Você está na página 1de 211

Aula 6

Agentes Públicos. Disposições doutrinárias e


constitucionais

Noções de Direito Administrativo para


Agente da Polícia Federal - Pré-Edital

Prof. Erick Alves


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Sumário
.......................................................................................................................................................................................

AGENTES PÚBLICOS..................................................................................................................................... 7

AGENTES POLÍTICOS.................................................................................................................................... 9

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 9

AGENTES ADMINISTRATIVOS....................................................................................................................... 10

AGENTES HONORÍFICOS............................................................................................................................... 11

AGENTES DELEGADOS.................................................................................................................................. 12

AGENTES CREDENCIADOS............................................................................................................................ 13

QUESTÕES PARA FIXAR................................................................................................................................ 13

AGENTES DE FATO........................................................................................................................................ 15

ESQUEMATIZANDO.............................................................................................................................................................................................. 15

JURISPRUDÊNCIA.................................................................................................................................................................................................. 15

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 17

NORMAS CONSTITUCIONAIS SOBRE AGENTES PÚBLICOS............................................................................. 18

LEITURA OBRIGATÓRIA........................................................................................................................................................................................ 18

CF, ART. 37 A 41...................................................................................................................................................................................................... 18

CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO....................................................................................................................... 18

ESQUEMATIZANDO...................................................................................................................................... 20

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 20

ACESSO A CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS................................................................................. 23

PRESTE ATENÇÃO!........................................................................................................................................ 23

ESQUEMATIZANDO...................................................................................................................................... 25

CONCURSO PÚBLICO............................................................................................................................................................................................ 26

CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES DE CONFIANÇA..................................................................................... 37

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 37

ESQUEMATIZANDO...................................................................................................................................... 38

CARGOS VITALÍCIOS............................................................................................................................................................................................. 40

CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA....................................................................................................................... 42

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 43

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 44

DIREITO DE ASSOCIAÇÃO SINDICAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS................................................................. 45

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 45

DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS........................................................................................... 46

2 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 46

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 47

SISTEMA REMUNERATÓRIO DOS AGENTES PÚBLICOS.................................................................................. 49

ESQUEMATIZANDO...................................................................................................................................... 50

FIXAÇÃO, ALTERAÇÃO E REVISÃO GERAL ANUAL......................................................................................... 50

APROFUNDANDO......................................................................................................................................... 50

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 51

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 52

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 53

TETO REMUNERATÓRIO............................................................................................................................... 53

PRESTE ATENÇÃO!........................................................................................................................................ 54

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 56

ESQUEMATIZANDO...................................................................................................................................... 57

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 57

LIMITE AOS PODERES LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO......................................................................................... 58

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 58

VEDAÇÃO À VINCULAÇÃO E À EQUIPARAÇÃO DE REMUNERAÇÕES............................................................... 59

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 59

VEDAÇÃO À INCIDÊNCIA CUMULATIVA DE ACRÉSCIMOS PECUNIÁRIOS......................................................... 60

IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS E SUBSÍDIOS...................................................................................... 60

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 61

ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA E SERVIDORES FISCAIS................................................................................. 63

ACUMULAÇÃO DE CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS..................................................................... 64

ACUMULAÇÃO DE CARGOS NA ATIVIDADE.................................................................................................... 64

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 66

TETO REMUNERATÓRIO NA ACUMULAÇÃO DE CARGOS................................................................................ 66

TETO REMUNERATÓRIO NA ACUMULAÇÃO DE REMUNERAÇÃO OU PROVENTOS COM PENSÃO.................... 66

COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS E LIMITE DE 60 HORAS DE JORNADA......................................................... 67

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 67

ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS.......................................................................................... 69

ESQUEMATIZANDO...................................................................................................................................... 70

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 70

MANDATOS ELETIVOS.................................................................................................................................. 72

3 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 73

REGIME JURÍDICO......................................................................................................................................... 74

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 75

ESTABILIDADE.............................................................................................................................................. 76

EFEITOS DA ESTABILIDADE........................................................................................................................... 78

REGIME DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS ESTATUTÁRIOS........................................................ 80

CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................................................................................................. 80

DETALHANDO UM POUCO MAIS.......................................................................................................................................................................... 81

MODALIDADES DE APOSENTADORIA............................................................................................................ 82

VALOR DOS PROVENTOS E DAS PENSÕES.................................................................................................... 86

PRESTE ATENÇÃO!........................................................................................................................................ 86

REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR NA UNIÃO................................................................................. 88

APOSENTADORIAS ESPECIAIS...................................................................................................................... 88

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 89

MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS....................................................... 91

CARGOS PÚBLICOS....................................................................................................................................... 91

DIREITOS SOCIAIS......................................................................................................................................... 92

PRESTE ATENÇÃO!........................................................................................................................................ 92

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 93

NORMAS LEGAIS APLICÁVEIS A SERVIDORES PÚBLICOS............................................................................... 96

PROVIMENTO, POSSE E EXERCÍCIO............................................................................................................... 96

PROVIMENTO ORIGINÁRIO........................................................................................................................... 97

ATENÇÃO!.................................................................................................................................................... 97

PROVIMENTO DERIVADO.............................................................................................................................. 98

APROFUNDANDO......................................................................................................................................... 98

PROMOÇÃO.................................................................................................................................................. 99

READAPTAÇÃO............................................................................................................................................. 100

REVERSÃO.................................................................................................................................................... 100

REINTEGRAÇÃO............................................................................................................................................ 101

DETALHANDO UM POUCO MAIS.................................................................................................................... 102

RECONDUÇÃO.............................................................................................................................................. 102

APROVEITAMENTO....................................................................................................................................... 103

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 104

POSSE.......................................................................................................................................................... 104

4 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 105

EXERCÍCIO.................................................................................................................................................... 106

ESTÁGIO PROBATÓRIO................................................................................................................................. 107

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 108

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 108

VACÂNCIA.................................................................................................................................................... 110

EXONERAÇÃO.............................................................................................................................................. 110

DEMISSÃO.................................................................................................................................................... 111

POSSE EM OUTRO CARGO INACUMULÁVEL................................................................................................... 111

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 112

REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO...................................................................................................................... 114

PRESTE ATENÇÃO!........................................................................................................................................ 114

REMOÇÃO.................................................................................................................................................... 114

REDISTRIBUIÇÃO.......................................................................................................................................... 115

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 116

SUBSTITUIÇÃO............................................................................................................................................. 117

RESPONSABILIDADES................................................................................................................................... 119

JURISPRUDÊNCIA......................................................................................................................................... 120

RESPONSABILIDADE PENAL......................................................................................................................... 121

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA........................................................................................................ 121

COMUNICAÇÃO ENTRE AS INSTÂNCIAS........................................................................................................ 121

PRESTE ATENÇÃO!........................................................................................................................................ 122

COMUNICAÇÃO ENTRE AS INSTÂNCIAS........................................................................................................ 123

QUESTÃO PARA FIXAR.................................................................................................................................. 124

PENALIDADES.............................................................................................................................................. 125

RESUMO DIRECIONADO............................................................................................................................... 126

AGENTES PÚBLICOS..................................................................................................................................... 126

NORMAS CONSTITUCIONAIS ............................................................................................................................................................................... 126

SISTEMA REMUNERATÓRIO DOS AGENTES PÚBLICOS ...................................................................................................................................... 127

MANDATOS ELETIVOS:......................................................................................................................................................................................... 129

REGIME DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS ESTATUTÁRIOS ....................................................... 129

VALOR DOS PROVENTOS E DAS PENSÕES:......................................................................................................................................................... 129

MODALIDADES DE APOSENTADORIA:................................................................................................................................................................. 130

APOSENTADORIAS ESPECIAIS:............................................................................................................................................................................. 130

5 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

NORMAS LEGAIS APLICÁVEIS A SERVIDORES PÚBLICOS ................................................................................................................................... 130

JURISPRUDÊNCIA DA AULA.......................................................................................................................... 134

TESTE A SUA DIREÇÃO.................................................................................................................................. 156

EXERCÍCIOS PARA REVISÃO.......................................................................................................................... 156

GABARITO.................................................................................................................................................... 158

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS...................................................................................................................... 158

QUESTÕES COMENTADAS – CEBRASPE......................................................................................................... 162

LISTA DE QUESTÕES..................................................................................................................................... 196

GABARITO.................................................................................................................................................... 209

6 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Agentes públicos

Todas as atividades do Estado são efetivamente exercidas pelas pessoas físicas lotadas nos diversos órgãos e entidades
governamentais, nas três esferas de Governo (União, Estados, DF e Municípios), nos três Poderes (Executivo,
Legislativo e Judiciário). São os chamados agentes públicos.
Você já deve saber que o Estado é uma pessoa jurídica, e sua atuação depende da atuação material de um indivíduo.
Segundo a teoria do órgão, a vontade estatal é manifestada por meio dos agentes públicos, cuja atuação é imputada ao
Estado.
Assim, quando a Constituição Federal determina, por exemplo, que compete aos entes federados cuidar da saúde e
assistência pública (art. 23, II), ou promover a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico (art. 23, IX),
ela, na verdade, determina que os agentes públicos lotados nas unidades administrativas que integram a União, os
Estados, o DF e os Municípios é que irão desempenhar essas tarefas (Lucas Furtado, 2014, p. 711).
Nessa linha, Hely Lopes Meirelles afirma que agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou
transitoriamente, do exercício de alguma função estatal atribuída a órgão ou a entidade da Administração Pública.
A Lei 8.429/1992 (Lei de improbidade administrativa), por sua vez, apresenta em seu art. 2º o seguinte conceito de
agente público: “o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função“ nos órgãos e entidades da Administração Pública.
A expressão “agente público” é usada em sentido amplo, podendo ser dividida em diversas categorias, as quais variam
de autor para autor.
Maria Sylvia Di Pietro admite a existência de quatro espécies de agentes públicos: os agentes políticos; os servidores
públicos (que se subdividem em servidores estatutários, empregados públicos e servidores temporários); os militares; e
os particulares em colaboração com o poder público.
Celso Antônio Bandeira de Mello divide os agentes públicos em: agentes políticos; servidores estatais (abrangendo
servidores públicos e servidores das pessoas governamentais de direito privado); e particulares em atuação
colaboradora com o poder público.
Para José Santos Carvalho Filho, os servidores podem ser civis e militares; comuns e especiais (na categoria de
servidores especiais, o autor inclui os magistrados e os membros do Ministério Público); estatutários, trabalhistas
e temporários.
Já para Marçal Justen Filho, o gênero é agente estatal. Estes podem manter vínculo de direito público ou de direito
privado. Os que mantêm vínculo de direito público podem ser políticos ou não políticos, podendo estes últimos ainda
se dividir em civis e militares.
Contudo, a classificação mais consagrada é a proposta por Hely Lopes Meirelles, que divide os agentes públicos nas
seguintes categorias:

Agentes políticos

Agentes administrativos

Agentes honoríficos

Agentes delegados

7 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Agentes credenciados

Vejamos então quem são os agentes que se enquadram em cada um desses grupos, seguindo as lições do próprio autor.

8 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Agentes políticos

São os ocupantes dos primeiros escalões do Poder Público, aos quais incumbe a elaboração de normas legais e de
diretrizes de atuação governamental, assim como as funções de direção, orientação e supervisão geral da
Administração Pública.
São agentes políticos:

Chefes do Executivo (Presidente da República, governadores e prefeitos).

Auxiliares imediatos dos chefes do Executivo (ministros, secretários estaduais e municipais).

Membros do Poder Legislativo (senadores, deputados e vereadores).

Parte da doutrina, incluindo Hely Lopes Meirelles, considera que também são agentes políticos os membros da
magistratura (juízes, desembargadores e ministros de tribunais superiores), os membros do Ministério Público
(promotores de justiça e procuradores da República), os membros dos Tribunais de Contas (ministros e conselheiros) e
os representantes diplomáticos.

Jurisprudência

Quanto aos Conselheiros dos Tribunais de Contas, vale saber que o STF, pelo menos uma vez, se manifestou
classificando-os como agentes administrativos, haja vista que exercem a função de auxiliar do Legislativo no controle
da Administração Pública (Rcl 6.702/PR). Por conta desse entendimento, o Supremo considerou que a nomeação dos
Conselheiros dos Tribunais de Contas deve se submeter aos preceitos da Súmula Vinculante nº 13, que veda a prática
de nepotismo, mas não alcança a nomeação de agentes políticos.

Uma característica peculiar dos agentes políticos é que atuam com plena liberdade funcional, desempenhando suas
atribuições com prerrogativas e responsabilidades estabelecidas na própria Constituição ou em leis especiais. Para
tanto, não se sujeitam a eventual responsabilização civil por seus eventuais erros de atuação, a menos que tenham
agido com culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder.
Outro ponto de destaque é que os agentes políticos não são hierarquizados, sujeitando-se apenas às regras
constitucionais. A exceção, no caso, são os ministros e secretários estaduais e municipais, ligados ao chefe do Executivo
por uma relação de hierarquia.

9 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Agentes administrativos

São todos aqueles que se vinculam aos órgãos e entidades da Administração Pública por relações profissionais
e remuneradas, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico determinado pela entidade estatal a que servem.
Essa terminologia também se deve ao fato de desempenharem atividades administrativas.
Podem ser assim classificados:

Servidores públicos: são os agentes que mantêm relação funcional com o Estado em regime estatutário
(isto é, de natureza legal, e não contratual); são os titulares de cargos públicos, efetivos ou em comissão,
sempre sujeitos a regime jurídico de direito público. São exemplos os servidores dos órgãos da
Administração Direta Federal, a exemplo dos Auditores e Analistas Tributários da Receita Federal, dos
Auditores Federais de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, dos gestores do Poder Executivo etc.
Empregados públicos: são os agentes que mantêm relação funcional com o Estado em regime contratual
trabalhista (celetista), regido pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT; são ocupantes de empregos
públicos, sujeitos, predominantemente, a regime jurídico de direito privado, mas submetendo-se a
algumas normas constitucionais aplicáveis à Administração Pública em geral, como os requisitos para
investidura e acumulação de cargos. São exemplos os empregados das empresas públicas e sociedades de
economia mista, como Correios, Caixa Econômica, Banco do Brasil, Petrobras etc.
Temporários: são os agentes contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público, nos termos do art. 37, IX da CF; não têm cargo público nem emprego público;
exercem uma função pública remunerada e temporária; mantêm vínculo contratual com a Administração
Pública, mas não de natureza trabalhista ou celetista; na verdade, trata-se de um contrato especial de
direito público, disciplinado em lei de cada unidade da federação. São exemplos os recenseadores
contratados pelo IBGE para auxiliar na realização dos censos, o pessoal contratado para auxiliar em situações
de calamidade pública, os professores substitutos, dentre outros

10 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Agentes honoríficos

São cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar, transitoriamente, determinados serviços relevantes
ao Estado, em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória capacidade profissional, mas sem
qualquer vínculo empregatício ou estatutário e, normalmente, sem remuneração.
Exemplos de agentes honoríficos são os jurados, os mesários eleitorais, os membros dos Conselhos Tutelares dentre
outros.
Ressalte-se que os agentes honoríficos não são servidores ou empregados públicos, mas, momentaneamente, exercem
uma função pública. Por isso, enquanto desempenham essa função, devem se sujeitar à hierarquia e disciplina do órgão
a que estão servindo. Ademais, para fins penais, são equiparados a “funcionários públicos” quanto aos crimes
relacionados com o exercício da função.

11 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Agentes delegados

São particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o
realizam em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob sua permanente fiscalização.
A remuneração que recebem não é paga pelos cofres públicos, e sim pelos usuários do serviço.
Nessa categoria encontram-se os funcionários das concessionárias e permissionárias de obras e serviços públicos, os
leiloeiros, os que exercem serviços notariais e de registro, os tradutores e intérpretes públicos e demais pessoas que
colaboram com o Poder Público (descentralização por colaboração).
Esses agentes, sempre que lesarem interesses alheios no exercício da atividade delegada, sujeitam-se
à responsabilidade civil objetiva[1] (CF, art. 37, §6º) e ao mandado de segurança (CF, art. 5º, LXIX). Ademais, também
se enquadram como “funcionários públicos” para fins penais.

[1] Os notários constituem exceção a essa regra, pois, segundo o art. 22 da Lei 13.286/2016, se sujeitam à
responsabilidade civil subjetiva.

12 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Agentes credenciados

São os que recebem a incumbência da Administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa
atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante. Como exemplo, pode-se citar
determinada pessoa de renome que tenha sido designada para representar o Brasil em um evento internacional (ex:
Pelé e Ronaldo na organização da Copa do Mundo).

Questões para fixar


Os particulares, ao colaborarem com o poder público, ainda que em caráter episódico, como os jurados do tribunal do
júri e os mesários durante as eleições, são considerados agentes públicos.
Comentário:

O quesito está correto. Os cidadãos convocados para exercer a função pública de jurados do tribunal do júri ou de
mesários durante as eleições se enquadram na categoria de agentes honoríficos. Ressalte-se que os agentes
honoríficos, em regra, não são remunerados em espécie, mas podem receber compensações, a exemplo de folgas no
trabalho.
Gabarito: Certo

Os ministros de Estado são considerados agentes políticos, dado que integram os mais altos escalões do poder público.
Comentário:

Os ministros de Estado, assim como os Secretários estaduais e municipais, os chefes do Executivo e os membros do
Legislativo são considerados agentes políticos, pois integram os primeiros escalões do Poder Público, se incumbindo
da elaboração de normas legais e de diretrizes de atuação governamental, assim como as funções de direção,
orientação e supervisão geral da Administração Pública.
Gabarito: Certo

Considere que determinado cidadão tenha sido convocado como mesário em um pleito eleitoral. Nessa situação
hipotética, no exercício de suas atribuições, ele deve ser considerado agente político e, para fins penais, funcionário
público.
Comentário:

Os mesários das eleições são considerados agentes honoríficos, e não agentes políticos, daí o erro. Todavia, é certo que
os agentes honoríficos são considerados “funcionários públicos” para fins penais, no que tange aos crimes relacionados
ao exercício da função.
Gabarito: Errado

13 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Considera-se agente público aquele que exerce, mesmo que transitoriamente, cargo, emprego ou função pública,
sempre mediante remuneração pelo serviço prestado.
Comentário:

Existem agentes públicos que não recebem remuneração pelo serviço prestado, a exemplo dos agentes honoríficos
(mesários e membros do júri).
Gabarito: Errado

14 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Agentes de fato
Afora as categorias anteriormente apresentadas, a doutrina costuma dar destaque aos agentes de fato, isto é, aqueles
que se investem da função pública de forma emergencial ou irregular. A nomenclatura “agentes de fato” é empregada
justamente para distingui-los dos “agentes de direito” (Carvalho Filho, 2014, p. 597).
Os agentes de fato podem ser classificados em necessários e putativos. Os necessários exercem a função em razão
de situações excepcionais, como, por exemplo, alguém que preste auxílio durante calamidades públicas, atuando
como se fosse um “bombeiro militar”. Já os putativos são os que têm aparência de agente público, sem o ser de direito.
É o caso de um servidor sem curso superior que pratica inúmeros atos de administração em cargo que possui como
requisito para investidura o curso superior.
Em regra, os atos produzidos pelos agentes de fato são válidos, pois, apesar de a sua investidura ter sido irregular, tudo
levaria a crer que seriam agentes públicos. Trata-se da chamada teoria da aparência, pela qual os atos dos agentes de
fato devem ser convalidados, pois, aparentemente, na visão de terceiros de boa-fé, seriam agentes públicos de direito.
Cumpre registrar que, embora a investidura seja irregular, os agentes putativos trabalharam em suas funções, e, por
isso, não há que se falar de devolução da remuneração que receberam como retribuição pecuniária; de outra forma, a
Administração se beneficiaria de enriquecimento sem causa.

Esquematizando

Jurisprudência

De acordo com o entendimento do STJ (Info 688), os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro
administrativo (operacional ou de cálculo), não embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela

15 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Administração, estão sujeitos à devolução, ressalvadas as hipóteses em que o servidor, diante do caso
concreto, comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo com demonstração de que não lhe era possível constatar o
pagamento indevido.
Então, é o seguinte: se os pagamentos indevidos aos servidores públicos:

1. foram decorrentes de erro administrativo (operacional ou de cálculo); e

2. não tenham sido pagos por interpretação errônea ou equivocada da lei pela Administração...

... então esses pagamentos estão sujeitos à devolução, ou seja, o agente vai ter que devolver.

No entanto, exceção é feita, isto é, o servidor não terá que devolver os pagamentos indevidos quando:

• restar comprovada a boa-fé objetiva do servidor; e

• restar demonstrado que não era possível que o servidor constatasse que houve um pagamento indevido.

Agora que tal resumir todas essas espécies em uma tabela?

16 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Questão para fixar

É possível que um indivíduo, mesmo sem ter uma investidura normal e regular, execute uma função pública em nome
do Estado.
Comentário:

Em homenagem ao princípio da proteção à confiança, é possível que um indivíduo, mesmo sem ter uma investidura
normal e regular, execute uma função pública em nome do Estado. A doutrina classifica essas pessoas como agentes de
fato, pois praticam atos administrativos sem serem agentes de direito. Como exemplo, pode-se citar o agente investido
de forma irregular que recebe tributos pagos por contribuintes. Ora, os contribuintes são terceiros de boa-fé e fizeram
os pagamentos a alguém que tinha efetivamente a aparência de servidor legitimamente investido. Sendo assim, as
quitações são consideradas válidas, devendo a Administração convalidar os atos praticados pelo agente de fato.
Gabarito: Certo

17 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Normas constitucionais sobre agentes públicos

LEITURA OBRIGATÓRIA
CF, art. 37 a 41

As principais disposições constitucionais relativas aos agentes públicos estão nos artigos 37 a 41 da Constituição
Federal. Em seguida, vamos estudar esses dispositivos. Antes, porém, cumpre apresentar os conceitos
de cargo, emprego e função.

Cargo, emprego e função


No âmbito da Administração Pública, os agentes públicos ocupam cargos ou empregos ou exercem função.

Cargo público é o lugar ou posição jurídica a ser ocupado pelo agente na estrutura da Administração[1]. Quando um
indivíduo é aprovado no concurso da Receita Federal, por exemplo, ele passa a ocupar um dos respectivos cargos do
órgão, como o cargo de Auditor-Fiscal ou o de Analista Tributário.
A Lei 8.112/1990 assim estabelece o conceito de cargo público:

Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional


que devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação
própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

A todo cargo são atribuídas uma série de responsabilidades ou funções públicas. Porém, veremos que nem toda
função corresponde a um cargo (ex: funções exercidas por servidores temporários).
A existência do cargo público remete à adoção de regime jurídico estatutário, vale dizer, a relação jurídica entre o
agente e o Estado é definida diretamente por uma lei, de que seriam exemplos os servidores públicos regidos pela Lei
8.112/1990, os magistrados regidos pela LC 35/1979 e os membros do Ministério Público regidos pela LC 75/1993. Nessas
situações, o lugar a ser ocupado pelo agente na Administração é um cargo público.

Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos dos órgãos e entidades de direito público,
isto é, administração direta, autarquias e fundações públicas.

O cargo público pode ser de provimento efetivo, mediante concurso público e passível de aquisição de estabilidade,
ou em comissão, de livre nomeação e exoneração (natureza “ad nutum”). Ressalte-se que mesmo os cargos em
comissão são estatutários, muito embora seu regime de previdência seja o regime geral aplicável aos empregados
celetistas.

18 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

O emprego público, por sua vez, também designa um lugar a ser ocupado pelo agente público na estrutura da
Administração. Diferencia-se do cargo público em razão do regime jurídico aplicável: o ocupante de emprego público
tem um vínculo contratual, sob a regência da CLT, enquanto o ocupante do cargo público, como visto, tem um vínculo
estatutário, disciplinado diretamente por uma lei específica.

Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos da Administração direta e indireta; são
mais comuns nas entidades administrativas de direito privado, isto é, empresas públicas, sociedades
de economia mista e fundações públicas de direito privado.

A rigor, o regime jurídico dos empregados públicos é híbrido. De fato, não obstante observem a legislação trabalhista
prevista na CLT, os empregados públicos devem se submeter a algumas normas de direito público, a exemplo
do concurso público e da necessidade de que haja a devida motivação para sua demissão[2].
Já a função pública constitui o conjunto de atribuições às quais não necessariamente corresponde um cargo ou
emprego. Trata-se, portanto, de um conceito residual. Na Constituição Federal, abrange apenas duas situações:

as funções exercidas por servidores temporários, contratados por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 37, IX);
as funções de natureza permanente, correspondentes a chefia, direção, assessoramento ou outro tipo de
atividade para a qual o legislador não crie cargo respectivo; em geral, são funções de confiança, de livre
provimento e exoneração (art. 37, V).

Nas hipóteses de contratação temporária, o agente público exerce atribuições públicas como mero prestador de
serviço, mas sem ocupar um local (cargo ou emprego) na estrutura da Administração Pública. Veja-se, por exemplo,
que o professor de uma universidade pública contratado em regime temporário (professor substituto) desempenha as
mesmas atribuições do professor ocupante de cargo público, mas, diferentemente deste, não ocupa um lugar na
estrutura administrativa da entidade.
Por sua vez, as funções de confiança devem ser exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo. O
servidor designado para exercer atividade de chefia, direção ou assessoramento deixa de exercer as atribuições do seu
cargo e passa a exercer as atribuições relativas à função de confiança.
Em regra, a criação dos cargos, empregos e funções depende de lei.

19 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

No caso dos cargos, a lei deve apontar os elementos necessários à sua identificação, lhes conferindo denominação
própria, definindo suas atribuições e fixando o padrão de vencimento ou remuneração.
Quanto às funções, essa exigência de lei para criação refere-se tão-somente às funções de confiança, não se aplicando
para as funções temporárias.
Aliás, conforme salienta Maria Sylvia Di Pietro, há uma série de normas constitucionais que, ao fazerem referência a
cargo, emprego ou função, estão se referindo apenas às funções de confiança e não às funções temporárias. Além da
exigência de lei para criação, também é o caso, por exemplo, do art. 38, que prevê o afastamento do cargo, emprego
ou função para o exercício de mandato.

Esquematizando

Questão para fixar

O cargo público, cujo provimento se dá em caráter efetivo ou em comissão, só pode ser criado por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos.
Comentário:

O quesito está correto, nos termos do art. 3º, parágrafo único da Lei 8.112/1990:

Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional


que devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo

20 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

ou em comissão.

Gabarito: Certo

Servidor público estatutário é aquele submetido a um diploma legal específico e que ocupa cargo público da
administração direta e indireta, como autarquias, fundações e empresas públicas.
Comentário:

O servidor público estatutário é aquele submetido a um diploma legal específico e que ocupa cargo público da
administração direta e indireta; na indireta, os servidores estatutários encontram-se, especificamente, nas entidades
de direito público (autarquias e fundações públicas), e não nas de direito privado (empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações públicas de direito privado), as quais são constituídas por empregados públicos
celetistas.
Gabarito: Errado

Nas empresas públicas e sociedades de economia mista, não existem cargos públicos, mas somente empregos
públicos.
Comentário:

O quesito está correto. Os cargos públicos, de provimento efetivo ou em comissão, ocupados por servidores públicos
estatutários, estão presentes nos órgãos e entidades de direito público (administração direta, autarquias e fundações
públicas). Já os empregos públicos, ocupados por empregados públicos celetistas, estão presentes nas entidades
administrativas de direito privado (empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito
privado).
Por oportuno, saliente-se que os dirigentes das empresas estatais (diretores e membros do conselho de
administração) não são empregados públicos celetistas. Eles constituem uma categoria à parte, regidos por leis
específicas, como o Código Civil e a Lei 6.404/1976 (Lei das S/A).
Gabarito: Certo

A criação de cargos públicos é competência do Congresso Nacional, que a exara por meio de lei. No entanto, a iniciativa
desse tipo de lei é privativa do presidente da República.
Comentário:

É certo que, em regra, a criação e a extinção de cargos públicos deve ser feita por lei. Porém, a iniciativa privativa do
Presidente da República refere-se apenas aos cargos do Poder Executivo federal (CF, art. 61, §1º, II, “a”). No Poder
Judiciário, a criação e a extinção de cargos depende de lei de iniciativa privativa do STF, dos Tribunais Superiores e dos
Tribunais de Justiça (CF, art. 96, II, “b”). Já no Poder Legislativo federal, a criação ou extinção de cargos não é feita
mediante lei, e sim por resolução da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF, art. 51, IV e art. 52, XIII).
Gabarito: Errado

Os litígios que envolvam os servidores públicos estatutários e celetistas devem ser dirimidos na Justiça do Trabalho,
especializada em dirimir conflitos entre trabalhadores e empregadores.
Comentário:

21 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

A Justiça do Trabalho é competente para dirimir conflitos apenas entre a Administração e os empregados celetistas.
Já os litígios envolvendo servidores estatutários são resolvidos na Justiça Comum (federal e estadual, conforme o
caso). Por oportuno, ressalte-se que as lides envolvendo agentes públicos temporários também são da competência
da Justiça Comum.
Gabarito: Errado

O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, mas não exime a entidade beneficiária desse serviço da obrigação
de natureza previdenciária.
Comentário:

O serviço voluntário (que não se confunde com o serviço temporário) prestado por pessoa física a entidade pública ou
privada é disciplinado pela Lei 9.608/1998. Vejamos o que diz o art. 1º da lei:

Art. 1º Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada por
pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos,
que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social,
inclusive mutualidade.
Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza
trabalhista previdenciária ou afim.

Gabarito: Errado

[1] Lucas Furtado (2014, p. 715).


[2] Ressalte-se, porém, que os empregados públicos não possuem estabilidade, direito reservado aos servidores
estatutários. Eles podem, inclusive, ser demitidos sem justa causa, desde que haja a devida motivação e lhes seja
garantido o contraditório e a ampla defesa.

22 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Acesso a cargos, empregos e funções públicas


O inciso I do art. 37 da CF informa que os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis a brasileiros
e estrangeiros:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

No caso dos brasileiros – natos ou naturalizados – basta o atendimento aos requisitos da lei para que possam acessar os
cargos, empregos e funções públicas.

Preste atenção!

Existem cargos que são privativos de brasileiro nato (CF, art. 12, §3º), vale dizer, são cargos que não podem ser
ocupados por brasileiro naturalizado, muito menos por estrangeiro.
São eles: Presidente e Vice-Presidente da República; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado
Federal; Ministro do Supremo Tribunal Federal; carreira diplomática; oficial das Forças Armadas; Ministro de Estado da
Defesa.

Já o acesso dos estrangeiros aos quadros públicos deve ocorrer “na forma da lei”, ou seja, trata-se de norma
constitucional de eficácia limitada (norma não autoaplicável), dependendo da edição de lei regulamentadora para
produzir efeitos (RE 544.655/MG). Portanto, antes do advento da referida lei, os estrangeiros ficam impossibilitados de
ocupar cargos, empregos e funções públicas. Ressalte-se que a norma regulamentadora de que trata o art. 37, I da
CF não é da competência privativa da União, vale dizer, cada Estado-membro deve editar sua própria lei sobre o tema (AI
590.663/RR).
Por meio do inciso I do art. 37, a Constituição da República garante o direito de amplo acesso aos cargos, empregos e
funções públicas.
Não obstante, ao condicionar o acesso à satisfação dos “requisitos estabelecidos em lei”, a Carta Magna permite que se
imponham certas restrições a esse acesso, como requisitos de idade, altura e sexo, de acordo com a natureza do cargo
(art. 39, § 3º).
A restrição eventualmente imposta ao acesso a determinado cargo público deve sempre guardar correspondência com
a real necessidade para o exercício da função. Em outras palavras, a lei, ao estabelecer os requisitos para acesso aos
cargos, empregos e funções públicas deve observar os princípios da isonomia, razoabilidade e impessoalidade. Para
tanto, não pode instituir exigências desarrazoadas ou discriminatórias, que não guardem consonância com a atividade a
ser exercida pelo agente.
Nesse sentido, a Súmula 683 do STF preceitua que:

23 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando
possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

Na mesma linha, a jurisprudência do Supremo se firmou no sentido de que a “imposição de discrímen de gênero, para
fins de concurso público, só é compatível com a Constituição nos excepcionais casos em que reste inafastável a
fundamentação proporcional e a legalidade da imposição”. Por esse entendimento, o STF não admite que se obste a
participação de mulheres nos concursos públicos para acesso aos quadros da polícia militar sem que haja qualquer
justificava na legislação de regência, tampouco no edital (RE 528.684/MS).
De outro lado, o STF entende que é razoável a exigência de altura mínima para cargos da área de segurança, “desde
que prevista em lei no sentido formal e material, bem como no edital que regule o concurso”, pois tal exigência é
compatível com a natureza das atribuições do cargo.
Na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) é firme o entendimento de que é possível a definição de limite
máximo e mínimo de idade, sexo e altura para o ingresso na carreira militar, levando-se em conta as peculiaridades
da atividade exercida, “desde que haja previsão lei específica e no edital do concurso público” (AgRg no RMS 41.515/BA e
RMS 44.127/AC).
Importante ressaltar que qualquer exigência de natureza discriminatória a restringir o acesso ao serviço público, como
limites de idade, altura, sexo e exigências de experiência profissional, deve ser estabelecida mediante lei, e não apenas
no edital do concurso. Isso porque o edital do concurso público não é instrumento idôneo para impor condições para a
participação no certame; para que uma imposição dessa natureza seja legítima, é imprescindível a previsão em lei.
Mais que isso, é necessário que a própria lei observe os princípios da isonomia, razoabilidade e impessoalidade no que
tange à compatibilidade da exigência com as atribuições do cargo (Ver Súmula STF 14 e Súmula STF 686).
Veja-se, como exemplo, a Súmula Vinculante 44 do STF:

Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público

Além de ser previsto em lei, o exame psicotécnico a ser aplicado em concurso público deverá observar critérios
objetivos de reconhecido caráter científico, a fim de viabilizar a interposição de recurso administrativo e o controle
jurisdicional da legalidade e da razoabilidade dos parâmetros estabelecidos.
Em regra, quando a lei impõe determinada condição para o exercício de cargo público, a exemplo da demonstração de
experiência profissional prévia ou de escolaridade mínima, a verificação da situação do candidato deve ocorrer no ato
da posse, e não no ato de inscrição no concurso ou em qualquer de suas etapas.
Por exemplo, um candidato pode se inscrever e prestar concurso que exija nível superior de escolaridade ainda que não
tenha terminado seu curso na universidade. O que importa para o cumprimento do requisito legal é a existência da
habilitação plena no ato da posse, ocasião em que o candidato deverá demonstrar que concluiu o curso superior para
ter condições de assumir a vaga.
Exceção a essa regra refere-se à verificação dos requisitos para ingresso nos cargos de juiz e de membro do Ministério
Público, tanto federais quanto estaduais. A Constituição exige para o preenchimento desses cargos que o candidato

24 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

seja bacharel em direito e que comprove, no mínimo, três anos de atividade jurídica (CF, art. 93, I e art. 129, §3º). Ao
contrário do entendimento aplicável aos demais cargos públicos (de verificação no ato da posse), o Supremo Tribunal
Federal definiu que os três anos de atividade jurídica pressupõem a conclusão do curso de bacharelado em Direito (ou
seja, não contam eventuais trabalhos na área jurídica executados antes do término do curso, como estagiário ou como
servidor público que desenvolva atividades na área, por exemplo) e que a comprovação desse requisito deve ocorrer
na data da inscrição no concurso e não em momento posterior (MS 26.681/DF).
Outra exceção presente na jurisprudência do Supremo é quanto à comprovação do limite máximo de idade para
provimento no cargo. Essa exigência geralmente é feita nos concursos para carreiras militares e policiais. O Supremo
Tribunal firmou o entendimento de que a comprovação do requisito etário estabelecido na lei deve ocorrer
no momento da inscrição no certame, e não em momento posterior, tendo em vista a impossibilidade de dimensionar
o período que será transcorrido entre a abertura das inscrições do concurso público e sua efetiva homologação (ARE
685.870-AgR). Assim, segundo o Supremo, num concurso que exija idade inferior a 30 anos, por exemplo, é possível dar
posse a candidato com 31 anos, desde que ele tivesse 30 por ocasião da inscrição no certame.

Esquematizando

Momento para comprovar requisitos em concursos públicos:

Regra: no ato da posse.

Exceções: no ato da inscrição no concurso, nos seguintes casos:

Três anos de atividade jurídica para os cargos de juiz, membro do MP.

Limite máximo de idade (comum nas carreiras policiais e militares).

25 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Concurso público
Para ocupar cargos e empregos públicos efetivos é obrigatória a aprovação prévia em concurso público:

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público


de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;

O concurso público é o mecanismo utilizado para se concretizar o princípio da isonomia no acesso ao serviço público.
Por essa razão, ele deve ser acessível ao público em geral, deve ser amplamente divulgado e os critérios de escolha
devem ser claros, objetivos e previamente definidos. Nesse sentido, a Lei 8.112/1990 dispõe que “o prazo de validade
do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e
em jornal diário de grande circulação”.
A exigência de concurso público aplica-se à nomeação para cargos ou empregos públicos (funções não!)
de provimento efetivo, abrangendo tanto os cargos das entidades de direito público como os empregos públicos das
entidades administrativas de direito privado, integrantes da administração indireta.

Os conselhos de fiscalização profissional, posto que autarquias criadas por lei e ostentando
personalidade jurídica de direito público, exercendo atividade tipicamente pública, qual seja, a
fiscalização do exercício profissional, submetem-se às regras encartadas no art. 37, II, da CB/1988,
quando da contratação de servidores (RE 539.224, julgamento em 22-5-2012; no mesmo sentido:
MS 26.424, julgamento em 19-2-2013). Ou seja, os conselhos profissionais devem realizar concurso
público.

De outro lado, a aprovação em concurso público não é exigida para:

Principais exceções à regra do concurso público:

Nomeação para cargos em comissão, os quais, por definição, são de livre nomeação e exoneração com
base em critérios subjetivos da autoridade competente (CF, art. 37, II).
Contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público (CF, art. 37, IX).
Contratação de agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias, os quais devem ser
admitidos por meio de “processo seletivo simplificado”, que não se confunde com concurso público (CF, art.
198, §4º).
Cargos eletivos (prefeitos, governadores, deputados etc.);

Ex-combatentes (art. 53, I do ADCT).

Nos termos do art. 37, inciso II, o concurso público deve ser sempre de “provas” ou de “provas e títulos”. Portanto,
não se admite concurso público em que não se realize provas, vale dizer, que sejam baseados apenas na análise de
títulos ou currículos. Ou o concurso é só de provas ou é de provas e títulos.
Para ser considerado de “provas e títulos”, os títulos devem servir como critério de classificação, e não apenas como
requisito de habilitação. Por exemplo, é de “provas e títulos” um concurso que apresente fase específica de atribuição
de pontos a cada título de mestrado, doutorado ou de proficiência em língua estrangeira apresentado pelo candidato, e
essa fase influencia na classificação do certame; por outro lado, um concurso que apenas exige formação específica em

26 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

determinada área como requisito para a posse, e não contém fase de atribuição de pontos para títulos adicionais, é um
concurso de provas, apenas.

Preste atenção!
A própria Constituição Federal lista alguns cargos cujo ingresso depende, necessariamente, de
aprovação prévia em concurso público de provas e títulos.
São eles: membros da magistratura (art. 93, I); membros do Ministério Público (art. 129, §3º);
integrantes da Advocacia Pública (art. 131, §2º e art. 132); integrantes das Defensorias Públicas
(art. 134, §1º); profissionais da educação escolar das redes públicas (art. 206, V).

A exigência de títulos como critério de classificação dos candidatos deve guardar relação com as atribuições do cargo
ou emprego. Um exemplo exagerado e contrário a essa regra seria um concurso para perito contábil atribuir pontos
para títulos na área de engenharia e não para certificações na área de contabilidade.
Conforme o entendimento do STF (ADI 3.522/RS), a pontuação atribuída aos títulos deve observar os princípios
da razoabilidade e da proporcionalidade, a fim de evitar a supervalorização dessa etapa. Com efeito, a valoração dos
títulos em concurso público é subsidiária à avaliação intelectual em prova, vale dizer, os títulos não podem se tornar o
verdadeiro critério de seleção dos candidatos, sob pena de ofensa ao princípio da isonomia (caso contrário, haveria
margem para se exigir determinados títulos a fim de beneficiar determinado grupo de candidatos sabidamente
possuidores desses títulos).
A Lei 8.112/1990 permite que o concurso seja realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento
do respectivo plano de carreira. No caso de realização do concurso em duas etapas, geralmente a segunda será
constituída de curso ou programa de formação, de caráter eliminatório e classificatório, ressalvada eventual
disposição diversa constante de lei específica (Decreto 6.944/2009, art. 13, §8º).

Lei 8.112/1990, art. 11: “O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em
duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada
a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio,
e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas”.

Logicamente, a aprovação em concurso público deve observar o prazo de validade e a ordem de classificação do
certame.
Quanto ao prazo de validade, o inciso III do art. 37 da CF estabelece o seguinte:

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;

O prazo de validade de um concurso corresponde ao período que a Administração tem para nomear ou contratar os
aprovados para o cargo ou emprego público a que o certame se destinava (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, 2014,
p. 287). É contado a partir da homologação do concurso pela autoridade competente.
O prazo de validade de um concurso público é definido de forma discricionária pela Administração, podendo ser
de até dois anos (pode ser menos, mas no máximo dois). Geralmente, o prazo de validade consta de forma expressa do
respectivo edital; caso o edital seja omisso, considera-se que esse prazo é de dois anos.
Igualmente, a decisão de prorrogar ou não o prazo inicial de validade constitui ato discricionário da Administração.
Não obstante, se houver prorrogação, o prazo desta deve ser obrigatoriamente idêntico ao prazo inicial estipulado no
edital, nem mais nem menos (“por igual período”). Ademais, a prorrogação só deve ocorrer uma vez.

27 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Em relação à necessidade de observância da ordem de classificação no certame quando da nomeação dos aprovados,
frequentemente aponta-se como fundamento dessa obrigatoriedade o art. 37, IV da CF:

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso


público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para
assumir cargo ou emprego, na carreira;

Porém, conforme ensinam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, tal dispositivo deve ser lido assim: “durante o prazo de
validade de um determinado concurso, aqueles nele aprovados devem ser convocados para assumir o respectivo cargo
ou emprego antes que se convoque qualquer candidato aprovado em um novo concurso realizado para o mesmo
cargo ou emprego. Frise-se que essa regra só se aplica enquanto o primeiro concurso estiver dentro do seu prazo de
validade”.
Como se vê, o art. 37, IV da CF não trata propriamente da ordem de classificação num mesmo certame, e sim da
prioridade de convocação na hipótese de novo concurso ser realizado durante a vigência do prazo de validade de outro
certame para o mesmo cargo ou emprego.

Preste atenção!
Para esfera federal, o art. 12, §2º da Lei 8.112/1990 estabelece que “não se abrirá novo
concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não
expirado”.
Ressalte-se que essa disposição não contraria a CF, apenas traz uma situação mais específica (mais
restritiva), aplicada pelo menos na esfera federal.
Para as demais esferas, deve-se observar o que prescreve a legislação local, uma vez que a
Constituição Federal não proíbe a realização de um novo concurso durante o prazo de validade de um
concurso anterior, mesmo que ainda haja candidatos aprovados neste. A regra da CF não impede que
se abra um novo concurso durante o prazo de validade não expirado de um concurso anterior. Mas
determina que a Administração só poderá convocar novos aprovados após esgotarem-se os
aprovados do primeiro concurso.

Na verdade, a obrigatoriedade de observância da ordem de classificação na nomeação dos candidatos aprovados


é decorrência lógica do próprio instituto do concurso público e dos princípios da impessoalidade e da moralidade.
Ademais, a Súmula 15 do STF contém orientação no sentido de que o candidato possui direito subjetivo à nomeação
caso a Administração nomeie antes dele outro candidato em pior colocação que a sua. Como se percebe, com essa
jurisprudência, a Suprema Corte aponta a necessidade de se observar a ordem de classificação no concurso por
ocasião da nomeação dos candidatos (a Administração não pode, por exemplo, nomear o 7º colocado sem antes haver
nomeado o 6º).

Sumula 15 do STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à
nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação.

Essa regra (de que o candidato possui direito subjetivo à nomeação caso a Administração nomeie
antes dele outro candidato em pior colocação que a sua), contudo, não é aplicável quando o
candidato pior colocado é nomeado em virtude de decisão judicial, ocasião em que não surge
direito subjetivo para os candidatos mais bem classificados que tenhas sido preteridos (AI 698.618/SP)

A Constituição Federal prevê que, nos concursos públicos, um percentual de vagas deve ser reservado para
candidatos portadores de deficiência:

28 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

Ressalte-se que a referida norma constitucional não dispensa as pessoas portadoras de deficiência da realização de
concurso público, mas apenas determina que a Administração reserve um percentual de vagas a essas pessoas,
conforme definido em lei.
Ademais, exceto quanto ao número de vagas reservadas, a pessoa com deficiência participará do certame
em igualdade de condições com os demais candidatos no que concerne ao conteúdo das provas, à avaliação e aos
critérios de aprovação, ao horário e ao local de aplicação, e à nota mínima exigida.
Importante observar que as atribuições do cargo ou emprego devem ser compatíveis com a deficiência da qual a
pessoa é portadora, vale dizer, não se admite a contratação de pessoa cuja deficiência a incapacite, de modo absoluto,
para o desempenho das atividades inerentes às atribuições do respectivo cargo ou emprego. Seria inadmissível, por
exemplo, nomear um deficiente visual para o cargo de guarda de trânsito, pois a visão é um sentido essencial para o
pleno exercício das atividades de controle de tráfego; por outro lado, seria cabível a portadores de deficiência auditiva
exercitarem atividades de informática.
Na esfera federal, a Lei 8.112/1990 prescreve que o percentual de vagas para pessoas portadoras de deficiência será
de até 20% das vagas oferecidas no concurso (art. 5º, §2º). Perceba que 20% é o limite máximo.

§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público


para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras;
para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

Já limite mínimo é de 5% do total de vagas, conforme estabelecido pelo Decreto 9.508/2018 (art. 1, §1º). O referido
decreto estabelece, ainda, que se a aplicação do percentual mínimo de 5% resultar em número fracionado, “este será
aumentado para o primeiro número inteiro subsequente”. Por exemplo, num concurso com 50 vagas, a
Administração deve reservar, no mínimo, 3 vagas para pessoas portadoras com deficiência (= 50 vagas x 5% = 2,5 → 3
vagas).

§ 1º Ficam reservadas às pessoas com deficiência, no mínimo, cinco por cento das vagas oferecidas
para o provimento de cargos efetivos e para a contratação por tempo determinado para atender
necessidade temporária de excepcional interesse público, no âmbito da administração pública federal
direta e indireta.

A jurisprudência do Supremo indica que, havendo conflito entre o limite máximo e o limite mínimo, prevalece o limite
máximo previsto na lei. Por exemplo, num concurso com apenas duas vagas, reservar uma para portadores de
deficiência significaria reservar 50% do total, implicando majoração indevida dos percentuais legalmente
estabelecidos – de até 20% (RE 440.988/DF). Nesse caso, em razão da impossibilidade de se respeitar o limite
máximo, não deveria ser reservada nenhuma vaga para deficientes.
Dessa forma, a interpretação a ser feita é que as frações resultantes da aplicação do percentual mínimo de 5% deverão
ser arredondadas para o primeiro número subsequente, desde que respeitado o limite máximo de 20% das vagas
oferecidas no certame. A justificativa do STF para esse entendimento é que a regra geral do concurso público é
o tratamento igualitário, consubstanciando exceção a separação de vagas para um determinado segmento.
Ressalte-se que, nos termos do art. 8º do Decreto 9.508/2018, a nomeação dos aprovados no concurso público deverá
obedecer à ordem de classificação, observados os critérios de alternância e de proporcionalidade entre a classificação
de ampla concorrência e da reserva para as pessoas com deficiência. Assim, a nomeação dos candidatos aprovados
deverá observar a seguinte ordem: 1º) primeiro colocado na lista de ampla concorrência; 2) primeiro da lista reservada;
3) segundo a lista ampla; 4) segundo da lista reservada; e assim sucessivamente, até se esgotarem os candidatos
aprovados nas vagas reservadas para portadores de deficiência.

29 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Preste atenção!
A Lei 12.990, de 9 de junho de 2014 reserva aos negros 20% das vagas oferecidas nos concursos
públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração
pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e
das sociedades de economia mista controladas pela União.
A lei terá vigência pelo prazo de 10 anos e, segundo o entendimento do STF, aplica-se à administração
pública federal direta e indireta, no âmbito dos três Poderes.
Detalhe é que a Lei 12.990/2014 reserva aos negros o total de 20% das vagas, ou seja, 20% não é o
limite máximo, como para os portadores de deficiência, e sim o percentual a ser efetivamente
garantido.
Ademais, a cota para negros somente será aplicada nos concursos com 3 ou mais vagas. O
arredondamento na hipótese de quantitativo fracionado poderá ser para mais ou para menos, a
depender se a fração for maior ou menor que 0,5, respectivamente. Diferentemente, no caso dos
portadores de deficiência, o arredondamento é sempre para mais.
O STF declarou que essa Lei é constitucional e fixou a seguinte tese:

"É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de
cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta.”
Detalhe é que, segundo o art. 2º da Lei, poderão concorrer às vagas reservadas a candidatos negros
aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição no concurso público, conforme
o quesito cor ou raça utilizado pelo IBGE. Trata-se do chamado critério da autodeclaração.
Além da autodeclaração, o STF entendeu que é possível que a Administração Pública adote critérios
de heteroidentificação para analisar se o candidato se enquadra nos parâmetros da cota. Exemplos
desse controle heterônomo: exigência de autodeclaração presencial perante a comissão do concurso;
exigência de apresentação de fotos pelos candidatos; formação de comissões com composição plural
para entrevista dos candidatos em momento posterior à autodeclaração.
Essa conclusão do STF foi resumida na seguinte tese de julgamento:

"É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação,


desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa".

Por fim, a Constituição Federal (art. 37, §2º) estabelece que a não observância da exigência de concurso público ou do
seu prazo de validade “implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei”. Sendo
assim, os atos administrativos de nomeação ou contratação para cargos ou empregos efetivos que não tenham sido
precedidos de concurso público, ou que tenham ocorrido após o transcurso do prazo de validade do certame, são
eivados de ilegalidade e, assim, poderão ser anulados pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário, implicando
o desligamento das pessoas ilegalmente admitidas. Saliente-se, contudo, que a remuneração recebida por essas
pessoas em razão do serviço efetivamente prestado não precisará ser devolvida, sob pena de enriquecimento sem
causa do Estado.

Da mesma forma, o empregado público admitido ilegalmente sem concurso, desde que tenha recebido
salário, tem direito ao depósito do FGTS mesmo quando reconhecida a nulidade da contratação (RE
596.478/RR).

Jurisprudência

30 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

O assunto “concursos públicos” é bastante presente na jurisprudência dos nossos tribunais superiores. Vamos então
conhecer algumas importantes posições jurisprudenciais sobre o tema. Lembrando que as ementas de todos os
julgados comentados a seguir estão reproduzidas no final da aula, para facilitar a consulta.
De início, cumpre destacar a Súmula 684 do STF, pela qual “é inconstitucional o veto não motivado à participação de
candidato a concurso público”. Com efeito, o concurso público deve, por princípio, ser aberto a todos os interessados.
Portanto, o ato administrativo que impeça a participação do candidato em concurso público, como todo ato que
implique restrição de direitos, deve ser devidamente motivado, com a indicação dos pressupostos de fato e de direito
que fundamentaram a decisão.
Conforme jurisprudência pacificada do Supremo Tribunal Federal, o candidato aprovado em concurso público
dentro do número de vagas indicado no edital tem direito subjetivo de ser nomeado, observado o prazo de
validade do concurso (RE 598.099/MS).
Mais que isso, a Corte Suprema reconhece que assiste o mesmo direito ao candidato que tenha sido aprovado fora das
vagas previstas no edital, mas que, em razão da desistência de candidatos classificados em colocação superior, passe a
estar colocado dentro do número de vagas (ARE 675.202/PB).
Portanto, ao ver do STF, é dever da Administração nomear, dentro do prazo de validade do concurso, todos os
candidatos aprovados que estejam dentro do número de vagas previsto no Edital (originalmente ou em razão da
desistência de outros candidatos). A Administração poderá até escolher o momento no qual realizará a nomeação (se
de uma vez só ou em várias etapas), mas não poderá dispor sobre a própria nomeação, a qual, de acordo com o
edital, passa a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma, um dever imposto ao Poder Público.
Assim, por exemplo, se o edital prevê 30 vagas, no mínimo 30 candidatos devem ser nomeados dentro do prazo de
validade do concurso. Até é possível à Administração convocar mais candidatos aprovados, além das 30 vagas
originalmente previstas no edital; jamais, contudo, poderá chamar um menor número.
Sobre o tema, o STJ entende que, ainda que o edital não preveja o número de vagas (a exemplo dos concursos para
formação de cadastro de reserva), caso a Administração convoque determinado número de candidatos do cadastro, a
desistência de candidatos convocados, ou mesmo a sua desclassificação em razão do não preenchimento de
determinados requisitos, gera para os seguintes, na ordem de classificação, direito subjetivo à nomeação para as
vagas não ocupadas por motivo de desistência ou desclassificação (RMS 32.105/DF).
Além disso, nos casos em que o edital não estipula o número de vagas, a jurisprudência do STJ reconhece que o
candidato aprovado em primeiro lugar do certame possui direito subjetivo à nomeação, afinal, o simples fato de o
concurso ter sido aberto faz presumir que haveria pelo menos uma vaga disponível (RMS 33.426/RS, Informativo 481
do STJ).
Recentemente, em sede de repercussão geral (RMS 32.105/DF), o STF fixou a tese de que o surgimento de novas
vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não
gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas
as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da Administração, caracterizada por comportamento
tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o
período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. Assim, o direito subjetivo à
nomeação do candidato aprovado em concurso público, exsurge nas seguintes hipóteses:
1 – Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas previsto no edital;

2 – Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação;

3 – Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer
a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima.
Note que não há direito automático à nomeação para o candidato aprovado fora das vagas do edital com o simples
surgimento de novas vagas ou abertura de novo concurso. É necessário, de acordo com a tese de repercussão geral,
que ocorra simultaneamente a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da
Administração. Tal situação ficaria caracterizada, por exemplo, se a Administração convocasse, durante o prazo de
validade do primeiro, os candidatos aprovados no certame seguinte.

