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I YA M I N O S H O R O N G A

Awon tunlaye ( As Donas do Mundo)

Chief Oluo iIfayemi Alaara

Chief Oluo Ifayemi Alaara


Copyright © 2023 Chief Oluo Ifayemi Alaara

All rights reserved

The characters and events portrayed in this book are fictitious. Any similarity to real persons, living or
dead, is coincidental and not intended by the author.

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permission of the publisher.

ISBN-13: 9781234567890
ISBN-10: 1477123456

Cover design by: Art Painter


Library of Congress Control Number: 2018675309
Printed in the United States of America
CONTENTS

Title Page
Copyright
CULTO A MÃE DEUSA
O QUE É ÒSÒRÒNGÁ?
O QUE É ÌYÁÀMI?
O QUE É ÒSÒ?
ÈLÈYÉ
ARÀJÈ
CONHECENDO AINDA MAIS A FORÇA ÀJÈ
INICIAÇÃO NO CULTO DE ÌYÁÀMI
O SEGREDO É A ALMA DO PODER FEMININO
IGUN - ABUTRE
SEPARANDO O RITUAL DO MITO CULTURAL
ISH’ÀJÈ
AWO ÌYÁÀMI
AS BRUXAS NA TRADIÇÃO YORUBA
O CULTO TRADICIONAL À ÌYÁÀMI ÒSÒRÒNGÁ
O PODER DIVINO INERENTE AS MULHERES
O QUE É ÌYÁÀMI-ÀGBÀ?
DESMISTIFICANDO O CULTO ÌYÁÀMI-ÒSÒRÒNGÁ
Yoruba são forças que possuem forma humanóide com penas, e nunca é
representado em
A SOCIEDADE ÒSÓRÒNGÁ
EGBÉ GÈLÈDÈ
ORGANIZAÇÃO EM UM EGBÉ GÈLÈDÈ
CONCEITO DA SOCIEDADE GÈLÈDÈ
ÈFÉ-GÈLÈDÉ
A RELAÇÃO DOS ORISA COM ÒSÒRÒNGÁ (ÀJÈ):
Ì TÒ N - Ì Y Á À M Ì
ÒDU, A ESPOSA SECRETA DE ÒRÚNMILÁ
MITO DA CRIAÇÃO
A MANIFESTAÇÃO DE ALGUNS ORISA IYAGBA
AJOGUN
A DUALIDADE DE ÀJÈ
EWE-IFÀ
ESO
IRIN – METAIS
OTI-ÓLÒJÉ ou OTIN-ÈBÒ
OYIN
EPO
AGOGO ou AJARIN
ÈWÒ ÌYÁÀMI
ÒJÒ ÌYÁÀMI
ÒRÌKI ÌYÁÀMI ÒSÒRÒNGÀ
Cânticos de Ìyáàmi Òsòròngá
AWORO-ELEGAN-ÌYÁNIFÁ
ÌYÁNIFÁ
OGBESÁ
O PAPEL DA ÌYÁNIFÁ
OS TÍTULOS DE ÌYÁNIFÁ
A PROIBIÇÃO DA MULHER EXECUTAR SACRIFICIO DE ANIMAIS.
AWO EDE IFÁ
CULTO A MÃE DEUSA

em sombra de dúvida, a mulher e o seu Poder são um dos Mitos mais


S profundos da
história humana. Principalmente, por serem detentoras de uma força
misteriosa, benéfica ou
destruidora. Na diáspora, até nos dias de hoje, o mito feminino é cercado de
medo,
provocando, no ocidente, muitos equívocos referentes à forma de cultuar a
coletividade dos
poderes femininos, chamados de ÀJÈ (adjé). Irrevogavelmente, o Poder da
mulher, em todas
as culturas do planeta, sempre foi reverenciado e, portanto, muito temido. Se
olhássemos para
trás alcançaríamos as análises bem específicas do desempenho da mulher e os
cultos
originados através de seus poderes. Isso principalmente nas culturas
africanas, e se
pudéssemos ainda voltar, para ouvir dentro de nós, ouviríamos a VOZ do
Poder da Fêmea
Universal, e escutaríamos, possivelmente, algo bem próximo a isto:
Meu culto é existente desde antes da Idade da Pedra.
Na forma centralizada de um grande culto à fertilidade.
No inicio da existência, quando os seres humanos davam seus primeiros
passos para evolução sobre as
planícies intocadas do planeta. Eu, ÌYÁÀMI, estava lá também.
O tempo passou... passou... passou, e os homens desceram das planícies e
foram construir suas
cidades, ao passo que eu, abstratamente, fui com eles. Eles me cultuaram na
Babilônia, onde fui
adorada e chamada de ISTHAR. Já no terceiro milênio, antes de Cristo, os
homens me evocavam de
tal maneira, com sabedoria que o meu Poder era apaziguado e, minha força,
então, podia ser detida.
Como poder feminino, gerei muitos filhos (seres humanos), mais de cem ao
dia. No Egito fui amada
com o nome de NEITH. Apreciada como a mais velha e a mais sábia das
Divindades, sempre à frente
das artes úteis. Contemplada no céu noturno que se arqueava sobre a Terra,
formando com as minhas
mãos e os meus pés, as portas da Vida e da Morte. Por isso fui também
cultuada principalmente em
seus cultos fúnebres. Como Guerreira protetora de seus mortos, eu era
associada à vida e a morte.
Como a principal representante de DEUS, para os Egípcios, Eu era uma
totalidade do Supremo.
Posteriormente, fui relacionada à ÍSIS, por ser Ela, uma deusa da beleza e
fertilidade. Entre os
Hebreus fui chamada de ASTARTE. Na Frígia apareci como CIBELE (a
guerreira caçadora
possuidora dos 09 fogos), indicando a fertilidade. Na Grécia recebi o nome
de REA, GEA e
DEMETER, por ser sempre densa, profunda, misteriosa e escura (TERRA).
Senhora do mundo
inferior, no sentido horizontal das profundezas da terra, por isso, fui
relacionada também à Morte. Meu
ventre terreno e magnético, que guarda os mortos, numa eterna restituição.
Meu ventre é também o
centro da fertilidade de onde a vida emana. Por isso, sou como labirinto, que
significa entrar no ventre
para encontrar a morte, e dele, tal qual, o grão de trigo gloriosamente brota.
Na Grécia, sou chamada
de LAMIA, amada e alimentada por homens e seus filhos homens. Como
Deusa Celta, fui chamada
de ANNIS, e meu culto alcançou a Europa. Porém, a forma que mais fui
conhecida e meu culto se
desenvolveu, foi como Mãe-Negra (Densa Terra). Fui cultuada na cultura
Cretense-Egéia, onde Eu
era Òrìginariamente, venerada em grutas e cujos sacerdotes eram mulheres.
Na verdade, Eu era, sou e
sempre serei Ìyáàmi Èlèyé (Senhora do Pássaro), mulher de instinto animal,
venerada nas montanhas.
Como em várias culturas, fui comparada como a Mãe Animal de seios
sempre descobertos, que
amamenta seus filhotes, como a cabra, vaca, leitoa, etc. Como indicam as
vestes de peles e as roupas
das sacerdotisas que sempre apareciam diante de meu altar com seus seios
descobertos.
Em algumas culturas, Eu tinha nas costas incisões com linhas verticais que
lembravam penas da cauda
dos pássaros. Em outras culturas, uma pequena estatueta, na qual, Eu era
representada com uma
criança em meu colo, às vezes com cabeça de cobra ou com uma serpente
sobre a minha cabeça.
Na Suméria fui cultuada como INANNA, popularíssima força de dupla
personalidade: Eu era Tida de
manhã como uma valorosa mulher, "Senhora Guerreira", a deusa de muitos
heróis, e de noite, Eu era a
deusa da fertilidade, dos prazeres e do amor, fertilizando as sementes na terra,
como também o próprio
homem. Por isso, fui chamada de DIVINDADE DECAÍDA1
, isso, por meus vários aspectos e

1Divindade Decaída: Uma referência à posição horizontal da Terra, a metade


inferior da cabaça (o útero mítico), a
posição da mulher quando recebe o seu homem sobre si, controlada/detida, na
finalidade de ser fecundada e possibilitá-la
produzir vidas e povoar a terra.
características, por Eu ser força (energia), contida em todas as mulheres do
mundo, por isso, sou a
Força que não é subordinada a um só homem, mas a vários. Fato que minhas
sacerdotisas,
respeitávelmente, representam de forma figurativa as "sagradas prostitutas",
por não pertencerem a
um, e sim, a todos os homens (Õrìsà’s Masculinos), sem distinção. Assim, eu
possuo múltiplos
ventres, pois sou Eu, o ventre principal (Mãe Terra), na qual, todas as minhas
sacerdotisas,
sobrenaturalmente, se transformam e ganham distinções. Esta era a
necessidade que a humanidade
tinha de conciliar sexualidade e religião, como me cultuavam nos primórdios,
me integrando ao poder
dos opostos. Regressando-me ao primeiro plano da consciência coletiva para
lhes assegurar a queda
da rigidez patriarcal. Em Roma, sou apaziguada pelo terrível festival de
LEMÚRIA2
, com suas
cerimônias de deificação aos seus mortos. Minhas equivalentes romanas são
TELLUS, CERES e
MAIA. O medo dos homens ainda é imenso, eles acham que sou culpada de
suas fraquezas e até por
suas incapacidades. Assim, eles abençoavam e ainda abençoam as espadas,
com as quais matam uns
aos outros, e eu, por minha empatia, as sinto atravessarem em minha
garganta. Figurativamente eles
me submergem nas águas, me cremam e espalham minhas cinzas ao vento.
Eles extraem meu coração
e cozinham com vinagre. Selam em minha sepultura quente, com pétalas de
rosas, arroz e ferro,
tentando me destruir, e Eu, sempre acabo voltando. Ao redor do mundo eu
sempre volto. Nas
planícies inglesas, onde os primeiros Anglo-saxões escreveram poesia sobre
mim, eles me amaram e
ainda me amam, ao seu modo particular e secreto. Eu também os Amo do
meu modo! Sou sempre
amada e temida. Os Japoneses me chamam de HANNYA, temendo minha
boca e meu andar. Seus
homens, jovens e macios, se escondem e tremem diante de minha presença,
mas eu sinto seu sangue
pulsar, quando os revelo meus lábios. Entretanto, os Mexicanos, me chamam
de LA-LORONA (A
Chorona), por Eu ser a força do jorro menstrual em minhas filhas,
possibilitando nascer em todo
mundo, milhões de seres. Ao mesmo tempo, abundantemente, como o choro
das águas nas cachoeiras.
Na Índia fui chamada de RAKSHASI, tão bela e terrível, cultuada, amada e
temida pelos homens
aqui, como em qualquer lugar. Eu existo muito antes das tribos. E, o medo
dos homens de dizerem o
Meu Nome já é passado, como um grito herdado de pai para filho, século a
século. Eu, sempre,
aparentemente, tenho uma função para com eles, suas estranhas sociedades
são constituídas e firmadas
sob uma ameaça imaginaria, o que me faz ser, cuidadosamente, colocada
além das luzes de suas
tochas. Evolutivamente, enquanto suas tochas se transformam em lampiões, e
seus lampiões se
transformam em luz néon, sua pequena casa de medo honrado (consciência),
permanece intocável.
Hoje, eles até acham que me conhecem profundamente, mas apesar de Eu
possuir, muitos
nomes, sou única! E eles, nem conseguem considerar tal fato.
Lemuria ou Lemuralia era o nome de um festival da Roma Antiga celebrado
nos dias 9, 11 e 13 de Maio. O seu
objectivo era apaziguar os espíritos dos mortos que se acreditava rondarem
pelas casas.
Por tantos outros Povos, eu, ÌYÁÀMI, singularmente sou chamada de tantos
nomes diferentes, como
exemplo:

ÒSÒRÓNGÀ - ANANANGEL – CIVATATEO – SWAWMX –


TALAMAUR – YEMOWO

– UPYR – EGA EPONA – DIANNA – HARPIES – CIBELLE –


IYANILÈ – AZERI – IYABUKU –
NANKUAGBA – IYANLÀ – IYELALA – IYAMASE – ÌYÁÀMI-
ÀJÈ – ÈLÈYÉ – MAWÙ – ÒDU –

DULOGBOJE e centenas de outros nomes já citados anteriormente.


Ò Mas todos para mim significam
―quase que a mesma coisaǁ. Os nomes não dizem nada do que penso
ou do que sinto. Sou quase
sempre, uma coisa a ser deturpada, caçada e metaforicamente morta. Coisa
que os seres humanos
fazem, quando suas mentes vazias requerem algo negro, sujo, nas suas
fantasias, principalmente
sexuais. Assim me desonram, fazendo comigo, o mesmo que fazem com
minhas físicas Filhas, as
quais, através delas, me transformam em objeto de seus prazeres e maus-
tratos. Ainda assim, sou
Divindade decaída. Portanto, sou a estrutura terrestre, a base da humanidade,
sustentando seus pés,
amparo suas almas e guardo seus corpos em minha residência (útero). Ainda
assim, sou a estrutura
terrestre e propicio à vida. Sou eu quem fornece abundância e riquezas para
os homens. ―Por todos os
meus poderosos atributos, sou a MÃE UNIVERSAL, chamada pelos Yorubà
ODÙWA, e para os Fons
MAWU, e ÕSÕRÓNGÀ para outrosǁ. O culto à Grande Deusa é muito
anterior à escrita e
encontramos pinturas rupestres que mostram bisões, cavalos, ursos, veados e
dezenas de outros
animais. São centrais nos rituais de caça, expressando agradecimento aos
animais sagrados que
constituem poderosa fonte de vida, a própria energia vital de quem o ingere.
Nesse estágio, eram
freqüentes também representações da Grande Deusa como Senhora dos
animais (com seus animais
sagrados), como a Deusa mãe coruja, ou como Madona com seu filho ao
colo.
O QUE É ÒSÒRÒNGÁ?
ÒSÒRÒNGÁ, palavra que designa à sociedade onde todas as forças
femininas são cultuadas
em uma coletividade. Nessa coletividade podemos encontrar Ìyáàmì-Àjè com
o núcleo, a qual
gera uma extrema força que interliga todos os atributos sobrenaturais e
impessoais,
exclusivamente femininos, catalisadora de energia, tanto positiva como
negativa. Portanto, a
palavra Òsóròngá além de dar nome à uma sociedade, se tornou também o
nome
extremamente respeitável de referência à Ìyáàmi.
O QUE É ÌYÁÀMI?
Ìyáàmi significa: Minha mãe! Mas esse significado foi deturpado, e hoje, Ela
é mais
conhecida por Àjé: Aquela que mata e come o próprio filho ou castiga através
dos poderes da
bruxaria e da feitiçaria. Uma visão torpe promovida por pessoas que gostam
de apavorar os
outros com histórias macabras. Soma-se, a isto, a ideia de querer atribuir aos
povos negros
costumes e pensamentos que pertencem a outras culturas. Pois, à princípio a
palavra Àjé é
sinônimo de encanto, numa contração da palavra Àya-Àjé que significa:
Mulher Encantadora.
Mas, até então, o que tem prevalecido é que Ìyáàmi seja realmente uma
―bruxa malvada, uma
feiticeira terrível!ǁ O que demonstra verdadeira falta de entendimento sobre
os costumes e os
pensamentos corretos de um povo que, atribuem à Ìyáàmi (Mãe da Vida), e a
mulher, o poder
de atrair o espermatozoide ao óvulo para transformá-lo em Ser Humano. Mas,
afinal, o que
significa ser Humano? Sabemos que por ai existe gente que é apenas gente!
Aquele que não
possui Alma e que só nasceu para contrabalançar o equlibrio na natureza! De
forma, que
chamar certas pessoas de Ser Humano é errado! Pois, para se tornar um Ser
Humano é
preciso alcançar a luz interior, ter o alinhamento perfeito entre a consciência
e o coração, de
forma que esteja completamente voltado para o bem. O nome disso é amor! E
o único amor
verdadeiro que há Terra é o amor de mãe!
• Ìyáàmi é Luz! Ìyáàmi é Amor! Ìyáàmi é a Vida!
Ìyáàmi sendo Luz pode dominar as Trevas que de certa forma também é
Iluminação, haja
visto que, é o peso da Luz carregada pelas Trevas que atribui a Ìyáàmi, Mãe
da Vida, o
domínio sobre a Morte.
Na vida, o filho que não respeita a ―mãeǁ morre primeiro. O homem que não
valoriza a
mulher sempre acaba na ―misériaǁ, doente e sem ninguém para ajudá-lo. A
mulher ainda que
não seja ―mãeǁ é uma divindade viva! Embora alguns filhos achem que
podem subjugar suas
mães, cometem com isso o maior erro, pois estão destruindo as suas origens.
O homem que
maltrata a mulher estampa na ―caraǁ a fraqueza e a inveja.
Há na mulher uma ―partícula divinaǁ que não permite indelicadezas. Mesmo
que ela não
tenha consciência disso, essa ―partículaǁ reage em sua defesa e torna a vida
do incauto um
verdadeiro inferno, onde tudo na vida do sujeito parece um feitiço preparado
para causar-lhe a
má sorte, todavia, é somente o Poder de Ìyámi inserido na mulher. Por causa
desse fenômeno
dão a Ìyáàmi e as mulheres a alcunha de ―Bruxas Másǁ, uma visão
equivocada daqueles que
não buscam compreender os mistérios da ―Alma Femininaǁ. Através da
observação cuidadosa
sobre os costumes do povo Yoruba, podemos perceber de imediato a ternura
peculiar que os
Yorúbá(s) demonstram às Mães Ancestrais, Ìyáàmi, somente porque se trata
de um Culto de
―genteǁ, onde, as mulheres, em todos os sentidos ocupam o lugar de
destaque. Também, seria
válido que os filhos ingratos lançassem os olhares sobre a maneira respeitosa
que os filhos
Yorùbá(s) tratam suas Mães Biológicas ―apenas porque lhes proporcionam a
continuidade da
vida através dos nascimentos e dos renascimentosǁ.
Notariam, também, que os filhos Yorùbá(s) não querem saber se suas mães
podem
proporcionar algo a mais aos filhos - têm a vida como a doação mais
importante, e ponto.
Em termos sagrados, a palavra Ìyáàmi significa: “Minha Poderosa Mãe”,
designando a
condição de Anciã, força sobrenatural dignamente
venerável/respeitável/poderosa. Ao passo
que a palavra Ìyáàmi-Agba significa: ―Minha Mãe Ancestralǁ, designando
uma mulher
falecida, que enquanto viva, foi muito sábia por sua grande experiência
adquirida no decorrer
da sua vida, àquelas que se tornaram mulheres fortes, líderes, corajosas,
dominadoras,
generosas, protetoras, bondosas, muito éticas, castas, honestas, soberanas,
justas, pacientes,
tranqüilas, tolerantes e direcionadas, conseqüentemente poderosas na arte da
magia por
conhecimento investigativo e sentido. Por isso, as grandes Mães são
chamadas de Ìyáàmi.
Em termo sobre-humano, Ìyáàmi-Àjè designa uma esfera de força
sobrenatural que pode se
tornar agressiva diente de erros, e, é dessa mesma forma que a mãe natureza
se manifesta
caóticamente provocando catástrofes, escassez, doenças contagiosas, graves
prejuízos,
dificuldades de sobrevivência, bloqueios variados, injustiças e até morte.
Em termos espiritualistas, uma vez que ninguém as conhece, por seus nomes,
as forças IbiÀjè representam na mente humana o aspecto mais sombrio das
coisas. Ao mesmo tempo, por
outro lado, as Ìyáàmi são capazes de realizar grandes feitos quando
devidamente apaziguadas.
Podendo se usar o poder em favor próprio, muito embora, não é
recomendável o contato
aleatório, ou seja, sem a devida legitimação/autoridade e conhecimento pleno
com as mesmas.
Em termos humanos, a palavra Aràjè, designa àquelas mulheres feiticeiras
terríveis
(inimigas), malévolas, perigosas, invejosas, fofoqueiras, mentirosas, falsas e
destrutivas; as
mesmas são também chamadas também de Àjèburu (aquelas que detêm
comportamentos
destrutivos manifestados pela inveja, ciúme, avareza e todos os tipo de
ambição pelo poder).
Assim, tais pessoas efetivam o caos na vida dos seus mais próximos,
resultando em
sofrimentos, fome, descontrole na vida e desequilíbrio emocionais,
provenientes dos mais
variados tipos de feitiços/feitiçarias.
O poder divino de Ìyáàmi é atribuído às mulheres anciãs em período da
menopausa, mas
pensa-se, que em certos casos, ele pode pertencer igualmente à moças muito
jovens, que o
recebem como herança de sua Mãe ou de uma de suas Avós. Portanto,
considera-se
corriqueiramente, que Àjè (poder encantador) são todas as mulheres
detentoras de força
encantadora ou espiritual. Tal força é substancialmente inerente em todas as
mulheres. Poder
este, muito respeitado e reverenciado na cultura Yoruba, onde as Mulheres
são tão poderosas,
que ao mesmo tempo, em que elas são temidas, são também veneradas,
protegidas e amadas.
Todas as mulheres corajosas, poderosas e com uma vida espiritual ativa,
estão naturalmente
interligadas ao poder Àjè, se tornando criativa ou destrutiva, da maneira que
escolher. Mas, na
verdade, as ÌYÁÀMI são Mães que carregam consigo forças sobrenaturais,
capazes de
efetivamente controlar a fertilidade, a vida, a prosperidade e a morte, em
todos os níveis para
provê o reequilíbrio.
Em si, tanto a própria força Àjè da natureza, como as mulheres Aràjè
(inimigas), têm a
capacidade para destruir indivíduos ou comunidades inteiras, por isso, todos
os espíritos
femininos, falecidos ou vivos, são chamados de Ìyáàmi.
11
Uma mulher de qualquer idade pode também adquirir algum Poder
voluntariamente ou sem
que o saiba, depois de um trabalho feito por alguma Ìyáàmi empenhada em
torná-la, parte do
séquito. Geralmente, o poder Àjè, mal usado por uma mulher, pode lhe tornar
negativamente
muito tenaz e vingativa (bruxa), que quase sempre ataca em segredo. O que
se torna muito
perigoso, apontar/acusar uma Aràjè, ou em voz alta dizer o nome de um
Espírito que atua sob
a força Àjè, pois ambas ouvem e se aproxima pra ver quem fala e como falam
delas, trazendo
sua influência.
O QUE É ÒSÒ?
Na sociedade Òsòróngà existem também homens que desenvolvem a prática
da feitiçaria ou
se empenham para ter o conhecimento profundo sobre fórmulas e formas
usadas como
bruxaria. Onde são chamados de Ôshô, porém os homens seriam
infinitamente menos
virulentos e cruéis que as mulheres Àrajè (feiticeiras). Ao que se dizem
ambos são capazes de
curar, proteger, cuidar ou matar, ferir e devorar a vida de seus inimigos, mas
eticamente os
homens Oshô jamais atacam os membros de sua própria família, enquanto
uma Aràjè
desalinhada não hesita em matar até os seus próprios filhos.
ÈLÈYÉ

