia legislativa, por meio de decreto legislativo, sustou ato expedido
pelo governo local, que regulamentava lei estadual para autorizar o Poder Executivo a instituir tratamento excepcional,
mediante concessão de remissão e anistia, cumuladas ou não com parcelamento, para a liquidação de créditos
tributários referentes ao ICMS. A assembleia legislativa entendeu que o ato administrativo excedia o poder da
administração pública de regulamentar a lei estadual. Nessa situação hipotética, a assembleia legislativa exerceu
a) o poder de fiscalização, para derrogar o ato do Poder Executivo.

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b) o poder convocatório, para revogar o ato do Poder Executivo.

c) o controle político, para paralisar o ato do Poder Executivo.

d) o controle financeiro, para anular o ato do Poder Executivo.

e) sua função legiferante, para substituir o ato do Poder Executivo.

Comentário:

O controle parlamentar direto ou controle político é exercido diretamente pelo Poder Legislativo e decorre da
estrutura de divisão de poderes ou sistema de freios e contrapesos. Nesse sentido, o controle político somente pode
ocorrer nas situações previstas na Constituição Federal. Uma das atribuições do Congresso Nacional decorrentes do
controle político é a possibilidade de sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar (art. 49, V, CRFB/88).
Os decretos e regulamentos devem ser editados pelo chefe do Poder Executivo para fiel execução das leis (art. 84, IV,
CRFB/88). Caso o ato normativo ultrapasse o conteúdo da lei, inovando no ordenamento jurídico, o Congresso
Nacional é competente para sustar o referido ato. A sustação equivale à “paralisação” do ato do Poder Executivo, não
havendo que se falar em anulação, que somente poderia ser feita pela própria Administração ou por controle judicial.
Essa prerrogativa se estende aos Estados em decorrência do princípio da simetria.

Dito isso, vamos analisar cada uma das alternativas.

a) ERRADA. O controle político decorre da função fiscalizatória do Poder legislativo. Contudo, não há derrogação do
ato normativo (e sim sustação). A derrogação consiste na revogação parcial de uma lei, de modo que algumas normas
da lei são revogadas mas outras permanecem em vigor.
b) ERRADA. O enunciado não faz referência ao exercício da prerrogativa do Poder Legislativo de convocar autoridades
para prestar informações sobre assunto previamente determinado (art. 50, CRFB/88). Ademais, não há que se falar em
revogação do ato normativo (e sim em sustação).
c) CERTA. A prerrogativa exercida pela Assembleia Legislativa se deu em decorrência do controle político, pela
sustação (ou seja, paralisação) do ato do Poder Executivo que excedeu dos limites do poder regulamentar.
d) ERRADA. O enunciado não faz referência ao controle técnico, de caráter contábil-financeiro, exercido pelos
tribunais de contas (art. 71, caput, da CRFB/88) e sim ao controle político. Ademais, o controle político enseja a
sustação, e não a anulação do ato normativo.
e) ERRADA. No caso, a Assembleia Legislativa não agiu no exercício da função legiferante e sim da função
fiscalizatória do Poder Legislativo. Além disso, não há substituição, e sim sustação do ato normativo que exorbita o
poder regulamentar.
Gabarito: alternativa “c”

64. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

O TCE/PB aplicou, ao prefeito de um município do estado, multa em razão de ineficiências verificadas e não corrigidas
durante o acompanhamento e fiscalização de uma execução contratual, as quais geraram prejuízos ao ente municipal.
Nessa situação hipotética, a execução da multa competirá ao
a) Poder Legislativo municipal, mediante a instauração de processo cognitivo no TJ/PB.

b) TCE/PB, no âmbito do mesmo processo, em atenção ao denominado sincretismo processual.

c) MP, no âmbito do próprio TCE/PB.

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d) estado da Paraíba, observando-se as regras para a execução de títulos executivos judiciais.

e) município em consideração, observando-se as regras para a execução de títulos executivos extrajudiciais.

Comentário:

A Constituição Federal prevê que as decisões do Tribunal de Contas de que resulte imputação de débito ou multa
terão eficácia de título executivo (art. 71, §3º, CRFB/88). Isso também está previsto na Constituição Estadual do Estado
da Paraíba (art. 71, §3, CEPB/89).
O Supremo Tribunal Federal decidiu, em recurso com repercussão geral, que a legitimidade para propositura de ação
executiva amparada em decisão de condenação em dinheiro pelos Tribunais de Contas pertence ao ente público
beneficiário, titular do direito de crédito cobrado (ARE 823347/RG).
Nesse sentido, vamos analisar as alternativas.

a) ERRADA. A legitimidade não pertence ao Poder Legislativo municipal, e sim ao ente federado, ou seja, ao
município. Ademais, a decisão tem eficácia de título executivo, dispensando a propositura de prévio processo
cognitivo.
b) ERRADA. O Tribunal de Contas não possui legitimidade para executar os débitos e multas oriundos de
condenações no âmbito do próprio tribunal. Além disso, a execução de título extrajudicial é feita perante o Poder
Judiciário, em ação executiva.
c) ERRADA. O Ministério Público, atuante ou não perante as cortes de contas, não pode ajuizar ação executiva das
decisões de imputação de débito ou multa proferidas pelos Tribunais de Contas. Ainda, a execução de título extrajudicial
é feita perante o Poder Judiciário, em ação executiva.
d) ERRADA. A legitimidade para execução da multa não pertence ao estado da Paraíba, e sim ao município
beneficiário da condenação. Ademais, devem ser observadas as regras para execução de títulos extrajudiciais (e não
as regras dos títulos executivos judiciais).
e) CERTA. Como visto, o município é o ente público beneficiário da multa a ser executada. Por fim, a cobrança da
multa em juízo deve seguir o rito das ações de execução de título extrajudicial.
Gabarito: alternativa “e”

65. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

Servidores públicos de determinado estado da Federação iniciaram movimento grevista, motivados pelo atraso no
pagamento de seus vencimentos, na tentativa de regularizar a situação salarial. Inconformado com a paralisação de
atividades que julgava essenciais, o gestor público expediu ato administrativo determinando o desconto do salário dos
servidores grevistas, bem como o processamento da devida anotação funcional.
Nessa situação hipotética, o instrumento processual de controle judicial que o sindicato dos servidores deverá invocar
para suspender o ato administrativo de desconto e anotação dos dias não trabalhados é o
a) mandado de injunção.

b) recurso ordinário.

c) habeas corpus.

d) habeas data.

e) mandado de segurança.

Comentário:

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O Supremo Tribunal Federal decidiu que o Poder Público deve proceder ao desconto dos dias de paralisação
decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos. O desconto, contudo, será incabível se ficar
demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público (RE 693456/RJ, julgado em 27/10/2016, Info
845).
No caso narrado no enunciado, percebe-se que o movimento grevista foi motivado por ato ilícito do Poder Público,
consistente no atraso do pagamento dos vencimentos. Assim, o desconto na remuneração dos servidores públicos
consistiu em um ato administrativo ilegal, passível, portanto, de controle na via judicial.
Dito isso, vamos analisar cada alternativa.

a) ERRADA. O mandado de injunção deve ser concedido sempre que a falta de norma regulamentadora tornar
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
à cidadania (art. 5º, LXXI, CRFB/88). Com efeito, o direito de greve dos servidores deveria ser exercido nos termos e nos
limites definidos em lei específica (art. 37, VII, CRFB/88). A ausência dessa norma regulamentadora levou o Supremo
Tribunal Federal, em 2007, a declarar a omissão legislativa e determinar a aplicação da legislação de greve do setor
privado ao serviço público, no que couber (MI 670, 708 e 712). Nesse contexto, a ilegalidade não ocorreu exatamente
pela ausência de norma regulamentadora e sim pela violação de um direito líquido e certo dos servidores públicos.
b) ERRADA. O recurso ordinário, em breve síntese, é o meio processual cabível contra decisões denegatórias de
mandado de segurança que sejam de competência originária de tribunais. Nesse contexto, esse instrumento não é a
resposta adequada ao enunciado, uma vez que deve ser interposto no curso do processo, nos autos de um mandado de
segurança impetrado perante um determinado tribunal.
c) ERRADA. O habeas corpus é cabível quando alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Não há que se falar em habeas corpus, no caso,
porque não está em jogo o direito de ir e vir dos servidores públicos.
d) ERRADA. O habeas data assegura o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público, além de outras hipóteses (art. 5º,
LXXII, CRFB/88). Este não é o instrumento cabível porque o enunciado não faz referência ao direito de informação.
e) CERTA. O mandado de segurança protege direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
em razão de ilegalidade ou abuso de poder cometido por autoridade pública ou agente no exercício de atribuições do
Poder Público (art. 5º, LXIX, CRFB/88). Esta é a medida cabível no caso concreto, diante do desconto indevido dos dias
de paralisação, já que movimento grevista foi motivado por ato ilegal do Poder Público.
Gabarito: alternativa “e”

66. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

O TCU, quando busca promover o aperfeiçoamento da gestão pública por meio do exame da economicidade, eficiência,
eficácia e efetividade de organizações, programas e atividades governamentais, atua, quanto ao controle da atividade
financeira do Estado, na fiscalização
a) patrimonial.

b) orçamentária.

c) contábil.

d) financeira.

e) operacional.

Comentário:

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O art. 70 da CRFB/88 elenca as seguintes modalidades de fiscalização: contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial. Podemos sistematiza-las da seguinte maneira:

Natureza da
O que será fiscalizado Exemplo
fiscalização

Lançamentos e Auditoria para verificar se os eventos contábeis relacionados à


Contábil
escrituração contábil aquisição dos livros foram corretamente registrados.

Arrecadação de receitas e Inspeção para verificar se os pagamentos efetuados ao


Financeira
execução de despesas fornecedor dos livros estão de acordo com o contrato.

Elaboração e execução dos Inspeção para verificar a existência de previsão orçamentária


Orçamentária
orçamentos para a aquisição.

Auditoria no Programa “Livro para Todos”, a fim de verificar se a


Processos administrativos
Operacional distribuição dos livros está beneficiando os destinatários da
e programas de governo
forma e na medida desejada pelo Programa.

Auditoria para verificar se os livros adquiridos foram entregues


Guarda e administração de
Patrimonial pelo fornecedor e se foram distribuídos para as escolas
bens móveis e imóveis
cadastradas no Programa.

Nesse sentido, o aperfeiçoamento da gestão pública através do exame da eficiência de organizações, programas e
atividades governamentais se traduz em uma atuação fiscalizatória de natureza operacional, por ter como objeto os
processos administrativos e programas de governo.
O gabarito, portanto, é a alternativa “e”.

Gabarito: alternativa “e”

67. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

Tendo em vista que a organização político-administrativa da República brasileira compreende, de forma autônoma, a
União, os estados, o DF e os municípios, assinale a opção correta.
a) A fiscalização pelo sistema de controle interno do município será exercida pelo Poder Legislativo municipal.

b) No tocante à autonomia, a legislação acerca de regras gerais de licitação é estabelecida pelos estados-membros e
deverá ser observada em processos de auditoria interna nos órgãos municipais.
c) A auditoria de controle da câmara municipal, mediante controle externo, é exercida com o auxílio dos TCs do estado
ou do município.
d) A autonomia administrativa constitucionalmente estabelecida permite que os estados ou os municípios criem órgãos
de contas municipais.

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e) O município deve prestar contas acerca da arrecadação dos tributos, exceto, em razão da autonomia administrativa,
no que se refere à aplicação de tais rendas nas questões de interesse local.
Comentário:

A questão exige conhecimento das normas constitucionais referentes ao controle da Administração Pública.

a) ERRADA. O controle interno é aquele exercido por órgão pertencente à mesma estrutura organizacional da unidade
controlada. Para os municípios, a Constituição prevê expressamente o seguinte (art. 31, caput, CRFB/88):
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos
sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de
prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para
exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

Desse modo, a alternativa se equivoca ao dizer que a fiscalização pelos sistemas de controle interno ocorrerá pelo
Poder Legislativo Municipal, uma vez que a Constituição atribui essa fiscalização ao Poder Executivo Municipal.
b) ERRADA. A competência para legislar sobre normas gerais de licitação e contratação é privativa da União (art. 22,
XXVII, CRFB/88).
c) CERTA. O controle externo da Câmara Municipal é exercido com auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do
Município (art. 31, §1º, CRFB/88).
d) ERRADA. É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais (art. 31, §4º, CRFB/88).

e) ERRADA. O município detém competência para aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar
contas (art. 30, III, CRFB/88).
Gabarito: alternativa “c”

68. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

Representantes do TCU, em auditoria de procedimento licitatório promovido por uma autarquia federal, após
constatarem a existência de ilegalidades que atentavam contra a economicidade, conseguiram apontar os responsáveis
por dano ao erário, depois de esgotadas todas as fases instrutórias. Todo o procedimento observou os princípios da
ampla defesa e do contraditório. Nessa situação hipotética, o TCU
a) poderá aplicar apenas multa proporcional ao dano ao erário, visto que as demais cominações e sanções previstas
extrapolam a sua competência constitucional.
b) poderá apenas assinar prazo para que a autarquia adote, em relação aos responsáveis, as providências necessárias
para o ressarcimento ao erário e as demais punições cabíveis.
c) deverá comunicar o fato ao Congresso Nacional para que esse órgão, exercendo a sua competência, suste a execução
do processo licitatório.
d) está desobrigado de prestar informações ao Congresso Nacional acerca do resultado apurado na fiscalização, em
razão de sua competência funcional.

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e) tem competência para aplicar aos responsáveis pelo dano ao erário as sanções previstas em lei em razão das
ilegalidades apuradas.
Comentário:

A questão versa sobre competências do Tribunal de Contas da União, dispostas no art. 71 da CRFB/88.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete:
(...)