31 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

A jurisprudência dos tribunais superiores também assinala que a contratação de pessoal a título precário (por
exemplo, comissionados, temporários ou terceirizados) para o exercício de atribuições próprias de cargo efetivo,
quando existem candidatos aprovados e não nomeados em concurso público para esse mesmo cargo ainda dentro
do prazo de validade, configura preterição na ordem de nomeação e faz surgir para os referidos candidatos o direito
subjetivo à nomeação (AI 820.065/GO).
No caso de ajuizamento de mandado de segurança por candidato não nomeado, mas que possua direito subjetivo a
tanto (por exemplo, por ter sido aprovado e classificado dentro do número de vagas previsto no edital), a
jurisprudência do STF indica que o prazo de decadência de 120 dias para a impetração dessa ação começa a fluir a
partir do término do prazo de validade do concurso (RMS 24.551/DF).
Para o STF, o edital é a “lei do concurso” e, nessa condição, é de observância obrigatória para todas as partes
envolvidas. Dessa forma, a Suprema Corte orienta, que após a publicação do edital, só se admite a alteração das
regras do concurso se houver modificação na legislação que disciplina a respectiva carreira, desde que o concurso
público ainda não esteja concluído e homologado (MS 27.160/DF). Veja que a modificação que permite a alteração do
edital deve ocorrer na “legislação que disciplina a respectiva carreira” (e não nas normas a serem cobradas na prova),
uma vez que é essa a legislação que estabelece as regras gerais para os concursos da carreira, como número de etapas,
provas a serem aplicadas, requisitos de classificação, etc.
Conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não é possível prorrogar o prazo de validade do concurso
depois que ele já expirou (RE 352.258/BA). Ou seja, o ato de prorrogação deve ser editado enquanto o prazo inicial de
validade ainda não tiver acabado.
O art. 37, II da Constituição impõe à Administração o dever de realizar um concurso específico para cada cargo ou
emprego efetivo. Em consequência, não é permitido o reenquadramento de servidor que atua com desvio de
função, vale dizer, a Administração não pode realocar determinado servidor admitido para o cargo X para que exerça
atribuições do cargo Y. Nesse sentido é a Súmula 685 do STF: “é inconstitucional toda modalidade de provimento que
propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que
não integra a carreira na qual anteriormente investido”.
Porém, de acordo com a jurisprudência do STF, o servidor desviado de suas funções, embora não possa ser
reenquadrado, tem direito ao recebimento, como indenização, da diferença remuneratória entre os vencimentos
do cargo efetivo e os daquele exercido de fato (RE 486.184/SP).
Outra jurisprudência pacífica do Supremo é que o edital de concurso público pode estabelecer que a classificação dos
candidatos seja feita por regiões ou por áreas de especialização (RMS 23.432/DF). Por exemplo, um concurso
público com critério de classificação regional pode abrir 10 vagas para a região Norte, 20 para a região Sudeste e 30
para a região Centro-Oeste. Nesse caso, os candidatos que se inscreverem para as vagas da região Norte não poderão
assumir as vagas de outra região, ainda que, após as provas, fiquem de fora das 10 vagas, mas tenham nota superior às
dos candidatos aprovados para as demais regiões.
O STF também considera possível a previsão em edital de concurso público da chamada “cláusula de barreira” (AI
735.389/DF), que nada mais é que a limitação do número de candidatos aptos a participar das fases subsequentes do
certame, definidos em razão da nota obtida na etapa anterior (“nota de corte”). A cláusula de barreira tem o intuito de
selecionar apenas os concorrentes mais bem classificados para prosseguir no certame. É o que ocorre, por exemplo,
quando, num concurso com provas objetivas e discursivas, o edital prescreve que apenas os primeiros X candidatos
terão as redações corrigidas. A aplicação de cláusula de barreira para prosseguimento no certame pode incidir,
inclusive, sobre candidatos concorrendo a vagas reservadas para portadores de deficiência.
Na visão da Suprema Corte, a delimitação de número específico de candidatos por meio de cláusula de barreira seria
fator imprescindível para que determinados certames sejam realizados à luz da exigência constitucional de eficiência
(seria inviável, por exemplo, corrigir todas as redações num concurso com centenas de milhares de candidatos
inscritos).
A jurisprudência também informa que a Administração não pode eliminar candidato do certame público apenas com
base no fato de haver instauração de inquérito policial ou propositura de ação penal contra ele. A eliminação nessas
circunstâncias, sem o necessário trânsito em julgado da condenação, viola o princípio constitucional da presunção
de inocência, o qual também deve ser observado na esfera administrativa (RMS 39.580/PE).

32 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Outro entendimento importante do Supremo Tribunal Federal é que inexiste direito constitucional à remarcação de
provas de aptidão física em razão de circunstâncias pessoais dos candidatos, ainda que de caráter fisiológico ou de
força maior, salvo disposição expressa em sentido contrário no respectivo edital (RE 630.733). Assim, por exemplo,
se o candidato passar mal no dia da prova física, prejudicando seu rendimento, não terá direito a uma segunda
chamada, a menos que o edital expressamente preveja essa possibilidade. Tal entendimento, contudo, não se aplica
à candidata gestante, mesmo havendo previsão editalícia de que nenhum candidato merecerá tratamento
diferenciado em razão de alterações patológicas ou fisiológicas, pois o estado de gravidez não pode ser equiparado a
tais espécies de alteração, em especial quando não há no edital qualquer vedação à participação de candidatas
gestantes no certame. A gestação, portanto, constitui motivo de força maior que impede a realização da prova física,
cuja remarcação não implica ofensa ao princípio da isonomia. Assim, tem a candidata gestante direito a realizar a prova
de capacitação física em segunda chamada, ou seja, em data diversa da originariamente fixada no edital.
Nesse sentido, o STF fixou a seguinte tese de repercussão geral (RE 1058333): É constitucional a remarcação do teste
de aptidão física de candidata que esteja grávida à época de sua realização, independentemente da previsão
expressa em edital do concurso público.
Quanto à reserva de vagas para candidatos portadores de deficiência, o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula
377 explicitando que o portador de visão monocular [ausência de visão em um dos olhos] tem direito de concorrer às
vagas reservadas aos deficientes em concurso público.
Ademais, o Supremo Tribunal Federal tem impugnado diversos editais de concurso público que, sob a justificativa de
que a atividade do cargo não é compatível com nenhum tipo de deficiência, não reservam vaga alguma para
portadores de deficiência. No entender da Suprema Corte, a eventual incompatibilidade da deficiência com as
atribuições do cargo deve ser verificada depois de realizado o concurso, com base em critérios objetivos e
assegurando ao candidato o direito a ampla defesa e o contraditório. Em outras palavras, a Administração não pode
restringir a participação no certame de todos e quaisquer candidatos portadores de deficiência (RE 606.728/DF).
Ainda sobre o tema, a jurisprudência do STF explicita que, para o candidato ter direito às vagas reservadas,
a deficiência não necessariamente precisa causar embaraço ao seu desempenho das funções do cargo. Por
exemplo, uma deficiência de locomoção (ex: perna amputada) certamente não dificulta o desempenho de atividades
de informática, mas é considerada deficiência para fins do direito de concorrer às vagas reservadas
constitucionalmente a esse cargo. Assim, a Administração não pode privar determinado candidato de concorrer às
vagas de deficiente sob o argumento de que sua deficiência não prejudica o pleno exercício das atividades do cargo ou
emprego objeto do certame. Por outro lado, o que se exige é que a pessoa efetivamente comprove ser portadora de
alguma deficiência, e que essa deficiência não se revele absolutamente incompatível com as atribuições funcionais
inerentes ao cargo ou ao emprego público (RMS 32.732/DF).
Outro entendimento do STF é que os editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com
tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais.
O fato de o candidato possuir tatuagem não macula, por si só, sua honra pessoal, o profissionalismo, o respeito às
Instituições e, muito menos, lhe diminui a competência.
Segundo o entendimento do STF, qualquer obstáculo a acesso a cargo público deve estar relacionado unicamente ao
exercício das funções como, por exemplo, idade ou altura que impossibilitem o exercício de funções específicas. A
criação de barreiras arbitrárias para impedir o acesso de candidatos a cargos públicos fere os princípios constitucionais
da isonomia e da razoabilidade.
Vale ressaltar, entretanto, que é possível que a Administração Pública impeça o acesso do candidato se a tatuagem
que ele possui tiver um conteúdo que viole os valores previstos na Constituição Federal. É o caso, por exemplo, de
tatuagens que contenham obscenidades, ideologias terroristas, que sejam discriminatórias, que preguem a violência e
a criminalidade, a discriminação de raça, credo, sexo ou origem. Isso porque tais temas são, inegavelmente, contrários
às instituições democráticas. Se a Administração proibir tatuagens como essa, não será uma prática desarrazoada ou
desproporcional (RE 898450/SP).
Ainda com relação a restrições em concursos públicos, o STF também já decidiu (RE 1282553), com repercussão geral
(Tema 1.190), que condenados aprovados em concursos públicos podem ser nomeados e empossados, desde que:

33 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

não haja incompatibilidade entre o cargo a ser exercido e o crime cometido;

nem conflito de horários entre a jornada de trabalho e o regime de cumprimento da pena.

A tese fixada pelo Supremo foi a seguinte:

“A suspensão dos direitos políticos prevista no artigo 15 inciso III da Constituição Federal - condenação
criminal transitada em julgado enquanto durarem seus efeitos - não impede a nomeação e posse de
candidato aprovado em concurso público, desde que não incompatível com a infração penal praticada,
em respeito aos princípios da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho
(Constituição Federal, artigo 1°, incisos III e IV) e do dever do Estado em proporcionar as condições
necessárias para harmônica integração social do condenado, objetivo principal da execução penal,
nos termos do artigo 1° da Lei de Execuções Penais (Lei 7.210/84). O início do efetivo exercício do cargo
ficará condicionado ao regime da pena ou à decisão judicial do Juízo de Execuções, que analisará a
compatibilidade de horários”.

Jurisprudência importante!
Condenados aprovados em concursos públicos podem ser nomeados e empossados, desde que não haja
incompatibilidade entre o cargo a ser exercido e o crime cometido nem conflito de horários entre a jornada de
trabalho e o regime de cumprimento da pena.
Por fim, vale destacar que, segundo a jurisprudência do Supremo, o controle jurisdicional sobre os concursos
públicos não pode se imiscuir na aferição dos critérios de correção da banca examinadora, nem na formulação das
questões ou na avaliação das respostas. Diz-se que “o Poder Judiciário não pode substituir a banca examinadora”.
Com efeito, a apreciação dos gabaritos finais do concurso, com as respectivas alterações e anulações, ou dos critérios
de avaliação de questões subjetivas, entre outros assuntos semelhantes, configura controle do mérito
administrativo, e não controle de legalidade. Exceção a essa regra ocorre nos casos em que restar configurado erro
grosseiro no gabarito apresentado, porquanto caracterizada a ilegalidade do ato praticado pela Administração
Pública, fato que possibilita a anulação judicial da questão (MS 30.859/DF).
Por outro lado, o Judiciário pode verificar se as questões formuladas guardam consonância com o programa do
certame, dado que o edital – nele incluído o programa – é a “lei do concurso” (RE 434.708/RS). Nesse caso, trata-se
de controle de legalidade, e não de mérito administrativo, sendo possível, portanto, a anulação judicial de questões
de concurso nas quais tenham sido cobrados assuntos não previstos no respectivo edital. Ressalte-se, contudo, que o
edital não precisa explicitar nos mínimos detalhes todas as vertentes de um determinado tema que poderão ser exigidas
nas questões do certame. Conforme a jurisprudência do Supremo, “havendo previsão de um determinado
tema, cumpre ao candidato estudar e procurar conhecer, de forma global, todos os elementos que possam
eventualmente ser exigidos nas provas, o que decerto envolverá o conhecimento dos atos normativos e casos julgados
paradigmáticos que sejam pertinentes, mas a isto não se resumirá. Portanto, não é necessária a previsão exaustiva,
no edital, das normas e dos casos julgados que poderão ser referidos nas questões do certame” (MS 30.860/DF).

Para que ocorra provimento de vagas em qualquer cargo público, é necessária a prévia aprovação em concurso
público.
Comentário:

Os cargos públicos podem ser de provimento efetivo ou em comissão. Exige-se aprovação prévia em concurso
público apenas para acesso aos cargos públicos de provimento efetivo. Já os cargos de provimento em comissão são
de livre nomeação e exoneração. A expressão “qualquer cargo”, portanto, macula o quesito.

34 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Gabarito: Errado

A nomeação para cargo de provimento efetivo será realizada mediante prévia habilitação em concurso público de
provas ou de provas e títulos ou, em algumas situações excepcionais, por livre escolha da autoridade competente.
Comentário:

O quesito está errado. A nomeação para cargo de provimento efetivo sempre requer a aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos. O provimento efetuado por livre escolha da autoridade competente refere-se
aos cargos em comissão.
Gabarito: Errado

De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), a administração pública está obrigada a nomear
candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas previsto no edital do certame, ressalvadas
situações excepcionais dotadas das características de superveniência, imprevisibilidade e necessidade.
Comentário:

A questão está correta. Conforme jurisprudência pacificada do STF, o candidato aprovado em concurso público
dentro do número de vagas indicado no edital tem direito subjetivo de ser nomeado, observado o prazo de validade
do concurso. Dentro desse prazo, a Administração pode até escolher o momento em que efetuará a nomeação e não
precisa nomear todos candidatos ao mesmo tempo; porém, não pode deixar de nomear ninguém que tenha sido
aprovado dentro do número de vagas previsto no edital.
O STF, contudo, reconhece que situações excepcionais podem afastar essa obrigatoriedade de nomeação, desde que
se revistam dos seguintes requisitos:
Superveniência: devem ser posterior ao edital;

Imprevisibilidade: devem derivar de circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à época do edital;

Gravidade: devem implicar onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das
regras do edital;
Necessidade: não pode haver outros meios menos gravosos para lidar com a situação excepcional e imprevisível.

Gabarito: Certo

É possível que edital de concurso público preveja a participação de concorrentes de determinado sexo em detrimento
do outro.
Comentário:

O item está correto. A discriminação de gênero em concurso público deve ser vista como exceção, mas é possível,
desde que exista justificativa razoável e previsão em lei. É o caso, por exemplo, dos concursos públicos para agentes
penitenciários em presídios femininos, em que se mostra razoável restringir o acesso a pessoas do sexo feminino.
Gabarito: Certo

É prescindível a previsão legal do exame psicotécnico para fins de habilitação de candidato em concurso público.
Comentário:

35 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

A questão está incorreta, pois o exame psicotécnico em concurso público deve estar previsto em lei, nos termos da
SV 44 do STF: “só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”. Ou
seja, a previsão em lei é imprescindível.
Gabarito: Errado

A administração pública tem ampla liberdade para escolher o limite de idade para a inscrição em concurso público.
Comentário:

O item está errado. Eventual restrição de idade para acesso ao serviço público deve estar prevista em lei, ou seja, não
é o tipo de decisão sujeita à ampla discricionariedade da Administração. Dessa forma, o edital de um concurso público
não pode impor tal restrição sem que tenha amparo em alguma lei. Ademais, vale relembrar ainda a Súmula 683 do
STF, pela qual “o limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da
Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”.
Gabarito: Errado

É vedado à candidata gestante inscrita em concurso público o requerimento de nova data para a realização de teste de
aptidão física, pois, conforme o princípio da igualdade e da isonomia, não se pode dispensar tratamento diferenciado a
candidato em razão de alterações fisiológicas temporárias.
Comentário:

De fato, a jurisprudência do STF informa que não se pode dispensar tratamento diferenciado a candidato em razão de
alterações fisiológicas temporárias, o que impede a remarcação de prova de aptidão física por essas razões. É o caso,
por exemplo, do candidato que fica gripado e com febre no dia da prova. Contudo, para fins de aplicação desse
entendimento, a gestação não é considerada uma patologia ou uma alteração fisiológica temporária, de modo que a
candidata gestante pode sim requerer nova data para a realização de teste de aptidão física, daí o erro.
Gabarito: Errado

Segundo entendimento firmado pelo STJ, o candidato aprovado fora das vagas previstas originariamente no edital,
mas classificado até o limite das vagas surgidas durante o prazo de validade do concurso, possui direito líquido e certo à
nomeação se o edital dispuser que serão providas, além das vagas oferecidas, as outras que vierem a existir durante a
validade do certame.
Comentário:

O quesito está correto. Segundo a jurisprudência do STJ, a expressa previsão editalícia de que serão providas, além das
vagas previstas no edital, outras que vierem a existir durante o prazo de validade do certame confere direito líquido
e certo à nomeação ao candidato aprovado fora das vagas originalmente determinadas, mas dentro das surgidas no
decurso do prazo de validade do concurso (Informativo STJ 511).
Gabarito: Certo

36 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Cargos em comissão e funções de confiança

O art. 37, inciso V da CF trata dos cargos em comissão e das funções de confiança:

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e


os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

Os cargos em comissão distinguem-se dos cargos efetivos em razão dos requisitos necessários à investidura do
agente. No caso do cargo efetivo, como vimos, a investidura pressupõe aprovação em concurso público, ao passo que
no provimento em comissão a escolha do servidor é feita a partir de livre nomeação e de livre exoneração. Qualquer
pessoa, mesmo que não seja servidor público efetivo, pode ser nomeada para exercer um cargo em comissão.
A Constituição, contudo, exige que a lei estabeleça os percentuais mínimos de cargos em comissão a serem
preenchidos por servidores de carreira concursados, além de casos e condições em que obrigatoriamente isso deva
ocorrer[1].

Jurisprudência

Segundo o STF, a criação de cargos em comissão constitui exceção à regra da exigibilidade de concurso público,
devendo, assim, observar os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Nesse sentido, a Corte reputou
desatendido o princípio da proporcionalidade num órgão em que, dos 67 funcionários, 42 seriam cargos em comissão,
de livre nomeação e exoneração, e apenas 25 seriam cargos de provimento efetivo (RE 365.368/SC, Informativo STF
468).
O STF não admite que a nomeação para cargo em comissão seja feita por outra forma de escolha que não a indicação
discricionária promovida pela autoridade competente. Em razão desse entendimento, declarou inconstitucionais leis
estaduais que previam a eleição como forma de escolha de dirigentes de escolas públicas, uma vez que se trata de
cargo em comissão de livre nomeação e exoneração por parte do chefe do Poder Executivo (ADI 2.997/RJ).

Ademais, nunca é demais lembrar que é vedada a prática do nepotismo na nomeação para cargos em comissão ou
funções de confiança, nos termos da Súmula Vinculante 13 do STF[2]:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até
o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou,
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União,

37 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.

A expressão “ajuste mediante designações recíprocas” na parte final da Súmula veda o chamado nepotismo cruzado,
que ocorre quando há uma espécie de troca de favores, ou seja, um ajuste que garante nomeações recíprocas de
parentes de autoridades. É o caso, por exemplo, do Prefeito que contrata um parente do presidente da Câmara e este,
por sua vez, nomeia um parente do Prefeito.
Lembrando que a vedação objetiva ao nepotismo, conforme prevista na SV 13, em regra não alcança a nomeação
para cargos políticos (ex: ministros, secretários municipais e estaduais), exceto se ficar demonstrado que a nomeação
se deu exclusivamente por causa do parentesco (o nomeado não possui qualquer qualificação que justifique a sua
escolha), pois ficaria caracterizada uma afronta direta aos princípios da impessoalidade e da moralidade.
Lembrando que a vedação ao nepotismo não depende de lei formal para ser implementada, pois decorre diretamente
dos princípios constitucionais expressos.
Da mesma forma que a nomeação, a exoneração de servidor ocupante de cargo em comissão também é ato
discricionário; em consequência, não possui caráter punitivo, razão pela qual não precisa observar o contraditório ou a
ampla defesa.
O servidor de carreira, ao ser exonerado do cargo em comissão, volta a exercer normalmente as atribuições do seu
cargo efetivo; já a pessoa não concursada perde totalmente o vínculo com a Administração após a exoneração do cargo
em comissão.
Convém observar que os ocupantes dos cargos em comissão são servidores públicos. Porém, nem todos os direitos dos
servidores públicos ocupantes de cargos efetivos lhes são conferidos, tais como a estabilidade (CF, art. 41) e o regime
previdenciário especial[3] (CF, art. 40).
Quanto às funções de confiança, primeiramente vale destacar que somente servidores ocupantes de cargo efetivo
podem ser designados para exercê-las. Esses servidores efetivos podem ser do mesmo órgão ou entidade a que esteja
vinculada a função ou também podem ser de outros órgãos, entidades, poderes ou mesmo de outras esferas de
governo, a depender do que dispõe a lei.
Perceba que o servidor não é nomeado para ocupar uma função de confiança; ele simplesmente é designado para
exercer essa função. A situação é a seguinte: o servidor é nomeado e ocupa o cargo efetivo; desde que ocupe o cargo
efetivo, ele pode ser designado para exercer a função de confiança; nesse caso, o servidor continua a ocupar o mesmo
lugar (cargo) no serviço público, porém não mais exercerá as funções deste cargo, e sim as novas atribuições
pertinentes à função de confiança, de chefia, direção ou assessoramento.
Importante destacar que, tanto os cargos em comissão como as funções de confiança destinam-se apenas às
atribuições de chefia, direção e de assessoramento. Assim, não podem ser usados para alocar agentes em atividades
rotineiras de administração, ou de atribuições de natureza técnica, operacional ou meramente administrativa, as quais
não pressupõem uma relação de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado.

Esquematizando

38 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

[1] Na esfera federal, ainda não existe uma lei geral aplicável a todas as carreiras. Existe apenas a Lei 11.415/2006,
aplicável ao Ministério Público da União, a qual prescreve que no mínimo 50% dos cargos em comissão devem ser
destinados aos servidores das carreiras do MPU. No âmbito do Executivo Federal, há o Decreto 5.497/2005, que
estabelece percentuais para provimento dos cargos comissionados DAS 1 a DAS 6.
[2] O Decreto 7.203/2010 regulamenta a proibição ao nepotismo no âmbito da Administração Pública Federal. Vale a
pena dar uma olhada nele!
[3] Aplica-se aos servidores ocupantes exclusivamente de cargo em comissão o Regime Geral de Previdência Social,
ao qual se sujeitam os trabalhadores da iniciativa privada e os empregados públicos.

39 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Cargos vitalícios
Bom, quanto ao grau de independência e de proteção, os cargos públicos podem ser classificados em:

Efetivos;

em comissão; e

vitalícios.

Já vimos os efetivos e os em comissão. Agora falaremos sobre os vitalícios.

“Ah, professor. Esse é tranquilo. São aqueles cargos ‘para a vida toda’, em que o agente fica lá até morrer”.

Calma! Não é bem assim. Não se deixe enganar pelo nome. O fato de o agente ser vitalício não quer dizer que ele não se
aposente, nunca. Vitaliciedade não significa que o sujeito será agente público “para sempre”. Tanto que o STF editou a
Súmula 36, esclarecendo que: “servidor vitalício está sujeito à aposentadoria compulsória, em razão da idade”.
Afirmar que se trata de cargo vitalício significa apenas que as situações que podem levar à perda do cargo são mais
restritas do que aquelas aplicáveis aos demais servidores, ou seja, os cargos vitalícios possuem maiores proteções.
Cargos vitalícios, portanto, são aqueles previstos Constituição Federal, dotados de vitaliciedade. Isso significa que a
perda do cargo só pode ser decretada por meio de processo judicial, com sentença transitada em julgado.
“Professor, mas os agentes ocupantes de cargos efetivos também perdem o cargo por meio de sentença judicial
transitada em julgado. Qual seria a diferença para os cargos vitalícios?”
A diferença é que existem outras formas de o agente ocupante de cargo efetivo perder o seu cargo público (vide art.
41, §1º e art. 169, §4º, da CF). Já para os ocupantes de cargos vitalícios, a única forma de perder do cargo é por meio
de sentença judicial transitada em julgado.

Observação: os ministros do STF podem perder o cargo por meio do julgamento, pelo Senado
Federal, por crime de responsabilidade (CF, art. 52, II).

Veja que os cargos vitalícios conferem a seus detentores maior independência funcional. E é por isso que eles são
cercados por maiores proteções.

Note que no início desta seção utilizamos a classificação quanto ao grau de independência e
de proteção.

Importante destacar que os cargos vitalícios são listados taxativamente na Constituição Federal,
sendo inconstitucional a pretensão das constituições dos Estados em estender a vitaliciedade a outras carreiras,
como delegados e defensores públicos.
“Tá. Então quem são os detentores de cargos vitalícios, professor?”

São eles: magistrados (CF, art. 95, I); membros do Ministério Público (CF, art. 128, § 5º, I, “a”) e membros dos
Tribunais de Contas (CF, art. 73, §3º).
A vitaliciedade normalmente é adquirida após dois anos de exercício (estágio probatório). Mas o detalhe é que ela
também pode ser adquirida automaticamente, sendo desnecessário o cumprimento do estágio probatório. Isso ocorre,
por exemplo, com os membros do Judiciário e do Ministério Público que ingressam pelo Quinto Constitucional (art. 94,
da CF) e com os membros dos Tribunais de Contas.

40 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

CEBRASPE - MDIC - Agente Administrativo – 2014

Com a promulgação da CF, foram extintos os denominados cargos vitalícios, tendo sido resguardado, entretanto, o
direito adquirido daqueles que ocupavam esse tipo de cargo à época da promulgação da CF.
Comentário:

O quesito está errado. Conforme a Constituição Federal, são agentes vitalícios: magistrados (CF, art. 95,
I); membros do Ministério Público (CF, art. 128, §5º, I, “a”) e membros dos Tribunais de Contas (CF, art. 73, §3º).
O agente público vitalício somente pode perder o cargo em uma única situação: em decorrência de sentença judicial
transitada em julgado. Ou seja, a utilização do termo vitalício não indica que o titular ocupe o cargo pelo resto da
vida, mesmo porque a todos os cargos vitalícios se aplica a aposentadoria compulsória aos 75 anos (CF, art. 40, §1º, II).
Afirmar que se trata de cargo vitalício significa apenas que as situações que podem levar à perda do cargo são mais
restritas do que aquelas aplicáveis aos demais servidores.
Gabarito: Errado

CEBRASPE - TRE-MS - Técnico Judiciário - Área Administrativa – 2013 (ADAPTADA)

Os chamados cargos vitalícios, previstos pela Constituição anterior à ora vigente, não mais subsistem. Atualmente,
apenas existem os chamados cargos efetivos e cargos em comissão, também denominados na prática de cargo de
confiança.
Comentário:

A Constituição vigente ainda prevê a existência de cargos vitalícios. São eles: magistrados (CF, art. 95, I); membros do
Ministério Público (CF, art. 128, §5º, I, “a”) e membros dos Tribunais de Contas (CF, art. 73, §3º). Ressalte-se que o rol de
cargos vitalícios previstos na CF é exaustivo, vale dizer, não se admite que a Constituição dos Estados estenda a
vitaliciedade a outras carreiras, como delegados e defensores públicos.
Gabarito: Errado

41 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Contratação temporária

O art. 37, IX da CF dispõe sobre a contratação de agentes temporários:

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a


necessidade temporária de excepcional interesse público;

Como já foi dito, a contratação de agentes públicos temporários constitui exceção à regra do concurso público como
meio de ingresso no serviço público. Dessa forma, tal dispositivo deve ser interpretado restritivamente. Sobre o tema,
o STF orienta que a contratação temporária deve observar, cumulativamente, cinco requisitos:

Os casos excepcionais devem estar previstos em lei;

O prazo de contratação deve ser predeterminado;

A necessidade deve ser temporária;

O interesse público deve ser excepcional; e

A necessidade de contratação deve ser indispensável, sendo vedada a contratação para os serviços
ordinários permanentes do Estado, e que devam estar sob o espectro das contingências normais da
Administração.

Por este último item, o STF veda que a Administração, por má gestão e falhas de planejamento, se utilize da
contratação temporária de pessoal para o exercício de atividades permanentes, normais, usuais, regulares do órgão ou
entidade contratante (ex: contratar médicos para hospital e professores para escolas). Veja, porém, que não há uma
vedação absoluta. O que a jurisprudência do Supremo diz é que, para ser legítima, a necessidade de contratação
temporária para o exercício de atividades ordinárias e permanentes do órgão ou entidade deve decorrer de situações
fáticas, previamente descritas na lei, realmente excepcionais e transitórias, e não ocasionadas por desleixo
administrativo ou por descaso da Administração Pública.
Cada ente federado deve regular em lei própria como se dará a contratação dos agentes públicos temporários na
respectiva esfera de governo. Não é, portanto, uma norma geral que irá regular o assunto em âmbito nacional; no caso,
deve haver respeito à autonomia administrativa dos entes.
As leis que venham a tratar do assunto devem descrever, de forma expressa, as situações excepcionais que justifiquem
a contratação temporária. Conforme a jurisprudência do STF, “é inconstitucional lei que institua hipóteses abrangentes
e genéricas de contratações temporárias sem concurso público e tampouco especifique a contingência fática que
evidencie situação de emergência” (RE 658.026, Informativo STF 742).
No âmbito federal, a contratação por tempo determinado encontra-se disciplinada na Lei 8.745/1993.

De acordo com a referida lei, a contratação temporária na esfera federal é feita mediante processo seletivo
simplificado, sujeito a ampla divulgação, inclusive no Diário Oficial da União (art. 3º). Trata-se de um procedimento
mais simples que o concurso público, no entanto, por meio do qual deve ser possível selecionar os melhores candidatos
à função e de maneira impessoal. Em alguns casos, a lei federal faculta que a seleção ocorra simplesmente com base
em análise de currículo, como na contratação de professor visitante e de pesquisador em instituição destinada à
pesquisa (art. 3º, §2º).

42 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Ademais, é dispensado processo seletivo nas contratações para atender às necessidades decorrentes de calamidade
pública, de emergência ambiental e de emergências em saúde pública (art. 3º, §1º).
A fim de assegurar que as contratações sejam de fato “por tempo determinado”, a lei prevê prazos máximos de
duração dos contratos, os quais variam de seis meses a seis anos, incluídas as prorrogações.
A contratação de servidores temporários pode ocorrer tanto na Administração direta como na Administração
indireta e em qualquer dos Poderes.
No âmbito federal, a Lei 8.745/1993 regulamentou a contratação apenas para a administração direta e para as
autarquias e fundações federais, deixando de fora as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
Por fim, não é demais lembrar que os agentes temporários não ocupam cargo ou emprego público, não estando
sujeitos a regime estatuário nem a regime celetista. Diz-se que os contratados por tempo determinado apenas
exercem função pública remunerada temporária (função autônoma, justamente por não estar vinculada a cargo ou
emprego). O contrato que firmam com a Administração é um contrato de direito público, e não um contrato de
trabalho regido pela CLT.

Jurisprudência

1. É pacífica a jurisprudência do STF no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução
de serviços meramente burocráticos (ADI 3.430/ES).
O STF entende que o art. 37, IX, da CF autoriza que a Administração Pública contrate pessoas, sem concurso público,
tanto para o desempenho de atividades de caráter eventual, temporário ou excepcional (a exemplo de servidores para
realização do censo pelo IBGE), como também para o desempenho das funções de caráter regular e permanente (a
exemplo de servidores das áreas de saúde e educação), desde que indispensáveis ao atendimento de necessidade
temporária de excepcional interesse público (Informativo STF 740). Por exemplo, embora a atividade dos servidores
médicos possua natureza permanente e regular, devendo tal cargo ser provido em regra mediante concurso público,
podem ocorrer situações temporárias, de excepcional interesse público, que justifiquem a contratação sem concurso,
com fundamento no art. 37, IX da CF, como em uma epidemia.
Para ilustrar, vale saber que o STF declarou inconstitucionais as contratações por tempo determinado para atender as
atividades finalísticas do Hospital das Forças Armadas - HFA e aquelas desenvolvidas nos projetos do Sistema de
Vigilância da Amazônia - SIVAM e do Sistema de Proteção da Amazônia – SIPAM, previstas no art. 2º, VI, “d” e “g”,
da Lei n° 8.745/1993 (ADI 3237/DF, Informativo STF 740). A razão da impugnação foi que a lei não descreveu qual é a
necessidade temporária de excepcional interesse público que justifica as referidas contratações, ou seja,
atribuiu hipóteses genéricas de contratação.
2. Servidores temporários não fazem jus a décimo terceiro salário e férias remuneradas acrescidas do terço
constitucional, salvo:
- expressa previsão legal e/ou contratual em sentido contrário, ou

- comprovado desvirtuamento da contratação temporária pela Administração Pública, em razão de sucessivas e


reiteradas renovações e/ou prorrogações.

Questão para fixar

43 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Admite-se a realização, pela administração pública, de processo seletivo simplificado para contratar profissionais por
tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.
Comentário:

O item está correto. A Lei 8.745/1993 disciplina, no âmbito federal, a contratação por tempo determinado para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse público. Reza o art. 3º da lei:

Art. 3º O recrutamento do pessoal a ser contratado, nos termos desta Lei, só será feito mediante processo
seletivo simplificado sujeito a ampla divulgação, inclusive através do Diário Oficial da
União, prescindindo de concurso público.

Portanto, na esfera federal, a contratação temporária não é feita mediante concurso público, mas sim por meio
de processo seletivo simplificado. Todavia, nos termos do art. 3º, §1º da lei, o processo seletivo é dispensado em caso
de calamidade pública, de emergência ambiental e de emergências em saúde pública. Ademais, a lei faculta que a
seleção ocorra simplesmente com base em análise de currículo, como na contratação de professor visitante e de
pesquisador em instituição destinada à pesquisa (art. 3º, §2º)
Gabarito: Certo

A contratação temporária de servidores sem concurso público bem como a prorrogação desse ato amparadas em
legislação local são consideradas atos de improbidade administrativa.
Comentário:

O quesito está errado. Nos termos do art. 39, IX da CF, “a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público”. Portanto, cada ente da
federação deverá estabelecer, mediante lei, as hipóteses em que poderá haver contratação de servidores sem concurso
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Por essa razão, a jurisprudência do STJ já
decidiu que a nomeação de servidores por período temporário com base em lei local não se traduz, por si só, em ato de
improbidade administrativa (AREsp 166766/SE).
Gabarito: Errado

44 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Direito de associação sindical dos servidores públicos


O art. 37, VI da Constituição Federal assegura ao servidor público civil o direito à livre associação sindical:

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

Perceba que o dispositivo se refere ao servidor público civil. Isso porque, aos militares, a sindicalização e a greve
são vedadas, nos termos do art. 142, §3º, IV da CF[1].

Jurisprudência

De acordo com a Súmula 679 do STF, a fixação de vencimentos dos servidores públicos (regime estatutário) não pode
ser objeto de convenção coletiva.

[1]§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas
em lei, as seguintes disposições:
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

45 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Direito de greve dos servidores públicos

O art. 37, VII da CF concede aos servidores públicos o direito de greve:

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

Diferentemente do dispositivo constitucional que assegura o direito à associação sindical (que é autoaplicável), a norma
que trata do direito de greve dos servidores públicos possui eficácia limitada, ou seja, requer a edição de uma lei
(ordinária) para que produza efeitos.
Contudo, a lei requerida pela Constituição até hoje não foi editada. Diante da inércia do legislador, o Supremo Tribunal
Federal, em sede de mandado de injunção, determinou a aplicação temporária, ao setor público, no que couber, da lei
de greve vigente no setor privado (Lei 7.783/1989), até que o Congresso Nacional edite a mencionada norma
regulamentadora.
A doutrina ressalta que o art. 37, VII da CF não se aplica aos empregados públicos, mas apenas aos servidores públicos
estatutários. O direito de greve dos empregados públicos é assegurado pelo art. 9º da CF, norma autoaplicável que trata
do direito de greve da iniciativa privada.

Jurisprudência

1. Para o STF, o exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais
civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública (Polícia
Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Bombeiros) -
ARE 654.432/GO.
2. Segundo o STF, a simples circunstância de o servidor público estar em estágio probatório não é
justificativa para demissão com fundamento na sua participação em movimento grevista por período
superior a trinta dias. A ausência de regulamentação do direito de greve não transforma os dias de
paralisação em movimento grevista em faltas injustificadas - RE 226.966/RS.
3. De acordo com o STF, o exercício, ainda que não abusivo, do direito de greve por servidor público civil
em estágio probatório não deve consistir em falta grave e suficiente para sua exoneração pela
autoridade competente. Viola a Constituição Federal, decreto estadual que: a) considerar o exercício
não abusivo do direito constitucional de greve como fato desabonador da conduta do servidor público; e
b) criar distinção de tratamento a servidores públicos estáveis e não estáveis em razão do exercício do
direito de greve – ADI 3235.
4. Para o STF, a Administração Pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do
exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional
que dela decorre, sendo permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será,
contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público
(ex: não haverá desconto se a greve tiver sido provocada por atraso no pagamento aos servidores
públicos ou se houver outras circunstâncias excepcionais que justifiquem o afastamento da premissa da
suspensão da relação funcional ou de trabalho) - RE 693.456/RJ (Info 845).

46 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

5. O STJ, por sua vez, entende que o desconto em parcela única não seria razoável, principalmente quando
o servidor manifesta a intenção de pagar de forma parcelada esse débito. Na sua decisão, o STJ
considerou, ainda, que tal verba teria natureza alimentar, de modo que o desconto em parcela única
poderia causar um dano desarrazoado ao servidor - RMS 49.339--SP.

Questão para fixar


São direitos dos trabalhadores da iniciativa privada constitucionalmente estendidos aos servidores públicos, exceto:

a) remuneração do trabalho noturno superior ao diurno.


b) repouso semanal remunerado.
c) décimo terceiro salário.
d) FGTS.
e) redução de riscos inerentes ao trabalho.
Comentário:

Além dos direitos à sindicalização e à greve, o art. 39, §3º da CF estende aos servidores ocupantes de cargo público, ou
seja, aos servidores estatutários, uma série de outros direitos assegurados aos trabalhadores urbanos e rurais da
iniciativa privada, previstos em determinados incisos do art. 7º da Carta Magna. São eles:

V - salário mínimo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais;
XV - repouso semanal remunerado;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante;
XIX - licença-paternidade;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil;

Como se vê, das alternativas do quesito, a Constituição apenas não assegura aos servidores estatutários direito
ao fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS), daí o gabarito.
Gabarito: alternativa “d”

O direito à livre associação sindical é aplicável ao servidor público civil, mas não abrange o servidor militar, já que existe
norma constitucional expressa que veda aos militares a sindicalização e a greve.
Comentário:

O servidor público civil possui direito à livre associação sindical e à greve, nos termos do art. 37, VI e VII da CF. Contudo,
tais direitos não são estendidos aos militares, uma vez que, nos termos do art. 142, §3º, IV da CF, os militares são
proibidos de se sindicalizar e de fazer greve.

47 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Gabarito: Certo

O direito de greve dos servidores públicos será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar
federal.
Comentário:

Nos termos do art. 37, VII da CF, “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”, o
que nos remete a uma lei ordinária, e não a uma lei complementar, daí o erro. Ressalte-se que tal lei ainda não editada,
razão pela qual o STF deixou assente que, enquanto perdurar a omissão do legislador, as greves dos servidores públicos
serão disciplinadas pela legislação que regulamenta a matéria na iniciativa privada.
Gabarito: Errado

48 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Sistema remuneratório dos agentes públicos

O sistema remuneratório dos servidores e dos demais agentes públicos é disciplinado nos incisos X a XV do art. 37 da CF.
Antes de estudarmos esses dispositivos, faz-se necessário apresentar alguns conceitos básicos acerca da terminologia
aplicada ao tema.
Segundo a doutrina de Hely Lopes Meireles, o sistema remuneratório –ou remuneração em sentido amplo –da
Administração direta e indireta para os servidores da ativa compreende as seguintes modalidades:

remuneração em sentido estrito, a qual se divide em vencimentos e salários; e

subsídio.

De acordo com o mestre, vencimentos (no plural) é espécie de remuneração e corresponde à soma do vencimento (no
singular) e das vantagens remuneratórias, constituindo a retribuição pecuniária devida ao servidor público pelo
exercício do cargo público. Assim, o vencimento (no singular) corresponde ao padrão do cargo público fixado em lei
(“vencimento básico”), e os vencimentos (no plural) são representados pelo padrão do cargo (vencimento) acrescido
dos demais componentes do sistema remuneratório do servidor.
As vantagens pecuniárias, por sua vez, são parcelas acrescidas ao vencimento do servidor em razão de situações
previstas em lei. Compreendem os adicionais (por tempo de serviço, por exemplo) e as gratificações (de produtividade
ou pelo exercício de função de confiança, por exemplo).
O sistema remuneratório constituído por vencimentos, isto é, vencimento básico do cargo fixado em lei, acrescido de
eventuais vantagens que podem variar de um agente para outro (adicionais e gratificações), se aplica aos servidores
públicos estatutários em geral.
Já o salário, também espécie de remuneração, corresponde ao pagamento de serviços profissionais prestados em uma
relação de emprego, sujeita ao regime trabalhista ou celetista, ao qual se submetem os empregados públicos.
O subsídio, por sua vez, conforme indica o art. 39, §4º da CF, se caracteriza por ser “fixado em parcela única, vedado o
acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória”.
Nos termos da Constituição Federal, o sistema de remuneração por subsídio se aplica:

a. Obrigatoriamente, para os agentes políticos: chefes dos Executivos, deputados, senadores, vereadores,
ministros de Estado, secretários estaduais e municipais, membros da magistratura, membros do Ministério
Público, ministros do Tribunal de Contas.
b. Obrigatoriamente, para alguns servidores públicos: integrantes da Advocacia Geral da União, da
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, os Procuradores dos Estados e do DF, os Defensores Públicos,
servidores da Polícia Federal, Polícia Ferroviária Federal, polícias civis, polícias militares e corpos de
bombeiros militares;
c. Facultativamente, para os servidores públicos organizados em carreira, conforme previsto em lei (ex: os
servidores do Banco Central são remunerados por subsídio).

Esquematizando

49 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

A Lei 8.112/1990 apresenta uma conceituação um pouco diferente. De acordo com seus arts. 40 e 41, vencimento é a
“retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei”, enquanto remuneração é o
“vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei”. Percebe-se,
portanto, que o conceito de “remuneração” apresentado na lei equivale à noção de “vencimentos” oferecida pela
doutrina. Já o significado de “vencimento” (no singular) constante da lei é o mesmo da doutrina.
Aprendidos esses conceitos, voltemos ao estudo dos dispositivos constitucionais.

Fixação, alteração e revisão geral anual

O art. 37, inciso X da Constituição Federal dispõe sobre fixação e a revisão geral anual da remuneração e dos subsídios
dos servidores públicos:

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o §4º do art. 39 somente poderão ser
fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

De se destacar, primeiramente, que o dispositivo se refere apenas às espécies remuneratórias que os servidores
estatutários podem receber. Não engloba, portanto, os salários dos empregados públicos. O dispositivo também não
abrange os vencimentos dos militares, mas apenas dos servidores públicos civis.
Os vencimentos e os subsídios dos servidores públicos, em regra, só podem ser fixados ou alterados por lei específica,
vale dizer, toda vez que se pretender alterar a remuneração de qualquer cargo público deve ser editada uma lei
ordinária que somente trate do assunto “revisão da remuneração de cargos públicos”. Portanto, para cada revisão, em
cada ano, deverá ser aprovada lei específica. Tal lei até poderá abranger mais de um cargo; o que não pode variar é o
assunto.

Aprofundando

No caso dos deputados federais, dos senadores, do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de
Estados, a competência para fixação dos respectivos subsídios é exclusiva do Congresso Nacional, que o faz
por decreto legislativo, e não por lei, nos termos do art. 49, VII e VIII da CF. Portanto, constituem exceções à regra do
art. 37, X, que exige a edição de lei específica.
A parte final do art. 37, inciso X, assegura revisão geral anual da remuneração e do subsídio dos servidores públicos,
sempre na mesma data e sem distinção de índices.
A doutrina informa que essa revisão anual serve para assegurar a manutenção do poder de compra dos vencimentos
ou do subsídio face aos efeitos da inflação do período. Todavia, não se trata de aumento real, mas apenas de aumento
nominal, pois o reajuste anual apenas compensa a inflação, mas não gera ganhos acima dela. Esse reajuste anual da
remuneração para compensar a inflação é chamado pela doutrina de aumento impróprio.
Outro ponto que merece ser destacado é a iniciativa do projeto de lei de revisão geral anual. Ela é do Chefe do
Executivo, por força do art. 61, §1º, II, "a", da CF (conforme entendimento do STF – ADO 2.492/SP):

50 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Art. 61, § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: (...)

II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de


sua remuneração;

Portanto, mesmo se tratando de servidores do Poder Judiciário ou do Poder Legislativo, a iniciativa do projeto de lei de
revisão geral anual é do Chefe do Executivo.
Diferente é a iniciativa de lei para revisão setorial (específica), que não tem previsão expressa na Constituição e se
destina apenas a determinada carreira. A iniciativa desse reajuste é do dirigente máximo daquele Poder ou órgão
autônomo (a exemplo do Ministério Público e do Tribunal de Contas).

Por exemplo: é do próprio Poder Legislativo a iniciativa para conceder reajuste setorial aos seus servidores.

Ademais, uma revisão setorial (específica) ou uma reestruturação de carreira é realizada esporadicamente (e não
necessariamente “anualmente”) para corrigir eventuais distorções remuneratórias em determinadas carreiras (e não de
caráter “geral”), distorções estas não necessariamente relacionadas à perda do poder aquisitivo da moeda. Tais
reestruturações, ao contrário da revisão geral e anual, podem até gerar aumento real da remuneração.

Jurisprudência

STF (ARE 993058 AgR, 17/02/2017): a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que não
viola o princípio constitucional da isonomia, nem da revisão geral anual, a concessão de reajustes salariais setoriais
com o fim de corrigir eventuais distorções remuneratórias.
STF (ARE 1101936 AgR, 20/04/2018): é possível a concessão de reajustes setoriais de vencimentos com a finalidade
de corrigir desvirtuamentos salariais verificados no serviço público, sem que isso implique violação dos princípios da
isonomia e da revisão geral anual.

Vamos, então, comparar essas duas “modalidades” de revisão:

Jurisprudência

51 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

A situação é a seguinte: apesar da revisão geral anual ser um aumento nominal, ela é, de toda forma, um aumento. É
mais dinheiro saindo dos cofres públicos e indo para o bolso dos servidores. Então é natural que a Administração
Pública não queira ou não goste de realizar a revisão geral anual. Uma forma de diminuir os custos é simplesmente não
conceder a revisão geral anual e deixar a inflação corroer o valor da remuneração dos servidores.
Por exemplo: imagine que em dois anos seguidos a inflação foi de 10% e o salário do servidor é de R$ 1.000,00. Após um
ano, seu salário deveria ser de R$ 1.100,00, mas, como não houve revisão geral anual, ele continua recebendo apenas
R$ 1.000,00. Após ainda outro ano, seu salário deveria ser R$ 1.210,00 (alô, professor Arthur Lima, vi suas aulas sobre
aumentos percentuais), mas, novamente, não houve revisão geral anual. Então o servidor continua recebendo apenas
R$ 1.000,00. Olha que grande negócio isso é para a Administração: ela está “economizando”, deixando de entregar, R$
210,00 para aquele servidor. Imagine isso agora multiplicado pelos milhares de servidores do ente federativo e com
salários bem maiores do esse.
Naturalmente, os servidores não gostam nem um pouco dessa prática, que virou até comum. O chefe do respectivo
poder (que é quem detém a iniciativa de lei) simplesmente não enviava o projeto de lei.
Diante disso, os servidores públicos começaram a ajuizar ações defendendo a tese de que o inciso X do art. 37 da CF
estabeleceria dois deveres aos chefes do Poder Executivo:
• o dever de todos os anos encaminhar um projeto de lei prevendo a revisão geral da remuneração dos servidores;

• o dever de que neste projeto de lei o índice de reajuste previsto seja igual ou superior à inflação verificada no período.
Ex: se a inflação durante o ano foi de 10%, o reajuste geral anual teria que ser de, no mínimo, 10%.
Caso esses deveres não fossem cumpridos, o Poder Público poderia ser condenado a pagar uma indenização aos
servidores públicos.
Mas essa tese não foi acolhida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que fixou a seguinte tese de repercussão geral (Info
953):
“O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto no inciso X do
art. 37 da CF/88, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de forma
fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão.”
Ou seja, para o STF, o chefe do Poder Executivo não está obrigado a apresentar anualmente projeto de lei com vistas a
conceder a revisão geral da remuneração dos servidores assegurada pela Constituição, mas deve justificar ao Poder
Legislativo as razões do não envio do projeto.
Em outras palavras, segundo o entendimento do STF, uma das formas de “promover” a revisão anual prevista no art. 37,
X da CF seria justificando a impossibilidade prática de concedê-la, por razões fiscais ou outras razões de interesse
público.
Além disso, o Poder Judiciário não pode obrigar que o chefe do Poder Executivo encaminhe o projeto de lei para
revisão geral anual dos servidores. A tese é a seguinte (STF, Info 998):
“O Poder Judiciário não possui competência para determinar ao Poder Executivo a apresentação de projeto de lei que
vise a promover a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos, tampouco para fixar o respectivo índice de
correção.”
E se os servidores públicos, ainda insatisfeitos, provocarem o Poder Judiciário, demandando o aumento de seus
vencimentos, sob o fundamento de isonomia? Mais ou menos assim: “ô Judiciário, eles ali receberam aumento, mas a
gente não recebeu. Cadê a isonomia?”
E aí? Eles irão lograr êxito?

Não, porque de acordo com a Súmula Vinculante 37 do STF: “não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função
legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.”

52 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Questão para fixar


FGV - TCE-AM - Auditor Técnico de Controle Externo - Área de Ministério Público de Contas – 2021
Em período de plena normalidade, sem qualquer restrição imposta pela legislação de regência, o Chefe do Poder
Executivo do Estado Alfa foi acusado, por um grupo de parlamentares, de ter se omitido em dar cumprimento à ordem
constitucional, já que, nos últimos dois anos, deixara de encaminhar o projeto de revisão geral anual da remuneração
dos servidores públicos do Poder Executivo e das demais estruturas estatais de poder. Na medida em que a informação
de ausência de encaminhamento do referido projeto de lei era verdadeira, é correto afirmar que o Chefe do Poder
Executivo:
A) apenas estava obrigado a encaminhar o projeto de revisão geral anual afeto aos servidores do Poder Executivo;
B) estava obrigado a encaminhar o projeto de revisão geral anual, o que ocorreria de modo conjunto com os chefes das
demais estruturas estatais de poder;
C) estava obrigado a encaminhar o projeto de revisão geral anual dos seus servidores, que seria o limite a ser observado
pelos servidores das demais estruturas;
D) deve se pronunciar, de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão, de modo a afastar o
direito à indenização por parte dos servidores;
E) deu azo a uma omissão inconstitucional, que pode ser suprida por índice definido pelo Poder Judiciário, com base na
inflação do período, conforme os indicadores oficiais.
Comentário:

Para o STF (Info 953), o chefe do Poder Executivo não está obrigado a apresentar anualmente projeto de lei com vistas
a conceder a revisão geral da remuneração dos servidores assegurada pela Constituição, mas deve justificar ao Poder
Legislativo as razões do não envio do projeto. Confira:
“O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto no inciso X do
art. 37 da CF/88, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de forma
fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão.”
Portanto, no caso da questão, o Chefe do Poder Executivo deve se pronunciar, de forma fundamentada, acerca das
razões pelas quais não propôs a revisão, de modo a afastar o direito à indenização por parte dos servidores.
Gabarito: alternativa “d”

Teto remuneratório
O art. 37, XI da CF, norma autoaplicável, estabelece a regra conhecida como teto constitucional, que nada mais é que
um limite máximo ao valor da remuneração e do subsídio dos servidores públicos:

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da


administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no

53 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
aos Defensores Públicos;

Desse texto, as principais conclusões a que se pode chegar são no sentido de que:

O teto remuneratório geral corresponde ao subsídio mensal dos ministros do STF, havendo outros limites
ou “subtetos” aplicáveis aos Estados, DF e Municípios, cujos valores não podem ultrapassar o teto geral.
Todas as categorias, ocupantes de cargos, empregos ou funções públicas, da
Administração direta, autárquica ou fundacional, de todos os poderes e esferas de governo, estão sujeitas
ao teto;
Quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista e subsidiárias, somente são alcançadas pelo
teto se receberem recursos do ente federado para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
geral, isto é, se forem estatais dependentes (CF, art. 37, §9º). As estatais não dependentes, por sua vez, não
precisam observar o teto;
Em regra, nenhuma vantagem, qualquer que seja sua natureza, poderá exceder ou ser excluída da incidência
do teto;
Excluem-se do teto somente as parcelas de natureza indenizatória previstas em lei[1] (ajuda de custo,
diárias, auxílio transporte e auxílio moradia).
O teto aplica-se às acumulações de rendimentos oriundos de diversas fontes, independentemente da
espécie remuneratória, podendo ser entre vencimentos ou entre subsídios; entre vencimentos e subsídio ou
entre vencimentos/subsídio e proventos, pensões etc.
a) Segundo o entendimento do STF (Info 862), o teto deve ser observado de forma isolada em cada cargo,
e não considerando a soma das remunerações dos cargos acumulados. Em outras palavras, a soma das
remunerações dos cargos acumulados pode ultrapassar o teto, desde que o limite seja respeitado em cada
cargo isolado.
b) Por outro lado, também de acordo com o STF (Info 985), ocorrida a morte do instituidor da pensão em
momento posterior ao da Emenda Constitucional 19/1998, o teto constitucional incide sobre o somatório
de remuneração ou provento e pensão percebida por servidor.

Preste atenção!

Se a pessoa acumular licitamente dois cargos públicos ela poderá receber acima do teto.

Por outro lado, se o servidor público recebe remuneração (ou aposentadoria) mais pensão, a soma dos dois valores não
pode ultrapassar o teto.
Então...

54 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Além do limite geral representado pelo subsídio dos ministros do STF, o texto constitucional estabelece limites para os
Estados, o DF e os Municípios, os chamados subtetos.
Nos Municípios, nenhuma remuneração, subsídio, pensão etc. poderá ultrapassar o subsídio dos prefeitos. Noutras
palavras, o teto remuneratório nos Municípios é o subsídio dos respectivos prefeitos.
No âmbito dos Estados e do Distrito Federal, são instituídos três subtetos distintos:

Para o Poder Executivo, o subteto corresponde ao subsídio do Governador;

Para o Poder Legislativo, o subteto corresponde ao subsídio dos deputados estaduais e distritais; e

Para o Poder Judiciário, o subteto será o subsídio dos desembargadores do Tribunal de Justiça (este último
limite também é aplicável aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos,
embora eles não integrem o Poder Judiciário).