LÈYÉ é a palavra mais usada na liturgia, a qual direta e freqüentemente


È denomina as
Ìyáàmi-Àjè como donas dos pássaros. O pássaro é o principal ícone
representativo do poder
da ―feiticeiraǁ, portanto, é recebendo-o que uma mulher se torna uma
Ìyáàmi-Àjè (Mãe
possuidora de poder sobrenatural). É simultaneamente que o Espírito da
mulher sai do corpo
patra se unir com o Pássaro (sobrenatural), e juntos vão fazer os seus
trabalhos benéficos ou
maléficos, dependendo da moral do praticante. De forma que durante as suas
expedições, o
corpo da ―Feiticeira (o)ǁ permanece imóvel em sua casa, ou seja, ela fica
inerte (dormindo) na
cama até o momento que seu espírito retorna com a Ave sobrenatural (poder).
Para combater
uma Aràjè, bastaria, ao que se diz, esfregar pasta de pimenta em seu corpo,
deitado e indefeso.
E assim que o espírito voltasse, não poderia mais ocupar o corpo maculado
por seu interdito,
isso mitologicamente.
Ìyáàmi sempre é figurada como uma mulher que possui uma cabaça, na qual
contém o
seu pássaro sagrado (poder), chamado Aragamago. O objetivo do Pássaro é o
que conduz o
Espírito de uma ―Feiticeiraǁ, até seus destinos. Citemos um Ofo-Ìyáàmi-Àjè.
Aragamago pássaro bonito e elegante,
Pousa suave e silenciosamente nos tetos das casas.
Se a pessoa diz que é para matar, eles matam,
Se a pessoa o ordena para devorar os intestinos de alguém, eles devoram.
Este pássaro envia pesadelos, fraqueza no corpo, doenças, dor de barriga,
leva embora os olhos, a visão, devora a mente e provoca loucura, ele devora
os pulmões das
pessoas. Produz dores de cabeça e febre, não deixa que as mulheres
engravidem e não deixa as
grávidas darem à luz.
ARÀJÈ
Miticamente, havia um grupo de oito Àjè, elas costumavam se reunir e
beberem juntas
o sangue de suas vítimas, que podia ser desde um Pombo até um quadrúpede.
Em qualquer
reunião, toda Àjè deveria levar uma vítima viva ou o sangue da mesma
contida em uma
cabaça. Mas, elas tinham e ainda tem seus protegidos, de forma que uma
Feiticeira jamais
pode atacar os protegidos de uma outra feiticeira, isso considerado em todos
os sentidos.
Em um Iton-Ifá do Odù Òsá-Meji diz, conta que Àjè está sempre
encolerizada, irada,
pronta para destruir os seres humanos. Isso se refere à agressividade natural
do poder gerador
de tudo, bem incutido naturalmente no ímpeto de toda mulher. Mas se
tratando de Àjè, como
externa força impessoal, a mesma está sempre pronta a descarregar a sua ira,
contra qualquer
pessoa que quebre os seus tabus, seja infringir as leis da natureza ou
transgredir a ética de
tudo que é sagrado. Mas, por outro lado, a simbiose entre a força Àjè e a
mulher, faz da
mesma está sempre aborrecida, sendo ela maltratada ou não, esteja em
companhia numerosa
ou solitária, quer fale bem ou mal dela, ou até mesmo, que não se fale,
ficando assim num
esquecimento desprovido de glória. Portanto, tudo é pretexto para que uma
pessoa Àjè se
sinta ofendida à uma forte hostilidade.
CONHECENDO AINDA
MAIS A FORÇA ÀJÈ
Àjè é a fonte geradora do bem e do mal. À medida que uma força vai se
intensificando
e chega ao ponto de se tornar extrema, torna-se capaz de gerar todo tipo de
desequlibrio... Da
mesma forma que ocorre na natureza, também acontece na vida comum dos
seres humanos,
quando possivelmente ocorre: 1º- Perturbações espirituais, desequilíbrio
mental, insatisfações,
desgosto que pode conduzir à algum tipo de vício ou corrupção do caráter. 2º-
Má sorte no
amor, separação conjugal, litígios. 3º- Dificuldade financeira até miséria total.
4ºEnfermidades, doenças crônicas, infertilidade. 5º- Inimizades, gerras,
disputas, litígios,
perversidades, bruxarias, feitiçaria (inveja, fofoca, mentiras etc). De uma
forma ou de outra,
todos esses tipos de eventos tem uma origem, muito peculirar, através do mau
comportamento
do próprio ser humano. É então, que a força ÀJÈ, em contratempo, vai se
intensificando e
gerando um ou vários AJOGUN (forças inimigas dos seres humanos), numa
finalidade de
perfazer o reajuste na natural ou no caráter do ser humano, e assim seguem
com o propósito
de exterminar o que não mais serve para a natureza. A função dos Ajogun é
desajustar,
desarticular, tudo que já se encontra em desajuste, muito naturalmente,
atacando o ser humano
de forma bem objetiva e insensível.
Em termo dimensional, a força ÀJÈ por ser muito poderosa, para justificar a
sua turbelenciamorbo, chega ser implacável, instituindo ―proibiçõesǁ aos
seres humanos. Assim, Àjè não
facilita nada à ninguém, principalmente à conhecê-la facilmente ou
instintivamente, pois só
assim, ela afirmará que os homens transgridem as leis da vida, e então poderá
puni-los com o
seu máximo rigor, mesmo que as proibições não cheguem a ser violadas.
Por outro prisma, Àjè fica ofendida se alguém leva uma vida muito virtuosa,
muito feliz nos
negócios, se alguém junta uma soma considerável de fortuna ou se uma
pessoa é por demais
bela, agradável, se esteja gozando de muito boa saúde ou se tem muitos filhos
etc.
Significando que Àjè é a força justiceira no universo, não aceitando que uns
tenham mais e
outros menos. É por isso, que todos nós, principalmente quando estamos
gozando de algum
tipo de benefício, vindo naturalmente, devemos sempre aplacar/apaziguar a
força Àjè, através
de Ifá. Pois é somente através de Ifá, a sabedoria divina, que se torna possível
conhecer e
aplacar uma eventual manifestação destrutiva no culto à Ìyáàmi-Òsóròngá e
Èsù, sempre com
oferendas executadas de forma secreta e corretas. Por isso, é preciso muito
cuidado com
qualquer tipo de excesso, seja bom ou mal. E, é somente através de
Òrúnmilá-Ifá, que se
consegue no máximo apaziguar a força Àjè, consequentemente
conseguiremos paralizar as
manifestações dos Ajogun (os agentes do mal). Portanto, devemos sempre
nos prevenir em
não ser negliegentes com as Ìyáàmì, principalmente quando estamos gozando
de boa saúde,
prosperidade, sucesso e qualquer outro tipo de beneficio, a fim de não
permitirmos que as
coisas boas se acabem repentinamente.
Nota: Enigmaticamente, Àjè é a manifestação de tudo que é encantador, a
verdadeira graça
divina, mas quando tal encanto se torna execessivo, vai se tornando
espantoso, aterrorizante e
chega ao ponto da destrutividade. Dessa mesma forma, em termos maternais,
apesar do culto
à Ìyáàmi ser fundamentalmente baseado no conceito da Mãe extremamente
bondosa, zelosa,
dedicada, acolhedora, educadora e defensora, com seus atributos
manifestados através dos
Orisa femininos, em equivalência, Àjè se exprime o conceito espiritual e
engimático da Mãe
cauteloza, dominadora, severa e juíza, se necessário chegando a ser violenta e
até
terrivelmente destrutiva. Assim sendo, na sua essência, esse é o verdadeiro
conceito de MÃE.
INICIAÇÃO NO CULTO DE
ÌYÁÀMI
Numa Iniciação para Atibeye, durante o período que uma mulher passa em
contato com a
força Àjè, ela entende qual é o verdadeiro sentido de ser uma ―perita neste
assuntoǁ, porque todo
ensinamento é dado oralmente por meio de Oriki na forma de Cânticos e a
cada verso de saudade,
opressão e liberdade, simboliza uma história. Àjè têm participação ativa nos
três mundos (Orun, Aiye,
Etéreo).
1º No ÒRÚN, no além. Vários Odù-Ifá relatam a vinda de Àjè do Òrún para
o ÀIYÉ, onde são
habitantes permanentes e tem acesso pleno ao mundo invisível.
2º No AIYE, o mundo dos vivos, onde a atuação de Àjè gera resultados no
presente, dia a dia,
embora o seu Poder manipulador venha de fora.
3º No Etéreo, o pensamento, através da MENTE, o universo intelectual, é
onde facilmente se
desenvolve o poder de atrair ou afastar a nossa própria destruição. Essa
possível destruição se dá, na
falta do autoconhecimento, conhecer a si mesmo, onde se desenvolve
principalmente os sentimentos
de medo, os vícios, inferioridade, desejo de vingança, falta de perspectivas,
impaciência, imoralidade
etc.
Para existir um Poder que neutralize o lado da força negativa de Àjè, é
preciso desenvolver a
sabedoria e obter profundo conhecimento, na finalidade de se auto-
transformar. Porém, Àjè, não se
deixa ser dominada pela força física, dedicação, carinho ou súplicas, ações
que Àjè não respeita. Por
isso, Ifá ensina que Àjè tem o poder de se transformar em pássaros (físico ou
sobrenatural), da mesma
forma que pousa em cima das Árvores, também entra na mente humana ou
pousa sobre a cabeça de
qualquer pessoa. Portanto, Àjè pode se transformar em qualquer coisa. No
Odù Okanranrosun Ifá diz
que a força Àjè pode tomar a cabeça de qualquer pessoa, ao se transformar
em um Egùn e até mesmo
em um Òrìsà, podendo se passar por tal, durante toda uma vida, manipulando
aquele que ignora tal
capacidade de Àjè.
A relação de Àjè com os Pássaros, é tão inerente, que a mesma não entra em
conflito com os
Iwin (os espíritos habitantes das árvores), de tal forma que o Pássaro é o seu
principal meio de
comunicação em todos os sentidos.
Normalmente, as mulheres Sacerdotisas de Èlèyé se reconhecem pelo olhar e
pelo cheiro,
como também saem de seus corpos e seus espíritos se transformam em
pássaro para o encontro com as
suas iguais. Portanto, as sacerdotisas não mandam nos Pássaros, porque Elas
são os próprios Pássaros.
Assim, quando uma pessoa adquire ou recebe esta forma, ela passa a ter duas
almas, dois corações: a
primeira forma é a de ser humano com seus desejos e sentimentos normais, a
segunda forma é a que
lhe permite sair do corpo e transforma-se em um Pássaro. Mas, essa tal
capacidade altera a estrutura
mental da pessoa, quando a mulher passa a ser uma ATIBÈIYÈ, e o homem
um Ôshô. ―Aquele (a)
que recebeu o pássaro (o poder)ǁ dentro de si, e com tal pássaro irá conviver
consigo até a sua morte
física. Esse processo de aquisição pode suceder por assimilação Oral, quando
se torra, entre outros
pássaros, uma Òwìwì inteira, até obter um Pó preto, depois o Pó do pássaro,
torrado, deve ser
espalhado sobre uma base e sobre o Pó se faz 03 traços verticais (I I I), um
símbolo do Odù ÒsáMeji e segredo no do poder feminino na sociedade
Ògbòni, que é impresso sob encantação. A partir
daí a pessoa começa ingerir o “Pássaro” seja com Epo, Ekòmu ou outras
comidas. Seja como for,
em todo o período da iniciação de uma Ìyáàmi ou Ôshô, a pessoa ingere essas
comidas especiais, de
modo que o Pássaro seja ingerido. Assim, a pessoa adquire o Poder, depois,
até pode vomitar e
transmitir um pouco do seu poder para outra pessoa, através de via oral. Às
vezes, neste ritual
(secreto), a pessoa que recebe está nua, porque o poder que está com ela é
interno. Algumas vezes, tal
poder é entregue também como herança, passado de pais para filho, ou avos
para neto, quando a
pessoa que o possui repassa o que está dentro de si através da via oral, ao
vomitar o pássaro dentro da
boca do seu descendente.
O SEGREDO É A ALMA
DO PODER FEMININO
A Cabaça é outro símbolo importante, no culto de Àjè, por isso, a pessoa
recebe o
Igba-Èiyè (Cabaça do Pássaro) juntamente com outras cabaças contendo
vários Pós
preparados com vegetais, minerais e animais, que deverão ser usados para
banhos
ritualísticos. Às vezes o Pássaro não ocupa a Cabaça, porque neste caso, a
Cabaça não poderia
ser vista. Mas, no caso da pessoa receber o Igba-Èiyè (Cabaça com o
Pássaro), jamais pode
ser visto por quem quer que seja. Compreendendo, que a Cabaça só pode ser
vista
exclusivamente pela pessoa que a detém e o Sacerdote que lhe transmitiu o
Asè. Portanto, na
maioria das vezes este ritual é um processo muito rápido, de forma que
ninguém saiba
quando, como ou para que fins a iniciação ocorreu.
Como em qualquer outro culto, dentro do culto Ìyáàmi, existem algumas
éticas
rigorosíssimas que jamais podem ser quebradas, algumas delas aplicar pena
que toda pessoa
iniciada, estrategicamente, jamais revela à qualquer pessoa que irá iniciar ou
que já iniciada,
jamais revela os seus segredos, jamais diz que é uma Ìyáàmi ou Ôshô, jamais
ameaça
qualquer pessoa, jamais fala o que recebeu e possui em seu poder. De tal
modo, para as
pessoas comuns, é muito perigoso apontar claramente ou expor suposições
referentes à uma
mulher Àjè ou homem Ôshô. Isso é tão ameaçador |à eles que buscam
imediatamente matar
qualquer delator.
Após uma pessoa desenvolver a sua capacidade de transformar-se em
pássaro, quando
chega a esse ponto, a pessoa se transforma em Pássaro, e ao retornar, tem de
encontrar o seu
corpo onde e como deixou. Mas, se a mulher é casada, o homem
obrigatoriamente deve ser
mantido em sono profundo, através de meios sutis, ou ela deve possuir um
local exclusivo
para efetuar o seu processo de autotransformação.
É sabido que, na cultura Yoruba, embora a mulher seja, espiritualmente, mais
forte do
que o homem, ela não tem certos privilégios, como por exemplo, um espaço
privado, no qual
outras pessoas não possam entrar. Por isso, desenvolveram o habito de se
refugiar dentro de
bosques ou densas matas para cultivar a sua prática, e assim, cada vez mais a
Sociedade das
Èlèyé vai se tornando secreta, tudo ocorrendo de forma que ninguém possa
compreender.
Outro detalhe importantíssimo, é que o Pássaro jamais pode ser atingido,
assim as Èlèyé têm o
momento exato para se encontrarem, estando sempre fora de riscos.
Existem duas formas de se trabalhar com as Èlèyé: a primeira é criar/gerar
essa força,
e para isso, existem encantamentos e os próprios feitores desse Poder sabem
disso; a segunda
é usar essa força no cotidiano para efetuar cura, prosperidade e soluções de
outros problemas,
até mesmo àqueles mais complicados. Para tanto, é preciso conhecer a sua
própria natureza,
os meios para se chegar até ela, e colocar em pratica a obra de Èlèyé.
Por exemplo, é profundamente notório que as Èlèyé não são cultuadas por
intermédios
de nenhum Òrìsà feminino, até porque as Èlèyé são formas impessoais muito
diferentes...
Geralmente as mulheres que cultuam os Òrìsà femininos fazem isso com
muito carinho,
dedicação, envolvidas emocionalmente, conseqüentemente exaurem as suas
forças. Pode-se
dizer que as Èlèyé são Òrìsà, e ao mesmo tempo, não são Òrìsà; porque são
seres espirituais e
forças sobrenaturais. Os oportunos encantamentos das Èlèyé, utilizados no
Culto, fazem
referências às características e forças instintivas que existem nos animais, na
natureza. Todo
animal pertence ao Universo sobrenatural das Èlèyé, e o ser humano não vive
no mesmo
mundo deles; sua lógica e sua realidade, tanto espiritual, quanto física, são
bem diferentes. As
formas de usar os Poderes sobrenaturais têm a finalidade de aproveitar tudo o
que existe na
Natureza. Assim sendo, as Èlèyé têm domínio e acesso a tudo isso, mais do
que quaisquer
outros seres.
Uma pessoa que tenha esse poder em si, se não obtiver um conhecimento
profundo do
mesmo, pode ser manipulada para o Bem ou para o Mal, dependendo do seu
tipo de cabeça
(ori-rere ou ori-buruku). Seja como for, as Èlèyé têm o seu próprio Universo,
e quando são
requeridas, são as únicas forças que respondem de forma imediata, em tempo
real. O que vem
formar um conceito muito complexo. Quando a pessoa possui ou passa a
adquirir essa força,
ela tem de tomar muito cuidado para se manter Feliz na Vida, seja com
amigos, com família e
com sua própria vida. Principalmente através das palavras. “Ifá diz que a
palavra é como
um Ovo lançado no chão, que ao se quebrar revela o seu poder”.

ignificando que
S devemos ter muito cuidado com o que falamos, com quem falamos e da
forma que falamos, a
fim de evitarmos colocar os nossos segredos em risco, evitando provocar
qualquer tipo de
problema ou até mesmo a nossa morte.
Uma sacerdotisa ou sacerdote de Èlèyé, o tempo todo, deve se empenhar em
aprender
e aproveitar esta Força de forma benéfica, na hora certa, e nunca se
privilegiando de sua
condição incomum. Assim, tendo isenção em maiores abrangências,
comparada àquelas
pessoas comuns, que não possuem tal poder. E, assim, jamais poderá usar o
seu Poder
indevidamente, aleatoriamente e sem permissão das próprias Èlèyé. Essa
busca é no total
sentido de proporcionar conforto às pessoas que necessitam de sua ajuda, a
fim de efetuar
salvamento/apoio/defesa/segurança, seja lá quando e onde for. Porém, da
mesma forma que os
pássaros, quando a pessoa devota do poder de Ìyáàmi é atingida, o poder de
Èlèyé, morre
consigo. Mas, esse devoto só poderá ser atingido por alguém que conheça
plenamente o seu
Segredo. Por isso, os iniciados mantêm o segredo guardado, a ferro e fogo.
Evocar o poder das Èlèyé (Àjè), de forma alguma, não é como chamar uma
pessoa ou
como evocar uma entidade, Òrìsà ou Egùngùn, mas sim a força que as Èlèyé
representam em
si. Portanto, naturalmente, sempre haverá defesa contra um Mal que tenha
sido feito a fim de
prejudicar a pessoa que cultua. Mas, as seqüelas conseqüenciais irão recair
sobre quem
primeiro deflagrou o processo na utilização do poder maléfico, o ―mauǁ.
Uma das formas simples de ter contato e ir adquirindo o Àshè das Èlèyé, é
alimentar
ou criar livremente alguns Pássaros ou Aves domesticáveis, como Corujas,
Gavião, Falcão,
Morcego, mas principalmente os Pombos, porque eles entram e saem
livremente do local em
que são alimentados. As penas dos Pássaros, conforme vão caindo
naturalmente devem ser
colhidas e preservadas em um local de culto ou louvação, onde as Èlèyé são
cultuadas:
subsolo, dentro de paredes ou escondida no teto da casa.
Durante o ciclo da iniciação, ocorrem Orações e Louvores, quando se diz:
―Providencie o Ashòlèyèǁ (roupa do pássaro), então, deve-se pegar uma
dessas penas usadas
em algum trabalho ou assentamento. A roupa das Èlèyé são as Penas dos
Pássaros e Aves. Os
pássaros mais utilizados para esse tipo de trabalho de aproximação são: o
Pombo Branco, o
Adaba ou uma espécie de Pássaro Africano que voa como se estivesse se
arrastando e depois
se levanta.
Costumeiramente, algumas pessoas comuns se dirigem até um Bàbálàwó,
iniciado no
culto Òsòróngà, a fim de buscar receber conhecimento profundo e o
assentamento de Èlèyé
como um meio de comunicação e alinhamento com as mesmas. É mais que
sabido, que

qualquer Babalawo mesmo que uma vez tenha recebido iniciação em


Òsòròngà estará sempre
impedido de iniciar a qualquer pessoa diretamente no culto Òsòróngà,
cabendo somente ao
Babalawo iniciar as pessoas no culto Èléyé através de Ifá, entregar o Igba-
Èyè e fornecer o
conhecimento sobre conceito, ética e culto.
Tanto na Cidade de Òtà como em Saki, na Nigéria, percebem-se duas
personalidades
latentes em tais tipos de indivíduos, a força Àjè e a força humana, ambas
permitem a mutação.
Mediante ao fato, há algo de tão misterioso na aparência desses individuos
que só de olhar
percebe-se que eles pertencem a alguma sociedade especial, geralmente
Ògbòni ou Osoronga.
Quão pessoas notáveis, pois eles não veneram pessoas ou qualquer divindade,
se não
Òlòdúnmàré. Entretanto, eles respeitam somente os Oluwo e Babalawo,
contrapartida são
também respeitadas, porque, ambos sabem que possuem o papel de humano
sublime.
No momento que se dá a transformação, a mulher perde a personalidade de
ser
humano e vai para o Universo sobrenatural das Èlèyé, tornando-se Pássaro
sobrenatural,
através do sono voluntário, tendo plena consciência do que deveriam fazer
antes de sair do
corpo. E quando recobram a consciência, perdem o privilégio daquela
comunidade especial,
apagando-se quase toda a lembrança do que aconteceu. Por este fato, quando
voltam do sonho
não se lembram de muitas coisas, só se lembram de flashes.
Se alguém tem o desejo de tratar uma pessoa que é possuidora ou
influenciada pelo
Poder das Àjè, antes tem de assentar Èlèyé para que ela seja bem manejada e
possa atingir as
necessidades dos outros. A pessoa passa, então, a ter relação com tal
comunidade espiritual,
deixando de ser uma pessoa sozinha neste mundo. Sua força é somada a das
outras, as
mesmas condições.
Para entrar nesse universo das Èlèyé, não Basta querer ou poder
financeiramente, a
pessoa precisa ser diretamente escolhida de forma sobrenatural ou chamada
(convidada) por
uma Atibèyé/Ôshô, por possuir o Poder em si, ou simplesmente adquirir o
símbolo místico
(Igbà-Èlèyé) de passaporte através de Ifá. Esses são princípios rigorosos para
uma pessoa ser
respeitada pela força Àjè. Concomitantemente, a pessoa passa ter o papel
sublime de
Divindade humana. Assim, para tanto, não é qualquer um que pode fazer um
trabalho desses,
só mesmo às Grã Sacerdotisas, da cidade Otá, ou um Bàbálàwó experiente,
ou ainda, alguém
que possua o poder de transformação, pelo qual, a dupla personalidade foi
adquirida pelo
processo de via Oral. Seja como for, a pessoa que recebe tal poder tem de
comer algo que
represente esse PODER de Èléyé, e ao recebê-lo, o candidato deve passar
e/ou fazer um
JURAMENTO, chamado Imulé, no qual sempre implica exigências rigorosas
e bem
definidas, pois existe um código de ética dentro de todas as Sociedades que
acessam o poder
24
Sobrenatural. Todo ÒLÙWÓ e alguns BÀBÁLÀWÓ, são os únicos homens
possuidores de
legitimação e completa autoridade para transferir esse tipo de Ashè. Pois, os
Bàbálòrìsà,
Iyalorisa e outros tipos de sacerdotes(as) em posição abaixo, não possuem e
jamais estarão
autorizados, muito menos estarão preparados com os subsídios necessários,
se quer para
improvisar uma simples oferenda com a finalidade de entregar diretamente à
Ìyáàmi, porque,
para eles faltam além do pleno reconhecimento, capacidade de concepção
para conceber,
sabedoria para se comunicar perfeitamente com tais forças, e ainda mais, para
esses faltamlhes principalmente a autoridade recebida no âmbito de Ifá, por
ser ele o único que possui a
grande capacidade não só de aplacar as forças Àjè, e principalmente dominá-
las. Esse
domínio jamais ocorre pela força, mas sim, de forma muito estratégica,
unindo sabedoria e
conhecimento profundo. Ifá ensina que as Ìyáàmi não respeitam faltam falta
de conhecimento,
inocência, ingenuidade e, muito menos qualquer sentimento de carinho, afeto,
reverência,
adoração e qualquer outro tipo de dedicação, seja simples ou extremista, etc.,
porque as Àjè só
respeitam mesmo é quem possui o pleno conhecimento, seja o sacerdote
malévolo ou
benévolo.
Normalmente, a pessoa convocada para adquirir esse poder, tem de passar
por um
processo iniciático, na maioria das vezes rápido, mas profundo. Geralmente,
a pessoa
convocada começa o seu processo de iniciação de forma onírica,
inconscientemente, o
segundo passo é quando a pessoa começa ter lidar com experiências física,
sentidas e
visíveis. Ou seja, a primeira fase começa durante o sono através de sonhos
com pássaros e
vários de tipos de transformações, significando que a mesma está sendo
visitada pela força
Ajè durante a noite, sendo assim, ao acordar a pessoa deve alimentar pássaros
livres com
comidas cruentas e outras coisas próprias, a fim de agradar as forças
diretamente na forma de
Pássaro. Já na segunda fase, a pessoa começa ter contatos diretos com
aparições,
manifestações sobrenaturais no seu próprio mundo físico, quando muitas
vezes, a essa altura,
muitas pessoas, que vivem em volta do convocado, começam achar que ela
está ficando
completamente louca, e outras vezes o próprio convocando começa se vir
como louco. Assim
sendo, toda pessoa que se torna um convocado das Àjè, necessitará
considerar que ninguém
deve ter compreensão que ele está passando por um processo a fim de se
tornar uma pessoa
incomum, e continuar convivendo no mesmo mundo físico de pessoas
comuns. Portanto, por
tempo impreciso, a priori do convocando é se resguardar completamente, se
compenetrar
internamente, evitar maiores contatos com pessoas comuns, evitar revelar os
seus sonhos e
todas as suas experiências, se poupando das muitas possíveis interdições
processuais,
referentes ao seu contato com os seres extras-fenomenais e seres humanos.
Todo convocado
25
das Àjè deve ter uma profunda noção que tais forças apesar de controlar os
maus hábitos, elas
jamais abrigam, por muito tempo, qualquer convocado que manifeste o
caráter vaidoso,
arrogante, capricho, egocêntrico, soberbo, presepeiro, susceptível, fatalista,
dramático,
extremista, e mais, curiosos, negligentes, apegados a qualquer coisa, pessoas,
situações ou
condições. Pois, tudo isso é o que coloca o convocado à provas copiosas, e se
o mesmo não
conseguir atingir o propósito das Àjé, elas desistirão definitivamente do seu
convocado.
Este Òrìn abaixo é um tipo de evocação, em forma de pedido, dirigido às
Èlèyé, para
que elas atraiam pessoas que buscam a iniciação para a vida delas. Neste
cântico se alterna
fazendo citações às

Àjè E Oshò. A Palavra Oshò, Faz Referência, Ao


Poder Àjè Manifestado De Forma Menos Agressiva.
Àjè ilé o!
Oso ilé o!
E fa mi móra o!
Bi Obirin roka aaa
Fa mabé
Àjè ilé o!
Oso ilé o!
Wa fa mi móra o!
Bi Obirin roka aaa
A fa mabé ni mo só o!

ste outro Òrìn abaixo é um entre tantos cânticos usados como pedido
E dirigido às

Èlèyé, Na Finalidade De Afastar O Mal E Atrair As


Coisas Boas.
Èlèyé ajuba!
Àjè mapa mi!
Osho mapa o!
Sara yéyé Òsóròngá
Sara yéyé Òsóròngá
Ìyáàmi Shóròngá Shaga là ooo
Sara yéyé Òsóròngá.

ste Òrìn quando pronunciado em Èbò-Ìyáàmi, trata-se de oferendas com


E finalidade
de aplacar a força Àjè, ou seja, agradar as Èlèyé, nas quais a principal
entre todas as oferendas
é o sangue, por ser um elemento vitalizador do ashé e ao mesmo tempo
apaziguador, o qual é
muito bem representado pelo Epo (Dendê), sempre acompanhado de Ekuru
vermelho
(preparado com farinha de feijão branco ou fradinho misturado com
Osunlede – pó de urucum
– depois cozido no vapor, é ofertado em ritual IPESÉ, sempre regado
bastante Epo como uma
sopa).
As Èlèyé, somente castigam na finalidade de ajustar a conduta daquelas
pessoas que
praticam o mal em qualquer sentido, seja àquelas que fazem o mal à si
mesmo ao ser
demasiadamente boas com os outros, ou àquelas que fazem o mal para
aleatoriamente para os
outros. Pois na vida, quando se pensa que está fazendo o bem, pode estar
fazendo o mal á si
mesmo ou a outrem. Esse castigo sempre ocorre após o Pássaro cantar
agressivamente,
descontente, e, esse canto avisa sobre a sua ira, na vida da pessoa;
considerado como um tipo
de ―mau agouroǁ, um aviso de profunda insatisfação com uma pessoa. Já o
canto choroso,
harmonioso, do Pássaro, traz coisas boas, benção, defesa, auxílio, satisfação
com a pessoa.
Por isso, quando um Sacerdote faz um sacrifício para Èlèyé, ele pode chegar
a agir ou
começar instintivamente, naturalmente, a cantar como um Pássaro que ao sair
do seu interior,
expondo calma ou agressividade. No caso de expressar o canto agressivo é
porque as Èlèyé
mostram que há uma necessidade de se fazer a justiça no local, e de qualquer
forma, sem
sombras de duvidas, esse ajustamento será feito devolvendo o mal à sua
origem.
Aqui já se sabe que toda Sacerdotisa de Òsòróngà e alguns Bàbálàwó têm
este pássaro
(poder), plantado ritualmente dentro de si, por isso devem ser rigorosamente
respeitados,
porque este pássaro atua involuntariamente em defesa dos mesmos, seja qual
for as situações.
Os sacerdotes detentores deste pássaro, poder absoluto, não podem jamais se
precipitarem em
reagir a qualquer tipo de ataque, seja espiritual, verbal ou físico. Isso pelo
fato, dele não poder
tomar nenhuma atitude antes mesmo da força que lhe protege. Até porque, se
um sacerdote ou
sacerdotisa, agir precipitadamente em autodefesa, tal atitude de temor,
sensível/insegura/vaidosa/arrogante, impede que o pássaro (Èlèyé) atue em
sua própria defesa.
Quando o sacerdote, precipitado/medroso, se faz entender que não necessita
de qualquer tipo
de defesa sobrenatural, ficando à mercê do acaso.
IGUN - ABUTRE
Ao contrario do que se pensa, o Igùn (abutre/urubu) é o pássaro mais
importante
dentro do culto à Èlèyé, porque ele se alimenta dos Èbò oferecidos às
mesmas. Por isso,
quando uma oferenda é realizada ou deixada ao Pé de uma árvore (Igí) ou
ainda em uma Orita
próximo de um lixão, então, Èlèyé é chamada de Ìyáàmi-Onilè-Òrìgi. E
assim, Èlèyé
também se alimenta do Èbò, considerando que ao pegar o Èbò ela toma o
problema da pessoa
para si. Quando se faz Ebò para agradar Èlèyé, ao pedir para tirar a morte do
caminho, não se
tratará apenas de morte física, mas sim, evitar o fim de alguma coisa na vida
do necessitado.
Portanto, Èlèyé conhece bem e detém o poder dos caminhos fechados, os
quais são chamados
de Idiná ou Omoná, os prejuízos e insucessos são chamados de Ôfô, os
aboirtos e
anormalidades são chamados de Dànú. Por isso, sempre que se trabalha com
as Èléyé é
preciso pronunciar certas palavras como:
Ko si Iku (Que não ocorra morte em qualquer sentido)
Ko si Arun (Que a doença não se manifeste)
Ko si Ôfô (Que não ocorra prejuízos e insucessos),
Ko si Idiná-Omoná (Que o caminho não se feche),
Ko si Danù (Que não ocorra abortos, anormalidades),
Ko si Mubô (Que as coisas boas não sejam em inutilizadas),
Ko si Egbãn (Que não ocorra paralisia nem humilhação)
Ko si Ìjá (Que não ocorra nenhum tipo de briga, confusão)
Ko si Èjònu (Que não ocorra nenhum tipo de fofoca ou mentiras)
Ko si Epe (Que não ocorra nenhum tipo de maldição, pragas)
Ko si Èjòran (Que não ocorra nenhum tipo de disputa, Injustiça)
Ko si Òjúburuku (Que não ocorra nenhum tipo inveja ou olho grande)
Ko si Ìká (Que não ocorra nenhum tipo de maldade, crueldade, perversidade)
Ko si Arajé (Que não ocorra nenhum tipo de feitiçaria)
Ko si Ôshô (Que não ocorra nenhum tipo de bruxaria)
Ko si Otá (Que não ocorra nenhum tipo de inimizade)
Por isso, o Sacerdote ou Sacerdotisa de Ìyáàmi, todos os dias ao acordar,
ele(a) deve
liberar a sua mente ao máximo sob pedidos de adoção, em forma de
reverencia e cânticos, até
chegar o ponto de não saber mais se está no plano material ou no plano
espiritual, se é uma
coisa só, ou se está voando. Os versos devem ser repetidos incessantemente,
na forma rápida
de ―Mantraǁ, para elevação de sua alma até o Õrún, em plena sintonia com o
infinito, numa
união com a consciência coletiva das Ìyáàmi, num tipo de preparação ao
chamamento de
Èlèyé. Após as canções diurnas, se fazem outras à meia-noite em ponto, hora
exata da grande
reunião astral, tudo acontecendo diante de uma Abelà (lamparina preparada
com Epo). Ao
sentir a presença de Èlèyé, o sacerdote/sacerdotisa, deve oferecer Epo e, vez
outras, oferecer
alguns Adimu próprios. As vezes as orações são executadas sempre, cantando
e cantando, de

Forma Chorosa E Suplicante.