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados
de auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em
lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal;
a) ERRADA. O Tribunal de Contas da União detém competência para aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade
de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei (art. 71, VIII, CRFB/88). As sanções não se resumem
à multa. Por exemplo, o TCU pode, a título de sanção, inabilitar os responsáveis para o exercício de cargo em comissão
na Administração Pública Federal.
b) ERRADA. Embora o Tribunal de Contas da União possa assinar prazo para que a entidade adote providências
necessárias ao exato cumprimento da lei (art. 71, IX, CRFB/88), também detém competência para aplicar sanções,
conforme comentário à alternativa “a”.
c) ERRADA. A Corte de Contas pode, ela própria, sustar a execução do ato impugnado (art. 71, X, CRFB/88), não sendo
necessária a comunicação do fato ao Congresso Nacional para que realize a sustação. A comunicação, no caso, apenas
seria necessária na hipótese de ser um contrato, e não um ato, o objeto da impugnação. A sustação de contratos cabe,
em primeira instância, ao Congresso Nacional, sendo que o TCU apenas pode atuar se o Congresso não adotar as
medidas cabíveis no prazo de 90 dias.
d) ERRADA. O Tribunal de Contas da União deve prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional sobre a
fiscalização e sobre resultados de auditorias e inspeções (art. 71, VII, CRFB/88).
e) CERTA. Ver comentário à alternativa “a”.

Gabarito: alternativa “e”

69. (CEBRASPE – Técnico MPU 2018)

Controle interno se refere, sempre, a atos de natureza administrativa.

Comentário:

Controle interno é uma espécie de controle administrativo, isto é, controle que a Administração Pública exerce sobre
seus próprios atos de natureza administrativa.
Com efeito, é importante lembrar que o conceito de Administração Pública, quando considerado em sentido objetivo,
envolve o exercício da função administrativa, vale dizer, a prática de atos de natureza administrativa, que são aqueles

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que não são nem atos legislativos nem atos judiciais. Assim, sempre que falamos das espécies de Controle da
Administração Pública (controle administrativo, controle legislativo e controle judicial) estamos nos referindo ao
controle de atos praticados pela Administração Pública no exercício da função administrativa.
Gabarito: certo

70. (CEBRASPE – PC/SE 2018)

Tanto a anulação como a revogação retiram do mundo jurídico atos com defeitos e produzem efeitos prospectivos.

Comentário:

A anulação retira do mundo jurídico atos com defeitos, que são atos ilegais, sendo retroativa ou ex tunc, ou seja,
atinge situação anterior, produzindo seus efeitos também no passado.
A revogação dos atos administrativos, por outro lado, tem como fundamento o controle meritório do ato, o que
significa que a revogação dos atos não se baseia em juízo de legalidade e sim na oportunidade e conveniência da
retirada do ato do mundo jurídico. A revogação sim produz efeitos prospectivos, ou ex nunc, agindo para o futuro.
Gabarito: errado

71. (CEBRASPE – TCE/PE 2017)

O controle interno pode, por orientação do órgão controlado, deixar de avaliar a adequação dos atos da administração
pública ao princípio da eficiência.
Comentário:

A Constituição confere aos órgãos de controle interno a prerrogativa para avaliarem a adequação dos atos da
administração pública ao princípio da eficiência. Assim, eles não podem deixar de exercer tal competência, ainda que
por orientação do órgão controlado em cuja estrutura se encontrem.
Gabarito: errado

72. (CEBRASPE – TCE/PE 2017)

O controle político exercido pelas comissões parlamentares de inquérito é uma espécie de controle externo de
competência do Poder Legislativo.
Comentário:

De fato, a atuação das CPIs representa exemplo de controle externo de natureza política exercido diretamente pelo
Poder Legislativo.
Gabarito: certo

73. (CEBRASPE – TCE/PE 2017)

Se o Estado de Pernambuco tomar empréstimo de banco federal para a realização de uma grande obra, o controle
interno dessa operação será realizado pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, ao passo que o controle
externo será realizado pelo Tribunal de Contas da União.
Comentário:

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O TCE/PE não exerce controle interno, e sim controle externo. No caso, o TCE/PE exerceria controle externo sobre a
aplicação dos recursos obtidos por intermédio do financiamento na obra pública.
Gabarito: errado

74. (CEBRASPE – TCE/PE 2017)

A despeito de ser um tribunal, uma corte de contas não produz coisa julgada material, de modo que suas decisões
podem ser revistas pelo Poder Judiciário.
Comentário:

Os tribunais de contas são órgãos administrativos. Por consequência, suas decisões possuem natureza
administrativa, de modo que podem ser revistas pelo Poder Judiciário, em caso de falha formal grave ou manifesta
ilegalidade.
Gabarito: certo

75. (CEBRASPE – TCE/PE 2017)

Ao controle externo do estado de Pernambuco compete inspecionar e auditar as unidades administrativas dos poderes,
sendo necessária, para isso, denúncia pelo órgão de controle interno do poder correspondente à unidade administrativa
a ser inspecionada ou auditada.
Comentário:

Nos termos do art. 32, §4º da Constituição do Estado, o Tribunal de Contas age de oficio ou mediante provocação do
Ministério Público ou das autoridades financeiras e orçamentárias e dos demais órgãos auxiliares, se verificar
irregularidades em qualquer despesa, inclusive as decorrentes de contrato.
Gabarito: errado

76. (CEBRASPE – CNJ 2013)

Os órgãos administrativos do Poder Judiciário, no exercício do controle administrativo, podem confirmar ou rever
condutas internas, conforme aspectos de legalidade ou de conveniência e oportunidade.
Comentário:

Os órgãos administrativos de todos os Poderes exercem o controle administrativo sobre seus próprios atos. É o que
ocorre, por exemplo, quando a Secretaria do STF anula uma licitação promovida pelo Tribunal ou quando revoga um ato
administrativo de reestruturação interna. Nesses casos, o Poder Judiciário, por intermédio de seus órgãos
administrativos, atua como Administração Pública, podendo exercer, em consequência, o poder de autotutela, que lhe
permite confirmar ou rever condutas internas, conforme aspectos de legalidade ou de conveniência e oportunidade.
Gabarito: Certo

77. (CEBRASPE – MPTCDF 2013)

O controle administrativo é um controle de legalidade e de mérito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre
suas próprias condutas.
Comentário:

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O controle administrativo é exercido no âmbito de todos os Poderes, ou seja, não é exclusividade do Poder Executivo.
Nesse sentido, quando o Poder Judiciário e o Poder Legislativo, assim como o Tribunal de Contas e o Ministério Público,
exercem a função administrativa, atuando como Administração Pública, também exercem controle administrativo
sobre seus próprios atos.
Gabarito: Errado

78. (CEBRASPE – MIN 2013)

O controle administrativo tem como fundamento o dever-poder de autotutela que a administração pública tem sobre
suas atividades, atos e agentes, sendo um de seus instrumentos o direito de petição.
Comentário:

Conforme ensina Maria Sylvia Di Pietro, “controle administrativo é o poder de fiscalização e correção que a
Administração Pública (em sentido amplo) exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito,
por iniciativa própria ou mediante provocação”.
Quando se fala em controle sobre sua “própria atuação”, imediatamente relacionamos com o poder de autotutela,
pelo qual a Administração tem o poder-dever de anular seus próprios atos praticados de forma ilegal, bem como
revogar aqueles que se tornaram inoportunos e inconvenientes. Portanto, o controle administrativo tem sim como
fundamento o poder de autotutela.
Ainda pela definição da professora Di Pietro, o controle administrativo pode ocorrer de ofício ou mediante
provocação. Neste último caso, os administrados podem provocar o controle administrativo ao exercer o direito de
petição, utilizando instrumentos como representações, reclamações e recursos administrativos.
Do exposto, percebe-se que o item está correto.

Gabarito: Certo

79. (CEBRASPE – AFRE/ES 2013)

O controle exercido por determinado órgão público sobre os seus departamentos denomina-se controle

a) interno.

b) de legalidade.

c) externo.

d) concomitante.

e) provocado.

Comentário:

A questão aborda a classificação do controle segundo o posicionamento do órgão controlador em relação ao


controlado. Por esse critério, o controle pode ser interno ou externo, consoante decorra de órgão integrante ou não da
própria estrutura em que se insere o órgão controlado. Nesse sentido, o controle exercido por determinado órgão
público sobre os seus departamentos denomina-se controle interno, eis que representa o controle de um órgão sobre
outro integrante da sua própria estrutura.
Gabarito: alternativa “a”

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80. (CEBRASPE – MDIC 2014)

As formas de controle interno na administração pública incluem o controle ministerial, exercido pelos ministérios sobre
os órgãos de sua estrutura interna, e a supervisão ministerial, exercida por determinado ministério sobre as entidades
da administração indireta a ele vinculadas.
Comentário:

Questão bastante polêmica. A meu ver, para estar correta, sem dúvida alguma, a expressão “controle interno” deveria
ser substituída por “controle administrativo”. Com efeito, conforme ensina Maria Sylvia Di Pietro, o controle
administrativo abrange a supervisão ministerial exercida sobre os órgãos da Administração Direta (espécie de controle
interno, fundamentada no poder de autotutela), assim como a supervisão ministerial exercida sobre as entidades da
Administração Indireta (espécie de controle externo, fundamentada no poder de tutela). A polêmica da questão reside,
portanto, em classificar a tutela como uma espécie de controle “interno”, classificação que não encontra eco na doutrina
majoritária. De fato, além de Di Pietro, Carvalho Filho também entende que a tutela consiste em controle externo. Já
Celso Antônio Bandeira de Mello diz que se trata de um controle “interno-exterior”, ou seja, nem um nem outro.
O próprio CEBRASPE, em questões anteriores, já considerou correta a afirmativa de que a tutela é um controle
externo.
Vejamos:

(CEBRASPE - TCE/RN 2009) Com referência ao controle externo e ao Poder Legislativo do estado e dos municípios, julgue o
item a seguir: entre os vários critérios adotados para classificar as modalidades de controle, destaca-se o que o distingue
entre interno e externo, dependendo de o órgão que o exerça integrar ou não a própria estrutura em que se insere o órgão
controlado. Nesse sentido, o controle externo é exercido por um poder sobre o outro, ou pela administração direta sobre a
indireta.
Gabarito: Certo

(CEBRASPE – DP/RR 2013) Assinale a opção correta quanto ao controle da administração pública. (...)

d) O controle exercido pela administração direta sobre as autarquias é finalístico, externo e administrativo e não se baseia
na subordinação hierárquica.
Gabarito: alternativa “d”

Portanto, a meu ver, a questão deveria ser considerada “Errada” ou, no mínimo, anulada. Ressalte-se que, só por essa
questão, não dá para concluir que o CEBRASPE mudou seu entendimento a respeito do assunto, até porque a doutrina
continua a mesma. Em questões futuras, acho mais prudente continuar considerando que a tutela é um controle
externo.
Gabarito: Certo

81. (CEBRASPE – PM/CE 2014)

Considera-se controle por vinculação o poder de fiscalização e correção que os órgãos da administração centralizada
exercem sobre as pessoas jurídicas que integram a administração indireta.
Comentário:

Entre os Ministérios da Administração Direta e as entidades da Administração Indireta não há hierarquia, mas apenas
vinculação. Daí porque a supervisão ministerial sobre as entidades da Administração Indireta também é chamada de
controle por vinculação, de caráter finalístico, que busca assegurar que as entidades cumpram os objetivos para os
quais foram criadas, sem prejuízo da sua autonomia característica.

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Gabarito: Certo

82. (CEBRASPE – PM/CE 2014)

O controle administrativo sobre os órgãos da administração direta é um controle interno, que permite à administração
pública anular os próprios atos, quando ilegais, ou revogá-los, quando inoportunos ou inconvenientes.
Comentário:

De fato, o controle administrativo sobre os órgãos da administração direta é um controle interno, pois é a própria
administração direta exercendo controle sobre si mesma, no exercício do poder de autotutela. É o que ocorre, por
exemplo, quando um Ministro de Estado anula um ato ilegal ou revoga um ato inoportuno e inconveniente praticado
por um servidor subordinado ao Ministério.
Gabarito: Certo

83. (CEBRASPE – TCDF 2014)

Na esfera federal, o controle administrativo é identificado com a supervisão ministerial, que, no caso da administração
indireta, caracteriza a tutela. A sua autonomia, estabelecida nas próprias leis instituidoras, deve ser assegurada, sem
prejuízo da fiscalização na aplicação da receita pública e da atenção com a eficiência e a eficácia no desempenho da
administração.
Comentário:

Conforme ensina Maria Sylvia Di Pietro, o controle administrativo abrange a supervisão ministerial exercida sobre os
órgãos da Administração Direta (espécie de controle interno, fundamentada no poder de autotutela), assim como a
supervisão ministerial exercida sobre as entidades da Administração Indireta (espécie de controle externo,
fundamentada no poder de tutela). Ressalte-se que a tutela, como bem afirma o quesito, não retira a autonomia das
entidades da Administração Indireta, muito pelo contrário, serve para assegurar essa autonomia.
Gabarito: Certo

84. (CEBRASPE – Polícia Federal 2014)

Recursos administrativos são todos os meios utilizáveis pelos administrados para provocar o reexame do ato
administrativo pela administração pública e, pelo fato de o processo administrativo ter impulsão de ofício, tais recursos
não podem ter efeito suspensivo em hipótese alguma.
Comentário:

O recurso administrativo é apenas um dos meios pelos quais o administrado pode provocar o reexame de ato
administrativo pela Administração Pública. Outro instituto que possui a mesma finalidade é o pedido de
reconsideração. A questão também erra ao afirmar que os recursos administrativos não podem ter efeito suspensivo
em hipótese alguma. Segundo o art. 61 da Lei 9.784/99, “salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito
suspensivo”. Ou seja, a lei pode conferir efeito suspensivo ao recurso administrativo. Ademais, conforme o parágrafo
único do art. 61 da mesma Lei 9.784/99, a autoridade competente (ou aquela imediatamente superior) para apreciação
do recurso administrativo poderá, de ofício ou a pedido, de modo excepcional, conceder efeito suspensivo ao
expediente recursal, se houver justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da decisão recorrida.
Gabarito: Errado

85. (CEBRASPE – CNJ 2013)

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O controle legislativo é a prerrogativa atribuída ao Poder Legislativo de fiscalizar e controlar os atos praticados pelas
entidades integrantes da administração direta, não sendo cabível este tipo de controle em face dos entes que
compõem a administração indireta.
Comentário:

Conforme o art. 70, caput, da Constituição Federal, o controle legislativo incide sobre a administração direta e indireta:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada
Poder.
Gabarito: Errado

86. (CEBRASPE – TRT10 2013)

Por força do princípio da separação de poderes, não se admite o controle da administração pública pelo Poder
Legislativo.
Comentário:

O controle do Poder Legislativo sobre a Administração Pública está expressamente previsto na Constituição Federal,
notadamente no art. 70. Faz parte do sistema de freios e contrapesos no qual os Poderes exercem controles recíprocos
entre si.
Gabarito: Errado

87. (CEBRASPE – AGU 2013)

O TCU tem o dever de prestar ao Congresso Nacional, a qualquer de suas Casas ou de suas comissões, informações
sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial que executar, bem como sobre os
resultados das auditorias e inspeções que realizar.
Comentário:

O quesito está em conformidade com o art. 71, VII da CF:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete:
(...)