Esses três subtetos impostos pela Constituição Federal aos Estados e ao Distrito Federal podem ser substituídos por
um limite único, análogo ao subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça. O referido
limite único, caso seja instituído, não poderá ultrapassar o valor correspondente a 90,25% do subsídio mensal dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 37, §12).
Ademais, caso seja adotado esse sistema de limite único para definir o subteto dos Estados ou do Distrito Federal,
ele não se aplicará “aos subsídios dos deputados estaduais e distritais e dos vereadores” (CF, art. 37, §12, parte final).
Com efeito, o subsídio dos deputados estaduais e distritais está limitado a 75% do subsídio dos deputados federais
(CF, art. 27, §2º c/c art. 32, §3º[2]).
Já o subsídio dos vereadores pode variar de no máximo 20% a 75% do subsídio dos deputados estaduais, caso se trate
de Município com menos de dez mil ou com mais de quinhentos mil habitantes, respectivamente (CF, art. 29, VI).
Por sua vez, os subsídios dos deputados federais, assim como dos Governadores e dos Prefeitos, se submetem ao teto
geral, isto é, não podem ser superiores ao subsídio dos ministros do STF, mas nada impede que sejam iguais a este.

Os membros da magistratura estadual – desembargadores do Tribunal de Justiça e demais juízes


estaduais – não se submetem ao subteto remuneratório de 90,25%, e sim ao teto geral.

Agora, em relação ao subsídio dos desembargadores estaduais, o art. 37, XI da Constituição estabelece expressamente
que ele será “limitado a 90,25% do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal”.
Ocorre que o STF, no julgamento da ADI 3.854/DF, decidiu excluir os membros da magistratura estadual, inclusive os
Desembargadores do Tribunal de Justiça, da submissão ao subteto remuneratório de 90,25% do subsídio dos
ministros do STF, aplicando-lhes o teto geral, ao entendimento de que o Poder Judiciário possui caráter nacional e
unitário, de sorte que não poderia haver tratamento discriminatório entre magistrados federais e estaduais que
desempenham iguais funções e se submetem a um só estatuo de âmbito nacional, a Lei Orgânica da Magistratura (LC
35/1979).
Ressalte-se que os membros do Ministério Público estadual e os procuradores e defensores públicos
estaduais permanecem sujeitos ao subteto de 90,25% do subsídio mensal dos Ministros do STF, uma vez que a decisão
da Suprema Corte na ADI 3.854/DF não suprimiu nenhuma parte do dispositivo constitucional, mas apenas
conferiu interpretação conforme a Constituição ao art. 37, inciso XI, e seu §12, para excluir unicamente os membros da

55 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

magistratura estatual da submissão ao subteto de remuneração. Dessa forma, os servidores do Poder


Judiciário estadual também permanecem sujeitos ao subteto de 90,25%.

Jurisprudência

Conforme o entendimento do STF, a regra segundo a qual os procuradores estão sujeitos ao limite de remuneração
aplicável ao Poder Judiciário estadual (apesar de serem servidores do Executivo), vale para todos os procuradores,
inclusive para procuradores de autarquias, e não apenas para determinada carreira da advocacia pública
estadual[3]. Sobre o tema, Lucas Furtado entende que inclusive a remuneração dos procuradores municipais se
sujeita ao teto aplicável ao Poder Judiciário estadual, e não à regra geral aplicável aos Municípios, pela qual o teto
é o subsídio do prefeito, vez que o texto constitucional não fez qualquer menção ou distinção entre procuradores
estaduais e municipais.
A Resolução 13/2006 do Conselho Nacional de Justiça - CNJ reconhece que não se submetem ao teto
remuneratório o exercício da magistratura com o desempenho do magistério. É o que ocorre, por exemplo, com os
ministros do STF que lecionam em universidades públicas: não há impedimento de que eles recebam,
cumulativamente, os subsídios do cargo de ministro (que é o paradigma do teto) mais os vencimentos de
professor.

Por fim, no que tange às empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista), a questão do teto é
disciplinada pelo art. 37, §9º da CF, segundo o qual “o disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral”, as chamadas entidades
estatais dependentes.
Assim, para a aplicação do teto remuneratório, é indiferente se a empresa estatal é prestadora de serviço público ou
exploradora de atividade empresarial. Importa, tão somente, verificar se ela recebe repasse de recursos públicos
para pagamento de pessoal ou para custeio em geral. Se houver esse repasse (o que ocorre, por exemplo, com o
Serpro, empresa pública federal), os salários de seus empregados devem observar o teto geral, ou seja, não poderão
exceder ao subsídio dos membros do STF; se não houver esse repasse (como é o caso do Banco do Brasil e da Caixa
Econômica Federal), não haverá a aplicação do teto.

Esquematizando

56 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Questão para fixar

Não se computa para efeitos dos limites remuneratórios dos servidores públicos a seguinte parcela:

a) gratificação.
b) adicional de insalubridade.
c) adicional por tempo de serviço.
d) adicional de periculosidade.
e) ajuda de custo.
Comentário:

Para a contabilização do teto constitucional, devem ser incluídas todas e quaisquer vantagens remuneratórias, inclusive
as de caráter pessoal. Entretanto, nos termos do art. 37, §11 da CF, as parcelas de caráter indenizatório previstas em
lei não serão computadas para efeitos do teto.
Para os servidores da esfera federal, as “parcelas de caráter indenizatório” estão previstas no art. 41 da Lei 8.112/1990.
São elas: ajudas de custo, diárias, auxílio-transporte e auxílio moradia.
Vê-se, portanto, que só a alternativa “e” corresponde a uma indenização prevista na lei. Todas as demais opções
constituem gratificações e adicionais sujeitas ao teto.
Gabarito: alternativa “e”

A regra constitucional do teto remuneratório se aplica às empresas públicas federais e suas subsidiárias, mesmo na
hipótese de não receberem recursos da União para pagamento de despesas de pessoal.
Comentário:

O quesito está errado. Em regra, os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista, e suas
subsidiárias, não se sujeitam ao teto remuneratório, exceto se a entidade receber recursos da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (CF, art. 37, §9º).

57 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Gabarito: Errado

Limite aos Poderes Legislativo e Judiciário


O art. 37, XII da CF impõe um limite específico, dirigido aos vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário:

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
pagos pelo Poder Executivo;

Portanto, os vencimentos dos servidores ocupantes de cargos no Poder Legislativo e no Poder Judiciário não poderão
ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo aos seus próprios servidores.
Logicamente, essa regra constitucional somente pode se aplicar a cargos iguais ou assemelhados nos três Poderes.
Assim, os vencimentos pagos pelo Poder Executivo constituem o limite máximo para a remuneração dos servidores
que exercem funções iguais ou assemelhadas no Legislativo e no Judiciário. Ocorre que, na prática, os cargos dos
Poderes Legislativo e Judiciário são distintos daqueles existentes no âmbito do Executivo; portanto, não existe muita
margem prática para comparação. Ademais, distorções históricas fazem com que, atualmente, a remuneração dos
servidores seja bastante discrepante entre os Poderes, principalmente quando se compara o Poder Executivo de um
lado e os Poderes Legislativo e Judiciário de outro, o que acaba por inviabilizar qualquer tentativa de equalização. Por
essa razão, o aludido comando constitucional praticamente tem sido letra morta, em todas as esferas de governo.

Questão para fixar

Os vencimentos pagos aos ocupantes dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser inferiores
aos pagos aos ocupantes dos cargos do Poder Executivo.
Comentário:

Na verdade, os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
pagos pelo Poder Executivo (CF, art. 37, XII). A banca só substituiu a palavra “superiores” por “inferiores”.
Gabarito: Errado

Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário podem ser superiores aos pagos pelo Poder
Executivo.
Comentário:

Mais um jogo de palavras da banca. O certo é que: os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo (CF, art. 37, XII). A banca omitiu a palavra “não”.
Gabarito: Errado

58 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Vedação à vinculação e à equiparação de remunerações


O art. 37, XIII da CF proíbe o estabelecimento de vinculações ou de equiparações entre quaisquer espécies
remuneratórias:

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de


remuneração de pessoal do serviço público;

Vincular ou equiparar remunerações significa estabelecer mecanismos que impliquem alteração automática da
remuneração de um cargo toda vez que ocorra alteração de algum parâmetro preestabelecido.
Vincular significa subordinar a remuneração de um cargo a outro, dentro ou fora do mesmo Poder ou, ainda, definir
índices, fórmulas ou critérios de reajustamento automático, que retire a iniciativa do Poder competente para a fixação
da remuneração. Equiparar, por sua vez, significa a previsão, em lei, de remuneração igual à de outro cargo,
originalmente distinto.
Ocorrerá a vinculação remuneratória se, por exemplo, uma lei determinar que o vencimento de auditor-fiscal da receita
estadual corresponderá a 90% daquele fixado em lei para auditor da receita federal; ou que o vencimento do auditor
corresponderá a determinado número de salários mínimos; ou, ainda, que o vencimento do auditor será vinculado ao
incremento da arrecadação tributária. Haveria equiparação, ao contrário, se lei determinasse que a remuneração dos
auditores fosse a mesma aplicável aos promotores de justiça.
Vale ressaltar que a proibição de equiparação e de vinculação se estende a quaisquer espécies remuneratórias –
vencimentos, subsídios, salários ou outras.

Jurisprudência

Súmula Vinculante 4 do STF: “salvo nos casos previstos na Constituição, o salário-mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão
judicial”.
Súmula 681 do STF: “é inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais
a índices federais de correção monetária”.

Um ponto interessante é que a própria Constituição Federal, em alguns casos, prevê a equiparação e a vinculação,
como ocorre com os Ministros do Tribunal de Contas da União sendo equiparados aos Ministros do STJ (CF, art. 73, §3º) e
com a vinculação entre os subsídios dos Ministros do STF com os dos Tribunais Superiores e demais magistrados (CF,
art. 93, V). A vedação do art. 37, XVIII não se aplica a esses casos, previstos diretamente na Constituição, mas apenas a
eventual criação de vinculações e equiparações mediante lei ou outra norma infraconstitucional.

Vedação à incidência cumulativa de acréscimos


pecuniários
O art. 37, XIV da CF veda a incidência cumulativa de acréscimos pecuniários, da seguinte forma:

59 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados
para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

Pelo dispositivo, é vedado o cálculo cumulativo de uma vantagem pecuniária sobre outra, qualquer que seja o título ou
fundamento sob os quais sejam pagas.
Vamos explicar o alcance dessa regra com um exemplo: imagine um servidor que receba vencimento básico no valor de
R$ 1.000,00 e mais R$ 500,00 a título de gratificação pelo exercício de função de confiança, totalizando R$ 1.500,00 de
remuneração. Agora, suponha que uma lei conceda a todos os ocupantes desse cargo uma vantagem pecuniária
qualquer, no percentual fixo de 20%. Segundo o art. 37, XIV da CF, esse percentual adicional deve incidir apenas sobre
o vencimento básico do servidor, e não sobre os “vencimentos”, vale dizer, as vantagens já auferidas pelo servidor não
devem compor a base de cálculo do novo acréscimo. Dessa forma, o valor da nova vantagem seria de R$ 200,00 (R$
1.000,00 x 20%), e a remuneração do servidor passaria a ser de R$ 1.700,00 (R$ 1.500,00 + R$ 200,00).
O que o art. 37, XIV da CF proíbe, portanto, é o chamado “repique”, ou incidência “em cascata” de acréscimos
pecuniários. No nosso exemplo, caso fosse aplicado o efeito em cascata vedado pelo texto constitucional, o valor da
nova vantagem pecuniária seria de R$ 300,00 [= (R$ 1.000,00 + R$ 500,00) x 20%], e a remuneração do servidor seria
indevidamente majorada para R$ 1.800,00 (=R$ 1.500,00 + R$ 300,00).
Vale saber que a atual redação do inciso XIV do art. 37 foi dada pela EC 19/98. Antes da emenda, esses cálculos
cumulativos somente eram vedados quando se tratasse de acréscimos pecuniários pagos “sob o mesmo título ou
idêntico fundamento”. Assim, sob a redação original, o adicional de tempo de serviço, por exemplo, não poderia
compor a base de cálculo de outra vantagem que também tivesse como fundamento o tempo de serviço do servidor,
mas poderia caso a outra vantagem fosse concedida por motivo diverso, como a natureza da atividade exercida.
Atualmente, o título ou fundamento da vantagem é irrelevante: o cálculo cumulativo de uma vantagem sobre outra
é vedado, qualquer que seja o título ou fundamento sob os quais sejam pagas.

Irredutibilidade de vencimentos e subsídios


O art. 37, XV da CF estabelece a irredutibilidade de vencimentos e subsídios de servidores públicos:

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,


ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

Primeiramente, cumpre destacar que, face à ressalva em relação aos incisos XI e XIV contida na parte final do
dispositivo, a irredutibilidade de vencimentos e subsídios não impede a observância do teto constitucional e
da vedação à incidência cumulativa de acréscimos pecuniários; vale dizer que não se poderá invocar a irredutibilidade
para manter remunerações pagas com infração a essas regras.
Por exemplo: o teto constitucional é de R$ 39.293,32. Ricardinho, que já é servidor público há 30 anos, tem
remuneração bruta de R$ 45.293,32 e acha um absurdo o fato de que todo mês R$ 6.000,00 são deduzidos da sua
remuneração a título de adequação ao teto constitucional. Ricardinho pretende “entrar na justiça”, ir em busca dos
“seus direitos”, invocando a irredutibilidade dos vencimentos. Parece que ele esqueceu de ler a ressalva desse
dispositivo constitucional: a redução para adequação ao teto constitucional não fere o princípio da irredutibilidade dos
vencimentos.
Acrescenta-se ainda que, por ser de norma de eficácia plena, o inciso XV permite a imediata redução das parcelas
remuneratórias indevidamente concedidas, respeitado, óbvio, o devido processo legal.
A redução a que se refere o texto constitucional corresponde ao valor nominal dos vencimentos ou do subsídio, ou seja,
não contempla as perdas do poder de compra por conta dos efeitos da inflação. Assim, o princípio da irredutibilidade é
respeitado apenas com a manutenção do valor numérico dos vencimentos ou subsídios, independentemente dos
índices de inflação.

60 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Na prática, isso significa que servidores que não recebem reajuste salarial há anos e, por isso, estão com salários
defasados, não podem alegar que a Administração está infringindo a regra da irredutibilidade dos vencimentos.
Ademais, o valor tomado como parâmetro para definir a ocorrência de redução é o valor bruto percebido pelo servidor,
e não o valor líquido[4]. Lucas Furtado assevera que, por força da menção expressamente feita aos artigos 150, II e 153,
III, e 153, §2º, I (que versam sobre a instituição ou majoração de tributos incidentes sobre a renda), se, por exemplo, for
aumentada a alíquota do imposto de renda, e isso acarretar redução da remuneração líquida do servidor, não ocorrerá
violação da regra da irredutibilidade.
Também fogem dessa regra algumas gratificações de natureza variável, de que seriam exemplo as gratificações de
desempenho, que podem oscilar periodicamente em função da avaliação de desempenho do servidor. Assim, não
haveria transgressão da regra constitucional da irredutibilidade se, em determinado momento, a remuneração do
servidor diminuísse por conta da redução do valor pago por meio dessa vantagem.

Jurisprudência

O STF fixou jurisprudência no sentido de que “pode a fórmula de composição da remuneração do servidor público
ser alterada, desde que preservado o seu montante total” (AI 1.785/RS), pois não há direito adquirido quanto
à forma como são calculados os vencimentos dos servidores. O que a irredutibilidade assegura é a manutenção
do valor final dos vencimentos, não importando que as parcelas componentes sejam modificadas. Do contrário,
isso implicaria reconhecer direito adquirido a regime jurídico, possibilidade rechaçada pela jurisprudência da
Suprema Corte. Por exemplo, a Lei 8.112/1990, que institui o regime jurídico dos servidores civis federais, pode ser
alterada a qualquer momento, excluindo ou alterando os adicionais e gratificações nela previstos, sem que isso
implique ofensa a direito dos servidores. Essas alterações, contudo, não podem levar à redução do valor nominal
dos respectivos vencimentos ou subsídios.
O Supremo Tribunal Federal deixou assente que servidor público admitido antes da EC 19/98 – que introduziu regra
mais restritiva em relação à incidência cumulativa de adicionais e gratificações – seria assegurada
a irredutibilidade remuneratória sem, contudo, direito adquirido ao regime jurídico de sua remuneração (RE
563.708/MS, Informativo STF 694). Assim, o servidor que estivesse recebendo validamente, antes da EC 19/98,
adicionais uns sobre os outros, precisou adequar a forma de cálculo de sua remuneração à nova regra
constitucional. Entretanto, essa mudança não pode implicar decréscimo no valor total a receber, fazendo jus o
servidor a uma complementação (VPNI) suficiente para impedir o decesso remuneratório.
Pela jurisprudência do STF, a irredutibilidade de vencimentos e subsídios aplica-se não só a cargos efetivos, mas
também aos cargos em comissão, inclusive àqueles ocupados por pessoas que não possuem vínculo com a
Administração Pública (RE 1.305.209).
O STF entende que o desconto na remuneração de servidores públicos afastados de suas funções por responderem
a processo penal ou por se encontrarem presos preventivamente é contrário ao princípio da irredutibilidade (ADI
4.736).
A jurisprudência do STJ está orientada no sentido de que não há direito adquirido a recebimento de remuneração,
proventos ou pensão acima do teto constitucional, sendo que a garantia da irredutibilidade dos vencimentos deve
ser observada, desde que os valores percebidos se limitem ao teto remuneratório constitucional (RMS 25.959/RJ).

[1] O §11 do art. 37 da CF determina que “Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o
inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei”.

61 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

[2] CF, art. 27, §2º: “o subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na
razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o
que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I”.
CF, art. 32, §3º: “aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27”.
[3] RE 558.258/SP
[4] Lucas Furtado (2014, p. 756).

62 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Administração fazendária e servidores fiscais


Os servidores fiscais que atuam na administração fazendária arrecadando tributos para o Estado, em qualquer esfera
de governo, receberam especial atenção no art. 37 da CF.
Em primeiro lugar, o inciso XVIII estabelece que:

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

Por esse inciso, nenhum setor da Administração poderá impedir ou dificultar o desempenho das atividades finalísticas
dos servidores fiscais, pois eventual obstrução dessa monta poderia frustrar a arrecadação de receitas indispensáveis ao
custeio das atividades estatais. Entretanto, a norma constitucional não é autoaplicável (“na forma da lei”), dependendo
de lei para determinar a forma como será respeitada essa precedência.
Outro inciso que trata especificamente dos servidores da área fiscal é o seguinte:

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

Esse dispositivo alça a administração tributária ao patamar de atividade exclusiva de Estado, devendo contar com
recursos prioritários para a realização de suas atividades. Inclusive, o art. 167, IV da CF, a fim de possibilitar essa
alocação prioritária, permite a vinculação de receita de impostos às atividades da administração tributária.
O inciso XXII também determina que as receitas federal, estadual e municipal deverão atuar de forma integrada,
inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, o que inclui informações protegidas pelo sigilo
fiscal.

63 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Acumulação de cargos, empregos e funções públicas

Acumulação de cargos na atividade


A Constituição Federal, nos incisos XVI e XVII do art. 37, estabelece, como regra, a vedação de acumulação remunerada
de cargos, empregos ou funções públicas:

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade
de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e


abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias,
e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

A vedação de acumular é bastante abrangente: salvo as exceções previstas, atinge todas as esferas de governo, todos
os Poderes e toda a Administração Pública, direta e indireta, incluindo cargos em comissão.
Se determinada pessoa ocupa cargo, emprego ou função pública em Município, por exemplo, não poderá ocupar outro
cargo, emprego ou função pública em qualquer esfera de governo (federal, estadual ou municipal), nem em outro
Poder, quer se trate de Administração Pública direta ou indireta.
Perceba que o texto constitucional veda a acumulação de atribuições públicas, por consequência, a presente regra não
impede o exercício de atividades privadas por parte do servidor público, desde que, obviamente, tais ocupações não
sejam incompatíveis com o cargo exercido pelo servidor (ex: a Lei 8.112/1990 veda a gerência de sociedades
empresariais).
A regra, contudo, não é absoluta. O próprio texto constitucional admite hipóteses em que a acumulação de cargos
públicos é possível, sendo, para tanto, estabelecidos três requisitos cumulativos:
Requisitos para a acumulação de cargos públicos:

Que se trate de:

Dois cargos de professor;

Um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou

Dois cargos ou empregos privativos de profissional de saúde, de profissão regulamentada (ex: médicos,
dentistas, nutricionistas, enfermeiros, assistentes sociais, etc.).
Que haja compatibilidade de horários.

Que seja respeitado o teto remuneratório, em cada cargo.

64 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Quanto ao conceito de “cargo técnico ou científico”, hipótese de acumulação admitida pela CF, torna-se necessário
examinar as atribuições do cargo previstas em lei para concluir se suas atribuições possuem essa natureza.
Segundo a jurisprudência do STJ (RMS 28.644/AP), "cargo científico é o conjunto de atribuições cuja execução tem por
finalidade investigação coordenada e sistematizada de fatos, predominantemente de especulação, visando a ampliar o
conhecimento humano. Cargo técnico é o conjunto de atribuições cuja execução reclama conhecimento específico de
uma área do saber".
Há o entendimento de que se a lei requer qualificação de nível superior, regra geral, o cargo será necessariamente
técnico ou científico. Todavia, em se tratando de cargos de nível superior que executam atividades
meramente administrativas, como os analistas da área meio de Tribunais do Judiciário, não são considerados “técnicos
ou científicos.”
Igual interpretação deve ser dada aos cargos de nível médio. Atribuições que exijam conhecimentos técnicos
específicos de alguma área do saber, como técnico em informática, em contabilidade, programador e desenhista, por
exemplo, não obstante prescindam de diploma de nível superior, são reputadas técnicas e passíveis de acumulação
com um cargo de professor. Por outro lado, os cargos de nível médio, cujas atribuições impliquem a prática de
atividades meramente burocráticas, de caráter repetitivo e que não exijam formação específica, não devem ser
considerados “técnicos ou científicos”, não podendo, por consequência, serem acumulados com outro de professor. São
exemplos: agentes administrativos e agente de portaria.

Em suma: não se tratando de cargos com atribuições meramente burocráticas, típicas da área-
meio, qualquer outro cargo, de nível médio ou superior, é passível de enquadramento como técnico ou
científico.

Hely Lopes Meirelles ressalta que a Constituição veda a acumulação remunerada, de modo que inexistem óbices à
acumulação de cargos, empregos ou funções desde que o servidor seja remunerado apenas pelo exercício de uma das
atividades acumuladas. É o que ocorre, por exemplo, quando um servidor é designado para acumular as funções de
outro cargo por falta ou impedimento de seu titular, com a faculdade de opção pela maior remuneração.
Há que se destacar, ainda, que as hipóteses de acumulação se referem a dois cargos, empregos ou funções públicas.
Assim, não se admite o acúmulo de três ou mais cargos ou empregos, ainda que algum deles provenha da
aposentadoria, a não ser que uma das funções não seja remunerada. Há apenas uma hipótese de acumulação de três
cargos, em virtude da norma temporária contida no §1º do art. 17 da ADCT: dois de médico civil, com outro de médico
militar.
Além das hipóteses de acumulação expressamente mencionadas pelo inciso XVI do art. 37, outras são igualmente
indicadas pela CF, a saber:

a permissão de acumulação para os vereadores (CF, art. 38, III);

a permissão para os juízes e os membros do Ministério Público exercerem o magistério (CF, art. 95,
parágrafo único, I; e art. 128, §5º, II, “d”);
a permissão para os profissionais de saúde das Forças Armadas acumularem outro cargo ou emprego na
área de saúde, na forma da lei e com prevalência da atividade militar (CF, art. 142, §3º, II, III e VIII).
a possibilidade de os militares estaduais (policiais militares e bombeiros) acumularem seu cargo militar
com um cargo de professor, ou com um cargo técnico ou científico, ou com um cargo ou emprego
privativo de profissionais da saúde, desde que haja compatibilidade de horários, respeito ao teto
remuneratório (em cada cargo) e prevalência da atividade militar (CF, art. 42, §3º, acrescentado pela EC
101/2019).

Por oportuno, vale saber que o art. 117, parágrafo único, inciso I da Lei 8.112/1990 apresenta uma outra hipótese de
acumulação, pois permite a participação de servidores públicos em “conselhos de administração e fiscal de empresas
ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade

65 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros”. Por exemplo, um servidor do Ministério da Fazenda não
pode ocupar um emprego público no Banco do Brasil, em virtude da vedação presente no art. 37, XVI e XVII da CF, mas,
segundo a Lei 8.112/1990, ele pode ser designado como membro do Conselho de Administração da estatal.

Jurisprudência

Teto remuneratório na acumulação de cargos


O STF (RE 612975/MT e RE 602043/MT) pacificou o entendimento acerca da necessidade de observância do teto
remuneratório nas hipóteses de acumulação de cargos públicos previstas na CF. Em suma, o STF entendeu que o teto
remuneratório deve ser aplicado de forma isolada para cada cargo público acumulado, nas formas autorizadas pela
Constituição.
O STF aprovou a seguinte tese para efeito de repercussão geral:

“Nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do artigo
37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a
observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público”.
Como se nota, ao ver do STF, nas acumulações previstas na CF (exemplos: dois cargos de professor, um cargo de
professor com outro técnico científico ou dois cargos/empregos de profissionais de saúde), o respeito ao teto
remuneratório deve ocorrer em cada cargo, considerado isoladamente, e não pela soma das respectivas
remunerações.
Assim, por exemplo, se Thiago, que é Auditor da Receita Federal do Brasil (RFB), também for professor de Universidade
Federal, a remuneração isolada de cada um desses dois cargos não poderá ultrapassar o teto constitucional (subsídio
dos ministros do STF), mas a soma delas pode sim ultrapassar o teto.
Um exemplo numérico para facilitar: atualmente o teto constitucional está fixado em R$ 39,2 mil. Thiago recebe R$ 30
mil como Auditor da RFB e mais R$ 30 mil como professor da Universidade. No total, ele recebe R$ 60 mil. Tudo bem.
Isso é permitido!

Teto remuneratório na acumulação de remuneração ou


proventos com pensão
De acordo com o STF (Info 985): ocorrida a morte do instituidor da pensão em momento posterior ao da Emenda
Constitucional 19/1998, o teto constitucional previsto no inciso XI do art. 37 da Constituição Federal incide sobre o
somatório de remuneração ou provento e pensão percebida por servidor.
Portanto, se a esposa de Felipe, que é Auditor de Controle Externo do TCU e recebe remuneração de R$ 30 mil, veio a
falecer após 1998, fazendo ele jus a pensão no valor de R$ 20 mil, o somatório de sua remuneração (R$ 30 mil) e da
pensão (R$ 20 mil) não poderá ultrapassar o teto (R$ 39,2 mil). Alguma coisa aí terá que ser cortada! Felipe só poderá
receber, no máximo, R$ 39,2 mil.

66 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Compatibilidade de horários e limite de 60 horas de


jornada
Trata-se assunto polêmico, em que STJ e STF possuem posições divergentes.

Para o STJ (MS 19.336-DF e REsp 1.565.429-SE), é vedada a acumulação de dois cargos públicos quando a soma da
carga horária referente aos dois cargos ultrapassar o limite máximo de 60 horas semanais.
Isso porque, segundo o entendimento do STJ, o servidor precisa estar em boas condições físicas e mentais para bem
exercer as suas atribuições, o que certamente depende de adequado descanso no intervalo entre o final de uma jornada
de trabalho e o início da outra, sendo isso impossível em condições de sobrecarga de trabalho. Sendo assim, se a
jornada semanal ficar acima de 60 horas, a acumulação não seria permitida, considerando que o servidor estaria muito
cansado e isso atrapalharia seu desempenho funcional, em prejuízo ao princípio constitucional da eficiência.
Para o STF (RE 1.094.802), contudo, “a acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art.
37, XVI, da CF/88, não se sujeita ao limite de 60 horas semanais previsto em norma infraconstitucional, pois inexiste tal
requisito na Constituição Federal”. Assim, a interpretação do STF é mais legalista, no sentido de que, não havendo
limite de carga horária previsto na Constituição, não se pode, portanto, falar em limitação.

Questão para fixar

Interessante é que todos esses entendimentos foram objeto da prova discursiva para o cargo de Auditor de Controle
Externo do Tribunal de Contas da União, aplicada em 2022.
Vejamos o enunciado da questão, seguido pelo espelho disponibilizado pela banca:

FGV – TCU - Auditor de Controle Externo -2022 - discursiva

João, servidor público federal estável, ocupante de cargo efetivo de médico no âmbito do Ministério da Saúde, acaba de
ser aprovado em concurso público para o cargo de perito médico do Instituto Nacional do Seguro Social.
Diante do regime jurídico que lhe é aplicável, responda aos itens abaixo, de forma objetivamente fundamentada,
levando em consideração a atual jurisprudência dos Tribunais Superiores.
a) Sabendo que o somatório das cargas horárias dos dois cargos (médico no Ministério da Saúde e perito médico no
INSS) ocasionará uma jornada semanal superior a 60 horas, é possível que João acumule licitamente os dois cargos
públicos?
b) Caso João acumule licitamente seu cargo efetivo de médico no Ministério da Saúde com outro cargo público
qualquer, o servidor poderá receber acima do teto remuneratório dos servidores previsto no Art. 37, XI, da Constituição
da República de 1988?
c) Imagine que João seja casado com Maria, juíza federal, que acaba de falecer em abril de 2022. Em relação à eventual
pensão por morte de sua esposa, como se aplicaria a regra do teto remuneratório dos servidores prevista no Art. 37, XI,
da Constituição da República de 1988?
(...)

Espelho da banca:

a. João poderá acumular licitamente os dois cargos públicos, porque são privativos de profissionais de saúde com
profissões regulamentadas, desde que haja compatibilidade de horários verificada no caso concreto, haja vista que a

67 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Constituição da República apenas exige o requisito de tal compatibilidade, não trazendo qualquer limitação de
carga horária.
b. Caso João acumule licitamente dois cargos públicos, a incidência do teto remuneratório dos servidores públicos do
Art. 37, XI, da Constituição da República de 1988 pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados,
afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público.
c. Tendo em vista que a morte de Maria ocorreu em 2022, portanto em momento posterior ao da Emenda
Constitucional 19/1998, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o teto constitucional previsto no
Art. 37, XI, da Constituição da República de 1988 incide sobre o somatório da remuneração do cargo efetivo de João e
a pensão percebida pelo servidor em razão da morte de sua esposa.

68 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Acumulação de proventos e vencimentos

Ponto de destaque no tema em estudo diz respeito à possibilidade de o agente receber simultaneamente remuneração
de cargo ativo e proventos de aposentadoria.
O art. 37 §10, da CF diz o seguinte:

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts.
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis
na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre
nomeação e exoneração.

Logo, como regra, é vedado acumular proventos e vencimentos. Importante destacar que, ao fazer menção aos artigos
40, 42 e 142, a vedação de percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração de cargo,
emprego ou função pública alcança somente os regimes próprios dos servidores públicos estatuários e dos militares.
Não abrange, portanto, o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), previsto no art. 201 da CF.
Logo, os aposentados pelo RGPS, como é o caso dos empregados públicos das empresas estatais, podem retornar à
ativa, e, por conseguinte, acumularem, regularmente, os proventos com a remuneração do novo cargo, emprego ou
função.
No caso dos servidores civis e militares aposentados pelos respectivos regimes próprios de previdência, somente
é permitida a acumulação de proventos com remunerações de:

outro cargo/emprego/função acumulável caso em atividade estivesse;

cargos eletivos (de Deputado, Prefeito, Governador, por exemplo); e

cargos em comissão.

Desse modo, servidor que tenha se aposentado pelo regime próprio, civil ou militar, pode retornar ao serviço público,
mas desde que seja para ocupar outro cargo/emprego/função acumulável, cargos eletivos ou cargo em comissão.

Essas regras sobre a acumulação de proventos da aposentadoria com a remuneração de cargos efetivos
levam a uma situação interessante. Vimos que os empregados públicos das empresas estatais, por se
aposentarem pelo RGPS, podem retornar à ativa e acumular regularmente os proventos com a
remuneração do cargo, emprego ou função. Um aposentado do Banco do Brasil, por exemplo, poderia
prestar concurso para Auditor da Receita Federal e receber, simultaneamente, proventos e remuneração
relativa aos dois cargos. O inverso, porém, não pode ocorrer: caso um Auditor da Receita, aposentado
pelo regime próprio, retorne à ativa como empregado concursado do Banco do Brasil, ele não poderá
acumular os proventos da aposentadoria com o salário do Banco, pois não são cargos acumuláveis. Em
consequência, ele terá que optar por uma das remunerações.

Por exemplo, um servidor que tenha se aposentado em cargo de natureza técnica ou científica e que preste concurso
público para o cargo de professor universitário, poderá acumular os proventos da aposentadoria e a remuneração do
cargo efetivo, observado o teto constitucional, pois o cargo em que se deu a aposentadoria e o cargo de professor são
acumuláveis, nos termos do art. 37, XVI da CF. Da mesma forma, o servidor aposentado poderia retornar ao serviço
público, acumulando proventos e remuneração, caso fosse convidado a exercer cargo em comissão ou caso se

69 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

candidatasse para mandato eletivo. Nessas hipóteses, a natureza do cargo em que se deu a aposentadoria seria
irrelevante.
Hely Lopes Meirelles apresenta uma ressalva quanto ao servidor aposentado compulsoriamente (75 anos de idade). Na
visão do autor, o servidor nessa condição não poderá ocupar outro cargo, emprego ou função pública, salvo quanto aos
eletivos, porque a própria Constituição estabelece uma presunção de incapacidade absoluta para o desempenho de
serviço público.
Por fim, vale ressaltar que o servidor aposentado pode retornar ao serviço público, ainda que não se enquadre em
nenhuma das três hipóteses de acumulação acima. Para tanto, ele deverá abrir mão ou dos proventos do cargo em que
se aposentou ou dos vencimentos/subsídio do novo cargo, ou seja, ele terá que optar entre receber os proventos ou os
vencimentos/subsídio.
Lembre-se de que a vedação constitucional à acumulação de cargos, empregos e funções, na verdade, impede
a acumulação remunerada ou, dizendo de outra forma, a percepção simultânea de remuneração relativa a cargos
não acumuláveis. Assim, se um dos cargos é exercido sem remuneração, não há que se falar em acumulação indevida.

Esquematizando

Questão para fixar

Considerando que o trabalho seja fundamental para a dignidade da pessoa humana, é correto afirmar que a
acumulação de cargos públicos é regra na legislação brasileira, devendo-se observar apenas a compatibilidade de

70 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

horários.
Comentário:

Ao contrário do que afirma o quesito, a acumulação de cargos não é regra, e sim exceção na legislação brasileira, só
podendo ocorrer nas situações expressamente previstas na Constituição (art. 37, XVI: dois cargos de professor; um de
professor e outro técnico ou científico; ou dois cargos na área de saúde), e desde que haja compatibilidade de horários.
Deve ser ressaltado que, nas hipóteses em que a Constituição admite a acumulação, o teto remuneratório deve ser
observado em cada cargo.
Gabarito: Errado

A proibição de acumular cargos públicos alcança todos os órgãos da administração direta, autárquica e fundacional, não
se estendendo apenas aos empregos situados nas empresas públicas, sociedades de economia mista e suas
subsidiárias, cujo pessoal está submetido a regime jurídico de direito privado.
Comentário:

O quesito está errado. A proibição de acumular é tão ampla que não se resume aos órgãos da administração direta,
autárquica e fundacional; ela se estende, inclusive, a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público (CF, art. 37, CVII). Diferentemente da regra do teto remuneratório, em relação à acumulação de cargos
não importa se as empresas públicas e sociedades de economia mista recebam ou não recursos da fazenda pública para
custeio ou gastos de pessoal: a vedação atinge qualquer entidade.
Gabarito: Errado

Suponha que Pedro seja professor em uma universidade pública. Nesse caso, ele poderá acumular o seu cargo de
professor com um cargo de analista judiciário, área meio, em tribunal regional federal.
Comentário:

Uma vez que Pedro ocupa cargo de analista judiciário na área meio, não exerce atribuições de natureza técnica ou
científica; portanto, ele não se enquadra na regra que permite acumulação de “um cargo de professor com outro
técnico ou científico”.
Gabarito: Errado

71 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Mandatos eletivos

O art. 38 da CF regulamenta as situações em que servidor público passa a exercer mandato eletivo:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de
seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse
regime, no ente federativo de origem.

Assim, o servidor público que seja eleito para exercer mandato eletivo federal, estadual ou distrital (Presidente da
República, deputado federal, senador, Governador, deputado estadual ou distrital) será, obrigatoriamente, afastado do
seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função. Nessa hipótese, o servidor deverá receber apenas
a remuneração do cargo eletivo, obrigatoriamente.
Caso o servidor público seja eleito para o mandato de prefeito, ele também será obrigatoriamente afastado do seu
cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função. Porém, poderá optar por receber a remuneração de prefeito ou a
remuneração do cargo, emprego ou função de que foi afastado. Segundo a jurisprudência do Supremo, essas regras
igualmente se aplicam, por analogia, ao servidor público investido no mandato de vice-prefeito[1].
Já o servidor público eleito para o cargo de vereador... aqui é o melhor dos mundos! Se houver compatibilidade de
horários, poderá perceber as vantagens de seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função juntamente com a
remuneração de vereador. Por outro lado, se não houver compatibilidade, o servidor será enquadrado na mesma
regra aplicável ao servidor investido no mandato da Prefeito: ele será afastado do seu cargo, emprego ou função,
sendo-lhe facultado optar pela remuneração de origem ou pelo subsídio correspondente ao cargo de vereador.
Por fim, o art. 38 preceitua que, nas hipóteses em ocorra o afastamento do servidor de seu cargo, emprego ou função,
seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento. Ademais, o
servidor permanece vinculado ao seu regime próprio de previdência social de origem.
Por exemplo: se eu, professor Sérgio, que sou servidor segurado pela PB Prev, RPPS do Estado da Paraíba, for eleito
Presidente da República, eu serei afastado do meu cargo, vou morar em Brasília e vou ter todos os privilégios e
atribuições desse altíssimo cargo. Mas eu vou permanecer filiado ao meu RPPS (no caso, a PB Prev), no ente federativo
de origem (Paraíba).

72 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Questão para fixar

O dispositivo constitucional que admite o afastamento do servidor do cargo, do emprego ou da função para o exercício
de mandato é aplicável ao servidor contratado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público,
já que exerce função pública.
Comentário:

O dispositivo constitucional que permite ao servidor se afastar do cargo para exercer mandato eletivo se aplica apenas
aos servidores públicos da administração direta, autárquica e fundacional:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

Portanto, não abrange os empregados públicos das entidades administrativas de direito privado, tampouco os agentes
temporários.
Gabarito: Errado

73 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Regime jurídico

O caput do art. 39 da CF trata do regime jurídico dos servidores da Administração Pública direta, das autarquias e
das fundações públicas. A redação vigente desse dispositivo é a seguinte:

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas.

O dispositivo determina, portanto, que cada esfera de governo deve instituir um regime jurídico único e planos de
carreira a todos os servidores das respectivas Administração direta, das autarquias e das fundações públicas, vale dizer,
aos órgãos e entidades de direito público.
A Constituição, contudo, não define qual o regime a ser adotado, se estatutário, contratual celetista ou outro qualquer.
O que o texto constitucional impõe, tão-somente, é que seja instituído um regime jurídico único aplicável a todos
servidores da Administração direta, autárquica e fundacional.
Na esfera federal, a União, por intermédio da Lei 8.112/1990, instituiu o regime jurídico dos servidores públicos civis da
União (administração direta), das autarquias e das fundações públicas federais, estabelecendo, assim, que os servidores
desses órgãos e entidades estão submetidos a regime estatutário.
Todavia, em tese, a União poderia ter estabelecido um regime contratual ou mesmo um regime misto. Acontece que o
regime estatuário, segundo a doutrina, é mais condizente com o regime de direito público que permeia a atuação dos
órgãos da administração direta e das entidades autárquicas e fundacionais, diferentemente do que ocorre com as
entidades que desempenham atividades de natureza empresarial, em que o regime de contrato de trabalho mostra-se
mais adequado.
O regime estatuário dos servidores públicos indica que, quando nomeados, eles ingressam numa situação jurídica pré-
definida, estabelecida na lei de regência, a qual não pode ser mudada mediante contrato, ainda que com a
concordância da Administração e do servidor, porque se trata de normas de ordem pública, de observância obrigatória.
Busca-se, assim, privilegiar o interesse público e resguardar as prerrogativas da Administração.
Ressalte-se que a redação ora vigente do caput do art. 39 é a que foi elaborada pelo constituinte originário. Isso porque a
nova redação introduzida pela EC 19/98 teve sua eficácia suspensa pelo Supremo Tribunal Federal, em sede de medida
cautelar, a partir de agosto de 2007 (ADI 2135/DF).
O texto trazido pela EC 19/98 tinha o objetivo de eliminar a obrigatoriedade de adoção de um regime jurídico único e
de planos de carreira para os agentes de cada esfera política atuantes nas respectivas Administração direta, autarquias
e fundações públicas. Contudo, o fundamento da impugnação pelo Supremo não foi esse, e sim a inconstitucionalidade
formal ocorrida na tramitação da emenda, especificamente quanto ao caput do art. 39, em virtude da não observância
do processo legislativo previsto no art. 60, §2º da CF (a emenda não foi submetida a votação em dois turnos com
quórum adequado).
Portanto, no período compreendido entre a alteração do caput do art. 39 pela EC 19/98 e a suspensão da sua eficácia
pelo Supremo, a partir de agosto de 2007, foi possível a existência de servidores públicos sujeitos a mais de um regime
jurídico nas administrações direta, nas autarquias e nas fundações públicas de cada um dos entes da Federação.
Saliente-se que, por ocasião do julgamento cautelar da ADI 2.135/DF, o Supremo esclareceu que a decisão teria efeitos
prospectivos (ex nunc), de modo que todos os atos praticados com base na legislação editada durante a vigência do art.
39, caput, com a redação dada pela EC 19/98, continuariam válidos.

74 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Por exemplo, nesse período, a União editou a Lei 9.962/2000, disciplinando o regime de emprego
público (celetista) nos seus órgãos e entidades de direito público. Assim os atos de admissão de
empregados públicos, sob regime celetista, na administração direta, nas autarquias e nas fundações
públicas federais, proferidos com base na referida lei, e que sejam anteriores a agosto de 2007, são
plenamente válidos (os contratos de trabalho não foram automaticamente cancelados em virtude da
decisão do Supremo).

É importante ficar claro que, desde agosto de 2007 até os dias atuais, vigora a redação original do caput do art. 39, vale
dizer, atualmente todo servidor da administração direta, autarquias e fundações públicas deve ser admitido sob
o regime jurídico único (na esfera federal, o regime previsto na Lei 8.112/1990), além de ser obrigatória a instituição
de planos de carreira para esses servidores.
Ademais, todos os demais parágrafos do art. 39 alterados pela EC 19/98 permanecem com a redação dada
pela emenda, eis que a decisão do Supremo atingiu apenas o caput do artigo.

Questão para fixar


Consoante decisão do Supremo Tribunal Federal, os servidores da administração pública direta, das autarquias e das
fundações públicas devem sujeitar-se a regime jurídico único.
Comentário:

O quesito está correto. A partir da decisão do STF na ADI 2.135/DF, voltou a vigorar a redação original do caput do art.
39 da CF, que estabelece a necessidade de se instituir um regime jurídico único para os servidores da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Naquele julgado, o STF suspendeu a eficácia da nova redação
do caput do art. 39 inserida pela EC 19/1998, por vício formal na tramitação. A nova redação retirava a obrigatoriedade
do regime jurídico único, abrindo espaço para a existência de regimes jurídicos distintos nos órgãos e entidades de
direito público. A decisão do Supremo possuiu efeitos ex nunc (prospectivos), não atingindo as situações consolidadas
antes da sua publicação.
Gabarito: Certo

75 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Estabilidade
O art. 41 da CF estabelece a regra da estabilidade dos servidores públicos:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho
por comissão instituída para essa finalidade.

Portanto, pode-se dizer que estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada ao
servidor que preencha os seguintes requisitos:

Investidura em cargo efetivo, o que pressupõe, necessariamente, a prévia aprovação em concurso público;

Três anos de efetivo exercício no cargo;

Aprovação em avaliação especial de desempenho.

Em relação ao primeiro requisito, em que se requer a investidura em cargo de provimento efetivo, afasta-se a
possibilidade de empregados públicos, servidores temporários ou ocupantes de cargos em comissão sem vínculo
efetivo adquirirem estabilidade.

Ocupantes exclusivamente de cargos em comissão não dispõem de estabilidade no serviço público!

Veja que não basta ao agente público ser aprovado em concurso público para adquirir estabilidade. É necessário que ele
tenha siso aprovado em concurso público para provimento de cargo efetivo, e não de emprego público. Lembre-se de
que o concurso público não é exigência exclusiva para o provimento dos cargos efetivos. A investidura em empregos
públicos também requer a realização de concurso, o que não garante estabilidade aos aprovados.

Empregados públicos não dispõem de estabilidade no serviço público!

Importante também ressaltar a diferença entre efetividade e estabilidade. Elas não se confundem! Efetividade é um
atributo do cargo, adquirido após o servidor tomar posse. Estabilidade é uma proteção no serviço público, adquirida
após o cumprimento dos requisitos constitucionais necessários (listados acima).

76 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Cientes dessa distinção, pode-se afirmar que é possível:

ser efetivo, sem ser estável: o servidor que ocupa cargo efetivo, mas ainda não adquiriu a estabilidade;

ser efetivo e estável: o servidor que ocupa cargo efetivo e já adquiriu a estabilidade;

ser estável, sem ser efetivo: é o caso dos servidores que passaram pela estabilização constitucional
(estabilidade excepcional do art. 19 do ADCT);
não ser efetivo e nem estável: é o caso dos empregados públicos, que não ocupam cargos efetivos e que,
por causa disso, não podem adquirir estabilidade.

ADCT, Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da
administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da
Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma
regulada no art. 37, da Constituição [por meio de concurso público], são considerados estáveis no
serviço público.

Jurisprudência

É vedado o reenquadramento, em novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração, de servidor admitido sem
concurso público antes da promulgação da Constituição Federal de 1988, mesmo que beneficiado pela
estabilidade excepcional do artigo 19 do ADCT, haja vista que esta regra transitória não prevê o direito à
efetividade, nos termos do artigo 37, II, da Constituição Federal e decisão proferida na ADI 3609 (Rel. Min. DIAS
TOFFOLI, Tribunal Pleno, DJe. 30/10/2014).
STF. Plenário. ARE 1306505/AC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/3/2022 (Repercussão Geral – Tema 1157)
(Info 1048).

Quanto ao segundo requisito, a expressão “efetivo exercício” indica que não serão contados eventuais períodos de
licenças ou afastamentos do serviço para fins de aquisição de estabilidade.
O terceiro requisito, aprovação em avaliação especial de desempenho feita por comissão instituída para esse fim, tem
o objetivo de impedir que o simples decurso de tempo seja condição suficiente para conferir estabilidade ao servidor.
Vale dizer, o fato de o servidor ter completado o período de efetivo exercício exigido para a aquisição da estabilidade
não o torna automaticamente estável; a avaliação especial de desempenho passa a ser condição cumulativa,
obrigatória para a aquisição do direito.
Aliás, o efetivo exercício durante o prazo de três anos é pressuposto para a avaliação especial de desempenho, ou seja,
a avaliação do servidor deve ser feita com base num período de três anos de desempenho da função. Assim, eventuais
afastamentos do serviço devem ensejar a prorrogação da avaliação especial pelo mesmo lapso de tempo, de modo a
permitir que ela seja realizada somente quando o servidor completar o período de efetivo exercício exigido na
Constituição.
Hely Lopes Meirelles também aponta como condição para a estabilidade a aprovação do servidor em estágio
probatório, que é o período de exercício do servidor durante o qual ele é observado pela Administração para verificar a
conveniência ou não de sua permanência no serviço público, mediante a verificação dos requisitos estabelecidos em lei
(assiduidade, disciplina, produtividade, responsabilidade, etc.). Na verdade, a necessidade de avaliação especial de

77 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

desempenho como condição para se adquirir estabilidade foi inserida na Constituição exatamente para conferir maior
efetividade às avaliações realizadas durante o estágio probatório.
A respeito da perda do cargo do servidor já estável, o art. 41, §1º da Constituição estabelece as seguintes hipóteses:

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,


assegurada ampla defesa.

A primeira hipótese refere-se ao trânsito em julgado de sentença judicial, que pode ser sentença penal ou sentença
decorrente da prática de ato de improbidade administrativa.
A segunda hipótese está relacionada à prática de infração funcional grave, que pode motivar a instauração de
procedimento administrativo com aplicação da pena de demissão, assegurado, é claro, o direito à ampla defesa.
Já a terceira situação em que o servidor estável poderá perder o cargo decorre de insuficiência de desempenho,
verificada mediante avaliação periódica. Não se trata de norma autoaplicável, eis que a Constituição determina que a
avaliação periódica deve ser feita na forma de lei complementar, a qual, diga-se de passagem, ainda não foi editada,
razão pela qual esse requisito constitucional permanece sem aplicação prática.
Além das hipóteses previstas no art. 41, §1º, o art. 169, §4º da CF acrescenta que o servidor estável poderá perder o
cargo quando o excesso de gastos com pessoal impedir o cumprimento dos limites prudenciais da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF).
Com efeito, nos termos do art. 169, se os limites previstos na LRF não forem observados, devem ser
adotadas, sucessivamente, as seguintes providências:

1. Redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;

2. Exoneração dos servidores não estáveis.

3. Exoneração dos servidores estáveis.

Portanto, a exoneração dos servidores estáveis só poderá ser empreendida caso as duas medidas anteriores não forem
suficientes para adequar os gastos com pessoal aos limites da LRF.

Efeitos da estabilidade
A estabilidade no cargo é uma garantia constitucional que protege o servidor de ser livremente exonerado ou demitido
do cargo.
Como visto, o servidor estável só poderá perder o cargo nas hipóteses expressamente previstas na Constituição que,
basicamente, se referem à condenação, após o devido processo legal, pela prática de crimes, atos de improbidade ou
infrações funcionais graves ou, ainda, como última solução para adequar os gastos de pessoal aos limites da LRF.
Todavia, isso não significa que o servidor investido em cargo efetivo que ainda não tenha alcançado a estabilidade
possa ser livremente afastado, como se fosse um cargo em comissão. Não é isso. Mesmo que se trate de servidor não
estável, o ato de demissão ou exoneração do servidor deve ser necessariamente motivado, além de efetivado mediante
procedimento em que se assegure ampla defesa e contraditório[1].

78 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Então, quais são os efeitos práticos da estabilidade, uma vez que mesmo não sendo estável o servidor não poderá ser
demitido ou exonerado sem o devido processo legal?
Em relação à possibilidade de perda do cargo, poucos efeitos práticos irão distinguir o servidor estável daquele que,
ocupando cargo efetivo, ainda não tenha adquirido a estabilidade[2]. Vejamos.
Primeiro, pode-se destacar que o servidor não estável ainda tem que superar a avaliação especial de desempenho para
confirmar a sua manutenção no cargo. A permanência do servidor estável já não depende dessa condição (CF, art. 41,
§4º).
Segundo, na hipótese de ser necessária a aplicação das medidas para cumprimento da LRF, os servidores não estáveis
deverão ser exonerados antes dos servidores estáveis (CF, art. 169, §§3º e 4º).
Por fim, há a situação prevista no art. 41, §3º da CF:

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade,


com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Assim, caso ocorra a extinção do cargo público por lei, o servidor estável ocupante do cargo extinto ficará
em disponibilidade, recebendo remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo (a CF não fixa prazo para que haja o reaproveitamento); se não for estável, o servidor perderá o cargo e
será afastado do serviço público[3].
A Lei 8.112/1990, assim como os Estatutos dos servidores estaduais e municipais, preveem outras situações que
igualmente diferenciam os servidores estáveis dos não estáveis, como a possibilidade de obterem determinadas
licenças ou afastamentos.

[1] Súmula 21 do STF: “funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem
as formalidades legais de apuração de sua capacidade”.
[2] Lucas Furtado (2014, p. 776).
[3] Súmula 22 do STF: “o estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo”.

79 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Regime de previdência dos servidores públicos


estatutários

Considerações gerais
Carvalho Filho define aposentadoria como o direito garantido pela Constituição ao servidor público de receber
determinada remuneração na inatividade, diante da ocorrência de certos fatos jurídicos previamente estabelecidos.
A Constituição Federal prevê dois regimes previdenciários, um geral e outro especial.

O primeiro compreende o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), disciplinado pelos art. 201 e 202 da CF, e
alcança todos os trabalhadores do setor privado, além dos agentes públicos ocupantes, exclusivamente, de cargo em
comissão, função temporária, mandato eletivo e emprego público[1].
Já o art. 40 da CF cuida do regime de previdência social aplicável aos servidores titulares de cargos efetivos:

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos,
de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

Portanto, os servidores públicos estatuários, titulares de cargos efetivos na administração direta, nas autarquias e
nas fundações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, se sujeitam ao regime de previdência
previsto no art. 40 da CF, e não ao RGPS, o qual se aplica apenas subsidiariamente a esses servidores (quando da
inexistência de norma específica para regular determinada situação). É do regime previsto no art. 40 que iremos tratar
neste tópico.
O regime de previdência dos servidores públicos também é chamado de regime próprio ou regime especial, uma vez
que somente alcança uma categoria profissional: os servidores públicos ocupantes de cargos efetivos. Com efeito,
nenhum ente federativo pode estender o regime próprio de previdência previsto no art. 40 da CF a servidores não
titulares de cargos efetivos.
Jurisprudência

Após se aposentarem com vínculo no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), os servidores cuja estabilidade foi
adquirida pela regra excepcional do art. 19 do ADCT não possuem o direito de converter a sua aposentadoria para
o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) do respectivo estado-membro, por não serem detentores de cargo
efetivo.
A tese fixada pelo STF foi a seguinte:

“Somente os servidores públicos civis detentores de cargo efetivo (art. 40, CF, na redação dada pela EC 20/98) são
vinculados ao regime próprio de previdência social, a excluir os estáveis nos termos do art. 19 do ADCT e os demais
servidores admitidos sem concurso público.”
RE 1.426.306/TO, relatora Ministra Presidente, julgamento finalizado no Plenário Virtual em 13.6.2023

80 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Detalhando um pouco mais...

O art. 40, §22 da Constituição veda expressamente a instituição de novos regimes próprios de previdência social.