1
Èlèyé o!
Èlèyé o!
Éjé re o!

2
Éleye Epo re o!
Eléué Éjé re o!
Èlèyé mô bé dé o!
Èlèyé mô bé dé o!

s Èlèyé, como espíritos encantadores que tomam a forma de pássaros


A sobrenaturais,
viajam pela eternidade, tornando-se presente, sem passado, sem
contemporaneidade e sem
futuro, com possibilidades de penetrar na alma dos caminheiros/andantes,
noturnos e diurnos,
que cruzam o seu caminho, onde sempre estará as Anciãs da Noite, sem
tempo de vida. A vida
que domina o tempo, e em especial, àquele que se torna seu amigo, o seu
protegido.
SEPARANDO O RITUAL
DO MITO CULTURAL
Ìyáàmi Òsòròngá, volta e meia, é uma convicção herdada e às vezes adquirida
por
atributos orgânicos numa pessoa. Este atributo faz com que a pessoa tenha
poderes que podem
prejudicar ou ajudar os outros a uma distância ou através de meios de
descuido. Mais adiante,
a mesma convicção é que uma pessoa pode ter este poder, mas desde que ele
não sinta
motivos hostis contra os outros, permanece insensível e não os afeta.
Portanto, o medo,
mentira, fofoca, Inveja, malícia, ódio e o desejo de vingança, são tipos de
―sentimentosǁ ou
práticas viciosas em que é gerada a força destrutiva de Àjé, ou onde nasce a
capacidade da
bruxaria destrutiva, se a pessoa possuí-los, isto deverá ser trabalhado para o
lado benéfico,
caso contrário a pessoa se autodestruirá através da própria força Àjè. Mesmo
que leve uma
boa parte do tempo de vida de uma pessoa maléfica, ela será destruída por
Àjè, sedo ou tarde.
A força Àjè é tão inteligente e mortal que não tem pressa alguma em aplicar a
sua pena
máxima em ninguém. Entretanto, Àjè, até pode aparecer tardia, para um
expectador, mas é
sempre muito eficaz em uma punição, ao ponto de destruir uma pessoa e
todas as suas varias
gerações.
Acredita-se que uma pessoa pode ter esse poder e não ter conhecimento do
fato, até
que os sentimentos viciosos dela comecem a brotar e fixamente começa a
trabalhar contra os
outros. Em alguns casos, a feitiçaria é a expressão de tensão, crise, choques
ou mecanismo de
conflito entre duas pessoas. Então, feitiçaria é um conflito de interesses entre
o acusador em
uma mão, e o réu na outra. Por isso, são vários os motivos que leva uma
pessoa boa (especial)
a se proteger através da força Èlèyé. Esses motivos podem ser quando uma
boa pessoa
(especial) possui:
1º incapacidade de ter a saúde e longa vida.
2º incapacidades que dificultam sua realização na vida e prosperidade.
3º incapacidade de evitar perdas, pequenos e grandes prejuízos.
4º incapacidade de ter a realização amorosa.
5º incapacidade de ter fertilidade ou filhos saudáveis.
6º incapacidade e vulnerabilidades espirituais ao ponto de ser prejudicado de
alguma forma,
por forças negativas que vão se manifestando em sua vida.
7º incapacidades de ter vitória sobre os seus inimigos e adversidades
sobrenaturais, com
insuficiências de se auto-proteger e proteger a sua família contra as pessoas
maléficas que se
mostram invejosas, fofoqueiras, mentirosas, traidoras, perseguidoras,
perturbadoras, e outras
ocorrências traumáticas.
ISH’ÀJÈ
(A manipulação de bruxaria)
Abaixo os destaques são para todas as coisas manipuladas através da própria
essência Àjè.
Seja na finalidade de defesa ou ataque, ou ainda criar situações tenebrosas. É
muito evidente
que todos os Oloogun (feiticeiros), Onishegun (hebaristas) e mais
amplamente os Bàbálàwó
(pai dos mistérios), sabem muito bem como extrair a essência Àjè, seja a fim
de prover
proteção ou atacar com a essência de Àjé, por meio de procedimentos que
unem alquimia com
rituais. Geralmente tais tipos de praticas são aplicados através dos princípios
gerais bem
abrangentes, tais como:
(1) - Homeopatia – ―Processo de magia baseado no princípio de
semelhançaǁ, o qual
consiste como CURA ou DANO, no ponto de vista necessário do praticante!
Um
exemplo é quando alguém cai de um precipício e fratura o osso de um braço
esquerdo.
Daí o osso da asa de uma ave, ou a pata dianteira esquerda de outro animal
qualquer,
será tratado simultaneamente na terapêutica da pessoa fraturada. Então, por
meio de
magia, quando a asa da ave se curar, o braço da pessoa também se curará.
Entre outras
formas de ―magia homeopática de semelhançaǁ, é muito comum ver esse
tipo ser
aplicada em um doente ou quando alguém corre perigo de perder algum
membro do
corpo, quando um Bruxo(a) prepara um pássaro ou qualquer outro animal, e
começa
aplicar a magia sobre encantamentos, podendo ser por vários e vários dias, se
necessário, então, conforme o pássaro adoece a pessoa doente vai se
restabelecendo,
até que o pássaro morre e a pessoa fica completamente curada. Nesse caso,
algumas
pessoas maléficas, também usam o mesmo conceito de semelhança para fazer
o mal,
na prática da magia contrária.
Outro exemplo, princípio de semelhança, é a fabricação de uma magia
chamada OJIJI
(o pior tipo de feitiço respectivo à Àjè), o qual chega a ser feito usando um
boneco
recheado de vísceras secas e outros itens, bem semelhantes. Às vezes usa-se
uma foto
ou numa até numa árvore, o importante é ter a imagem da pessoa e, então,
alfinetes
são inseridos no boneco, de forma que a real pessoa sentirá fortes dores
localizadas,
seja na parte externa ou interna do corpo. Outras vezes, o boneco é tratado de
forma
perversa podendo ser asfixiado ou espancado, como se fosse a própria pessoa,
assim a
pessoa de alguma forma receberá uma pancada tão violenta que poderá
perder o
sentido mental, podendo chegar ao Óbito por conseqüência. Mas os
verdadeiros
conhecedores desses eventos, jamais ignoram o senso de justiça natural e
sobrenatural.
Sabendo que ao aplicar o poder (Àjè) para o mal, o mesmo mal receberá em
dobro,
através da própria força original em Deus. De forma que a justiça sempre
prevalecerá.
Entendendo que o maior perigo, na vida, é que esse poder quando usado
indevidamente será sempre uma ―faca de dois gumesǁ, quando se manifesta
o Bem se
atrai o Bem, quando se pratica o Mal se colhe o Mal, até em proporções
tardias e
maiores. Outro caso à ser considerado, é que seja lá quem for, à mercê, que
foi alvo de
uma ação maléfica, ―algumas vezesǁ, mesmo que a Justiça sobrenatural
entre em ação,
as vezes não há mais tempo para ajustar o mal que afetou alguém. Há
exemplo, num
caso de morte física, um tipo de separação, perdas financeiras e outros
prejuízos que
não dê mais tempo de improvisar um reajuste. Ifá ensina que quando uma
pessoa é
atacada por um feitiço violento e consegue sobreviver, ainda assim, a pessoa
precisará
se tratar e se fortalecer espiritualmente, a fim eliminar as resmas do tal
feitiço, porque
se assim não o fizer, muito possivelmente a mesma carregará as seqüelas, do
feitiço,
pelo resto da sua vida. Isso por que, a lei da atração não deve ser jamais
desconsiderada, quando o mal em si gera mais mal.
(1) - Proximidade – É um processo de magia, DNA, baseado na convicção,
persuasão,
identificação, ou seja, no uso de todas as coisas que extraídas do corpo ou
que tiveram
contato diretamente com o corpo uma vítima, mesmo que somente uma única
vez.
Seja qual for o objeto, ele armazenará especialmente tal contato, mesmo que
tenha
entrado em contato uma única vez com o corpo da vítima, a fim de ser
prejudicada ou
persuadida. Há exemplo: os excrementos da própria pessoa (fezes ou urina),
cabelos,
33
saliva, restos de comida, prato, talheres, calçados, qualquer roupa, jóias e
assim por
diante. Tudo isso pode ser usado contra uma vitima. Até mesmo a impressão
do pé, de
uma pessoa, na terra pode ser usada para prejudicá-la. Por isso, devemos ter
muito
cuidado em vestir qualquer roupa emprestada ou se descuidar com as nossas
roupas,
jóias e calçados, da mesma forma com restos de comidas em pratos ou
talheres sujos,
saliva em copo que bebemos líquidos, excrementos em vaso sanitário, salivas
em
lavatórios, escovas de dente, cabelos em pentes, e qualquer outro pertence de
uso
pessoal.
AWO ÌYÁÀMI
(a) - Os conhecedores do Awo-Dudu (Culto ao Negro), normalmente a sua
finalidade é
prejudica os outros. Os seus conhecedores provocam esterilidade, confusão,
discórdia
na família ou na comunidade, as vezes provocam prejuízos à colheita ou nos
negócios
financeiros de outras pessoas, ainda provocam enjôo, vertigens, doenças,
abortos e
morte para os outros e assim por diante. Mas, se uma pessoa cheia de
conhecimento ou
protegida, for atacada, poderá executar rituais necessários por conhecer os
vários
processos de bruxarias, de forma que a posição dela pode ser reconsiderada,
pelo fato
de ser uma vítima, então em contrapartida poderá destruir a magia ou feitiço
em uma
reversão total. O conceito de justiça no Awo-Dudu sempre foi: ―Se com
ferro fere,
com o mesmo ferro será feridoǁ. Em termor sagrados Awo Dudu é um
segmento de
culto, onde as pessoas que usam tudo de cor Preto, a fim de manifestar tanto
o positivo
como o negativo, depende da invocação. Onde as pessoas usam Bichos Pretos
e
principalmente ao Ologbo-Dudu. Neste segmento as pessoas ligam as Èlèyé
com Èsù,
Ògún, Lògún-Òdé, Jenju-Òdè, Osoosi, Osanyin, Aroni, Iyewa, Omolulu-
Olorogbo e
os Aye (espíritos elementais da terra).
(b) - Os conhecedores do Awo-Pupa (culto vermelho), também prejudicam os
outros e
nenhum crédito ritual ou sacrifícios podem fazê-las reconsiderar o posto
deles. Este
grupo Awo-Pupa, de Bruxas e Bruxos, na maioria das vezes é considerado o
mais
terrível de todos os sábios em Ìyáàmi. Porém, tais classificações não podem
ser
generalizadas, em absoluto. O ―acionamento de Bruxa(o)ǁ para algumas
pessoas pode
ser visto como ―disfuncional de Bruxa(o)ǁ para outras pessoas. Ou seja, a
bruxaria,
pode ter significado totalmente diferente de acordo com quem se relaciona na
sua
prática. Por exemplo, nas guerras, as Bruxas podem ser usadas para destruir
as mentes
dos inimigos e poluir o raciocínio coletivo deles. Os líderes do oponente
podem ser
afligidos e levados até mesmo à morte. Isto pode conduzir à perda eventual
da batalha
para os inimigos, aqueles para quem as bruxas trabalham a favor, assim essas
personalidades magníficas podem ser consideradas como ―as Bruxas
Brancasǁ, mas
para os quais elas trabalham contra, eles não tem nenhuma outra
classificação, que não
seja o etiquetado ―as Bruxas Vermelhasǁ, maléficas. Em termos sagrados,
Awo Pupa é
o segmento que as pessoas usam tudo vermelho. Onde ligam as Èlèyé com
Èsù,
Òbàlúwàiyé, Oya, Sàngó, Oba, Aganju, Egùngùn e os Inaye (espíritos
elementais do
fogo). Neste segmento as pessoas trabalham tanto o poder positivo como
negativo,
dependendo da finalidade e invocação.
(c) Os conhecedores do Awo-Funfun (Culto Banco) possuem muito crédito
ritual e seus
sacrifícios podem fazê-las reconsiderar as suas funções. Uma Bruxa(o) que
protege a
família de alguém contra outras famílias ameaçadoras, pode ir para a
extensão de
prejudicar, enquanto mutilando e matando, todos que forem considerados
inimigos da
família. Então, neste caso, a família protegida irá considerar a Bruxa como
uma ―ÀjèShéfunǁ (Bruxa Branca), mas do outro lado as suas vítimas a
classificarão de ―ÀjèDuduǁ (Bruxa Preta) ou ―Àjè Pupaǁ (Bruxa
Vermelha). Em termos ssgrados, Awo
Shefun é o segmento de culto onde as pessoas usam tudo branco, inclusive os
animais
para sacrifício. Neste segmento, as Èlèyé são mais positivas do que nos
outros
segmentos de culto. As pessoas deste clã ligam as Èlèyé com Obàtálá,
Iyemowo,
Orunmila, Òsún, Olokun, Ajesaluga, Esumare, Oloke, os Iwin (espíritos
elementais
das árvores) e os Emire (espíritos elementais do Ar).
(d) Os conhecedores do Awo-Alari (culto ao misto) mis completos nas suas
práticas, da
Arte de Ìyáàmi-Òsòròngá, fazem principalmente o uso dos instrumentos para
vôo
astrais, isso através de magias com Pombas, Pombos, Corujas, Gaviões,
Falcões,
Abutres, Águias, Morcegos, Borboletas, Libélulas, Besouros e assim por
diante. Não
surpreende, então, o porquê dos Yoruba também se referirem às Bruxas
físicas como
―ÈLÈYÉǁ (proprietárias de pássaros). Mas, elas ainda usam alguns animais
como
Ologbo (gatos) – Aja (cachorros) – Agutan (carneiros) – Antílopes, e assim
por
diante, tudo que for necessário para a sua pratica, seja para o bem se gostar,
ou para o
mal se gostar. Seja como for, na cultura Yoruba, acredita-se que as Bruxas
normalmente depositam os poderes delas nestes animais quando lhe enviam
em
incumbência, seja quando são sacrificados ou soltos vivos. Isto sem dizer,
que se tais
animais forem capturados, as mesmas bruxas ficarão impotentes. Por isso,
elas optam
mais pelo sacrifício dos seus animais. Em termos sagrados, Awo Alari é o
segmento de
culto onde as pessoas usam tudo misto, qualquer quer cor. Nesse culto, se
trabalha
com as energias de todos os outros seguimentos, acima citados (Preto,
Vermelho, e
Branco). Servindo tanto para defender a quem as cultua como para atacar os
inimigos.
Onde Èlèyé é integrada no culto de todos os Imole, Òrìsà e os Ajomi (os
espíritos
elementais das águas).
AS BRUXAS NA
TRADIÇÃO YORUBA
Na cultura Yoruba, descobrir uma Bruxa ou Bruxo não é uma tarefa lá muito
fácil. No
entanto, segundo a tradição, uma bruxa que descobriu/atraiu outra em estágio
primitivo, a
pessoa recém descoberta, será levada até a comunidade e, lá aprenderá a
desempenhar o ofício
da feitiçaria.
Segundo a tradição Ioruba, a morte deve ser vingada em particular,
especialmente se a morte
for atribuída à feitiçaria. Os Bàbálàwo (os grandes sábios) e Oloògún
(feiticeiros corriqueiros)
são as pessoas mais populares que descobrem as Bruxas. Mas é somente
através de rituais,
sacrifícios e consulta ao Ifá, se obter os dispositivos empregados para
descobri-las de forma
exata e bem segura. Deste modo, o Conceito dos Babalawo afirma que
descobrir uma Bruxa
em seu próprio meio serve para reduzir o número de vítimas que se
considerem inimigas
delas. Porém, corre um grande risco todo aquele que apontar o seu dedo
acusador na pessoa
que manipula a força ÀJÈ, seja a pessoa uma Bruxa comum, Babalawo,
Oloogun etc.
Normalmente os Babalawo consultam o Oráculo IFÁ para se contrapor ao
efeito de qualquer
bruxaria e através do oráculo eles aprendem, com Ifá, o que deve ser feito
para anular ou
atacar um inimigo, de forma infalível. Alguns Òloorìsà também reivindicam
serem os
melhores neste assunto, mas uma experiência desvendou que a maioria deles
tem o hábito de
consultar um BÀBÁLÀWÓ, geralmente às escondidas à noite, a fim de
buscarem orientação e
proteção. Algumas pessoas de praticas esotéricas e outros tipos de
espiritualistas, também
acreditam que cantar o nome dos seus mentores ou de guias espirituais pode
também servir
como uma fonte de proteção contra a força ÀJÈ. Mas, infelizmente se sabe
que devido ao
fanatismo, esses extra-religiosos trazem em si mesmos, um problema
neurótico que os levam
à procurar um BÀBÁLÀWÓ e até psiquiatras, esse tipo de complicação
ocorre devido ao Òrì
dessas pessoas estarem extremamente enfraquecido.
Quando a acusação de Bruxa é mais Predominante?
Quais as pessoas muito susceptíveis de acusação por possuírem poder de
Bruxaria? Pode ser
conveniente dito que uma acusação de bruxaria é mais comum nas crises de
comunidade,
quando há intempéries na relação interpessoal de duas pessoas, grupos ou
cidades, quando
ocorrem calamidades incomuns e severas como epidemias, infestações de
animais e insetos,
doenças não diagnosticadas, perda de prosperidades e perda de vidas de
forma incomum. As
pessoas tendem a procurar mais explicações do que as razões, geralmente
aparentes. Os
Yorubanos têm por natureza, em geral, um ponto de vista bastante filosófico
para a vida e a
saúde em particular. Eles normalmente acusam de ÀJÈ (feiticeira por
natureza), àquelas
pessoas que acreditam terem pretextos e capacidades para infligir destruições
nos outros,
através de sua força interior, sem mesmo precisar usar qualquer material de
bruxaria
(alquimia). Isso faz com que as mulheres velhas, miseráveis, pobres de
espírito, estéreis, sem
amor, normalmente formam o grupo de pessoas suspeitas. Tanto, que basta
analisar os graus e
níveis de infelicidade em uma pessoa bruxa ou bruxo. Assim sendo, aquelas
pessoas
destrutivas que são normalmente invejosa, mentirosa, fofoqueira, implicantes,
irritadas
inconformadas com os sucessos, capacidades ou beleza de outras pessoas, são
acusadas de
Àjè ou Oshô.
Em geral, a bruxaria e feitiçaria são sistemas diferentes e muito complexos de
convicções que
exigem provas baseadas nas experiências dos que acreditam. O aspecto mais
importante
destes dois fenômenos é que eles são a expressão de conflito e mecanismo de
desordem entre
o acusador e o acusado.
O CULTO TRADICIONAL À
ÌYÁÀMI ÒSÒRÒNGÁ
Na Nigéria, o culto Ifá/Orisa é passado de forma literária e Oral, de geração à
geração,
pois seus sacerdotes acreditam que a palavra verbalizada possui um ―alto
valorǁ no poder de
transmitir o ―Ashéǁ, força contida nos ensinamentos herdados de seus
antepassados. Onde
Ìyáàmi é mais conhecida como ―ÈLÈYÉǁ (senhora dona do pássaro), aquela
que
mitologicamente usou mal o seu poder prestidigitador e por isso teve de
entregar para
Obatala-Òrìsàálà o seu Igba-Nla (a grande cabaça que guarda o poder), para
que ele fizesse
um bom uso do poder da criação. Tudo isso se refere à criação do mundo.
Esta lenda das Ìyáàmi resultou da gênese ÈLÈYÉ.
Ifá ensina que no momento que as forças Èlèyé se manifestam com energia
positiva/construtiva elas são chamadas e tratadas como ÌYÁÀMI (Minha
Grande Mãe), mas
quando essas mesmas forças se manifestam de forma negativa/destrutiva são
consideradas e
apontadas como ÀJÈ (força caótica), sendo necessário apaziguá-las. A
considerar que a
energia das Ìyábà (orisa feminino) é completamente distinta e interligada à
Ìyáàmi, de forma
que as Ìyágbà são energias tão complexas que chegam a sofrerem
recriminações na sociedade
que à cultua. Entretanto, o culto de Èlèyé é muito comum nas comunidades
Yorubanas, entre
as mulheres idosas, as quais repassam seus conhecimentos e poderes para as
mulheres mais
jovens, na finalidade de dar continuidade a instituição.

odo conhecedor em Orunmila e Èlèyé sabe que existe uma relação


T intrínseca entre
Òrúnmìlà e Ìyáàmi. Na literatura dos Odù-Ifá, existe o Odù chamado
Òsá-Mejì, que é o
décimo signo de Ifá, o qual é, comprovadamente, o principal Odù das Èlèyé.
Este Odù revela
como os humanos conquistam problemas com as Èlèyé, e também mostra os
caminhos para
solucionar tais problemas. O mesmo Odù, fala de pessoas com uma grande
inclinação de
cultuar ou ser protegido por Ìyáàmi. Òsé-Meji é o Odù que Èlèyé também
favorece a pessoa
que é sua protegida, portanto há pessoas quem possui a sua energia e não
sabe, sendo assim,
não podem controlar os dois lados, construtivo ou destrutivo, nos quais Èlèyé
a irradia de
alguma forma seja; através da mente intuitiva, premunição, audição, vidência
ou poliglotísmo.
Mas, às vezes, este poder é tanto numa pessoa, que ela acaba fazendo mal a si
mesma,
demorando muito a perceber, ou na maioria das vezes morrem sem percebe.
De regra, essas
pessoas começam ter os seus primeiros contatos com as Èlèyé através de
sonhos.
Outra forma mais precisa de como identificar e confirmar todos os detalhes
sobre as
influências das Èlèyé é através do Oráculo-IFÁ (Ikin/Opele). Então, quando
algum um
problema é detectado, imediatamente Ifá pode aconselhar uma pessoa sobre
seus
comportamentos, tabus, e, até recomendar sacrifícios na forma de Irubó,
Etutu, Ipese etc,
sempre a fim do problema da pessoa ser anulado ou até que a força de Èlèyé
(àjé) seja
apaziguada.
Os Babalawos sabem que um Odù é formado pelo conjunto de duas colunas
verticais
paralelas, contendo 04 índices cada. Para cada Odù existem mais dezesseis
combinações
possíveis totalizadas em 256 combinações, quando cada uma delas ganha um
nome
especifico, a fim de abrir ou fechar um portal para o mundo sobrenatural, de
onde se extrai as
forças interligadas com as Èlèyé. A exemplo do Odù Òsà apresento algumas
combinações
abaixo:

Òsà Mejì Òsàyèkù Òsàtúrà Òsàrishé


II II II II II I II I
I I I II I II I II
I I I II I I I I
I I I II I I I II

Quase todos os Odù ligados com o Odù Òsá, falam sobre as Èlèyé ou suas
influências.
Independentemente de Òsá, há muitos outros Odù que denotam a presença ou
influencia de
Èlèyé, a exemplo de Odi-Mejì, Oturupon-Meji, Irete-Meji, Ogbeyónu, Otura-
Òrìko
(Oturagbe), Iretégbe, Iretedi, Okanranrosun, Irosuntura, Irete-eguntan etc.,
mas praticamente
todos os falam sobre Ìyáàmi, de uma forma ou outra.
No conceito do povo Yoruba a representação mítica mais perfeita do Útero é
a IGBÁ
(Cabaça), portanto, a representação mais perfeita do Universo é chamada de
IGBADU
(Cabaça existencial), onde vivem guardados todos os segredos da Criação do
―AIYE e
ORUN. Tal recipiente é segredado no Âmbito da primordial Ìyáàmi que é
chamada de Òdu, a
esposa secreta de Orunmila. O recipiente sagrado é constituído rigorosamente
por um Oluwo
entendido neste assunto.
O PODER DIVINO
INERENTE AS
MULHERES
Iya ni wura iyébiyé
Ti a ko le f’owora
O loyun mi f’osu mesan
O pon mi f’odun meta
Iya ni wura iyébiyé
Ti a ko le f’owora.
Mãe é mais preciosa que o ouro
Isso não pode ser comprado com o dinheiro
Ela me carregou em seu ventre por nove meses
Ela cuidou de mim por três anos
Mãe é mais preciosa que o ouro
Isso não pode ser comprado com o dinheiro.
Em virtude da mulher gerar e parir filhos, povoando o mundo, esse fato era
encarado
como uma capacidade extraordinária, prestidigitadora e maravilhosa, tanto
que as aproximam
das coisas sublimes, divinas. Por esta razão, muitas culturas antigas eram
assoladas pelo medo
das mulheres se tornarem absolutamente poderosas, até porque no passado tal
capacidade era
completamente inexplicável. Então, por esse motivo, apesar das mulheres
sempre serem vistas
como possuidoras de certos poderes sobrenaturais e famosamente discorrida a
"concepção
feminina", mais que qualquer coisa, em todas as culturas, sempre ocorreu
uma tendência de
converter as mulheres em "Bruxas", exatamente pelo senso de acreditar que
elas possuíam
poderes natos, dês de gerar e parir, até se comunicar com forças sobre-
humanas etc. Por isso,
o mito da "bruxa" que voa na vassoura acompanhada por pássaros macabros é
conhecido
quase no mundo inteiro, com pequenas diferenças de acordo com o lugar e
sua cultura.
Concomitantemente a Mulher também está relacionada a fecundidade através
do enigmático
sangue menstrual, que ainda hoje é a principal marca que calcula a conversão
de uma menina
em mulher, no entanto, por destino será educada até ser considerada de fato
"Ìyáàmi",
acontecendo exatamente quando cessam os eventos menstruais e atingem a
menopausa.
Pelo extraordinário fato de Ìyáàmi ser a única proprietária dos intestinos,
assim como todos os
outros órgãos vitais e tudo mais que se encontra no interior, seja dos seres
vivos como tantas
outras coisas e eventos, ela é respeitavelmente considerada a verdadeira
"Fonte existencial",
representada primordialmente pela cabaça, enquanto o Búzio é considerado
como o
representante mítico da Vagina, o portal existencial por onde passa as
criaturas. Ou seja,
vagina é considerada uma passagem que possibilita o aparecimento de tudo
vem do Òrún
(interior = além) para Àiyé (mundo concreto).
Contudo o conceito de Ìyáàmi, além de confirmar estas transformações em
uma mulher em
ser sublime, leva as mesmas a passarem por um tipo de reclusão fora do local
de onde vivem,
período em que são alimentadas com comidas especiais, aprendem suas
orações sagradas e
são vestidas de um modo muito especial, ficando sabedoras de todos os
segredos e
compromissos relacionados ao poder da mulher. No termino são conduzidas à
um Bàbálàwó
da comunidade, a fim de recitar alguns Ijuba, Oriki e Orin, oferecendo um
tipo de donativo ao
sacerdote. Tal rito tem a finalidade de assegurar uma boa vida e entre outras
coisas anunciar
que a iniciada em Ìyáàmi é mais uma possuidora da "Cabaça com o Pássaro",
capaz de
fornecer fertilidade, abundância, prosperidade, saúde e proteção, sempre
tomando noção de
seu alinhamento espiritual.
Quando prontamente as meninas mais jovens passam por este rito, recebem
além do
alinhamento espiritual a sua retificação com o poder feminino, recebendo
todo conhecimento
para um total domínio sobre seu próprio corpo. Isso ocorre no período que as
meninas se
transformam em mulheres até atingir o ápice da maturidade. De tal modo que
existe uma
apresentação simbólica a fim de informar que as jovens acabaram de deixar a
infância para
trás, então, o público assiste de forma que os homens se fixam os olhos nelas,
na idéia de que
no momento certo possam escolher uma delas para casar-se. Daí, quando uma
mulher virgem
é escolhida como esposa, antes de se casar passará por outro realizado no
âmbito do Òrìsà
Òshún, quando receberá presentes, felicitações das famílias e ainda bênçãos,
felicidade e
alegria diretamente de Òshún.
44
Uma realidade bem perceptível é que a palavra Ìyáàmi em si, não identifica a
mulher como
um lado obscuro do poder, muito pelo contrário, o culto à Ìyáàmi tem o
costume de exaltar e
homenagear as magníficas capacidades da mulher, se tratando em gerar e
parir filhos,
administrar, seduzir e dominar todo o lado protetor maternal. Por isso, a
palavra Ìyáàmi
significa: "Minha Poderosa Mãeǁ. Portanto, essa forma de recorrer ao poder
feminino,
expressa um senso de reverência que serve como ponte de ligação entre os
vivos e suas raízes
ancestrais, como também ajuíza sobre o papel materno de todas as mulheres.
De forma que
todas as Divindades femininas são chamadas também ÌYÁÀMI (Minha
Mãe), não no senso
de "magníficas ou feiticeiras", mas por ser uma homenagem verbal às
grandes MÃES
ANCESTRAIS.
É proposto que toda mulher seja fértil (pelo menos teorìcamente ter a regra
mensal), do
contrario a mesma não poderá ser considerada capaz de se encarregar de
certas funções
importantes dentro do Culto de Ifá, não só por isso, mais por muitas outras
razões. Fato que
não posso omitir aqui por ser um conhecimento que deve ser passado só
através de um
Sacerdote (Bàbálaowo) que adquiriu certo Grau e bastante conhecimento para
quem necessita
desse aprendizado. Ao mesmo tempo, algumas razões práticas têm haver com
a atenção
constante que requer o culto, pois uma mulher não pode ser dedicada
completamente se ela
continua tendo a regra, isso, porque ela deve se privar do contato com as
deidades durante
esse período e no caso de estar grávida. Principalmente durante os últimos
meses e no pósparto quarentena. Sem contar que durante vários meses toda
sua atenção deve ser para seu
bebê.
O QUE É ÌYÁÀMI-ÀGBÀ?
Ìyáàmì-Àgbà é uma palavra denominada no idioma Yorúbà como ―Minha
Mãe
Ancestralǁ. Como um demonstrativo respeitoso à quem se dirige a um
Ancestral Feminino,
mais precisamente uma Mãe ou Avó falecida. Portanto, normalmente,
nenhuma Mãe tem um
caráter violento que possa ser considerada perigosa. Mas, se tratando do
complexo das
Ìyáàmi, nele existem forças, da estrutura terrestre, consideradas como grandes
Mães do
Agbaye (Universo) e algumas forças perigosas.
Devido a dificuldade de uma maior compreensão sobre o universo das
Ìyáàmi, muitas
pessoas confundem Ìyáàmi-Èlèyé (poder criador) com Ìyáàmi-Àgbá e Àjè
(força
desagregadora). Porém, todas sintetizam-se com a coletividade das Ìyáàmi-
Òsòróngà, tendo
Àjè como a força núcleo de todas as capacidades e manifestações ligadas ao
poder feminino.
Ou seja, Ìyáàmi-Àgbà não deve ser considerada e tratada o mesmo que
Ìyáàmi-Èlèyé, mas
ambas estão conectadas ao âmbito de Ìyáàmi-Òsòróngà. Onde todos os tipos
de forças
femininas se mesclam e literalmente são representadas de forma única por
pela força Àjè,
carente de apaziguamento, constante, através de Ìyáàmi-Òsòróngà.
Apesar de todas as mulheres falecidas receberem reverências e culto através
do nome
Ìyáàmi-Agbá (minha mãe anciã ancestral). Se tratando das Aràjè, as mulheres
bruxas inimigas
da sociedade, quando morrem sem deixar filhos consangüíneos ou espirituais
sobre Terra, não
terão como receber as merecidas homenagens e culto na sua nova forma
espiritual de ÌyáàmiÀgbà. Porque as mesmas não construíram um legado
fundamentado na ética social, bem como
na pratica ritual.
Diante da gama informativa sobre os conceitos de Ìyáàmi, Ifá ensina que
nenhum
espírito de caráter feminino deve jamais ser cultuado separadamente do culto
de Òsòróngà.
Significando que após o falecimento de qualquer mulher, o espírito ao se
tornar um ancestral
feminino ele se aglutina ao complexo de Ìyáàmi-Òsóròngá, onde passa a
receber
considerações e culto de forma coletiva através de Iyá N'lá (a grande mãe), a
qual é uma
Poderosa força magnética que atrai para si todos os espíritos femininos.
Então, Òsòròngá além
de ser considerada a coletividade das forças e dos espíritos femininos, ela é
também a
principal representante de todas as capacidades e suas manifestações. Assim
as Ìyáàmi-Àgbà
são consideradas o foco principal da sociedade chamada Gèlèdè. Onde os
antepassados
femininos são divinizados, a fim de assumir funções e características de
divindade principal
em uma família. Na maioria das vezes, esses ancestrais femininos alternam a
proteção e o
trabalho entre os Òrisa de uma mesma família.
No culto das Gèlèdè (máscaras sagradas), as antigas divindades femininas
tiveram
então, seus cultos reorganizados em torno de entidades femininas genéricas,
resumidas em
Iyámi-Òsòròngá, ou seja, o culto à cada Orisa feminino foi estruturado na
esfera de ÌyáàmiOsoroga. Por isso, alguns dos Orisa femininos passaram a ser
considerado, erroneamente,
como bruxas maléficas, simples pelo fato de representarem sempre um perigo
para o poderio
masculino e a ordem social. Enquanto, vários Orisa masculinos tiveram seus
cultos divididos
entre si, mediante as suas atribuições de zelar pela Terra, em diferentes
locais: a superfície do
solo ficou para Obaluwaiye, o subsolo e o trabalho da agricultura para Ògún,
a fertilidade do
solo para Oosharokô, a profissão da caça para Òdè, e assim por diante.
A fertilidade das mulheres foi o atributo que restou para as divindades
femininas, já
que é a mulher que gera e concebe, favorecendo a continuidade da vida.
Então, cada uma
delas fragmentou-se em Ìmòlé da chuva, dos rios, do mar, dos ventos, da
riqueza da terra, das
folhas, dos frutos, da fertilidade, da bondade e amor, da maternidade, da
abundância etc.
Tantos e tantos atributos representados originalmente pela própria água, que
fertiliza a terra e
permite a vida, a produtividade e a riqueza. Assim, na natureza, a ordem
respectiva das Imòlé
Ìyáàmi é:
1º Ògbòni = A fertilidade total da terra
2ª Òshún = A chuva e as nascentes
3ª Olokun = Os oceanos
4ª Oyá = Os ventos, as tempestades
5ª Oobá = Os trovões
6ª Yewá = Os gêiseres e lagos
7ª Osanyin = A vegetação
8ª Iyemonja = Os Rios
9ª Osumare = O arco-íres
10ª Iyerosun = Os pântanos
11ª Ajê-Shariki = A riqueza
12ª Irewyin = As enchentes
13ª Osapipe = As Lagoas
14ª Iyekuté = As orlas
15ª Omolulu-Olurogbo = O subsolo
16º Erinlè = As margens dos Rios
17ª Osoosi = Produtividade dos cereais
18ª Dada = Produtividade dos frutos
Essas são as antigas divindades representadas pelo Elemento Água; todas
associadas à fertilidade, com
sua maneira bem peculiar de produzir riquezas, criar e repor o equilíbrio na
natureza. Portanto, todas
elas se agregam coletivamente em Ìyáàmi.
DESMISTIFICANDO O
CULTO ÌYÁÀMI-
ÒSÒRÒNGÁ
Quando uma pessoa com profundo conhecimento fala de "Ìyáàmi-Òsòròngá"
muda
bastante o conceito antes exposto, porque recorre aos mitos que relatam sobre
o poder
feminino associados aos pássaros e aves, a partir de certas espécies que se
fixaram na mente
dos homens como raridade ou comportamentos macabros. Embora não isola
as mulheres ou
Òrìsà, o mito Ìyáàmi-Òsòròngá está mais relacionado com os poderes que ela
traz na realidade
com o útero da mulher, ao qual nós sempre recorremos como "Igbadu" (a
cabaça da
existência), na comparação metafórica entre um Ovo fecundado e a barriga da
mulher grávida.
De forma que Ela vem dizer que a mulher possui o "Poder do pássaroǁ
contido na cabaça. No
útero da mulher a vida do bebe não é inerte, mas sim cheio de movimentos,
como por
exemplo, no Ovo da galinha, onde o movimento não é contemplado, mas
depois a pessoa
pode contemplar claramente o pintinho; em ambos a pessoa pode perceber o
poder da
fecundidade surpreendendo a capacidade de uma "magia", é o que isto
insinua.
O mito Ìyáàmi-Õsòròngá então, não é o culto somente às ―mulheres bruxasǁ
com pássaros
macabros, mas sim uma associação magnífica e simbólica entre o ser
feminino capaz de
fecundação e o poder místico de alguns pássaros da noite. Portanto, foi isso
que cultivou
certos temores nos seres humanos, os quais acreditam no espaço etéreo de
agregar e cultuar os
Espíritos das Èlèyé de forma Coletiva, como Ìyáàmi-Àjè (Minha mãe
encantadora) ou ÌyáàmiÒsòròngá, todos esses nomes se referem a um mesmo
Ser Espiritual. Então, o que deve ser
sabido é que Ìyáàmi-Àjè se fragmenta em varias definições, mas
principalmente em espíritos
impessoais (que não se refere a pessoa ou pessoas), com manifestações bem
consciente
tomando formas de espíritos que nunca tiveram corpo humano e eles não
terão isto jamais.
Àjè, ao mesmo tempo, forma a parte inconsciente no ser humano e na
natureza, como espécie
de "parasita" que surge junto ao homem no mundo, ou seja, Àjè foi a causa
da existência de
tudo e em tudo. Por outro lado, as Ìyáàmi-Àjè são espíritos que não têm
consciência, e são
alimentadas pelo próprio mau que a pessoa cria com os seus medos etc., por
isso são forças
que se tornam, consideravelmente, perigosas no mundo astral e na natureza.
As forças elementares de Àjè podem ter sexo masculino ou feminino e, eles
sempre entram
em par na vida de um ser humano, assim, concebe o equilíbrio, a dualidade,
existente em
todos os espaços, até mesmo em nossos próprios medos mais obscuros. No
conceito popular
YORUBA SÃO FORÇAS
QUE POSSUEM FORMA
HUMANÓIDE COM
PENAS, E NUNCA É
REPRESENTADO EM
imagens ou gravuras, o poder só é sentido no contado pelos pássaros.
Associações à Àjè
podem ser vistas como símbolos na maior parte dos instrumentos sacros,
como nos bastões
metálicos (Osun) dos Bàbáláwò ou em forma de pássaro sobre as coroas dos
Oba (reis),
representando que o possuidor tem a ―autoridade e paciênciaǁ de ganhar esta
nobreza, assim
rendem homenagens ao Poder Feminino.
Ìyáàmi-Àjè atua sob a supervisão de Èsù e elas têm estreitas relações com
alguns outros
Õrìsà’s como Õgún: aquele que é o dono dos sacrifícios e quem provê o
líquido sagrado (o
sangue) pertencente à Èlèyé ou Òdu-logboje que é chamada também
famosamente como
Odùwa, Yemowo, Yembo, Arugba, Mawu ou simplesmente Òdu, o primeiro
Espírito
Feminino no mundo, transmissora da Cabaça material para as outras
mulheres dentro dos
corpos delas e a essência para o resto dos Òrìsà Obìnrin (feminino).
Quando se percebe a influência por parte de Àjè em homens, essa força é
chamada de Òshó
(os bruxos), a qual trabalha contra ou a favor da própria pessoa, embora
nunca haja um
responsável claro para estes ataques sobrenaturais, porque genuinamente
sempre é a própria
pessoa que ―ganha o castigoǁ por seu próprio comportamento, que lutar
contra a própria vida.
Portanto, em um sentido inverso, Ìyáàmi-Èlèyé é a grande Mãe justiceira, a
lei de toda
estrutura terrestre e humana, significando que ela procura manifestar o bem a
partir da
injustiça praticada por alguém. Então, toda pessoa que tem em si certa
malignidade para com
o outro, alimenta estas forças consigo e, ao mesmo tempo, atrai e carrega o
mal de forma
simbiótica, quando é a própria pessoa quem produz energias negativas, assim
se tornando seu
próprio juiz; quando Ìyáàmi-Òsòròngá pousará com suas patas sobre a cabeça
desta pessoa,
seja por praticar o mal ou se permitindo que o mal lhe pouse e comece a lutar
contra o
negligente.
Não há qualquer Ébó capaz de dominar a manifestação dessas Forças
Espirituais. A única
coisa que se pode fazer, no máximo, é aplacá-las, e isso ocorre pelo fato delas
viverem e
serem alimentadas dentro de nós mesmo, na maioria das vezes em estado
oculto. Em
contrapartida, a existência da força Àjè é um mal necessário, se fazendo
muito importante, na
finalidade de restituir todo o equilíbrio no Universo, porque apesar dela ser
"hostil" com as
pessoas, ela se manifesta para contrabalançar tanto o eco sistema quanto o
caráter humano,
através de seus medos ou coragem.
Aquele que deseja que Àjé não se torne um obstáculo em sua vida deve
refrear os seus
ímpetos, os seus medos, as suas inseguranças, os seus sentimentos, os seus
complexos, os
seus instintos destrutíveis, as suas aptidões agressivas ou passivas em
exagero, tanto no macro
quanto no micro cosmos. Essas pessoas devem rapidamente estabelecer culto
através de
Ìyáàmi.
O culto à Gèlèdè (máscara) reflete de forma bem evidente a influência
negativa que Àjè pode
exercer no lado mais obscuro de cada pessoa. Onde se pode ver uma cena em
que um homem
armado está atacando uma mulher, isso por Invejas, ciúmes, amargura,
frustração ou como
também qualquer outro sentimento negativo, seja por pensamento destrutivo
ou qualquer
ação semelhante.
O conceito que as mulheres Ìyáàmi se encontram em assembléia e as ações
das mesmas serem
espiadas por ―Èsù Ebítáǁ, a fim de serem conspiradas com apaziguamentos
quando praticam
todos os tipos de maldade chamada de ibururu (o mal), enviando algum tipo
de Ajógun
(força inimiga dos seres humanos) depois de saber que alguém fez ou não um
Ebo
determinado. Deste modo, elas também atual como reguladoras do
comportamento humano,
mediante aos seus débitos gerados face a face com Òlòrún e seus Irunmàlé,
isso quando uma
pessoa sai do seu eixo espiritual ou por ter infringido algum de seus tabus, ou
que ainda
deflagrado o seu próprio equilíbrio interior, seja até mesmo em alguma de
suas reencarnações
passadas. Assim sendo, queira ou não queira, na hora exata, toda a má ação é
seja cobrada de
alguma forma, na finalidade de restabelecer o equilíbrio, afim de tudo voltar
ao seu eixo
normal. É por isso, que Ifá indica sacrifícios específicos, a fim de aplacar as
conseqüências
dos tormentos originados por oportuna ação maléfica de cada ser humano.
Já sabemos que todo tipo de sangue pertence à Ìyáàmi, seja o mesmo
derramado sobre a terra
ou qualquer Ebò, sobre artefatos de qualquer tipo de assentamento ou sobre o
Ori de uma
pessoa, até mesmo quando derramado aleatoriamente, é a força Àjè que se
apresentará com
várias necessidades degenerativas. Portanto, todo sacerdote antes mesmo de
designar qualquer
Ebó, que contenha algum tipo de derramamento de sangue, deverá analisar,
através do Opele
ou Ikin, os reais motivos para tanto, avaliando se o sangue será derramado
para alguma
finalidade fútil do interessado, geralmente aqueles que saem a procura, de um
Sacerdote
corrupto, a fim de realizar algum desejo de cobiça, vingança, avareza por
dinheiro, luxuria
etc., Quando ocorre derramamento de sangue por tais desejos fúteis, ambos
pagarão muito
caro por tal sacrilégio contra a natureza.
É Àjè quem controla o sangue menstrual e também qualquer processo que
capacite o
aparecimento de criaturas físicas ou sobrenaturais. Por esta razão, nos
sacrifícios no culto de
Òrìsà o sangue não deve ser jorrado na terra, se não a fim de apaziguá-las. Ou
seja, o sangue
jamais deve ser derramado aleatoriamente na terra ou de forma exagerada
(chacina de animais
– o que erroneamente vemos em cultos afro-secundários). De qualquer forma,
derramar o
sangue diretamente no chão é um tabu. Por isso, antes de qualquer Èbó desta
esta natureza, Ifá
deve ser sempre consultado, na finalidade de fornecer além de soluções, um
direcionamento e
ajustamento ritual.
Ìyáàmi-Àjè identifica a gota de Sangue na natureza como um pássaro,
enquanto ele se
transforma em 09 (nove) pássaros. No culto de Ìyáàmi o principal é a Òwìwì
ou Òsòròngá -
cujo nome vem do som que ele emite. Outros pássaros são: Éhúrù, Èlúlú,
Èráwo, Àgbìgbì,
Àtiòrò, Àgbògbò e Aràgamágò.
Ifá determina que se deve oferecer as ―Vísceras Cruasǁ à quem elas
pertencem, porque os
órgãos internos são considerados a comida favorita das Àjè/Ìyíàmii. Portanto,
quando ocorre
qualquer tipo de sacrifício ritual dedicado a qualquer Òrìsà ou Egùngùn, as
vísceras dos
animais são rigorosamente retiradas, por uma mulher capacitada, e são
entregues cruas de
forma especial ao Babalawo, na finalidade dele executar o ritual chamado
Ipèsé-Ìyáàmi.
OBS: Partes das vísceras importantes sempre devem ser depositadas em
pratos de barro e em
seguida adiciona-se pedaços de Èkò, um pouco do Èjé que foi vertido e
cobre-se tudo com
Epo e no final algum tipo de Ewé-Ifá bem peculiar a situação. Este Èbó é
denominado IpèséÌyà’nlá, significando: ―A injustiça desapareceráǁ.
Algumas vezes, para as Ìyáàmi, em sacrifícios menores são oferecidos 07
pedaços de Ekó
cobertos com Epo Pupa, a fim de suplicar por sua proteção, porque o Epo as
acalma quando
toca a terra, isto representa o poder feminino, então, entre outros itens.
As muitas penas simbolizam a individualidade, proteção e filhos; o sangue -
representa a
menstruação, a força, a consignação e a vida, nos seus vários sentidos e
condições. Por isso,
quase na maioria das vezes, o primeiro item que é depositado sobre as
oferendas de qualquer
Òrìsà, são as penas extraídas de pássaros ou aves.
Muitas pessoas sem o devido conhecimento, afirmam que a palavra Àjè é
uma referência à
"Bruxa" ou ao ―Malǁ, mas em uma de outras definições a palavra Àjè ―vem
da contração de
―Jé-Ìyá" (a mãe que come) mencionando o voraz apetite
pelo cheiro do sangue e vísceras, assim sendo, as Àjè podem vir voando
baixo, na forma de
pássaro sobrenatural ou físico, também como macaco ou até mesmo outros
animais
inimagináveis. Isso, por que elas possuem a capacidade de se transformarem
em qualquer
coisa material ou imaterial, até em um Egungun ou Òrìsà, entre outras
condições, bastando
que a pessoa esteja com seu Òrì fora de EIXO, ficando à mercê da
manipulação delas.
A SOCIEDADE
ÒSÓRÒNGÁ
Os membros da sociedade ÌYÁÀMI-ÒSÓRÒNGÁ cultuam os seres astrais
(espirituais
– chamados ÀJÈ) inclinados a manipularem as leis terrestres e cósmicas,
assim eles mantêm a
sociedade em equilíbrio, assegurando que os seres humanos sigam essas leis
ou são castigados
mediante as suas transgressões por seus próprios atos. Esses membros são
homenageados com
nomes Ìyáwá (nossa mãe) ou Ìyáàmi (minha mãe), são consideradas as anciãs