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados
de auditorias e inspeções realizadas;
Gabarito: Certo

88. (CEBRASPE – AGU 2013)

Uma autoridade pública federal responsável pelo sistema de controle interno que, após tomar conhecimento de uma
irregularidade ou ilegalidade praticada no âmbito do órgão em que atue, dela não der ciência ao TCU estará sujeita a ser
solidariamente responsabilizada pelo ato irregular ou ilegal.
Comentário:

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O item está em conformidade com o art. 74, §1º da CF:

§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela
darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
Gabarito: Certo

89. (CEBRASPE – Suframa 2014)

Considerando que a SUFRAMA, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
pretenda contratar serviços de consultoria para auxiliar na elaboração do Plano Diretor Plurienal da ZFM, julgue o item
a seguir.
Realizada, a referida contratação estará submetida ao controle do Tribunal de Contas da União, órgão que auxilia o
Congresso Nacional na sua atividade de controle externo.
Comentário:

Os atos de gestão de recursos públicos praticados pelas entidades da administração indireta federais, como as
autarquias, estão sujeitos ao controle externo do Tribunal de Contas da União. A jurisdição do TCU sobre essas
entidades decorre de vários dispositivos constitucionais, dentre eles:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete:
(...)

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas
daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
(...)

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
Gabarito: Certo

90. (CEBRASPE – MPTCDF 2013)

As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais,
poderão, por autoridade própria, determinar a busca e apreensão domiciliar de documentos.
Comentários:

De fato, segundo o art. 58, §3º da CF, as comissões parlamentares de inquérito (CPI) possuem poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais, podendo, dentre outros, determinar a quebra do sigilo bancário e fiscal de pessoas
investigadas. Contudo, as CPI não podem, por autoridade própria, determinar a busca e apreensão domiciliar de
documentos. Para fazer isso, as CPI necessitam de autorização judicial. Outras medidas que as CPI não podem adotar
sem autorização judicial são: determinar medidas processuais de garantia, tais como sequestro e indisponibilidade de
bens; impedir que pessoa saia do país ou apreender passaporte; determinar a quebra do sigilo telefônico para ter acesso
ao conteúdo das conversas (a quebra do sigilo telefônico pelas CPI se limita ao acesso à lista dos números
chamados/recebidos).
Gabarito: Errado

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91. (CEBRASPE – TRT10 2013)

Portaria de caráter normativo editada pelo Ministério da Educação que seja ilegal poderá ser sustada pelo Congresso
Nacional.
Comentário:

De fato, o Congresso Nacional teria competência para sustar o referido ato normativo do Ministério da Educação,
conforme o art. 49, V da CF:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

(...)

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa;
Repare que a competência é do Congresso Nacional, não é da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal,
isoladamente.
Gabarito: Certo

92. (CEBRASPE – CNJ 2013)

A decisão do Tribunal de Contas da União que, dentro de suas atribuições constitucionais, julga ilegal a concessão de
aposentadoria, negando-lhe o registro, possui caráter impositivo e vinculante para a administração.
Comentário:

As decisões do TCU tomadas no exercício das suas competências constitucionais, dentre as quais efetuar o registro dos
atos de concessão de aposentadoria, possuem caráter impositivo e vinculante para a Administração, significando que a
Administração deve cumpri-las na forma e no prazo determinado pelo Tribunal de Contas. Assim, por exemplo, se o TCU
negar o registro de determinada aposentadoria, a Administração deverá rever o ato, adequando-o de acordo com as
orientações do Tribunal de Contas, inclusive no que tange à eventual necessidade de ressarcimento ao erário.
Gabarito: Certo

93. (CEBRASPE – MPTCDF 2013)

O julgamento das contas dos administradores públicos é exercido pela Controladoria Geral da União (CGU), órgão
central de controle interno do Poder Executivo, e seu resultado deve ser informado ao TCU, dentro dos prazos
estabelecidos na legislação vigente.
Comentário:

Nos termos do art. 71, II da CF, as contas dos administradores públicos responsáveis pela gestão de recursos federais
são julgadas pelo Tribunal de Contas da União, e não pela CGU.
Gabarito: Errado

94. (CEBRASPE – Ministério da Justiça 2013)

O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete, entre outras atribuições, fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante

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convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a estado, ao Distrito Federal ou a município.
Comentário:

O item está de acordo com o art. 71, VI da CF:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete:
(...)

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
Gabarito: Certo

95. (CEBRASPE – CADE 2014)

A função fiscalizatória exercida pelos tribunais de contas dos estados inclui-se entre as hipóteses de controle do Poder
Legislativo sobre os atos da administração pública.
Comentário:

O controle legislativo, em todas as esferas de governo, pode ser entendido como o controle exercido pelas casas
legislativas (Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Congresso Nacional) diretamente ou por meio dos Tribunais
de Contas.
Lembrando que cada esfera de governo está sob a jurisdição de um Tribunal de Contas próprio. Assim, na esfera federal,
o Tribunal de Contas competente é o Tribunal de Contas da União. Na esfera estadual e distrital, existe um tribunal de
contas para cada Estado e para o DF. Já na esfera Municipal, o controle pode exercido por um Tribunal de Contas
Municipal (apenas nas cidades Rio de Janeiro e São Paulo), por um Tribunal de Contas dos Municípios (municípios dos
Estados da Bahia, Goiás e Pará) ou, nos demais casos, pelo próprio Tribunal de Contas Estadual, o qual acumula o
controle externo na esfera estadual e municipal do respectivo Estado.
Gabarito: Certo

96. (CEBRASPE – MPTCDF 2013)

Segundo o entendimento firmado no âmbito do STJ, quando se tratar de ato de demissão de servidor público, é
permitido questionar o Poder Judiciário acerca da legalidade da pena a ele imposta, até porque, em tais circunstâncias,
o controle jurisdicional é amplo, no sentido de verificar se há motivação para o ato de demissão.
Comentário:

A questão se refere ao seguinte julgado do STJ:

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. NULIDADES. NÃO


CARACTERIZADAS. CONTROLE JURISDICIONAL.
POSSIBILIDADE. UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. PRECEDENTES. ARGUIÇÃO QUANTO A EVENTUAIS
ILEGALIDADES NA OBTENÇÃO DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. SEDE ADEQUADA: AÇÃO PENAL. DEMISSÃO
DECORRENTE DE ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA NÃO EXPRESSAMENTE TIPIFICADO NA LEI N.º 8.492/1992.
PROCESSO JUDICIAL PRÉVIO PARA APLICAÇÃO DA PENA DE DEMISSÃO. DESNECESSIDADE. PREPONDERÂNCIA DA
LEI N.º 8.112/90.
PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. OFENSA A ESSES POSTULADOS. INEXISTENTE.
SUPOSTAS NULIDADES NO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. PRINCÍPIO DO PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF.

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ALEGAÇÃO DE INOCÊNCIA QUANTO ÀS CONDUTAS IMPUTADAS. DILAÇÃO PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE NA VIA


DO WRIT OF MANDAMUS.
1. No caso de demissão imposta a servidor público submetido a processo administrativo disciplinar, não há falar em juízo de
conveniência e oportunidade da Administração, visando restringir a atuação do Poder Judiciário à análise dos aspectos
formais do processo disciplinar. Nessas circunstâncias, o controle jurisdicional é amplo, no sentido de verificar se há
motivação para o ato demissório, pois trata-se de providência necessária à correta observância dos aludidos
postulados.
2. É cabível a chamada "prova emprestada" no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo
Juízo Criminal.
Assim, não há impedimento da utilização da interceptação telefônica produzida no ação penal, no processo administrativo
disciplinar, desde que observadas as diretrizes da Lei n.º 9.296/96. Precedentes.
(...)

(MS 14.140/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 26/09/2012, DJe 08/11/2012)

Repare que, mesmo sem conhecer o aludido julgado do STJ, seria possível resolver a questão apenas com o
conhecimento de que nenhuma ilegalidade pode ser furtada do exame pelo Poder Judiciário. Assim, a questão está
perfeita, pois afirma que é permitido questionar o Poder Judiciário acerca da legalidade da pena imposta ao servidor.
Detalhe é que, caso reconheça que a sanção aplicada ao servidor é ilegal, o Judiciário poderá anular a aplicação da pena,
mas não poderá aplicar sanção menos gravosa, caso contrário, estaria invadindo o campo de discricionariedade da
Administração.
Gabarito: Certo

97. (CEBRASPE – TRT10 2013)

Conforme a jurisprudência, o ato administrativo que impõe sanção disciplinar a servidor público vincula-se aos
princípios da proporcionalidade, dignidade da pessoa humana e culpabilidade. Dessa forma, o controle jurisdicional
desse ato é amplo, não se limitando aos aspectos formais do procedimento sancionatório.
Comentário:

A jurisprudência, especialmente a do STJ, firmou o entendimento de que, no exercício do poder disciplinar, não se
admite invocar a discricionariedade do ato com o fim de afastar o controle jurisdicional. Sobre o tema, vejamos o
seguinte julgado do STJ:
MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO DISCIPLINAR. DISCRICIONARIEDADE.

INOCORRÊNCIA. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA AUSENTE. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. ORDEM DENEGADA.

I - Tendo em vista o regime jurídico disciplinar, especialmente os princípios da dignidade da pessoa humana,
culpabilidade e proporcionalidade, inexiste aspecto discricionário (juízo de conveniência e oportunidade) no ato
administrativo que impõe sanção disciplinar.
II - Inexistindo discricionariedade no ato disciplinar, o controle jurisdicional é amplo e não se limita a aspectos
formais.
III - A descrição minuciosa dos fatos se faz necessária apenas quando do indiciamento do servidor, após a fase instrutória,
na qual são efetivamente apurados, e não na portaria de instauração ou na citação inicial.
IV - Inviável a apreciação do pedido da impetrante, já que não consta, neste writ, o processo administrativo disciplinar, o
qual é indispensável para o exame da adequação ou não da pena de demissão aplicada, considerando, especialmente, a

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indicação pela Comissão Disciplinar de uma série de elementos probatórios constantes do PAD, os quais foram considerados
no ato disciplinar.
V - A decisão que determinou o trancamento de ação penal, pendente o trânsito em julgado, não vincula, necessariamente,
a decisão administrativa disciplinar. Seja como for, a revisão administrativa poderá ser provocada desde que preenchidos os
requisitos para tanto.
Ordem denegada, sem prejuízo das vias ordinárias.

(MS 12.927/DF, Rel. Ministro FELIX FISCHER, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 12/12/2007, DJ 12/02/2008, p. 1)

Gabarito: Certo

98. (CEBRASPE – TRT10 2013)

Os atos discricionários praticados pela administração pública estão sujeitos ao controle pelo Poder Judiciário quanto à
legalidade formal e substancial, observada a vinculação da administração aos motivos embasadores dos atos por ela
praticados, os quais conferem a eles legitimidade e validade.
Comentário:

Em regra, o controle judicial se restringe ao controle de legalidade, não se pronunciando sobre a conveniência e
oportunidade do ato em exame, ou seja, sobre o mérito administrativo. Os elementos que perfazem o mérito do ato
administrativo (motivo e objeto) somente poderão ser objeto de análise pelo Poder Judiciário nos casos em que
contrariarem princípios legais (como moralidade, imparcialidade e eficiência) ou que forem desproporcionais ou não
pautados em critérios previstos em lei. Por exemplo, pela teoria dos motivos determinantes, a ausência ou falsidade
do motivo, isto é, dos fatos que precedem a elaboração do ato, caracteriza ilegalidade, suscetível de invalidação pelo
Poder Judiciário, não constituindo invasão do mérito administrativo.
Gabarito: Certo

99. (CEBRASPE – Ministério da Justiça 2013)

O Poder Judiciário pode examinar atos da administração pública de qualquer natureza, sejam gerais ou individuais,
unilaterais ou bilaterais, vinculados ou discricionários, mas sempre sob os aspectos da legalidade e, também, da
moralidade.
Comentário:

Em nosso ordenamento jurídico prevalece o princípio da inafastabilidade da tutela judicial, segundo o qual quaisquer
atos administrativos podem ser apreciados pelo Judiciário. O controle judicial, contudo, se restringe aos aspectos de
legalidade, aí incluída a verificação da observância dos princípios administrativos, como moralidade, impessoalidade,
eficiência e publicidade.
Gabarito: Certo

100. (CEBRASPE – Bacen 2013)

O ato discricionário, dada sua natureza, não está sujeito a apreciação judicial.