O mesmo dispositivo prevê, ainda, a edição de uma lei complementar federal que deverá estabelecer, para os regimes
próprios que eventualmente já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade em
sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre:

requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social;

modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos;

fiscalização pela União e controle externo e social;

definição de equilíbrio financeiro e atuarial;

condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 da CF e para
vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer
natureza;
mecanismos de equacionamento do deficit atuarial;

estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com


governança, controle interno e transparência;
condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições relacionadas, direta
ou indiretamente, com a gestão do regime;
condições para adesão a consórcio público;

parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias e


extraordinárias.

Como se nota na redação do art. 40, caput da CF, o regime de previdência dos servidores públicos possui
caráter contributivo e solidário.
“Contributivo” significa que, para fazer jus à aposentadoria, será computado o tempo de efetiva contribuição do
servidor, e não apenas o seu tempo de serviço.
Por sua vez, o regime é “solidário” porque as contribuições à previdência são pagas pelo ente público[2] (União,
Estados, DF e Municípios), pelos servidores ativos, pelos servidores inativos e pelos pensionistas. As contribuições
devem observar critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema.

Ativo: servidor público em exercício

Inativo: servidor público já aposentado

Pensionista: dependente do servidor que recebe benefícios previdenciários, como pensão por morte.

81 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

O percentual utilizado no cálculo das contribuições dos servidores ativos, inativos e pensionistas será o mesmo. Porém,
no caso dos inativos e pensionistas, esse percentual incidirá apenas sobre as parcelas dos proventos e pensões que
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS (CF, art. 40, §18).
Ressalte-se, contudo, que o regime próprio de previdência não é um regime de capitalização individual coletiva, no qual
as contribuições são depositadas em uma conta individual do beneficiário e seus valores são capitalizados para o fim
exclusivo de pagamento de aposentadoria ou pensão a que fará jus esse beneficiário específico. Ao contrário, o regime
adotado é o de repartição simples, em que todos os valores que ingressam no caixa da previdência são utilizados para
pagar as obrigações correntes do sistema.
É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime próprio de previdência, ressalvadas as
aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da Constituição. Ademais, aplicam-se ao regime próprio
as outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no RGPS (CF,
art. 40, §6º).
Ainda no âmbito das considerações gerais sobre o regime de previdência dos servidores públicos, é importante destacar
o teor do §14 do art. 37, dispositivo incluído pela EC 103/2019. Segue:

§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo,


emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento
do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.

O referido dispositivo possui como alvo principal os empregados das empresas estatais que, como vimos, não se
sujeitam ao regime próprio, e sim ao RGPS. Assim, por exemplo, um empregado da Petrobras que utilize o tempo de
contribuição decorrente do exercício do seu emprego na entidade para solicitar aposentadoria deverá,
necessariamente, ter seu contrato de trabalho extinto.

Modalidades de aposentadoria
No regime próprio são previstas três diferentes modalidades de aposentadoria (CF, art. 40, § 1º):

Por incapacidade permanente

Compulsória, aos 70 anos de idade ou, na forma de lei complementar, aos 75 anos de idade

Voluntária, por idade

Vamos, então, estudar em detalhes cada uma dessas modalidades.

A aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho (antiga aposentadoria por invalidez) é aplicável ao
servidor que tenha sofrido alguma limitação em sua capacidade física ou mental que o impeça de exercer as atribuições
do cargo em que estiver investido. A Constituição, com a redação dada pela EC 103/2019 (Reforma da Previdência),
destaca que essa modalidade de aposentadoria somente será concedida “quando insuscetível de readaptação”, ou
seja, nos casos em que seja impossível alocar o servidor em outro cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis
com a limitação que tenha sofrido.
Assim, a primeira alternativa para o servidor que tenha sofrido algum acidente ou que tenha sido acometido por alguma
doença incapacitante é a readaptação em outro cargo, para que ele possa permanecer trabalhando.
Com efeito, o art. 37, § 13 da CF prevê que “o servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício
de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade

82 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade
exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem”.
Por exemplo, imagine um agente de polícia que tenha ficado sem os movimentos da perna após um acidente.
Certamente, esse servidor ficará incapaz de exercer as atribuições operacionais do cargo de agente. Porém, é provável
que ele consiga exercer atividades administrativas e outras tarefas internas que não dependam do movimento das
pernas. Assim, ao invés de ser aposentado por incapacidade para o trabalho, o servidor deveria ser readaptado para um
cargo com atribuições administrativas, como um cargo de Técnico. Somente se tal opção for inviável (por exemplo, por
inexistir um cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a limitação sofrida), aí sim é que o servidor será aposentado
por incapacidade permanente para o trabalho.
O servidor aposentado por incapacidade permanente para o trabalho será obrigado a realizar avaliações periódicas
para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria (CF, art. 40, § 1º, I). Se em
alguma dessas avaliações for constatada a recuperação da doença que motivou a aposentadoria, o servidor deverá
voltar ao trabalho. Ressalte-se que as avaliações periódicas serão realizadas na forma de lei do respectivo ente
federativo (isto é, cada ente federativo deve editar uma lei própria).
Quanto à aposentadoria compulsória, se caracteriza por um limite de idade que, quando atingido, obriga o servidor a
se aposentar.
Por isso que essa modalidade de aposentadoria é popularmente conhecida como “expulsória”.

Como regra, a aposentadoria compulsória ocorre aos 70 anos de idade, conforme art. 40, § 1º, II da CF. Porém, após a
edição da EC 88/2015 (a chamada “PEC da Bengala”), a CF passou a admitir que a aposentadoria compulsória se dê
aos 75 anos de idade, desde que haja a edição de uma lei complementar alterando o limite de idade.
Detalhe é que a EC 88/2015 também acrescentou o art. 100 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT,
com a seguinte redação:

Art. 100. Até que entre em vigor a lei complementar de que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da
Constituição Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal
de Contas da União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas
condições do art. 52 da Constituição Federal.

Portanto, para os ministros do STF, dos Tribunais Superiores (STJ, TSE, TST e STM) e do TCU, a idade da
aposentadoria compulsória foi imediatamente modificada para os 75 anos, não dependendo da edição da lei
complementar prevista no art. 40, §1º, II da Constituição Federal. Ou seja, a alteração para 75 anos teve eficácia plena
para os Ministros do STF, dos Tribunais Superiores e do TCU, mas constituiu norma de eficácia limitada para os
servidores públicos, uma vez que somente produziria efeitos diretos com a edição de uma lei complementar dispondo
sobre o assunto.
Tal lei foi editada em dezembro de 2015. Com efeito, a Lei Complementar 152/2015 cumpriu o papel de modificar a
idade da aposentadoria compulsória por idade dos servidores públicos ocupantes de cargos efetivos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, além dos membros
do Poder Judiciário (juízes, desembargadores e ministros), do Ministério Público (procuradores), das Defensorias
Públicas e dos Tribunais de Contas (ministros e conselheiros).
Vale dar uma olhada no art. 2º da LC 152/2015:

Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição,


aos 75 (setenta e cinco) anos de idade:
I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
incluídas suas autarquias e fundações;
II - os membros do Poder Judiciário;

83 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

III - os membros do Ministério Público;

IV - os membros das Defensorias Públicas;

V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.

Parágrafo único. Aos servidores do Serviço Exterior Brasileiro, regidos pela Lei nº 11.440, de 29 de
dezembro de 2006, o disposto neste artigo será aplicado progressivamente à razão de 1 (um) ano
adicional de limite para aposentadoria compulsória ao fim de cada 2 (dois) anos, a partir da vigência desta
Lei Complementar, até o limite de 75 (setenta e cinco) anos previsto no caput.

Assim, atualmente, pode-se dizer que a aposentadoria compulsória aos 75 anos vale para todo o funcionalismo
público. O art. 100 do ADCT, inclusive, não possui mais aplicação prática.
Detalhe é que, em relação aos servidores do Serviço Exterior Brasileiro, a mudança será progressiva, aumentando em
um ano (71, 72…) a cada dois anos, até o limite de 75 anos, contados a partir da vigência da LC 152/2015.
E os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão? Como ficam?

Ficam no serviço público!

É que o Supremo STF, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 786540/DF com repercussão geral reconhecida,
adotou a seguinte tese:

1. Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da


aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da Constituição Federal, a qual atinge apenas os
ocupantes de cargo de provimento efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de
nomeação a cargo em comissão;

Quando eu vejo essa regra, lembro de quando me deparei com um "senhorzinho” pelos corredores do TCE-PB. Logo
pensei: “ele tem mais de 75 anos, com certeza! Só pode ser servidor comissionado!” Bingo! Ele era assessor jurídico, um
cargo em comissão.
Então, lembre-se: maiores de 75 anos também pode trabalhar no serviço público, desde que sejam ocupantes de cargo
exclusivamente em comissão não.
Olha aqui um representante dessa categoria:

Por fim, ressalte-se que, na aposentadoria compulsória, os proventos são proporcionais ao tempo de contribuição.

84 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

No que tange à aposentadoria voluntária, a reforma da previdência instituída pela EC 103/2019 promoveu mudanças
significativas. Agora, a CF estabelece apenas os requisitos de idade mínima para a aposentadoria voluntária dos
servidores da União, delegando para os demais entes federativos a tarefa de promover emendas às respectivas
Constituições e Leis Orgânicas e de editar leis complementares para estabelecer critérios que antes estavam previstos
na própria CF, a exemplo do tempo de contribuição mínimo.
Assim, atualmente, para fazer jus à aposentadoria voluntária, o servidor deverá preencher as seguintes condições (CF,
art. 40, §1º, III):

No âmbito da União:

Homem: aos 65 anos de idade.

Mulher: aos 62 anos de idade.

No âmbito dos Estados, DF e Municípios:

Idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas.

Além do requisito de idade mínima, a concessão da aposentadoria voluntária deve observar o tempo de contribuição e
os demais requisitos que venham a ser estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo.
O art. 40, §10 veda expressamente que a lei estabeleça qualquer forma de contagem fictícia de tempo de
contribuição. Por exemplo, não pode a lei permitir que determinadas licenças não gozadas ou o tempo de advocacia,
sem comprovação de contribuição, possam ser utilizados para completar o tempo necessário para a aposentadoria.

Tempo de contribuição: considera o período em que a pessoa recolhe contribuições para o regime de previdência a que
está vinculado
Tempo de serviço: considera o período de efetivo exercício das atribuições do cargo, independentemente de
contribuições ao regime de previdência.

Por outro lado, a Constituição permite a contagem recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral e os
regimes próprios da União, dos Estados, DF ou dos Municípios, e destes entre si, assim como a contagem do tempo de
serviço militar, tudo para fins de aposentadoria, observada a compensação financeira (CF, art. 40, §9º). Já o tempo de
serviço correspondente será contado apenas para fins de disponibilidade.
Por exemplo: um servidor que, antes de entrar no serviço público federal, tenha trabalhado na iniciativa privada e,
ainda, tenha sido servidor municipal, poderá contar todo esse tempo de contribuição, tanto ao RGPS como ao regime
próprio do Município, para obter sua aposentadoria no regime próprio de previdência da União. Se em algum momento
nesses vínculos anteriores ele tiver deixado de contribuir, o tempo de serviço correspondente já não poderá ser

85 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

contado para a obtenção de aposentadoria, mas apenas para a definição da remuneração proporcional na hipótese de
ele ser colocado em disponibilidade.
O §19 do art. 40 prevê a figura do abono de permanência, devido ao servidor que tenha completado as exigências para
a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em atividade. O valor do abono será equivalente ao valor da
contribuição previdenciária do servidor (na prática, portanto, o efeito financeiro do abano é o mesmo que o servidor
deixar de recolher a contribuição), e será pago ao servidor até ele completar 75 anos de idade, quando então deverá se
aposentar compulsoriamente.

Valor dos proventos e das pensões


As regras para cálculo de proventos de aposentadoria e da pensão por morte serão disciplinadas em lei do respectivo
ente federativo (CF, art. 40, §3º e §7º). Trata-se de mais uma definição delegada aos entes federativos por meio da EC
103/2019. A diferença é que os critérios para definição do valor devem ser estabelecidos por intermédio de lei ordinária,
e não de lei complementar.
Não obstante, a Constituição estabelece limites - inferior e superior - ao valor das aposentadorias e pensões, os quais
deverão ser observados pelos entes federativos ao editarem a respectiva lei estabelecendo as regras de cálculo (CF, art.
40, §2º):

Limite inferior: salário mínimo

Limite superior: teto do RGPS

Dessa forma, a partir da reforma introduzida pela EC 103/2019, os proventos da aposentadoria não mais serão
calculados da forma tradicional, pela média das maiores remunerações, que gerava valor final próximo ao do serviço
ativo. Ao contrário, no novo sistema será estabelecido um teto para o regime próprio, que não poderá ultrapassar o
valor máximo dos benefícios do RGPS (atualmente, na casa dos R$ 6 mil).
Ademais, o teto constitucional de remuneração dos servidores públicos deve ser sempre respeitado, inclusive na
hipótese de soma dos proventos da aposentadoria com a remuneração de cargo acumulável, cargo em comissão
ou cargo eletivo (CF, art. 40, §11).

Preste atenção!

1) Desde a EC 41/2003 não há mais a possibilidade de haver no serviço público as chamadas aposentadorias com
proventos integrais, isto é, aquelas pagas em valor igual à última remuneração percebida pelo servidor na carreira.
Ressalte-se, contudo, que os servidores que ingressaram no serviço público antes da EC 41/2003 ainda fazem jus à
aposentadoria com proventos integrais.
2) Segundo o art. 40, § 8º, é assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente,
o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. Essa norma, inserida pela EC 41/2003, acabou com a chamada
regra de paridade, a qual garantia que os proventos de aposentadoria e as pensões fossem reajustados pelos mesmos
índices e na mesma data que as remunerações dos servidores ativos do mesmo cargo. Atualmente, nos termos da Lei
10.887/2004, o reajuste dos proventos e das pensões ocorre na mesma data e índice em que se der o reajuste dos
benefícios do RGPS, ou seja, não há mais vínculo com os reajustes e aumentos concedidos para os servidores ativos do
cargo.

86 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

3) Em relação ao valor das pensões (devidas aos familiares em razão do falecimento do servidor), o limite inferior igual
ao salário mínimo somente será aplicável quando o benefício se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo
dependente (CF, art. 40, §7º).

Detalhe é que, se por um lado o valor dos proventos de aposentadoria agora está limitado ao teto do RGPS, por outro, a
base de cálculo das contribuições que o servidor deve fazer para o regime próprio também não pode superar esse
mesmo teto. Assim, na prática, considerando apenas o regime próprio, após a EC 103/2019 o servidor irá receber menos
do que se estivesse na regra antiga, mas também contribuirá sobre uma base menor.
Porém, há uma possibilidade de o servidor auferir proventos de aposentadoria superiores ao teto do RGPS. Para tanto,
ele terá que aderir a um regime de previdência complementar, pagando as respectivas contribuições. É o mesmo
sistema, portanto, que sempre foi adotado para os trabalhadores sujeitos ao regime geral.
O regime de previdência complementar dos servidores públicos estatutários está previsto no art. 40, §§ 14 a 16 da CF,
nos seguintes termos:

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo
Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo
efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor
das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16.
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente
na modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio
de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência
complementar.
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § § 14 e 15 poderá ser aplicado ao
servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
correspondente regime de previdência complementar.

Como se vê, cada ente federativo deve instituir seu próprio regime de previdência complementar, mediante lei
ordinária de iniciativa do respectivo chefe do Poder Executivo. O regime de previdência complementar deve observar
o art. 202 da CF, que trata do regime de previdência privada, de caráter complementar e facultativo, aplicável aos
trabalhadores da iniciativa privada em geral e, também, aos empregados públicos, servidores temporários e aos
ocupantes exclusivamente de cargos em comissão.
A Constituição dispõe, ainda, que o regime de previdência complementar dos servidores estatuários será
gerido por entidades fechadas ou abertas de previdência complementar, e que os planos de benefícios serão
oferecidos apenas na modalidade de contribuição definida.
Entidades fechadas de previdência são aquelas acessíveis exclusivamente a determinado grupo de empregados
vinculados a uma empresa ou de servidores vinculados a um ente político. São exemplos de entidades fechadas a Previ
e a Funcef, das quais participam os empregados do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, respectivamente.
Diferentemente, as entidades abertas são acessíveis a quaisquer pessoas, a exemplo dos investimentos em produtos
de previdência privada ofertados pelos bancos ao público em geral.
Os planos de benefícios do regime complementar devem ser oferecidos somente na modalidade contribuição definida.
Nessa modalidade, o valor do benefício a ser pago na aposentadoria não é pré-definido, e sim determinado pelo
montante de contribuições do participante, as quais são depositadas em contas individuais de aposentadoria, sendo-
lhes acrescidos os rendimentos das aplicações financeiras.
O servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente
regime de previdência complementar somente será enquadrado no novo sistema se houver sua prévia e expressa

87 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

opção. Para ser expressa, a opção deverá ser formalizada; e para ser prévia, a opção deve ser feita antes da inclusão do
servidor no sistema, e não antes da implantação do regime[3].
Por fim, vale ressaltar que é vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por
morte a seus dependentes que não seja decorrente do regime de previdência complementar previsto nos §§ 14 a 16 do
art. 40 da CF, ou que não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social (CF, art. 37, §15).

Regime de previdência complementar na União


Na esfera federal, a Lei 12.618/2012 instituiu o regime de previdência complementar para os servidores públicos
federais titulares de cargo efetivo, incluindo-se os servidores de autarquias e fundações, e os membros do Poder
Judiciário, do Ministério Público da União e do Tribunal de Contas da União.
A referida lei autorizou a criação das seguintes entidades fechadas de previdência complementar:

Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp-Exe),


para os servidores do Poder Executivo;
Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Legislativo (Funpresp-
Leg), para os servidores públicos do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União e para os membros
deste Tribunal; e
Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Judiciário (Funpresp-Jud),
para os servidores e para os membros do Poder Judiciário.

A Funpresp-Exe, a Funpresp-Leg e a Funpresp-Jud devem ser estruturadas na forma de fundação pública com
personalidade jurídica de direito privado, dotadas de autonomia administrativa, financeira e gerencial. O pessoal
dessas entidades se sujeitará ao regime contratual trabalhista.
Ressalte-se que o regime complementar instituído pela Lei 12.618/2012 aplica-se a todos os servidores que ingressarem
no serviço público após a vigência do regime e também aos que ingressaram antes e tenham exercido opção para aderir
a ele.

Aposentadorias especiais
A Constituição Federal prevê algumas hipóteses de aposentadorias que seguem requisitos ou critérios diferenciados
daqueles acima indicados, aplicáveis aos servidores públicos em geral. Vejamos.
No caso de professor ou professora que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério
na educação infantil e no ensino fundamental e médio, o limite de idade será reduzido em 5 anos para a concessão
de aposentadoria voluntária por idade. O tempo de efetivo a ser comprovado para que o professor(a) faça jus à
redução do limite de idade será fixado em lei complementar do respectivo ente federativo (CF, art. 40, §5º).

Note que a Constituição assegura a aposentadoria especial para os professores da educação infantil e do ensino
fundamental e médio, mas não do ensino superior.

88 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Assim, por exemplo, no âmbito da União, o professor pode aposentar-se por idade aos 60 anos e a professora aos 57
anos, desde que cumpram os demais requisitos que venham a ser estabelecidos.
Além da aposentadoria dos professores do ensino infantil, fundamental e médio, a Constituição Federal prevê a
possibilidade de que leis complementares possam assegurar aposentadorias especiais, com requisitos diferenciados,
aos servidores:

com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional
e interdisciplinar (CF, art. 40, §4º-A);
ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial legislativo da
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, policial federal, policial rodoviário federal, policial
ferroviário federal e de policial civil (CF, art. 40, §4º-B);
cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais
à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação (CF,
art. 40, §4º-C).

Há ainda o regime de previdência dos militares, que deve ser disciplinado em lei própria (CF, art. 142, §3º, X), ou seja,
aos militares não se aplica o regime próprio do art. 40.
Fora dessas situações (professores, servidores com deficiência, agentes penitenciários, socioeducativos, policiais e
militares) não podem ser criadas aposentadorias especiais para categorias específicas de servidores públicos, com
critérios diferenciados em relação aos previstos para o regime próprio dos servidores efetivos em geral. Em outras
palavras, é vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência para os servidores titulares de cargos
efetivos. Ademais, não pode haver mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente federativo,
abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais (CF, art. 40, §20).

Jurisprudência

Segundo a jurisprudência do STF, é constitucional a incidência de contribuição previdenciária sobre os


proventos de qualquer aposentado ou pensionista sujeito ao regime próprio de que trata o art. 40 da
CF, não importa a data da aposentadoria ou do início do direito à pensão. Devem contribuir mesmo
aqueles que já eram aposentados antes da EC 41/2003, que incluiu a regra do §18 ao art. 40 da CF.
Ademais, qualquer que seja a data da aposentadoria ou início do recebimento da pensão, os
beneficiários deverão contribuir apenas sobre o valor dos proventos que ultrapassar o teto do RGPS (ADI
3.105/DF).
Súmula 726 do STF: “para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço
prestado fora da sala de aula”. Na ADI 3772, contudo, o STF ressalvou que a aposentadoria especial também é
devida aos que exercem funções de direção, coordenação e assessoramento pedagógico.
As leis complementares previstas no art. 40, §4º da CF para assegurar aposentadorias especiais a portadores
de deficiência e aos que exerçam atividades de risco ainda não foram editadas, razão pela qual o Supremo
Tribunal Federal, reconhecendo a omissão do legislador em inúmeros mandados de injunção, acabou por
editar a Súmula Vinculante 33, nos seguintes termos:

“Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do Regime Geral de Previdência Social sobre
aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III, da Constituição Federal, até edição de lei
complementar específica.”

89 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Assim, o Supremo deixou assente que, enquanto não editada a lei regulamentadora do direito assegurado
constitucionalmente, o critério a ser levado em conta é o aplicável aos segurados do RGPS, ou seja, a
autoridade administrativa competente, ao examinar requerimento de aposentadoria especial de servidor
público, deve adotar os parâmetros previstos para os trabalhadores em geral, e não simplesmente negar o
pedido por causa da ausência de norma regulamentadora (ARE 727.541/MS).
Por outro lado, o Supremo entende que a falta das leis complementares para regulamentar a aposentadoria
especial não assegura ao servidor público o direito à conversão do período trabalhado sob condições
especiais em tempo de serviço comum, para fins de contagem diferenciada (MI 1.481/DF). Ou seja, não é
possível que o tempo trabalhado sob condições especiais conte mais que o tempo de serviço comum. Essa
possibilidade é garantida aos segurados do RGPS que não tenham trabalhado sob condições especiais todo o
tempo necessário para obter a aposentadoria especial.
Os servidores públicos que ingressaram no serviço público antes da EC 41/2003 ainda têm direito à regra
da paridade. Sobre o tema, o STF entende que as gratificações de natureza geral, pagas indistintamente a
todos os servidores ativos, sem qualquer critério de aferição objetiva de desempenho, devem ser estendidas
aos aposentados que façam jus à regra de paridade. Por outro lado, as vantagens que, de alguma maneira,
são vinculadas ao desempenho do servidor no cargo, como as gratificações de produtividade, não são
extensíveis aos servidores aposentados, pois esse tipo de vantagem pressupõe o efetivo exercício das
atividades do cargo (RE 572.884/GO e REsp 1.372.058/CE).
Para o STJ, o prazo para que o servidor público proponha ação contra a Administração Pública pedindo a
revisão do ato de sua aposentadoria é de 5 anos, contados da concessão do benefício pela Administração.
Após esse período ocorre a prescrição do próprio fundo de direito, isto é, extingue-se não apenas a
pretensão de receber as parcelas em atraso; também impossibilita a própria revisão da aposentadoria,
atingindo, assim, as parcelas futuras (Pet 9.156-RJ, Info 542).
Segundo a jurisprudência do STF, o prazo para revisão da legalidade do ato da aposentadoria pelos
tribunais de contas é de 5 anos, contados da data de chegada do ato de concessão do direito ao respectivo
tribunal de contas. Tese de repercussão geral (Tema 445): “Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de
cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão,
a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas, em atenção aos princípios da segurança
jurídica e da confiança legítima”.

[1] CF, art. 40, §13: “Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de
Previdência Social.”.
[2] Na esfera federal, a contribuição da União, de suas autarquias e fundações para o custeio do regime próprio de
previdência será o dobro da contribuição do servidor ativo (Lei 10.887/2004, art. 8º).
[3] Carvalho Filho (2014, p. 704).

90 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos


Territórios

As disposições constitucionais acerca dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, estão todas no
artigo 42 (mas há referências a outros dispositivos constitucionais).

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas
com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

A primeira coisa que você deve saber é quem são os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
Resposta: os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares. A segunda coisa que você deve saber são
as características fundamentais dessas instituições: elas são organizadas com base na hierarquia e na disciplina.

Cargos públicos
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado
em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual
específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas
pelos respectivos governadores.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Como você percebeu, o § 1º do artigo 42 determina a aplicação dos §§ 2º e 3º, do art. 142 da Constituição Federal aos
militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios (veremos as demais correlações daqui a pouco).
Dentre outras disposições importantes sobre os membros das Forças Armadas, o artigo 142, em seu inciso II, prevê que
o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego civil permanente será transferido para a reserva, nos
termos da lei. Portanto, trata-se de norma de eficácia limitada, devendo a lei estabelecer as condições da passagem
para a reserva do militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente.
Importante ressaltar também que a partir da Emenda Constitucional 101/19, as hipóteses de acumulação de cargos
públicos previstas no artigo 37, XVI da Constituição Federal, com prevalência da atividade militar, passaram a ser
aplicadas aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; tornando-se, portanto, exceções ao disposto
no § 3º, do artigo 142 do texto constitucional. Observe:

91 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso
XVI, com prevalência da atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de 2019)

Assim, os militares também podem acumular cargos públicos, desde que atendam os requisitos para acumulação, quais
sejam (CF, art. 37, XVI):

Que se trate de:

Dois cargos de professor;

Um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou

Dois cargos ou empregos privativos de profissional de saúde, de profissão regulamentada (ex:


médicos, dentistas, nutricionistas, enfermeiros, assistentes sociais, etc.).
Que haja compatibilidade de horários.

Que seja respeitado o teto remuneratório, em cada cargo.

Até então estávamos falando sobre cargo ou emprego civil permanente. Agora, vamos falar sobre cargo, emprego ou
função pública temporária.
Nos termos do artigo 142, § 3º, III, o militar dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios que, de acordo com a lei,
tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta,
ressalvada a hipótese de acumulação de dois cargos ou empregos privativos de profissional de saúde, ficará agregado
ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por
antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a
reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei.

Direitos sociais
Aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios são proibidas a sindicalização e a greve, em face das
funções a eles cometidas pela Constituição Federal, relacionadas à tutela da liberdade, da integridade física e da
propriedade dos cidadãos (CF, art. 142, § 3º, IV).

Preste atenção!

Aos militares estaduais é proibida a sindicalização e a greve.

Entretanto, conforme dispõe o § 1º do art. 42 da Constituição Federal, aplicam-se aos militares dos Estados e do Distrito
Federal o § 3º do art. 142 da Carta Magna, e, consequentemente, os direitos sociais previstos no art. 7º, VIII, XII, XVII,
XVIII, XIX e XXV. São eles:

1. décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

2. salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

92 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

3. gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

4. licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 dias;

5. licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

6. assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e
pré-escolas.

Além desses direitos sociais, também estão garantidos aos militares dos Estados, Distrito Federal e Territórios e a seus
pensionistas os seguintes direitos:

aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado
em lei específica do respectivo ente estatal (CF, art. 42, § 2º); e
o tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o
tempo de serviço correspondente, para efeito de disponibilidade (CF, art. 40, § 9º).

De acordo com o artigo 42, § 1º, vale ressaltar ainda que:

não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares (CF, art. 142, § 2º);

O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço,
deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade (CF, art. 14, § 8º);
Lei estadual específica disporá sobre os limites de idade, a estabilidade e outras condições
de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e
outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas
cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra (CF, art. 142, § 3º, X); e
as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores (na União, as patentes, com
prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República, conforme art.
142, § 3º, I).

Questão para fixar


As normas constitucionais pertinentes às vantagens concedidas aos militares das Forças Armadas não se aplicam aos
militares dos estados, do Distrito Federal e dos territórios.
Comentário:

Nos termos do artigo 42, § 1º, da CF, as normas constitucionais pertinentes às vantagens concedidas aos militares das
Forças Armadas (previstas no artigo 142 da CF) se aplicam sim aos militares dos estados, do Distrito Federal e dos
territórios. Confira:

Art. 42, § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a
ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei
estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais
conferidas pelos respectivos governadores.

Gabarito: Certo

93 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

As Relativamente aos militares dos Estados, prevê a Constituição da República que


A) a categoria é integrada pelos membros das Polícias Militares, dos Corpos de Bombeiros Militares e das Forças
Armadas lotados em serviços estaduais.
B) a eles não se aplicam as condições de elegibilidade previstas para os militares da União que contem com mais de dez
anos de serviço.
C) cabe à lei estadual específica dispor, entre outros assuntos, sobre seus direitos, deveres, remuneração e
prerrogativas.
D) se lhes aplicam as mesmas regras que aos servidores civis quanto à contagem de tempo de contribuição para efeito
de aposentadoria, mas não quanto a tempo de serviço para fins de disponibilidade.
E) a seus pensionistas aplica-se o que for fixado em lei federal específica.
Comentário:

a) Errada. Os membros das Forças Armadas, mesmo que lotados em serviços estaduais, não são militares dos Estados.
De acordo com o artigo 142 da CF:

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

E de acordo com o artigo 42:

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas
com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Eu avisei que você deveria saber quem são os militares dos Estados, não avisei?

b) Errada. As condições de elegibilidade dos militares, que estão previstas no artigo 14, § 8º, da CF, aplicam-se aos
militares dos Estados, conforme artigo 42, § 1º, da CF:

Art. 42, § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a
ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei
estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais
conferidas pelos respectivos governadores.
Art. 14, § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

c) Correta. De acordo com o artigo 42, § 1º, da CF, cabe à lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, §
3º, inciso X, quais sejam: os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a
inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares,
consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos
internacionais e de guerra.
d) Errada. De acordo com o artigo 42, § 1º, da CF, aos militares dos Estados aplica-se o disposto no artigo 40, § 9º, da CF:

94 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de
aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente
será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

e) Errada. Na verdade, de acordo com o artigo 42, § 2º, da CF:

§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for
fixado em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)

Gabarito: alternativa “c”

95 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Normas legais aplicáveis a servidores públicos

Nesse capítulo, vamos conversar sobre as normas legais aplicáveis a servidores públicos estatutários, utilizando como
base (exemplo) a Lei 8.112/1990, que instituiu o regime jurídico único previsto no caput do art. 39 da Constituição
Federal, aplicável aos servidores públicos da administração direta da União, das autarquias e das fundações
públicas federais.
Vale ressaltar que a Lei 8.112/90 não se aplica aos empregados públicos, os quais mantêm relação funcional com o
Estado em regime contratual trabalhista (são celetistas), e aos servidores públicos estatutários estaduais, distritais e
municipais, os quais estão sujeitos aos seus respectivos estatutos.
Por exemplo: os servidores públicos do Estado de São Paulo estão sujeitos à Lei 10.261/1968. Os servidores públicos do
Estado do Ceará, à Lei 9.826/1974. E por aí vai...
Por fim, importante salientar que o modelo federal foi seguido por muitos entes federativos, mas isso não exclui a
possibilidade de cada ente federado regular de forma distinta determinados temas. Portanto, é possível que algumas
nomenclaturas e/ou prazos sejam distintos em determinado ente federativo, mas isso não nos impede de aprender os
conceitos, ok?
Vamos lá!

Provimento, posse e exercício


Provimento é o ato administrativo por meio do qual o cargo público é preenchido, com a designação de seu titular[1].
Em outras palavras: provimento é o “preenchimento” de um “lugar” vago na estrutura da Administração.
O provimento se faz por ato da autoridade competente de cada Poder ou órgão. Assim, o provimento de cargos do
Executivo é da competência exclusiva do chefe desse Poder. No âmbito do Legislativo, do Judiciário, do Tribunal de
Contas e do Ministério Público, o provimento é da competência do respectivo representante máximo (Presidente do
Tribunal de Contas ou Procurador-Geral, conforme o caso).
Existem duas modalidades de provimento: originário e derivado. Na Lei 8.112/90, essas duas modalidades se
subdividem em algumas espécies. Vejamos:

96 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Em seguida, vamos destrinchar esses institutos.

Provimento originário
O provimento originário ocorre quando o indivíduo passa a ocupar o cargo público sem que existisse qualquer vínculo
entre a situação de serviço anterior do nomeado e o preenchimento do cargo.
Assim, tanto é provimento originário a nomeação de pessoa estranha aos quadros do serviço público como a de outra
que já exercia função pública como ocupante de cargo não vinculado àquele para o qual foi nomeada.

Por exemplo: João prestou concurso público e foi aprovado para o cargo de técnico judiciário do TRF,
sendo nomeado. Trata-se de um provimento originário. Alguns anos depois, João fez novo concurso
público e foi aprovado, desta vez, para analista judiciário do TRF. Ao ser nomeado para o cargo de
analista, houve novo provimento originário, uma vez que seu vínculo não decorreu do anterior[2].

A única forma de provimento originário atualmente compatível com a Constituição é a nomeação.

A nomeação é o ato administrativo unilateral de designação inicial de um indivíduo para ocupar um cargo público.
Pode dar-se em caráter efetivo ou em comissão.

97 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

A nomeação em caráter efetivo, como vimos, sempre requer prévia aprovação em concurso público compatível com a
natureza e a complexidade do cargo a ser provido.

Atenção!

O servidor efetivo escolhido para exercer função de confiança não é “nomeado” e sim “designado”. Já a saída da função
denomina-se “dispensa”.
A função de confiança não se trata de um “cargo”, de modo que a designação para exercê-la não constitui hipótese de
provimento.

Já a nomeação para cargo em comissão, destinado às atribuições de direção, chefia e assessoramento, é feita por livre
escolha da autoridade competente, prescindindo da realização de concurso público. A investidura do indivíduo em
cargo em comissão apresenta cunho de precariedade e temporariedade, eis que o servidor poderá ser exonerado a
qualquer tempo por ato discricionário da autoridade competente, ato que, inclusive, independe de motivação.
A nomeação é um ato unilateral da autoridade competente, pois é feita sem a participação ou necessidade de anuência
do nomeado (quando você for aprovado, a autoridade competente não vai pedir a sua autorização para publicar seu
nome no Diário Oficial). Por isso, o ato não gera qualquer obrigação ao indivíduo; pelo contrário, a nomeação
gera direito subjetivo ao nomeado de formalizar o vínculo funcional com a Administração Pública por meio da posse.
Ressalte-se que é só depois da posse – e não após a nomeação – que a pessoa se tornará um servidor público.

Provimento derivado
O provimento derivado ocorre quando o indivíduo passa a ocupar determinado cargo público por ter um vínculo
anterior com a Administração Pública. Em outras palavras, nas hipóteses de provimento derivado, o preenchimento
do cargo não decorre diretamente do concurso público ou da livre escolha da autoridade competente, e sim de vínculo
anterior existente entre o servidor e a Administração.
As formas de provimento derivado previstas na Lei 8.112/1990
são: promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução.
Celso Antônio Bandeira de Melo, didaticamente, agrupa esses institutos em três categorias:

1. Provimento derivado vertical: ocorre quando o servidor sai do seu cargo e passa a ocupar um cargo melhor.
Exemplo de provimento derivado vertical é a promoção.

Aprofundando

A Lei 8.112/1990 previa outras formas de provimento derivado vertical: a ascensão e a transferência. Tais modalidades
permitiam a progressão funcional do servidor público entre cargos de carreiras distintas. Por exemplo, o indivíduo que
ocupava o cargo de técnico judiciário poderia, quando chegasse à última classe da carreira, ser automaticamente

98 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

elevado, sem concurso, ao primeiro nível da carreira de analista judiciário (carreira diversa e superior à de técnico
judiciário).
Todavia, essas formas de ascensão funcional foram declaradas inconstitucionais pelo STF, vez que constituíam formas
de provimento com afronta direta à exigência de ingresso por concurso público compatível com a complexidade do
cargo a ser exercido.
O Supremo, inclusive, editou uma súmula vinculante sobre o assunto:

“SV 43-STF: é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem
prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira
na qual anteriormente investido”.

Atualmente, portanto, a única forma possível de provimento derivado vertical é a promoção, que ocorre dentro de uma
mesma carreira.

2. Provimento derivado horizontal: ocorre quando o servidor muda para outro cargo com atribuições,
responsabilidades e remuneração semelhantes. É o caso da readaptação.
3. Provimento derivado por reingresso: ocorre quando o servidor havia se desligado do serviço público e retorna em
virtude do vínculo anterior. Ex: reversão, reintegração, recondução e aproveitamento.

Promoção
Promoção é o provimento do sujeito em um cargo de hierarquia superior na carreira. Diz-se, então, que a promoção é
modalidade de provimento derivado própria dos cargos organizados em carreira.
Caracterizam-se as carreiras pela existência de um cargo inicial, provido por meio de nomeação, e de cargos mais
elevados, preenchidos por meio de promoção, com adição de vencimentos e de responsabilidades.

Por exemplo: a lei prevê que a carreira de Auditor Federal de Controle Externo do TCU (AUFC) é
dividida em 3 classes; a pessoa, após ser aprovada em concurso público, é nomeada para o cargo inicial

99 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br
Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

da carreira, isto é, AUFC classe A; após determinado tempo e cumpridos certos requisitos, poderá
ser promovida a AUFC classe B e depois a AUFC classe especial.

A promoção, ao contrário da ascensão funcional para cargo de carreira distinta, é constitucional, pois representa
apenas o desenvolvimento do servidor na carreira do cargo para o qual ele prestou concurso.

Readaptação
Readaptação é a investidura do servidor em cargo diverso do que ocupava, em virtude de limitação que tenha sofrido
em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção médica (art. 24, Lei 8.112/1990).
A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e
equivalência de vencimentos. Logicamente, as atribuições do novo cargo devem ser compatíveis com as limitações
sofridas pelo servidor, que o incapacitaram de continuar exercendo o cargo anterior.
Na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de
vaga.
A readaptação constitui uma alternativa à aposentadoria por invalidez. Contudo, se o indivíduo for julgado incapaz de
exercer qualquer atividade administrativa, deverá ser aposentado.
Segundo a jurisprudência do STJ (AgRg no REsp 749.852/DF), a readaptação é instituto que se destina apenas
aos servidores efetivos, não se estendendo aos ocupantes de cargo comissionado que não possuam vínculo efetivo
com a Administração Pública Federal.

Reversão
Reversão é forma de provimento derivado que consiste no retorno à atividade de servidor aposentado (art. 25, Lei
8.112/1990).
A doutrina ensina que há duas modalidades de reversão:

Reversão de ofício (compulsória): quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos
da aposentadoria por invalidez (art. 25, I).
Reversão a pedido (voluntária): aplicável ao servidor estável que obteve aposentadoria voluntária e tenha
solicitado a reversão (art. 25, II).

A reversão de ofício ocorreria, por exemplo, se a aposentadoria por invalidez fosse decretada em virtude do
diagnóstico de determinada doença e, posteriormente, se descobrisse, mediante pronunciamento de junta médica
oficial, que o diagnóstico estava errado ou fraudado.
A aposentadoria, no caso, por ter sido concedida com base em fundamentos falsos, seria nula, impondo à
Administração o dever de decretar a reversão compulsória. Trata-se, portanto, de ato vinculado. O servidor retorna ao
mesmo cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação. Caso o cargo esteja provido, o
servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. O tempo em que o servidor estiver em
exercício após o retorno será considerado para concessão da nova aposentadoria. Ressalte-se que, para a reversão de
ofício é irrelevante se o servidor era ou não estável quando se aposentou por invalidez.
Já a reversão a pedido depende da manifestação do interessado e é concedida no interesse da Administração, ou seja,
é um ato discricionário. Porém, só pode ser concedida caso:

Haja cargo vago, ou seja, não há a figura do excedente.

Não tenha transcorrido mais de 5 anos desde a aposentadoria.

100 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

O servidor fosse estável quando da aposentadoria.

A reversão a pedido possibilita que o servidor que tenha se aposentado voluntariamente, com proventos proporcionais,
possa voltar à ativa e aumentar seu tempo de contribuição, a fim de majorar seus proventos da aposentadoria. Todavia,
os proventos serão recalculados apenas se o servidor permanecer pelo menos 5 anos no cargo após a reversão.
Em ambas as hipóteses de reversão, o servidor perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a
remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia
anteriormente à aposentadoria.
Por fim, vale ressaltar que a reversão, compulsória e a pedido, é vedada ao aposentado que já tiver completado 70
anos de idade. Detalhe é que tal idade ainda é mantida mesmo após o aumento da idade da aposentadoria compulsória
para os 75 anos. Ou seja, atualmente, a idade limite para a reversão é 70 anos, ao passo que a idade da aposentadoria
compulsória é 75 anos.

Reintegração
Reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua
transformação, em virtude de invalidação do ato de sua demissão, por decisão administrativa ou judicial, com
ressarcimento de todas as vantagens a que teria direito o servidor a partir da data de afastamento do cargo, inclusive
as promoções (art. 28, Lei 8.112/1990).
Se o cargo de origem não mais existir, o servidor será colocado em disponibilidade. Se o cargo estiver ocupado, seu
ocupante, se estável, será reconduzido ao cargo de origem (sem direito à indenização), ou aproveitado em outro cargo,
ou, ainda, posto em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço; se não estável, o ocupante
será exonerado.

101 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Detalhando um pouco mais...

A Lei 8.112/1990 somente assegura direito a reintegração ao servidor estável (art. 28).

Entretanto, o servidor não estável demitido irregularmente, e que tenha a demissão invalidada pela Administração ou
pelo Judiciário, também terá direito a retornar ao cargo. No caso, os efeitos jurídicos da anulação da demissão ilegal
serão idênticos ao da reintegração.
É que a invalidação do ato administrativo produz eficácia retroativa (ex tunc), ou seja, desconstitui os efeitos do ato
anulado desde a origem. Dessa forma, se a demissão do servidor não estável vier a ser anulada, independentemente de
a lei não lhe assegurar direito à reintegração, ele retorna ao seu cargo em razão da própria anulação (ver AgRg no REsp
1.153.346/RS). Apenas não se pode denominar esse retorno de “reintegração”, uma vez que a lei reserva o termo para
o retorno de servidores estáveis.

Por fim, vale observar que a reintegração do servidor estável é forma de provimento derivado expressamente prevista
na Constituição Federal[3] (art. 41, §2º).

Recondução
Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de (art. 29):

Inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo.

Reintegração do anterior ocupante.

Em qualquer caso, a recondução se aplica exclusivamente ao servidor estável.

A primeira hipótese se refere ao servidor já estável que é aprovado em concurso público para outro cargo, no qual
necessariamente será submetido a estágio probatório para avaliar sua aptidão para o exercício das atribuições do novo
cargo. Caso seja reprovado no estágio, o servidor será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. A reprovação
indica simplesmente que ele não é capaz de exercer as atribuições específicas daquele novo cargo; quanto ao seu cargo
original, a reprovação não causa implicação alguma.
O instituto da recondução existe porque o servidor não é estável em um determinado cargo, mas sim no serviço
público. Por isso é que o servidor estável reprovado em estágio probatório tem direito a retornar ao seu cargo original,
para o qual se mostrou apto.
A jurisprudência tem admitido que o servidor estável em estágio probatório tem direito de pedir a sua recondução ao
cargo que anteriormente ocupava. Ou seja, ainda que não seja reprovado, o servidor pode desistir do estágio probatório
e retornar ao antigo cargo por iniciativa própria. É a chamada recondução a pedido. Ressalte-se que esse direito
somente é reconhecido enquanto o servidor estiver em estágio probatório no novo cargo. Após esse período, a
recondução não poderá ser requerida (MS 24.543/DF).
A segunda hipótese de recondução refere-se à reintegração do servidor que antes ocupava o cargo ora preenchido por
um novo servidor. Nessa situação, como vimos, esse novo servidor, se estável, será reconduzido ao seu cargo anterior,
sem direito a qualquer indenização, ou aproveitado em outro cargo ou, ainda, posto em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.

102 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Essa forma de recondução (reintegração do anterior ocupante) também é modalidade de provimento derivado prevista
no art. 41, §2º da CF.

Aproveitamento
Aproveitamento é o retorno do servidor que havia sido posto em disponibilidade (art. 30 a 32, Lei 8.112/1990).

Lembre-se de que somente o servidor estável é colocado em disponibilidade (com remuneração proporcional ao tempo
de serviço), nas hipóteses de extinção do cargo que ocupava ou de declaração da sua desnecessidade (CF, art. 41, §3º).
O aproveitamento ocorrerá obrigatoriamente em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o
anteriormente ocupado.
Nos termos do art. 32 da Lei 8.112/1990 “será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o
servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial”. Vale saber que
a cassação de disponibilidade constitui uma penalidade disciplinar, de caráter punitivo, cuja aplicação deverá ser
precedida do devido processo administrativo em que seja assegurado amplo direito de defesa ao servidor. Ressalte-se,
porém, que a lei não estabelece qual seria o “prazo legal” para entrada em exercício no caso de aproveitamento.
Agora vamos fixar esses conceitos, com mnemônicos e dicas, resumidos numa tabela:

103 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Questão para fixar

CEBRASPE - CADE – 2014

Considere que determinado servidor estável demitido, após regular processo administrativo disciplinar, por desvio de
verbas públicas, comprove sua inocência por meio de ação judicial. Nesse caso, tendo sido a pena de demissão anulada
no âmbito judicial, o servidor deverá ser reintegrado ao cargo por ele anteriormente ocupado.
Comentário:

O quesito está correto. Reintegração é a volta do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, em decorrência
da anulação, por decisão administrativa ou judicial, do ato que tenha levado à sua demissão.
Gabarito: Certo

CEBRASPE - SUFRAMA – 2014


Considere a seguinte situação hipotética. Em razão de uma reforma administrativa realizada pelo governo,
determinados servidores estáveis tiveram seus cargos extintos por lei e foram colocados em disponibilidade. Após
intensa negociação, meses depois, eles reingressaram no serviço público em cargos de atribuições e vencimentos
compatíveis. Nessa situação hipotética, o reingresso desses servidores se deu por recondução.
Comentário:

O reingresso de servidor em disponibilidade em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente


ocupado se dá por aproveitamento (Lei 8.112/1990, art. 30), e não por recondução, daí o erro. A recondução, por sua
vez, é o retorno do servidor ao cargo anteriormente ocupado, decorrente de inabilitação em estágio probatório relativo
a outro cargo ou de reintegração do anterior ocupante (Lei 8.112/1990, art. 29).
Lembre-se de que, ambos os casos, aproveitamento e recondução, se aplicam exclusivamente ao servidor estável.

Gabarito: Errado

Posse
Nos termos do art. 7º da Lei 8.112/1990, a investidura em cargo público ocorre com a posse.

Somente haverá posse nos casos de provimento originário do cargo, vale dizer, em razão de nomeação (em caráter
efetivo ou em comissão)[4].

A investidura em cargo público ocorre com a posse.

104 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Após a publicação do ato de nomeação, a Lei 8.112/1990 determina que a pessoa dispõe de 30 dias, improrrogáveis,
para tomar posse (art. 13, §1º).

Observação: esse é o prazo da Lei 8.112/1990! Esse prazo varia bastante nos demais entes federativos.

Em se tratando de indivíduo que já seja servidor e que, ao ser nomeado, se encontre afastado do cargo ou em
cumprimento de licença, o prazo de 30 dias somente será contado do término do cumprimento da licença ou do
afastamento.
Apenas após a posse é que o nomeado torna-se um servidor público. É a posse que confere ao agente as prerrogativas,
direitos e deveres inerentes ao regime jurídico do cargo. Se o nomeado não tomar posse no prazo previsto, não chega a
completar-se o vínculo jurídico funcional entre ele e a Administração. Nesse caso, não há que se falar em exoneração,
mas apenas em tornar sem efeito o ato de provimento (art. 13, §6º, Lei 8.112/1990).
A posse, que poderá ser feita mediante procuração específica, será formalizada pela assinatura do respectivo termo,
no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo. Portanto, a
posse é um ato bilateral, pois requer a manifestação da Administração e do agente na assinatura do termo de posse.
Como requisitos para a posse, a lei exige (art. 5º, Lei 8.112/1990): nacionalidade brasileira; o gozo dos direitos políticos;
quitação com as obrigações militares e eleitorais; nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; idade mínima
de dezoito anos; aptidão física e mental.
Ademais, a lei exige que o servidor se submeta a prévia inspeção médica oficial, bem como que apresente declaração
de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego
ou função pública.

Questão para fixar

CEBRASPE - SUFRAMA – 2014

Se um candidato lograr êxito em concurso público, mas, dias antes da posse, for acometido por dengue que o
impossibilite de comparecer pessoalmente para o referido ato, a posse poderá dar-se mediante procuração específica
firmada pelo candidato.
Comentário:

O item está correto, nos termos art. 13, §3º da Lei 8.112/1990:

§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

Gabarito: Certo

105 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Exercício
Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança (art. 15, Lei 8.112/1990).

Ao tomar posse, o servidor assume o cargo. Não está obrigado, todavia, a iniciar o exercício das atribuições a ele
inerentes de forma imediata: a Lei 8.112/1990 estabelece o prazo de 15 dias, improrrogáveis, contados da data da
posse, para o servidor entrar em exercício.

Novamente: esses são os prazos da Lei 8.112/1990! Eles variam de acordo com a legislação local.

No caso de designação para exercício de função de confiança, a situação é distinta. A lei determina que o “início do
exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor
estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o
término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação” (art. 15, §4º).
Caso o servidor não entre em exercício nos prazos previstos, ele será exonerado do cargo (art. 15, §2º) ou, tratando-se
de função de confiança, o respectivo ato de designação será tornado sem efeito.
Repare que, a partir da posse, o indivíduo já é servidor, vale dizer, ele já ocupa um cargo público, de modo que a não
entrada em exercício no prazo legal acarretará a exoneração do cargo. Já na hipótese de função de confiança, ocorre
apenas a sustação dos efeitos do ato de designação, fazendo com que o servidor volte a exercer as funções do seu cargo
efetivo.
A data do exercício é o marco que caracteriza o início da contagem dos prazos para todos os direitos relacionados ao
tempo de serviço, a exemplo do direito de férias e da aquisição de estabilidade.

[1] Hely Lopes Meirelles (2008, p. 429).


[2] www.dizerodireito.com.br
[3] CF, art. 41, §2º: “Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou
posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço”.
[4] Nas hipóteses de provimento derivado não é necessário dar posse ao servidor: o cargo é considerado
automaticamente preenchido com o ato que formaliza a promoção, reintegração, recondução etc.

106 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Estágio probatório
Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório,
durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo. Equivale, portanto, a
uma aferição da capacidade funcional sob um prisma que o concurso público, por si só, não define nem permite
conhecer[1].
No estágio serão examinadas a assiduidade, a disciplina, a capacidade de iniciativa, a produtividade e
a responsabilidade do servidor.

O art. 20 da Lei 8.112/1990 estabelece que o prazo do estágio probatório será de 24 meses (dois anos). Contudo, a
jurisprudência do STF e do STJ[2] entende que, após a EC 19/1998, o prazo do estágio probatório passou a ser de três
anos, que é o prazo de efetivo exercício fixado pela referida emenda como necessário para o servidor efetivo
adquirir estabilidade no serviço público (CF, art. 41, caput[3]). Em outras palavras, a jurisprudência dos tribunais
superiores indica que o art. 20 da Lei 8.112/1990, embora não tenha sido expressamente revogado ou alterado, é
incompatível com a ordem constitucional vigente.
Embora a jurisprudência reconheça a necessidade dessa compatibilização dos prazos, cumpre alertar que aprovação
em estágio probatório não se confunde com aquisição de estabilidade.
Sempre que o servidor tomar posse em outro cargo efetivo, terá que se submeter a estágio probatório para confirmação
no novo cargo, ainda que já tenha adquirido estabilidade. Isso ocorre porque a finalidade do estágio é avaliar a aptidão
do servidor para o exercício das atribuições daquele cargo específico. Ou seja, a aprovação em estágio probatório em
determinado cargo não aproveita para outros cargos, mesmo que se trate de mudança de cargos ocorrida na mesma
unidade administrativa[4] (ex: Analista Tributário investido no cargo de Auditor-Fiscal terá que se submeter a novo
estágio probatório). Caso o servidor não seja aprovado no estágio para o novo cargo, a estabilidade lhe garante
a recondução para o cargo anterior. Se ele não for estável, a reprovação implicará sua exoneração do cargo.
Diferentemente do estágio probatório, que deve ocorrer sempre que o servidor assumir um novo cargo, a estabilidade,
após cumpridos os requisitos (três anos de efetivo exercício e aprovação em avaliação especial de desempenho) é

107 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

adquirida uma única vez pelo servidor.


Ressalte-se que o servidor adquire estabilidade no serviço público de um determinado ente federado. Assim, por
exemplo, caso um servidor estável na esfera federal preste concurso para cargo estadual, terá que cumprir novamente
os requisitos para a aquisição de estabilidade no serviço público estadual.
Cumpre salientar que, normalmente, o servidor em estágio probatório não terá direito a todas as licenças e os
afastamentos previstos no estatuto legal do servidor. Em regra, somente após adquirida a estabilidade é que todas as
licenças e afastamentos poderão ser concedidas ao servidor.
Importante observar que a exoneração decorrente de reprovação no estágio probatório não constitui sanção
disciplinar (caso contrário, o servidor seria demitido). Ela apenas indica que o servidor não é apto para o exercício
daquele cargo. Não obstante, a exoneração afeta a situação jurídica do servidor e importa na perda do cargo que ele
ocupa em razão do entendimento da Administração de que ele não cumpriu satisfatoriamente os requisitos de
avaliação. Por isso, tem-se como pacífico o entendimento de que, se a conclusão da comissão responsável pela
avaliação do estágio probatório for pela reprovação, deve ser dada ao servidor oportunidade de ampla defesa
e contraditório, a fim de que ele tenha chance de demonstrar que sua inabilitação foi indevida (Ver Informativo 470 do
STJ).
Por fim, cumpre mencionar a Súmula 22 do STF, pela qual “o estágio probatório não protege o funcionário contra a
extinção do cargo”. Ou seja, se o cargo for extinto, o servidor não estável que esteja em estágio probatório
será exonerado.