da noite,
conhecidas como a estrutura terrestre, as donas controladoras de tudo na
Terra. O poder de
Àjè vem do fato que é considerado a origem de toda existência terrestre.
Na sociedade Osoronga, é comum se ouvir o nome Ìyá-Ìgbá-èyè (mãe da
cabaça do
pássaro) ou Ìyá'nlá’dudu (grande mãe negra), modificado para Odù-Logboje,
a mulher secreta
de Orunmila, a qual é também denominada Eleyinjú-Ègè, a dona de olhos
delicados, fazendo
citação às divindades geradoras, representadas através da cor negra. Òdu é
conhecida também
como Olórí ìyá-Àgbà-Àjè-Èlèyé, a Chefe soberana de nossas Mães ancestrais
possuidoras de
pássaros, ou Ògágun-ati-Ògájùlo-ninu-awon-Ìyáàmi-Òsòròngá, a Chefe
soberana entre todas
Ìyáàmi-Òsòróngá.
Todos sabem que Òdu, vive e é cultuada somente por homens Babalawos,
vivendo secreta
dentro do Igbodù-Ifá. Porém, em outras vertentes de culto, Òdu é chamada
varias vezes de
Ìyáàmi-Agba, minha mãe suprema, homenageada como o verdadeiro
complexo fragmentado
de divindades femininas, na qual insere-se: Iyemonja como o Orisa que
preside Iku (a morte)
e o domino do rio que desemboca no Mar (a casa de Eégún), considerada
também como a
principal instituidora do culto Gèlèdè. Nesse mesmo complexo está Òsún
como a grande
Iyaloode da sociedade Osoronga, considerada como a primordial protetora da
gestação e da
Bondade copiosa, dona das nascentes e de todos os tipos de fluxos. Ainda se
encontra Oya,
como Iya-Mesan-Òrun, a mãe dos ventos que sopram nos 04 cantos do
mundo e ainda
transporta os espíritos até os 09 espaços no Além. Enquanto Yewa se
posiciona como o Òrìsà
responsável de zelar por tudo que se encontra secreto, como todos os
mistérios da morte, e
ainda, tudo que se refere aos segredos rituais. Fato referente a Iyewa, que é
retratado através
do uso de grande quantidade de palhas avermelhadas, as quais cobrem tudo
aquilo que não
deve ser revelado aos olhos de quem não tem permissão, não iniciado. Esses
são alguns de
todos os denominativos de Òdu, os quais se agrupam no culto à Èlèyé, as
possuidoras da
cabaça com o pássaro, símbolo do poder feminino. Portanto, toda mulher é
considerada uma
Àjè. As Ìyáàmi controlam o sangue menstrual e representam os poderes
místicos das
mulheres, seja no aspecto afável ou mais perigoso à vida.
EGBÉ GÈLÈDÈ
A Sociedade Gèlèdè não é outra coisa, se não um culto organizado para
acalmar
as forças caóticas da natureza, isto é, as representações impessoais de Ìyáàmi
Òsòròngá. O
Culto das Gèlèdè certamente originou na área de Ketu por volta do século de
XIV a.c, sendo
centrado, na deificação do poder feminino intrínseco (ìwà e abá) como centro
gerador de vida
ou de destruição. Nele são os membros masculinos da comunidade que
homenageiam o poder
feminino através de máscaras com festivais anuais. De Ketu, o culto às
mascaras estenderam
entre os Yorubas para as cidades: Egba, Anago, Saki, Ohero-Ijo, Ifonyin,
Annòrì.
A Sociedade inteira é consagrada a Iyemowo (que faz referência a outro título
de Òshún
ligada a Òbátálà) que é venerada pelo povoado de Kétu, assim se venera a
Mãe dos Òrìsà,
dona das águas, da feitiçaria, da sexualidade, da família e da subsistência. Em
sí Iyemowo
expressa para todos os seus filhos o senso de proteção maternal, uma das
faces do poder
feminino destrutivo de Ìyáàmi-Àjè. A função principal da comunidade nesta
Sociedade é
garantir a paz entre os humanos e Ìyáàmi-Àjè. O festival das máscaras é a
parte pública do
culto e elas são trazidas ao mercado preferencialmente no local onde as
mulheres trabalham
no senso de reunião social na comunidade, mas também com propósitos de
pedir abundância.
A festa das Gèlèdès (Máscaras) é anual, organizada entre Março e Maio, mês
que marca a
estação agrícola, fertilidade e semeadura, para que as Èlèyé assegurem e não
envie até eles
seus pássaros (forças destrutivas), para arruinar a fazenda. A influência de
Iyemoja também
tem grande importância sobre o poder feminino de forma que ela sempre
provê proteção para
os muitos descendentes. Existem duas fases na festa das Gèlèdès em
homenagens às Ìyáàmi:
A) Para o Festival das Gèlèdè – o ciclo é aberto dias antes do festival, quando
as ÌyáàmiÒsòròngá recebem uma oferta de óleo de palma, mel, leite de cabra
ou vaca, folhas
específicas, pássaros, aves, quadrúpedes, caracóis, grãos cozidos e crus, ovos,
farofas, bolos
triturados, pó de Osunlede (urucum), Irosun, efun, etc.
Assim tudo é ofertado as Ìyáàmi-Agba de forma que todos executem
favoravelmente para a
comunidade, posteriormente os Òrìsà femininos são invocados para proteção
de todos. Então
as danças começam. Nesse momento eles entram em procissão pelo mercado
pela entrada
principal da cidade onde eles dançam quase o dia inteiro, isso porque eles vão
congregam
máscaras de vários lugares diferentes. São os homens que dançam com as
máscaras se
caracterizando de mulher com panos enormes sobre o corpo, alguns até
colocam enchimentos
nos peitos para ficarem bem reais, eles levam máscaras femininas, assim
transcrevem
Iyemowo, Iyemoja, Òsún, em uma intenção de equilibrar, o poder masculino
com o poder
feminino.
É necessário mostrar que as máscaras usadas durante esta cerimônia, que
acontece durante
o dia, elas diferem das máscaras que são usadas à noite.
B) Èfè - Acontece durante a noite anterior, começando no por do sol. Aqui as
máscaras
que são usadas representam tanto os homens como as mulheres, mas no
aspecto mais obscuro
e mais encantador de todos, em uma evocação para o poder da feitiçaria que o
rende
homenagem e agrado. As danças são executadas de dois em dois e os pares
representam um
homem e uma mulher, criando assim, um equilíbrio especial onde a
representação do homem
dança para evitar a injustiça de Òsó (feiticeiro) e a mulher ao contrario Àjè
(Bruxa). Há
também uma evocação para o poder inexplicável de uma mulher parir duas
crianças (Ibeji) ao
mesmo tempo, sendo representados por Òrò-Ìbejì. Por isso, alguns até levam
máscaras
idênticas. Em todos os casos, os dançarinos sempre são os homens jovens e
com muita
agilidade. As máscaras que representam o poder masculino é Akogi e as que
representam o
poder feminino são chamadas de Abogi.
s Gèlèdè que os ABOGI usam durante a cerimônia de Efe, representam
A uma mulher
muito Anciã e curvada, com poderes terríveis de pássaros, cobras,
moscas e outras pestes da
floresta dos Espíritos. Levando a crer que eles poderiam se tornar alguns
desses animais.
As Gèlèdè que os ilustres AKOGI usam durante a festa de Efe, representam
um
curandeiro feiticeiro masculino que têm o poder se tornar um animal durante
a noite, pior que
todos os outros na floresta dos Espíritos. Contra a convicção suposta que ao
ser uma
homenagem ao poder feminino este culto é o império da mulher, mas é
necessário salientar
que os participantes externos mais ativos são os homens, desde que eles
submetam sua
condição de homens e inclinam suas cabeças diante do Poder da grande MÃE
(ÌyáàmiÒsòròngá).
O culto as Gèlèdè está naturalmente integrado com Ìyáàmi-Àjè (as bruxas).
Este culto
se expandiu mais na parte sudoeste do país Yoruba, em ambos os lados as
margens da
República de Benin (Egbado, Shabe, Awòrì, Ohori, Idasha e Reinos de Ketu).
O propósito do
culto Gèlèdè é pagar tributo ao poder fenomenal das mulheres, anciãs
falecidas que são
afetuosamente reverenciadas como "Nossas Mães." Gèlèdè ajuda os seres-
humano por dança,
máscara, fantasia e poesia. Ao mesmo tempo propicia harmonia e equilíbrio.
Em Ketu as mulheres são chamadas carinhosamente e respeitosamente de
feiticeiras, por ter
fundado o culto cujo propósito é aplacar os espíritos das ―Bruxas
sobrenaturaisǁ e utilizar o
poder delas para proteger as comunidades contra forças malévolas. As
mulheres falecidas em
Ketu eram homenageadas por ter sido grande amazonas, (mulheres
aguerridas de ânimo viril)
comparadas às características dos seus próprios Òrìsàs femininos, as quais
eram conceituadas
Grandes Caçadoras com aparência e a coragem de homens caçadores. Por
isso, aqui no Brasil,
alguns Õrìsà’s Femininos foram confundidos e erroneamente cultuados como
Õrìsà’s
masculinos, agregadas ao culto do Òrìsà Wawa-Òdè-OÒrún (Osoosi), mas
corretamente
deveriam ser reconhecidas e cultuadas como o que são de verdade, Iyagba-
Òdè (Mães
Ancestrais da Floresta), respeitadas por suas verdadeiras características de
Èiyè-Òdè (Pássaros
Predadores), como é o caso de Erinlè, Osoosi e Òdè-Otin. Mas isso foi
devido à profunda
ignorância dos primeiros sacerdotes brasileiros influenciados mais tarde pela
Santeria
CUBANA. É muito fácil perceber que até hoje no culto das Gèlèdè, não só
Erinlè e ainda
Òdè-Otin, são nada mais que vertentes do Òrìsà Òsún. Quanto à Òsúmarè e
Olokun são
Õrìsà’s densamente homenageados e cultuados exclusivamente como
Espíritos Femininos da
floresta, fertilidade, produtividade, plantio e subsistência. Cujas
características são
58
indiscutivelmente femininas. Uma cerimônia acontece normalmente quando
uma mulher
importante (da linhagem de Àjè) chega a Ketu no ritual anual ou em funerais,
na morte de
compartes. Assim como na cidade Èpà e Òtá as máscaras consistem em duas
partes, uma
máscara e uma superestrutura. A superestrutura pode descrever muitos
motivos seculares
representada por muitas tiras de panos simples ou luxuosos, às vezes
sobrepostas em um
longo tecido. Enquanto uma máscara pode ser feita para representar um
grande membro da
sociedade que liderou e ensinou a comunidade.
A porta da sociedade Gèlèdè está aberta para ambos os sexos, mas são as
mulheres que
possuem alguns dos títulos mais importantes. O festival freqüentemente
celebra com honra à
Grande Mãe, Iya’Nla, o antepassado de todas as mulheres e bruxas3
. Enquanto as danças são
executadas rigorosamente por homens trajados com as roupas e máscaras, os
outros homens
participantes e todas as mulheres, anciães e jovens, se recolhem e rezam aos
espíritos femininos da
Natureza e espíritos femininos de suas ancestrais falecidas.
A palavra Bruxa (Àjè) tem dois sentidos: um positivo e outro negativo. O
positivo - (Àjè) - sempre se refere aos
poderes fenomenais dos ―grandes espíritos femininos da Naturezaǁ, atraindo
a abundância, fertilidade, felicidade, amor,
proteção, etc. Já o negativo se refere à Àjè (espíritos impessoais parasitas que
se manifestam no interior dos seres humanos,
provocando o desequilíbrio na natureza), por outro lado tais espíritos, muitas
vezes, são manejados por mulheres Bruxas ou
até espíritos de mulheres falecidas que foram bruxas terríveis, a fim de
desencadear o desequilíbrio na vida do próximo,
aquelas que entanto vivas usaram ou ainda usam mal o seu conhecimento,
para matar, destruir, atormentar as pessoas. Mas
uma bruxa viva ou morta jamais perde o seu poder, seja ela boa ou má.
Cuidado!
ORGANIZAÇÃO EM UM
EGBÉ GÈLÈDÈ
Dentro das hierarquias sacerdotais seja na sociedade Ògbòni, Òsòróngà,
Gèlèdè, Èlèékò,
quem tem primazia é a mulher, diferentemente do que acontece na sociedade
Ifá, Egùngùn,
Apa e Òrò, onde a primazia é dos homens.
Foi através do Culto Gèlèdè que a influência entrou na organização do
Candomblé,
oriundo de Ketu, como praticado no Brasil, onde até os dias de hoje o
Matriarcado predomina
através das chamadas ―Mães de Santoǁ; numa ordem bem comparada com o
Culto das
Gèlèdè:
IYALÁSÈ ou IYALOODE é a sacerdotisa principal e o título faz referência
ao mais alto posto
na Sociedade Gèlèdè. Ela se encarrega das grandes cabaças correspondentes
às Ìyáàmi
(Grandes Mães Ancestrais), como itens de conexão entre a comunidade e o
poder feminino,
representado pelas Ìyágba. A Íyáloode é a Sacerdotisa possuidora do Àse. A
Iyalase ou
Iyaloode é sempre uma mulher anciã que já atingiu a menopausa,
significando que ela é a
possuidora de amplo conhecimento sobre as folhas, animais e ritos
relacionados ao culto das
Ìyáàmi.
BÀBÁLÁSÈ é o Sacerdote masculino com funções semelhantes à Iyalashé, o
qual auxilia
como participante de alguns rituais, porque ele é o encarregado dos
sacrifícios, de forma que a
sua incumbência está mais voltada à parte do culto relacionada ao exterior do
culto como: a
manutenção das máscaras, os trajes, a organização das danças e sua total
direção externa. Ele
tem também amplos conhecimentos sobre folhas, rituais e outros artigos
relacionados com as
Divindades.
ABORE outro Sacerdote masculino cuja incumbência é agir como
intermediário entre as
diferentes comunidades e os favores de Ìyáàmi. Seu cargo é hereditário e
requer grande
conhecimento litúrgico.
ÈLÉFÈ é o Sacerdote iniciado no culto de Eshù, encarregado de compor os
versos que são
usados para cantar ou rezar. Ele é também o responsável para satirizar os
aspectos negativos
relativos à vida social da comunidade, que devem ser parodiados à noite. É
uma posição
bastante difícil, porque a pessoa diz com seus versos o que ninguém ousa
dizer, podendo ser
vítima da vingança de outros participantes.
ANGI ou ONIJÒ – Nome que se refere à qualquer homem portador de uma
máscara sagrada,
quer dizer, dançarino. Eles são escolhidos pela habilidade de dançar e
interpretar os toques
dos tambores por seus movimentos e sua agilidade. Sempre devem ser Jovens
maiores de 19
anos.
AGBEJI é o nome dos escultores exclusivos de máscara (Gèlèdè).
ONILÙ é o nome dado aos tocadores de tambor (Ìlù). Eles se especializam
em todos os tipos
de toques para acompanhar as danças dos homens mascarados.
Tradicionalmente se usam um
grupo de 04 tambores para as danças que servem de fundo musical nas
canções de
homenagens executadas durante a dança das máscaras.
CONCEITO DA
SOCIEDADE GÈLÈDÈ
Segundo os mitos da tradição afro-descendente, já que o mito é o discurso em
que se fundamentam
todas as justificativas da ordem e da contra-ordem social negra, a luta pela
supremacia entre os sexos é
constante, simbolizada pela cabaça Ìgbádù (cabaça da criação), já que é Òdu,
o princípio feminino de
onde tudo se cria – a representação coletiva das Ìyáàmi, mães ancestrais.
Enquanto o principio
feminino é representado na metade inferior da cabaça pertencente à Òdu, o
principio masculino
representado na metade superior da cabaça é pertencente à Òbátálà o mesmo
Òòsààlà. Assim, e relação
entre Òdu e Obàtálá, é somente entendida como simplesmente simbólica, e
nada mais representa que
uma simples relação de acasalamento entre o princípio feminino com o
masculino. Significando, que
háá um princípio de completude do outro, onde a vida se constrói de mãos
dadas e que cada um de nós
na medida em que se estabelece esta relação, constitui-se em um elo mais
completo com as coisas que
estão à nossa volta. O que denota todo um processo de equilíbrio e de
harmonia natural, entre macho e
fêmea. Para se entender bem tal relação, se faz necessário centrar as mulheres
do ritual GÈLÈDÈ, que
representam o culto às ÌYÁMÌ, através das grandes mães ancestrais,
encabeçadas por: Òdu, Ògbòni,
Òshùn, Iyemowo, Iyemoja, Iyewa, Oya, Omolulu, Iyerawo, Erinlé, Osoosi,
Otin, Iyerosun, Osapipe,
Okutè, Iyerewin, Osanyin etc...
Enquanto ÒDU simboliza a grande representante do princípio feminino,
secreto, dentro da sociedade
Ifá. Ògbòni representa o principio feminino, secreto, dentro da sociedade
Imolé. Òsòróngà representa
o principio feminino, secreto, dentro da sociedade Ìyáàmi-Agba. Òshún além
de ser a esposa de Ifá, é
também o principio feminino, revelado, na sociedade Orisa. Òyá além de ser
a esposa de Sango, é
também o principio feminino, secreto, dentro da sociedade Egungun. Obà
representa o principio
feminino, secreto, dentro da sociedade Èlèèkò. De forma que âmbas são
consideradas com o elemento
responsável por todo o poder feminino criador, liderando o ashé que
movimenta a coletividade das
ÌYÁÀMI, as grandes mães ancestrais, que tudo criam, transformam e se
transmuta, desde do
―princípio dos temposǁ na formação de todo nosso universo.
A sociedade GÈLÈDÈ, que já existiu no Brasil, é um ritual de mulheres que
vestem panos
coloridos - diferentes panos, mostrando as diferentes procedências. São as
diferentes raízes que as
pessoas podem ter na maternidade. A máscara ÈFÉ-GÈLÈDÈ que cobre a
cabeça da mulher vai
representar o mistério, o maravilhoso, na cultura negra. O uso da máscara
significa o símbolo de outro
espaço, um espaço vivo, um espaço invisível que não se conhece, mas se
sente!
Gèlèdè foi a primeira sociedade africana constituída no Brasil, nela sua
ultima suprema
sacerdotisa foi Omóníké Ìyálóde-Erelú que recebeu mais tarde o nome
católico Maria Julia Figueiredo,
uma das Ìyálàshè do Ilè Ìyá-Nàsó. Mas, com a sua morte cessaram-se as
festividades, que eram
realizadas no bairro da Boa Viagem.
No Brasil, o propósito da sociedade GÈLÈDÈ ainda era propiciar e manter os
poderes míticos das
mulheres, cuja boa vontade devia ser cultivada porque sempre será essencial
para a continuidade da
vida e de qualquer sociedade. Pois, sem o poder feminino, sem o princípio da
criação, não brotam
plantas, os animais não se reproduzem, a humanidade não tem continuidade
etc. Portanto, é o princípio
feminino quem cria e preserva o mundo. Sem a mulher não existiria vida,
sem a mulher nada existiria
no universo. A mulher sempre foi e sempre será, merecidamente, um ser
digno de reverencia e
respeitado, tanto pelos Irunmolé como pela humanidade.
As GÈLÈDÈ, máscaras, se tornam uma metáfora, sendo uma linguagem para
a Mãe Natureza.
Já o GÈLÈ (turbante) é um símbolo das Ìyáàmi comparado com as GÈLÈDÈ
(mascara) usadas sobre
as roupas dos Egungun. O Gele personifica o caminho do Útero, pois ele
carrega as crianças e as
protege. Através das Ìyáàmi (mães ancestrais), a arte das máscaras é usada
para aglutinar as pessoas
que se relacionam como filhos de uma mesma mãe, fazendo com que o
espírito se manifeste através
das Máscaras, seguindo, protegendo e alimentando o espírito humano.
Ambos, tanto o Gele como as
Gèlèdè, além de suas profundas representações, ainda evoca o não uso da
violência nas questões
diárias da comunidade. Pelo fato do conceito da mulher, mãe, está presente
em todos os lugares. De tal
forma, que as máscaras têm grande importância seja na vida religiosa, social
e política da comunidade
Yorubana, sempre mostrando as diferentes categorias da mulher, e as mais
comuns são:
- Mulher secreta - ligada ao divino, serve como passagem e receptáculo do
sagrado no mundo dos
vivos, por gerar frutos. Como todas as referências que se faz à Òdu e Ògbòni.
- Mulher símbolo político – A mulher pública que não usa violência para
resolver as suas questões,
aglutinando as pessoas e prosperidade a sua volta, vivendo o cotidiano. Como
todas as referências que
se faz à Òshún.
- Mulher sagrada – Digna - o símbolo de todos os tempos, pois está virada
para o futuro, sempre
vulnerável e frágil, mas é aquela que abre o céu (Òrun) e deixa lugar para a
mudança, o futuro, e para
a transformação. Como todas as referências que se faz à Òyá.
Assim, a sexualidade da mulher negra faz parte da sua essência de princípio
feminino, sendo muitos os
mitos que representam a função e o papel da mulher, vista como útero
fecundado, cabaça que contem
ou é contida, responsável pela continuidade da espécie e pela sobrevivência
da comunidade. Portanto,
não se encontra pecado neste tipo de sexualidade.
Através das ÌYÁ, mães, as comunidades se constituem num verdadeiro
sistema de alianças. Desde a
simples condição de irmão comunitário até a mais complexa organização
hierárquica, há o
estabelecimento de um parentesco comunitário, como uma recriação das
linhagens e da família
extensiva Yorubana. Os laços de sangue são substituídos pelos laços de
participação na comunidade,
de acordo com a antiguidade, através dos compromissos e linhagem
iniciática. Assim, todos estão
unidos por laços de iniciação às divindades cultuadas, aos demais iniciados,
às autoridades, aos
antepassados e aos ancestrais da comunidade.
Através dos ritos se tem todo um sentido de manifestação feminina, no grupo
de mulheres, quando
elas dançam e giram, se integram com o cosmos, mostrando dedicação e
empenho numa forma bem
peculiar de confraternização à Deus, obtendo a plena consciência que somos
elementos dinâmicos,
através do movimento formado por uma roda/círculo - já que as mulheres são
os principais elementos
que sempre dançam formando um grande círculo - representando o altar da
criação, o altar da vida, já
que a terra está em movimento, o universo está em movimento e só se
conseguirá estar em sintonia
com o universo através do movimento.
GÈLÈDÈ é originalmente uma forma de sociedade secreta feminina de
caráter religioso, existente nas
sociedades tradicionais Yorubás, que expressam o poder feminino sobre a
fertilidade da terra, a
procriação e o bem estar da comunidade.
O culto Gèlèdè visa apaziguar e reverenciar as Mães Ancestrais, a fim de
assegurar o equilíbrio na
família, na comunidade, na cidade, no país ou no mundo. Quanto, as
principais representações do
culto, um Itòn do Odú Òséyèkú também nos falam que Obàtálá e Òdu-
logbojé são integrados, como se
fosse uma única coisa, por isso em qualquer tipo de culto à Obàtálá, as
Ìyáàmi participam de tudo de
forma direta e inerente. Significando que "tudo aquilo que o homem vier a
conseguir na terra, será
somente através das mãos das mulheresǁ. Este é o principal conceito no culto
tradicional à Obàtálá,
por sua relação direta com Òdù, como retrata o Ìtòn Òsá-méjì (o mito da
roupa de Éégún).
ÈFÉ-GÈLÈDÉ
Quanto ao culto Èfé-Gèlèdè, os homens participam até nas chamadas
"incorporações"- Dàpò-sòkan -
assim uma das principais diferenças está nas próprias danças rituais, quando
eles se apresentam com
movimentos "femininos" expressam delicadeza, suavidade e nobreza, quando
eles se apresentam com
movimentos "masculinos" expressam firmeza e agressividade. Assim, cabe
aos Òshò de Òòsààlà' tal
função. Mas quando se trata da essência filosófica na relação de Obàtálá
(símbolo da ancestralidade
masculina) com as Ìyáàmi ( símbolo da ancestralidade feminina), expressam
uma relação perfeita,
como relata o Odu Òsé-òyèkú, simultaneamente na relação de ambos com
Ikú.
65
Os nomes próprios das 09 principais Gèlèdè em sua ordem de entrada numa
praça do
mercado, retrata que culto é na verdade todos ajustes refletidos na cabaça de
Òdu, que é
despertada (Òséyèkú) e as homenagens são realizadas ao ar livre, como nos
ensina o antigo
culto à Olòrun. Abaixo consta a ordem exata de chegada das Gèlèdè numa
cerimônia:
1º Akò –
2ª Baká -
3ª Mundiá
4ª Tetedè
5ª Okunriu
6ª Onilu
7ª Isa-orò
8ª Alopajanja-eledè
9ª Woogbáwoobaarsan