Comentário:

O ato discricionário pode sim ser objeto de apreciação judicial, mormente quando extrapole os limites estabelecidos em
lei ou quando editado em desobediência aos princípios administrativos, como a proporcionalidade, a razoabilidade e a

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moralidade. Lembrando, ainda, que o Judiciário pode atuar sobre a legalidade dos aspectos vinculados dos atos
discricionários, quais sejam, competência, finalidade e forma.
Gabarito: Errado

101. (CEBRASPE – Suframa 2014)

Uma das formas de controle da administração pública é o controle judicial, que incide tanto sobre o mérito quanto
sobre a legalidade dos atos da administração pública.
Comentários:

O controle judicial incide apenas sobre a legalidade dos atos da Administração Pública, e não sobre o mérito desses
atos, mormente quando praticados dentro dos limites legais, pois, nesse caso, representam o exercício do poder
discricionário da Administração, sendo indevida a intervenção judicial, sob pena de romper a separação dos poderes
constitucionais.
Gabarito: Errado

102. (CEBRASPE – MTE 2014)

Na hipótese de um servidor, que foi demitido pelo ministro do MTE, impetrar mandado de segurança em desfavor
dessa autoridade, estará sendo realizado, por meio do julgamento do mencionado remédio constitucional, o controle
judicial da administração pública.
Comentário:

Existem diversos instrumentos pelos quais é exercido o controle judicial sobre a Administração Pública, podendo-se
destacar, dentre eles, o mandado de segurança, a ação popular e a ação civil pública.
Gabarito: Certo

103. (CEBRASPE – TRT2 – Juiz – 2013)

À luz da lei e da jurisprudência dominante nos tribunais superiores, assinale a opção correta a respeito do controle da
administração pública.
a) Salvo disposição legal específica, é de cinco dias o prazo para a interposição de recurso administrativo.

b) Prescreve em cinco anos, contados da data do ilícito ambiental, a pretensão da administração pública de promover a
execução de multa por infração ambiental.
c) O MP não tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa do patrimônio público.

d) Segundo a jurisprudência do STF, é pacífico que o TCU, no exercício da competência de controle externo da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadorias, reformas e pensões, não se submete ao prazo decadencial
estabelecido na Lei n.o 9.784/1999, iniciando-se o prazo quinquenal somente após a publicação do registro na imprensa
oficial.
e) Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito, devendo ele ser interposto
perante a autoridade imediatamente superior à que tiver proferido a decisão recorrida, a qual poderá, se entender
necessário, dar vistas dos autos à autoridade que proferiu a decisão, a qual poderá se retratar no prazo de cinco dias.
Comentário:

Vamos analisar cada alternativa:

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a) ERRADA. Na esfera federal, o prazo para interposição de recurso administrativo é de dez dias, conforme o art. 59 da
Lei 9.784/99:
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir
da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
b) ERRADA. Item bastante específico, retirado da Súmula 467 do STJ:

Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração Pública de
promover a execução da multa por infração ambiental.
Portanto, o erro é que o prazo prescricional é contado do término do processo administrativo, e não da data do ilícito.

c) ERRADA. O MP não tem legitimidade para propor ação popular. Já a ação civil pública é sim da competência do MP,
conforme art. 129 da Constituição:
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de
outros interesses difusos e coletivos;
d) CERTA. Segundo a jurisprudência do STF, o ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão é um ato
administrativo complexo, que só se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de Contas. Assim, antes do registro não há
ato completo, acabado, razão pela qual não há que se falar em incidência do prazo decadencial. Tal prazo só começa a
contar a partir do registro. Dessa forma, a manifestação do TCU – frisa-se, necessária para o aperfeiçoamento do ato –
não se sujeita a prescrição, vale dizer, o TCU pode analisar a legalidade do ato para fins de registro a qualquer tempo. O
único detalhe é que, se transcorrer período superior a cinco anos desde a entrada do ato no TCU até a sua apreciação, o
beneficiário da aposentadoria, reforma ou pensão deverá ser ouvido caso a decisão do Tribunal venha a lhe prejudicar.
Ressalte-se, contudo, que esse prazo de cinco anos não é prescricional, e sim um prazo razoável estabelecido pelo STF
para o TCU apreciar o ato.
e) ERRADA. O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão (pedido de reconsideração), e não à autoridade
superior. Apenas se o autor da decisão recorrida não a reconsiderar é que o pleito será dirigido à consideração superior.
Gabarito: alternativa “d”

104. (CEBRASPE – MPTCE/PB 2014)

Acerca do controle da administração pública, assinale a opção correta.

a) O TCU exerce uma função não judicial quando julga as contas dos administradores e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos, nos processos de tomada e prestação de contas anual.
b) O sistema de controle da administração pública veda a aplicação da accountability devido à inexistência de previsão
legal para tal aplicação.
c) O controle da edição do ato administrativo deve ser sempre posterior à sua edição, quando este relacionar-se à
aplicação de recursos públicos.
d) Na estrutura do sistema de controle da administração pública federal, a CGU, órgão de controle interno, é
subordinada ao TCU, órgão de controle externo.
e) O tribunal de contas do estado está subordinado ao Poder Legislativo estadual, em decorrência de delegação da
própria CF e ratificação da constituição estadual.
Comentários:

Vamos analisar cada alternativa:

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a) CERTA. Existe certa polêmica na discussão sobre se o TCU exerce ou não função judicial ou jurisdicional, com caráter
de definitividade (coisa julgada). A posição doutrinária e jurisprudencial dominante, contudo, é que o Tribunal não
exerce função judicial com força de coisa julgada, uma vez que em nosso ordenamento jurídico impera o princípio da
inafastabilidade da tutela jurisdicional, ou sistema de jurisdição uma, no qual qualquer lesão ou ameaça a direito
poderá ser levada à apreciação do Poder Judiciário. Aliás, vale relembrar que o Tribunal de Contas é um órgão de
natureza administrativa, e não um órgão judicial. A polêmica existe porque o art. 71, II da CF atribui ao TCU
competência para “julgar” as contas dos administradores públicos (daí é que se diz que o TCU exerce “função
judicante”). Trata-se de competência própria e privativa da Corte de Contas, que não poderá ser exercida nem mesmo
pelo Poder Judiciário. Este, em homenagem ao princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional, apenas aprecia as
formalidades da decisão e só pode se pronunciar em caso de manifesta ilegalidade, mas nunca para julgar as contas no
lugar do TCU, e sim para anular a decisão do Tribunal. Se isso ocorrer, as contas devem ser submetidas a novo
julgamento pelo TCU.
b) ERRADA. Accountability, de forma rápida, significa “prestar contas”. O dever de prestar contas, ao contrário do que
afirma a assertiva, está previsto de forma expressa na Constituição Federal (art. 70, parágrafo único):
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária.
c) ERRADA. O controle pode ser prévio, concomitante ou posterior à prática dos atos administrativos.

d) ERRADA. Os órgãos de controle interno não são subordinados aos órgãos de controle externo. Por conseguinte, a
CGU (atual MTFC) não é subordinada ao TCU, embora o controle interno tenha a missão constitucional de apoiar o
controle externo no exercício de sua missão institucional. Entre eles há complementariedade.
e) ERRADA. Os tribunais de contas, em qualquer nível federativo, são órgãos autônomos e independentes, não
subordinados ao Poder Legislativo e nem mesmo a outro órgão ou Poder.
Gabarito: alternativa “a”

105. (CEBRASPE – TCE/AC 2009)

Em conformidade com a CF, os atos relacionados a pessoal que são apreciados pelo TCU para fins de registro ou
reexame não incluem:
a) a admissão de pessoal nas empresas públicas.

b) a admissão de pessoal nas fundações instituídas e mantidas pelo poder público.

c) as nomeações para cargo de provimento em comissão na administração direta.

d) a concessão inicial de pensão.

e) as melhorias posteriores em aposentadorias que tenham alterado o fundamento legal da concessão inicial.

Comentário:

A CF atribuiu ao TCU a competência para apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta (CF, art. 71, III), incluídas então as empresas públicas (letra “a”) e as
fundações instituídas e mantidas pelo poder público (letra “b”). Ainda que os servidores dessas entidades se submetam
ao regime celetista, somente podem ser admitidos mediante concurso público. A única exceção em relação aos atos de
admissão refere-se às nomeações para cargo de provimento em comissão (letra “c”), que são de livre nomeação e
exoneração. Portanto, a alternativa “c” é a resposta da questão.

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Em relação às concessões de aposentadorias, reformas e pensões, os atos apreciados pelo TCU para fins de registro
compreendem as concessões iniciais (letra “d”), assim como as melhorias posteriores que tenham alterado o
fundamento legal da concessão inicial (letra “e”). A exceção, no caso, são as melhorias posteriores que não tenham
alterado o fundamento legal, assim como as concessões que se submetem ao Regime Geral de Previdência Social
(empregados públicos).
Gabarito: alternativa “c”

106. (CEBRASPE – MPTCE/PB 2014)

No exercício do controle político da administração pública, compete

a) às CPIs apurar irregularidades e determinar sanções.

b) ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar,
sustando, se for o caso, seus efeitos independentemente de prévia manifestação do Poder Judiciário.
c) ao Senado Federal ou à Câmara dos Deputados — excetuadas suas comissões — convocar titulares de órgãos
diretamente subordinados à Presidência da República.
d) privativamente ao Congresso Nacional e ao Senado Federal apreciar, a priori, os atos do Poder Executivo.

e) ao Senado Federal dispor, por proposta do presidente da República, sobre limites globais e condições para a
operação de créditos externo e interno da União, dos estados, dos municípios e do DF, exceto das autarquias.
Comentários:

Vamos analisar cada alternativa:

a) ERRADA. As CPIs apuram irregularidades, mas não determinam sanções. Suas conclusões, se for o caso, devem ser
encaminhadas ao Ministério Público, para que o órgão promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores (CF,
art. 58, §3º).
b) CERTA, nos termos do art. 49, V da CF:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa;
Como é competência exclusiva do Congresso Nacional, a sustação independe de manifestação prévia do Poder
Judiciário.
c) ERRADA. Nos termos do art. 50 da CF:

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de
Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem
justificação adequada.
Portanto, qualquer comissão da Câmara e do Senado também pode convocar titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República, daí o erro.
d) ERRADA. Alternativa confusa, mas, como a opção “b” é manifestamente correta, então esta só pode estar errada. E,
de fato, é isso mesmo. Em regra, a Casa que aprecia atos do Poder Executivo a priori é o Senado Federal, especialmente
quando aprova previamente a escolha de autoridades (CF, art. 52, III e IV) e autoriza operações de crédito externas (CF,
art. 52, V). Mas nada impede que o Congresso Nacional ou a Câmara dos Deputados também o façam. Por exemplo, o

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próprio art. 49, XVI estabelece que é competência exclusiva do Congresso Nacional “aprovar, previamente, a alienação
ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares”. Ademais, é da competência do
Congresso Nacional, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração indireta (CF, art. 49, X), controle que pode ser desenvolvida de forma prévia,
concomitante ou posterior.
e) ERRADA, pois o Senado também dispõe sobre limites globais e condições para as operações de crédito das
autarquias, nos termos do art. 52, VII da CF:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
Gabarito: alternativa “b”

107. (CEBRASPE – Auditor TCE/PR 2016)

Acerca da fiscalização contábil, financeira e orçamentária e dos tribunais de contas, assinale a opção correta.

a) Compete ao TCU fiscalizar a aplicação de recursos repassados pela União aos estados ou municípios, quando
decorrentes da participação ou compensação no resultado da exploração de petróleo, xisto betuminoso e gás natural.
b) A Controladoria-Geral da União exerce, juntamente com o TCU, o controle externo do Poder Executivo.

c) Compete ao TCU examinar, previamente, a validade de contratos administrativos celebrados pelo poder público.

d) Não violará a CF a previsão contida em Constituição estadual que confira competência exclusiva à assembleia
legislativa para fiscalizar as contas do respectivo tribunal de contas.
e) Compete ao tribunal de contas fiscalizar a administração direta, autárquica ou fundacional, mas não as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.
Comentário:

a) ERRADA. Os recursos decorrentes da participação ou compensação no resultado da exploração de petróleo, xisto


betuminoso e gás natural não são federais, mas apenas são arrecadados pela União e repassados aos verdadeiros
donos, os Estados e Municípios. Logo, a fiscalização da aplicação desses recursos compete aos respectivos tribunais de
contas estaduais e municipais, e não ao TCU.
b) ERRADA. A CGU é órgão de controle interno, e não de controle externo.

c) ERRADA. O TCU não tem competência para exercer controle prévio em relação à validade de contratos
administrativos, como condição para a eficácia desses ajustes.
d) CERTA. Trata-se de entendimento pacificado na jurisprudência do STF (ver ADI 1.175-8/DF).

e) ERRADA. O Tribunal de Contas tem sim competência para fiscalizar as empresas públicas e as sociedades de
economia mista.
Gabarito: alternativa “d”

Questões avançadas

108. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

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Um agente público sem aprovação em concurso público foi nomeado, mediante celebração de contrato de trabalho,
para assumir um cargo em emprego público efetivo, em razão da necessidade de excepcional interesse público.
O referido ato de nomeação poderá ser:

a) anulado pelo Poder Judiciário, que invalidará os atos praticados pelo empregado no desempenho de suas atribuições
funcionais.
b) revogado pelo Poder Judiciário, independentemente de provocação pelo interessado, considerando-se o
menosprezo à exigência de aprovação prévia em concurso público.
c) anulado pela administração pública, de modo que os efeitos da anulação retroajam às suas origens, invalidando-se as
consequências passadas, presentes e futuras do ato anulado.
d) anulado, assim como revogados os atos vinculados, os que tenham exaurido os seus efeitos e os que tenham gerado
direitos subjetivos.
e) anulado, devendo o agente nomeado devolver a remuneração recebida pelo trabalho efetivamente prestado.