Jurisprudência

O STJ admite a possibilidade de o servidor público federal estável que tome posse em cargo efetivo de outra esfera de
governo – portanto, em outro regime jurídico – requerer sua recondução ao cargo federal, desde que o faça antes do
encerramento do estágio probatório, ou seja, antes de adquirida a estabilidade no novo regime (MS 12.576/DF).
Assim, caso um servidor que tenha adquirido estabilidade no serviço público federal tome posse, por exemplo, em
cargo efetivo estadual, deve ser garantido a esse servidor, se vier a ser inabilitado no estágio probatório ou se dele
desistir, a recondução ao cargo federal originariamente investido.

Questão para fixar

CEBRASPE - 2014 - ICMBIO - Analista Administrativo

O servidor em exercício nomeado para cargo de provimento efetivo está sujeito a estágio probatório pelo período de
três anos, durante o qual serão avaliadas sua aptidão e sua capacidade para o desempenho do cargo, observando, entre
outros fatores, a assiduidade e a responsabilidade a fim de adquirir estabilidade.
Comentário:

O quesito está correto. Dispõe o art. 20 da Lei 8.112/1990:

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito
a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade

108 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: (Vide EMC nº 19)
I - assiduidade;

II - disciplina;

III - capacidade de iniciativa;

IV - produtividade;

V- responsabilidade.

Perceba que a lei define que o prazo do estágio probatório será de 24 meses. Contudo, após a EC 19/98, que estipulou
em três anos de efetivo exercício o prazo para o servidor adquirir estabilidade, a doutrina e a jurisprudência passaram a
considerar que o prazo de duração do estágio probatório deveria ser o mesmo, ou seja, de três anos. Esse é o
entendimento dominante, e que deve ser considerado em prova, como nesta questão.
Gabarito: Certo

[1] Diniz (2009, p. 160)


[2] STF: AI-AgR-ED 754.802/DF; STJ: MS 12.523/DF
[3] CF, art. 41: “São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
em virtude de concurso público”. Antes da EC 19/98, o prazo de efetivo exercício necessário para a estabilidade era
de dois anos, compatível com o prazo do estágio probatório previsto na Lei 8.112/1990.
[4] Lucas Furtado (2014, p. 770).

109 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Vacância
Vacância ocorre quando o cargo público é desocupado, ou seja, deixado vago. A vacância pode acarretar rompimento
definitivo do vínculo jurídico entre o servidor e a administração, como ocorre nas hipóteses de exoneração, demissão e
falecimento, ou pode simplesmente alterar esse vínculo ou fazer surgir um novo, como ocorre nas hipóteses de
aposentadoria, promoção, readaptação e posse em outro cargo inacumulável. Repare que nessas três últimas
hipóteses, a vacância do cargo implicará, necessariamente, o provimento de outro. Ao ser promovido, por exemplo, o
servidor ocupa novo cargo e torna o antigo vago. Nas demais hipóteses de vacância, não haverá provimento de novo
cargo.

Nos termos do art. 33 da Lei 8.112/1990, a vacância do cargo público decorrerá de:

Exoneração;

Demissão;

Promoção;

Readaptação;

Aposentadoria;

Posse em outro cargo inacumulável;

Falecimento.

A vacância pode decorrer de um ato da Administração (como a demissão), ou de um fato (como o falecimento do
servidor).

Exoneração
A exoneração de servidor ocupante de cargo efetivo poderá ocorrer a pedido do servidor ou de ofício.

A exoneração de ofício ocorrerá (art. 34, Lei 8.112/1990):

quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; ou

quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.

110 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Quanto à exoneração de servidor ocupante de cargo em comissão, poderá ocorrer a pedido ou a juízo da autoridade
competente (exoneração ad nutum) (art. 35).
Na hipótese de função de confiança, não há exoneração, e sim dispensa (o servidor é dispensado, e não exonerado, da
função de confiança).
Lembrando que também haverá exoneração[1]:

Quando for extinto cargo ocupado por servidor não estável;

Do servidor não estável que esteja ocupando cargo que deva ser provido mediante reintegração de outro
servidor anteriormente demitido de forma ilegal;
Por insuficiência de desempenho (hipótese de exoneração de servidor estável – CF, art. 41, §1º, III);

Por excesso de despesa com pessoal (hipótese de exoneração de servidor estável – CF, art. 169, §4º).

Demissão
Ao contrário das demais hipóteses de vacância, a demissão é uma sanção disciplinar. Aplica-se aos servidores
ocupantes de cargos de provimento efetivo que tenham cometido determinadas infrações previstas na Lei 8.112/1990
(art. 117, IX a XVI e art. 132).
Caso se trate de cargo em comissão exercido por servidor não ocupante de cargo efetivo, e que cometa infração
punível com pena de demissão ou de suspensão, aplica-se a destituição (art. 135). E, em se tratando de servidor
na inatividade (aposentado ou em disponibilidade) que, quando em atividade, tenha praticado infração punível com
demissão, ele terá sua aposentadoria ou disponibilidade cassada (art. 134).
Assim, se dois servidores, um ocupante de cargo efetivo e outro exclusivamente de cargo em comissão, praticam ato de
improbidade, após o devido processo disciplinar, o servidor efetivo deverá ser demitido (art. 132, I), e o servidor
comissionado destituído[2].
Então vamos resumir algumas informações numa tabela:

Posse em outro cargo inacumulável


A posse em outro cargo inacumulável importa em vacância do cargo anterior.

Assim, o servidor público federal que obtiver aprovação em concurso para outro cargo inacumulável deverá declarar
esta sua condição ao órgão no qual ele ocupava o antigo cargo. Esta comunicação implicará na vacância do cargo
anterior, permitindo a posse no novo cargo.

111 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

A vacância para tomar posse em cargo inacumulável permite ao servidor levar para o outro cargo alguns direitos, como,
por exemplo, o aproveitamento do tempo de exercício no cargo anterior para o gozo de férias, licença capacitação e
gratificação natalina, assim como eventual vantagem pessoal nominalmente identificada (VPNI).

Questão para fixar

CEBRASPE - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - 2013

A promoção, a readaptação e a posse em outro cargo inacumulável incluem-se entre os fatos que geram a situação de
vacância do cargo público.
Comentário:

O quesito está correto, nos termos do art. 33 da Lei 8.112/1990:

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:

I - exoneração;

II - demissão;

III - promoção;

IV - ascensão; (revogado)

V - transferência; (revogado)

VI - readaptação;

VII - aposentadoria;

VIII - posse em outro cargo inacumulável;

IX - falecimento.

Gabarito: Certo

CEBRASPE - MJ - Analista Técnico – Administrativo – 2013


Segundo a Lei n.º 8.112/1990, são consideradas formas de provimento e de vacância de cargo público a promoção e a
readaptação.
Comentário:

Provimento é o ato administrativo por meio do qual o cargo público é preenchido, com a designação de seu
titular. Vacância, por sua vez, ocorre quando o cargo público é desocupado, ou seja, deixado vago.

112 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Nos termos da Lei 8.112/1990, promoção e readaptação são, simultaneamente, formas de provimento (art. 8º) e
de vacância (art. 33). Em ambos os casos, ocorre a vacância de um cargo para, em seguida, haver o provimento de
outro. Na promoção, o servidor deixa seu cargo para assumir um cargo mais elevado na carreira. Já na readaptação, o
servidor que tenha sofrido alguma limitação física ou mental deixa seu cargo original para assumir outro que seja
compatível com essa limitação.
Gabarito: Certo

CEBRASPE - PC-CE - Inspetor de Polícia – Civil – 2012


A exoneração de servidor público em consequência de inabilitação em estágio probatório não configura punição.

Comentário:

O quesito está correto. A exoneração nunca possui caráter punitivo. Exoneração é hipótese de vacância, podendo ser
aplicada ao servidor efetivo (a pedido ou de ofício, quando não aprovado no estágio probatório ou quando não tenha
entrado em exercício no prazo), ou ao servidor comissionado (a pedido ou a juízo da autoridade competente).
Gabarito: Certo

[1] Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2014, p. 394).


[2] Lucas Furtado (2014, p. 792).

113 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Remoção e redistribuição
A remoção e a redistribuição são institutos que não fazem o servidor mudar de cargos, vale dizer, em nenhuma delas
ocorrerá provimento ou vacância. Vejamos as peculiaridades de cada um dos institutos.

Preste atenção!

A remoção e a redistribuição não são formas de provimento ou vacância de cargo público

Remoção
A remoção é o deslocamento do servidor para outra unidade, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de
sede (art. 36, Lei 8.112/90). Com a remoção, a lotação do servidor é transferida para outra unidade do mesmo órgão ou
entidade, na qual ele passará a exercer suas atribuições, sem que isso determine qualquer alteração em seu cargo.
O servidor pode ser removido de uma unidade para outra, dentro da mesma cidade, ou ser removido para unidade
situada em localidade distinta.
A remoção pode ocorrer de ofício ou a pedido, da seguinte forma (isso varia de acordo com a legislação local, mas
normalmente é assim):

De ofício, no interesse da Administração;

A pedido, a critério da Administração;

A pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração (para, por exemplo,
acompanhar cônjuge ou companheiro, por motivo de saúde ou em virtude de processo seletivo (concurso de
remoção).

A remoção de ofício é feita exclusivamente “no interesse” da Administração, ou seja, independe da vontade do servidor.
O ato de remoção, no caso, deve ser motivado, com a indicação das razões que justificam o “interesse da
Administração” (um melhor aproveitamento dos quadros, por exemplo). Jamais a remoção poderá ser utilizada como
punição a servidor, eis que não é uma forma de penalidade disciplinar.
Em regra, o servidor removido de ofício, desde que haja mudança de sede, fará jus a ajuda de custo destinada a
compensar despesas de instalação.
Já a remoção a pedido, em regra, ocorre “a critério” da Administração, isto é, conforme seu juízo de conveniência e
oportunidade.
Mas, em algumas hipóteses, que necessariamente devem implicar mudança de sede, a remoção a pedido pode
ocorrer independentemente do interesse da Administração, vale dizer, verificadas as situações previstas na legislação
local (exemplos comuns: acompanhar cônjuge removido no interesse da Administração, motivo de saúde do servidor ou

114 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

dependente, aprovação em concurso de remoção) a Administração é obrigada a deferir o pedido de remoção do


servidor (ato vinculado). Ressalte-se que não existe possibilidade de remoção a pedido independentemente do
interesse da Administração para mudanças dentro da mesma localidade.
Em regra, nas hipóteses de remoção a pedido, o servidor não fará jus à ajuda de custo.

Redistribuição
A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de
pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder (art. 37, Lei 8.112/90).
Como se vê, a redistribuição é o deslocamento do cargo, ocupado ou vago, e não do servidor, como ocorre na
remoção. Logicamente, se houver redistribuição de cargo ocupado, ocorrerá também a movimentação do servidor que
o ocupa.
A redistribuição é uma forma que a Administração possui para adequar sua força de trabalho às necessidades dos
serviços e às mudanças ocorridas em sua estrutura, especialmente nos casos de reorganização, extinção ou criação de
órgão ou entidade.

Por exemplo, quando um Ministério é extinto, a Administração não pode simplesmente exonerar todos
os seus servidores (muitos deles são estáveis); ocorre, então, que os cargos daquele órgão são
redistribuídos para outro órgão.

A redistribuição ocorre ex officio, isto é, independentemente da vontade do servidor.

Em regra, nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, o servidor estável que tenha seu cargo
extinto ou declarado desnecessário naquele órgão ou entidade, não sendo redistribuído, será colocado
em disponibilidade, até seu aproveitamento. Alternativamente, ao invés de ser colocado em disponibilidade, o
servidor cujo cargo não foi redistribuído poderá ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado
aproveitamento.

Questão para fixar


CEBRASPE - SUFRAMA - Técnico em Contabilidade – 2014

115 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Ao servidor removido deverá ser concedido o prazo de, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias para entrar em
exercício na outra localidade para onde foi removido.
Comentário:

O quesito está correto, nos termos do art. 18 da Lei 8.112/1990:

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido,
redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo,
trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das
atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este
artigo será contado a partir do término do impedimento.
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.

Gabarito: Certo

CEBRASPE - SUFRAMA - Técnico em Contabilidade – 2014


Considerando que, no interesse da administração, um servidor efetivo da União tenha sido removido de ofício para
outra localidade, julgue o item a seguir: com a remoção, o cargo que o servidor ocupava anteriormente será
considerado vago.
Comentário:

O quesito está errado. A remoção é o simples deslocamento de servidor dentro do mesmo órgão ou entidade, com ou
sem mudança de sede, mas sem que isso determine qualquer alteração em seu cargo. Portanto, o servidor removido
continua a ocupar o mesmo cargo, ou seja, o cargo não será considerado vago.
Gabarito: Errado

CEBRASPE - MPU - Técnico Administrativo – 2013

A redistribuição, de ofício, de servidor público promovida como punição por algum ato por ele praticado caracteriza
vício quanto ao motivo, um dos requisitos do ato administrativo.
Comentário:

Assim como a remoção, a redistribuição também não pode ser promovida como forma de punição do servidor.
Entretanto, caso isso seja feito, o vício no ato será quanto à finalidade, isto é, com relação ao fim perseguido, não
quanto ao motivo, daí o erro.
Gabarito: Errado

116 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Substituição
No âmbito da administração pública federal, os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os
ocupantes de cargo de natureza especial[1] terão substitutos indicados no regimento interno. No caso de omissão no
regimento interno, os substitutos serão previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade (art. 38,
Lei 8.112/90).
Importante saber que, em regra, o substituto assumirá automática e cumulativamente, vale dizer, sem prejuízo do
cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial,
nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que
deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período.
Caso o afastamento ou impedimento do titular se estenda por mais de 30 dias consecutivos (esse prazo varia de acordo
com a legislação local), o substituto deixará de acumular os cargos e passará a exercer exclusivamente o cargo ou
função de chefia, percebendo a retribuição correspondente.
A substituição propriamente dita, no sentido legal, ensejadora de retribuição pecuniária, é unicamente a que resulta de
impedimento do titular, o qual, embora conservando a titularidade, se afasta do exercício daquele cargo por uma
série de razões (por exemplo, férias; doação de sangue, casamento; participação em programa de treinamento, licença
à gestante, à adotante e à paternidade, para tratamento da própria saúde etc.)[2]. Por outro lado, não seria o caso de
substituição se o titular, por exemplo, viajar a serviço, pois, ainda que fora da sede, ele estaria no pleno exercício do
cargo.
Ressalte-se que não há substituição no caso de impedimentos de ocupante de cargo de provimento efetivo,
mas apenas para cargo em comissão, função de confiança e cargo de Natureza Especial, com atribuições de direção
ou chefia (assessoramento não).

117 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

[1] Cargos de natureza especial são cargos em comissão “mais altos”, cujos ocupantes assessoram diretamente os
dirigentes superiores do Poder Executivo, de que seriam exemplos os Ministros de Estado, o Chefe de Gabinete do
Presidente da República e os Secretários Especiais (Secretário Especial dos Direitos Humanos, Secretário Especial de
Políticas para as Mulheres etc.).
[2] Diniz (2009, p. 229)

118 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Responsabilidades

O servidor público que exercer irregularmente suas atribuições pode ser responsabilizado nas esferas civil, penal
e administrativa. Em suma:

Vejamos com mais detalhes as hipóteses em que cada esfera de responsabilidade incide sobre as atividades do servidor
público.
Responsabilidade civil

A responsabilidade civil é de ordem patrimonial e decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros (art. 122, Lei 8.112/90).
A responsabilidade civil do servidor será sempre subjetiva, vale dizer, o agente só responde se ficar comprovado que
houve dolo (intenção) ou culpa (imperícia, imprudência ou negligência) em sua atuação.
A lei prevê duas hipóteses básicas em que o servidor poderá ser chamado a ressarcir prejuízos:

danos causados diretamente à Administração Pública, isto é, ao erário; ou

danos causados a terceiros no exercício da função pública.

No âmbito federal (art. 46, Lei 8.112/90), na hipótese de dano ao erário, após o devido processo administrativo com
garantias de defesa em que se confirme a responsabilidade do servidor, o ressarcimento poderá ser efetuado mediante
desconto no contracheque do servidor, desde que previamente comunicado, podendo a indenização ser parcelada.
Todavia, o STF já deixou assente que a Administração não pode promover a indenização do prejuízo por meio de
desconto em folha sem que haja o consentimento do servidor para tanto; caso o servidor não concorde, será
necessária a propositura de ação judicial para se obter o ressarcimento (MS 24.182/DF). Nesse julgado, o STF admitiu
que somente as reposições de pagamentos efetuados a maior pela Administração em favor do servidor poderiam ser
objeto de desconto em folha. No caso das indenizações dos danos que o próprio servidor causou ao erário, o desconto
somente poderia ocorrer se houvesse o seu consentimento. Do contrário, como dito, o caminho adequado seria a ação
judicial (Lucas Furtado, 2014, p. 800).

119 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Já na hipótese de dano causado a terceiros, o servidor responderá perante o Estado em ação regressiva (art. 122, §2º,
Lei 8.112/90). Significa que o terceiro prejudicado deverá propor ação contra o Estado, e não contra o servidor. O
Estado responderá objetivamente, ou seja, independentemente de culpa ou dolo, mas fica com o direito de entrar
com ação regressiva contra o servidor que causou o dano. Na ação regressiva, o Estado terá que provar que houve dolo
ou culpa do servidor e, só se conseguir provar, será reconhecida a responsabilidade civil do agente perante o Estado.

Jurisprudência

No que diz respeito à prescrição das ações de ressarcimento ao erário, é importante conhecer algumas teses fixadas
pelo Supremo Tribunal Federal (STF):
1. RE 852.475/SP – Tema 897: “são imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de
ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa”;
2. RE 669.069/MG – Tema 666: “é prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito
civil”; e
3. RE 636.886 – Tema 899: “somente são imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato
de improbidade administrativa doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa – Lei 8.429/1992 (TEMA 897).
Em relação a todos os demais atos ilícitos, inclusive àqueles atentatórios à probidade da administração não dolosos e
aos anteriores à edição da Lei 8.429/1992, aplica-se o Tema 666, sendo prescritível a ação de reparação de danos à
Fazenda Pública”.
O entendimento, portanto, é que que a parte final do § 5° do art. 37 da Constituição (transcrito a seguir) não pode ser
interpretada como uma regra de imprescritibilidade aplicável a ações de ressarcimento ao erário relativas a
prejuízos ocasionados por todo e qualquer ilícito.

CF, art. 37, § 5º: A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

Portanto, em resumo:

imprescritível: ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na LIA;

120 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

prescritível: ações de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil (e todos os demais
atos ilícitos) e a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão de Tribunal de Contas.

Responsabilidade penal
A responsabilidade penal (criminal), que á apurada pelo Poder Judiciário, abrange os crimes e contravenções
imputadas ao servidor, nessa qualidade (art. 123).
Conforme ensina Maria Sylvia Di Pietro, o conceito de servidor público para fins criminais é amplo, mais se
aproximando do conceito de agente público. Com efeito, o Código Penal (art. 327) considera funcionário público, para
os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública,
inclusive em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para
a execução de atividade típica da Administração Pública.

Responsabilidade administrativa
A responsabilidade administrativa do servidor está relacionada à violação de norma de Direito Administrativo.
(prática de infrações disciplinares). Ademais, pressupõe que sua apuração seja realizada em processo administrativo
e que a sanção seja aplicada por autoridade administrativa. As condutas apuradas em processo judicial se situam nas
esferas penal e civil, mas não na administrativa.
Assim, por exemplo, as violações dos deveres funcionais ou o cometimento das infrações previstas no estatuto dos
servidores acarretam a responsabilidade administrativa do servidor. Com efeito, a apuração dessas infrações será feita
pela própria Administração Pública, por meio de processo disciplinar do qual poderá resultar a aplicação das sanções
também previstas na lei (advertência, suspensão, demissão etc.).
Detalhe importante é que a prática de ato de improbidade administrativa, apesar do nome, insere-se no âmbito
da responsabilidade civil do servidor, e não da responsabilidade administrativa. É que os atos de improbidade,
conforme previsto na Lei 8.429/1992, são apurados por meio de processo civil, e a aplicação das sanções decorrentes
será aplicada por autoridade judicial.

Comunicação entre as instâncias


De regra, as instâncias (civil, penal e administrativa) são independentes entre si, de forma que as sanções civis, penais e
administrativas poderão ser cumuladas, isto é, o servidor pode ser condenado pelo mesmo fato nas esferas civil, penal
e administrativa.

Exemplo: o art. 125 da Lei 8.112/1990 dispõe que “as sanções civis, penais e administrativas
poderão cumular-se, sendo independentes entre si”.

É possível, então, que um único ato praticado pelo servidor público dê ensejo a sanções civis, penais e administrativas.
Em regra, tais sanções poderão ser aplicadas cumulativamente e sua apuração ocorrerá de forma independente entre
as instâncias.
Lucas Furtado apresenta um exemplo interessante para ilustrar o tema:

Imagine situação em que servidor público dolosamente fere colega de trabalho utilizando o teclado de
seu computador. O prejuízo causado pela destruição do equipamento enseja, em primeiro lugar, a
responsabilidade civil do servidor, que será obrigado a ressarcir o dano causado. A ofensa física em
serviço, nos termos do art. 132, VII da Lei 8.112/1990, enseja a sua responsabilidade administrativa e

121 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

deve importar na aplicação da pena de demissão. E se o golpe tiver causado lesões corporais ao colega,
o servidor poderá responder criminalmente.

Preste atenção!

O servidor público está sujeito à responsabilidade civil-administrativa e penal, com a possibilidade de cumulação de
sanções decorrentes de esferas diversas

É possível que haja condenação em alguma instância e absolvição em outras. De fato, a regra é a independência entre
as instâncias, ou seja, a condenação ou absolvição em uma instância não deve necessariamente importar a condenação
ou absolvição nas outras instâncias. Ademais, as sanções podem ser cumulativas, isto é, o servidor pode ser condenado
pelo mesmo fato nas esferas civil, penal e administrativa.
As exceções a essa regra ocorrem quando a esfera penal está envolvida. Para ilustrar, vejamos o caso da esfera federal.

O artigo 126 da Lei 8.112/90 dispõe que “a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso
de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria”.
Portanto, a absolvição penal pela negativa de autoria ou pela inexistência do fato interfere nas esferas administrativa
e civil. Se, no nosso exemplo, o servidor acusado de lesões corporais contra o colega demonstra no processo penal que
no dia da agressão se encontrava enfermo, internado em hospital, ou seja, se ele demonstra que, não obstante a
agressão tenha sido praticada, não foi ele quem a praticou, ele será absolvido no processo criminal por negativa de
autoria. Essa decisão proferida na esfera penal vincula todas as outras instâncias, ou seja, o servidor não mais poderá
ser responsabilizado, pelo mesmo fato, nas esferas civil e administrativa.
Tal vinculação ocorre porque o poder de investigação na esfera penal é muito mais amplo que nas demais esferas;
assim, se fica comprovado no processo judicial que o fato não ocorreu ou que o agente não foi o autor, torna-se
impraticável sustentar o contrário nas outras instâncias.
Em relação à absolvição penal, há que se ressaltar o que prescreve a Súmula 18 do STF:

Pela falta residual não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor.

Pela Súmula, ainda que a absolvição decorra de negativa de autoria ou inexistência do fato, se houver algum “resíduo”
do fato que não tenha sido objeto de apreciação na esfera penal, o servidor ainda poderá ser responsabilizado
administrativa ou civilmente caso a prática desse “resíduo” constitua infração passível de punição nessas esferas.
No nosso exemplo, se o servidor for absolvido na esfera penal pela inexistência do fato “agressão corporal”, ele não
poderá ser penalizado administrativamente com a demissão do cargo por ofensa física, mas poderá ser
responsabilizado nas esferas civil e administrativa caso na discussão com o colega ele tenha se exaltado e espatifado o

122 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

teclado do computador contra o chão. O dano ao patrimônio caracterizaria a falta residual de que trata a Súmula 18 do
STF, porque não foi objeto de apreciação no processo penal.
Enquanto a Lei 8.112/90 trata apenas dos casos em que há absolvição na esfera penal, o Código Civil é mais amplo,
prescrevendo que também a decisão que condene criminalmente o servidor igualmente vincula as instâncias
administrativa e civil, desde que os mesmos fatos estejam previstos em lei como infrações administrativas ou que
tenham causado dano ao erário ou a terceiro, respectivamente. Ou seja, a condenação criminal do servidor por
determinado fato, uma vez transitada em julgado, quanto então não se pode mais discutir sobre a “existência do fato,
ou sobre quem seja seu autor”, interfere nas esferas administrativa e cível, implicando o reconhecimento automático
da responsabilidade do servidor, por esse fato, nessas duas esferas.
Além dessas exceções, a Lei 13.869/2019, conhecida como Lei de Abuso de Autoridade, em seu art. 8º, veio
prevendo mais uma ressalva ao princípio da independência entre as instâncias. Vejamos:

Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença penal
que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Assim, com base na referida lei, caso o agente público tenha sido absolvido na esfera penal por ter praticado ato
em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito, obrigatoriamente também terá que ser absolvido nas esferas administrativa e civil.
Detalhe é que a essa hipótese de vinculação já existia no art. 65 Código de Processo Penal (CPP), mas apenas em
relação à esfera cível. Veja:

Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de
necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.

Agora, com a Lei de Abuso de Autoridade, essa exceção ao princípio da independência entre as instâncias passou
também a ser aplicável à esfera administrativa.
Resumindo tudo isso, nas provas de direito administrativo teremos que considerar três exceções ao princípio da
independência entre as instâncias:

Comunicação entre as instâncias

• Se tiver havido condenação na instância criminal, o servidor será condenado nas instâncias administrativa e civil (CC,
art. 935).
• Se tiver havido absolvição na instância criminal sob o fundamento de negativa de fato ou de autoria, o
servidor não poderá, pelos mesmos fatos, ser responsabilizado nas instâncias administrativa e civil.
• Se tiver havido absolvição na esfera penal por ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em
estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito, obrigatoriamente também ocorrerá absolvição
nas esferas administrativa e civil.
Se tiver havido absolvição criminal sob qualquer outro fundamento exceto os dois acima indicados (por exemplo,
por insuficiência de provas), as instâncias administrativa e civil não sofrerão qualquer vinculação e poderão decidir de
forma autônoma.

123 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Questão para fixar

Se determinado servidor público for preso em operação deflagrada pela Polícia Federal, devido a fraude em licitações, a
ação penal, caso seja ajuizada, obstará a abertura ou o prosseguimento do processo administrativo disciplinar, visto que
o servidor poderá ser demitido apenas após o trânsito em julgado da sentença criminal.
Comentário:

O quesito está errado. Nos termos do art. 125 da Lei 8.112/1990, “as sanções civis, penais e administrativas poderão
cumular-se, sendo independentes entre si”, significando que, em regra, tais sanções poderão ser aplicadas
cumulativamente e sua apuração ocorrerá de forma independente entre as instâncias. Portanto, o mero ajuizamento de
ação penal não é motivo para impedir a abertura ou o prosseguimento de processo administrativo disciplinar para
apurar o mesmo fato, daí o erro. Tal entendimento, aliás, é reconhecido na jurisprudência do STJ, conforme o seguinte
excerto do MS 18.090/DF, de 21/5/2013:

3. É pacífico na doutrina e na jurisprudência que as esferas administrativa e penal são independentes,


sendo descabida a suspensão do processo administrativo durante o prazo de trâmite do processo penal.

Entretanto, o trânsito em julgado da sentença criminal poderá interferir nas conclusões do processo administrativo nas
seguintes situações: (i) caso haja condenação penal, hipótese em que o servidor também deverá ser condenado na
instância administrativa; ou (ii) caso haja absolvição penal sob o fundamento de negativa de fato ou de autoria,
hipótese em que o servidor não poderá, pelos mesmos fatos, ser responsabilizado na esfera administrativa.
Por oportuno, ressalte-se que o Código Penal prevê situações em que a sanção criminal poderá ter como efeito a perda
do cargo público. Sendo o caso, com o trânsito em julgado da sanção judicial, o servidor perderá o cargo ainda que a
sanção aplicável na esfera administrativa seja outra.
Gabarito: Errado

124 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Penalidades

O poder disciplinar permite à Administração Pública aplicar penalidades aos servidores que pratiquem infrações no
exercício do cargo ou função. A doutrina tradicionalmente aponta como característica do poder disciplinar
a discricionariedade. Essa discricionariedade, porém, é circunscrita à gradação da pena a ser aplicada, nas hipóteses
em que a lei dá espaço para esse tipo de valoração, observada a regra de que quanto mais grave a conduta mais severa
a sanção.
Quando admissível a gradação da penalidade, a autoridade competente deverá considerar a natureza e a gravidade da
infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e
os antecedentes funcionais (art. 128).
Ressalte-se que, embora exista certa margem de discricionariedade na gradação da sanção disciplinar, nenhuma
liberdade existe quanto ao dever de punir o servidor se restar comprovado que ele cometeu alguma infração funcional
prevista em lei. Em outras palavras, se, após o devido processo administrativo, restar confirmada a prática de infração
funcional, a Administração deverá punir o servidor responsável com a penalidade aplicável ao caso concreto, nas
condições e limites estabelecidos na Lei 8.112/1990, não havendo espaço para a decisão contrária (que seria não punir).

125 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Resumo Direcionado

Agentes Públicos

Normas Constitucionais

126 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Direito à associação sindical -> norma autoaplicável.

Direto de greve -> norma de eficácia limitada -> aplica-se aos servidores públicos a lei de greve dos
trabalhadores privados.

127 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Sistema remuneratório dos agentes públicos


Vencimentos (vencimento básico + vantagens) -> servidores públicos (empregados é salário).

Subsídios (parcela única) -> agentes políticos, AGU, PGFN, defensores públicos, polícias e bombeiros;
facultativo para servidores organizados em carreira.
Assegurada revisão geral anual (aumento impróprio).

Teto remuneratório:

- Inclui todas as vantagens, exceto de natureza indenizatória.

- EP e SEM apenas se receberem recursos da fazenda pública para custeio ou pagamento de pessoal.

128 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Mandatos eletivos:
Federal, estadual ou distrital: afastado do cargo e recebe remuneração do cargo eletivo;

Prefeito: afastado do cargo e pode optar pela remuneração;

Vereador: pode acumular e receber ambas as remunerações, desde que haja compatibilidade de horários.

Requisitos para estabilidade (servidores estatutários efetivos; não se aplica aos empregados públicos):

Investidura em cargo efetivo, mediante prévia aprovação em concurso público;

Três anos de efetivo exercício no cargo;

Aprovação em avaliação especial de desempenho.

O servidor estável só perderá o cargo se for condenado em processo judicial ou administrativo ou, ainda,
como última solução para adequar os gastos de pessoal aos limites da LRF.

Regime de previdência dos servidores públicos


estatutários
Aplica-se apenas os servidores públicos ocupantes de cargos efetivos;

Cargos em comissão (não concursado), cargo temporário, mandato eletivo e emprego público se sujeitam
ao RGPS;
Caráter contributivo e solidário;

Aposentados também contribuem, mas apenas sobre o que exceder o teto do RGPS;

É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime próprio de previdência, ressalvadas
as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis.

129 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Valor dos proventos e das pensões:


- Limite inferior: salário mínimo

- Limite superior: teto do RGPS

Servidores aposentados pelo regime próprio recebem apenas até o teto do RGPS; se quiserem receber mais
devem contribuir para o regime complementar;
Regime complementar será gerido por entidades fechadas ou abertas de previdência complementar.

Os planos de benefícios serão oferecidos apenas na modalidade de contribuição definida.

O servidor que ingressar no sv público até a instituição do regime precisa registrar prévia e expressa opção.

Na esfera federal foram criadas: Funpresp-Exe, a Funpresp-Leg e a Funpresp-Jud, fundações públicas com
personalidade jurídica de direito privado.
Não há mais direito à paridade, exceto para os servidores que ingressaram antes da EC 41/2003.

Abono de permanência: servidor que cumpriu os requisitos mas decide permanecer na ativa.

Modalidades de aposentadoria:
Por incapacidade permanente: apenas quando insuscetível de readaptação;

Compulsória aos 75 (na forma de LC) anos de idade: proventos proporcionais;

Voluntária, desde que cumpridos o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei
complementar do respectivo ente federativo:
No âmbito da União:

Homem: aos 65 anos de idade.

Mulher: aos 62 anos de idade.

No âmbito dos Estados, DF e Municípios:

Idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis


Orgânicas.

Aposentadorias especiais:
Professor(a) da educação infantil e do ensino fundamental e médio: o limite de idade é reduzido em 5
anos.
Servidores com deficiência: lei complementar do respectivo ente federativo poderá estabelecer idade e
tempo de contribuição diferenciados;
Agente penitenciário, agente socioeducativo, policial legislativo da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal, policial federal, policial rodoviário federal, policial ferroviário federal e policial civil: lei
complementar do respectivo ente federativo poderá estabelecer idade e tempo de contribuição
diferenciados;
Efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde: lei complementar do
respectivo ente federativo poderá estabelecer idade e tempo de contribuição diferenciados;

130 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Militares: regime de aposentadoria disciplinado em lei própria.

Normas legais aplicáveis a servidores públicos


Provimento: ato administrativo pelo qual o cargo público é preenchido, com a designação de seu titular.

Provimento originário: ocupação inicial do cargo, não decorrente de vínculo anterior com a Administração.

Provimento derivado: ocupação de cargo em razão de vínculo anterior com a Administração.

131 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

132 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Vacância: exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável e
falecimento.

133 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Jurisprudência da aula

STF – Rcl 6.702/PR (4/3/2009)

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. DENEGAÇÃO DE LIMINAR. ATO DECISÓRIO


CONTRÁRIO À SÚMULA VINCULANTE 13 DO STF. NEPOTISMO. NOMEAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DO CARGO DE
CONSELHEIRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ. NATUREZA ADMINISTRATIVA DO CARGO.
VÍCIOS NO PROCESSO DE ESCOLHA. VOTAÇÃO ABERTA. APARENTE INCOMPATIBILIDADE COM A SISTEMÁTICA DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PRESENÇA DO FUMUS BONI IURIS E DO PERICULUM IN MORA. LIMINAR DEFERIDA EM
PLENÁRIO. AGRAVO PROVIDO. I - A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática, uma
vez que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal. II - O cargo de
Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná reveste-se, à primeira vista, de natureza administrativa,
uma vez que exerce a função de auxiliar do Legislativo no controle da Administração Pública. III - Aparente
ocorrência de vícios que maculam o processo de escolha por parte da Assembléia Legislativa paranaense. IV - À luz do
princípio da simetria, o processo de escolha de membros do Tribunal de Contas pela Assembléia Legislativa por votação
aberta, ofende, a princípio, o art. 52, III, b, da Constituição. V - Presença, na espécie, dos requisitos indispensáveis para o
deferimento do pedido liminarmente pleiteado. VI - Agravo regimental provido.
STF – RE 544.655/MG (9/9/2008)

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. ESTRANGEIRO.


ACESSO AO SERVIÇO PÚBLICO. ARTIGO 37, I, DA CB/88. O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido
de que o artigo 37, I, da Constituição do Brasil [redação após a EC 19/98], consubstancia, relativamente ao acesso aos
cargos públicos por estrangeiros, preceito constitucional dotado de eficácia limitada, dependendo de
regulamentação para produzir efeitos, sendo assim, não auto-aplicável. Precedentes. Agravo regimental a que se dá
provimento.
STF – AI 590.663/RR (15/12/2009)

“Estrangeiro. Acesso ao cargo de professor da rede de ensino do Estado de Roraima. Ausência de norma
regulamentadora. Art. 37, I, da CF/1988. Por não ser a norma regulamentadora de que trata o art. 37, I, da
Constituição do Brasil matéria reservada à competência privativa da União, deve ser de iniciativa dos Estados-
membros.”
STF – RE 528.684/MS (3/9/2013)

134 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Recurso extraordinário. 2. Concurso público. Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul. 3. Edital que prevê a
possibilidade de participação apenas de concorrentes do sexo masculino. Ausência de fundamento. 4. Violação ao
art. 5º, I, da Constituição Federal. 5. Recurso extraordinário provido.
STF – Súmula 683

O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando
possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
STF – BInfo 718

Concurso público: impossibilidade de participação de mulheres e isonomia

A imposição de discrímen de gênero para fins de participação em concurso público somente é compatível com a
Constituição nos excepcionais casos em que demonstradas a fundamentação proporcional e a legalidade da
imposição, sob pena de ofensa ao princípio da isonomia. Com base nessa jurisprudência, a 2ª Turma deu provimento
a recurso ordinário em mandado de segurança no qual se questionava edital de concurso público para ingresso em
curso de formação de oficiais de polícia militar estadual que previa a possibilidade de participação apenas de candidatos
do sexo masculino. Assentou-se a afronta ao mencionado princípio da isonomia, haja vista que tanto o edital quanto a
legislação que regeria a matéria não teriam definido qual a justificativa para não permitir que mulheres
concorressem ao certame e ocupassem os quadros da polícia militar.
STJ – AgRg no RMS 41.515/BA (10/5/2013)

ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. EDITAL. LIMITE DE IDADE. POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DA BAHIA.
PREVISÃO LEGAL. NATUREZA DO CARGO. LEGALIDADE.
1. É firme no Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que é possível a definição de limite máximo e mínimo
de idade, sexo e altura para o ingresso na carreira militar, levando-se em conta as peculiaridades da atividade
exercida, desde que haja lei específica que imponha tais restrições.
2. O art. 5º, II, da Lei estadual 7.990/2001 (Estatuto dos Policiais Militares do Estado da Bahia) aponta a idade como um
dos critérios a serem observados no ingresso na Polícia Militar baiana.
3. Deve-se reconhecer a legalidade da exigência de idade máxima estabelecida pelo Edital SAEB/01/2008, considerada a
natureza peculiar das atividades militares. Não há, portanto, falar em ofensa a direito líquido e certo do impetrante.
4. Agravo Regimental não provido.

STJ – RMS 44.127/AC (3/2/2014)

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. CONCURSO PUBLICO. MILITAR. SOLDADO. LIMITE DE IDADE. PREVISÃO
NO EDITAL E NA LEI LOCAL. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. PRECEDENTES.

135 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

1. Cuida-se de recurso ordinário interposto contra acórdão que denegou a segurança ao writ of mandamus impetrado
com o objetivo de reverter a exclusão de candidato ao curso de formação da Polícia Militar Estadual, em razão de ter
ultrapassado o limite de idade para ingresso.
2. A exigência de limite máximo de idade, no caso, de 30 anos possui amparo em previsão no item 2.4, III do Edital n.
025/2012 SGA/PMAC, de 14.6.de 2012, bem como no art. 11, II, da Lei Complementar Estadual n. 164/2006 (Estatuto
dos Militares do Estado do Acre).
3. A jurisprudência do STJ está pacificada no sentido da possibilidade de exigir limite de idade para o ingresso na
carreira militar, desde que haja previsão em lei específica e no edital do concurso público. (...)
STF – Súmula 14

"Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público."

STF – Súmula Vinculante 44

"Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público."

STF – MS 26.668 (15/4/2009)

"Constitucional. Concurso público para cargo de técnico de provimento de apoio. Exigência de três anos de habilitação.
Inexistência de previsão constitucional. Segurança concedida. O que importa para o cumprimento da finalidade da lei
é a existência da habilitação plena no ato da posse. A exigência de habilitação para o exercício do cargo objeto do
certame dar-se-á no ato da posse e não da inscrição do concurso." (MS 26.668, MS 26.673 e MS 26.810, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, julgamento em 15-4-2009, Plenário, DJE de 29-5-2009.) No mesmo sentido: MS 26.862, Rel.
Min. Ayres Britto, julgamento em 15-4-2009, Plenário, DJE de 22-5-2009.
STF – ARE 685.870 (17/12/2013)

“Concurso público. Policial civil. Limite de idade. (...) A comprovação do requisito etário estabelecido na lei deve
ocorrer no momento da inscrição no certame, e não no momento da inscrição do curso de formação”
STF – MS 26.681/DF (26/11/2008)

“Comprovação de atividade jurídica para o concurso do MPF. Peculiaridades do caso. A interpretação do art. 129, § 3º,
da Constituição foi claramente estabelecida pela Suprema Corte no julgamento da ADI 3.460, Rel. Min. Carlos Britto (DJ
de 15-6-2007), de acordo com o qual (i) os três anos de atividade jurídica pressupõem a conclusão do curso de
bacharelado em Direito e (ii) a comprovação desse requisito deve ocorrer na data da inscrição no concurso e não

136 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

em momento posterior. O ato coator tomou como termo inicial da atividade jurídica do impetrante a sua inscrição na
OAB, o que é correto, porque, na hipótese, o impetrante pretendeu comprovar a sua experiência com peças processuais
por ele firmadas como advogado. Faltaram-lhe, consequentemente, 45 dias para que perfizesse os necessários três
anos de advocacia, muito embora fosse bacharel em Direito há mais tempo. O caso é peculiar, considerando que o
período de 45 dias faltante corresponde ao prazo razoável para a expedição da carteira de advogado após o seu
requerimento, de tal sorte que, aprovado no exame de ordem em dezembro de 2003, deve ser tido como preenchido o
requisito exigido pelo § 3º do art. 129 da CF.” (MS 26.681, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 26-11-2008,
Plenário, DJE de 17-4-2009.) No mesmo sentido: RE 630.515, Rel. Min. Dias Toffoli, decisão monocrática, julgamento em
12-3-2012, DJE de 15-3-2012; MS 27.608, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 15-10-2009, Plenário, DJE de 21-5-
2010.
STF – ADI 3.522/RS (24/11/2005)

PROCESSO OBJETIVO - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ATUAÇÃO DO ADVOGADO-GERAL DA


UNIÃO. (...) CONCURSO PÚBLICO - PONTUAÇÃO - EXERCÍCIO PROFISSIONAL NO SETOR ENVOLVIDO NO
CERTAME - IMPROPRIEDADE. Surge a conflitar com a igualdade almejada pelo concurso público o empréstimo de
pontos a desempenho profissional anterior em atividade relacionada com o concurso público. CONCURSO
PÚBLICO - CRITÉRIOS DE DESEMPATE - ATUAÇÃO ANTERIOR NA ATIVIDADE - AUSÊNCIA DE RAZOABILIDADE.
Mostra-se conflitante com o princípio da razoabilidade eleger como critério de desempate tempo anterior na
titularidade do serviço para o qual se realiza o concurso público.
STF – AI 698.618/SP (14/5/2013)

EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. PRAZO


DE VALIDADE. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. NOMEAÇÃO POR DECISÃO JUDICIAL. PRETERIÇÃO DE
CANDIDATO. INEXISTÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 5º, INCISO XXXVI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. OFENSA
REFLEXA. PRECEDENTES (...) É pacífica a jurisprudência da Corte de que não há falar em desrespeito à ordem de
classificação em concurso público quando a Administração nomeia candidatos menos bem colocados por força de
determinação judicial. 4. A alegada violação do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, caso ocorresse, seria
indireta ou reflexa, haja vista que sua verificação não prescinde, no caso, da análise da legislação infraconstitucional,
das cláusulas do instrumento convocatório e dos fatos e das provas dos autos, a qual é inviável em recurso
extraordinário. 5. Agravo regimental não provido.
STF – RE 440.988/DF (28/2/2012)

Agravo regimental no recurso extraordinário. Concurso público. Reserva de vagas para portadores de deficiência.
Arredondamento do coeficiente fracionário para o primeiro número inteiro subsequente. Impossibilidade. Precedentes.
1. A jurisprudência desta Corte fixou entendimento no sentido de que a reserva de vagas para portadores de
deficiência deve ater-se aos limites da lei, na medida da viabilidade das vagas oferecidas, não sendo possível seu
arredondamento no caso de majoração das porcentagens mínima e máxima previstas. 2. Agravo regimental não
provido.
STF – RE 596.478/RR (13/6/2012)

137 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

EMENTA Recurso extraordinário. Direito Administrativo. Contrato nulo. Efeitos. Recolhimento do FGTS. Artigo 19-A da
Lei nº 8.036/90. Constitucionalidade. 1. É constitucional o art. 19-A da Lei nº 8.036/90, o qual dispõe ser devido o
depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na conta de trabalhador cujo contrato com a Administração
Pública seja declarado nulo por ausência de prévia aprovação em concurso público, desde que mantido o seu direito ao
salário. 2. Mesmo quando reconhecida a nulidade da contratação do empregado público, nos termos do art. 37, §
2º, da Constituição Federal, subsiste o direito do trabalhador ao depósito do FGTS quando reconhecido ser devido
o salário pelos serviços prestados. 3. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento.
STF – RE 598.099/MS (10/8/2011)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. CONCURSO PÚBLICO. PREVISÃO DE VAGAS EM EDITAL.


DIREITO À NOMEAÇÃO DOS CANDIDATOS APROVADOS. I. DIREITO À NOMEAÇÃO. CANDIDATO APROVADO
DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL. Dentro do prazo de validade do concurso, a
Administração poderá escolher o momento no qual se realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre a
própria nomeação, a qual, de acordo com o edital, passa a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa
forma, um dever imposto ao poder público. Uma vez publicado o edital do concurso com número específico de vagas,
o ato da Administração que declara os candidatos aprovados no certame cria um dever de nomeação para a própria
Administração e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo candidato aprovado dentro desse número de
vagas. II. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. BOA-FÉ. PROTEÇÃO À CONFIANÇA. O
dever de boa-fé da Administração Pública exige o respeito incondicional às regras do edital, inclusive quanto à
previsão das vagas do concurso público. Isso igualmente decorre de um necessário e incondicional respeito à
segurança jurídica como princípio do Estado de Direito. Tem-se, aqui, o princípio da segurança jurídica como princípio
de proteção à confiança. Quando a Administração torna público um edital de concurso, convocando todos os
cidadãos a participarem de seleção para o preenchimento de determinadas vagas no serviço público, ela
impreterivelmente gera uma expectativa quanto ao seu comportamento segundo as regras previstas nesse edital.
Aqueles cidadãos que decidem se inscrever e participar do certame público depositam sua confiança no Estado
administrador, que deve atuar de forma responsável quanto às normas do edital e observar o princípio da segurança
jurídica como guia de comportamento. Isso quer dizer, em outros termos, que o comportamento da Administração
Pública no decorrer do concurso público deve se pautar pela boa-fé, tanto no sentido objetivo quanto no aspecto
subjetivo de respeito à confiança nela depositada por todos os cidadãos. III. SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS.
NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO. CONTROLE PELO PODER JUDICIÁRIO. Quando se afirma que a Administração
Pública tem a obrigação de nomear os aprovados dentro do número de vagas previsto no edital, deve-se levar em
consideração a possibilidade de situações excepcionalíssimas que justifiquem soluções diferenciadas,
devidamente motivadas de acordo com o interesse público. Não se pode ignorar que determinadas situações
excepcionais podem exigir a recusa da Administração Pública de nomear novos servidores. Para justificar o
excepcionalíssimo não cumprimento do dever de nomeação por parte da Administração Pública, é necessário que
a situação justificadora seja dotada das seguintes características: a) Superveniência: os eventuais fatos ensejadores
de uma situação excepcional devem ser necessariamente posteriores à publicação do edital do certame público; b)
Imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à época da
publicação do edital; c) Gravidade: os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser extremamente graves,
implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital;
d) Necessidade: a solução drástica e excepcional de não cumprimento do dever de nomeação deve ser extremamente
necessária, de forma que a Administração somente pode adotar tal medida quando absolutamente não existirem
outros meios menos gravosos para lidar com a situação excepcional e imprevisível. De toda forma, a recusa de nomear
candidato aprovado dentro do número de vagas deve ser devidamente motivada e, dessa forma, passível de controle
pelo Poder Judiciário. IV. FORÇA NORMATIVA DO PRINCÍPIO DO CONCURSO PÚBLICO. Esse entendimento, na
medida em que atesta a existência de um direito subjetivo à nomeação, reconhece e preserva da melhor forma a força

138 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

normativa do princípio do concurso público, que vincula diretamente a Administração. É preciso reconhecer que a
efetividade da exigência constitucional do concurso público, como uma incomensurável conquista da cidadania no
Brasil, permanece condicionada à observância, pelo Poder Público, de normas de organização e procedimento e,
principalmente, de garantias fundamentais que possibilitem o seu pleno exercício pelos cidadãos. O reconhecimento de
um direito subjetivo à nomeação deve passar a impor limites à atuação da Administração Pública e dela exigir o estrito
cumprimento das normas que regem os certames, com especial observância dos deveres de boa-fé e incondicional
respeito à confiança dos cidadãos. O princípio constitucional do concurso público é fortalecido quando o Poder Público
assegura e observa as garantias fundamentais que viabilizam a efetividade desse princípio. Ao lado das garantias de
publicidade, isonomia, transparência, impessoalidade, entre outras, o direito à nomeação representa também
uma garantia fundamental da plena efetividade do princípio do concurso público. V. NEGADO PROVIMENTO AO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
STF – ARE 675.202/PB (6/8/2013)

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. RAZÕES DO AGRAVO


REGIMENTAL DISSOCIADAS DO QUE DELIBERADO NA DECISÃO MONOCRÁTICA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284 DO
STF. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. FISIOTERAPEUTA. CLASSIFICAÇÃO DENTRO DO
NÚMERO DE VAGAS PREVISTO NO EDITAL. DIREITO À NOMEAÇÃO. AGRAVO IMPROVIDO. I – Deficiente a
fundamentação do agravo regimental cujas razões estão dissociadas do que decidido na decisão monocrática. Incide,
na hipótese, a Súmula 284 desta Corte. II – O Plenário desta Corte, no julgamento do RE 598.099/MS, Rel. Min. Gilmar
Mendes, firmou jurisprudência no sentido do direito subjetivo à nomeação de candidato aprovado dentro do
número de vagas previstas no edital de concurso público. Tal direito também se estende ao candidato aprovado
fora do número de vagas previstas no edital, mas que passe a figurar entre as vagas em decorrência da desistência
de candidatos classificados em colocação superior. III – Agravo Regimental improvido.
STJ – RMS 32.105/DF (19/8/2010)

ADMINISTRATIVO - RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO - NECESSIDADE


DO PREENCHIMENTO DE VAGAS, AINDA QUE EXCEDENTES ÀS PREVISTAS NO EDITAL, CARACTERIZADA POR ATO
INEQUÍVOCO DA ADMINISTRAÇÃO - DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO - PRECEDENTES.
1. A aprovação do candidato, ainda que fora do número de vagas disponíveis no edital do concurso, lhe confere direito
subjetivo à nomeação para o respectivo cargo, se a Administração Pública manifesta, por ato inequívoco, a necessidade
do preenchimento de novas vagas.
2. A desistência dos candidatos convocados, ou mesmo a sua desclassificação em razão do não preenchimento de
determinados requisitos, gera para os seguintes na ordem de classificação direito subjetivo à nomeação,
observada a quantidade das novas vagas disponibilizadas.
3. Hipótese em que o Governador do Distrito Federal, mediante decreto, convocou os candidatos do cadastro de
reserva para o preenchimento de 37 novas vagas do cargo de Analista de Administração Pública - Arquivista, gerando
para os candidatos subsequentes direito subjetivo à nomeação para as vagas não ocupadas por motivo de desistência.
4. Recurso ordinário em mandado de segurança provido.

STJ – Informativo 481 do STJ (23/8/2011)

139 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

CONCURSO PÚBLICO. NOMEAÇÃO. CANDIDATO. APROVAÇÃO. PRIMEIRO LUGAR.

Trata-se de agravo regimental contra decisão que deu provimento a RMS no qual a recorrente aduz que foi aprovada
em 1º lugar para o cargo de professora de língua portuguesa. Sustenta que os candidatos aprovados em concurso
público dentro do número de vagas ofertado por meio do edital possuem direito subjetivo à nomeação para o cargo,
uma vez que o edital possui força vinculante para a Administração. Ademais, o fato de não ter sido preterida ou não
haver nomeação de caráter emergencial, por si só, não afasta direito líquido e certo à nomeação. A Turma, ao
prosseguir o julgamento, negou provimento ao agravo regimental sob o entendimento de que, no caso, ainda que se
considere o fato de o edital não fixar o número de vagas a serem preenchidas com a realização do concurso, é de
presumir que, não tendo dito o contrário, pelo menos uma vaga estaria disponível. Em sendo assim, é certo que
essa vaga só poderia ser destinada à recorrente, a primeira colocada na ordem de classificação. Precedente citado
do STF: RE 598.099-MS. AgRg no RMS 33.426-RS
STF – AI 728.699/RS (18/6/2013)

EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. PRAZO DE VALIDADE. EXISTÊNCIA DE VAGAS.


CANDIDATOS APROVADOS. DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA. ACÓRDÃO
RECORRIDO DISPONIBILIZADO EM 28.4.2008. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que os
candidatos aprovados em concurso público têm direito subjetivo à nomeação para a posse que vier a ser dada nos
cargos vagos existentes ou nos que vierem a vagar no prazo de validade do concurso. Reconhecida pela Corte de
origem a existência de cargos vagos e de candidatos aprovados, surge o direito à nomeação. Agravo regimental
conhecido e não provido.
STF – RE 581.113/SC (5/4/2011)

EMENTA Concurso público. Criação, por lei federal, de novos cargos durante o prazo de validade do certame.
Posterior regulamentação editada pelo Tribunal Superior Eleitoral a determinar o aproveitamento, para o
preenchimento daqueles cargos, de aprovados em concurso que estivesse em vigor à data da publicação da Lei. 1. A
Administração, é certo, não está obrigada a prorrogar o prazo de validade dos concursos públicos; porém, se
novos cargos vêm a ser criados, durante tal prazo de validade, mostra-se de todo recomendável que se proceda a
essa prorrogação. 2. Na hipótese de haver novas vagas, prestes a serem preenchidas, e razoável número de
aprovados em concurso ainda em vigor quando da edição da Lei que criou essas novas vagas, não são justificativas
bastantes para o indeferimento da prorrogação da validade de certame público razões de política administrativa
interna do Tribunal Regional Eleitoral que realizou o concurso. 3. Recurso extraordinário provido.
STF – RE 837.311 (9/12/2015)

Informativo 811 - Concurso público: direito subjetivo à nomeação e surgimento de vagas - 4

O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do
certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas
no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada por
comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do
aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato.