ois Ako é a Gèlèdè que representa a Ìyálóde (a primeira Dama de toda a


P Sociedade).
Sendo assim, é exatamente no conhecimento deste culto que podemos
perceber que os
homens principalmente os "Òsò", participam de toda uma enorme variedade
de fundamentos
dentro do culto Òsòròngá, pois se assim não o fosse, como explicar o tabu de
que as mulheres
não podem olhar o Apere-Òdu (Ìtòn Irètégbè), como entender que são os
Bàbáláwo - filhos de
Òrúnmílá que entregam as ―Cabaças com o pássaroǁ para toda mulher
iniciada no culto à
Òsòròngá como relata o Ìtòn do Odù Irèté-Méjì.
Enquanto ―Èféǁ são as Máscaras rituais que simbolizam o espírito das
ancestrais
femininas e os diferentes aspectos de seu poder sobre a terra, simbolizadas
pelos pássaros. Os
Õrìsà’s femininos representam de forma bem simples os aspectos
socializados deste poder
conforme a visão de mundo negro africano, segundo a qual homens e
mulheres se equivalem
e controlam determinadas forças da natureza. Porém a continuidade da vida
sobre a terra,
atributo eminentemente feminino nesta tradição, é reverenciado de modo
especial.
Por isso para Õòsàlà ―o grande ancestral masculinoǁ se canta:
“E kúnl è o, e Kúnl è f’obinrin o
E obinrin l’ó bí wa, k’àwa tó d’enia
Ogbon àiyé t’obinrin ni, e kúnl è f’obinrin
E obinrin l’o bí wa o, k’àwa tó d’enia”
(Ajoelhem-se para as mulheres.
A mulher nos colocou no mundo, nós somos seres humanos.
A mulher é a inteligência da terra,
A mulher nos colocou no mundo, nós somos seres humanos).
Ìyáàmi Òsòròngá é uma força que sintetiza em si a coletividade feminina,
cultuada também
nas sociedades GÈLÈDÈ (mascaras), onde é representada por Pássaros
esculpidos sobre as
mascaras dos Egungun.
Como já foi dito, a sociedade Òsòròngá congrega em si as forças Àjè
(feiticeiras), as quais
têm poderes de se transformarem em determinados pássaros; Èhurù, e Luùlú,
Àtióro, Àgbìgbò
e Òsòròngá, este ultimo refere-se ao próprio som estridente que a ave emite
ao cantar,
fornecendo o mesmo nome à Sociedade.
As Ìyáàmi exercem a força máxima nos horários mais cruciais – ao meio-dia
e meia-noite.
Ocasiões em que é preciso muita cautela para que os seus ―pássaros
sobrenaturaisǁ não
pousem na cabeça de ninguém que ouse perturbar o horário da grande
reunião astral, seja
chamando os seus nomes em vão ou fazendo qualquer tipo de sacrifício, que
não sejam para
as mesmas.
No culto tradicional de Òrìsà, os Bàbálòrìsà ou Iyalòrìsà deveriam ficar mais
atentos com as pessoas
que iniciam em Orisa. Pois quando pensam que podem está lidando com a
força de um Òrìsà,
incorporado no Ori de um iniciado, na verdade podem está sendo enganados
e está lidando com a
força Àjè; a qual pousa na cabeça de qualquer pessoa, figurativamente como
Pássaro, que pode
enganar e se passar como Òrìsà, incorporando naturalmente na cabeça de
qualquer Elegun, médium.
Isso facilmente ocorre em rituais precários de conhecimentos e cheios de
incertezas, mais exatamente,
quando é vertido o sangue de qualquer animal ou extraído o sumo de folhas, a
fim de consagrar
artefatos e principalmente tocar na cabeça de alguém, como ocorre
regularmente em vários tipos de
cerimoniais dedicadas à qualquer Orisa ou Egungun. Todos devem ter a
noção que este episódio é
muito comum, principalmente, quando o Sacerdote não possui os
conhecimentos necessários a
respeito do tipo real de força que se trata, se deve ou não executar um ritual, o
que se deve executar, de
que forma exatamente executar, quando executar, onde executar, quem deve
executar e sobre que
cabeça executar. Portanto, todo sacerdote além de se desviar do seu
romantismo espiritual deve
também buscar o conhecimento profundo sobre o culto de Ìyáàmi, através de
um Babalawo entendido
no assunto, a fim de se prevenir de tais ocorrências, evitando assim enganar-
se ou até mesmo destruir a
cabeça e o destino de muitas pessoas que os procuram. Como relata o Odú
Okanranrosun, o
―pássaroǁ de Ìyáàmi possui a fenomenal capacidade de se transformar em
qualquer coisa (animada ou
inanimada), além de se passar por um Egùngùn, mas principalmente por
qualquer Òrìsà, tomando
qualquer Ori (cabeça). Portanto, àqueles que se afirmam ―sacerdotes (as)ǁ,
tenham atenção e muito
cuidado com o que mexe e da forma que mexe!
Geralmente as principais cerimônias dedicadas à Ìyáàmi são realizadas no
início da
estação do plantio, relacionada à fertilidade, no inicio da primavera, no inicio
do outono etc.
Estas cerimônias tiveram início na região de Ketú, onde foi dividida em duas
partes, diurna e
noturna, segundo nos conta o Ìtòn do Odù Ogbé-Òsá, no qual diz que quando
as Ìyáàmi
vieram do Òrun para o Aiye, elas pousaram em sete árvores.
Segundo um Ìtòn as 07 árvores das Ìyáàmi seriam:
Orobo - Garcinea Cola
Àjànrèré - Ficus Elegans
Iroko - Chlorophora Excelsis
Orò - Antiaris Africana
Ògún Bereké - Delonex Régia
Arere - Triplochiton Nigericum
Igi ope - Elaeis Guineensis
Porém outra Ìtòn nos dá outra relação diferente das 7 árvores, estas seriam as
árvores
sagradas das Mães Ancestrais:
Ose - Adansanonia Digitalia
Iroko - Chlorophora Excelsis
Ìyá - Daniellia Olivieri
Asunrin - Erythrophelum Guineense
Obobo - Não identificada
Iwó - Não identificada
Arere - Triplochiton Nigericum
Bem ao contrário do que se pensa aqui no Brasil, existe sim a participação
masculina
dentro do culto Òsòròngá. As Ìyáàmi são detentoras de poderes terríveis,
consideradas as
donas de tudo que é secreto, em todos os sentidos, uma referência importante
é a barriga, onde
circula a energia vital do corpo. Já se sabe que quase ninguém pode com us
Ebo executados
no seu âmbito, dos quais, o Òjijì (sombra) é o mais fatal deles, somente os
Babalawo sabem
lidar seja com as Ìyáàmi e seus atributos.
Além do Odù Òsá-Meji, as Ìyáàmi são também diretamente ligadas ao Odù
ÒYEKU MEJI,
como propiciadoras na alteração do destino de uma pessoa. As suas
manifestações são
tamanhas, as quais só se conseguem no máximo apaziguá-las, através de Ifá,
porém, vencê-las
jamais.
Os Òrìsàs que se relacionam diretamente com Òsòròngá são; Obatala, Ògún,
Òbàlúwàiyé,
Òshún, Eshu, Sàngó, Oya, Iyewa, Ooba, Agangu, Bem como Iyemowo e
Iyemonja são
consideradas como as Matriarcas do culto GÈLÈDÈ, ligadas à ancestralidade
feminina.
Portanto, todos devem lembrar que a palavra "Oshò" se refere ao um título
masculino
dado ao homem no âmbito de Èsú através do símbolo Ègán, o qual Èsù se
torna Èlègán (o
proprietário do Ègán, o qual lhe dá a capacidade de caminhar na frente de
qualquer outro
Orisa), insígnia constituída por ―três penas de Ekodidéǁ, como o principal
símbolo do poder
recebido diretamente de Ìyáàmi, como relata o Ìtòn Òsétùrà e alguns outros
Odù.
Na esfera de Òsóròngá, Ifá ensina que o sangue (èjè) não pertence a nenhum
Òrìsà, se
não a própria Òsòròngá, como vemos os relatos em vários dos seus Òrìki (èjè
ó yè ní kál è o)
– ―o sangue fresco recolhido na terra cobre-se de fungosǁ, o que também é
considerado o puro
Àsè. Os relatos e ainda afirmam que Ìyáàmi segue o rastro do sangue do
fígado e do coração,
os quais são algumas das suas principais oferendas. Assim, os órgãos
classificados como
OFÙ, são aqueles que produzem a fazem circular a energia pelo corpo, como
o estômago,
bexiga, vesícula biliar, intestino grosso e o intestino delgado. Já os órgãos
classificados como
ÒSÀ são aqueles mais importantes que geram e distribuem energia pelo
corpo, portanto, são
muito apreciados por Ìyáàmi, como o coração, fígado, rins, pulmões, baço e o
pâncreas.
Porém, todos pertencem a Ìyáàmi. Detalhes como estes, são importantíssimos
no culto aos
Òrìsà e principalmente no culto à Òsòrongà, ainda mais quando se trata de
sacrifício de Ave e
quadrúpedes, principalmente do Èlédé (porco), porque os órgãos deste animal
são os mais
idênticos aos órgãos dos seres humanos, principalmente o coração e o fígado.
A RELAÇÃO DOS ORISA
COM ÒSÒRÒNGÁ (ÀJÈ):
Èsù: O mensageiro divino e fiscal do Aiye e Ori, por isso, é somente com a
sua ajuda que
conseguimos a comunicação com as Ìyáàmi, além de ser ele a prova viva do
poder das Ìyáàmi. Assim,
é unicamente através de Èsù que conseguimos apaziguar as Ìyáàmi. Portanto,
em qualquer ritual
dedicado a Èsù, não devendo esquecer-se de convidar e homenagear as
Ìyámògùn.
Ògún (Lògún-Òdè): O senhor da matéria constitucional chamada Èédú
(carvão vegetal). A matéria
símbolo do elemento Fogo, associado ao Odù Iwòrì-Meji e ao Onà guusu
oòrùn (caminho do Sul),
relações consideráveis com Òdu, a esposa secreta de Ifá. Outro fato
importante que faz de Ògún bem
íntimo de Òsòròngá, se refere ao sangue. Ògún é o senhor do ato sagrado de
verter o sangue dos
animais nos sacrifícios, juntamente com Èsù e as Ìyáàmi. A função de Ògún
vai mais além do
derramar o sangue dos animais, através do Obè, ele ainda é o grande
direcionador das forças
sobrenaturais evocadas através do ritual.
Òbaluwaiye: Como o senhor da cabaça de Osun (Pó vermelho vegetal)
matéria símbolo do elemento
Terra, associado ao Odù Odi-Meji - onà ariwa oòrùn (caminho do norte). O
segundo Òrìsà
extremamente íntimo de Òsòròngá, por ser ele o Senhor da superfície
terrestre, onde se reproduz a
riqueza material como base financeira sendo ele o Celeiro do mundo. Por
isso, Obaluwaiye é
primordial mensageiro da riqueza palpável (dinheiro), concedido através do
poder feminino. Fato
representado pela grande utilização de Búzios em seus rituais. Tal poder de
provê a riqueza através da
terra é inerente ao poder feminino ancestral, e isto é representado em seus
rituais com a utilização do
Pó vermelho chamado Osun. Por ser um Pó vermelho, quente e frígido, ele
expressa tanto a fertilidade
como a extinção da mesma, tanto a agitação como a calma, tanto o acordar
como o dormir, tanto a
umidade como a secura da terra, o que associa Òbàlúwàiyé a terra
extremamente quente, seca, e ao Sol
a pino do meio dia. De fato para lidar com o poder de Òbàlúwàiyé se deve ter
muito conhecimento
para lidar com sua dualidade natural, que tanto dá origem à riqueza como
também a extingui. Esta
ocorrência é perceptível no Odu Odi-Meji, que é o Odu-Ifá que avisa sobre o
Bloqueio, o Empecilho, a
Dificuldade de ganhar ou perder. O selo da riqueza e fertilidade como
também da pobreza e
infertilidade. Como o Odù Odi-Mejì, Òbàlúwàiyé está sempre associado às
coisas palpáveis, físicas,
no conceito de possuir muito ou não ter nada.
Òsààlà/Òbàtálá: o senhor da cabaça de Efun (Pó branco extraído da argila
branca colhida no fundo
do rio) matéria símbolo do elemento Ar, associado ao Odu Ogbe-Meji - onà
iyò oòrùn (caminho do
Leste). Por isso, Òbàtálá-Òsààlà é o mais íntimo de Òsòròngá. O Efun remete
Òbàtálá-Òsààlà a ser a
própria Luz como tudo associado a cor Branca; a explosão de luz, a
expansão, o fulgor, a grandeza, a
claridade, a iluminação, a leveza, o Bom Caráter, a honestidade, a lucidez, a
criatividade, a realização,
o surgimento, a criação dos seres, o início, o sucesso, a realização, a
concretização, o nascer do sol.
Por isso Òbàtálá-Òsààlà está associado à claridade do Dia, a visão, a
clarividência em todos os
sentidos, a percepção, a lucidez da mente. Então se explica o real motivo que
devotos religiosos em
geral são proibidos de perder a lucidez ingerindo bebidas alcoólicas e outras
drogas alucinógenas, pois
todos são cultuadores de Obàtálá-Òsààlà através do ritual de Gbòrì.
Perdendo-se a lucidez o ser
humano se desliga de Obàtálá-Òsààlà e fica a mercê dos catastróficos Ajogún
(forças inimigas dos
seres humanos). Obàtálá-Òsààlà é conceituado como a materialização da Luz
de Deus. Como a luz do
sol que abrange e toca todos os seres vivos na terra. Obàtálá-Òsààlà é Òrìsà
do exterior ou de tudo que
é externo, iluminado, e esta categoria é muito bem representada na utilização
da matéria chamada
EFUN. Mas em contrapartida Ìyáàmi-Òdù é a dona do interior ou de tudo que
é secreto, interno,
negro, escuro, macabro, fúnebre. Por isso que são dois Òrìsà que se
complementam como Macho e
Fêmea universal, cultuados simultaneamente de forma rigorosa e essencial.
Obàtálá-Òsààlà possui
vários denominativos que o remetem à Òrìsà (luz da cabeça), mas ele possui
muitos outros nomes que
não o associa à cabeça e nem a incorporação, como o denominativo
Òrùnmílà, titulo que está
exclusivamente associado a sabedoria humana, a capacidade intelectual que
possibilita acessar o
inacessível, conhecer o desconhecido, saber o que deve ser sabido, conhecer
o desconhecido
favorecendo o ajustamento naquilo que antes estava desajustado ou
desalinhado. Por isso o titulo
Òrùnmílà está compreensivamente ligado ao Oráculo Ifá, assim se explica
que o culto como ÒrùnmílàIfá é o culto para sabedoria, estudo, capacitação
mental a fim de orientar tanto aos rituais dedicados à
Òlòrún através de suas várias características (Deidades) como também
orientar os seres humanos à
melhorar seus destinos. Como conta um Odu-Ifá que Õrùnmílà foi o único
―Õrìsàǁ que quando as
Ìyáàmi estavam zangadas conseguiu apaziguar sua fúria e desta forma salvou
o Àiyé e restabeleceu a
harmonia, entre os Homens e Mulheres. Òdùduwa é o nome que se dá a
União do casal mítico
(Ìyáàmi com Osaala), ritualmente o símbolo desta união é representado na
união das metades
da cabaça, onde moram juntos, Òsààlá e Yemowo, uma fragmentação do
poder feminino.
Òduwa ou Òdulogboje; A dona da cabaça de Amò (a Lama original), matéria
primordial da criação
do Àiyé e dos seres vivos, chamada de Omo-Àtìóro Oké Ofa. A lama é o
símbolo representante do
elemento Água, associado ao Odù Òyèkù Meji – onà iwò Òrun (caminho do
Oeste). O elemento
Àmò (lama=argila) é representante da ancestralidade, procedência, estirpe,
raiz, origem, família.
Ì TÒ N - Ì Y Á À M Ì
Ogbèyònú
Kuloni que foi chamado para Morrer Hoje, é o segredo da Terra,
Aragamago é o segredo do Céu.
Kuloni encontrando Aragamago foi o que apresentou Ifá um para o outro.
Aragamago e Kuloni foram informados que logo depois de efetuarem Ebò
carregariam
grandes responsabilidades.
Kuloni também devia fazer ebo.
Kuloni sonhou exatamente com o mesmo assunto, o qual se relacionava à
Aragamago, e ele
disse que fizesse o mesmo ebo.
Isto é: 01 Eku-Èmó, 1403 búzios, e 01 Igba-Ewo (cabaça cheia de vários
tipos de inhames
misturados).

OGBE-YÒNÚ – 2º VERSO
*O caráter do Ser humano*
O que fizeres a mim, também fareis a ti.
A árvore dos campos leva uma coroa na cabeça. (a copa)
O algodão não é um fardo pesado, mas é compacto.
Ifá foi consultado para as pessoas que vieram à terra.
Ifá foi consultado para as Èlèyé que vieram à terra.
Quando as Èlèyé chegaram à terra, elas diziam que não lutarão com os filhos
de Ifá.
Elas disseram; isso se eles não lutarem com vós, Ifá
Elas disseram; isso se eles não quebrarem os seus tabus, Orunmila.
Elas disseram; eles não devem colher os quiabos de Ejio,
Elas disseram, eles não devem arrancar a folha Òsùn de Aloran,
Elas disseram, eles não devem contorcer o corpo no pátio dos fundos, a casa
de Mosion'to.
Elas disseram; que se eles colhessem os quiabos de Ejio, elas lutariam com
todos eles.
O que são os quiabos de Ejio?
Os filhos dos homens não conhecem os quiabos de Ejio.
Quando os filhos dos homens partirem, e se partirem, poderá chegar
caminhando em um lugar onde
colherão uma folha comum.
Poderão ir a um lugar onde não colherão folhas, onde ficarão sem fazer nada.
(morrer)
As Èlèyé disseram; ah! Eles colheram os quiabos de Ejio?
Os quiabos de Ejio que dissemos que não era para colher, eles colheram.
Ah! Os filhos dos homens suplicam piedade.
Mas, se elas disserem à alguém que não se devia colher os quiabos de Ejio,
se a pessoa não fizer numerosas oferendas,
se a pessoa não realizar numerosos sacrifícios,
se a pessoa não tiver muitas coisas com as quais dirigir-lhes súplicas, assim
como fez Òrúnmìlà.
Elas dizem que não perdoarão,
se alguém não tiver coisas com as quais suplicar, elas o matarão.
Amaldiçoadamente, mal a pessoa coloque a suas mãos em alguma coisa,
rapidamente a Èlèyé dirão
que são os quiabos de Ejio. (impedem a prosperidade)
Elas o acusarão de ter colhido os quiabos de Ejio.
Òrúmìlà implorará por seus filhos, Babalawos.
Òrúnmìlà suplicará por seus filhos, Babalawos.
Òrúnmìlà suplicará novamente por seus filhos, até que as Èlèyé o perdoem.
Aqueles de quem elas acusaram por arrancarem a folha Òsùn de Aloran,
imediatamente que eles fujam
para baixo da tutela, junto, de Òrúnmìlà.
Òrúnmìlà fará com que todos sejam perdoados.
Aqueles de quem elas acusaram de contorcerem o corpo no pátio dos fundos,
a casa de Mosio’nto.
Somente Òrúnmìlà, assim, fez com que as Èlèyé perdoassem os seus Òmò-
Ifá.
Então, as Èlèyé falarão, basta!
Se antes, Elas, disseram que estavam iradas, agora não estão mais.
No dia em que elas dizem que não estão mais zangadas com Òrúnmìlà, elas
permitem à Òrúnmìlà que
libertem de suas mãos todos os seus Òmò-Ifá.
Ìyáàmi, naturalmente, sempre se tornará encolerizada com a quebra dos
tabus, quebra dos juramentos,
com negligencia ou ingratidão.
Esses são os enigmas das Iyààmì.

OGBEYÒNÚ - 3º VERSO
*Como Òrúnmila acalma as Ìyáàmi*
A árvore dos campos leva uma coroa na cabeça.
O algodão não é um fardo pesado (mas é compacto).
Ifá é consultado para as pessoas que vieram à terra.
Ifá é consultado para as Èlèyé que vieram à terra.
Quando as Èlèyé chegaram à terra, Òrúnmìlà perguntou se elas seriam
capazes de poupá-lo?
Elas disseram que quando chegaram na terra, que quando vieram pela
primeira vez à terra,
Elas beberam de sete águas.
A água do rio Ògbèrè na cidade de Owu, foi onde possuíram água em
primeiro lugar.
Possuíram, em seguida, a água do rio Majomajo, na cidade de Apomu.
Possuíram, em seguida, a água do rio Oléyò, na cidade de Ibadan.
Do rio Iyewa, elas possuíram na cidade de Iketu.
Do rio Ogun, elas possuíram na cidade de Ibara.
Do rio Ibo, elas possuíram na cidade de Oyan.
Do rio Oséréré, elas possuíram na cidade de Ikirun.
Das sete águas, rios, vós bebestes quando viestes à terra!
Quando beberes dessas águas ao chegardes à terra, e estares com os filhos
dos homens, encontrais os
filhos dos homens, vós os poupareis?
Elas disseram que não os pouparás!
Então, os filhos dos homens correm para a casa de Eégún.
À casa de Eégún, foram em primeiro lugar, naquele dia.
Os filhos dos homens foram correndo encontrar Eégún.
Eles disseram, tu Eégún, protegei-nos contra a ira das Èlèyé, elas não querem
poupar-nos.
Eégún disse que não seria capaz de salvá-los.
Ele disse que não seria capaz de proteger os filhos dos homens, naquele dia.
Eles, então, deixam a casa de Eégun, quando deixam a casa de Èégun, foram
à casa de Òrìsàálà,
Foram à casa de Ògún.
Foram à casa de Obaluwaiye.
Foram à casa de Sòngó pedir que os protejam.
Todos eles disseram que não seriam capazes de apaziguar a cólera delas.
Quem irá nos salvar neste mundo?
Então, eles resolveram ir à casa de Òrúnmìlà, quando chegaram na casa de
Òrúnmìlà, disseram;
Òrúnmìlà, proteja-nos, porque as Èlèyé não querem nos poupar. Elas nos
matarão!
Eles suplicaram proteção. (iniciação)
Que elas sejam capazes de poupar-nos,
Que elas não sejam capazes de matar-nos e comer-nos.
Òrúnmìlà, naquele, dia disse que faria um pacto com eles, mediante Imulé,
juramento na terra.
Ele disse, somente se alguém o preparar (um Ebò como Òrúnmìlà fez
outrora), eles serão poupados.
Èsù vem dizer veementemente à Òrúnmìlà.
- Èsù diz que Òrúnmìlà prepare um Oberó – (panela de barro – um símbolo
feminino),
- que ele prepare folhas de Òyóyó – (folha que significa; fique contente
comigo)
- que ele prepare folhas de Ojúsàjú – (folha que significa; Seja bondosa e me
considere),
- que ele prepare folhas de Àánú – (folha que significa; Tenha piedade,
compaixão e misericórdia),
- que ele prepare folhas de Agogo-ògún – (folha que significa; Permita-me
com consentimento).
- que ele pegue e ofereça o Oyin (Mel).
- que ele pegue e ofereça o Efun – (pó da argila branca colhida no fundo dos
rios).
- que ele pegue e ofereça o Osun – (pó vermelho vegetal).
- que ele prepare uma pena de Ekodidè – (a pena que atrai felicidade por onde
for com ela),
- que ele prepare 7 Eyin-Adié (ovos brancos crus de galinha),
Òrúnmìlà preparou a oferenda dentro de casa e foi oferecer do lado de fora –
(em espaço sem limite).
Quando Òrúnmìlà executou a oferenda. Èsù diz; é isto!
Èsú é amigo fiel de Òrúnmìlà.
Assim como ele teve, na terra, um encontro com as Àjè, assim ele as
encontrou no além.
No dia em que elas beberam dessas sete águas,
Antes de tudo, no dia que elas começaram a beber, foi na presença de Èsù
(aquele que tudo sabe e vê).
No dia em que elas fizeram a grande reunião, foi na presença de Èsù.
Elas decidiram e disseram no momento em que chegaram; aquele que
decifrar o enigma que elas
apresentassem, elas o poupariam.
Aquele que quisesse ser poupado, mas se não soubesse o enigma, então, elas
não o poupariam.
Òrúnmìlà não conhecia esse enigma, mas quando Òrúnmìlà dá comida à Èsù,
o seu ventre se adoça.
(Èsù fica contente)
Èsù anda sem fazer barulho, sem que as pessoas o ouçam, então ele fala à
Òrúnmìlà.
Èsù diz que Òrúnmìlà tenha uma bola de algodão na mão. (símbolo da
densidade e conforto)
Ele diz que Òrúnmìlà tenha um ovo de galinha na mão. (símbolo da
fertilidade)
As Èlèyé dizem com muita insistência, que não estavam contentes com os
filhos dos homens, naquele
dia. (vivem iradas)
Elas dizem, todo o caminho pelo qual Òrúnmìlà andou, não é bom.
Elas dizem que não estavam contentes com pessoa alguma. (facilmente
sempre irada com todos).
Elas vão persistindo nesse assunto até chegar em Ogbè-Yónú. (após ter
passado por vários Odù).
Quando chegam nesta casa, as Èlèyé declaram a sua ira.
Os filhos dos homens também declaram o seu caso.
Os filhos dos homens são ―julgadosǁ culpados.
Quando os filhos dos homens são julgados culpados a despeito das oferendas
que Òrúnmìlà fez na
terra.
Òrúnmìlà é também julgado culpado, ou seja, Orunmila comprou a culpa
deles por realizar um
sacrifício de forma gratuita. Pois quem ajuda a qualquer pessoa culpada, com
problema, de forma
gratuita, acaba sendo conivente e será punido junto com a pessoa responsável
pelo problema.
A oferenda que Òrúnmìlà fez na terra, dizia para que elas ficassem contentes
com ele.
Èsù diz, o magnífico filho de Èlèyé (o grande pássaro Efè - o interprete nas
oferendas),
Èsù diz, deveis saber o tipo exato de indicação dada em cada item ofertado.
Èsù diz, o sacrifício que ―dessa formaǁ Õrúnmìlà entrega na parte de fora,
Èsú aparece e diz;
examinai-o, um a um, e quando elas examinam, pegam a folha de Òyóyó.
Ah! Elas dizem! Òrúnmìlà diz com esta folha, Òyóyó, que vós deveis ficar
contentes com ele, que não
deveis lutar mais com ele.
Elas (as Èlèyé) afirmam; já que Òrúnmìlà tinha a folha de òyóyó naquele dia,
elas já estavam
contentes com ele, (e) que elas também estavam contentes com todos os
filhos dos homens.
Elas vêem em seguida a folha Ojúsàjú.
Èsù diz, compreendeis aquilo que esta folha vos diz?
Ojusaaju diz que vós deveis ter toda a bondade e consideração, de forma que
ele verá a sua bondade se
manifestar.
Elas perguntam; e que folha é esta?
Elas tornam a perguntar; qual é a terceira folha?
Èsù responde; que é a folha Àánú.
Àánu significa; Tenhas piedade de Mim! (Sàánumi)
Então, elas disseram que teriam Piedade de Òrúnmìlà.
Elas perguntam o que significa a folha Agogo-Ògún?
Èsù diz; vós sabeis! Agogo-Ògún significa; Seja na casa, nos campos, detrás
dos muros da cidade, e
em todo lugar aonde me agradar ir; Que vós permita-me que tudo seja bom,
tudo aquilo que estiver na
minha mão, vós permitireis que seja bom.
Elas dizem; então, que Orumila peça tudo isso com a folha Agogo-Ògún.
Elas dizem; e por que este mel?
Elas dizem; como é que Orunmila conhece a principal coisa com a qual nos
prestam juramento?
Èsù diz; Òrúnmìlà é capaz de saber de todas as coisas através do Ifá.
Elas dizem; Sim! Então, o porque deste Efun?
Elas dizem; e este pó de Osùn?
Èsù explica; o Efun diz; que vós fiquem tranqüila, lhe deis o sucesso e
realização na vida
E o Osun significa; que vós chegueis com a fortuna em suas mãos.
Elas perguntam; o por quê da pena de Ekodidè, hein?
Èsù explica; quando vós, Èlèyé, chegardes ao além com a pena que fizestes o
sacrifício, vós a
colocareis na cabeça. Porque o Ekodidé diz; que vós deveis atrair felicidade
através desta pena
sagrada, em todos os lugares por onde alguém passar com esta pena na
cabeça, vós permitirá e
fornecerá proteção e felicidade pelo caminho.
Então, no tempo certo Èsù parou de falar.
As Èlèyé então disseram; Òrúnmìlà como tu acabaste de articular través das
descrições deste ebò,
agora, deixa-nos que falemos por nós.
As Èlèyé vêm e dizem; está bem Òrúnmìlà! Então, vamos apresentar um
enigma à você.
Elas perguntam; Quem será capaz de resolver o enigma que elas irão
apresentar?
Elas dizem; Se Orunmila for capaz de resolver o enigma que elas
perguntarem, a sua casa será boa, o
seu caminho será bom, os seus filhos não irão morrer, as suas mulheres não
irão morrer, tú também
não irá morrer, e todos os lugares para onde estender e colocar as suas mãos
se tornarão bons.
Mas se tu, Orunmila não desvendar este nosso enigma, nós não aceitaremos
as suas súplicas,
ficariam encolerizadas iradas o tempo todo.
Mas se você for capaz de dá a resposta, então diremos basta!
Òrúnmìlà diz; Assim está bem, que apresentem o enigma.
―Elas disseram; Jogar (jorrar)!
Òrúnmìlà pede para pensar (fazer uso da razão).
Isso acontece por sete vezes.
Na sétima vez elas pedem a resposta de Òrúnmìlà.
Elas dizem; Òrúnmìlà respondará?
Então, Orunmila diz; Pegar!
Disseram, elas, o que elas lhe enviam para ele pegar?
Diz ele: Ah! Vós enviais um ovo de galinha.
Dizem elas, e do que você dispõe para pegar (o ovo)?
Òrúnmìlà diz: Pegarei a cada 7 Ovos usando com a bucha de algodão. (um
ninho, o símbolo de
conforto).
Elas dizem a Òrúnmìlà que jogue este ovo de galinha para o ar. (fertilizar)
78
Elas dizem que ele o pegue sete vezes. (7 ovos)
Quando Òrúnmìlà o pegou por sete vezes, elas dizem; isso basta!
Elas dizem; assim está bem!
Elas dizem que ele e a humanidade, estão perdoados.
Elas dizem; vós Orumila e todos os filhos dos homens dancem!
Elas dizem; cantem!
Òrúnmìlà assim fez.
Então, Òrúnmìlà, ganhastes pessoas, ganhastes pessoas.
As Èlèyé vieram dizer-vos; ganhastes pessoas.
Foi a água de Ogbèrè em Owu, que as Èlèyè bebestes em primeiro lugar,
ganhastes, pessoas.
As Èlèyé dizem; ganhastes pessoas.
Bebestes em seguida a água de Majomajo em Aapoinu; ganhastes pessoas.
As Èlèyé dizem; ganhastes pessoas.
Em seguida bebestes a água de Òléyò em Ibadan, ganhastes pessoas.
As Èlèyé dizem; ganhastes pessoas.
Da água de Iyewa que bebestes em Iketu, ganhastes pessoas.
As Èlèyé dizem; ganhastes pessoas.
Da água de Ògún bebestes em ibara, ganhastes pessoas.
As Èlèyé dizem ganhastes pessoas.
Da água de Ibo que bebestes em Oyan, ganhastes pessoas.
As Èlèyé dizem; ganhastes pessoas.
Da água de Oséréré que bebestes em Ikirun, ganhastes pessoas.
As Èlèyé dizem; ganhastes pessoas.
A folha de òyóyó diz que vós estais contentes, vós ganhastes pessoas.
As filhas de Èlèyé dizem; vós ganhastes pessoas.
A folha de Òjúsàjú diz que vós a respeiteis, ganhastes pessoas.
As Èlèyé dizem; que vós ganhastes pessoas.
A folha de Àánú diz; que tereis piedade; vós ganhastes pessoas.
As Èlèyé dizem; que vós ganhastes pessoas.
A folha de Agogo-Ògún diz; que me enviais a felicidade, vós ganhastes
pessoas.
As Èlèyé dizem, vós ganhastes pessoas.
Se não lambermos o mel não ficará mais triste, vós ganhastes pessoas.
As Èlèyé dizem, vós ganhastes pessoas.
Quando Òrúnmìlà canta, Òrúnmìlà também dança.
Ele vem cantando com um Agogo-Ogun na mão. (um símbolo direcionador
de Ògún)
Os filhos dos homens vêm bater o sino Agogo.
Então, Òrúnmìlà acabou de dançar,
Elas dizem; isto está bem!
Elas dizem; se Orunmila desejar voltar para casa, ir ao campo, ir para fora no
mundo, todos os
caminhos por onde ele puser a sua mão (por ele onde passar), tudo serás
agradável.
Elas dizem; se ele desejar construir uma casa,
Elas dizem, se ele desejar dinheiro,
Elas dizem, se ele desejar permanecer muito tempo no mundo. (ter longa
vida)
Elas dizem, se ele desejar que elas o protejam,
Elas dizem se Òrúnmìlà cantar esse tipo de canção e dançar.
Elas dizem se uma pessoa cantar esse tipo de canção e dançar.
Elas dizem que aceitarão…
Elas dizem que ficarão contentes com esta pessoa,
Elas dizem, que tudo aquilo que Òrúnmìlà quiser pedir-lhes, no lugar onde
agradá-lo permanecer, quer
seja nos sete céus acima (em qualquer local superior), se ele cantar esta
espécie de canção elas
responderão favoravelmente.
Então, essas farão qualquer coisa que ele pedir para a sua felicidade.
Elas dizem que se ele permanecer nos sete céus abaixo (em qualquer local
inferior),
se alguém cantar esta canção, elas então farão qualquer coisa que for pedido
para felicidade.
Elas dizem que se ele permanecer nos quatro cantos do mundo,
Se ele permanecer na casa de Olókun (o mar),
Se ele permanecer no lado do mar,
Se ele permanecer no meio de duas lagoas,
Se ele permanecer em Iwanran no lugar onde o dia nasce (leste),
Se ele cantar esta canção, ele mesmo dará nomes as água que elas beberam,
Então, elas dizem que perdoarão.
Elas dizem que isso basta!
Elas dizem, o dinheiro que Òrúnmìlà não tem, Òrúnmìlà o terá.
Elas dizem, a mulher que Òrúnmìlà não têm, Òrúnmìlà a terá.
Ela dizem, a mulher que não deu à luz, ela dará à luz.
Elas dizem, a casa que Òrúnmìlà quer construir, Òrúnmìlà a construirá.
Elas dizem todas as coisas boas que Òrunmìlà ainda não viu, ele verá.
Elas dizem que Òrúnmìlà ficará velho.
Elas dizem que Òrúnmìlà ficará muito tempo no mundo, ele se tornará um
ancião.
Òrúnmìlà diz à todos os seus filhos do alto e de baixo (Òrún/Aiye),
Òrúnmìlà diz que todos precisam conhecer esta canção,
Òrúnmìlà diz que todos precisam conhecer esta história, para que sejam
capazes de contá-la.
De forma que toda pessoa à quem esta história for contada, as Èlèyé jamais
ousarão destruí-la.
É assim que Òrúnmìlà acalma a cólera de Ìyáàmi,
Exatamente através de Èsù, o exclusivo, interprete em todas as oferendas
ofertadas às Èlèyè, Ìyààmì.
Èsú é o mensageiro direto que entrega as Oferendas diretamente à
Olodunmare.
Èsè é o único que sabe como apaziguar a cólera das Èlèyé, por que tudo ele
assiste em pessoa.