Comentário:

Conforme o art. 37, II da Constituição Federal, a investidura em emprego público efetivo deve, necessariamente, ser
precedida de concurso público. Logo, a nomeação tratada na questão é ilegal, pois foi feita sem concurso e, nessa
condição, deve ser anulada.
Dito isso, vamos analisar cada alternativa:

a) ERRADA. De fato, o ato de nomeação, por ser ilegal, poderá ser anulado pelo Poder Judiciário. Contudo, os atos
praticados pelo empregado no desempenho de suas atribuições funcionais não deverão, necessariamente, ser
invalidados. Com efeito, a ilegalidade na investidura faz com que o agente, perante terceiros de boa-fé, se torne um
agente de fato, cujos atos podem ser considerados válidos, em decorrência da aplicação da teoria da aparência. Isso
porque, perante terceiros de boa-fé, aquele empregado realmente “parecia ser” um agente público no regular exercício
de suas funções, razão pela qual os terceiros não podem ser prejudicados pela ilegalidade para a qual não contribuíram.
Ademais, aplica-se ao caso o chamado princípio da proteção à confiança, pelo qual a confiança que os terceiros
possuem na legalidade dos atos da Administração deve ser protegida, mediante a preservação dos efeitos dos atos
praticados pelos agentes de fato. E, por fim, não podemos esquecer que, pela teoria da imputação, que decorre do
princípio da impessoalidade, os atos praticados pelos agentes públicos são imputados ao Estado (ou, mais
especificamente, à pessoa jurídica a que pertencem), de modo que os atos praticados pelo agente de fato podem ser
considerados como praticados pelo Estado, o que também possibilita a preservação dos seus efeitos.
b) ERRADA. Como o ato de nomeação é ilegal, ele deve ser anulado, e não revogado. Revogação é controle de mérito,
incidente apenas sobre atos legais, e jamais pode ser feita pelo Poder Judiciário. Outro erro é que a atuação do Poder
Judiciário somente ocorre mediante provocação (e não independentemente dela).
c) CERTA. Como afirmado, sendo ilegal o ato de nomeação, ele deve ser anulado. A anulação pode ser feita pelo Poder
Judiciário, no exercício do controle jurisdicional, ou pela própria Administração Pública que praticou o ato, no
exercício da autotutela. A anulação produz efeitos ex tunc, ou seja, retroativos, desconstituindo todos os efeitos que o
ato já produziu no passado e impedindo que ele continue a produzir efeitos no presente e no futuro. Ressalte-se,
contudo, que, conforme comentado na alternativa “a”, os efeitos dos atos praticados pelo agente de fato poderão ser
preservados perante terceiros de boa-fé, o que, de certa forma, também tornaria essa alternativa errada. De qualquer
forma, dentre as demais opções, que apresentam erros evidentes, esta é a “menos pior”, a meu ver.
d) ERRADA. Como afirmado, sendo ilegal o ato de nomeação, ele deve ser anulado. Outro erro é que a revogação não
incide sobre atos vinculados.
e) ERRADA. Conforme entendimentos jurisprudenciais, o agente não precisaria devolver a remuneração recebida pelo
trabalho efetivamente prestado, ainda que sua investidura seja ilegal, pois isso caracterizaria enriquecimento sem
causa da Administração.

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Gabarito: alternativa “c”

109. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

Mais de 450 obras executadas com recursos públicos foram interrompidas em um estado. Foi constatado desrespeito às
regras licitatórias, o que possibilitou a emissão de notas fiscais falsas e a participação de empresas não atuantes no
ramo e de empresas inexistentes. Devido a essa situação preocupante, o Tribunal de Contas da União (TCU) fixou prazo
para que se adotassem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei.
A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta:

a) Mesmo que parte dos processos licitatórios tenha sido regular, o TCU pode indicar irregularidades na execução
contratual, como as relativas à forma de pagamento acordada.
b) Para realizar exame de regularidade, o TCU poderá solicitar, até o final do processo licitatório, cópia dos editais de
licitação já publicados e sugerir medidas corretivas pertinentes.
c) Havendo débito, o TCU ou o relator, tendo verificado irregularidades, determinará audiência para que o responsável
apresente as devidas justificativas.
d) Detectada a prática de ilegalidade, cabe ao TCU determinar, de forma autônoma, a sustação imediata dos contratos
firmados.
e) Compete ao TCU averiguar o mau uso de recursos públicos e determinar a quebra do sigilo bancário dos envolvidos.

Comentário:

Vamos analisar cada alternativa:

a) CERTA. O TCU possui competência para fiscalizar atos e contratos dos quais resultem despesas públicas. Sendo
assim, ainda que a licitação (que é um procedimento, ou seja, uma sequência de atos) tenha sido regular, o Tribunal
poderá sim indicar irregularidades na execução do contrato, a exemplo de pagamentos efetuados com base em notas
fiscais falsas.
b) ERRADA. O CEBRASPE considerou a alternativa como errada, com base no disposto no art. 113, §2º da Lei 8.666/93:

Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo
Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração
responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem
prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.
§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos
integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste
artigo.
§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até o
dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado,
obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em
função desse exame, lhes forem determinadas.
Ou seja, conforme a Lei 8.666, o prazo para o TCU solicitar a cópia dos editais para exame seria até o dia útil
imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, e não até o final do processo licitatório. Contudo, a Lei
8.443/92 (Lei Orgânica do TCU) confere ao TCU a prerrogativa de ter acesso a qualquer documento ou informação
necessário ao exercício de sua competência fiscalizatória. Sendo assim, com base na sua Lei Orgânica, o TCU poderia
sim solicitar as cópias dos editais de licitação a qualquer tempo (isso, inclusive, é muito realizado na prática!). Eis alguns
dispositivos da Lei 8.443/92 que amparam esse raciocínio:

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Art. 2° Para o desempenho de sua competência o Tribunal receberá, em cada exercício, o rol de responsáveis e suas
alterações, e outros documentos ou informações que considerar necessários, na forma estabelecida no Regimento
Interno.
Art. 41. Para assegurar a eficácia do controle e para instruir o julgamento das contas, o Tribunal efetuará a fiscalização dos
atos de que resulte receita ou despesa, praticados pelos responsáveis sujeitos à sua jurisdição, competindo-lhe, para tanto,
em especial:
I - acompanhar, pela publicação no Diário Oficial da União, ou por outro meio estabelecido no Regimento Interno:

a) a lei relativa ao plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias, a lei orçamentária anual e a abertura de créditos
adicionais;
b) os editais de licitação, os contratos, inclusive administrativos, e os convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos
congêneres, bem como os atos referidos no art. 38 desta Lei;
Art. 42. Nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado ao Tribunal em suas inspeções ou
auditorias, sob qualquer pretexto.
O Regimento Interno do TCU possui outras disposições que também confirmam a prerrogativa do Tribunal de solicitar
os editais a qualquer tempo. Todavia, conhecendo a banca, penso que o CEBRASPE irá levar em consideração apenas o
que está previsto literalmente na Lei 8.666/93 e, assim, dará a alternativa como ERRADA. Caso isso se confirme,
certamente caberá recurso para anulação da questão.
c) ERRADA. Havendo débito, o correto é que o TCU determine a citação (e não a audiência) do responsável. A audiência
é utilizada para os casos em que não há débito. Mais uma vez, o amparo está na Lei 8.443/92:
Art. 12. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal:

I - definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado;

II - se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar
defesa ou recolher a quantia devida;
III - se não houver débito, determinará a audiência do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento Interno,
apresentar razões de justificativa;
IV - adotará outras medidas cabíveis.

d) ERRADA. A competência para sustar contratos é do Congresso Nacional. O TCU somente poderá sustá-los em caso
de inércia do Congresso ou do Poder Executivo, no prazo de 90 dias. Sendo assim, o TCU não poderá determinar a
sustação dos contratos de forma imediata.
e) ERRADA. Conforme entendimento do STF, o TCU não possui competência para determinar a quebra do sigilo
bancário de seus jurisdicionados.
Gabarito: alternativa “a”

110. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

Com relação ao pedido escrito de informação no âmbito do controle parlamentar, assinale a opção correta:

a) O prazo estipulado para que as informações sejam devidamente prestadas é de trinta dias, cabendo prorrogação por
igual período.
b) A legitimidade ativa para requerer informações por pedido escrito é da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
exclusivamente, sendo vedado o requerimento pelas comissões de cada uma dessas Casas.

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c) É permitido impetrar mandado de segurança a fim de compelir determinada autoridade estatal a prestar as devidas
informações caso a autoridade não tenha atendido ao pedido.
d) O pedido escrito de informação tem por finalidade a obtenção de informações relacionadas com o exercício das
atribuições da administração pública.
e) A legitimidade passiva para o fornecimento de informações é apenas dos ministros de Estado.

Comentário:

A questão cobrou conhecimento do art. 50, §2º da Constituição Federal, que diz o seguinte:

Art. 50 A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado
ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente,
informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação
adequada.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a
Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a
recusa, ou o não-atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
Com base nesse dispositivo, vamos analisar as alternativas:

a) ERRADA. De fato, o prazo é de trinta dias, mas a CF não prevê a possibilidade de prorrogação.

b) ERRADA. Conforme previsto no art. 50:

§2º, as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a
Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo.
Note que o item em análise não cita as Mesas, mas apenas a “Câmara dos Deputados” e o “Senado Federal”, de
maneira genérica. Essa menção genérica torna o item errado, visto que dá a entender que a Câmara e o Senado
poderiam fazer os pedidos escritos por intermédio de qualquer um de seus órgãos internos (ex: Colégio de Líderes,
Secretaria da Mulher, Procuradoria Parlamentar, Conselho de Ética, Ouvidoria etc.), menos pelas comissões (que
também são órgãos), sendo que a CF atribui a legitimidade ativa a apenas um desses órgãos, qual seja, a Mesa.
c) ERRADA. Se a autoridade não atender ao pedido, a CF prevê a imputação de crime de responsabilidade, de cujo
processo não faz parte a impetração de mandado de segurança.
d) CERTA. Conforme o enunciado, a questão em análise está no contexto do controle parlamentar, que é o controle
exercido diretamente pelo Poder Legislativo sobre a Administração Pública. Logo, o pedido escrito deve sim ter por
finalidade a obtenção de informações relacionadas com o exercício das atribuições da Administração Pública sujeitas à
fiscalização do Congresso Nacional (não poderia, por exemplo, referir-se a atividades pessoais do requerido).
e) ERRADA. Conforme previsto no art. 50, §2º, “as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão
encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste
artigo”. Essas outras pessoas seriam “quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da
República”.
Gabarito: alternativa “d”

111. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

No controle administrativo, o meio utilizado para se expressar oposição a atos da administração que afetam direitos ou
interesses legítimos do interessado é denominado:
a) representação.

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b) Fiscalização hierárquica.

c) Pedido de reconsideração.

d) Reclamação.

e) Recursos administrativo.

Comentário:

Essa questão cobrou a classificação do autor Hely Lopes Meirelles para as formas de exercício do direito de petição
pelos administrados, a fim de provocar o controle administrativo. Para o autor, reclamação seria a expressão genérica
que designa qualquer forma de manifestação de discordância ou inconformismo do administrado quanto a um ato ou
omissão da Administração que tenha afetado seus interesses.
Gabarito: alternativa “d”

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Lista de questões – CEBRASPE


1. CEBRASPE – DPE-TO - Defensor Público Substituto – 2022

Acerca do controle da atividade desempenhada pela administração pública, assinale a opção correta.

A) O controle de legalidade dos atos administrativos pelo Poder Judiciário revela-se incompatível com o princípio da
separação dos Poderes.
B) O controle de mérito dos atos administrativos é atribuído exclusivamente ao Poder Judiciário.

C) O controle de legalidade dos atos administrativos pelo Poder Legislativo revela-se incompatível com o princípio da
separação dos Poderes.
D) O controle de legalidade dos atos administrativos é adstrito ao Poder Legislativo.

E) O controle de mérito dos atos administrativos cabe à própria administração pública.

2. CEBRASPE – TC-DF - Auditor Conselheiro Substituto -2021

O Tribunal de Contas do Distrito Federal, ao verificar ato de nomeação ilegal em autarquia jurisdicionada, pode sustá-lo
de imediato; contudo, no caso de contrato administrativo firmado com ilegalidade, a sustação do contrato não pode ser
imediata.

3. CEBRASPE – PGE-AL - Procurador do Estado 2021

Considerando que, após o encerramento de concurso público realizado por determinado município, a câmara de
vereadores tenha nomeado Carlos para o cargo público respectivo, assinale a opção correta, acerca do controle externo
não judicial da administração pública.
A) O ato do tribunal de contas que negue registro de admissão de pessoal pode ser revisto pelo Poder Legislativo
respectivo.
B) Na situação em apreço, configura-se ato complexo de admissão de pessoal, que somente se perfectibiliza após a
apreciação pelo tribunal de contas competente.
C) A análise, pelo tribunal de contas estadual, do ato de admissão de Carlos violaria o princípio federativo, ainda que
inexista tribunal de contas municipal nesse caso.
D) O Ministério Público junto ao tribunal de contas possui autonomia administrativa e financeira, por simetria ao
Ministério Público comum.
E) A apreciação externa, por um tribunal de contas, do ato de admissão de Carlos pode ser formalmente dispensável,
conforme a população existente no município.