140 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas seguintes hipóteses:

a) quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital;

b) quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação; e

c) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a
preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima.
Essa a tese que, por maioria, o Plenário fixou para efeito de repercussão geral. Na espécie, discutia-se a existência de
direito subjetivo à nomeação de candidatos aprovados fora do número de vagas previstas no edital de concurso
público, no caso de surgimento de novas vagas durante o prazo de validade do certame.
Em 14.10.2014, a Corte julgou o mérito do recurso, mas deliberara pela posterior fixação da tese de repercussão geral —
v. Informativo 803.
O Ministro Luiz Fux (relator) destacou que o enunciado fora resultado de consenso entre os Ministros do Tribunal, cujo
texto fora submetido anteriormente à análise. Vencido o Ministro Marco Aurélio, que se manifestava contra o
enunciado, porque conflitava com as premissas lançadas pela corrente vitoriosa no julgamento do recurso
extraordinário. Aduzia que a preterição se caracterizava quando, na vigência do concurso, convocava-se novo certame,
a revelar a necessidade de se arregimentar mão de obra.
STF – AI 820.065/GO (21/8/2012)

EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. EXISTÊNCIA DE VAGAS E NECESSIDADE DO SERVIÇO.


PRETERIÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS. DIREITO À NOMEAÇÃO. Comprovada a necessidade de pessoal e a
existência de vaga, configura preterição de candidato aprovado em concurso público o preenchimento da vaga,
ainda que de forma temporária. Precedentes. Agravo regimental conhecido e não provido.
STF – RE 1058333 (21/11/2018)

Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 973 da repercussão geral, negou provimento ao recurso
extraordinário, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Em seguida, por unanimidade, fixou-
se a seguinte tese: "É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida à
época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do concurso público". Não
participaram, justificadamente, da votação da tese, os Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
Falaram: pelo recorrente, o Dr. César Augusto Binder, Procurador do Estado do Paraná; e, pela Procuradoria-Geral da
República, a Dra. Raquel Elias Ferreira Dodge, Procuradora-Geral da República. Presidência do Ministro Dias Toffoli.
Plenário, 21.11.2018.
STF – MS 27.160/DF (18/12/2008)

EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO. CONSELHO NACIONAL


DE JUSTIÇA. CONCURSO PARA A MAGISTRATURA DO ESTADO DO PIAUÍ. CRITÉRIOS DE CONVOCAÇÃO PARA AS
PROVAS ORAIS. ALTERAÇÃO DO EDITAL NO CURSO DO PROCESSO DE SELEÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM
DENEGADA. 1. O Conselho Nacional de Justiça tem legitimidade para fiscalizar, inclusive de ofício, os atos

141 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

administrativos praticados por órgãos do Poder Judiciário (MS 26.163, rel. min. Carmem Lúcia, DJe 04.09.2008). 2. Após
a publicação do edital e no curso do certame, só se admite a alteração das regras do concurso se houver
modificação na legislação que disciplina a respectiva carreira. Precedentes. (RE 318.106, rel. min. Ellen Gracie, DJ
18.11.2005). 3. No caso, a alteração das regras do concurso teria sido motivada por suposta ambigüidade de norma do
edital acerca de critérios de classificação para a prova oral. Ficou evidenciado, contudo, que o critério de escolha dos
candidatos que deveriam ser convocados para as provas orais do concurso para a magistratura do Estado do Piauí já
estava claramente delimitado quando da publicação do Edital nº 1/2007. 4. A pretensão de alteração das regras do
edital é medida que afronta o princípio da moralidade e da impessoalidade, pois não se pode permitir que haja, no curso
de determinado processo de seleção, ainda que de forma velada, escolha direcionada dos candidatos habilitados às
provas orais, especialmente quando já concluída a fase das provas escritas subjetivas e divulgadas as notas provisórias
de todos os candidatos. 5. Ordem denegada.
STF – RE 486.184/SP (12/12/2006)

EMENTA: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. DESVIO DE FUNÇÃO. INDENIZAÇÃO. POSSIBILIDADE. I. - O


servidor público desviado de suas funções, após a promulgação da Constituição, não pode ser reenquadrado, mas
tem direito ao recebimento, como indenização, da diferença remuneratória entre os vencimentos do cargo efetivo
e os daquele exercido de fato. Precedentes. II. - A análise dos reflexos decorrentes do recebimento da indenização
cabe ao juízo de execução. III. - Agravo não provido.
STF – RMS 23.432/DF (4/4/2000)

EMENTA: Concurso Público para o cargo de Auditor Fiscal do Tesouro Nacional. Reprovação dos candidatos
impetrantes, de acordo com estipulação do respectivo edital. Regularidade da classificação regionalizada, não
obstante a unidade da carreira. Precedentes do Supremo Tribunal.
STF – AI 735.389/DF (11/9/2012)

EMENTA Agravo regimental no agravo de instrumento. Administrativo. Concurso público. Limitação do número de
habilitados na fase anterior para participação na subsequente. Possibilidade. Abertura de novo concurso. Direito à
participação em curso de formação. Inexistência. Prazo de validade. Legislação infraconstitucional. Reexame de fatos e
provas. Impossibilidade. Precedentes. 1. Não viola a Constituição Federal a limitação, pelo edital do concurso, do
número de candidatos que participarão das fases subsequentes do certame, ainda que importe na eliminação de
participantes que, não obstante tenham atingido as notas mínimas necessárias à habilitação, tenham se
classificado além do número de vagas previsto no instrumento convocatório (...)
STJ – RMS 39.580/PE (11/2/2014)

DIREITO ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EM MANDADO DE


SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. EXCLUSÃO. CANDIDATO. INSTAURAÇÃO.

142 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

INQUÉRITO. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE. ANTECEDENTES. CONDENAÇÃO. TRÂNSITO EM JULGADO.


PROTEÇÃO. PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA. STF E STJ.
1. A mera instauração de inquérito policial ou de ação penal contra o cidadão não pode implicar, em fase de
investigação social de concurso público, sua eliminação da disputa, sendo necessário para a configuração de
antecedentes o trânsito em julgado de eventual condenação. Jurisprudência. (...)
STF – RE 630.733 (15/5/2013)

“Remarcação de teste de aptidão física em concurso público em razão de problema temporário de saúde. Vedação
expressa em edital. Constitucionalidade. Violação ao princípio da isonomia. Não ocorrência. Postulado do qual não
decorre, de plano, a possibilidade de realização de segunda chamada em etapa de concurso público em virtude de
situações pessoais do candidato. Cláusula editalícia que confere eficácia ao princípio da isonomia à luz dos postulados
da impessoalidade e da supremacia do interesse público. Inexistência de direito constitucional à remarcação de
provas em razão de circunstâncias pessoais dos candidatos. Segurança jurídica. Validade das provas de segunda
chamada realizadas até a data da conclusão do julgamento.” (RE 630.733, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 15-5-
2013, Plenário, DJE de 20-11-2013, com repercussão geral.)
STF – RMS 32.732/DF (13/5/2014)

“Concurso público. Pessoa portadora de deficiência. Reserva percentual de cargos e empregos públicos (CF, art. 37,
VIII). Ocorrência, na espécie, dos requisitos necessários ao reconhecimento do direito vindicado pela recorrente.
Atendimento, no caso, da exigência de compatibilidade entre o estado de deficiência e o conteúdo ocupacional ou
funcional do cargo público disputado, independentemente de a deficiência produzir dificuldade para o exercício da
atividade funcional. Pessoa portadora de necessidades especiais cuja situação de deficiência não a incapacita nem
a desqualifica, de modo absoluto, para o exercício das atividades funcionais. Inadmissibilidade da exigência
adicional de a situação de deficiência também produzir ‘dificuldades para o desempenho das funções do cargo’.
Reconhecimento, em favor de pessoa comprovadamente portadora de necessidades especiais, do direito de investidura
em cargos públicos, desde que – obtida prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos dentro
da reserva percentual a que alude o art. 37, VIII, da Constituição – a deficiência não se revele absolutamente
incompatível com as atribuições funcionais inerentes ao cargo ou ao emprego público. Incidência, na espécie, das
cláusulas de proteção fundadas na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. (...)
Primazia da norma mais favorável: critério que deve reger a interpretação judicial, em ordem a tornar mais efetiva a
proteção das pessoas e dos grupos vulneráveis. (...) Mecanismos compensatórios que concretizam, no plano da
atividade estatal, a implementação de ações afirmativas. Necessidade de recompor, pelo respeito à diversidade
humana e à igualdade de oportunidades, sempre vedada qualquer ideia de discriminação, o próprio sentido de
igualdade inerente às instituições republicanas.”
STF – RMS 24.551/DF (7/10/2003)

MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. FISCAL DO TRABALHO. DECADÊNCIA. DIREITOS


ASSEGURADOS AOS CONCORRENTES: NÃO-EXCLUSÃO E NÃO-PRETERIÇÃO. CONCURSO REALIZADO EM DUAS
ETAPAS. PARTICIPAÇÃO NA SEGUNDA ETAPA (TREINAMENTO) ASSEGURADA POR MEDIDA PRECÁRIA.
INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO À NOMEAÇÃO. 1. O prazo decadencial para se impetrar mandado de

143 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

segurança com o objetivo de obter nomeação de servidor público se inicia a partir do término do prazo de validade
do concurso. 2. O que a aprovação em concurso assegura ao candidato é uma salvaguarda, uma expectativa de direito
à não-exclusão, e à não-preterição por outro concorrente com classificação inferior à sua, ao longo do prazo de validade
do certame. 3. A participação em segunda etapa de concurso público, assegurada por força de medida liminar em que
não se demonstra concessão definitiva da segurança pleiteada, não é apta a caracterizar o direito líquido e certo. 4.
Recurso improvido.
STF – RE 352.258/BA (27/4/2004)

CONCURSO PÚBLICO. PRAZO DE VALIDADE. PRORROGAÇÃO APÓS O TÉRMINO DO PRIMEIRO BIÊNIO.


IMPOSSIBILIDADE. ART. 37, III DA CF/88. 1. Ato do Poder Público que, após ultrapassado o primeiro biênio de
validade de concurso público, institui novo período de dois anos de eficácia do certame ofende o art. 37, III da
CF/88. 2. Nulidade das nomeações realizadas com fundamento em tal ato, que pode ser declarada pela Administração
sem a necessidade de prévio processo administrativo, em homenagem à Súmula STF nº 473. 3. Precedentes. 4.Recurso
extraordinário conhecido e provido.
STF – MS 30.859/DF (28/8/2012)

EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. ANULAÇÃO DE QUESTÕES DA PROVA OBJETIVA.


DEMONSTRAÇÃO DA INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO À ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO E AOS DEMAIS CANDIDATOS.
PRINCÍPIO DA ISONOMIA OBSERVADO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO DIREITO COMPROVADOS. PRETENSÃO DE
ANULAÇÃO DAS QUESTÕES EM DECORRÊNCIA DE ERRO GROSSEIRO DE CONTEÚDO NO GABARITO OFICIAL.
POSSIBILIDADE. CONCESSÃO PARCIAL DA SEGURANÇA. 1. A anulação, por via judicial, de questões de prova objetiva
de concurso público, com vistas à habilitação para participação em fase posterior do certame, pressupõe a
demonstração de que o Impetrante estaria habilitado à etapa seguinte caso essa anulação fosse estendida à totalidade
dos candidatos, mercê dos princípios constitucionais da isonomia, da impessoalidade e da eficiência. 2. O Poder
Judiciário é incompetente para, substituindo-se à banca examinadora de concurso público, reexaminar o conteúdo
das questões formuladas e os critérios de correção das provas, consoante pacificado na jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal. Precedentes (v.g., MS 30433 AgR/DF, Rel. Min. GILMAR MENDES; AI 827001 AgR/RJ, Rel. Min.
JOAQUIM BARBOSA; MS 27260/DF, Rel. Min. CARLOS BRITTO, Red. para o acórdão Min. CÁRMEN LÚCIA),
ressalvadas as hipóteses em que restar configurado, tal como in casu, o erro grosseiro no gabarito apresentado,
porquanto caracterizada a ilegalidade do ato praticado pela Administração Pública (...)
STF – RE 434.708/RS (21/6/2005)

EMENTA: Concurso público: controle jurisdicional admissível, quando não se cuida de aferir da correção dos
critérios da banca examinadora, na formulação das questões ou na avaliação das respostas, mas apenas de
verificar que as questões formuladas não se continham no programa do certame, dado que o edital - nele incluído
o programa - é a lei do concurso.
STF – MS 30.860/DF (28/8/2012)

144 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. ANULAÇÃO DE QUESTÕES DA PROVA OBJETIVA.


COMPATIBILIDADE ENTRE AS QUESTÕES E OS CRITÉRIOS DA RESPECTIVA CORREÇÃO E O CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO PREVISTO NO EDITAL. INEXISTÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA BANCA
EXAMINADORA PELO PODER JUDICIÁRIO. PRECEDENTES DO STF. DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA. 1. O Poder
Judiciário é incompetente para, substituindo-se à banca examinadora de concurso público, reexaminar o conteúdo
das questões formuladas e os critérios de correção das provas, consoante pacificado na jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal. Precedentes (v.g., MS 30433 AgR/DF, Rel. Min. GILMAR MENDES; AI 827001 AgR/RJ, Rel. Min.
JOAQUIM BARBOSA; MS 27260/DF, Rel. Min. CARLOS BRITTO, Red. para o acórdão Min. CÁRMEN LÚCIA). No
entanto, admite-se, excepcionalmente, a sindicabilidade em juízo da incompatibilidade entre o conteúdo
programático previsto no edital do certame e as questões formuladas ou, ainda, os critérios da respectiva correção
adotados pela banca examinadora (v.g., RE 440.335 AgR, Rel. Min. EROS GRAU, j. 17.06.2008; RE 434.708, Rel. Min.
SEPÚLVEDA PERTENCE, j. 21.06.2005). 2. Havendo previsão de um determinado tema, cumpre ao candidato
estudar e procurar conhecer, de forma global, todos os elementos que possam eventualmente ser exigidos nas
provas, o que decerto envolverá o conhecimento dos atos normativos e casos julgados paradigmáticos que sejam
pertinentes, mas a isto não se resumirá. Portanto, não é necessária a previsão exaustiva, no edital, das normas e
dos casos julgados que poderão ser referidos nas questões do certame. 3. In casu, restou demonstrado nos autos que
cada uma das questões impugnadas se ajustava ao conteúdo programático previsto no edital do concurso e que os
conhecimentos necessários para que se assinalassem as respostas corretas eram acessíveis em ampla bibliografia,
afastando-se a possibilidade de anulação em juízo. 4. Segurança denegada, cassando-se a liminar anteriormente
concedida.
STJ – Informativo 511 (6/2/2013)

DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. DIREITO À NOMEAÇÃO. VAGAS QUE SURGEM DURANTE O
PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO PÚBLICO.
O candidato aprovado fora das vagas previstas originariamente no edital, mas classificado até o limite das vagas
surgidas durante o prazo de validade do concurso, possui direito líquido e certo à nomeação se o edital dispuser que
serão providas, além das vagas oferecidas, as outras que vierem a existir durante sua validade.
STF – RE 365.368/SC (22/5/2007)

A Turma manteve decisão monocrática do Min. Carlos Velloso que negara provimento a recurso extraordinário, do qual
relator, por vislumbrar ofensa aos princípios da moralidade administrativa e da necessidade de concurso público (CF,
art. 37, II). Tratava-se, na espécie, de recurso em que o Município de Blumenau e sua Câmara Municipal alegavam a
inexistência de violação aos princípios da proporcionalidade e da moralidade no ato administrativo que instituíra cargos
de assessoramento parlamentar. Ademais, sustentavam que o Poder Judiciário não poderia examinar o mérito desse
ato que criara cargos em comissão, sob pena de afronta ao princípio da separação dos poderes. Entendeu-se que a
decisão agravada não merecia reforma. Asseverou-se que, embora não caiba ao Poder Judiciário apreciar o mérito
dos atos administrativos, a análise de sua discricionariedade seria possível para a verificação de sua regularidade
em relação às causas, aos motivos e à finalidade que ensejam. Salientando a jurisprudência da Corte no sentido da
exigibilidade de realização de concurso público, constituindo-se exceção a criação de cargos em comissão e
confiança, reputou-se desatendido o princípio da proporcionalidade, haja vista que, dos 67 funcionários da Câmara
dos Vereadores, 42 exerceriam cargos de livre nomeação e apenas 25, cargos de provimento efetivo. Ressaltou-se,
ainda, que a proporcionalidade e a razoabilidade podem ser identificadas como critérios que, essencialmente,
devem ser considerados pela Administração Pública no exercício de suas funções típicas. Por fim, aduziu-se que,
concebida a proporcionalidade como correlação entre meios e fins, dever-se-ia observar relação de

145 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

compatibilidade entre os cargos criados para atender às demandas do citado Município e os cargos efetivos já
existentes, o que não ocorrera no caso.
STF – ADI 2.997/RJ (12/8/2009)

EMENTA: INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Art. 308, inc. XII, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro.
Normas regulamentares. Educação. Estabelecimentos de ensino público. Cargos de direção. Escolha dos dirigentes
mediante eleições diretas, com participação da comunidade escolar. Inadmissibilidade. Cargos em comissão.
Nomeações de competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo. Ofensa aos arts. 2º, 37, II, 61, § 1º, II, "c", e 84, II e
XXV, da CF. Alcance da gestão democrática prevista no art. 206, VI, da CF. Ação julgada procedente. Precedentes. Voto
vencido. É inconstitucional toda norma que preveja eleições diretas para direção de instituições de ensino mantidas
pelo Poder Público, com a participação da comunidade escolar.
STF – RE 658.026/MG (9/4/2014)

“É inconstitucional lei que institua hipóteses abrangentes e genéricas de contratações temporárias sem concurso
público e tampouco especifique a contingência fática que evidencie situação de emergência. Essa a conclusão do
Plenário ao prover, por maioria, recurso extraordinário no qual se discutia a constitucionalidade do art. 192, III, da Lei
509/1999 do Município de Bertópolis/MG. (...) Prevaleceu o voto do min. Dias Toffoli (relator). Ponderou que seria
indeclinável a observância do postulado constitucional do concurso público (CF, art. 37, II). Lembrou que as exceções
a essa regra somente seriam admissíveis nos termos da Constituição, sob pena de nulidade. Citou o Enunciado 685 da
Súmula do STF. (...) Apontou que as duas principais exceções à regra do concurso público seriam referentes aos cargos
em comissão e à contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público (CF, art. 37, II, in fine, e IX, respectivamente). Destacou que, nesta última hipótese,
deveriam ser atendidas as seguintes condições: a) previsão legal dos cargos; b) tempo determinado; c)
necessidade temporária de interesse público; d) interesse público excepcional; e e) a necessidade de contratação
seja indispensável, sendo vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes do Estado, e que devam
estar sob o espectro das contingências normais da Administração. Afirmou que o art. 37, IX, da CF deveria ser
interpretado restritivamente, de modo que a lei que excepcionasse a regra de obrigatoriedade do concurso público
não poderia ser genérica, como no caso. Frisou que a existência de meios ordinários, por parte da administração, para
atender aos ditames do interesse público, ainda que em situação de urgência e de temporariedade, obstaria a
contratação temporária. Além disso, sublinhou que a justificativa de a contratação de pessoal buscar suprir
deficiências na área de educação, ou de apenas ser utilizada para preencher cargos vagos, não afastaria a
inconstitucionalidade da norma. No ponto, asseverou que a lei municipal regulara a contratação temporária de
profissionais para realização de atividade essencial e permanente, sem que fossem descritas as situações
excepcionais e transitórias que fundamentassem esse ato, como calamidades e exonerações em massa, por
exemplo”.
STF – ADI 3.430/ES (12/8/2009)

EMENTA: CONSTITUCIONAL. LEI ESTADUAL CAPIXABA QUE DISCIPLINOU A CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE


SERVIDORES PÚBLICOS DA ÁREA DE SAÚDE. POSSÍVEL EXCEÇÃO PREVISTA NO INCISO IX DO ART. 37 DA LEI
MAIOR. INCONSTITUCIONALIDADE. ADI JULGADA PROCEDENTE. I - A contratação temporária de servidores sem
concurso público é exceção, e não regra na Administração Pública, e há de ser regulamentada por lei do ente

146 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

federativo que assim disponha. II - Para que se efetue a contratação temporária, é necessário que não apenas seja
estipulado o prazo de contratação em lei, mas, principalmente, que o serviço a ser prestado revista-se do caráter
da temporariedade. III - O serviço público de saúde é essencial, jamais pode-se caracterizar como temporário, razão
pela qual não assiste razão à Administração estadual capixaba ao contratar temporariamente servidores para exercer
tais funções. IV - Prazo de contratação prorrogado por nova lei complementar: inconstitucionalidade. V - É pacífica a
jurisprudência desta Corte no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para a execução de
serviços meramente burocráticos. Ausência de relevância e interesse social nesses casos. VI - Ação que se julga
procedente.
STF – Informativo 740 (28/3/2014)

ADI: contratação temporária de professor - 1

(...) A Corte concluiu que a natureza da atividade pública a ser exercida, se eventual ou permanente, não seria o
elemento preponderante para legitimar a forma excepcional de contratação de servidor. Afirmou que seria
determinante para a aferição da constitucionalidade de lei, a transitoriedade da necessidade de contratação e a
excepcionalidade do interesse público a justificá-la. Aludiu que seria possível haver situações em que o interesse
fosse excepcional no sentido de fugir ao ordinário, hipóteses nas quais se teria condição social a demandar uma
prestação excepcional, inédita, normalmente imprevista. Citou o exemplo de uma contingência epidêmica, na qual a
necessidade de médicos em determinada região, especialistas em uma moléstia específica, permitiria a contratação de
tantos médicos quantos fossem necessários para solucionar aquela demanda. Sublinhou que a natureza permanente de
certas atividades públicas — como as desenvolvidas nas áreas de saúde, educação e segurança pública — não afastaria,
de plano, a autorização constitucional para contratar servidores destinados a suprir uma demanda eventual ou
passageira. Mencionou que seria essa necessidade circunstancial, agregada ao excepcional interesse público na
prestação do serviço, o que autorizaria a contratação nos moldes do art. 37, IX, da CF. ADI 3247/MA, rel. Min. Cármen
Lúcia, 26.3.2014. (ADI-3247).
STF – Informativo 740 (28/3/2014)

ADI: contratações por tempo determinado - 1

Em conclusão de julgamento, o Plenário julgou procedente, em parte, pedido formulado em ação direta para declarar a
inconstitucionalidade das contratações por tempo determinado autorizadas para atender as atividades finalísticas
do Hospital das Forças Armadas - HFA e aquelas desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da
Amazônia - SIVAM e do Sistema de Proteção da Amazônia – SIPAM, previstas no art. 2º, VI, d e g, da Lei
8.745/1993, com as alterações da Lei 9.849/1999. O Colegiado asseverou que a previsão de regulamentação contida
no art. 37, IX, da CF (“A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público”) criaria mecanismo de flexibilidade limitada para viabilizar a organização
da Administração. Consignou que, além da limitação formal decorrente da exigência de lei, haveria limitação material,
pela exigência cumulativa na discriminação de cada hipótese autorizadora da contratação temporária, quanto ao
tempo determinado e à necessidade temporária de excepcional interesse público. Destacou que essas restrições
contidas na Constituição vedariam ao legislador a edição de normas que permitissem burlas ao concurso público.
Assinalou que, não obstante situações de nítida inconstitucionalidade, haveria margem admissível de gradações na
definição do excepcional interesse público. Ponderou que o art. 4º da Lei 8.745/1993, ao fixar prazo máximo para a
contratação, teria observado a primeira parte do inciso IX do art. 37 da Constituição. (...) Assim, a Corte determinou que
a declaração de inconstitucionalidade quanto às contratações pelo HFA passaria a ter efeito a partir de um ano após a
publicação, no Diário Oficial da União, de sua decisão final. Esclareceu, ainda, que seriam permitidas as prorrogações a

147 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

que se refere o parágrafo único do art. 4º da referida lei, nos casos de vencimento do contrato em período posterior ao
término do julgamento, para a continuação dos contratos até o início dos efeitos dessa decisão. ADI 3237/DF, rel. Min.
Joaquim Barbosa, 26.3.2014. (ADI-3237)
STJ – AREsp 166.766 (30/10/2012)

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE


INEXISTENTES. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CONTRATAÇÃO DE VIGILANTE SEM CONCURSO PÚBLICO, COM
FUNDAMENTO EM LEI LOCAL. AUSÊNCIA DE DOLO GENÉRICO. ANÁLISE DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS.
IMPOSSIBILIDADE. COMPETÊNCIA DO STF.
2. A contratação ou manutenção de servidores públicos sem a realização de concurso devido viola os princípios que
regem a Administração Pública. Todavia, o caso dos autos mostra-se como uma exceção à regra, uma vez que a
jurisprudência desta Corte já decidiu, em situação semelhante, qual seja, de nomeação de servidores por período
temporário com arrimo em legislação local, não se traduz, por si só, em ato de improbidade administrativa.
3. A prorrogação da contratação temporária, com fundamento em lei municipal que estava em vigor quando da
contratação - gozando tal lei de presunção de constitucionalidade - descaracteriza o elemento subjetivo doloso.
STF – Info 845 - RE 693.456/RJ (27/10/2016)

Greve de servidor público e desconto de dias não trabalhados - 4

A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de
greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre. É permitida a
compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi
provocada por conduta ilícita do Poder Público.
Com base nesse entendimento, o Plenário conheceu, em parte, do recurso extraordinário e, por maioria, a ele deu
provimento. Na espécie, discutia-se a possibilidade de desconto nos vencimentos dos servidores públicos dos dias não
trabalhados em razão do exercício do direito de greve — V. Informativo 797.
O Tribunal assentou que: a) a deflagração de greve por servidor público civil corresponde à suspensão do trabalho e,
ainda que a greve não seja abusiva, como regra geral, a remuneração dos dias de paralisação não deve ser paga; e
b) somente não haverá desconto se a greve tiver sido provocada por atraso no pagamento aos servidores públicos
civis ou se houver outras circunstâncias excepcionais que justifiquem o afastamento da premissa da suspensão da
relação funcional ou de trabalho. Considera-se assim aquelas circunstâncias em que o ente da administração ou o
empregador tenha contribuído, mediante conduta recriminável, para que a greve ocorresse ou em que haja negociação
sobre a compensação dos dias parados ou mesmo o parcelamento dos descontos.
Assinalou, de início, que o recurso não deveria ser conhecido quanto à suposta ofensa ao art. 100 da Constituição, pois
não caberia falar em pagamento dos valores em discussão por meio de precatório, de acordo com precedentes da
Corte.
Na parte conhecida, rememorou entendimento jurisprudencial pela legalidade dos descontos remuneratórios alusivos
aos dias de paralisação, a exemplo do que fixado no MI 708/DF (DJe de 30.10.2008).
Frisou inexistir legislação específica acerca do direito de greve no setor público, razão pela qual, quando o tema alcança
o Supremo Tribunal Federal, tem-se decidido pela aplicação da regra atinente ao setor privado.

148 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Destacou a existência, em outros países democráticos, dos fundos de greve, geridos pelos sindicatos, cujos recursos
seriam usados para remunerar os servidores públicos grevistas, de forma a não onerar o Estado. Além disso, ressaltou
haver países, também democráticos, em que inexistiria o direito de greve a servidores públicos. Essa não seria a
situação brasileira, pois esse direito estaria constitucionalmente assegurado.
Sublinhou a importância da negociação coletiva para resolver questões remuneratórias, muito embora os avanços no
sentido da aplicação desse instituto no setor público ainda fossem pouco expressivos.
Ademais, sustentou que eventual compensação de dias e horas não trabalhados deveria ser sempre analisada na
esfera da discricionariedade administrativa, por não haver norma a impor sua obrigatoriedade. Anotou que alguns
entes federados teriam editado atos normativos impeditivos de abono ou compensação na hipótese de greve. Sem
prejuízo da eventual constitucionalidade dessas normas, seria possível inferir que a opção da administração deveria ser
respeitada, até mesmo ao estabelecer premissas normativas impeditivas de negociações sobre determinados pontos,
desde que razoáveis e proporcionais, até o advento de lei de regência nacional sobre o tema. Enquanto isso não
ocorresse, o instrumento da negociação seria o melhor caminho para solucionar conflitos em cada caso, observados os
limites acima traçados.
Salientou que, na espécie, de um lado, não haveria dados sobre imposição de sanção administrativa nem sobre a
existência de processos disciplinares contra os grevistas. Pelo contrário, a autoridade impetrada apenas teria cumprido
a lei e reconhecido a legitimidade dos descontos. Não haveria, por outro lado, certeza quanto à alegação de que os dias
não trabalhados seriam devidamente compensados, o que seria impassível de exame no recurso. Não existiria,
portanto, violação a direito líquido e certo dos impetrantes, ora recorridos.
Vencidos os ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski, que negavam provimento ao
recurso. (...)
STJ – Info 592 – RMS 49.339-SP (6/10/2016)

Não se mostra razoável a possiblidade de desconto em parcela única sobre a remuneração do servidor público dos
dias parados e não compensados provenientes do exercício do direito de greve.
Cuidou-se de controvérsia sobre a possibilidade de desconto (em parcela única sobre a remuneração de servidor
público) dos dias parados e não compensados provenientes do exercício do direito de greve. No que se refere à
legalidade do desconto dos dias parados, é de rigor a análise da razoabilidade e proporcionalidade do ato que
determina o desconto em parcela única desses dias na remuneração do servidor, principalmente quando há a intenção
de se pagar de forma parcelada esse débito. O art. 46 da Lei n. 8.112/1990, que rege os servidores públicos federais e
que se aplica por analogia ao caso, dispõe que as reposições poderão ser parceladas a pedido do interessado. Ademais,
deve-se destacar que se trata de verba de natureza alimentar do servidor e o referido desconto em parcela única, nessa
hipótese, causar-lhe-ia um dano desarrazoado.
STF – RE 226.966/RS (11/11/2008)

Ementa: DIREITOS CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. DIREITO DE GREVE. SERVIDOR PÚBLICO EM ESTÁGIO


PROBATÓRIO. FALTA POR MAIS DE TRINTA DIAS. DEMISSÃO. SEGURANÇA CONCEDIDA. 1. A simples circunstância
de o servidor público estar em estágio probatório não é justificativa para demissão com fundamento na sua
participação em movimento grevista por período superior a trinta dias. 2. A ausência de regulamentação do direito
de greve não transforma os dias de paralização em movimento grevista em faltas injustificadas. 3. Recurso
extraordinário a que se nega seguimento.

149 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

STF – RE 456.530/SC (23/11/2010)

EMENTA: EMBARGOS DECLARATÓRIOS CONVERTIDOS EM AGRAVO REGIMENTAL. GREVE DE SERVIDOR


PÚBLICO. DESCONTO PELOS DIAS NÃO TRABALHADOS. LEGITIMIDADE. JUNTADA POSTERIOR DE TERMO DE
COMPENSAÇÃO DE JORNADA. EXAME INVIÁVEL. ENUNCIADO 279 DA SÚMULA DO STF. DESPESAS
PROCESSUAIS. SUCUMBÊNCIA INTEGRAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. APRECIAÇÃO EQUITATIVA. ART. 20, § 4º,
CPC. A comutatividade inerente à relação laboral entre servidor e Administração Pública justifica o emprego, com os
devidos temperamentos, da ratio subjacente ao art. 7º da Lei 7.783/89, segundo o qual, em regra, “a participação em
greve suspende o contrato de trabalho” (...)
STF – ADI 3.854/DF (28/2/2007)

EMENTA: MAGISTRATURA. Remuneração. Limite ou teto remuneratório constitucional. Fixação diferenciada para
os membros da magistratura federal e estadual. Inadmissibilidade. Caráter nacional do Poder Judiciário. Distinção
arbitrária. Ofensa à regra constitucional da igualdade ou isonomia. Interpretação conforme dada ao art. 37, inc. XI, e
§ 12, da CF. Aparência de inconstitucionalidade do art. 2º da Resolução nº 13/2006 e do art. 1º, § único, da Resolução nº
14/2006, ambas do Conselho Nacional de Justiça. Ação direta de inconstitucionalidade. Liminar deferida. Voto vencido
em parte. Em sede liminar de ação direta, aparentam inconstitucionalidade normas que, editadas pelo Conselho
Nacional da Magistratura, estabelecem tetos remuneratórios diferenciados para os membros da magistratura estadual
e os da federal.
STF – RE 558.258/SP (9/11/2010)

EMENTA: CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO. SUBTETO REMUNERATÓRIO.


ART. 37, XI, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ABRANGÊNCIA DO TERMO “PROCURADORES”. PROCURADORES
AUTÁRQUICOS ABRANGIDOS PELO TETO REMUNERATÓRIO. ALTERAÇÃO QUE, ADEMAIS, EXIGE LEI EM SENTIDO
FORMAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO IMPROVIDO. I – A referência ao termo “Procuradores”, na parte final do
inciso IX do art. 37 da Constituição, deve ser interpretada de forma a alcançar os Procuradores Autárquicos, uma
vez que estes se inserem no conceito de Advocacia Pública trazido pela Carta de 1988. II – A jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, de resto, é firme no sentido de que somente por meio de lei em sentido formal é possível a
estipulação de teto remuneratório. III - Recurso extraordinário conhecido parcialmente e, nessa parte, improvido.
STF – Súmula 681

É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de


correção monetária.
STF – RE 563.708 – Informativo 694 (6/2/2013)

150 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO


ADQUIRIDO À REGIME JURÍDICO. BASE DE CÁLCULO DE VANTAGENS PESSOAIS. EFEITO CASCATA: PROIBIÇÃO
CONSTITUCIONAL. PRECEDENTES. IMPOSSIBILIDADE DE REDUÇÃO DOS VENCIMENTOS. PRINCÍPIO DA
IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. RECURSO AO QUAL SE DÁ PARCIAL PROVIMENTO.
Informativo 694

Em conclusão, o Plenário, por maioria, deu parcial provimento a recurso extraordinário interposto pelo Estado do Mato
Grosso do Sul em que se discutia a constitucionalidade da incidência do adicional por tempo de serviço sobre a
remuneração a partir do advento da Emenda Constitucional 19/98. Na espécie, o acórdão impugnado dera parcial
provimento à apelação dos recorridos, servidores públicos estaduais, para fixar o pagamento do adicional por tempo de
serviço com base na remuneração desses servidores até a data de início de vigência da Lei estadual 2.157, de
26.10.2000, que passara a prever a incidência do adicional apenas sobre o salário-base — v. Informativo 563.
Consignou-se que, ao servidor público admitido antes da EC 19/98, seria assegurada a irredutibilidade
remuneratória sem, contudo, direito adquirido ao regime jurídico de sua remuneração. Asseverou-se que a referida
emenda constitucional vigoraria desde sua publicação, servindo de parâmetro para o exame da constitucionalidade das
legislações editadas sob sua vigência. Dessa forma, diante da aplicabilidade imediata, o art. 37, XIV, da CF, não teria
recepcionado o § 3º do art. 73 da Lei estadual 1.102/90. Assim, nenhuma legislação posterior à EC 19/98 poderia
incluir, na base de cálculo de qualquer acréscimo pecuniário a remuneração de servidor, aumentos ulteriores, e que
essa fora a razão pela qual o tribunal a quo limitara a condenação do recorrente à vigência da Lei estadual 2.157/2000,
que adequara a base de cálculo do adicional por tempo de serviço aos termos da emenda constitucional. Obtemperou-
se que a pretensão dos recorridos esbarraria em orientação fixada pelo Supremo no sentido de que o art. 37, XIV,
na redação da EC 19/98, seria autoaplicável, portanto, não teriam sido recepcionadas as normas com ela
incompatíveis, independentemente do advento de nova legislação estadual nesse sentido. Vencido o Min. Marco
Aurélio, que negava provimento ao recurso. Aduzia que a lei teria sido editada para vigorar de forma prospectiva, para
que a sociedade não vivesse a sobressaltos. Enfatizava que o acórdão recorrido teria apenas preservado o patamar
remuneratório dos servidores no período compreendido entre 31.3.99, ante a prescrição quanto ao pretérito, e
26.10.2000, quando teria sido revogada a norma que previa a incidência do adicional sobre a remuneração, substituída
pela nova disciplina que considerava o vencimento básico.
STF – MS 24.580/DF (30/8/2007)

EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO. CARGO EM COMISSÃO. VANTAGEM DENOMINADA


"DIFERENÇA INDIVIDUAL". LEI N. 9.421/96. RESOLUÇÃO DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL DETERMINANDO O
PAGAMENTO DA PARCELA. IMPOSSIBILIDADE DE SUPRESSÃO ANTE O PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE
VENCIMENTOS [ART. 37, XV, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL]. SEGURANÇA CONCEDIDA. 1. A Lei n. 9.421/96
instituiu o Plano de Cargos e Salários do Poder Judiciário, dando lugar, no momento da implementação dos novos
estipêndios nela fixados, a decréscimo remuneratório com relação a alguns servidores. 2. Os que sofressem o
decréscimo receberiam a diferença a título de "Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI", que seria
absorvida pelos reajustes futuros. 3. A Resolução TSE n. 19.882, de 1.7.97, determinou o pagamento da parcela aos
servidores sem vínculo com a Administração. 4. A irredutibilidade de vencimentos dos servidores, prevista no art. 37,
XV, da Constituição do Brasil, aplica-se também àqueles que não possuem vínculo com a Administração Pública. 5.
Segurança concedida.
STF – AI 1.785/RS (17/10/2013)

151 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

EMENTA Agravo regimental em ação rescisória. Inexistência de direito adquirido a regime jurídico. Adicional de tempo
de serviço. Alteração de parcela remuneratória. Manutenção da irredutibilidade de vencimentos. Pode a fórmula de
composição da remuneração do servidor público ser alterada, desde que preservado o seu montante total. Não há
violação da coisa julgada, a qual apenas se verifica quando se trata das mesmas partes, causa de pedir e pedido, não se
aplicando a casos análogos de outros servidores públicos. Manutenção da decisão. Agravo a que nega provimento.
STF – ARE 705.174/PR (27/8/2013)

EMENTA Servidores presos preventivamente. Descontos nos proventos. Ilegalidade. Precedentes. Pretendida limitação
temporal dessa situação. Impossibilidade por constituir inovação recursal deduzida em momento inoportuno. 1. A
jurisprudência da Corte fixou entendimento no sentido de que o fato de o servidor público estar preso
preventivamente não legitima a Administração a proceder a descontos em seus proventos. 2. O reconhecimento da
legalidade desse desconto, a partir do trânsito em julgado de eventual decisão condenatória futura, constitui inovação
recursal deduzida em momento inoportuno. 3. Agravo regimental não provido.
STJ – RMS 25.959/RJ (23/3/2009)

AGRAVO REGIMENTAL. ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO. TETO REMUNERATÓRIO.


EMENDA Nº 41/2003. DIREITO ADQUIRIDO. IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS. INEXISTÊNCIA. VANTAGENS
PESSOAIS. INCLUSÃO. COISA JULGADA. VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA.
1 - O Superior Tribunal de Justiça, na esteira do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, assentou a
compreensão de que não existe direito adquirido ao recebimento de remuneração além do teto estabelecido pela
Emenda nº 41/2003, não prevalecendo a garantia da irredutibilidade de vencimentos em face da nova ordem
constitucional.
2 - Da mesma forma, também restou estabelecido que, após a aludida emenda constitucional, as vantagens pessoais
devem ser incluídas no cálculo do teto remuneratório.
3 - "A EC 41/03 instituiu novo regime jurídico constitucional para os servidores públicos, estabelecendo nova forma de
aferição de seus rendimentos/proventos. Por isso, no caso, não se pode alegar a coisa julgada proferida no Mandado de
Segurança 615/95, que apreciou a legitimidade da Resolução ALERJ 590/94, assunto diferente do debatido nos
presentes autos." (AgRg no Edcl no RMS nº 25.359/RJ, Relator o Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, DJU de
26/5/2009).
4 - Agravo regimental a que se nega provimento.

STJ – RMS 28.644/AP (6/12/2011)

ADMINISTRATIVO. SERVIDORA PÚBLICA. IMPEDIMENTO PARA A POSSE EM CARGO PÚBLICO SEM QUE,
PREVIAMENTE, HOUVESSE A EXONERAÇÃO EM OUTRO CONSIDERADO INACUMULÁVEL. AUSÊNCIA DE PROVA
PRÉ-CONSTITUÍDA. DILAÇÃO PROBATÓRIA. INVIABILIDADE NA VIA ESTREITA DO WRIT OF MANDAMUS.
CUMULAÇÃO DE CARGOS: AGENTE DE POLÍCIA CIVIL E PROFESSORA ESTADUAL. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA
DE NATUREZA TÉCNICA OU CIENTÍFICA DO CARGO DE AGENTE DE POLÍCIA.
(...)

152 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

3. Conforme a jurisprudência desta Corte: "Cargo científico é o conjunto de atribuições cuja execução tem por
finalidade investigação coordenada e sistematizada de fatos, predominantemente de especulação, visando a
ampliar o conhecimento humano. Cargo técnico é o conjunto de atribuições cuja execução reclama conhecimento
específico de uma área do saber." (RMS 7.550/PB, 6.ª Turma, Rel. Min. LUIZ VICENTE CERNICCHIARO, DJ de
02/03/1998.)
4. O cargo de Oficial da Polícia Civil do Estado do Amapá não tem natureza técnica ou científica, de modo que
mostra-se inviável sua cumulação com o de Professora daquela Unidade Federativa, na forma prescrita no art. 37,
inciso XVI, alínea b, da Constituição Federal.
5. Recurso ordinário em mandado de segurança conhecido e desprovido.

STF – AI 451.267/RS (19/5/2009)

E M E N T A: AGRAVO DE INSTRUMENTO - VICE-PREFEITO - ACUMULAÇÃO DE VENCIMENTOS E SUBSÍDIO -


IMPOSSIBILIDADE - APLICAÇÃO, POR ANALOGIA, DO INCISO II DO ART. 38 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL -
DIRETRIZ JURISPRUDENCIAL FIRMADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - RECURSO DE AGRAVO
IMPROVIDO.
STF – ADI 2.135/DF (2/8/2007)

MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PODER CONSTITUINTE REFORMADOR.


PROCESSO LEGISLATIVO. EMENDA CONSTITUCIONAL 19, DE 04.06.1998. ART. 39, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME JURÍDICO ÚNICO. PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO, DURANTE A
ATIVIDADE CONSTITUINTE DERIVADA, DA FIGURA DO CONTRATO DE EMPREGO PÚBLICO. INOVAÇÃO QUE NÃO
OBTEVE A APROVAÇÃO DA MAIORIA DE TRÊS QUINTOS DOS MEMBROS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS QUANDO
DA APRECIAÇÃO, EM PRIMEIRO TURNO, DO DESTAQUE PARA VOTAÇÃO EM SEPARADO (DVS) Nº 9.
SUBSTITUIÇÃO, NA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA LEVADA A SEGUNDO TURNO, DA REDAÇÃO ORIGINAL DO
CAPUT DO ART. 39 PELO TEXTO INICIALMENTE PREVISTO PARA O PARÁGRAFO 2º DO MESMO DISPOSITIVO, NOS
TERMOS DO SUBSTITUTIVO APROVADO. SUPRESSÃO, DO TEXTO CONSTITUCIONAL, DA EXPRESSA MENÇÃO AO
SISTEMA DE REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RECONHECIMENTO,
PELA MAIORIA DO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DA PLAUSIBILIDADE DA ALEGAÇÃO DE VÍCIO
FORMAL POR OFENSA AO ART. 60, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RELEVÂNCIA JURÍDICA DAS DEMAIS
ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL REJEITADA POR UNANIMIDADE. 1. A matéria
votada em destaque na Câmara dos Deputados no DVS nº 9 não foi aprovada em primeiro turno, pois obteve
apenas 298 votos e não os 308 necessários. Manteve-se, assim, o então vigente caput do art. 39, que tratava do
regime jurídico único, incompatível com a figura do emprego público. 2. O deslocamento do texto do § 2º do art. 39,
nos termos do substitutivo aprovado, para o caput desse mesmo dispositivo representou, assim, uma tentativa de
superar a não aprovação do DVS nº 9 e evitar a permanência do regime jurídico único previsto na redação original
suprimida, circunstância que permitiu a implementação do contrato de emprego público ainda que à revelia da regra
constitucional que exige o quorum de três quintos para aprovação de qualquer mudança constitucional. 3. Pedido de
medida cautelar deferido, dessa forma, quanto ao caput do art. 39 da Constituição Federal, ressalvando-se, em
decorrência dos efeitos ex nunc da decisão, a subsistência, até o julgamento definitivo da ação, da validade dos
atos anteriormente praticados com base em legislações eventualmente editadas durante a vigência do dispositivo
ora suspenso. 4. Ação direta julgada prejudicada quanto ao art. 26 da EC 19/98, pelo exaurimento do prazo estipulado
para sua vigência. 5. Vícios formais e materiais dos demais dispositivos constitucionais impugnados, todos oriundos da
EC 19/98, aparentemente inexistentes ante a constatação de que as mudanças de redação promovidas no curso do

153 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

processo legislativo não alteraram substancialmente o sentido das proposições ao final aprovadas e de que não há
direito adquirido à manutenção de regime jurídico anterior. 6. Pedido de medida cautelar parcialmente deferido.
STF – RE 591.467/SP (10/4/2012)

Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Direito Administrativo. 3. Servidor público. Aposentadoria. 4. A


Constituição Federal não exige que os cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria
sejam ininterruptos. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.
STF – ADI 3.105/DF (18/8/2004)

EMENTA: 1. Inconstitucionalidade. Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e


pensões. Sujeição à incidência de contribuição previdenciária. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. Não
ocorrência. Contribuição social. Exigência patrimonial de natureza tributária. Inexistência de norma de imunidade
tributária absoluta. Emenda Constitucional nº 41/2003 (art. 4º, caput). Regra não retroativa. Incidência sobre fatos
geradores ocorridos depois do início de sua vigência. Precedentes da Corte. Inteligência dos arts. 5º, XXXVI, 146, III, 149,
150, I e III, 194, 195, caput, II e § 6º, da CF, e art. 4º, caput, da EC nº 41/2003. No ordenamento jurídico vigente, não há
norma, expressa nem sistemática, que atribua à condição jurídico-subjetiva da aposentadoria de servidor público o
efeito de lhe gerar direito subjetivo como poder de subtrair ad aeternum a percepção dos respectivos proventos e
pensões à incidência de lei tributária que, anterior ou ulterior, os submeta à incidência de contribuição previdencial.
Noutras palavras, não há, em nosso ordenamento, nenhuma norma jurídica válida que, como efeito específico do
fato jurídico da aposentadoria, lhe imunize os proventos e as pensões, de modo absoluto, à tributação de ordem
constitucional, qualquer que seja a modalidade do tributo eleito, donde não haver, a respeito, direito adquirido
com o aposentamento.
STF – ARE 727.541/MS (9/4/2013)

ATIVIDADES EXERCIDAS EM CONDIÇÕES DE RISCO OU INSALUBRES – APOSENTADORIA ESPECIAL – SERVIDOR


PÚBLICO – ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR – MORA
LEGISLATIVA – PRECEDENTES DO PLENÁRIO. O pronunciamento do Tribunal de origem está em harmonia com a
jurisprudência do Supremo. Enquanto não editada a lei reguladora do direito assegurado constitucionalmente, o
critério a ser levado em conta é o da Lei nº 8.213/91, mais precisamente o definido no artigo 57. Adotam-se os
parâmetros previstos para os trabalhadores em geral.
STF - MI 1.481/DF (23/5/2013)

AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE INJUNÇÃO DO IMPETRANTE. SERVIDOR PÚBLICO. PRETENSÃO DE


ASSEGURAR A CONTAGEM E AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS.
INIDONEIDADE DA VIA ELEITA. Pressuposto do writ previsto no art. 5º, LXXI, da Constituição da República é a
existência de omissão legislativa que torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. A conversão de períodos especiais em comuns,

154 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

para fins de contagem diferenciada e averbação nos assentamentos funcionais de servidor público, não constitui
pretensão passível de tutela por mandado de injunção, à míngua de dever constitucional de legislar sobre a
matéria. Precedentes: MI 2140 AgR/DF, MI 2123 AgR/DF, MI 2370 AgR/DF e MI 2508 AgR/DF. Agravo Regimental
conhecido e não provido.
STF – RE 572.884/GO (20/6/2012)

Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE DE


CIÊNCIA E TECNOLOGIA – GDACT. CARÁTER PRO LABORE FACIENDO. EXTENSÃO AOS INATIVOS E PENSIONISTAS
EM SEU GRAU MÁXIMO. INADMISSIBILIDADE. GARANTIA DE PERCENTUAL AOS INATIVOS. POSSIBILIDADE.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. I - A Gratificação de Desempenho de Atividade de Ciência e Tecnologia –
GDACT, instituída pelo art. 19 da Medida Provisória 2.048-26, de 29 de junho de 2000, por ocasião de sua criação, tinha
o caráter gratificação pessoal, pro labore faciendo, e, por esse motivo, não foi estendida, automaticamente, aos já
aposentados e pensionistas. II - O art. 60-A, acrescentado pela Lei 10.769/2003 à MP 2.229-43/2001, estendeu aos
inativos a GDACT, no valor correspondente a trinta por cento do percentual máximo aplicado ao padrão da classe em
que o servidor estivesse posicionado. III – Dessa forma, não houve redução indevida, pois, como visto, a GDACT é
gratificação paga em razão do efetivo exercício do cargo e não havia percentual mínimo assegurado ao servidor
em exercício. IV – Recurso extraordinário provido.
STJ – Resp 13.372.058/CE (11/2/2014)

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. GRATIFICAÇÃO DE


INCREMENTO DA FISCALIZAÇÃO E ARRECADAÇÃO -GIFA. NATUREZA GENÉRICA. EXTENSÃO AOS SERVIDORES
INATIVOS. POSSIBILIDADE.
1. É firme o entendimento desta Corte de que as gratificações de desempenho, ainda que possuam caráter pro
labore faciendo, se forem pagas indistintamente a todos os servidores da ativa, no mesmo percentual, convertem-
se em gratificação de natureza genérica, extensíveis, portanto, a todos os aposentados e pensionistas.
Precedentes.
2. Agravo regimental não provido.

STJ – Pet 9.156-RJ – Info 542 (28/5/2014)

O prazo para que o servidor público proponha ação contra a Administração Pública pedindo a revisão do ato de sua
aposentadoria é de 5 anos, com base no art. 1º do Decreto 20.910/1932. Após esse período ocorre a prescrição do
próprio fundo de direito. STJ. 1ª Seção. Pet 9.156-RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 28/5/2014 (Info 542).

155 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Teste a sua Direção


Olá! Chegou a hora de descobrir se você está na direção certa!

É provável que, ao resolver as questões, você perceba “lacunas de conhecimento”, aspectos que precisa reforçar,
assuntos que precisa reler etc. Se isso acontecer, volte às aulas anteriores e relembre tudo aquilo que julgar necessário.
Tenha em mente que isso não é perda de tempo! Você vai é ganhar tempo! Mais importante do que terminar logo o
curso é avançar de maneira sólida, consistente. Se ainda assim alguma dúvida permanecer, lembre que você pode nos
procurar por meio do nosso fórum, ok?
Faça um excelente teste de Direção!

Exercícios para revisão


1) Os empregados das empresas públicas submetem-se ao regime celetista e, por isso, estão fora do rol de agentes
públicos.
( ) Verdadeiro

( ) Falso

2. A acumulação remunerada de cargos públicos é vedada, exceto quando houver compatibilidade de horários,
caso em que será possível, por exemplo, acumular até três cargos de profissionais de saúde.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

3. Empregado público é o agente estatal, integrante da administração indireta, que se submete ao regime
estatutário.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

4. Com a posse, os aprovados serão investidos no cargo público, mas irão adquirir estabilidade somente após
três anos de efetivo exercício.

( ) Verdadeiro

156 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

( ) Falso

5. O provimento em cargo público se dará com a nomeação.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

6. A investidura em cargo público ocorre com a nomeação devidamente publicada em diário oficial.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

7. A garantia constitucional de permanecer no cargo público após três anos de efetivo exercício denomina-se
efetividade.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

8. Servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo, desde que aprovado
em avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade, adquirirá estabilidade no
serviço público ao completar três anos de exercício efetivo.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

9. A contratação temporária de pessoal por tempo determinado é possível, desde que sejam demonstrados o
interesse público profissional e a imprescindibilidade da contratação, ainda que a excepcionalidade dos casos
não esteja prevista em lei.

( ) Verdadeiro

( ) Falso

10. Os cargos públicos vagos são preenchidos na Administração pública federal por meio de ato denominado
provimento, que poder ser originário ou derivado, sendo forma destes, respectivamente, a nomeação e a
promoção.

157 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

( ) Verdadeiro

( ) Falso

Gabarito
1. F

2. F

3. F

4. V

5. V

6. F

7. F

8. V

9. F

10. V

Resolução dos exercícios


1. Os empregados das empresas públicas submetem-se ao regime celetista e, por isso, estão fora do rol de
agentes públicos.

( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Os empregados das empresas públicas realmente submetem-se ao regime celetista, entretanto, não estão fora do rol de
agentes públicos, tendo em vista que se incluem no rol de servidores públicos em sentido amplo, juntamente com os
estatutários e temporários. Item FALSO.

2. A acumulação remunerada de cargos públicos é vedada, exceto quando houver compatibilidade de horários,
caso em que será possível, por exemplo, acumular até três cargos de profissionais de saúde.

( ) Verdadeiro

158 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Em regra, é vedada a acumulação de cargo público, exceto nas hipóteses previstas no art. 37, XVI, da CF, quando houver
compatibilidade de horários. Portanto, é possível acumular dois cargos de professor, um cargo de professor com outro
técnico ou científico, bem como dois cargos ou empregos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. Item
FALSO.

3. Empregado público é o agente estatal, integrante da administração indireta, que se submete ao regime
estatutário.

( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Os empregados públicos se submetem ao regime celetista e não ao regime estatutário. Item FALSO.

4. Com a posse, os aprovados serão investidos no cargo público, mas irão adquirir estabilidade somente após
três anos de efetivo exercício.

(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

Nos termos do art. 41 da CF, são estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público. Item VERDADEIRO.

5. O provimento em cargo público se dará com a nomeação.

(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

Nos termos do art. 7º da lei 8.112 o provimento do cargo público se dá com a nomeação. Item VERDADEIRO.

6. A investidura em cargo público ocorre com a nomeação devidamente publicada em diário oficial.

( ) Verdadeiro

159 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

(X) Falso

COMENTÁRIO:

A investidura em cargo público ocorre com a posse e não com a nomeação. Item FALSO.

7. A garantia constitucional de permanecer no cargo público após três anos de efetivo exercício denomina-se
efetividade.

( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

A garantia constitucional de permanecer no cargo público após três anos de efetivo exercício e após aprovação em avaliação
especial de desempenho denomina-se estabilidade e não efetividade. Ademais, efetividade é um atributo do cargo público
referente a sua forma de provimento. Item FALSO.

8. Servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo, desde que aprovado
em avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade, adquirirá estabilidade no
serviço público ao completar três anos de exercício efetivo.

(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

Nos termos do art. 41 da CF, são estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público. Lembrando que, para adquirir a estabilidade, também é necessária a
aprovação em avaliação especial de desempenho. Item VERDADEIRO.

9. A contratação temporária de pessoal por tempo determinado é possível, desde que sejam demonstrados o
interesse público profissional e a imprescindibilidade da contratação, ainda que a excepcionalidade dos casos
não esteja prevista em lei.

( ) Verdadeiro

(X) Falso

COMENTÁRIO:

Nos termos do art. 37, IX, da CF, a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à
necessidade temporária de excepcional interesse público. Assim, está incorreto afirmar que a contratação temporária de
pessoal por tempo determinado é possível, ainda que a excepcionalidade dos casos não esteja prevista em lei. Item FALSO.

160 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

10. Os cargos públicos vagos são preenchidos na Administração pública federal por meio de ato denominado
provimento, que poder ser originário ou derivado, sendo forma destes, respectivamente, a nomeação e a
promoção.

(X) Verdadeiro

( ) Falso

COMENTÁRIO:

Provimento é a forma de ocupação do cargo público pelo servidor. O provimento pode ser originário, através da nomeação,
ou derivado, através da promoção, readaptação, reversão, reintegração, recondução e aproveitamento. Item VERDADEIRO

Fim do teste. Até o próximo encontro!

Saudações,

Prof. Erick Alves

Prof. Sérgio Machado

161 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Questões comentadas – CEBRASPE

CEBRASPE – DPE-TO - Defensor Público Substituto – 2022

Considere que um agente público tenha praticado ato comissivo, exercendo de maneira irregular suas funções, e que
isso tenha resultado em prejuízos a terceiros. Nesse caso, o agente público
A) está sujeito à responsabilidade civil-administrativa, já que não se submete à responsabilidade penal.

B) não está sujeito à responsabilidade civil-administrativa, já que esta é circunscrita aos atos omissivos.

C) está sujeito à responsabilidade civil-administrativa e penal, com a possibilidade de cumulação de sanções


decorrentes de esferas diversas.
D) não está sujeito à responsabilidade civil-administrativa, já que se submete à responsabilidade penal, por ter
cometido ato comissivo.
E) está sujeito à responsabilidade civil-administrativa e penal, sendo vedada a cumulação de sanções decorrentes de
esferas diversas.
Comentário:

A regra é a independência entre as instâncias, ou seja, a condenação ou absolvição em uma instância não deve
necessariamente importar a condenação ou absolvição nas outras instâncias. Ademais, as sanções podem
ser cumulativas, isto é, o servidor pode ser condenado pelo mesmo fato nas esferas civil, penal e administrativa.
Porém existem exceções, de forma que a esfera penal pode vincular a esfera civil e a esfera administrativa nas
seguintes situações:
• se tiver havido condenação na instância criminal, o servidor será condenado nas instâncias administrativa e civil (CC,
art. 935).
• se tiver havido absolvição na instância criminal sob o fundamento de negativa de fato ou de autoria, o
servidor não poderá, pelos mesmos fatos, ser responsabilizado nas instâncias administrativa e civil.
• se tiver havido absolvição na esfera penal por ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em
estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito, obrigatoriamente também ocorrerá absolvição
nas esferas administrativa e civil.
Por isso que se diz que o agente público, no caso da questão, está sujeito à responsabilidade civil-administrativa e
penal, com a possibilidade de cumulação de sanções decorrentes de esferas diversas.
Gabarito: C

CEBRASPE – PGE-RO - Procurador do Estado – 2022

A estabilidade é o direito de permanência no serviço público, destinado aos servidores detentores de cargo de
provimento efetivo, distinguindo-se da vitaliciedade e da efetividade. Acerca desse assunto, assinale a opção correta.

162 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

A) Os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista alcançarão a estabilidade depois de
cumprirem o estágio probatório de três anos, desde que admitidos mediante aprovação em concurso público.
B) A Constituição Federal de 1988 estabelece como condição única para a aquisição da estabilidade o efetivo exercício
do estágio probatório do servidor nomeado para cargo de provimento efetivo, o que deve ser realizado em três anos.
C) A vitaliciedade, que somente será perdida após sentença judicial transitada em julgado, pressupõe necessariamente
o cumprimento de dois anos de estágio probatório.
D) A efetividade é atributo do cargo, designando o funcionário desde o instante da nomeação, enquanto a estabilidade
é aderência, integração no serviço público, depois de preenchidas determinadas condições fixadas em lei, sendo
adquirida pelo decurso do tempo.
E) A estabilidade no cargo em comissão, em virtude de sua natureza especial, somente será adquirida após o
cumprimento do estágio probatório e das demais regras especiais reguladas pela Constituição Federal de 1988
Comentário:

Vamos analisar as alternativas:

a) ERRADA. Um dos requisitos para aquisição da estabilidade é a investidura em cargo de provimento efetivo.
Isso afasta a possibilidade de empregados públicos, servidores temporários ou ocupantes de cargos em comissão
sem vínculo efetivo adquirirem estabilidade. Empregados públicos não dispõem de estabilidade no serviço público!
b) ERRADA. De acordo com o artigo 41, da Constituição Federal, o efetivo exercício do estágio probatório do servidor
nomeado para cargo de provimento efetivo não é o único requisito para a aquisição de estabilidade. É necessário
também obter aprovação em avaliação especial de desempenho.
c) ERRADA. De fato, para os ocupantes de cargos vitalícios, a única forma de perder do cargo é por meio de sentença
judicial transitada em julgado. No entanto, ao contrário do que afirma a alternativa, a vitaliciedade também pode ser
adquirida automaticamente, sendo desnecessário o cumprimento do estágio probatório. Isso ocorre, por exemplo,
com os membros do Judiciário e do Ministério Público que ingressam pelo Quinto Constitucional (art. 94, da CF) e com
os membros dos Tribunais de Contas.
d) CORRETA. Efetividade e estabilidade não se confundem! Efetividade é um atributo do cargo, adquirido após o
servidor tomar posse. Estabilidade é uma proteção no serviço público, adquirida após o cumprimento dos requisitos
constitucionais necessários.
e) ERRADA. Ocupantes exclusivamente de cargos em comissão não dispõem de estabilidade no serviço público.

Gabarito: D

CEBRASPE – PGE-RO - Procurador do Estado – 2022

Acerca dos agentes públicos e de assuntos correlatos, assinale a opção correta.

A) A denominação agentes públicos engloba, de forma genérica, os sujeitos que exercem, necessariamente de forma
remunerada, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades públicas, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo.
B) Empregado público é o agente público celetista aprovado em concurso público, cuja carteira de trabalho deve ser
assinada.
C) Pessoa designada para atuação como jurado em tribunal do júri é considerada agente público e classificada como
agente delegado.

163 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

D) Os cargos em comissão também são chamados de cargos de confiança e, de acordo com a Constituição Federal de
1988, só podem ser contratados para funções de direção.
E) Denomina-se cargo público o conjunto de atribuições e responsabilidades que são previstas na estrutura
organizacional e que devem ser exercidas pelo empregado público.
Comentário:

Analisemos as alternativas:

a) ERRADA. A denominação “agente público” também engloba os sujeitos que exercem mandatos, cargos, empregos e
função de forma não remunerada. Aqui podemos aproveitar o conceito de agente público, dado pela Lei 8.429/92:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.
b) CORRETA. O emprego público designa um lugar a ser ocupado pelo agente público na estrutura da Administração,
no qual o ocupante tem um vínculo contratual, sob a regência da CLT.
c) ERRADA. Os cidadãos convocados para exercer a função pública de jurados do tribunal do júri ou de mesários
durante as eleições se enquadram na categoria de agentes honoríficos. Ressalte-se que os agentes honoríficos (e não
agentes delegados).
d) ERRADA. Cargos em comissão não se confundem com função de confiança. Ademais, de acordo com o inciso V, do
artigo 37, da CF, as funções de confiança e os cargos em comissão destinam-se às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.
e) ERRADA. De fato, denomina-se cargo público o conjunto de atribuições e responsabilidades que são previstas na
estrutura organizacional. Mas os cargos públicos devem ser exercidos por servidores públicos, e não por empregados
públicos, pois estes últimos ocupam empregos públicos. Vale a pena conferir o disposto na Lei 8.112/90:
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser
cometidas a um servidor.
Gabarito: B

CEBRASPE – DPE-RS - Defensor Público – 2022

Defensores públicos, assim como procuradores de Estado, membros da Advocacia-Geral da União, policiais militares,
bombeiros militares e secretários municipais, são remunerados por subsídio.
Comentário:

Nos termos da Constituição Federal, o sistema de remuneração por subsídio se aplica:

a) Obrigatoriamente, para os agentes políticos: chefes dos Executivos, deputados, senadores, vereadores, ministros de
Estado, secretários estaduais e municipais, membros da magistratura, membros do Ministério Público, ministros do
Tribunal de Contas.
b) Obrigatoriamente, para alguns servidores públicos: integrantes da Advocacia Geral da União, da Procuradoria-
Geral da Fazenda Nacional, os Procuradores dos Estados e do DF, os Defensores Públicos, servidores da Polícia
Federal, Polícia Ferroviária Federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares;
c) Facultativamente, para os servidores públicos organizados em carreira, conforme previsto em lei (ex: os servidores do
Banco Central são remunerados por subsídio).

164 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Portanto, a questão está correta!

Gabarito: Certo

CEBRASPE – COREN-CE – Enfermeiro Fiscal – Edital nº 1 – 2021

Lucas, Pedro e André eram três servidores públicos estáveis que perderam seus cargos por diferentes motivos: Lucas
perdeu seu cargo por decisão de sentença judicial transitada em julgado; Pedro perdeu seu cargo após ter respondido a
regular processo administrativo; e André perdeu seu cargo por regular procedimento administrativo de avaliação
periódica de desempenho.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta, segundo a Constituição Federal de 1988.

A) Embora todos fossem servidores estáveis, somente Lucas poderia ter perdido seu cargo.

B) Embora todos fossem servidores estáveis, somente Lucas e Pedro poderiam ter perdido seus cargos.

C) Embora todos fossem servidores estáveis, somente Lucas e André poderiam ter perdido seus cargos.

D) Embora todos fossem servidores estáveis, Lucas, Pedro e André estavam sujeitos à perda de seus cargos.

Comentário:

O art. 41, § 1º da Constituição estabelece as seguintes hipóteses de perda do cargo do servidor já estável:

Art. 41, § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla
defesa.
Lucas se enquadra no inciso I. Pedro se enquadra no inciso II. E André se enquadra no inciso III.

Portanto, todos eles, apesar de serem estáveis, estavam sujeitos à perda de seus cargos.

Gabarito: D

CEBRASPE – TJ-RJ - Analista Judiciário - Analista de Gestão de TIC – 2021

Maria, que possui emprego público privativo de profissionais de saúde em empresa pública estadual, foi aprovada em
outro concurso público para cargo público federal privativo de profissionais de saúde.
Nessa situação hipotética, Maria

A) não poderá acumular as funções, porque uma é estadual e a outra é federal.

B) não poderá acumular as funções, porque apenas um dos vínculos é oriundo do regime estatutário.

165 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

C) não poderá acumular as funções, porque não há previsão constitucional expressa que permita cumulações de
funções públicas remuneradas.
D) poderá assumir o cargo e acumular as duas funções públicas, não se aplicando a esse caso o teto remuneratório da
administração pública.
E) poderá assumir o cargo e acumular as duas funções públicas, se os horários forem compatíveis e as profissões forem
regulamentadas.
Comentário:

Questão sobre vedação à acumulação de cargos, empregos e funções públicas. De pronto, vale ressaltar que a vedação
é bastante abrangente: salvo as exceções previstas, ela atinge todas as esferas de governo, todos os Poderes e toda
a Administração Pública, direta e indireta, incluindo cargos em comissão.
Portanto, para fins de acumulação, o fato de Maria ter um cargo na esfera estadual e outro na esfera federal e o fato de
um vínculo ser emprego público enquanto o outro é um cargo público são irrelevantes.
Pois bem. A regra é a vedação à acumulação remunerada de cargos públicos. Mas, quando houver compatibilidade de
horários, é possível acumular dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.
Esse é justamente o caso de Maria, que, portanto, poderá assumir o cargo e acumular as duas funções públicas, se os
horários forem compatíveis e as profissões forem regulamentadas.
Gabarito: E

CEBRASPE – TC-DF - Auditor Conselheiro Substituto – 2021

Segundo o STF, o direito de greve dos servidores públicos constitui norma constitucional de eficácia contida.

Comentário:

Na verdade, diferentemente do dispositivo constitucional que assegura o direito à associação sindical (que é
autoaplicável), a norma que trata do direito de greve dos servidores públicos possui eficácia limitada (e não contida),
ou seja, requer a edição de uma lei (ordinária) para que produza efeitos.
Vale ressaltar que as normas constitucionais de eficácia contida são dotadas de aplicabilidade direta, imediata, mas
não integral, de forma que o legislador pode restringir a sua eficácia. Diferentemente das normas constitucionais de
eficácia limitada, que possuem aplicabilidade indireta, mediata e diferida (ou postergada), pois somente a partir de
uma norma posterior poderão produzir efeitos.
Gabarito: Errado

CEBRASPE – TC-DF - Auditor Conselheiro Substituto – 2021

Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a norma constitucional que reconhece o direito de greve do
servidor público é dotada de eficácia limitada.
Comentário:

Sim! a norma que trata do direito de greve dos servidores públicos possui eficácia limitada. Isso significa que ela
requer a edição de uma lei (ordinária) para produzir efeitos.

166 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Gabarito: Certo

CEBRASPE – AL-CE - Técnico Legislativo – 2021

A respeito dos servidores públicos, julgue os itens subsequentes.

I Servidores estatutários ocupam cargos públicos.

II Servidores públicos são regidos por estatuto criado por meio de lei pelo órgão em que atuam.

III Cargo público é criado por lei, a qual estabelece denominação específica, atribuições e valor da remuneração ou do
subsídio.
Assinale a opção correta.

A) Somente os itens I e II estão certos.

B) Somente os itens I e III estão certos.

C) Somente os itens II e III estão certos.

D) Somente o item I está certo.

E) Todos os itens estão certos.

Comentário:

Vamos julgar os itens:

I. Correto. Nos termos da Lei 8.112/90, cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
II. Errado. Servidores públicos são regidos por estatuto. Só que esse estatuto é criado por meio de lei do ente ao qual o
servidor está vinculado (e não lei do órgão em que o servidor atua). Exemplo: o estatuto dos Auditores da Receita
Federal do Brasil é a Lei 8.112/90, criada pela União, e não pela Receita Federal do Brasil.
III. Correto. Nos termos o parágrafo único, do art. 3º, da Lei 8.112/90, os cargos públicos são criados por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos.
Gabarito: B

CEBRASPE – AL-CE - Técnico Legislativo – 2021

O servidor público efetivo, ao assumir mandato eletivo, será afastado do cargo, salvo quando houver compatibilidade
de horário e referir-se a mandato de
A) prefeito.

B) vereador.

C) presidente.

167 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

D) governador.

E) deputado.

Comentário:

Se houver compatibilidade de horários, o servidor público eleito para o cargo de vereador poderá perceber as
vantagens de seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função juntamente com a remuneração de vereador.
Caso um servidor seja investimento em mandato eletivo federal, estadual ou distrital (exemplos: deputado estadual ou
distrital, deputado federal, senador, governador, presidente) ou em mandato de prefeito, ele deverá ser afastado de
seu cargo emprego ou função.
Portanto, O servidor público efetivo, ao assumir mandato eletivo, será afastado do cargo, salvo quando houver
compatibilidade de horário e referir-se a mandato de vereador.
Gabarito: B

CEBRASPE – SEFAZ-RR - Auditor Fiscal de Tributos Estaduais – 2021

De acordo com a Constituição Federal de 1988, os cargos em comissão se destinam exclusivamente às funções de

A) consultoria e atividades de natureza técnica ou operacional.

B) assessoramento, direção e chefia.

C) chefia e atividades de natureza operacional.

D) direção e atividades de natureza técnica.

E) consultoria e assessoramento.

Comentário:

De acordo com o inciso V, do artigo 37, da CF, as funções de confiança e os cargos em comissão destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Gabarito: B

CEBRASPE – TJ-RJ - Técnico Judiciário – 2021

A No que se refere à administração pública e às normas constitucionais que regem os servidores públicos, julgue os
itens seguintes.
I A CF prevê possibilidade de acesso a cargos, funções e empregos públicos por estrangeiro, desde que haja
regulamentação.
II A proibição de acumular cargo, emprego ou função públicos não atinge os empregados de sociedades de economia
mista.
III A servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão de livre nomeação e exoneração aplica-se o mesmo
regime de previdência dos cargos efetivos.

168 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

IV As funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de chefia, direção e assessoramento.

Estão certos apenas os itens

A) I e II.

B) I e IV.

C) II e III.

D) I, III e IV.

E) II, III e IV.

Comentário:

Temos que julgar os itens:

I. Correto. O inciso I do art. 37 da CF informa que os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis a brasileiros
e estrangeiros. O acesso dos estrangeiros aos quadros públicos deve ocorrer “na forma da lei”, ou seja, trata-se de
norma constitucional de eficácia limitada (norma não autoaplicável), dependendo da edição de lei regulamentadora
para produzir efeitos (RE 544.655/MG).
II. Errado. Nos termos do inciso XVII, do artigo 37, da Constituição Federal:

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
público;
III. Errado. O Regime Geral de Previdência Social (RGPS), disciplinado pelos art. 201 e 202 da CF, alcança todos os
trabalhadores do setor privado, além dos agentes públicos ocupantes, exclusivamente, de cargo em comissão,
função temporária, mandato eletivo e emprego público. Já os ocupantes de cargos efetivos estão sujeitos a
Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).
IV. Correto. De acordo com o inciso V, do artigo 37, da CF, as funções de confiança e os cargos em comissão destinam-
se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Gabarito: B

CEBRASPE – PC-AL - Agente de Polícia - Prova Anulada – 2021

As funções públicas podem ser exercidas apenas por agentes públicos aprovados em concurso público.

Comentário:

A função pública constitui o conjunto de atribuições às quais não necessariamente corresponde um cargo ou
emprego. Trata-se, portanto, de um conceito residual. Na Constituição Federal, o conceito abrange apenas duas
situações:
i. as funções exercidas por servidores temporários, contratados por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público (art. 37, IX);
ii. as funções de natureza permanente, correspondentes a chefia, direção, assessoramento ou outro tipo de atividade
para a qual o legislador não crie cargo respectivo; em geral, são funções de confiança, de livre provimento e
exoneração (art. 37, V).

169 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

A contratação temporária na esfera federal é feita mediante processo seletivo simplificado, e não mediante concurso
público.
Além disso, funções públicas podem ser desempenhadas por agentes políticos e particulares em colaboração com o
poder público (agentes delegados, honoríficos, credenciados etc.), os quais não necessitam de prévia aprovação em
concurso público para exercer função pública.
Finalmente, destaque-se que a exigência de concurso público se aplica à nomeação para cargos ou empregos públicos
(funções não!) de provimento efetivo.
Por tudo isso, a questão ficou errada!

Gabarito: Errado

CEBRASPE – PC-AL - Agente de Polícia - Prova Anulada – 2021

João, ocupante de cargo comissionado, ao praticar ato na qualidade de agente público, causou dano a Maria.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item subsequente.

A investidura em cargo comissionado não depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos.
Comentário:

De fato, a aprovação em concurso público não é exigida para nomeação para cargos em comissão, os quais, por
definição, são de livre nomeação e exoneração com base em critérios subjetivos da autoridade competente.
Por isso, está correto afirmar que a investidura em cargo comissionado não depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos.
Gabarito: Certo

CEBRASPE – MPE-SC - Promotor de Justiça Substituto - Prova 1 – 2021

Acerca do tratamento conferido pela Constituição Federal de 1988 (CF) à administração pública direta e indireta e aos
seus agentes, julgue o item a seguir.
A insuficiência de desempenho de servidor público aprovado em concurso público atestada por avaliação periódica não
é suficiente para ensejar a perda da estabilidade.
Comentário:

A respeito da perda do cargo do servidor já estável, o art. 41, §1º da Constituição estabelece as seguintes hipóteses:

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla
defesa.

170 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Perceba que a terceira situação em que o servidor estável poderá perder o cargo decorre de insuficiência de
desempenho, verificada mediante avaliação periódica.
Por isso, ao contrário do que foi afirmado pela questão, a insuficiência de desempenho de servidor público aprovado em
concurso público atestada por avaliação periódica é suficiente para ensejar a perda da estabilidade.
Gabarito: Errado

CEBRASPE – PG-DF - Técnico Jurídico - Apoio Administrativo – 2021

Servidor público demitido que ajuizar ação e obtiver decisão que declara inválida a sua demissão deverá ser reintegrado
caso o cargo não houver sido extinto e, na hipótese de extinção, deverá permanecer em disponibilidade.
Comentário:

Reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua
transformação, em virtude de invalidação do ato de sua demissão, por decisão administrativa ou judicial, com
ressarcimento de todas as vantagens a que teria direito o servidor a partir da data de afastamento do cargo, inclusive
as promoções (art. 28, Lei 8.112/1990).
Assim, se o cargo de origem ainda existir, o servidor será reintegrado. Mas se o cargo de origem não mais existir, o
servidor será colocado em disponibilidade.
Gabarito: Certo

CEBRASPE – Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal – 2021

Foi realizado concurso para o preenchimento de vagas para determinado cargo público, de natureza civil, da
administração direta federal. Após a divulgação dos resultados, os aprovados foram nomeados.
Considerando essa situação hipotética e o que dispõe a Lei n.º 8.112/1990, julgue o item subsecutivo.

O concurso público seria desnecessário se a investidura se destinasse a emprego público na administração indireta
federal.
Comentário:

A exigência de concurso público se aplica à nomeação para cargos ou empregos públicos (funções não!) de provimento
efetivo, abrangendo tanto os cargos das entidades de direito público como os empregos públicos das entidades
administrativas de direito privado, integrantes da administração indireta.
Assim, o concurso público é necessário para a investidura que se destina a emprego público na administração indireta
federal.
Gabarito: Errado

CEBRASPE – Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal – 2021

Foi realizado concurso para o preenchimento de vagas para determinado cargo público, de natureza civil, da
administração direta federal. Após a divulgação dos resultados, os aprovados foram nomeados.

171 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Considerando essa situação hipotética e o que dispõe a Lei n.º 8.112/1990, julgue o item subsecutivo.

Os aprovados no referido concurso público serão investidos em cargos em comissão mediante posse e somente
adquirirão estabilidade se, após três anos de efetivo exercício, forem aprovados no estágio probatório.
Comentário:

O cargo público pode ser de provimento efetivo, mediante concurso público e passível de aquisição de estabilidade,
ou em comissão, de livre nomeação e exoneração (natureza “ad nutum”).
Portanto, os aprovados no referido concurso público serão investidos em cargos efetivos (e não em cargos em
comissão).
Gabarito: Errado

CEBRASPE – Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal – 2021

Foi realizado concurso para o preenchimento de vagas para determinado cargo público, de natureza civil, da
administração direta federal. Após a divulgação dos resultados, os aprovados foram nomeados.
Considerando essa situação hipotética e o que dispõe a Lei n.º 8.112/1990, julgue o item subsecutivo.

É correto afirmar que o cargo público em questão foi criado por lei.

Comentário:

De acordo com o conceito dado pela Lei 8.112/90, os cargos públicos são criados por lei. Portanto, é correto mesmo
afirmar que o cargo público em questão foi criado por lei.
Gabarito: Certo

CEBRASPE – TC-DF – Procurador – 2021

Acerca do direito de greve e de serviços essenciais, julgue o item a seguir, de acordo com o entendimento
jurisprudencial do STF.
O exercício, ainda que não abusivo, do direito de greve por servidor público civil em estágio probatório é falta grave e
suficiente para sua imediata exoneração pela autoridade competente, haja vista a inexistência de estabilidade.
Comentário:

A questão exigiu conhecimento da seguinte jurisprudência do STF:

"1. Ação Direta de Inconstitucionalidade. (...). 7. Decreto estadual que viola a Constituição Federal, por (a) considerar
o exercício não abusivo do direito constitucional de greve como fato desabonador da conduta do servidor público e
por (b) criar distinção de tratamento a servidores públicos estáveis e não estáveis em razão do exercício do direito
de greve. (...) (ADI 3235, rel. Ministro CARLOS VELLOSO, Plenário, 04.02.2010)
Por isso, está errado dizer que o exercício, ainda que não abusivo, do direito de greve por servidor público civil em
estágio probatório consiste em falta grave e suficiente para sua imediata exoneração.
Gabarito: Errado

172 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

CEBRASPE – TC-DF – Procurador – 2021

Acerca do direito de greve e de serviços essenciais, julgue o item a seguir, de acordo com o entendimento
jurisprudencial do STF.
É vedado o exercício do direito de greve a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança
pública.
Comentário:

Para o STF, o exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal,
Polícia Ferroviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Bombeiros) - ARE 654.432/GO
Gabarito: Certo

CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Ciências Contábeis – 2021

Acerca de ato administrativo, de agentes públicos, de poderes da administração pública e de regime jurídico
administrativo, julgue o item a seguir.
No âmbito da administração pública, é possível a existência de servidores com efetividade e sem estabilidade, bem
como de servidores com estabilidade e sem efetividade.
Comentário:

Efetividade e estabilidade não se confundem! Efetividade é um atributo do cargo, adquirido após o servidor tomar
posse. Estabilidade é uma proteção no serviço público, adquirida após o cumprimento dos requisitos constitucionais
necessários (listados acima). Cientes dessa distinção, pode-se afirmar que é possível:
• ser efetivo, sem ser estável: o servidor que ocupa cargo efetivo, mas ainda não adquiriu a estabilidade;

• ser efetivo e estável: o servidor que ocupa cargo efetivo e já adquiriu a estabilidade;

• ser estável, sem ser efetivo: é o caso dos servidores que passaram pela estabilização constitucional (ADCT, art. 19);

• não ser efetivo e nem estável: é o caso dos empregados públicos, que não ocupam cargos efetivos e que, por causa
disso, não podem adquirir estabilidade.
Portanto, a questão está correta: é possível a existência de servidores com efetividade e sem estabilidade, bem como
de servidores com estabilidade e sem efetividade.
Gabarito: Certo

CEBRASPE – MPC-PA - Analista Ministerial - Comunicação Social – 2019

A respeito do preenchimento de vagas na administração pública federal por meio da realização de concurso público,
assinale a opção correta.
A) O concurso público é necessário ao provimento de cargo público, mas dispensável na contratação para emprego
público.

173 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

B) Os aprovados em concurso público, uma vez investidos no cargo público, ficam obrigados à dedicação exclusiva.

C) O poder público tem a faculdade de estabelecer, ou não, um prazo de validade para concursos públicos.

D) Os cargos públicos somente são acessíveis aos brasileiros natos ou naturalizados.

E) O provimento de vagas tanto na administração direta quanto na indireta deve ser feito por concurso público.

Comentário:

Vamos analisar as alternativas:

a) ERRADA. A exigência de concurso público se aplica à nomeação para cargos ou empregos públicos (funções não!)
de provimento efetivo.
b) ERRADA. Não há obrigatoriedade de dedicação exclusiva. Inclusive, em algumas situações, a Constituição Federal
permite a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções.
c) ERRADA. O Poder público não possui essa faculdade. Nos termos do artigo 37, inciso III, da CF, “o prazo de validade
do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período”.
d) ERRADA. Nos termos do inciso I, do artigo 37, os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
e) CORRETA. A exigência de concurso público aplica-se à nomeação para cargos ou empregos públicos (funções não!)
de provimento efetivo, abrangendo tanto os cargos das entidades de direito público (administração direta,
autarquias e fundações públicas) como os empregos públicos das entidades administrativas de direito privado,
integrantes da administração indireta.
Gabarito: E

(CEBRASPE – CGM/JP 2018)

A garantia constitucional de permanecer no cargo público após três anos de efetivo exercício denomina-se efetividade.

Comentário:

Errado! A garantia constitucional de permanência no serviço público após três anos de efetivo exercício, preenchidos os
demais requisitos, chama-se estabilidade.
Gabarito: Errado

(CEBRASPE – DPE/PE 2018)

Com referência às disposições constitucionais aplicáveis aos agentes públicos, julgue os seguintes itens, com base no
entendimento do Supremo Tribunal Federal.
I Não viola o princípio do concurso público a denominada cláusula de barreira que, constante do edital, seleciona
apenas os concorrentes mais bem classificados nas fases iniciais, limitando o número de candidatos para as fases
subsequentes do certame.
II Os empregados das sociedades de economia mista estão submetidos ao teto remuneratório previsto na Constituição
Federal de 1988, ainda que essas entidades não recebam recursos da União, dos estados, do Distrito Federal nem dos

174 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

municípios para o pagamento de pessoal.


III O Poder Judiciário não tem competência para aumentar vencimentos de servidores públicos com fundamento em
isonomia.
IV A aposentadoria compulsória por idade para os servidores públicos, prevista na Constituição Federal de 1988, não
atinge os ocupantes de cargos exclusivamente em comissão.
Estão certos apenas os itens

a) I e II.

b) II e IV.

c) III e IV.

d) I, II e III.

e) I, III e IV

Comentário:

A resolução dessa questão requer uma combinação de domínio sobre as disposições constitucionais relativas a agentes
públicos e conhecimento sobre a jurisprudência do STF, conforme apontado pelo próprio enunciado.
Vejamos a fundamentação de cada uma das afirmativas:

I – CERTA. A cláusula de barreira é uma limitação imposta por edital que estipula um número certo e restrito de
candidatos, observada a ordem de classificação, para a fase seguinte do concurso, sendo os demais
candidatos impedidos de prosseguir no certame. Ela é diferente das regras eliminatórias, que acarretam a eliminação
do candidato por insuficiência em algum aspecto do seu desempenho no concurso, não se levando em consideração o
desempenho dos demais candidatos.
O Supremo Tribunal Federal considerou constitucional a utilização da regra de barreira em concursos públicos, no
julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 635739, com repercussão geral, interpretando que tal limitação não ofende
o princípio da isonomia.
II – ERRADA. É exatamente o contrário. Como sabemos o art. 37, XI da CF/88 determina, bem resumidamente, que a
remuneração dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional,
assim como dos detentores de mandato eletivo e demais agentes políticos não poderão exceder o subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Nesse sentido, o §9º do art. 37, CF/88 estabelece que o disposto no inciso XI, resumido acima, aplica-se às empresas
públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. Ou seja, a
percepção de recursos públicos atrai a incidência do teto constitucional
III – CERTA. A afirmativa parafraseia com fidelidade a Súmula Vinculante 37 do STF, que determina exatamente
que “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o
fundamento de isonomia”.
IV – CERTA. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 786540 com repercussão geral
reconhecida, adotou a seguinte tese:
1. Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da aposentadoria
compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da Constituição Federal, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento
efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão;

175 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

2. Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o servidor efetivo aposentado
compulsoriamente permaneça no cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre
nomeação e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a Administração.
Vemos, assim, que os itens I, III e IV estão corretos.

Gabarito: alternativa “e”

(CEBRASPE – PC/MA 2018)

Acerca da administração pública, julgue os itens a seguir, com base na CF.

I A vedação de acúmulo remunerado de cargos, empregos ou funções públicas não se estende às sociedades de
economia mista.
II O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, podendo-se prorrogá-lo por igual período, enquanto
houver cadastro de reserva.
III Havendo compatibilidade de horários, é permitida a acumulação remunerada de dois cargos ou empregos privativos
de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
IV O servidor público da administração direta que for afastado para o exercício de mandato eletivo não terá esse tempo
contado para o fim de promoção por merecimento.
Estão certos apenas os itens

a) I e III.

b) II e IV.

c) III e IV.

d) I, II e III.

e) I, II e IV.

Comentário:

Todas as justificativas para o erro ou acerto das informações transmitidas pelas afirmativas encontram-se na
Constituição Federal de 1988, conforme indicado pelo enunciado.
I – ERRADA. Considerando os incisos XVI e XVII do art. 37, da CF/88, temos que: (I) é vedada a acumulação remunerada
de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários nos casos expressamente indicados na
Constituição; (II) a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público.
II – ERRADA. Não há na Constituição correlação entre a possibilidade de prorrogação dos concursos com a
existência de cadastro de reserva. Nesse sentido, a CF/88 dispõe expressamente que o prazo de validade do concurso
público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período (art. 37, III, CF/88)
III – CERTA. O art. 37, XVI, CF/88 estabelece que: (I) é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,
quando houver compatibilidade de horários (a) a de dois cargos de professor;(b) a de um cargo de professor com
outro técnico ou científico; (c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.

176 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

IV – CERTA. A CF/88 define exatamente essa regra, determinando que ao servidor público da administração direta,
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, em qualquer caso que exija seu o afastamento para o
exercício de referido mandato, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção
por merecimento (art. 38, IV, CF/88)
Gabarito: alternativa “c”

(CEBRASPE – STJ 2018)

O tempo de serviço prestado por empregados de empresas públicas e de sociedades de economia mista estaduais que
mudarem para o regime estatutário deverá ser considerado como tempo de efetivo serviço público para fins de
aposentadoria, disponibilidade, promoção e estabilidade.
Comentário:

Conforme o art. 40, §9º da Constituição Federal, “O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será
contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade”. Logo, o
tempo de serviço nas demais esferas será contado apenas para fins de disponibilidade, e não para promoção e
estabilidade, daí o erro.
Por oportuno, quanto à utilização do tempo de serviço em empresas estatais para aposentadoria, vale lembrar que os
empregados públicos se submetem ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e, segundo o art. 40, §3º da CF, as
remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor ao RGPS devem ser consideradas para o cálculo
dos seus proventos de aposentadoria no Regime Próprio dos servidores estatutários. Assim, a meu ver, seria correto
afirmar que o tempo de contribuição do servidor enquanto era empregado de empresas públicas e sociedades de
economia mista estaduais deverá ser considerado para fins de aposentadoria no regime estatutário.
Gabarito: Errado

(CEBRASPE – STJ 2018)

O fato de a advocacia pública, no âmbito judicial, defender ocupante de cargo comissionado pela prática de ato no
exercício de suas atribuições amolda-se à teoria da representação.
Comentário:

A teoria que ampara a atuação dos agentes públicos é a teoria da imputação, e não da representação.

Gabarito: Errado

(CEBRASPE – TCE/PB 2018)

De acordo com o regime constitucional brasileiro, as denominadas funções de confiança devem ser exercidas

a) de forma exclusiva por servidor ocupante de cargo efetivo, e destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.
b) por servidor aposentado que retorne ao serviço público para exercer qualquer atividade diversa daquela em que
tenha se dado a aposentadoria.

177 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

c) somente por quem não possua cargo efetivo, nos limites fixados na legislação, e se destinam apenas à atividade
meio.
d) por qualquer cidadão, salvo se forem destinadas a atividades de direção ou assessoramento jurídico.

e) por pessoa natural, com ou sem vínculo com o poder público, e destinam-se a qualquer atividade — meio ou fim —
realizada na administração pública.
Comentário: a questão exige conhecimento do art. 37, V, da CRFB/88:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
(...)

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em
lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Nesse contexto, as funções de confiança são exclusivas dos servidores ocupantes de cargo efetivo e destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Desse modo, está correta a alternativa “a” e estão
incorretas as demais alternativas.
Gabarito: alternativa “a”

(CEBRASPE – TCE/PB 2018)

A respeito da remuneração dos servidores, assinale a opção correta:

a) O servidor público tem direito ao recebimento de remuneração pelo trabalho noturno em valor superior ao do diurno.

b) Em razão do princípio da isonomia, é incabível, no serviço público, a aplicação de incentivos específicos para a
proteção do mercado de trabalho da mulher.
c) O servidor público tem direito ao recebimento do décimo terceiro salário com o acréscimo de um terço à
remuneração normal.
d) Os secretários estaduais e municipais são remunerados por subsídios acrescidos de gratificação pessoal.

e) Durante todo o tempo em que durar o trabalho no serviço público, o órgão responsável pelos pagamentos deverá
efetuar o recolhimento de FGTS do servidor.
Comentário:

O art. 39, §3º, da CRFB/88 elenca os direitos previstos no art. 7º da Constituição que se aplicam também aos servidores
públicos.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII,
XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
Diante disso, vamos analisar as afirmativas.

a) CERTA. É garantida aos servidores públicos a remuneração do trabalho noturno superior ao diurno (art. 7º, IX,
CRFB/88).

178 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

b) ERRADA. A proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, é direito dos servidores
públicos (art. 7º, XX, CRFB/88).
c) ERRADA. O servidor público tem direito ao décimo terceiro salário (art. 7º, VIII, CRFB/88). Contudo, este benefício se
dá com base na remuneração integral, e não mediante acréscimo de um terço à remuneração normal.
d) ERRADA. Os secretários estaduais e municipais são remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra
espécie remuneratória (art. 39, §4º, CRFB/88).
e) ERRADA. O fundo de garantia do tempo de serviço (art. 7º, III, CRFB/88) não está elencado entre os direitos dos
trabalhadores que se aplicam aos servidores públicos.
Gabarito: alternativa “a”

(CEBRASPE – TCE/PB 2018)

À luz da legislação específica pertinente aos RPPSs, julgue os itens a seguir.

I - A Emenda Constitucional n.º 41/2003 prevê a possibilidade de aposentadoria do servidor aos cinquenta e três anos de
idade sem prejuízo do valor dos proventos.
II - É vedada, sem ressalva, a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadorias.

III - É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria por RPPS, ressalvadas as aposentadorias oriundas de cargos
acumuláveis.
IV - É imprescindível o exercício de vinte e cinco anos de serviço público para aposentadoria com fundamento na
Emenda Constitucional n.º 47/2005. Estão certos apenas os itens
a I e II.

b) I e III.

c) III e IV.

d) I, II e IV.

e) II, III e IV

Comentário:

Trata-se de uma questão atípica, que aborda tópicos geralmente não explorados nas provas. Vejamos:

I – ERRADA. A Emenda Constitucional nº 41/2003 promoveu uma reforma no sistema previdenciário. A emenda
previu, dentre as regras de transição, a possibilidade de aposentadoria, aos 53 anos, especificamente ao servidor público
que tenha ingressado em cargo efetivo até a data da publicação da Emenda Constitucional nº 20/1998. Nesse caso,
os proventos de inatividade seriam reduzidos para cada ano antecipado em relação aos limites de idade previstos na
Constituição Federal. Eis o teor da referida regra de transição:
Art. 2º Observado o disposto no art. 4º da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, é assegurado o direito
de opção pela aposentadoria voluntária com proventos calculados de acordo com o art. 40, §§ 3º e 17, da Constituição
Federal, àquele que tenha ingressado regularmente em cargo efetivo na Administração Pública direta, autárquica e
fundacional, até a data de publicação daquela Emenda, quando o servidor, cumulativamente:
I - tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher;

179 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria;

III - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:

a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e

b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data de publicação daquela
Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea a deste inciso.
§ 1 º O servidor de que trata este artigo que cumprir as exigências para aposentadoria na forma do caput terá os seus
proventos de inatividade reduzidos para cada ano antecipado em relação aos limites de idade estabelecidos pelo art.
40, § 1º, III, a, e § 5º da Constituição Federal, na seguinte proporção:
I - três inteiros e cinco décimos por cento, para aquele que completar as exigências para aposentadoria na forma do caput
até 31 de dezembro de 2005;
II - cinco por cento, para aquele que completar as exigências para aposentadoria na forma do caput a partir de 1º de janeiro
de 2006.
Perceba que esta é uma regra de transição, de modo que está presente apenas no texto da EC 41/2003, ou seja, não foi
incluída na Constituição.
II – ERRADA. A Constituição veda a adoção de requisitos diferenciados para concessão de aposentadoria aos
abrangidos pelo regime próprio de previdência social (art. 39, §4º, da CRFB/88). Contudo, existem exceções, como se vê
a seguir.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo
regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:
I portadores de deficiência;

II que exerçam atividades de risco;

III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

III – CERTA. É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria pelo regime próprio de previdência, à exceção das
aposentadorias decorrentes de cargos acumuláveis (art. 40, §6º, CRFB/88).
IV – CERTA. A Emenda Constitucional nº 47/2005 também alterou as normas do sistema previdenciário. Dentre
as regras de transição, restou prevista a possibilidade de aposentadoria do servidor que tenha ingressado no serviço
público até 16/12/1998, com proventos integrais, desde que satisfeitos alguns requisitos, dentre eles o de 25 anos de
efetivo exercício no serviço público, quinze anos de carreira e cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria. Eis o
teor da Emenda:
Art. 3º Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas pelo art. 40 da Constituição Federal ou
pelas regras estabelecidas pelos arts. 2º e 6º da Emenda Constitucional nº 41, de 2003, o servidor da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até 16
de dezembro de 1998 poderá aposentar-se com proventos integrais, desde que preencha, cumulativamente, as
seguintes condições:
I trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;

II vinte e cinco anos de efetivo exercício no serviço público, quinze anos de carreira e cinco anos no cargo em que se der a
aposentadoria;
III idade mínima resultante da redução, relativamente aos limites do art. 40, § 1º, inciso III, alínea "a", da Constituição
Federal, de um ano de idade para cada ano de contribuição que exceder a condição prevista no inciso I do caput deste artigo.

180 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Parágrafo único. Aplica-se ao valor dos proventos de aposentadorias concedidas com base neste artigo o disposto no art. 7º
da Emenda Constitucional nº 41, de 2003, observando-se igual critério de revisão às pensões derivadas dos proventos de
servidores falecidos que tenham se aposentado em conformidade com este artigo.
Gabarito: alternativa “c”

(CEBRASPE – TCE/PB 2018)

No cálculo dos proventos de aposentadoria dos servidores que tenham ingressado no serviço público a partir da data de
promulgação da Emenda Constitucional n.º 41/2003, terá de ser observada a
a) limitação mínima do salário de contribuição no mesmo valor fixado para o RGPS.

b) atualização dos proventos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos
servidores em atividade.
c) totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria.

d) média aritmética simples das maiores contribuições, correspondentes a todo o período contributivo.

e) atualização das remunerações consideradas no cálculo inicial dos proventos, mês a mês, no mesmo índice fixado para
o RGPS.
Comentário:

a) ERRADA. A Emenda Constitucional nº 41/2003 foi regulamentada pela Lei 10.887/2004, que prevê o seguinte:

§ 4o Para os fins deste artigo, as remunerações consideradas no cálculo da aposentadoria, atualizadas na forma do § 1o
deste artigo, não poderão ser:
I - inferiores ao valor do salário-mínimo;

II - superiores ao limite máximo do salário-de-contribuição, quanto aos meses em que o servidor esteve vinculado ao regime
geral de previdência social.
Desse modo, as remunerações consideradas no cálculo da aposentadoria devem observar, como limite mínimo, o
salário-mínimo. Portanto, a limitação mínima não é o valor do salário de contribuição fixado para o RGPS.
b) ERRADA. A Emenda Constitucional nº 20/1998 previu a paridade entre os ativos e inativos, de modo que sempre que
se modificasse a remuneração do servidor em atividade, também deveria haver mudança nos proventos dos
aposentados.
Contudo, a Emenda Constitucional nº 41/2003, alterou essa sistemática e extinguiu o direito à paridade, passando a
prever apenas que é assegurado o reajuste dos benefícios de previdência social para preservar o seu valor real. Esta é a
redação vigente do art. 40, §8º, CRFB/88:
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme
critérios estabelecidos em lei.
Assim, os servidores que ingressaram no serviço público a partir da Emenda Constitucional nº 41/2003 não fazem jus
ao reajuste dos proventos de aposentadoria conforme a regra da paridade.
c) ERRADA. A Emenda Constitucional nº 41/2003 determina que o cálculo da aposentadoria seja feito de acordo com
as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência social (e não
com base na totalidade da remuneração do servidor no cargo em que se deu a aposentadoria).
Esta é a norma do art. 40, §3º, CRFB/88:

181 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

§3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações
utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art.
201, na forma da lei.
d) ERRADA. O art. 1º da Lei 10.887/2004, que regulamenta a Emenda Constitucional nº 41/2004, prevê que deve ser
considerada a média aritmética simples das maiores remunerações, correspondentes a 80% de todo período
contributivo.
e) CERTA. A alternativa está em conformidade com o art. 1º, §1º, da Lei 10.887/2004, que prevê o seguinte:

§ 1o As remunerações consideradas no cálculo do valor inicial dos proventos terão os seus valores atualizados mês a mês de
acordo com a variação integral do índice fixado para a atualização dos salários-de-contribuição considerados no cálculo dos
benefícios do regime geral de previdência social.
Gabarito: alternativa “e”

(CEBRASPE – Técnico MPU 2018)

Divulgado o resultado final de um concurso público para o preenchimento de vagas em cargo público de natureza civil,
da administração direta federal, os aprovados foram nomeados.
Considerando essa situação hipotética e a legislação pertinente, julgue os itens a seguir:

O concurso público foi necessário porque se tratava de provimento de cargo público na administração direta, seria
dispensável se a contratação fosse para emprego público na administração indireta federal.
Comentário:

O art. 37, II da Constituição Federal prevê a necessidade de concurso público para investidura em cargo ou emprego
público. Logo, o concurso não é dispensável para a contratação de empregados públicos na administração indireta.
Gabarito: Errado

(CEBRASPE – Técnico MPU 2018)

Com a posse, os aprovados serão investidos no cargo público, mas irão adquirir estabilidade somente após três anos de
efetivo exercício.
Comentário:

O art. 41 da Constituição Federal preceitua que “são estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público”. Assim, a questão pode ser considerada
correta.
Lembrando, porém, que o mero decurso de tempo não é suficiente para que o servidor aprovado em concurso público
adquira a estabilidade. Com efeito, como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial
de desempenho por comissão instituída para essa finalidade, conforme disposto no art. 41, §4º da CF.
Gabarito: Certo

182 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

(CEBRASPE – Técnico MPU 2018)

O cargo público em questão poderia ter sido criado por lei ou por decreto do presidente da República.

Comentário:

Cargos públicos não podem ser criados por decreto, mas apenas por lei. O que o Presidente da República pode fazer
mediante decreto é extinguir cargos públicos, quando vagos.
Gabarito: Errado

(CEBRASPE – Sefaz/RS 2018)

Com relação a agentes públicos, assinale a opção correta, considerando as disposições da Constituição Federal de 1988
(CF).
a) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário poderão ser superiores aos pagos pelo Poder
Executivo.
b) Pessoa indevidamente investida em cargo público deve ser exonerada e obrigada a devolver os recursos que tiver
recebido em razão do desempenho irregular da função.
c) O teto remuneratório previsto na CF aplica-se a agentes públicos das sociedades de economia mista que recebam
recursos do Estado para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
d) Nos casos em que a CF permite a cumulação de cargos, empregos e funções públicas, o teto remuneratório é
considerado em relação ao somatório das remunerações acumuladas.
e) A CF permite, em regra, a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
remuneração de pessoal do serviço público.
Comentário: Vamos analisar cada umas alternativas abaixo, buscando a correta:

(a) ERRADA. A Constituição Federal determina expressamente que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do
Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo (art. 37, XII, CRFB 1988)
(b) ERRADA. A investidura indevida do servidor deve ser invalidada, mas as verbas recebidas a título de remuneração
não precisam ser devolvidas.
Em geral, é incabível a devolução de valores recebidos indevidamente pelos servidores públicos, desde que esses
recebam tais valores de boa-fé. O STJ tem alguns julgados sobre esse tema e a AGU tem até uma súmula para
disciplinar a questão:
Súmula nº 34 da AGU: “Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo servidor público, em
decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da Administração Pública”.
As verbas alimentares recebidas não costumam ser devolvidas nem mesmo em caso de investidura irregular em cargo
público e, nesse caso, considera-se, também, o enriquecimento sem causa da administração com a eventual devolução
dos valores.
(c) CERTA. O inciso IX do art. 37 da Constituição Federal estabelece um teto remuneratório para os servidores públicos
da administração direta, autárquica e fundacional e o §9º do mesmo artigo estende essa disposição às empresas
públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
(d) ERRADA. O STF aprovou a seguinte tese de repercussão geral sobre o tema: “Nos casos autorizados,
constitucionalmente, de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do artigo 37, inciso XI, da Constituição

183 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Federal, pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto
remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público”.
(e) ERRADA. A Constituição Federal veda a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público (art. 37, XIII, CRFB 1988).
Gabarito: alternativa “c”.

(CEBRASPE – TCE/PE 2017)

De acordo com a CF, é vedada a contratação de servidor público por tempo determinado.

Comentário:

A CF permite sim a contratação de agente público por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público.
Gabarito: Errado

(CEBRASPE – TRF 5 – Juiz 2017)

Com base no princípio da igualdade, o STF julgou constitucional a Lei das Cotas Raciais (Lei n.° 12.990/2014), que
reserva para negros o percentual de vinte por cento das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de
cargos efetivos e empregos públicos. De acordo com o STF, contudo, tal percentual abrange apenas a administração
a) direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo federal.

b) pública federal direta e indireta, no âmbito dos três Poderes.

c) pública federal, estadual, distrital e municipal, no âmbito do respectivo Poder Executivo.

d) direta do Poder Executivo federal.

e) direta e indireta do Poder Executivo federal.

Comentário: No bojo da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 41, em junho de 2017, o STF reconheceu a
validade da Lei 12.990/2014 para a administração pública federal direta e indireta, no âmbito dos três poderes.
Detalhe é que tal afirmação não pode ser depreendida mediante a simples leitura da ementa do acórdão, sendo
necessário ler o inteiro teor da decisão para compreender o exato alcance da decisão da Suprema Corte.
Gabarito: alternativa “b”

(CEBRASPE – INSS 2016)

No cômputo do limite remuneratório (chamado teto constitucional), devem ser consideradas todas as parcelas
percebidas pelo agente público, incluídas as de caráter indenizatório.
Comentário: As parcelas de caráter indenizatório não são computadas para fins de aferição do teto constitucional. Com
efeito, o §11 do art. 37 da CF determina que “não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata

184 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei”.


Gabarito: Errado

(CEBRASPE – Suframa 2014)

As regras constitucionais de cumulação de vencimentos no setor público são igualmente obrigatórias nos estados e
municípios da Federação.
Comentário: A vedação de acumular cargos públicos remunerados, prevista no art. 37, XVI e XVII da CF, é bastante
abrangente: salvo as exceções previstas, atinge todas as esferas de governo, todos os Poderes e toda a Administração
Pública, direta e indireta, incluindo cargos em comissão.
Gabarito: Certo

(CEBRASPE – Suframa 2014)

A impossibilidade de acumulação de cargos públicos é a regra geral, não obstante, a lei prevê exceções, como a
possibilidade de servidor acumular determinados cargos, independentemente de compatibilidade de horários, devendo
ser observado apenas o limite máximo de oitenta horas de trabalho semanal.
Comentário: De fato, a impossibilidade de acumulação de cargos públicos é a regra geral, sendo que as exceções
previstas na Constituição (dois de cargos de professor; um de professor com outro de técnico ou científico; dois
privativos de profissionais da saúde, com profissões regulamentadas) só podem ocorrer se houver compatibilidade de
horários, daí o erro.
Gabarito: Errado

(CEBRASPE – MPTCDF 2013)

Orienta-se a jurisprudência firmada pelo STF no sentido de que a Lei de Responsabilidade Fiscal, ao fixar os limites de
despesas com pessoal dos entes públicos, pode servir de fundamento para elidir o direito dos servidores públicos a
vantagem já assegurada por lei.
Comentário: Sobre o tema, vale conhecer a jurisprudência dos nossos Tribunais Superiores:

PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO. REAJUSTE REMUNERATÓRIO PREVISTO EM LEI ESTADUAL LIMITES
ORÇAMENTÁRIOS. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LC 101/2000). DECISÃO JUDICIAL. INAPLICABILIDADE.
1. É assente no STJ o entendimento de que não incidem as restrições previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC
101/2000) sobre as despesas com pessoal quando decorrerem de decisões judiciais.
2. De acordo com a orientação do STJ, ainda que a pretexto de fazer cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, não
cumpre à Administração Pública suprimir o direito dos servidores de obter vantagem pessoal já assegurada por lei.
3. Agravo Regimental não provido. (STJ – Resp 1.467.347/RN, de 14/10/2014).

Portanto, segundo a jurisprudência, ainda que o cumprimento dos limites previstos na LRF para as despesas de pessoal
seja fundamento para a perda do cargo dos servidores estáveis, o mesmo fundamento não pode ser invocado para
suprimir dos vencimentos dos servidores alguma vantagem assegurada por lei.

185 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Gabarito: Errado

(CEBRASPE – MIN 2013)

Os direitos do servidor público estão consagrados, em geral, na Constituição Federal de 1988 (CF), podendo as
constituições dos estados e as leis estaduais e municipais ampliá-los.
Comentário: Os direitos do servidor público previstos na Constituição Federal são aplicáveis a todos os entes
federativos. Contudo, nada impede que outros direitos sejam estabelecidos nas constituições dos estados e nas leis
estaduais e municipais. O que não pode acontecer é a diminuição desses direitos.
Gabarito: Certo

(CEBRASPE – TRF5 2013)

Acerca do novo regime de previdência complementar para os servidores públicos federais titulares de cargo efetivo,
assinale a opção correta.
a) A FUNPRESP-EXE, a FUNPRESP-LEG e a FUNPRESP-JUD devem ser criadas pela União no prazo de cento e oitenta
dias, contado da publicação da lei que as instituiu, e iniciar suas atividades em até duzentos e quarenta dias após a
publicação da autorização de funcionamento concedida pelo órgão fiscalizador, configurando o descumprimento
injustificado de tais prazos a prática de ato de improbidade administrativa.
b) A competência exercida pelo órgão fiscalizador exime os patrocinadores da responsabilidade pela supervisão e
fiscalização sistemática das atividades das entidades fechadas de previdência complementar.
c) Competem ao TCU a supervisão e a fiscalização dos planos de benefícios da FUNPRESP-EXE, da FUNPRESP-LEG e da
FUNPRESP-JUD.
d) O regime jurídico de pessoal das entidades fechadas de previdência complementar é o estatutário.

e) Além da sujeição às normas de direito público que decorram de sua instituição pela União como fundação de direito
público, integrante da administração indireta, a natureza pública das entidades fechadas de previdência complementar
implica submissão à legislação federal sobre licitação e contratos administrativos, realização de concurso público para a
contratação de pessoal, no caso de empregos permanentes, ou de processo seletivo simplificado, em caso de contrato
temporário, e publicação anual, na imprensa oficial ou em sítio oficial da administração pública, certificado
digitalmente por autoridade para esse fim credenciada no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-
Brasil), de seus demonstrativos contábeis, atuariais, financeiros e de benefícios, sem prejuízo do fornecimento de
informações aos participantes e assistidos dos planos de benefícios e ao órgão fiscalizador.
Comentário:

A previdência complementar para os servidores públicos federais estatutários foi instituída pela Lei 12.618/2012. Com
base nessa lei, vamos analisar cada alternativa:
a) CERTA, nos termos dos artigos 26, 31 e 32 da lei:

Art. 26. A Funpresp-Exe, a Funpresp-Leg e a Funpresp-Jud deverão entrar em funcionamento em até 240 (duzentos e
quarenta) dias após a publicação da autorização de funcionamento concedida pelo órgão fiscalizador das entidades
fechadas de previdência complementar.