OGBE-ÒSÀ
Ogbèsá sobe na árvore.
Ogbèsá sobe no topo.
Ifá foi consultado para todas as Èlèyé, quando elas vieram do além para a
terra.
Quando elas chegam na terra, elas dizem que querem ter uma residência.
Elas dizem; as sete residências são os seus sete pilares da terra.
Elas dizem que esses sete espaços são os lugares onde elas farão as suas
residências.
Antes de tudo, elas dizem que necessitam primeiro de uma residência.
Elas dizem que elas ficariam na árvore Iwó, aquela que chamamos de
Orógbó.
Elas dizem que quando elas saíssem do Igi-Òrógbó, elas ficarão no Igi-Arère.
Elas dizem, quando tiverem uma reunião no Igi-Arère, elas dizem que irão ao
Igi-Osè.
Elas dizem, quando deixaram o Igi-Osè, elas dizem que irão ao Igi-Ìrókò,
Elas dizem, quando elas deixaram o Igi-Ìrókò, elas dizem que irão ao Igi-Iyá.
Elas dizem, quando elas deixaram iyá, elas dizem que irão ao Igi-Àsùrìn,
Elas dizem, quando elas deixaram o Igi-Àsùrì, elas dizem que irão ao Igi-
Òbobò, o chefe de todas as
árvores dos campos.
Elas dizem, quando vós estais nas sete árvores,
Elas dizem, que trabalho fazeis em cada uma das árvores?
Dizei, se elas sobem no Igi-Iwó (Orogbo), se elas pensam em alguém para a
sua felicidade, subirdes
no Igi-Iwó, onde ficará muito tempo na terra, ele será justo (virtuoso) na
terra. - Orogbo é a arvore da
virtude e felicidade.
Dizei, aquele em pensareis quando subirdes no Igi-Arère, todas as coisas que
lhe agradarem derrotar,
vós derrotareis. - Arere é a árvore da derrota.
Dizei, se vós subirdes no Igi-Osè, todas as coisas que agradarem a pessoa,
vós concedereis.
Dizei, se subirdes no Igi-Ìrókò, e ali meditareis, sereis duros com alguém,
provocareis acidentes
brutais contra alguém, o agarrareis com violência. Iroko é a árvore da
destruição e domínio violento.
Dizei, se subirdes no Igi-Iyá, rapidamente levareis alguém para o além, o
matareis. - Igi-Iya é a árvore
da morte.
Dizei, se subirdes no Igi-Àsùrìn, todas as coisas que quiserdes fazer, fareis.
Na mesma, se quiserdes
trabalhar para a felicidade, trabalhareis para a felicidade, o bem. Na mesma,
se quiserdes trabalhar
para a infelicidade, trabalhareis para a infelicidade, o mal. Todo trabalho que
vós agradar fazer no
Àsùrìn, vós o realizará. - Asurin é a árvore do bem e do mal.
Dizei que se deixardes o Igi-Àsùrìn, ficareis no Igi-Òbòbò.
Dizei que se lutardes com alguém, se ele vier vós fazer súplicas, se estiverdes
no Igi-Òbòbò, vós os
perdoareis.
Dizei, se o Òbòbò, é o chefe de todas as árvores dos campos. Se ela é a
última árvore onde vós
realizais vossa reunião no mundo.
Dizei, a árvore Àsùrìn, ela é o vosso poderio.
Dizei, se subirdes no Igi-Àsùrìn, lá vós tereis o poderio.
Tudo o que quiseres fazer por alguém, como todo o bem que quiseres fazer a
alguém, dizei, se alguém
subir no Igi-Àsùrìn, vós não abandonares.
Dizei; em todas as outras árvores que vós chegais, mas é na árvore Àsùrìn
que fazeis de vossa casa
principal.
Quando fazeis de vossa casa o Igi-Àsùrìn, quando chegais lá, então cantais
como Òrúnmìlà cantou
naquele dia;
Igi-Àsùrìn gun Gbobo Èlèyé!
Igi gun Gbobo Èlèyé o!
(Todas as Èlèyé sobem no Igi-Àsùrìn)
(Todas as Èlèyé sobem na árvore) - repetir três vezes.
Assim ele cantou.
Quando assim cantou, quando ele quis deixá-la, se dissesses que irias até o
mar, assim ele ia até o mar,
se dissesses que irias até a lagoa, assim ele ia até a lagoa, rapidamente
chegava lá.
Se dissesses que irias em qualquer parte da terra, mesmo se dissesses que
irias ao além, rapidamente
ele chegavas lá, quando ficardes na árvore Àsùrìn.
A árvore àsùrìn é o lugar onde as Èlèyé obtêm todo o seu poderio.
Não é qualquer um que pode manter-se nesta árvore.
82
CONCEITO SOBRE o ODU ÒSÀ-MEJÌ
Aqui um trecho sobre Òsà-Mejì extraído do ―livro Igbaduǁ, Adilson
D’oxala, o qual
fala da trajetória de Òrúnmila quando ele conheceu os 16 Odu-Meji.
Então, Eshù disse; você Òrúnmila, deverás apresentar reverências a uma
poderosa feiticeira,
cujo nome é Òsà-Mejì. Ela vai ensinar-te o poder que a mulher possui e
exerce sobre o
homem e o porquê deste poder. Conhecerás seres portentosos que funcionam
na prática do
mal. Todas as forças caóticas denominadas Ajé, se curvarão diante de ti e te
oferecerão os seus
serviços maléficos que, caso aceites, farão de ti o ser mais poderoso e odiado
sobre a face da
Terra. Aprenderás a dominar o fogo e a utilizar o poder dos astros sobre o
que acontece no
mundo, principalmente a influência da Lua sobre os seres vivos. Cuida para
que estes
conhecimentos não te transformem num Bruxo maldito. E que fique bem
claro sobre o OdùÒsà que todas as suas 16 vertentes têm relações diretas com
Àjè.
ODÙ ÒSÀ-MEJI - 1º ITÒN
*Òdu torna-se Ìyáàmi - A Òrìgem de Èlèyé (forças Ajè).
Nos primórdios da criação, Olódùmarè, o Ser Supremo que vive no Òrun,
mandou quatro divindades
para o Àiyé (mundo): 1º - Ògún (senhor do Facão de ferro). 2º - Obàtálá-
Òòsàálà (senhor da criação
dos homens, um dos Õrìsà funfun, isto é, ―expansivoǁ, o Òrìsà que têm
como princípio o uso do
branco nos seus ritos e oferendas). 3ª – Òbálùwàiyé (o senhor da superfície
terrestre, aquele que dorme
e acorda sobre o pó avermelhado chamado Osun), e o 4º Orisa foi Òdu-
logboje (Ìyáàmi), a única
mulher entre eles. Todos eles tinham poderes, menos Òdu, menos Ìyáàmi,
que foi se queixar, com
Olódúnmarè, o qual lhe outorgou o poder do Pássaro, contido numa cabaça
(Igbá Èlèyé) e, ela se
tornou então, através do poder emanado direto de Olódùmarè, a primeira Iyá-
Gbogbo-Won (A mãe de
todos eles para eternidade). Mas, em seguida, pelo fato de Òdu ter exagerado
no uso do seu poder,
passou a ser chamada de Ìyáàmi-Àjé, a mãe das forças Àjè, e mais tarde
passou ser amais
respeitosamente Ìyáàmi na sociedade Òsòròngá.
Quando Olódùmarè preveniu Òdu que usasse o grande poder com cautela,
advertiu sob pena dele
mesmo repreendê-la.
"Olódùmarè diz qual é o seu poder?
Ele diz: você será chamada Mãe de todos para sempre.
Ele diz: é você quem dará a continuidade.
Então, Olódùmarè lhe entrega o poder.
Ele entrega o poder de Èlèyé para Òdu.
Ela recebe o pássaro (poder) de Olódùmarè.
Ela recebe então, o poder que utilizará dele.
Olódùmarè diz: mas, utilize com calma o poder que eu te dei.
Se você o utilizar com violência, o seu poder retornará à mim.
Aquela que recebeu o poder se chama Òdu.
O homem não poderá fazer nada sozinho, na ausência da mulher.
"Lati ìgbá náà ni Olódùmarè ti fun obirin l'à se"
(Desde aquela época, Olódùmarè outorgou o Poder à mulher)
Ela, Òdu, exercia todas as suas atividades secretamente, na época:
"Òdu mú Éégún jade. O mú Orò jáde Gbogbo nkan, kò si ohun ti ki se nigba
náà"
(Òdu conduz Eégún, Ela conduz Orò e todas as coisas, não havia nada que
ela não fizesse naquele tempo).
Mas, Òdu abusou do poder do pássaro.
Já preocupado e humilhado, Obàtálá-Òòsàlà foi consultar Ifá, e foi orientado
sobre a forma que
conseguiria apaziguar e vencer sua irmã Òdù, através de um sacrifício
constituído com alguns Ìgbín e
uma Àtòrì (vara), mas também que usasse de muita astúcia.
Então ele lhe ofertou e, ela descuidada, aceitou beber o soro e comer a carne
dos ìgbín.
"Òdu náà gba omi ìgbín, o mu ú nigbati Òdu mu omi ìgbín tán, inú Òdu
nròdie die"
(Òdu recebe a água de caracol para beber, quando Òdu bebeu, o ventre de
Òdu se adoçou, apaziguou-se)
A partir de então, Obàtálá-Òòsàlà e Òdu passaram a viver juntos.
Ele então revelou todos os seus segredos à Òdu, e após algum tempo ela
também lhe contou os seus
segredos, inclusive o maior deles, sobre o seu culto à Éégún.
Então, Òdu mostrou-lhe a roupa de Éégún, a qual tem corpo, mas falta-lhe
um rosto, disse ela.
Naquele momento, juntos eles cultuaram Éégún.
Aproveitando um dia, quando Òdu saiu de casa, Obatala modificou e vestiu a
roupa de Éégun,
constituindo-se em um Egúngún.
Ao pegar o bastão (Opa-Egungun), Obàtálá-Òòsàlà foi à cidade, onde falou
com todas as pessoas.
(o fato de Éégún carregar um bastão, isso revela toda a sua ira)
Quando Òdu viu Éégún, andando e falando, logo percebeu que foi Obàtálá-
Òòsàlà quem tornara isto
possível.
Então, Òdu reverenciou e prestou homenagem à Éégún, conformando-se com
a vitória dos homens e
aceitando para si a derrota pela empreitada de Obàtálá-Òòsàlà.
Ela mandou então o seu poderoso pássaro pousar sobre Éégún, e lhe outorgou
o poder pleno, dizendo:
Tudo o que Éégún disser acontecerá, tudo que Éégun quiser ele fará.
Òdu retirou-se para sempre do culto de Èégún, e partiu para constituir o culto
Gèlèdè, através das
mulheres, mas permitiu aos homens a função de dançar com as máscara e as
roupas.
Só Èlèyé, indicou o seu poder e marcou a relação entre Egúngún e Ìyáàmi.
" Gbogbo agbára ti Egúngún si nlò agbára Èlèyé ni."
(Todo o poder que Egúngún utilizara é sob o poder do pássaro)
Nota:
O conjunto homem+mulher (macho e fêmea) é que possibilita a continuidade
como Egùgùn
(ancestralidade), mas restringe aos homens comuns de cultuar Èlèyé, os
quais, todavia, prestam
homenagem às mulheres, castigadas por Olódúnmarè devido os exageros
cometidos por Òdù. Também
por esta razão, é que as mulheres falecidas são rigorosamente cultuadas de
forma coletiva, sob o
domínio de Ìyáàmi-Òsòròngá e, por outro lado, somente os homens falecidos
possuem o direito à
individualidade, através do culto de Egúngún.
ODÙ ÒSÀ-MEJI - 2º ITAN
*A cólera de Ìyáàmi em relação a Òshààlá*
Ele fica de pé por vós.
Ele fica de pé por vós.
Ele fica de pé por vós. - três vezes.
A má palavra, Ògbígbí, que eles batem com uma pedra.
A má comida, o morcego vomita pela boca, defeca pela boca.
Ifá é consultado para Òsàlá Òsèrèmàgbò, no dia em que vai buscar água no
rio das Èlèyé.
Ifá é consultado para as Èlèyé, no dia em que elas comerem mais o algodão
de Òrìsà.
Quando chegou o momento de Òrìsà plantar seu algodão, ele encontra as
Èlèyé que puxam esse
algodão e o comem.
Elas os previnem, dizendo-lhes que nunca mais puxem esse algodão e o
comam.
Elas nunca mais roubarão coisa alguma.
Quando elas chegam à terra, as mulheres nada recolheram junto a
Olódùmarè.
No inicio da terra (dos tempos), aonde vão elas para fazer todas as coisas, se
perguntam as mulheres,
qual é o poder que elas terão?
Olódùmarè diz, os homens tomaram todo o poder.
Não existe mais poder.
Quando elas chegam a terra, os homens enganam as mulheres, tratam-nas
sem seriedade, não lhes
dizem a verdade.
Elas vão até Olódùmarè, contar seus sofrimentos, nada foi partilhado com
elas.
Olódùmarè diz que lhes fará um favor.
Ele lhe dará o poder, que ficará acima do poder dos homens, de seu poder e
de sua medicina. Ele
coloca esse poder nelas, Ele coloca em suas mãos.
As Àjè o utilizarão de todos os modos.
Quando elas chegam à terra, não existia rios.
Todas elas que se tornaram rios, naquele tempo não eram rios.
Água do olho-d’água (buracos aonde vivem os caranguejos).
Água redonda como poço (escassez de água).
Naquele tempo todos utilizavam a água do poço.
Então as Ìyáàmi tinham um rio.
Elas o chamavam Olontoki, esta água jamais seca.
Elas tomavam conta dele.
Òrìsàálà se encontrava na (seguinte) situação: criava os homens com água
fresca.
Isso, porque criava os seres humanos.
Então Òrìsàalà começou a furtar águas delas.
Quando elas começam perceber que estavam roubando-lhes a água, elas
passaram a vigiar sua água.
Na época assim elas cercaram para encontrar Òrìsàálà.
Quando elas encontraram Òrìsàala.
Elas dizem, a ti saudamos Òrìsàala.
Òrìsàala diz; saudações.
Elas disseram; então és tu quem vem roubar nossa água todos os dias?!
Começaram a expulsar Òrìsàala já de longe.
Expulsam-no até a casa de Eégún.
Eégún diz, poupai-o, perdoe-o.
Elas responderam que são capazes de pegar Eégún também.
Elas dizem; todas as roupas (de Eégún) elas vão pegar para engolir.
Elas dizem; todo teu poder é o que iremos engolir.
Rapidamente Eégún empurra Òrìsàala para fora.
Òrìsàala foge, ele chega à casa de Ògún.
Ògún diz, poupem-no.
Elas dizem, teu dinheiro é o que iremos pegar e engolir Ògún.
Todos os teus instrumentos de ferro, tua Força Física iremos pegar e engolir,
todo o teu trabalho,
iremos pegar e engolir.
Ògún empurra rapidamente Òrìsàala para fora.
Òrìsàala foge.
Òrìsàala vai correndo até a casa de Ifá.
Elas dizem, tu Ifá?
Elas dizem; que são capazes de pegar todos os coquinhos de Ifá e comê-los,
Elas dizem; teus Opele elas vão pegar e comer.
Ifá diz; nada mal.
Ifá diz; para elas entrem em casa.
Então, Ifá Òrìenta à Òrìsàala trazer 16 pratos de Ekuru (feijão cozido).
Ifá oferece à elas.
Depois Ifá orienta Òrìsàálà à trazer diversas qualidades de sangue, sangue de
Ìgbin,sangue de Eja,
sangue de Eiyele, sangue de Adiyè, sangue de Eku-èmò, sangue de Ekutè,
sangue de Eku-Aika, sangue
de Njoro, sangue de Okete, sangue de Ewure, sangue de Aguton, sangue de
Aja etc.
Obatala reúne todos esses sangues, e ainda, oferece à elas o sangue de um
Touro.
Ele diz-lhes que bebam o sangue.
Ifá diz; Bem! Se as Ìyáàmi criam muito caso (ficam irritadas) quando bebem
água, então é sangue que
elas devem beber.
È sangue que lhes foi trazido e elas beberam.
Elas dizem; Já que Ifá nos fez tão boa recepção, então seremos capazes de
perdoar verdadeiramente
Òrìsàálà. Portanto, a partir de hoje, todas as coisas que quisermos, comer e
beber, deveremos pedir
tudo à Ifá, tudo que comeremos deverão vir através de Ifá.
Ifá então diz; se outra oferecesse, se alguém oferecesse, se outra pessoa
oferecesse todas as coisas que
vós recebeis, serão através das mãos de Ífá, através somente de um
Bàbálàwó.
Ele ainda diz; venham me pedir e meus filhos ofereceras à vós Ìyáàmi.
Então, Òrìsàálà-Òbàtáàlà, ficou aliviado e com seu coração calmo.
Òrìsàálà diz; tu Òrúnmìlà-Ifá, a sabedoria do Oráculo, muito obrigado por teu
favor.
O que posso dar-te assim rapidamente em gratidão?
Naquele dia, Òrìsàálà nada tinha na mão, se não o facão que trouxe até aqui,
em Òsá-Meji.
Òrìsàala pegou o facão.
Então, Obatala presenteia-o à Ifá.
É o facão que os Bàbáláwo o chamam de Àdáshà ou Àdárìshà.
Os Babalawo o utilizam junto de Ifá, o tempo inteiro, tal como o Ìróké.
Os Babalawo chamam a este facão de Àdáshà.
Òrúnmìlà começa a bater o punho do facão aos pés de Ifá,
Ele bate, seja sobre uma tabua ou diretamente na terra.
Assim, Òrúnmìlà ouve tudo aquilo que os seus filhos Babalawo dizem;
Ràda ti Òrìsàala, R’àdá ti Òrìsàala
Àdá ré owo mi, R’àdá ti Òrìsàala
―Este é o facão do grande Òrìsà, , este é o facão do grande Òrìsà”.
“O facão que está na minha mão, é o facão do grande Òrìsàǁ.
NOTA: Neste Itãn acima, Ifá ensina que todos os homens filhos de Obatala-
Orisa’nla possuem,
naturalmente, uma relação inerente e conflitante com as Àjè, contudo, esse
tipo peculiar de ligação, é
uma forma de reajuste estabelecido pela natureza, devido ao caráter dos filhos
de Òsaala,
principalmente, àqueles filhos teimosos, negligentes, susceptíveis a fúria,
brigões, preseperos, desleal,
infiéis, mentirosos, feiticeiros, fofoqueiros, manipuladores, indiscreto,
curioso, praguejadores,
faladores, escandalosos, implicantes, fofoqueiros, mentirosos, permissivos,
caprichosos, vaidosos,
soberbos, mesquinhos, avarentos, desonestos, corruptos, ladrões, curiosos e
intrometidos na vida
alheia, geralmente para esses progredirem na vida, só mesmo se colocado sob
a tutela de Ifá sob
iniciação e, ainda alinhando o seu eu ao passar por iniciação no culto de
Obatala. Pois, só mesmo
através de Ifá é eles podem conseguir, no máximo, apaziguar e aplacar os
ataques de Àjè. Portanto,
esse ataque tem o senso de Justiça e correção do caráter dos Òmò-Osaala.