4. CEBRASPE – MPE-SC - Promotor de Justiça Substituto – 2021

Sendo o controle externo aquele realizado por órgão que não pertence à estrutura do poder no qual o controle é
realizado, é correto afirmar que o Ministério Público é um importante ator de controle externo da administração
pública.

5. CEBRASPE – SEFAZ-CE - Auditor Fiscal da Receita Estadual – 2021

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Eventual abuso do poder regulamentar pelo Poder Executivo sujeita o transgressor ao controle jurisdicional e ao
exercício da competência extraordinária do Poder Legislativo para sustar os atos administrativos dele decorrentes.

6. CEBRASPE – MPE-AP - Promotor de Justiça Substituto – 2021

Acerca do controle da administração pública e dos seus instrumentos de fiscalização, assinale a opção correta.

A) O atributo da administração pública que fundamenta o controle administrativo é a autoexecutoriedade, que permite
ao poder público corrigir seus atos que contenham irregularidades ou que, por qualquer motivo, não sejam mais
oportunos ou convenientes.
B) O controle externo judicial da administração pública pode incidir sobre os elementos vinculados dos atos
discricionários.
C) Tanto o controle judicial quanto o controle legislativo da administração pública limitam-se ao controle da legalidade
dos atos administrativos.
D) Em razão do princípio da separação de poderes, os órgãos integrantes do Poder Judiciário e o Ministério Público
estão excluídos do controle externo exercido pelos tribunais de contas.
E) A ação popular é um instrumento de controle dos atos administrativos adotado somente para os casos de anulação
de ato lesivo ao patrimônio público.

7. CEBRASPE – Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal – 2021

Determinado agente da Polícia Federal revelou um segredo sobre uma operação policial que seria realizada para deter
uma quadrilha de traficantes. Ele havia se apropriado desse segredo em razão do seu cargo. Tendo a operação
fracassado, a administração da Polícia recebeu uma denúncia sobre o ocorrido e abriu processo administrativo
disciplinar contra o referido servidor.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.

A abertura do processo contra o servidor em questão é considerada controle externo e posterior.

8. CEBRASPE – Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal – 2021

A reclamação para anular ato administrativo que confronte súmula vinculante é uma modalidade de controle externo
da atividade administrativa.

9. CEBRASPE – Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal – 2021

O Poder Judiciário pode revogar atos praticados pelo Poder Executivo eivados de ilegalidade.

10. CEBRASPE – APEX Brasil - Analista - Processos Jurídicos – 2021

Acerca do controle da administração pública, assinale a opção correta.

A) A administração pública pode anular seus próprios atos, ainda que perfeitamente legais, simplesmente por
considerá-los não mais convenientes ou oportunos.
B) O Poder Judiciário tem competência para revogar atos praticados pelo Poder Executivo.

C) A reclamação para anulação de ato administrativo em desconformidade com súmula vinculante é uma modalidade
de controle interno da atividade administrativa.

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D) Nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de controle externo não prevista constitucionalmente.

11. CEBRASPE – PRF - Policial Rodoviário Federal – 2021

Determinado órgão público firmou contrato administrativo com uma empresa de reconhecida especialização no
mercado, para a prestação de serviços de treinamento de pessoal de natureza singular aos seus servidores. Durante a
execução do contrato, a empresa descumpriu uma das cláusulas contratuais. A administração pública, então, aplicou
multa por inexecução parcial do acordado. Insatisfeita, a empresa impetrou mandado de segurança no Poder Judiciário
em face do ato administrativo que aplicara a penalidade sem prévia oitiva.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

A impetração de mandado de segurança configura controle judicial de mérito administrativo.

12. CEBRASPE – TC-DF - Auditor de Controle Externo – Objetiva – 2021

Acerca dos sistemas de controle na administração pública brasileira, julgue o seguinte item.

Considere que o sindicato dos professores de determinado município tenha tomado conhecimento de irregularidades
na aplicação de recursos públicos estaduais destinados à ampliação de um hospital público municipal. Nessa situação, o
sindicato é parte legítima para apresentar denúncia acerca desse fato ao tribunal de contas do estado.

13. CEBRASPE – TC-DF - Auditor de Controle Externo – Objetiva – 2021

Acerca dos sistemas de controle na administração pública brasileira, julgue o seguinte item.

Considere que, durante a apreciação dos atos de admissão de pessoal de uma entidade pública, o tribunal de contas
estadual não tenha analisado as nomeações para os cargos de provimento em comissão. Nessa situação, constitui falha
do tribunal de contas deixar de analisar as citadas nomeações.

14. CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Direito – 2021

O controle legislativo político da administração pública direta e indireta ocorre quando ela é submetida à fiscalização
contábil, financeira, orçamentária e patrimonial, quanto à sua legalidade, economicidade e legitimidade.

15. CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Controle Externo – 2021

Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, não há óbice para que um estado da Federação crie um tribunal
de contas dos municípios daquele estado.

16. CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Controle Externo – 2021

O poder de autotutela permite à administração pública rever os seus próprios atos quando estes forem ilegais,
inoportunos ou inconvenientes; o poder de tutela consiste na fiscalização exercida por órgão da administração direta
sobre entidade da administração indireta, nos termos definidos em lei, para garantir o cumprimento de suas finalidades
institucionais.

17. CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Controle Externo – 2021

Os ministérios públicos dos estados e da União não possuem competência para exercer o controle externo da
administração pública.

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18. CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Ciências contábeis – 2021

Ato administrativo discricionário publicado pelo Poder Executivo de um estado poderá ser objeto de ação judicial,
sendo vedado ao Poder Judiciário apreciar os motivos da elaboração desse ato.

19. CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Ciências contábeis – 2021

A representação e a reclamação administrativas, bem como o pedido de reconsideração de recursos administrativos,


são meios que possibilitam à administração pública exercer o controle de seus atos.

20. CEBRASPE – TJ-PA - Oficial de Justiça – Avaliador – 2020

Acerca do controle da administração pública, julgue os itens a seguir.

I Em nenhuma hipótese é possível a revogação, pelo Poder Judiciário, de atos praticados pelo Poder Executivo.

II A reclamação para anulação de ato administrativo em desconformidade com súmula vinculante é uma modalidade de
controle externo da atividade administrativa.
III Nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de controle externo não prevista constitucionalmente.

Assinale a opção correta.

A) Apenas o item I está certo.

B) Apenas o item II está certo.

C) Apenas os itens I e III estão certos.

D) Apenas os itens II e III estão certos.

E) Todos os itens estão certos.

21. CEBRASPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo – Direito – 2019

A competência para o julgamento das contas do chefe do Executivo é do

A) Poder Legislativo, que deve ser precedido de parecer vinculativo emitido pelo tribunal de contas.

B) Poder Judiciário, que deve ser precedido de parecer prévio e vinculativo do tribunal de contas.

C) Poder Legislativo, que deve ser precedido de parecer prévio e apenas opinativo emitido pelo tribunal de contas.

D) Poder Judiciário, que deve ser precedido de parecer prévio e apenas opinativo emitido pelo tribunal de contas.

E) Tribunal de Contas da União (TCU), exclusivamente.

22. CEBRASPE – MPC-PA - Procurador de Contas – 2019

A respeito do controle da administração pública, assinale a opção correta.

A) Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão sistemas de controle, de forma independente, com a
finalidade de avaliar a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.

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B) O sistema de controle deve ser mantido pelos três poderes de forma integrada, tendo como um dos seus principais
objetivos elaborar e executar a programação financeira da União.
C) Ao Tribunal de Contas da União (TCU) cabe apreciar a legalidade não só das nomeações para os cargos de
provimento em comissão, mas também das concessões de aposentadorias, reformas e pensões.
D) A competência do Congresso Nacional para sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa é uma hipótese de controle de legalidade.
E) Os tribunais de contas atuam de forma independente, exercendo o controle externo e o produto dessa ação destina-
se a auxiliar o Poder Legislativo em sua incumbência constitucional.

23. CEBRASPE – MPC-PA - Assistente Ministerial de Controle Externo

Acerca dos controles interno e externo da administração pública, assinale a opção correta.

A) Cabe ao controle interno auxiliar o Poder Legislativo no julgamento das contas prestadas anualmente pelo
presidente da República.
B) No controle interno, ao verificar se a administração tem respeitado disposições imperativas no exercício de suas
atribuições, dispensa-se a realização do controle de mérito.
C) Os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do Judiciário bem como os atos de gestão de bens e
valores públicos são objetos do controle externo.
D) O controle externo é efetivado por órgão pertencente à mesma estrutura do órgão ou do poder responsável pela
atividade controlada.
E) Hierarquicamente superior ao controle externo, o controle interno é único e atua sobre toda a administração pública.

24. CEBRASPE – PGE-PE - Assistente de Procuradoria – 2019

O controle judicial dos atos administrativos é restrito a aspectos de legalidade, sendo vedada a análise do mérito
administrativo pelo Poder Judiciário.

25. CEBRASPE – PGE-PE - Assistente de Procuradoria – 2019

Tribunais de contas estaduais têm competência para julgar as contas do governador do respectivo estado.

26. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

As comissões parlamentares de inquérito, em regra, têm os mesmos poderes instrutórios que os magistrados possuem
durante a instrução processual penal, com a diferença de que há a possibilidade de exercê-los fora dos limites
constitucionais impostos ao Poder Judiciário.

27. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O Tribunal de Contas da União é órgão auxiliar e subordinado ao Poder Legislativo, cabendo-lhe a prática de atos de
natureza administrativa concernentes a fiscalização.

28. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Cabe ao Congresso Nacional exercer, mediante controle externo, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União.

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29. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O Poder Judiciário e a própria administração pública possuem competência para anular ato administrativo.

30. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O ato administrativo julgado inconveniente poderá ser anulado a critério da administração, caso em que a anulação
terá efeitos retroativos.

31. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Os tipos e as formas de controle da atividade administrativa variam segundo o poder, o órgão ou a autoridade que o
exercita ou o fundamenta.

32. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Quanto ao aspecto controlado, o controle classifica-se em controle de legalidade ou de correção.

33. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

No caso das autarquias e das empresas estatais em geral, o controle é pleno e ilimitado.

34. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

A administração pública, no exercício de suas funções, controla seus próprios atos e se sujeita ao controle dos Poderes
Judiciário, Legislativo e Executivo.

35. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O controle externo é exercido mediante provocação, ao passo que o controle interno é exercido apenas por iniciativa
própria.

36. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O controle externo é efetivado por órgão pertencente à estrutura do órgão responsável pela atividade controlada e
abrange a fiscalização e a correção de atos ilegais.

37. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Compete ao controle interno auxiliar o Poder Legislativo no julgamento das contas prestadas anualmente pelo
presidente da República.

38. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Cabe ao controle interno apoiar o controle externo na sua missão institucional de zelar pela regular aplicação dos
recursos públicos.

39. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Representa hipótese de controle parlamentar a apuração de irregularidades por comissões parlamentares de inquérito.

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40. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O controle parlamentar caracteriza-se como um controle de mérito que visa apreciar a oportunidade ou a conveniência
dos atos praticados pelo Poder Executivo.

41. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Cabe ao TCU fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, excetuados aqueles repassados
mediante convênio.

42. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Em casos de ilegalidade, é permitido ao TCU, no uso de sua função sancionadora, fixar prazo para que o órgão ou a
entidade adote providências necessárias ao exato cumprimento da lei.

43. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Compete ao TCU acompanhar, por meio de auditorias, inspeções e análises, a arrecadação da receita a cargo das
entidades da administração indireta.

44. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

É vedado ao TCU apreciar a constitucionalidade de leis e atos do poder público.

45. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O julgamento das contas prestadas anualmente pelo presidente da República compete à Câmara dos Deputados, com o
auxílio do controle interno.

46. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

Quanto ao órgão que o exerce, o controle pode ser administrativo, legislativo ou judicial.

47. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

O controle administrativo deriva do poder-dever de autotutela que a administração pública tem sobre seus próprios
atos e agentes.

48. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

A competência do Poder Judiciário quanto ao controle restringe-se ao mérito e à legalidade do ato impugnado.

49. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

A competência do Congresso Nacional para sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar constitui hipótese de controle parlamentar.

50. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

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Compete ao Tribunal de Contas da União, entre outras atribuições, representar ao poder competente sobre
irregularidades ou abusos apurados.

51. (CEBRASPE – STJ 2018)

Situação hipotética: Uma prefeitura determinou a cobrança de taxa de funcionamento de estabelecimentos comerciais,
mas os proprietários dos estabelecimentos questionaram a medida sob o argumento de ausência de prova da
fiscalização. Assertiva: De acordo com o STJ, a cobrança é ilícita porque não foi demonstrado o efetivo exercício da
fiscalização.

52. (CEBRASPE – STJ 2018)

Cabe ao Poder Legislativo o poder-dever de controle financeiro das atividades do Poder Executivo, o que implica a
competência daquele para apreciar o mérito do ato administrativo sob o aspecto da economicidade.

53. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

O Controle externo da administração pública

a) pode invalidar atos produzidos que infrinjam a legislação.

b) é competência do Poder Executivo, com auxílio dos tribunais de contas.

c) avalia o comprimento das metas previstas no plano plurianual bem como a execução dos programas de governo e
dos orçamentos da União.
d) é hierarquicamente superior ao controle interno de cada órgão.

e) pode ser realizado de forma ampla e irrestrita.

54. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

O sistema de controle interno, mantido de forma integrada pelos Poderes da União, tem, entre suas finalidades, a
atribuição de:
a) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal na administração direta e indireta.

b) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa.
c) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União.

d) promover a consolidação das contas nacionais

e) elaborar e executar a programação financeira da União

55. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

Vários estados da Federação enfrentavam problemas relacionados à entrega de correspondências: o percentual de


cartas não entregues havia dobrado e, conforme o tipo de encomenda, os atrasos tinham quintuplicado. Em razão
disso, um deputado federal apresentou requerimento de convocação do ministro das Comunicações para que este
prestasse esclarecimentos sobre as principais razões para essa crise dos serviços postais no Brasil. O pedido foi
aprovado pela maioria absoluta do plenário, e foi efetuada a convocação do ministro.