186 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Art. 31. A Funpresp-Exe, a Funpresp-Leg e a Funpresp-Jud deverão ser criadas pela União no prazo de 180 (cento e
oitenta) dias, contado da publicação desta Lei, e iniciar o seu funcionamento nos termos do art. 26.
§ 1o Ultrapassados os prazos de que trata o caput, considera-se vigente, para todos os fins, o regime de previdência
complementar de que trata esta Lei.
§ 2o Ultrapassados os prazos de que trata o caput sem o início do funcionamento de alguma das entidades referidas no art.
4o, os servidores e membros do respectivo Poder poderão aderir ao plano de benefícios da entidade que primeiro entrou em
funcionamento até a regularização da situação.
Art. 32. Considera-se ato de improbidade, nos termos do art. 10 da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, o
descumprimento injustificado dos prazos de que trata o art. 31.
b) ERRADA. A competência exercida pelo órgão fiscalizador não exime os patrocinadores da sua responsabilidade, nos
termos do art. 20, §1º da lei:
Art. 20. A supervisão e a fiscalização da Funpresp-Exe, da Funpresp-Leg e da Funpresp-Jud e dos seus planos de benefícios
competem ao órgão fiscalizador das entidades fechadas de previdência complementar.
§ 1o A competência exercida pelo órgão referido no caput deste artigo não exime os patrocinadores da
responsabilidade pela supervisão e fiscalização sistemática das atividades das entidades fechadas de previdência
complementar.
§ 2o Os resultados da supervisão e da fiscalização exercidas pelos patrocinadores serão encaminhados ao órgão
mencionado no caput deste artigo.
c) ERRADA. A fiscalização dos planos de benefícios, ou seja, da atividade fim das fundações, ficará a cargo do órgão
fiscalizador das entidades fechadas de previdência complementar (atualmente, a PREVIC), nos termos do art. 20
acima transcrito. Entretanto, ressalte-se que a fiscalização da PREVIC não afasta a competência do TCU para fiscalizar a
aplicação de recursos federais. Assim, por exemplo, o TCU poderá fiscalizar os concursos públicos e as licitações das
fundações, atividades relacionadas à área-meio dessas entidades.
d) ERRADA. O regime jurídico de pessoal das entidades fechadas de previdência complementar, criadas sob a forma de
fundações públicas de direito privado, é o trabalhista, nos termos do art. 7º da lei:
Art. 7o O regime jurídico de pessoal das entidades fechadas de previdência complementar referidas no art. 4o desta Lei será
o previsto na legislação trabalhista.
e) ERRADA. O erro é que a FUNPRESP-EXE, a FUNPRESP-LEG e a FUNPRESP-JUD foram criadas na forma
de fundações públicas de direito privado, e não de direito público. O restante da assertiva está correto, nos termos do
art. 8º da lei:
Art. 8o Além da sujeição às normas de direito público que decorram de sua instituição pela União como fundação de direito
privado, integrante da sua administração indireta, a natureza pública das entidades fechadas a que se refere o § 15 do art.
40 da Constituição Federal consistirá na:
I - submissão à legislação federal sobre licitação e contratos administrativos;

II - realização de concurso público para a contratação de pessoal, no caso de empregos permanentes, ou de processo
seletivo, em se tratando de contrato temporário, conforme a Lei no 8.745, de 9 de dezembro de 1993;
III - publicação anual, na imprensa oficial ou em sítio oficial da administração pública certificado digitalmente por
autoridade para esse fim credenciada no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP Brasil), de seus
demonstrativos contábeis, atuariais, financeiros e de benefícios, sem prejuízo do fornecimento de informações aos
participantes e assistidos dos planos de benefícios e ao órgão fiscalizador das entidades fechadas de previdência
complementar, na forma das Leis Complementares nºs 108 e 109, de 29 de maio de 2001.
Gabarito: alternativa “a”

187 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

(CEBRASPE – CNJ 2013)

O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível, salvo nos casos de
calamidade pública ou guerra externa.
Comentário:

O art. 37, XV da CF garante o direito à irredutibilidade do subsídio e dos vencimentos dos ocupantes de cargos e
empregos público
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos
incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
Como se vê, embora a regra seja a irredutibilidade, a Constituição prevê algumas exceções. São elas:

Art. 37, XI: necessidade de observância ao teto remuneratório;

Art. 37, XIV: veda o efeito cascata;

Art. 39, §4º: determina que o subsídio deve ser em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória;
Art. 150, II: veda o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente;

Art. 153, III, e §2º, I: imposto de renda.

Portanto, nas situações o acima, o princípio da irredutibilidade de vencimentos e subsídios não se aplica. Por exemplo,
se for verificado que o servidor está recebendo acima do teto remuneratório, seus vencimentos poderão ser reduzidos
para que ele se enquadre no limite estabelecido na Constituição; da mesma forma, a alíquota do imposto de renda pode
aumentar e, consequentemente, reduzir seus vencimentos líquidos.
Voltando à questão, percebe-se que a Constituição não prevê a calamidade pública ou guerra externa como hipótese de
possibilidade de redução dos vencimentos dos servidores públicos, daí o erro.
Gabarito: Errado

(CEBRASPE – TRE/MS 2013)

Maria, servidora pública federal, foi eleita para o cargo eletivo de vereadora do município de seu estado natal, cidade
onde já exerce cargo efetivo.
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta sobre a situação funcional de Maria à luz do que prevê a
Lei n.º 8.112/1990.
a) Maria deverá necessariamente optar pela remuneração do cargo efetivo.

b) Maria terá que pedir exoneração, visto que os referidos cargos são inacumuláveis.

c) Caso Maria seja transferida de ofício para outro estado, ela deverá renunciar ao mandato de vereadora ou pedir
exoneração do cargo efetivo.
d) Se houver compatibilidade de horário, Maria poderá receber as vantagens de seu cargo cumuladas com a
remuneração do cargo de vereadora.
e) Ao ser diplomada em cargo de mandado eletivo, Maria ficará automaticamente afastada do cargo efetivo.

188 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Comentário: Nos termos do art. 38, da CF, caso o servidor público seja eleito para o cargo de vereador, havendo
compatibilidade de horários, poderá perceber as vantagens de seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou
função juntamente com a remuneração de vereador; por outro lado, não havendo compatibilidade, o servidor
será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela remuneração de origem ou pelo
subsídio correspondente ao cargo de vereador. Veja bem, quando não há compatibilidade de horário, o servidor será
apenas afastado do cargo, e não exonerado; ou seja, depois de terminado o mandato, ele voltará a exercer seu cargo
efetivo.
Dito isso, vamos analisar cada alternativa:

a) ERRADA. Maria poderá optar pela remuneração do cargo efetivo ou pelo subsídio de vereador.

b) ERRADA. Havendo compatibilidade de horários, Maria poderá acumular os dois cargos; ademais, se não houver
compatibilidade, Maria será apenas afastada do cargo efetivo (na verdade, ela tira uma licença), e não exonerada.
c) ERRADA. O exercício do mandato eletivo não precisa necessariamente ser exercido na mesma localidade em que a
servidora está lotada. Assim, se ela for removida de ofício, o máximo que pode ocorrer é incidir a hipótese de não
compatibilidade de horários (afinal, seria difícil ela exercer os dois cargos em localidades distintas), ou seja, ela seria
afastada do cargo efetivo enquanto estivesse exercendo o mandato de vereadora.
d) CERTA. Se houver compatibilidade de horários, Maria poderá acumular o cargo efetivo com o mandato de
vereadora, recebendo, em consequência, a remuneração de ambos.
e) ERRADA. Como dito, se houver compatibilidade de horários, Maria poderá acumular os dois cargos; ela será
afastada apenas se não for possível conciliar as duas funções.
Gabarito: alternativa “d”

(CEBRASPE – Ministério da Justiça 2013)

Conforme preceito legal, uma servidora do Ministério da Justiça com sessenta e cinco anos de idade poderá ser
aposentada compulsoriamente.
Comentário: Nos termos do art. 40, §1º, II da CF e da LC 152/2015, a aposentadoria compulsória se dá aos 75 anos de
idade, e não aos 65, daí o erro.
Gabarito: Errado

(CEBRASPE – MPU 2013)

É permitida a acumulação remunerada de cargo de professor de universidade pública estadual com o de procurador da
República, ainda que não haja compatibilidade de horários.
Comentário:

Os Membros do Ministério Público, diante da relevância de suas funções e como forma de manter a isenção necessária
para o desempenho de suas atribuições, possuem regra própria no que se refere a acumulação de cargos públicos,
conforme dispõe o art. 128 da CF:
Art. 128. O Ministério Público abrange:

§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais,
estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus

189 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

membros
II - as seguintes vedações:

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;

Essa regra nada mais é que praticamente a mesma prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "b", aplicável aos servidores em
geral, pois não há dúvida de se tratar a função de procurador da República de cargo técnico. Portanto, deverá observar a
necessária compatibilidade de horários, daí o erro da questão. A diferença entre as regras está no "ainda que em
disponibilidade". Os membros do Ministério Público, assim como os Magistrados, como se verá abaixo, nem mesmo
quando estão em disponibilidade, podem exercer outra atividade pública remunerada, que não uma de magistério.
Sobre o tema, o Conselho Nacional do Ministério Público editou a Resolução nº 3, de 16 de dezembro de 2005,
que vedou aos Membros do Ministério Público o desempenho de atividade de magistério, público ou privado,
por período superior a 20 horas semanais.
Aproveitando a questão, vale saber que, assim como no caso dos Membros do Ministério Público, os magistrados
possuem regra específica. Os motivos são semelhantes e decorrem da importância e natureza peculiar de suas
atividades. A regra está prevista no art. 95 da Constituição Federal:
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

Parágrafo único. Aos juízes é vedado

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;

Gabarito: Errado

(CEBRASPE – MIN 2013)

A ausência de previsão de acesso de estrangeiros a cargos públicos coaduna-se com a política de soberania do Estado
brasileiro, que restringe as funções públicas aos brasileiros que gozam de direitos políticos.
Comentário: Ao contrário do que afirma o quesito, a Constituição Federal admite o acesso de estrangeiros aos cargos
públicos:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em
lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
Portanto, a única peculiaridade em relação aos estrangeiros é que seu acesso aos cargos público deve ocorrer “na
forma lei”. Exemplo de cargo público ocupado por estrangeiro é o de professor de universidade pública.
Gabarito: Errado

(CEBRASPE – TRT10 2013)

A acumulação lícita de cargos públicos por parte do servidor é condicionada à demonstração de compatibilidade de
horários.
Comentário: Nos casos excepcionais em que a CF admite a acumulação lícita de cargos públicos remunerados, há a
necessidade de se observar a compatibilidade de horários.
O estatuto dos servidores públicos federais, Lei 8.112/1990, também apresenta a mesma regra:

Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.

190 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas
públicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da compatibilidade de horários.

§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da
inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade.
Gabarito: Certo

(CEBRASPE – MPTCE/PB 2014)

Em relação aos agentes públicos, assinale a opção correta.

a) Aos servidores ocupantes, exclusivamente, de cargo em comissão aplica-se o mesmo regime de previdência dos
servidores de cargos efetivos do mesmo ente federativo.
b) De acordo com o princípio da segurança jurídica, ao servidor público é garantido o direito adquirido quanto ao regime
jurídico-funcional pertinente à composição de seus vencimentos ou à permanência do regime legal de reajuste de
vantagem.
c) É permitida a acumulação de três cargos públicos de professor.

d) O militar é considerado agente público para efeito da Lei de Improbidade Administrativa. Todavia, não é considerado
servidor público para efeito de regime jurídico.
e) A proibição de acumulação de cargos públicos não se estende aos empregados das sociedades de economia mista,
mas é uma vedação constitucional que se aplica aos empregados das empresas públicas.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:

a) ERRADA. Nos termos do art. 40, §13 da CF, aos servidores ocupantes, exclusivamente, de cargo em comissão aplica-
se o regime geral de previdência social, que não se confunde com o regime próprio dos servidores de cargos efetivos.
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem
como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.
b) ERRADA. Segundo a jurisprudência do STF, o servidor estatutário não possui direito adquirido quanto a seu regime
jurídico, vale dizer, a lei que rege sua relação funcional com a Administração pode ser modificada a qualquer tempo,
inclusive afetando a composição de seus vencimentos. Lembre-se, contudo, que o art. 37, XV da CF assegura a
irredutibilidade do montante global da remuneração, ou seja, ainda que as parcelas componentes dos vencimentos
sejam alteradas, o valor total deve ser mantido.
c) ERRADA. Nos termos do art. 37, XVI da CF, em regra é vedado acumular cargos, exceto nas seguintes hipóteses:
(i) dois cargos de professor; (ii) um cargo de professor com outro técnico ou científico; (iii) dois cargos ou empregos
privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. Portanto, não é permitida a acumulação de três
cargos públicos de professor, daí o erro.
d) CERTO. Embora sejam agentes públicos, inclusive para fins de improbidade administrativa, os militares não são
considerados servidores públicos. Os militares constituem uma espécie de agente público à parte. Tanto é assim que, na
Constituição Federal, o regime jurídico dos militares é disciplinado em seções distintas da que trata dos servidores
públicos: o regime jurídico dos servidores públicos é disciplinado nos art. 39 a 41 – seção “Dos servidores públicos”; já o
dos militares se encontra no art. 42 – seção “Dos militares dos Estados, do DF e dos Territórios”, assim como no art. 142
– seção “Das Forças Armadas”. Ressalte-se que o regime jurídico dos militares é estatutário, porque estabelecido em lei

191 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

a que se submetem independentemente de contrato. Esse regime, contudo, não é o da Lei 8.112/1990, e sim o definido
por legislação própria dos militares.
e) ERRADA. Conforme o art. 37, XVII da CF, “a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas,
direta ou indiretamente, pelo poder público”.
Gabarito: alternativa “d”

(CEBRASPE – MPE/AC 2014)

A respeito dos agentes públicos e da improbidade administrativa, assinale a opção correta.

a) A regra da aposentadoria compulsória por idade aplica-se ao servidor público que ocupe exclusivamente cargo em
comissão.
b) Segundo entendimento do STJ, não configura ato de improbidade administrativa a conduta de professor da rede
pública de ensino que, aproveitando-se dessa condição, assedie sexualmente seus alunos.
c) Os candidatos com a deficiência denominada pé torto congênito bilateral não têm direito a concorrer às vagas em
concurso público reservadas às pessoas com deficiência, pois, segundo o STJ, tal anomalia constitui mero problema
estético, que não produz dificuldade para o desempenho de funções.
d) Caso se determine, no edital de concurso, que as comunicações com os candidatos devam ocorrer unicamente por
meio da imprensa oficial, é possível exigir que o candidato acompanhe diariamente, no diário oficial, qualquer
referência ao seu nome durante a vigência do concurso.
e) Ao servidor público é garantido o direito ao recebimento de auxílio-alimentação no período de férias.

Comentário: Vamos analisar cada alternativa:

a) ERRADA. A aposentadoria compulsória aplica-se, exclusivamente, aos servidores ocupantes de cargos efetivos, e
não ao servidor que ocupe cargo em comissão e que não seja concursado.
b) ERRADA. Segundo entendimento do STJ, o assédio sexual do professor a seus alunos configura ato de improbidade
administrativa:
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR.
PROFESSOR MUNICIPAL. ALUNAS MENORES. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CARACTERIZADA. VIOLAÇÃO DOS
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ART. 11 DA LEI 8.429/1992. ENQUADRAMENTO. INDEPENDÊNCIA DAS
ESFERAS. ELEMENTO SUBJETIVO. DOLO GENÉRICO. (...)
4. É possível a responsabilização do agente público, no âmbito do art. 11 da Lei 8.429/1992, ainda que este responda pelos
mesmos fatos nas demais searas, em consideração à autonomia da responsabilidade jurídica por atos de improbidade
administrativa em relação as demais esferas. Precedentes envolvendo assédio sexual e moral.
5. A repugnante prática de atentado violento ao pudor, praticado por professor municipal, em sala de aula, contra crianças
de 6 (seis) e 7 (sete) anos de idade, não são apenas crimes, mas também se enquadram em 'atos atentatórios aos princípios
da administração pública', conforme previsto no art. 11 da LIA, em razão de sua evidente imoralidade.
6. A Lei 8.429/1992 objetiva coibir, punir e/ou afastar da atividade pública os agentes que demonstrem caráter
incompatível com a natureza da atividade desenvolvida.
7. Esse tipo de ato, para configurar-se como ato de improbidade exige a demonstração do elemento subjetivo, a título de
dolo lato sensu ou genérico, presente na hipótese.
8. Recurso especial provido.

192 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

c) ERRADA. Segundo a jurisprudência do STJ, os candidatos com a deficiência denominada pé torto congênito bilateral
têm sim direito a concorrer às vagas em concurso público reservadas às pessoas com deficiência:
DIREITO ADMINISTRATIVO. RESERVA DE VAGAS EM CONCURSO PÚBLICO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.

Os candidatos que tenham "pé torto congênito bilateral" têm direito a concorrer às vagas em concurso público
reservadas às pessoas com deficiência. A mencionada deficiência física enquadra-se no disposto no art. 4º, I, do Dec.
3.298/1999. RMS 31.861-PE, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 23/4/2013.
d) ERRADA. Não é razoável exigir que o candidato acompanhe diariamente, no diário oficial, qualquer referência ao seu
nome durante a vigência do concurso. Conforme a jurisprudência do STJ, “com o desenvolvimento de uma sociedade
cada vez mais marcada pela crescente quantidade de informações que são oferecidas e cobradas habitualmente, seria de
todo irrazoável exigir que um candidato, uma vez aprovado na primeira etapa de um concurso público, adquirisse o hábito
de ler o Diário Oficial do Estado diariamente, por mais de 8 anos, na esperança de se deparar com sua convocação” (RMS
24.716/BA).
e) CERTA. Para o STJ, os servidores públicos fazem jus ao recebimento do auxílio alimentação durante as férias e
licenças:
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. PERCEPÇÃO NO PERÍODO DE FÉRIAS.
LEGALIDADE. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. DEMONSTRADA.
1. A Corte de origem entendeu que o vale-refeição é verba de natureza indenizatória e propter laborem, de modo que
somente no exercício das suas atribuições faz jus ao pagamento em questão. 2. Entendimento que deve ser revisto,
porquanto, nos termos da jurisprudência desta Corte, os servidores públicos fazem jus ao recebimento do auxílio-
alimentação durante o período de férias e licenças. (AgRg no REsp 1360774 / RS, 18/6/2013)
Gabarito: alternativa “e”

(CEBRASPE – TRT5 2013)

No que se refere ao servidor público e ao ato administrativo, assinale a opção correta de acordo com a CF, a
jurisprudência dos tribunais superiores e a doutrina.
a) Segundo o STJ, ressalvadas as hipóteses constitucionais de acumulação de proventos de aposentadoria, não é mais
possível, após o advento da Emenda Constitucional n.º 20/1998, a cumulação de mais de uma aposentadoria à conta do
regime próprio de previdência, salvo se o ingresso do servidor no cargo em que obteve a segunda aposentação tenha
ocorrido antes da referida emenda.
b) Salvo nos casos previstos na CF, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de
vantagem de servidor público ou de empregado nem ser substituído por decisão judicial.
c) O ato administrativo simples deriva da manifestação de vontade ou declaração jurídica de apenas um órgão, sendo
possível, portanto, apenas na forma singular.
d) A expressa previsão editalícia de que serão providas, além das vagas previstas no edital, outras que vierem a existir
durante o prazo de validade do certame não confere direito líquido e certo à nomeação ao candidato aprovado fora das
vagas originalmente determinadas, mas dentro das surgidas no decurso do prazo de validade do concurso.
e) Cabe mandado de segurança para a revisão de penalidade imposta em processo administrativo disciplinar sob o
argumento de ofensa ao princípio da proporcionalidade.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:

a) ERRADA. Segundo o STJ, é possível a acumulação dos proventos de duas aposentadorias no serviço público, ainda
que os cargos fossem inacumuláveis na ativa, desde que ambas – e não apenas a segunda – tenham sido constituídas

193 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

anteriormente à reforma introduzida pela emenda de 1998.


AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. JULGAMENTO DE MÉRITO. ÓBICES PROCESSUAIS SUPERADOS.
PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ACUMULAÇÃO. POSSIBILIDADE. DIREITO CONSTITUÍDO ANTES DA EC N. 20/98.
RECURSO PROVIDO.
1. Ao se julgar o mérito recursal, subentende-se terem sido ultrapassados os requisitos de admissibilidade do recurso
especial.
2. Restou pacificado nesta Corte a possibilidade de duas aposentadorias no serviço público, ainda que os cargos
fossem inacumuláveis na ativa, desde que constituídas anteriormente à reforma introduzida pela emenda de 1998.
3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 1.143.304/RJ, 10/4/2014)

Ressalte-se, fora dessa hipótese, o art. 40, §6º da CF veda a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime
de previdência dos servidores estatutários, ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis.
b) CERTA, nos exatos termos da Súmula Vinculante nº 4 do STF:

Salvo nos casos previstos na constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de
vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
c) ERRADA. Os atos administrativos simples decorrem da manifestação de apenas um órgão (monocrático ou
colegiado). No entanto, o ato administrativo simples pode ser singular, quando tem apenas um destinatário (ex:
remoção de um servidor), ou plural, quando tem dois ou mais destinatários (ex: nomeação de novos servidores).
Estudaremos esse assunto com mais detalhes em aula específica.
d) ERRADA. Segundo a jurisprudência do STJ, “o candidato aprovado fora das vagas previstas originariamente no
edital, mas classificado até o limite das vagas surgidas durante o prazo de validade do concurso, possui direito líquido
e certo à nomeação se o edital dispuser que serão providas, além das vagas oferecidas, as outras que vierem a existir
durante sua validade”. Precedentes: AgRg no RMS 31.899-MS, DJe 18/5/2012, e AgRg no RMS 28.671-MS, DJe
25/4/2012. MS 18.881-DF, 28/11/2012. (vide Informativo 511)
e) ERRADA. Segundo a jurisprudência do STJ, “é inviável em MS a revisão de penalidade imposta em PAD, sob o
argumento de ofensa ao princípio da proporcionalidade, por implicar reexame do mérito administrativo”. Precedentes
citados: RMS 32.573-AM, DJe 12/8/2011; MS 15.175-DF, DJe 16/9/2010, e RMS 33.281-PE, DJe 2/3/2012. MS 17.479-DF,
Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 28/11/2012. (vide Informativo 511)
Gabarito: alternativa “b”

(CEBRASPE – TRF2 2013)

A respeito de servidores públicos federais, regimes jurídicos e previdenciários e processo administrativo e disciplinar,
assinale a opção correta.
a) Na administração pública direta, é possível estabelecer regimes jurídicos diversos no mesmo órgão, ou seja, regimes
celetista e estatutário, sendo que, para isso, a lei deverá observar a natureza, o grau de responsabilidade e
complexidade dos cargos.
b) Salvo disposição legal, será de dez dias o prazo para a interposição de recurso administrativo, contado a partir da
intimação ou divulgação oficial da decisão recorrida.
c) Conforme dispõe a lei pertinente, o regime jurídico de pessoal das entidades fechadas de previdência complementar
será o regime celetista.
d) É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando, havendo compatibilidade de horários,
caracterizar-se uma das seguintes situações: dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde; dois cargos

194 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

de professor; ou um cargo de professor com outro de natureza técnica ou científica.


Comentário: Vamos analisar cada alternativa:

a) ERRADA. A redação vigente do caput do art. 39 da CF estabelece que os servidores da administração pública direta,
das autarquias e das fundações públicas devem seguir um regime jurídico único. A norma não define qual o regime
deve ser adotado (se estatutário ou celetista), mas apenas impede que existam regimes jurídicos diversos nos órgãos e
entidades de direito público de um mesmo ente político. Na esfera federal, adota-se como regime jurídico único o
regime estatutário previsto na Lei 8.112/1990.
b) ERRADA. O art. 59 da Lei 9.784/1999 (lei do processo administrativo federal), estabelece que “salvo disposição legal
específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação
oficial da decisão recorrida”. A assertiva, erroneamente, informa que o prazo de 10 dias será contado a partir da
“intimação”.
c) CERTA. A Lei 12.618/2012, que instituiu o regime de previdência complementar para os servidores públicos federais
titulares de cargo efetivo, autorizou a criação de entidades fechadas de previdência complementar com a finalidade
de administrar e executar planos de benefícios do regime (Funpresp-Exe, Funpresp-Leg e Funpresp-Jud). Segundo a lei,
tais entidades devem ser estruturadas na forma de fundação pública com personalidade jurídica de direito privado.
Ademais, o art. 7º da lei define que o regime jurídico de pessoal das entidades fechadas de previdência complementar
será o “previsto na legislação trabalhista”, isto é, o regime celetista.
d) ERRADA. Sinceramente, não vejo erro. O item está em conformidade com o art. 37, XVI da CF. É fato que a CF prevê
outras hipóteses de acumulação além das apresentadas no quesito (ex: servidor eleito como vereador), porém, não há
nada indicando que a assertiva deve ser tomada como exaustiva. Talvez o erro considerado pela banca é que não há
menção à necessidade de se observar, em qualquer caso, o teto remuneratório; ou ainda, que não foi feita referência à
necessidade de os cargos de saúde serem de “profissões regulamentadas”.
Gabarito: alternativa “c”

195 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Lista de questões

1. CEBRASPE – DPE-TO - Defensor Público Substituto – 2022


Considere que um agente público tenha praticado ato comissivo, exercendo de maneira irregular suas funções, e que
isso tenha resultado em prejuízos a terceiros. Nesse caso, o agente público
A) está sujeito à responsabilidade civil-administrativa, já que não se submete à responsabilidade penal.

B) não está sujeito à responsabilidade civil-administrativa, já que esta é circunscrita aos atos omissivos.

C) está sujeito à responsabilidade civil-administrativa e penal, com a possibilidade de cumulação de sanções


decorrentes de esferas diversas.
D) não está sujeito à responsabilidade civil-administrativa, já que se submete à responsabilidade penal, por ter
cometido ato comissivo.
E) está sujeito à responsabilidade civil-administrativa e penal, sendo vedada a cumulação de sanções decorrentes de
esferas diversas.

2. CEBRASPE – PGE-RO - Procurador do Estado – 2022

A estabilidade é o direito de permanência no serviço público, destinado aos servidores detentores de cargo de
provimento efetivo, distinguindo-se da vitaliciedade e da efetividade. Acerca desse assunto, assinale a opção correta.
A) Os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista alcançarão a estabilidade depois de
cumprirem o estágio probatório de três anos, desde que admitidos mediante aprovação em concurso público.
B) A Constituição Federal de 1988 estabelece como condição única para a aquisição da estabilidade o efetivo exercício
do estágio probatório do servidor nomeado para cargo de provimento efetivo, o que deve ser realizado em três anos.
C) A vitaliciedade, que somente será perdida após sentença judicial transitada em julgado, pressupõe necessariamente
o cumprimento de dois anos de estágio probatório.
D) A efetividade é atributo do cargo, designando o funcionário desde o instante da nomeação, enquanto a estabilidade
é aderência, integração no serviço público, depois de preenchidas determinadas condições fixadas em lei, sendo
adquirida pelo decurso do tempo.
E) A estabilidade no cargo em comissão, em virtude de sua natureza especial, somente será adquirida após o
cumprimento do estágio probatório e das demais regras especiais reguladas pela Constituição Federal de 1988

3. CEBRASPE – PGE-RO - Procurador do Estado – 2022

Acerca dos agentes públicos e de assuntos correlatos, assinale a opção correta.

A) A denominação agentes públicos engloba, de forma genérica, os sujeitos que exercem, necessariamente de forma
remunerada, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades públicas, por eleição, nomeação, designação,

196 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo.


B) Empregado público é o agente público celetista aprovado em concurso público, cuja carteira de trabalho deve ser
assinada.
C) Pessoa designada para atuação como jurado em tribunal do júri é considerada agente público e classificada como
agente delegado.
D) Os cargos em comissão também são chamados de cargos de confiança e, de acordo com a Constituição Federal de
1988, só podem ser contratados para funções de direção.
E) Denomina-se cargo público o conjunto de atribuições e responsabilidades que são previstas na estrutura
organizacional e que devem ser exercidas pelo empregado público.

4. CEBRASPE – DPE-RS - Defensor Público – 2022

Defensores públicos, assim como procuradores de Estado, membros da Advocacia-Geral da União, policiais militares,
bombeiros militares e secretários municipais, são remunerados por subsídio.
5. CEBRASPE – COREN-CE – Enfermeiro Fiscal – Edital nº 1 – 2021

Lucas, Pedro e André eram três servidores públicos estáveis que perderam seus cargos por diferentes motivos: Lucas
perdeu seu cargo por decisão de sentença judicial transitada em julgado; Pedro perdeu seu cargo após ter respondido a
regular processo administrativo; e André perdeu seu cargo por regular procedimento administrativo de avaliação
periódica de desempenho.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta, segundo a Constituição Federal de 1988.

A) Embora todos fossem servidores estáveis, somente Lucas poderia ter perdido seu cargo.

B) Embora todos fossem servidores estáveis, somente Lucas e Pedro poderiam ter perdido seus cargos.

C) Embora todos fossem servidores estáveis, somente Lucas e André poderiam ter perdido seus cargos.

D) Embora todos fossem servidores estáveis, Lucas, Pedro e André estavam sujeitos à perda de seus cargos.

6. CEBRASPE – TJ-RJ - Analista Judiciário - Analista de Gestão de TIC – 2021

Maria, que possui emprego público privativo de profissionais de saúde em empresa pública estadual, foi aprovada em
outro concurso público para cargo público federal privativo de profissionais de saúde.
Nessa situação hipotética, Maria

A) não poderá acumular as funções, porque uma é estadual e a outra é federal.

B) não poderá acumular as funções, porque apenas um dos vínculos é oriundo do regime estatutário.

C) não poderá acumular as funções, porque não há previsão constitucional expressa que permita cumulações de
funções públicas remuneradas.
D) poderá assumir o cargo e acumular as duas funções públicas, não se aplicando a esse caso o teto remuneratório da
administração pública.
E) poderá assumir o cargo e acumular as duas funções públicas, se os horários forem compatíveis e as profissões forem
regulamentadas.

197 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

7. CEBRASPE – TC-DF - Auditor Conselheiro Substituto – 2021

Segundo o STF, o direito de greve dos servidores públicos constitui norma constitucional de eficácia contida.

8. CEBRASPE – TC-DF - Auditor Conselheiro Substituto – 2021

Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a norma constitucional que reconhece o direito de greve do
servidor público é dotada de eficácia limitada.
9. CEBRASPE – AL-CE - Técnico Legislativo – 2021

A respeito dos servidores públicos, julgue os itens subsequentes.

I Servidores estatutários ocupam cargos públicos.

II Servidores públicos são regidos por estatuto criado por meio de lei pelo órgão em que atuam.

III Cargo público é criado por lei, a qual estabelece denominação específica, atribuições e valor da remuneração ou do
subsídio.
Assinale a opção correta.

A) Somente os itens I e II estão certos.

B) Somente os itens I e III estão certos.

C) Somente os itens II e III estão certos.

D) Somente o item I está certo.

E) Todos os itens estão certos.

10. CEBRASPE – AL-CE - Técnico Legislativo – 2021

O servidor público efetivo, ao assumir mandato eletivo, será afastado do cargo, salvo quando houver compatibilidade
de horário e referir-se a mandato de
A) prefeito.

B) vereador.

C) presidente.

D) governador.

E) deputado.

11. CEBRASPE – SEFAZ-RR - Auditor Fiscal de Tributos Estaduais – 2021

De acordo com a Constituição Federal de 1988, os cargos em comissão se destinam exclusivamente às funções de

198 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

A) consultoria e atividades de natureza técnica ou operacional.

B) assessoramento, direção e chefia.

C) chefia e atividades de natureza operacional.

D) direção e atividades de natureza técnica.

E) consultoria e assessoramento.

12. CEBRASPE – TJ-RJ - Técnico Judiciário – 2021

A No que se refere à administração pública e às normas constitucionais que regem os servidores públicos, julgue os
itens seguintes.
I A CF prevê possibilidade de acesso a cargos, funções e empregos públicos por estrangeiro, desde que haja
regulamentação.
II A proibição de acumular cargo, emprego ou função públicos não atinge os empregados de sociedades de economia
mista.
III A servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão de livre nomeação e exoneração aplica-se o mesmo
regime de previdência dos cargos efetivos.
IV As funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de chefia, direção e assessoramento.

Estão certos apenas os itens

A) I e II.

B) I e IV.

C) II e III.

D) I, III e IV.

E) II, III e IV.

13. CEBRASPE – PC-AL - Agente de Polícia - Prova Anulada – 2021

As funções públicas podem ser exercidas apenas por agentes públicos aprovados em concurso público.

14. CEBRASPE – PC-AL - Agente de Polícia - Prova Anulada – 2021

João, ocupante de cargo comissionado, ao praticar ato na qualidade de agente público, causou dano a Maria.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item subsequente.

A investidura em cargo comissionado não depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos.
15. CEBRASPE – MPE-SC - Promotor de Justiça Substituto - Prova 1 – 2021

199 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Acerca do tratamento conferido pela Constituição Federal de 1988 (CF) à administração pública direta e indireta e aos
seus agentes, julgue o item a seguir.
A insuficiência de desempenho de servidor público aprovado em concurso público atestada por avaliação periódica não
é suficiente para ensejar a perda da estabilidade.
16. CEBRASPE – PG-DF - Técnico Jurídico - Apoio Administrativo – 2021

Servidor público demitido que ajuizar ação e obtiver decisão que declara inválida a sua demissão deverá ser reintegrado
caso o cargo não houver sido extinto e, na hipótese de extinção, deverá permanecer em disponibilidade.
17. CEBRASPE – Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal – 2021

Foi realizado concurso para o preenchimento de vagas para determinado cargo público, de natureza civil, da
administração direta federal. Após a divulgação dos resultados, os aprovados foram nomeados.
Considerando essa situação hipotética e o que dispõe a Lei n.º 8.112/1990, julgue o item subsecutivo.

O concurso público seria desnecessário se a investidura se destinasse a emprego público na administração indireta
federal.

18. CEBRASPE – Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal – 2021

Foi realizado concurso para o preenchimento de vagas para determinado cargo público, de natureza civil, da
administração direta federal. Após a divulgação dos resultados, os aprovados foram nomeados.
Considerando essa situação hipotética e o que dispõe a Lei n.º 8.112/1990, julgue o item subsecutivo.

Os aprovados no referido concurso público serão investidos em cargos em comissão mediante posse e somente
adquirirão estabilidade se, após três anos de efetivo exercício, forem aprovados no estágio probatório.
19. CEBRASPE – Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal – 2021

Foi realizado concurso para o preenchimento de vagas para determinado cargo público, de natureza civil, da
administração direta federal. Após a divulgação dos resultados, os aprovados foram nomeados.
Considerando essa situação hipotética e o que dispõe a Lei n.º 8.112/1990, julgue o item subsecutivo.

É correto afirmar que o cargo público em questão foi criado por lei.

20. CEBRASPE – TC-DF – Procurador – 2021

Acerca do direito de greve e de serviços essenciais, julgue o item a seguir, de acordo com o entendimento
jurisprudencial do STF.
O exercício, ainda que não abusivo, do direito de greve por servidor público civil em estágio probatório é falta grave e
suficiente para sua imediata exoneração pela autoridade competente, haja vista a inexistência de estabilidade.
21. CEBRASPE – TC-DF – Procurador – 2021

Acerca do direito de greve e de serviços essenciais, julgue o item a seguir, de acordo com o entendimento
jurisprudencial do STF.
É vedado o exercício do direito de greve a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança
pública.
22. CEBRASPE – TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Ciências Contábeis – 2021

200 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Acerca de ato administrativo, de agentes públicos, de poderes da administração pública e de regime jurídico
administrativo, julgue o item a seguir.
No âmbito da administração pública, é possível a existência de servidores com efetividade e sem estabilidade, bem
como de servidores com estabilidade e sem efetividade.
23. CEBRASPE – MPC-PA - Analista Ministerial - Comunicação Social – 2019

A respeito do preenchimento de vagas na administração pública federal por meio da realização de concurso público,
assinale a opção correta.
A) O concurso público é necessário ao provimento de cargo público, mas dispensável na contratação para emprego
público.
B) Os aprovados em concurso público, uma vez investidos no cargo público, ficam obrigados à dedicação exclusiva.

C) O poder público tem a faculdade de estabelecer, ou não, um prazo de validade para concursos públicos.

D) Os cargos públicos somente são acessíveis aos brasileiros natos ou naturalizados.

E) O provimento de vagas tanto na administração direta quanto na indireta deve ser feito por concurso público.

24. (CEBRASPE – CGM/JP 2018)

A garantia constitucional de permanecer no cargo público após três anos de efetivo exercício denomina-se efetividade.

25. (CEBRASPE – DPE/PE 2018)

Com referência às disposições constitucionais aplicáveis aos agentes públicos, julgue os seguintes itens, com base no
entendimento do Supremo Tribunal Federal.
I Não viola o princípio do concurso público a denominada cláusula de barreira que, constante do edital, seleciona
apenas os concorrentes mais bem classificados nas fases iniciais, limitando o número de candidatos para as fases
subsequentes do certame.
II Os empregados das sociedades de economia mista estão submetidos ao teto remuneratório previsto na Constituição
Federal de 1988, ainda que essas entidades não recebam recursos da União, dos estados, do Distrito Federal nem dos
municípios para o pagamento de pessoal.
III O Poder Judiciário não tem competência para aumentar vencimentos de servidores públicos com fundamento em
isonomia.
IV A aposentadoria compulsória por idade para os servidores públicos, prevista na Constituição Federal de 1988, não
atinge os ocupantes de cargos exclusivamente em comissão.
Estão certos apenas os itens

a) I e II.

b) II e IV.

c) III e IV.

d) I, II e III.

e) I, III e IV

201 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

26. (CEBRASPE – PC/MA 2018)

Acerca da administração pública, julgue os itens a seguir, com base na CF.

I A vedação de acúmulo remunerado de cargos, empregos ou funções públicas não se estende às sociedades de
economia mista.
II O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, podendo-se prorrogá-lo por igual período, enquanto
houver cadastro de reserva.
III Havendo compatibilidade de horários, é permitida a acumulação remunerada de dois cargos ou empregos privativos
de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
IV O servidor público da administração direta que for afastado para o exercício de mandato eletivo não terá esse tempo
contado para o fim de promoção por merecimento.
Estão certos apenas os itens

a) I e III.

b) II e IV.

c) III e IV.

d) I, II e III.

e) I, II e IV.

27. (CEBRASPE – STJ 2018)

O tempo de serviço prestado por empregados de empresas públicas e de sociedades de economia mista estaduais que
mudarem para o regime estatutário deverá ser considerado como tempo de efetivo serviço público para fins de
aposentadoria, disponibilidade, promoção e estabilidade.
28. (CEBRASPE – STJ 2018)

O fato de a advocacia pública, no âmbito judicial, defender ocupante de cargo comissionado pela prática de ato no
exercício de suas atribuições amolda-se à teoria da representação.
29. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

De acordo com o regime constitucional brasileiro, as denominadas funções de confiança devem ser exercidas

a) de forma exclusiva por servidor ocupante de cargo efetivo, e destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.
b) por servidor aposentado que retorne ao serviço público para exercer qualquer atividade diversa daquela em que
tenha se dado a aposentadoria.
c) somente por quem não possua cargo efetivo, nos limites fixados na legislação, e se destinam apenas à atividade
meio.
d) por qualquer cidadão, salvo se forem destinadas a atividades de direção ou assessoramento jurídico.

202 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

e) por pessoa natural, com ou sem vínculo com o poder público, e destinam-se a qualquer atividade — meio ou fim —
realizada na administração pública.

30. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

A respeito da remuneração dos servidores, assinale a opção correta:

a) O servidor público tem direito ao recebimento de remuneração pelo trabalho noturno em valor superior ao do
diurno.
b) Em razão do princípio da isonomia, é incabível, no serviço público, a aplicação de incentivos específicos para a
proteção do mercado de trabalho da mulher.
c) O servidor público tem direito ao recebimento do décimo terceiro salário com o acréscimo de um terço à
remuneração normal.
d) Os secretários estaduais e municipais são remunerados por subsídios acrescidos de gratificação pessoal.

e) Durante todo o tempo em que durar o trabalho no serviço público, o órgão responsável pelos pagamentos deverá
efetuar o recolhimento de FGTS do servidor.

31. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

À luz da legislação específica pertinente aos RPPSs, julgue os itens a seguir.

I - A Emenda Constitucional n.º 41/2003 prevê a possibilidade de aposentadoria do servidor aos cinquenta e três anos de
idade sem prejuízo do valor dos proventos.
II - É vedada, sem ressalva, a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadorias.

III - É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria por RPPS, ressalvadas as aposentadorias oriundas de cargos
acumuláveis.
IV - É imprescindível o exercício de vinte e cinco anos de serviço público para aposentadoria com fundamento na
Emenda Constitucional n.º 47/2005. Estão certos apenas os itens
a I e II.

b) I e III.

c) III e IV.

d) I, II e IV.

e) II, III e IV

32. (CEBRASPE – TCE/PB 2018)

No cálculo dos proventos de aposentadoria dos servidores que tenham ingressado no serviço público a partir da data de
promulgação da Emenda Constitucional n.º 41/2003, terá de ser observada a
a) limitação mínima do salário de contribuição no mesmo valor fixado para o RGPS.

b) atualização dos proventos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos
servidores em atividade.

203 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

c) totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria.

d) média aritmética simples das maiores contribuições, correspondentes a todo o período contributivo.

e) atualização das remunerações consideradas no cálculo inicial dos proventos, mês a mês, no mesmo índice fixado
para o RGPS.

33. (CEBRASPE – Técnico MPU 2018)

Divulgado o resultado final de um concurso público para o preenchimento de vagas em cargo público de natureza civil,
da administração direta federal, os aprovados foram nomeados.
Considerando essa situação hipotética e a legislação pertinente, julgue os itens a seguir:

O concurso público foi necessário porque se tratava de provimento de cargo público na administração direta, seria
dispensável se a contratação fosse para emprego público na administração indireta federal.
34. (CEBRASPE – Técnico MPU 2018)

Com a posse, os aprovados serão investidos no cargo público, mas irão adquirir estabilidade somente após três anos de
efetivo exercício.
35. (CEBRASPE – Técnico MPU 2018)

O cargo público em questão poderia ter sido criado por lei ou por decreto do presidente da República.

36. (CEBRASPE – Sefaz/RS 2018)

Com relação a agentes públicos, assinale a opção correta, considerando as disposições da Constituição Federal de 1988
(CF).
a) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário poderão ser superiores aos pagos pelo Poder
Executivo.
b) Pessoa indevidamente investida em cargo público deve ser exonerada e obrigada a devolver os recursos que tiver
recebido em razão do desempenho irregular da função.
c) O teto remuneratório previsto na CF aplica-se a agentes públicos das sociedades de economia mista que recebam
recursos do Estado para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
d) Nos casos em que a CF permite a cumulação de cargos, empregos e funções públicas, o teto remuneratório é
considerado em relação ao somatório das remunerações acumuladas.
e) A CF permite, em regra, a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
remuneração de pessoal do serviço público.

37. (CEBRASPE – TCE/PE 2017)

De acordo com a CF, é vedada a contratação de servidor público por tempo determinado.

38. (CEBRASPE – TRF 5 – Juiz 2017)

Com base no princípio da igualdade, o STF julgou constitucional a Lei das Cotas Raciais (Lei n.° 12.990/2014), que
reserva para negros o percentual de vinte por cento das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de
cargos efetivos e empregos públicos. De acordo com o STF, contudo, tal percentual abrange apenas a administração

204 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

a) direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo federal.

b) pública federal direta e indireta, no âmbito dos três Poderes.

c) pública federal, estadual, distrital e municipal, no âmbito do respectivo Poder Executivo.

d) direta do Poder Executivo federal.

e) direta e indireta do Poder Executivo federal.

39. CEBRASPE – INSS 2016

No cômputo do limite remuneratório (chamado teto constitucional), devem ser consideradas todas as parcelas
percebidas pelo agente público, incluídas as de caráter indenizatório.
40. CEBRASPE – Suframa 2014

As regras constitucionais de cumulação de vencimentos no setor público são igualmente obrigatórias nos estados e
municípios da Federação.
41. CEBRASPE – Suframa 2014

A impossibilidade de acumulação de cargos públicos é a regra geral, não obstante, a lei prevê exceções, como a
possibilidade de servidor acumular determinados cargos, independentemente de compatibilidade de horários, devendo
ser observado apenas o limite máximo de oitenta horas de trabalho semanal.
42. CEBRASPE – MPTCDF 2013

Orienta-se a jurisprudência firmada pelo STF no sentido de que a Lei de Responsabilidade Fiscal, ao fixar os limites de
despesas com pessoal dos entes públicos, pode servir de fundamento para elidir o direito dos servidores públicos a
vantagem já assegurada por lei.
43. CEBRASPE – MIN 2013

Os direitos do servidor público estão consagrados, em geral, na Constituição Federal de 1988 (CF), podendo as
constituições dos estados e as leis estaduais e municipais ampliá-los.
44. CEBRASPE – TRF5 2013

Acerca do novo regime de previdência complementar para os servidores públicos federais titulares de cargo efetivo,
assinale a opção correta.
a) A FUNPRESP-EXE, a FUNPRESP-LEG e a FUNPRESP-JUD devem ser criadas pela União no prazo de cento e oitenta
dias, contado da publicação da lei que as instituiu, e iniciar suas atividades em até duzentos e quarenta dias após a
publicação da autorização de funcionamento concedida pelo órgão fiscalizador, configurando o descumprimento
injustificado de tais prazos a prática de ato de improbidade administrativa.
b) A competência exercida pelo órgão fiscalizador exime os patrocinadores da responsabilidade pela supervisão e
fiscalização sistemática das atividades das entidades fechadas de previdência complementar.
c) Competem ao TCU a supervisão e a fiscalização dos planos de benefícios da FUNPRESP-EXE, da FUNPRESP-LEG e
da FUNPRESP-JUD.
d) O regime jurídico de pessoal das entidades fechadas de previdência complementar é o estatutário.

e) Além da sujeição às normas de direito público que decorram de sua instituição pela União como fundação de direito
público, integrante da administração indireta, a natureza pública das entidades fechadas de previdência complementar

205 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

implica submissão à legislação federal sobre licitação e contratos administrativos, realização de concurso público para a
contratação de pessoal, no caso de empregos permanentes, ou de processo seletivo simplificado, em caso de contrato
temporário, e publicação anual, na imprensa oficial ou em sítio oficial da administração pública, certificado
digitalmente por autoridade para esse fim credenciada no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-
Brasil), de seus demonstrativos contábeis, atuariais, financeiros e de benefícios, sem prejuízo do fornecimento de
informações aos participantes e assistidos dos planos de benefícios e ao órgão fiscalizador.

45. CEBRASPE – CNJ 2013

O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível, salvo nos casos de
calamidade pública ou guerra externa.

46. (CEBRASPE – TRE/MS 2013)

Maria, servidora pública federal, foi eleita para o cargo eletivo de vereadora do município de seu estado natal, cidade
onde já exerce cargo efetivo.
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta sobre a situação funcional de Maria à luz do que prevê a
Lei n.º 8.112/1990.
a) Maria deverá necessariamente optar pela remuneração do cargo efetivo.

b) Maria terá que pedir exoneração, visto que os referidos cargos são inacumuláveis.

c) Caso Maria seja transferida de ofício para outro estado, ela deverá renunciar ao mandato de vereadora ou pedir
exoneração do cargo efetivo.
d) Se houver compatibilidade de horário, Maria poderá receber as vantagens de seu cargo cumuladas com a
remuneração do cargo de vereadora.
e) Ao ser diplomada em cargo de mandado eletivo, Maria ficará automaticamente afastada do cargo efetivo.

47. (CEBRASPE – Ministério da Justiça 2013)

Conforme preceito legal, uma servidora do Ministério da Justiça com sessenta e cinco anos de idade poderá ser
aposentada compulsoriamente.
48. (CEBRASPE – MPU 2013)

É permitida a acumulação remunerada de cargo de professor de universidade pública estadual com o de procurador da
República, ainda que não haja compatibilidade de horários.
49. (CEBRASPE – MIN 2013)

A ausência de previsão de acesso de estrangeiros a cargos públicos coaduna-se com a política de soberania do Estado
brasileiro, que restringe as funções públicas aos brasileiros que gozam de direitos políticos.
50. (CEBRASPE – TRT10 2013)

A acumulação lícita de cargos públicos por parte do servidor é condicionada à demonstração de compatibilidade de
horários.
51. (CEBRASPE – MPTCE/PB 2014)

206 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Em relação aos agentes públicos, assinale a opção correta.

a) Aos servidores ocupantes, exclusivamente, de cargo em comissão aplica-se o mesmo regime de previdência dos
servidores de cargos efetivos do mesmo ente federativo.
b) De acordo com o princípio da segurança jurídica, ao servidor público é garantido o direito adquirido quanto ao
regime jurídico-funcional pertinente à composição de seus vencimentos ou à permanência do regime legal de reajuste
de vantagem.
c) É permitida a acumulação de três cargos públicos de professor.

d) O militar é considerado agente público para efeito da Lei de Improbidade Administrativa. Todavia, não é
considerado servidor público para efeito de regime jurídico.
e) A proibição de acumulação de cargos públicos não se estende aos empregados das sociedades de economia mista,
mas é uma vedação constitucional que se aplica aos empregados das empresas públicas.

52. (CEBRASPE – MPE/AC 2014)

A respeito dos agentes públicos e da improbidade administrativa, assinale a opção correta.

a) A regra da aposentadoria compulsória por idade aplica-se ao servidor público que ocupe exclusivamente cargo em
comissão.
b) Segundo entendimento do STJ, não configura ato de improbidade administrativa a conduta de professor da rede
pública de ensino que, aproveitando-se dessa condição, assedie sexualmente seus alunos.
c) Os candidatos com a deficiência denominada pé torto congênito bilateral não têm direito a concorrer às vagas em
concurso público reservadas às pessoas com deficiência, pois, segundo o STJ, tal anomalia constitui mero problema
estético, que não produz dificuldade para o desempenho de funções.
d) Caso se determine, no edital de concurso, que as comunicações com os candidatos devam ocorrer unicamente por
meio da imprensa oficial, é possível exigir que o candidato acompanhe diariamente, no diário oficial, qualquer
referência ao seu nome durante a vigência do concurso.
e) Ao servidor público é garantido o direito ao recebimento de auxílio-alimentação no período de férias.

53. (CEBRASPE – TRT5 2013)

No que se refere ao servidor público e ao ato administrativo, assinale a opção correta de acordo com a CF, a
jurisprudência dos tribunais superiores e a doutrina.
a) Segundo o STJ, ressalvadas as hipóteses constitucionais de acumulação de proventos de aposentadoria, não é mais
possível, após o advento da Emenda Constitucional n.º 20/1998, a cumulação de mais de uma aposentadoria à conta do
regime próprio de previdência, salvo se o ingresso do servidor no cargo em que obteve a segunda aposentação tenha
ocorrido antes da referida emenda.
b) Salvo nos casos previstos na CF, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de
vantagem de servidor público ou de empregado nem ser substituído por decisão judicial.
c) O ato administrativo simples deriva da manifestação de vontade ou declaração jurídica de apenas um órgão, sendo
possível, portanto, apenas na forma singular.
d) A expressa previsão editalícia de que serão providas, além das vagas previstas no edital, outras que vierem a existir
durante o prazo de validade do certame não confere direito líquido e certo à nomeação ao candidato aprovado fora das

207 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

vagas originalmente determinadas, mas dentro das surgidas no decurso do prazo de validade do concurso.
e) Cabe mandado de segurança para a revisão de penalidade imposta em processo administrativo disciplinar sob o
argumento de ofensa ao princípio da proporcionalidade.

54. (CEBRASPE – TRF2 2013)

A respeito de servidores públicos federais, regimes jurídicos e previdenciários e processo administrativo e disciplinar,
assinale a opção correta.
a) Na administração pública direta, é possível estabelecer regimes jurídicos diversos no mesmo órgão, ou seja,
regimes celetista e estatutário, sendo que, para isso, a lei deverá observar a natureza, o grau de responsabilidade e
complexidade dos cargos.
b) Salvo disposição legal, será de dez dias o prazo para a interposição de recurso administrativo, contado a partir da
intimação ou divulgação oficial da decisão recorrida.
c) Conforme dispõe a lei pertinente, o regime jurídico de pessoal das entidades fechadas de previdência
complementar será o regime celetista.
d) É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando, havendo compatibilidade de horários,
caracterizar-se uma das seguintes situações: dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde; dois cargos
de professor; ou um cargo de professor com outro de natureza técnica ou científica.

208 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

Gabarito

1. C

2. D

3. B

4. Certo

5. D

6. E

7. Errado

8. Certo

9. B

10. B

11. B

12. B

13. Errado

14. Certo

15. Errado

16. Certo

17. Errado

18. Errado

19. Certo

20. Errado

21. Certo

22. Certo

23. E

209 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

24. Errado

25. E

26. C

27. Errado

28. Errado

29. A

30. A

31. C

32. E

33. Errado

34. Certo

35. Errado

36. C

37. Errado

38. B

39. Errado

40. Certo

41. Errado

42. Errado

43. Certo

44. A

45. Errado

46. D

47. Errado

48. Errado

49. Errado

50. Certo

51. D

210 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br


Prof. Erick Alves
Noções de Direito Administrativo para Agente da Polícia Fede...
Aula 6: Agentes Públicos. Disposições dou...

52. E

53. B

54. C

211 de 211 | www.direcaoconcursos.com.br

Você também pode gostar