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Nessa situação hipotética, a Câmara Legislativa exerceu o controle:

a) judicial

b) interno

c) prévio

d) administrativo

e) parlamentar

56. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

O controle externo da execução orçamentária da administração pública pelos tribunais de contas

a) compreende a apreciação da legalidade dos atos de que resultem a previsão de receita e a fixação de despesas, assim
como as nomeações para cargo de provimento em comissão.
b) é realizado unicamente por meio de ofício, quando executado na fiscalização de editais de licitação de bens.

c) abrange os órgãos integrantes das administrações direta e indireta, salvo aqueles que executam atividades do Poder
Judiciário.
d) compreende a averiguação da legalidade dos atos de que resulte a arrecadação de receita ou a realização de
despesa.
e) abrange a apreciação, para fins de registro, da legalidade dos atos de nomeação para cargos de provimento em
comissão.

57. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

O tribunal de contas de determinado estado emitiu parecer prévio favorável à aprovação das contas anuais referentes
ao exercício de 2017 do governo de determinado município do estado. O parecer continha uma série de recomendações
que deveriam ser cumpridas, sob pena de reflexos negativos na apreciação das contas relativas ao exercício do ano de
2018.
O parecer prévio é:

a) emitido pelo órgão ao qual compete a fiscalização da prestação de contas anual do município e prevalecerá por
decisão de três quintos dos membros da câmara municipal
b) peça de natureza política que orienta o Poder Legislativo no julgamento das contas prestadas anualmente pelo Poder
Executivo.
c) um meio de controle para provocar o reexame de atos administrativos.

d) um meio de controle inerente ao poder hierárquico

e) peça técnico-jurídica de natureza opinativa cuja finalidade é subsidiar o julgamento das contas pelo Poder
Legislativo.

58. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

Julgue os itens a seguir, à luz da Constituição Federal de 1988 (CF) e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
(STF).

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I – O TCU tem competência para fiscalizar procedimentos de licitação e pode expedir medidas cautelares para prevenir
lesão ao erário.
II – É constitucional norma estadual que estabelece a competência do respectivo tribunal de contas para realizar exame
prévio de validade de contratos firmados pelo poder público.
III – A revogação ou a anulação de aposentadoria já apreciada e registrada pelo TCU prescinde de nova aprovação do
colegiado desse órgão para se confirmar, ao contrário do que ocorre com a anulação dos atos de admissão.
Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.

b) Apenas o item II está certo.

c) Apenas os itens I e III estão certos.

d) Apenas os itens II e III estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

59. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

Proferidas por meio de acórdãos nos quais são consubstanciados os julgamentos de contas e de processos oriundos de
fiscalizações, as decisões do TCU
a) estão sujeitas ao controle do Poder Judiciário, por meio de mandado de segurança de competência originária do STJ.

b) estão sujeitas ao controle do Poder Judiciário, por meio de mandado de segurança de competência originária do STF.

c) são irreformáveis pelo Poder Judiciário, uma vez que o TCU é cúpula da jurisdição administrativa, que não se
confunde com a jurisdição do Poder Judiciário.
d) são reformáveis pelo Poder Judiciário, por meio de recurso extraordinário interposto para o STF.

e) são reformáveis pelo Poder Judiciário, por meio de recurso especial interposto para o STJ.

60. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

Uma sociedade de economia mista da União realizou procedimento licitatório, conforme norma a ela aplicável, para
elaboração de projeto executivo e construção de nova sede da empresa. O procedimento foi encerrado com a
contratação da construtora vencedora. Durante a execução da obra, o gerente responsável pagou à construtora por
etapa ainda não concluída, sob a alegação de que esse pagamento propiciaria o término dos trabalhos em menor prazo.
Em fiscalização, equipe do TCU entendeu que o referido pagamento adiantado contrariava as normas aplicáveis à
execução do contrato.
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) A referida sociedade de economia mista da União é uma empresa estatal que não recebe recursos do Tesouro
Nacional; por conseguinte, o TCU não possui competência para fiscalizar seus atos.
b) O TCU possui competência para fiscalizar os atos dessa sociedade de economia mista da União, devendo tal
fiscalização ser requerida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal.
c) O TCU deve sustar imediatamente o contrato em execução e, na sequência, comunicar o fato ao Congresso Nacional,
para que esse toma as demais providências.

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d) A CF não estabelece, por si, cominações aplicáveis à situação em apreço, mas prevê a possibilidade de aplicação de
multa pelo TCU ao gerente responsável, desde que prevista em lei.
e) O TCU pode, caso verifique ilegalidades, assinar prazo para que a empresa adote as providências para cumprimento
da lei; para isso, no entanto, o tribunal deve ser autorizado pelo Congresso Nacional.

61. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

Compete aos tribunais de contas julgar as contas que envolvam recursos financeiros públicos recebidos por

I - pessoa jurídica de direito público.

II - sociedade empresária não integrante da administração pública.

III - gestor público.

IV - pessoa física.

Assinale a opção correta.

a) Apenas os itens I e II estão certos.

b) Apenas os itens I e III estão certos.

c) Apenas os itens II e IV estão certos.

d) Apenas os itens III e IV estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

62. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

No que tange à fiscalização contábil, financeira e orçamentária, julgue os seguintes itens de acordo com a CF.

I - Na realização da atividade de controle externo do Poder Executivo, cabe ao TCU apreciar as contas prestadas
anualmente pelo presidente da República.
II - Cabe ao TCU apreciar concessões de aposentadorias, reformas e pensões, bem como alterações e melhorias
posteriores desses benefícios, havendo ou não alteração do fundamento legal do ato concessório.
III - O cidadão não possui legitimidade para denunciar diretamente irregularidades ou ilegalidades ao TCU, devendo,
nesses casos, dirigir-se ao MP, que, conforme sua análise, fará o devido encaminhamento da denúncia.
Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.

b) Apenas o item II está certo.

c) Apenas os itens I e III estão certos.

d) Apenas os itens II e III estão certos.

e) Todos os itens estão certos.

63. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

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Em determinado estado da Federação, a assembleia legislativa, por meio de decreto legislativo, sustou ato expedido
pelo governo local, que regulamentava lei estadual para autorizar o Poder Executivo a instituir tratamento excepcional,
mediante concessão de remissão e anistia, cumuladas ou não com parcelamento, para a liquidação de créditos
tributários referentes ao ICMS. A assembleia legislativa entendeu que o ato administrativo excedia o poder da
administração pública de regulamentar a lei estadual. Nessa situação hipotética, a assembleia legislativa exerceu
a) o poder de fiscalização, para derrogar o ato do Poder Executivo.

b) o poder convocatório, para revogar o ato do Poder Executivo.

c) o controle político, para paralisar o ato do Poder Executivo.

d) o controle financeiro, para anular o ato do Poder Executivo.

e) sua função legiferante, para substituir o ato do Poder Executivo.

64. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

O TCE/PB aplicou, ao prefeito de um município do estado, multa em razão de ineficiências verificadas e não corrigidas
durante o acompanhamento e fiscalização de uma execução contratual, as quais geraram prejuízos ao ente municipal.
Nessa situação hipotética, a execução da multa competirá ao
a) Poder Legislativo municipal, mediante a instauração de processo cognitivo no TJ/PB.

b) TCE/PB, no âmbito do mesmo processo, em atenção ao denominado sincretismo processual.

c) MP, no âmbito do próprio TCE/PB.

d) estado da Paraíba, observando-se as regras para a execução de títulos executivos judiciais.

e) município em consideração, observando-se as regras para a execução de títulos executivos extrajudiciais.

65. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

Servidores públicos de determinado estado da Federação iniciaram movimento grevista, motivados pelo atraso no
pagamento de seus vencimentos, na tentativa de regularizar a situação salarial. Inconformado com a paralisação de
atividades que julgava essenciais, o gestor público expediu ato administrativo determinando o desconto do salário dos
servidores grevistas, bem como o processamento da devida anotação funcional.
Nessa situação hipotética, o instrumento processual de controle judicial que o sindicato dos servidores deverá invocar
para suspender o ato administrativo de desconto e anotação dos dias não trabalhados é o
a) mandado de injunção.

b) recurso ordinário.

c) habeas corpus.

d) habeas data.

e) mandado de segurança.

66. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

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O TCU, quando busca promover o aperfeiçoamento da gestão pública por meio do exame da economicidade, eficiência,
eficácia e efetividade de organizações, programas e atividades governamentais, atua, quanto ao controle da atividade
financeira do Estado, na fiscalização
a) patrimonial.

b) orçamentária.

c) contábil.

d) financeira.

e) operacional.

67. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

Tendo em vista que a organização político-administrativa da República brasileira compreende, de forma autônoma, a
União, os estados, o DF e os municípios, assinale a opção correta.
a) A fiscalização pelo sistema de controle interno do município será exercida pelo Poder Legislativo municipal.

b) No tocante à autonomia, a legislação acerca de regras gerais de licitação é estabelecida pelos estados-membros e
deverá ser observada em processos de auditoria interna nos órgãos municipais.
c) A auditoria de controle da câmara municipal, mediante controle externo, é exercida com o auxílio dos TCs do estado
ou do município.
d) A autonomia administrativa constitucionalmente estabelecida permite que os estados ou os municípios criem órgãos
de contas municipais.
e) O município deve prestar contas acerca da arrecadação dos tributos, exceto, em razão da autonomia administrativa,
no que se refere à aplicação de tais rendas nas questões de interesse local.

68. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

Representantes do TCU, em auditoria de procedimento licitatório promovido por uma autarquia federal, após
constatarem a existência de ilegalidades que atentavam contra a economicidade, conseguiram apontar os responsáveis
por dano ao erário, depois de esgotadas todas as fases instrutórias. Todo o procedimento observou os princípios da
ampla defesa e do contraditório. Nessa situação hipotética, o TCU
a) poderá aplicar apenas multa proporcional ao dano ao erário, visto que as demais cominações e sanções previstas
extrapolam a sua competência constitucional.
b) poderá apenas assinar prazo para que a autarquia adote, em relação aos responsáveis, as providências necessárias
para o ressarcimento ao erário e as demais punições cabíveis.
c) deverá comunicar o fato ao Congresso Nacional para que esse órgão, exercendo a sua competência, suste a execução
do processo licitatório.
d) está desobrigado de prestar informações ao Congresso Nacional acerca do resultado apurado na fiscalização, em
razão de sua competência funcional.
e) tem competência para aplicar aos responsáveis pelo dano ao erário as sanções previstas em lei em razão das
ilegalidades apuradas.

69. (CEBRASPE – Técnico MPU 2018)

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Controle interno se refere, sempre, a atos de natureza administrativa.

70. (CEBRASPE – PC/SE 2018)

Tanto a anulação como a revogação retiram do mundo jurídico atos com defeitos e produzem efeitos prospectivos.

71. (CEBRASPE – TCE/PE 2017)

O controle interno pode, por orientação do órgão controlado, deixar de avaliar a adequação dos atos da administração
pública ao princípio da eficiência.

72. (CEBRASPE – TCE/PE 2017)

O controle político exercido pelas comissões parlamentares de inquérito é uma espécie de controle externo de
competência do Poder Legislativo.

73. (CEBRASPE – TCE/PE 2017)

Se o Estado de Pernambuco tomar empréstimo de banco federal para a realização de uma grande obra, o controle
interno dessa operação será realizado pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, ao passo que o controle
externo será realizado pelo Tribunal de Contas da União.

74. (CEBRASPE – TCE/PE 2017)

A despeito de ser um tribunal, uma corte de contas não produz coisa julgada material, de modo que suas decisões
podem ser revistas pelo Poder Judiciário.

75. (CEBRASPE – TCE/PE 2017)

Ao controle externo do estado de Pernambuco compete inspecionar e auditar as unidades administrativas dos poderes,
sendo necessária, para isso, denúncia pelo órgão de controle interno do poder correspondente à unidade administrativa
a ser inspecionada ou auditada.

76. (CEBRASPE – CNJ 2013)

Os órgãos administrativos do Poder Judiciário, no exercício do controle administrativo, podem confirmar ou rever
condutas internas, conforme aspectos de legalidade ou de conveniência e oportunidade.

77. (CEBRASPE – MPTCDF 2013)

O controle administrativo é um controle de legalidade e de mérito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre
suas próprias condutas.

78. (CEBRASPE – MIN 2013)

O controle administrativo tem como fundamento o dever-poder de autotutela que a administração pública tem sobre
suas atividades, atos e agentes, sendo um de seus instrumentos o direito de petição.

79. (CEBRASPE – AFRE/ES 2013)

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O controle exercido por determinado órgão público sobre os seus departamentos denomina-se controle

a) interno.

b) de legalidade.

c) externo.

d) concomitante.

e) provocado.

80. (CEBRASPE – MDIC 2014)

As formas de controle interno na administração pública incluem o controle ministerial, exercido pelos ministérios sobre
os órgãos de sua estrutura interna, e a supervisão ministerial, exercida por determinado ministério sobre as entidades
da administração indireta a ele vinculadas.

81. (CEBRASPE – PM/CE 2014)

Considera-se controle por vinculação o poder de fiscalização e correção que os órgãos da administração centralizada
exercem sobre as pessoas jurídicas que integram a administração indireta.

82. (CEBRASPE – PM/CE 2014)

O controle administrativo sobre os órgãos da administração direta é um controle interno, que permite à administração
pública anular os próprios atos, quando ilegais, ou revogá-los, quando inoportunos ou inconvenientes.

83. (CEBRASPE – TCDF 2014)

Na esfera federal, o controle administrativo é identificado com a supervisão ministerial, que, no caso da administração
indireta, caracteriza a tutela. A sua autonomia, estabelecida nas próprias leis instituidoras, deve ser assegurada, sem
prejuízo da fiscalização na aplicação da receita pública e da atenção com a eficiência e a eficácia no desempenho da
administração.

84. (CEBRASPE – Polícia Federal 2014)

Recursos administrativos são todos os meios utilizáveis pelos administrados para provocar o reexame do ato
administrativo pela administração pública e, pelo fato de o processo administrativo ter impulsão de ofício, tais recursos
não podem ter efeito suspensivo em hipótese alguma.

85. (CEBRASPE – CNJ 2013)

O controle legislativo é a prerrogativa atribuída ao Poder Legislativo de fiscalizar e controlar os atos praticados pelas
entidades integrantes da administração direta, não sendo cabível este tipo de controle em face dos entes que
compõem a administração indireta.

86. (CEBRASPE – TRT10 2013)

Por força do princípio da separação de poderes, não se admite o controle da administração pública pelo Poder
Legislativo.

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87. (CEBRASPE – AGU 2013)

O TCU tem o dever de prestar ao Congresso Nacional, a qualquer de suas Casas ou de suas comissões, informações
sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial que executar, bem como sobre os
resultados das auditorias e inspeções que realizar.

88. (CEBRASPE – AGU 2013)

Uma autoridade pública federal responsável pelo sistema de controle interno que, após tomar conhecimento de uma
irregularidade ou ilegalidade praticada no âmbito do órgão em que atue, dela não der ciência ao TCU estará sujeita a ser
solidariamente responsabilizada pelo ato irregular ou ilegal.

89. (CEBRASPE – Suframa 2014)

Considerando que a SUFRAMA, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
pretenda contratar serviços de consultoria para auxiliar na elaboração do Plano Diretor Plurienal da ZFM, julgue o item
a seguir.
Realizada, a referida contratação estará submetida ao controle do Tribunal de Contas da União, órgão que auxilia o
Congresso Nacional na sua atividade de controle externo.

90. (CEBRASPE – MPTCDF 2013)

As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais,
poderão, por autoridade própria, determinar a busca e apreensão domiciliar de documentos.

91. (CEBRASPE – TRT10 2013)

Portaria de caráter normativo editada pelo Ministério da Educação que seja ilegal poderá ser sustada pelo Congresso
Nacional.

92. (CEBRASPE – CNJ 2013)

A decisão do Tribunal de Contas da União que, dentro de suas atribuições constitucionais, julga ilegal a concessão de
aposentadoria, negando-lhe o registro, possui caráter impositivo e vinculante para a administração.

93. (CEBRASPE – MPTCDF 2013)

O julgamento das contas dos administradores públicos é exercido pela Controladoria Geral da União (CGU), órgão
central de controle interno do Poder Executivo, e seu resultado deve ser informado ao TCU, dentro dos prazos
estabelecidos na legislação vigente.

94. (CEBRASPE – Ministério da Justiça 2013)

O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete, entre outras atribuições, fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a estado, ao Distrito Federal ou a município.

95. (CEBRASPE – CADE 2014)

A função fiscalizatória exercida pelos tribunais de contas dos estados inclui-se entre as hipóteses de controle do Poder
Legislativo sobre os atos da administração pública.

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96. (CEBRASPE – MPTCDF 2013)

Segundo o entendimento firmado no âmbito do STJ, quando se tratar de ato de demissão de servidor público, é
permitido questionar o Poder Judiciário acerca da legalidade da pena a ele imposta, até porque, em tais circunstâncias,
o controle jurisdicional é amplo, no sentido de verificar se há motivação para o ato de demissão.

97. (CEBRASPE – TRT10 2013)

Conforme a jurisprudência, o ato administrativo que impõe sanção disciplinar a servidor público vincula-se aos
princípios da proporcionalidade, dignidade da pessoa humana e culpabilidade. Dessa forma, o controle jurisdicional
desse ato é amplo, não se limitando aos aspectos formais do procedimento sancionatório.

98. (CEBRASPE – TRT10 2013)

Os atos discricionários praticados pela administração pública estão sujeitos ao controle pelo Poder Judiciário quanto à
legalidade formal e substancial, observada a vinculação da administração aos motivos embasadores dos atos por ela
praticados, os quais conferem a eles legitimidade e validade.

99. (CEBRASPE – Ministério da Justiça 2013)

O Poder Judiciário pode examinar atos da administração pública de qualquer natureza, sejam gerais ou individuais,
unilaterais ou bilaterais, vinculados ou discricionários, mas sempre sob os aspectos da legalidade e, também, da
moralidade.

100. (CEBRASPE – Bacen 2013)

O ato discricionário, dada sua natureza, não está sujeito a apreciação judicial.

101. (CEBRASPE – Suframa 2014)

Uma das formas de controle da administração pública é o controle judicial, que incide tanto sobre o mérito quanto
sobre a legalidade dos atos da administração pública.

102. (CEBRASPE – MTE 2014)

Na hipótese de um servidor, que foi demitido pelo ministro do MTE, impetrar mandado de segurança em desfavor
dessa autoridade, estará sendo realizado, por meio do julgamento do mencionado remédio constitucional, o controle
judicial da administração pública.

103. (CEBRASPE – TRT2 – Juiz – 2013)

À luz da lei e da jurisprudência dominante nos tribunais superiores, assinale a opção correta a respeito do controle da
administração pública.
a) Salvo disposição legal específica, é de cinco dias o prazo para a interposição de recurso administrativo.

b) Prescreve em cinco anos, contados da data do ilícito ambiental, a pretensão da administração pública de promover a
execução de multa por infração ambiental.
c) O MP não tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa do patrimônio público.

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d) Segundo a jurisprudência do STF, é pacífico que o TCU, no exercício da competência de controle externo da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadorias, reformas e pensões, não se submete ao prazo decadencial
estabelecido na Lei n.o 9.784/1999, iniciando-se o prazo quinquenal somente após a publicação do registro na imprensa
oficial.
e) Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito, devendo ele ser interposto
perante a autoridade imediatamente superior à que tiver proferido a decisão recorrida, a qual poderá, se entender
necessário, dar vistas dos autos à autoridade que proferiu a decisão, a qual poderá se retratar no prazo de cinco dias.

104. (CEBRASPE – MPTCE/PB 2014)

Acerca do controle da administração pública, assinale a opção correta.

a) O TCU exerce uma função não judicial quando julga as contas dos administradores e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos, nos processos de tomada e prestação de contas anual.
b) O sistema de controle da administração pública veda a aplicação da accountability devido à inexistência de previsão
legal para tal aplicação.
c) O controle da edição do ato administrativo deve ser sempre posterior à sua edição, quando este relacionar-se à
aplicação de recursos públicos.
d) Na estrutura do sistema de controle da administração pública federal, a CGU, órgão de controle interno, é
subordinada ao TCU, órgão de controle externo.
e) O tribunal de contas do estado está subordinado ao Poder Legislativo estadual, em decorrência de delegação da
própria CF e ratificação da constituição estadual.

105. (CEBRASPE – TCE/AC 2009)

Em conformidade com a CF, os atos relacionados a pessoal que são apreciados pelo TCU para fins de registro ou
reexame não incluem:
a) a admissão de pessoal nas empresas públicas.

b) a admissão de pessoal nas fundações instituídas e mantidas pelo poder público.

c) as nomeações para cargo de provimento em comissão na administração direta.

d) a concessão inicial de pensão.

e) as melhorias posteriores em aposentadorias que tenham alterado o fundamento legal da concessão inicial.

106. (CEBRASPE – MPTCE/PB 2014)

No exercício do controle político da administração pública, compete

a) às CPIs apurar irregularidades e determinar sanções.

b) ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar,
sustando, se for o caso, seus efeitos independentemente de prévia manifestação do Poder Judiciário.
c) ao Senado Federal ou à Câmara dos Deputados — excetuadas suas comissões — convocar titulares de órgãos
diretamente subordinados à Presidência da República.
d) privativamente ao Congresso Nacional e ao Senado Federal apreciar, a priori, os atos do Poder Executivo.

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e) ao Senado Federal dispor, por proposta do presidente da República, sobre limites globais e condições para a
operação de créditos externo e interno da União, dos estados, dos municípios e do DF, exceto das autarquias.

107. (CEBRASPE – Auditor TCE/PR 2016)

Acerca da fiscalização contábil, financeira e orçamentária e dos tribunais de contas, assinale a opção correta.

a) Compete ao TCU fiscalizar a aplicação de recursos repassados pela União aos estados ou municípios, quando
decorrentes da participação ou compensação no resultado da exploração de petróleo, xisto betuminoso e gás natural.
b) A Controladoria-Geral da União exerce, juntamente com o TCU, o controle externo do Poder Executivo.

c) Compete ao TCU examinar, previamente, a validade de contratos administrativos celebrados pelo poder público.

d) Não violará a CF a previsão contida em Constituição estadual que confira competência exclusiva à assembleia
legislativa para fiscalizar as contas do respectivo tribunal de contas.
e) Compete ao tribunal de contas fiscalizar a administração direta, autárquica ou fundacional, mas não as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.
Questões avançadas

108. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

Um agente público sem aprovação em concurso público foi nomeado, mediante celebração de contrato de trabalho,
para assumir um cargo em emprego público efetivo, em razão da necessidade de excepcional interesse público.
O referido ato de nomeação poderá ser:

a) anulado pelo Poder Judiciário, que invalidará os atos praticados pelo empregado no desempenho de suas atribuições
funcionais.
b) revogado pelo Poder Judiciário, independentemente de provocação pelo interessado, considerando-se o
menosprezo à exigência de aprovação prévia em concurso público.
c) anulado pela administração pública, de modo que os efeitos da anulação retroajam às suas origens, invalidando-se as
consequências passadas, presentes e futuras do ato anulado.
d) anulado, assim como revogados os atos vinculados, os que tenham exaurido os seus efeitos e os que tenham gerado
direitos subjetivos.
e) anulado, devendo o agente nomeado devolver a remuneração recebida pelo trabalho efetivamente prestado.

109. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

Mais de 450 obras executadas com recursos públicos foram interrompidas em um estado. Foi constatado desrespeito às
regras licitatórias, o que possibilitou a emissão de notas fiscais falsas e a participação de empresas não atuantes no
ramo e de empresas inexistentes. Devido a essa situação preocupante, o Tribunal de Contas da União (TCU) fixou prazo
para que se adotassem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei.
A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta:

a) Mesmo que parte dos processos licitatórios tenha sido regular, o TCU pode indicar irregularidades na execução
contratual, como as relativas à forma de pagamento acordada.
b) Para realizar exame de regularidade, o TCU poderá solicitar, até o final do processo licitatório, cópia dos editais de
licitação já publicados e sugerir medidas corretivas pertinentes.

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c) Havendo débito, o TCU ou o relator, tendo verificado irregularidades, determinará audiência para que o responsável
apresente as devidas justificativas.
d) Detectada a prática de ilegalidade, cabe ao TCU determinar, de forma autônoma, a sustação imediata dos contratos
firmados.
e) Compete ao TCU averiguar o mau uso de recursos públicos e determinar a quebra do sigilo bancário dos envolvidos.

110. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

Com relação ao pedido escrito de informação no âmbito do controle parlamentar, assinale a opção correta:

a) O prazo estipulado para que as informações sejam devidamente prestadas é de trinta dias, cabendo prorrogação por
igual período.
b) A legitimidade ativa para requerer informações por pedido escrito é da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
exclusivamente, sendo vedado o requerimento pelas comissões de cada uma dessas Casas.
c) É permitido impetrar mandado de segurança a fim de compelir determinada autoridade estatal a prestar as devidas
informações caso a autoridade não tenha atendido ao pedido.
d) O pedido escrito de informação tem por finalidade a obtenção de informações relacionadas com o exercício das
atribuições da administração pública.
e) A legitimidade passiva para o fornecimento de informações é apenas dos ministros de Estado.

111. (CEBRASPE – TCE/MG 2018)

No controle administrativo, o meio utilizado para se expressar oposição a atos da administração que afetam direitos ou
interesses legítimos do interessado é denominado:
a) representação.

b) Fiscalização hierárquica.

c) Pedido de reconsideração.

d) Reclamação.

e) Recursos administrativo.

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Gabarito – CEBRASPE
1. E

2. Certo

3. B

4. Certo

5. Certo

6. B

7. Errado

8. Certo

9. Errado

10. D

11. Errado

12. Certo

13. Errado

14. Errado

15. Certo

16. Certo

17. Errado

18. Errado

19. Certo

20. E

21. C

22. E

23. C

24. Errado

25. Errado

26. Errado

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27. Errado

28. Certo

29. Certo

30. Errado

31. Certo

32. Errado

33. Errado

34. Certo

35. Errado

36. Errado

37. Errado

38. Certo

39. Certo

40. Errado

41. Errado

42. Errado

43. Certo

44. Errado

45. Errado

46. Certo

47. Certo

48. Errado

49. Certo

50. Certo

51. Errado

52. Certo

53. A

54. C

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55. E

56. D

57. E

58. A

59. B

60. D

61. E

62. A

63. C

64. E

65. E

66. E

67. C

68. E

69. Certo

70. Errado

71. Errado

72. Certo

73. Errado

74. Certo

75. Errado

76. Certo

77. Errado

78. Certo

79. A

80. Certo

81. Certo

82. Certo

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83. Certo

84. Errado

85. Errado

86. Errado

87. Certo

88. Certo

89. Certo

90. Errado

91. Certo

92. Certo

93. Errado

94. Certo

95. Certo

96. Certo

97. Certo

98. Certo

99. Certo

100. Errado

101. Errado

102. Certo

103. D

104. A

105. C

106. B

107. D

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109. A

110. D

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