ODÙ ÒSÀ-MEJÌ - 3º ITAN


*Ìyáàmi e Òbàtálà-Òòsàálà, os proprietários do culto de Eégún*
Òsá-Méjì é rico.
Potente grito Ancestral, Hooooooooooooo!
O barulho do Ajija (sino de ferro) é que chega no além.
Ifá foi consultado no Òrún por Òdu, no dia em que ela estava indo dá origem
a Terra.
Ifá foi consultado no Orun por Òòsàálà, no dia em que ele estava vindo do
além para terra.
Ifá foi consultado no Orun por Ògún, no dia em que ele estava vindo do além
para terra.
Ifá foi consultado no Orun por Bàbáluwàiyé, no dia em que ele estava vindo
do além para terra
Entre eles, Òdu era a única mulher.
Òdu diz à Olodunmare; sim meu Pai!.
Olodùmarè diz; você irá criar o Universo, juntamente com o seu irmão
Òòsàálà, acompanhados de
Ògún e Òlúwàiyé.
Òdu diz; sim, vamos criar a terra.
Òdu diz; e quando chegarmos lá, como ficará?
Olódùnmarè diz; eles irão para a terra com você, e boa será a Terra.
Olodùmarè lhe diz; tudo o que eles quiserem fazer, então, o Poder estará em
suas mãos, assim tudo
deverá ficar bem.
Ògún é quem caminha na dianteira, na frente, e Èsù a tudo espia.
Quando Ògún caminha, na frente deles, Òòsàálà e Òlùwàiye, seguem atrás.
Quando Òòsàálà segue, Òdu vem após.
Quando Òdu caminha, ela resolve volta atrás, e novamente vai até
Olódùmarè.
Então, Òdu diz; Grande criador, a terra para onde eles estão indo, Ògún tem o
poder dos combates, ele
possui dois Facões em punho, e ainda terá todas as coisas para fazer a guerra.
Òdu diz; quanto a Òòsàálà, ele também tem o Poder expansivo e realizador,
com este poder que ele
possui, ele fará tudo o que quiser.
Òdu diz; Òlùwàiyé tem o poder de dominar os espíritos através da
materialização, o poder efetivo de
concretizar, perpetrar, materializar, de enriquecer ou empobrecer quem ele
quiser.
Òdu pergunta; já que ela é a única mulher entre eles, que poder é o seu?
Olódùmarè pergunta; Òdu, qual é teu poder!?
Tu para sempre serás chamada de Mãe deles, a grande Ìyáàmi.
Isso porque, quando vocês partiram, tu foste a única que retornaste à mim.
Olódùmarè diz; à ti mulher lhe dou o poder que a faz Mãe de todos eles.
Tú sustentara a terra, toda a estrutura terrestre.
Onde possuirá vários outros nomes em homenagem ao seu poder sustentador;
Além de Òdu, tu serás chamada horas de; Iyanla-Èdòn-Ògbònì, Ìyálè, Ìyálálè,
Oduwa, Oduduwa,
Onilè etc.
Então, Olódùmarè lhe confere tal Poder.
Ao lhe conferir, o Poder, ele lhe confere o Pássaro.
Olodunmare lhe dá o poder de Èlèyé-Kan (a primeira proprietária do
Pássaro).
O pássaro é o grande Pode de Òdu.
Quando ele lhe deu o Poder de Èlèyé, Olódùmarè diz; está bem!?
Òdu diz; sim, e esta cabaça com o Eiye que recebi?
Olódùmarè diz; vós conhecereis com ela o seu emprego na terra?
Olódùmarè diz; conheça o seu emprego na Terra.
Odù diz; sim, eu conhecerei o Pássaro, na Terra eu conhecerei o meu Poder!
Olodunmare diz; tu Òdu, ao receber o Poder, conhecerás como utilizará o teu
poder.
Então, Òdu parte. Mas, quando Òdu estava na iminência de partir.
Olódùmarè a chama novamente.
Odú volta e diz; Sim!
Olódùmarè diz; tu Odù, quando chegardes à Terra, como irás utilizar o teu
pássaro, o poder dessas
forças que Eu lhe dei?
Olódùmarè diz; como irá tu utilizá-los Òdu?
Odù diz; todos aqueles que não lhes darem ouvido, eu em pessoa, os
combaterei com o Poder do
pássaro.
Òdu diz; àqueles que não vierem pedir-lhe uma indicação, se assim não
fizerem, se não ouvirem tudo
aquilo que eu disser, eu, os combaterei.
Òdu diz; ma, aquele que se aproximar para pedir dinheiro, receberá dinheiro.
Òdu diz; aquele que vier pedir para gerar filhos, dará a luz a filhos.
Òdu diz; mas se tiver dado dinheiro à alguém, e se em seguida, a pessoa se
mostrar impertinente,
negligente, para comigo, eu tomarei tudo de volta.
Òdu diz; se tiver dado um filho à uma pessoa, e se, em seguida, a mesma se
mostrar indigna, relapsa
ou impertinente, eu digo que o tomarei de volta, sedo ou tarde.
Òdu diz; tudo aquilo que eu fizer por alguém, e se depois, a pessoa se mostrar
impertinente para
comigo, eu digo, tomarei tudo de volta.
Olódùmarè diz; Òdu está bem! Tóóóóó
Òdu diz; Sim, está bem, Laabo!
Olódùmarè diz; Òdu, vá e utilize o teu poder com calma, este o poder que lhe
conferi.
Mas, se o utilizar com violência, injustiça, Eu o tomarei de volta, e isso se
aplica também à todos os
homens que te seguirão. Então, faço de ti, sobre tudo, a Mãe de todos eles.
Faço de ti a Mãe tanto de todos Irunmole como de toda humanidade.
Toda coisa que agradar-lhes fazer, antes de qualquer coisa deverão anunciar à
ti, Odù.
A partir de então Olódùmarè conferiu o Poder à mulher. Porque, aquela
primeira mulher que, então,
recebeu o Poder se chamava Odù. Através de Odù, Olódùmarè deu às
mulheres o poder de dizer e
fazer tudo aquilo que lhes agradar fazer. Porque sozinho o homem nada
poderá fazer na ausência da
mulher.
Então, Òdu partiu!
Òdu chegou na terra.
Quando todos chegaram juntos na terra, em todas as florestas que vêem, eles
chamavam ―floresta de
Eégún', a mulher entrou nela.
Aquela que eles chamam; a floresta de Orò, a mulher entrou nela.
Naquele tempo não havia proibição alguma para que a mulher não ousasse
entrar em floresta alguma,
local algum.
Não havia qualquer proibição que impedisse a mulher de entrar em nenhuma
área de fundos (casa de
Eégun).
Se todos queriam adorar Eégún,
Se eles queriam adorar Orò,
Se eles queriam adorar todos os Òrìsà, era sempre na frente da mulher, a
mulher os adorava naquele
tempo. Era assim que realizavam o culto.
Porém, até que chegou o dia que a mais antiga Mãe exagerou, então ela caiu
em total desgraça.
Ifá foi consultado para Òdu, quando Ela chegou à terra.
Ele disse; tu Odù, deve agir com calma, tenha paciência, não seja imprudente.
Odù diz; por quê!?
Ifá disse; por causa do Poder que Olódùmarè lhe conferiu, então, sejas
prudente para que as pessoas
não saibam a verdadeira razão do teu poder.
Odù diz; Ora essa Ifá, não é nada disso!.
Òdu diz; ninguém é capazes de conhecer o motivo. Porque foi somente eu fui
junto de Olódùmarè.
Quando recebi o me Poder, não foi na presença dos outros, os quais chegaram
à terra comigo, não foi
de modo algum na presença deles, e na presença de ninguém!
Quando assim Ifá falou com Odù, aconselhou ela à fazer oferendas, a fim de
apaziguar Olodumare.
Òdu disse; não farei de modo algum!
Òdu reafirmou que não faria qualquer oferenda purificatória. Porque a
oferenda para que a mulher
recebesse o poderio junto a Olódùmarè, ela já havia feito no Orun.
Mas, Ifá advertiu que ela não devia rejubilar-se exageradamente.
Mesmo assim, Òdu foi capaz de utilizar tais argumentos, durante muito
tempo.
Afirmando que as pessoas não podiam estragar aquilo que ela possuía em
suas mãos.
As pessoas não podiam conhecer os motivos reais de sua força.
Portanto, Ela disse que não faria oferendas.
Òdu parte deixando Ifá para trás.
Odu foi embora.
Ai chegar em casa, Òdu entrou embaixo da roupa de Eégún.
Òdu se traja com a roupa de Eégún e vai para fora, saindo em sua passeata.
Assim, Òdu faz Òrò sair em passeata.
De todas as coisas, naquele tempo, não existia nada que ela não pudesse
fazer.
Então, Òòsàálà chega; ele diz, hein?
Òbàtáàlà diz para Òdu que ele é quem Olódùmarè confiou-lhe a proteção da
terra.
Mas, uma mulher enérgica quer arruinar toda a terra,
Ela quer arruinar o pátio dos fundos (lugar no culto) de Eégún,
Ela arruinará o pátio dos fundos de Orò,
Ela arruinar o pátio dos fundos de todos os Òrìsà.
Naquele tempo, Òòsàálà não ousava entrar em nenhum daqueles lugares.
Obatala diz; assim, esta mulher vai tomar e arruinar a terra.
Òòsàálà vai consultar Ifá.
Ifá é quem ele foi consultar Ifá através de Òrúnmìlà, o pai dos Odù.
Ifá é consultado por Òòsàálà.
Naqueles primeiros dias, é exatamente Òrúnmìlà que Òòsàálà foi consultar.
Orunmila lançou Ifá;
Obatala perguntou; o que diz o oráculo?
Orunmila disse; eis aqui a mensagem enviada diretamente da boca de
Olódùnmàrè.
Òsá-Meji diz; tu deves se acalmar, agir com a cabeça fria, se ponderar e
estabelecer a calma no seu
interior, a fim de sustentar o mundo através de suas mãos;
Orunmila transmite a mensagem com sucesso.
Orunmila diz; ninguém poderá tomar o mundo de suas mãos, se acalme
porque o mundo não será
arruinado pelo poder e imprudência da grande mulher.
Òòsàálà perguntou; como seria ele capaz de ser vitorioso?
Ifá diz; Òòsàálà deve fazer oferendas, um sacrifício purificatório.
Ifá diz; que Òòsàálà deve ser paciente, agir com muita tranqüilidade e
sobriedade.
Ifá indicou a oferenda de muitos Caracóis, alguns a fim de ser ofertados à sua
cabeça.
Ifá indicou um chicote, uma longa vara de Akoko. (vegetal atrai grande
respeito considerável).
Ifá indicou 800 búzios.
Òòsàálà faz a oferenda.
Após Òòsàálà ter executado, Òòsàálà voltou à consulta Ifá.
Ifá afirmou; esta terra se tornará tua Òòsàálà,
Ifá diz; mas tu Òòsàálà, deve ter muita paciência.
Ifá diz; se tu, Òòsàálà, tiver paciência, a adoração da humanidade se tornará
sua.
Ifá diz; tu deves se juntar ao poder da mulher, porque ela vai exagerar.
92
Quando Òdu exagerar, ela se tornará a tua serva, Òdu virá submeter-se a ti.
Òòsàálà compreende e considera que deve ser paciente.
Todos os hábitos, os bons e os maus, os quais Òdu mostra na terra, são
através do poder que
Olódùmarè lhe conferiu.
Se ela diz a alguém para não olhar no seu rosto, e se alguém olhar o rosto
dela, ela o deixa cego.
Se ela diz que o olhar de alguém na pessoa dela é mau, se ela diz que essa
pessoa tenha dor de cabeça,
a pessoa terá dor de cabeça, problemas, se ela diz que essa pessoa tenha dor
de barriga, a pessoa terá
dor de barriga, doença.
Todas as coisas que Odù diz, naquele tempo, se realizavam.
Até que chegou o tempo, Òdu diz; tu Òòsàálà?
Òdu diz; quando eles chegaram juntos à terra, Òdu concordou, que ela e ele
teriam um único lar.
(residirem juntos no mesmo lugar).
Òdu diz; se estivermos em um único lugar,
Ela diz; tudo aquilo que quisesse fazer, teria a oportunidade de deixar
Òòsàálà ver tudo aquilo que ela
fará.
Òdu diz; porque veio, do Òrún, junto com Òòsàálà, Ògún e Òlúwàiyé.
Òdu diz; a humanidade escolheu Ògún para ser guerreiro. Todo aquele que
desejas fazer a guerra junto
de Ògún, todos triunfaram sobre os inimigos.
Òdu diz; a humanidade escolheu Òlúwàiye para fazer riquezas. Todo aquele
que desejas conquistar
dinheiro, produtividade e sucesso financeiro junto de Òlúwàiyé, todos que o
cultuaram fielmente,
triunfaram e venceram a miséria.
Assim, Òdu com Òòsàálà deviam morar em um único lugar. (serem
assentados juntos no Apere-Òdu,
vivendo secretamente).
Do lugar de onde vêm juntos, eles moram em um único local.
È levando o caracol que Òòsàálà deve morar em um único lugar.
Ao lugar de onde estão juntos, eles moram em um único local.
Òòsàálà ofereceu caracóis.
Òòsàálà pegou os caracóis e adorou a sua cabeça. (em culto à Òrì).
Òòsàálà adora a sua cabeça, com o caracol, no lugar onde ele mora junto com
Odù.
Quando Òòsàálà terminou a sua adoração, então bebeu a água (contida na
concha) do caracol.
Após Òòsàálà ter bebido a água da concha do caracol.
Òòsàálà diz; tu Odù, também queres beber?
Odù disse que não recusaria e também bebeu.
Òdu aceitou!
Odù pegou a água do caracol e bebeu.
Quando Òdu bebeu a água de caracol, imediatamente o seu ventre
(disposição de espírito) se adoçou.
Quando o seu humor se acalmou, ela disse; aaah!
Òdu disse; tu Òòsàálà, só através de ti conheci algo tão delicioso de se beber
e comer.
A água do caracol é bem doce, a carne do caracol também é bem doce?
Quando Òdu terminou de comer a carne do caracol, ela disse; isto é muito
bom.
Òdu disse que nunca lhe deram coisa tão boa de comer como o caracol.
Então, Òdu disse que é o caracol que se deve dar à ela para comer.
Òdu disse que é exatamente este caracol que tu comes Òsààlà.
Òdu disse; isso é o que se deve também dá à Òòsàálà.
Òòsàálà confirmou; sim, é destes caracóis que quero beber e comer.
Òòsàálà diz; mas, e o teu poder Òdu que não me mostrastes? Isto é a única
coisa que me entristece.
Òòsàálà diz; toda a coisa, qualquer outra coisa que possuas, tu Odù deves
mostrar-me.
Òòsàálà assim falou.
Quando Òòsàálà terminou de falar assim com Odù, imediatamente Ela
começou a dizer que quando
ela veio ficar com ele, em um único lugar, tudo aquilo que Ela fizer, nada
esconderá de Òòsàálà.
Ela diz; tudo aquilo que eu fizer, nada esconderei de ti.
Ela diz; tu poderás ver todos os meus trabalhos e todos os meus hábitos.
Odu disse que ela desejava fica com Òòsàálà em um único lugar.
Òòsàálà disse que não seria nada mal!
Quando Òòsàálà disse que não seria mal, eles foram ficar juntos, unidos,
copulados.
Assim, eles estão sempre juntos;
Por este fato, eles dizem; todo aquele que for adorar Eégún, que adorem com
um Obi branco e um Obi
vermelho, Ekó e Ekuru, Efun e Osun.
Então, Òdu vai pegar as coisas com as quais ela adora Eégùn, ela as leva para
o pátio dos fundos, o
pátio de Eégún.
Então, Òdu diz à Òòsàálà que a siga.
Ah! Òòsàálà diz que está assustado.
Òdu diz que ele devia segui-la.
Então, Òòsàálà segue Òdu.
Quando Òòsàálà a segue, ela entra na floresta de Eégún, e juntos adoram
Eégún.
Após eles adorarem Eégún, Òdu se cobre com Eégún. (a roupa).
Mas, ela não sabe como se faz o som (a voz) de Eégún, como se faz a voz de
Eégún, Odú não sabe.
Òdu sabe somente cobrir-se com a roupa, ela sabe somente fazer as orações,
como todo mundo.
Mas, ela não sabe como se fala com a voz dos seres do além.
Quando eles adoraram Eégún, Odù pegou a roupa e cobriu-se com ela.
Ela fez votos de felicidade à uma pessoa que trouxe oferendas, cultuando-a
na forma de Èégún.
Quando terminou os votos, ela saiu de dentro da roupa de Èégún.
Em seguida, Òdu saiu do bosque, ela e Òòsàálà retornaram para a casa deles.
Mas, Òòsàálà voltou, sorrateiramente, e foi até o lugar onde se encontrara a
roupa de Èégún.
Antes a roupa de Eégún não tinha rede, um buraco para se enxergar.
Então, Òòsàálà acrescentou o Kafo, uma rede de Juta, por onde ele pudesse
enxergar com Èègùn.
Naquele tempo, Eégún era uma roupa bem simples.
Quando a mulher fazia Eégún, o tecido era bem simples. (de Juta vegetal)
O furo, Kafo, no lugar do rosto para que pudesse ver um pouco, também não
havia.
Naquele tempo, a mulher só fazia um pequeno furo no lugar do rosto de
Eégún. (Èégún é o nome da
roupa).
Mas quando Òòsàálà chegou no culto de Èègùn, ele acrescentou o Kafo.
(uma rede).
Depois que eles chegaram a casa, Òòsàálà sorrateiramente voltou ao pátio dos
fundos de Eégún.
Ele pegou Eégún, a roupa, cortou na altura do rosto, e adicionou a rede.
Após te colocado a rede, ele se cobriu com Eégún.
Quando, Òòsàálà, se cobriu com a roupa Eégún, pegou aquele chicote, o qual
havia oferecido no seu
Sacrifício.
Òòsàálà empunhou o chicote. (a vara de Akoko)
Naquele momento que retornou ao pátio de Eegun, Òòsàálà não se despediu
de Odù, ele não avisou
que iria ao Bosque, o lugar de onde Éégún saiu.
Então, Òòsàálà falou com uma voz rouca do Além;
Hoooooooooooooooooooooooo
Conversou com todos pela cidade, com a sua voz de Eégún, a voz dos
ancestrais. Mas, ninguém
distinguiu a sua voz.
Òòsàálà fez votos de felicidade, ainda assim, as pessoas não distinguem a voz
de Èégún.
As pessoas que desejava adorar Eégún, diziam; hein?
Òòsàálà grita; Hoooo Hooooo, Hooooooooo Hooooooooooooooo!
Então, Òòsàálà se identifica como Eégún, quem as pessoas adoram com um
verdadeiro efeito. As
pessoas dizem que Eégun é um dos seres do Além que veio à terra, então
Eégun empunha o chicote.
O chicote que ele assim empunhou, arrastou-lhe no chão.
Òòsàálà então grita com voz de Eégún, poderosamente rouca.
Quando Òòsàálà encontra-se na casa de Èégún, é onde ele fala coma voz de
Eégún.
Então, Odu apareceu de repente.
Aquela forma que Èègùn se tornou, foi uma coisa que assustou Òdu.
Ah! Ah?
Quando Òdu vestia a roupa, ela não conhecia esse modo de falar.
Ah! Ah?
Quem entrou rapidamente embaixo de Eégun? Quem é este ai?
Quem, em seguida, falou rapidamente com essa semelhante voz?
Deste modo, com inteligência, o homem tomou o poder da mulher.
Apesar de toda a astúcia da mulher, com inteligência o homem tomou o
poder das mãos das mulheres.
Olódùmarè, em primeiro lugar, transmitiu a inteligência e o poder de Èlèyé à
mulher.
Mas, com inteligência e astúcia o homem controlou o Poder da mulher.
Quando Òdu viu que Eégún andava em torno de toda a cidade.
Odù viu então que a roupa é sua.
Quando ela viu que era a sua roupa, ela diz; quem é que esta ai?
Ela pensa, raciocina, e não vê Òòsàálà em casa.
Ela diz; Ah! Esse aí é Òbàtàlà-Òòsàálà!
A partir de então, Òdu permanece em casa, como Èlèyé.
Ela então, mesmo de sua casa, envia seu pássaro...
Ela manda que o Pássaro vá e pouse no ombro de Eégún.
Òdu diz que, Eégún e o Pássaro, devem ir juntos pela cidade.
A partir de então, tudo aquilo que Eégún diz, se realiza pelo poder do
pássaro, isso, com o pássaro
empoleirando em seu ombro.
Após tudo aquilo que ele diz se realiza, Èègùn retorna para casa.
Òòsàálà volta ao pátio dos fundos e se despe de Eégún.
Òòsàálà já despido de Èègun, o deixa no chão.
Òòsàálà também coloca o chicote no chão.
Torna a vestir a sua própria roupa, branca, de Òrìsàshèshèfun
Então Òsààlà diz! Sai Èiyé, pássaro, e vá para a sua proprietária, Òdu.
Quando o pássaro volta para casa.
Quando Òsààlà volta para casa.
Então, Òdu o saúda.
Ela diz; Eku-Abo Òòsàálà. (Seja bem vindo Òòsààlà)
Como se não soubesse de nada, Ela diz; de onde vem meu esposo?
Òòsàálà diz; venho lá de fora.
Òdu diz; nada mau!
Òdu diz, seja bem-vindo!
Então, Òòsàálà esparrama no chão todas as coisas, os presentes, que ele
recebeu.
Quando ele as esparramou, Òdu diz; está bem! Tóóóóóó
Ela diz então; que foi a sua roupa, de Eégún, que Òòsàálà levou para fora?
Òòsàálà diz; assim foi!
Òdu diz; está tudo bem!
Òdu diz, verdadeiramente; à ti Òòsàálà convém mais do que à mim fazer
Èégún sair pela cidade.
Ela diz; toda essa gente que grita; Eis ai Eégún! Eis ai Eégún! - (Èègùn rê
ooo!)
Òdu diz; na verdade todos gritam por causa dele, Òòsààlá.
Òdu diz; você que arrasta o seu chicote no chão, então, a honra cabe à ti e não
a mim.
Òdu diz; a partir de hoje concedo Eégún (roupa) à Òòsàálà, aos homens.
Òdu diz; por causa dela, mulher alguma jamais ousará entrar embaixo de
Eégún (a roupa). Porque foi
através de Òòsàálà que os homens obtiveram pleno direito sobre Eégún.
Òdu diz; mas se Èègùn sair, ela é quem tem o poder que Èègùn se utiliza, o
pássaro no topo da roupa.
Esse motivo se deve à amizade entre Eégún e Èlèyé.
Do lugar que vem Òòsàálà, Òdu também vem: DEUS.
Do lugar que vem Eégún, as Èlèyé também vêm: Òdúdùwá.
Todo o poder utilizado por Eégún é o poder dado por Èlèyé.
Òdu diz; por isso, mulher alguma jamais entrará embaixo de Eégún.
Mas, as mulheres poderão dança e sair ao encontro de Eégún, pela cidade.
Se Eégún sair, Eégún dançará diante da mulher, a mulher dançará na estrada
de encontro à Eégún.
Òdu diz; a mulher fará isto somente!
Ela diz; nenhuma mulher ouse jamais entrar no pátio dos fundos a fim de sair
embaixo de Èégún.
Ela diz; a partir de hoje é o homem quem deve carregar, cultuar, Eégún na
finalidade dele sair diante
de todos em qualquer situação.
Ela diz; mas que ninguém ouse, nem mesmo as crianças ou anciões, zombar
da mulher.
Ela diz; a mulher tem muito mais Poder sobre a Terra.
Ela diz; considerando que é a mulher que os põem neste mundo.
Ela diz; a humanidade nasce da mulher.
Ela diz; todas as coisas que os homens quiserem fazer, se não forem ajudadas
pelas mulheres, eles não
poderão fazer nada. A mulher é quem gera, pari, produz, estabelece, prepara,
zela, cuida, ensina,
determina, amamenta, sustenta, nutre, mantém, distribui e administra a sua
casa, como todas as coisas
neste mundo. Será considerado louco todo homem que ouse tomar tais
atributos da mulher. É por este
motivo que os homens nada podem fazer na Terra, se não obtiverem as
bendições das mãos das
mulheres.
Todos cantam.
Òòsàálà também canta.
Quando chega o quinto, eles fazem o Ósé. (a festividade semanal após os 4
dias).
Òòsàálà diz, então, que entre todos os cânticos que cantarem deve ser este
aqui, de Òsá-Méjì.
Òòsàálà diz que todos devem saudar a mulher, pois se saudarem a mulher, a
Terra será boa e tranqüila.
Então cantam assim:
E e kúnlè o, e Kúnlè f’obinrin o
E e kúnlè o, e Kúnlè f’obinrin o
E obinrin l’ó bíwa, k’àwa tód’enia
Ogbon àiyé t’obinrin ni, e kúnlè f’obinrin o!
Tradução:
―Dobrai o joelho, dobrai o joelho para as mulheresǁ.
―Dobrai o joelho, dobrai o joelho para as mulheresǁ.
É a mulher que nos põe no mundo, assim, somos seres humanos.
A mulher é a inteligência da terra, dobrai o joelho para a mulher.
98
ODÙ ODÌ-MEJÌ - 1º ITAN
*Como Òrúnmila Aplaca as Ìyáàmi*
Grande montículo de terra, como bloqueio na rua e muita poeira.
Ifá foi consultado para Ìyáàmi-Òsòròngá, que estavam indo além para terra.
Elas diziam que queriam ouvir a voz do Bàbáláwo,
Antes das Ìyáàmi Òsòròngà chegarem na terra, elas queriam ouvir a voz do
Bàbáláwo.
Elas vêm a terra.
Então elas chamam Òrúnmìlà, ainda no Além.
Olódùmaré disse a Òrúnmìlà que fosse.
Òrúnmìlà partiu ao encontro delas.
No lugar para onde Orunmila partiu, chegou diante do muro de pedra de
Òrìsàlà-Òbátàlà.
Òrúnmìlà encontrou as Ìyáàmi nesse caminho.
Òrúnmìlà pergunta; aonde vão?
Elas dizem que vão para a Terra.
Ele pergunta; oque vão fazer lá?
Elas dizem; aqueles que não fossem seus adeptos, elas estragariam as coisas
deles.
Levarão doenças a seus corpos.
Levarão fraqueza a seus corpos.
Arrancarão os intestinos deles.
Comerão os olhos deles.
Comerão o fígado deles.
Comerão o coração deles.
Comerão a mente deles.
Beberão o sangue deles etc..
E não ouvirão a voz de ninguém.
Òrúnmìlà diz; entendi.
Òrúnmìlà diz que os seus filhos, Bàbálàwo, também estão na terra.
Elas dizem que não reconhecem os filhos de ninguém.
Então, quando elas dizem que não conhecem os filhos de ninguém.
Òrúnmìlà repete que os seus filhos Bàbálàwo estão sobre a terra.
Elas dizem; Òrúnmìlà fale com teus filhos, que tenham a folha de Ògbó,
Que eles tenham uma cabaça contendo um Iru-Òkété.
Que eles tenham também o corpo de um Òkété,
Que eles tenham Eyin Meji,
Que eles tenham Èko-pupa,
Que eles tenham um Òbérò K’epo. (Panela cheia do óleo de palma
vermelho),
Que eles tenham Èyò-Merin’Nla.
Então, Òrúnmìlà envia o seu mensageiro, Èshù, até os seus filhos Babalawo.
Ao chegar, Eshù diz-lhes que preparem tudo isto.
Assim que as Ìyáàmi chegam à terra, na natureza, antes de tudo, se
empoleiraram na copa do IgiÒrógbó.
Quando elas permanecem no Igi-Òrógbó, procuram uma oportunidade, em
obter frutos com fartura.
Mas não a vêem, elas deixam o Igi-Orogbo e se dirigem para acopa do Igi-
Àjá-n'rèré.
Ao chegarem no Igi-Àjá-n'rèré elas também não têm sorte, porque não acham
frutos, o sustento.
Então vão para a copa do Ìrókò, as pencas de frutos na copa do Ìrókò, não é
suficiente para elas,
porque seus frutos são muito pequeninos.
Vão para o Igi-Oro, lá elas também não têm sorte.
Vão para o Igi-Ògún-Bèrèke, lá elas também não têm qualquer boa sorte,
porque os frutos são duros e
amargos. Oh! Árvore amaldiçoada!
Vão para o Igi-Arere, onde não encontra um lugar para se estabelecer.
Vão para o Igi-Opé-Ségiségi-Wìnrìnmògùn, nas margens do rio, quando ali
chegam, ali ficam.
O Igi-Opé-Ségiségi-Wìnrìnmògùn, é como esta árvore é chamada por elas.
Ali, ficam na sua copa.
Então, constroem um pátio nos fundos dela. (atrás da árvore).
Constroem um quarto lá.
Elas dizem que é lá que se reunirão.
Constroem um grande montículo de terra lá, sobre ele, é onde todas as Èlèyé
se reúnem, vivem
agregadas.
Quando forças femininas estão desprendidas, trazem doenças e dores de
barriga nas crianças.
Trazem morte para as crianças.
Devoram os intestinos das pessoas.
Devoram os pulmões das pessoas.
Bebem o sangue das pessoas.
Provocam dores de cabeça nos filhos de um e de outro.
Provocam doenças aos filhos de um e de outro.
Provocam reumatismo nos filhos de um e de outro.
Provocam dores de cabeça ou febre,
Provocam dor no estômago nos filhos de um e de outro.
Provocam abortos, ou devoram o ventre daquela que deseja engravidar.
Trazem para fora o feto daquelas são férteis.
Não permitem que uma mulher fique grávida.
Mas, aquelas que estão grávidas elas não deixam parir.
Então, as pessoas perseguidas vêm fazer súplicas aos Bàbálàwó, os filhos de
Òrúnmìlà.
Suplicam aos filhos de Òrúnmìlà que os ajudem.
Que ajudem aquela que está grávida.
Que ajudem aqueles que estão para concretizar algo.
O sacrifício que Òrúnmìlà disse à seus filhos que fizessem, naquele dia, seus
filhos o fizeram.
Então, as Ìyáàmi dizem aos filhos de Òrúnmìlà que se quiserem chamá-las,
elas dizem que as chamem
com muita reverencia, curvados e com ―Voz Tristeǁ, suplicante.
Quando eles fizerem a oferenda, quando os filhos de Òrúnmìlà já tiverem as
chamado, deverão levar a
oferenda e depositá-la encima do seu montículo de terra.
Elas dizem que eles deverão cantar com voz triste, chorosa.
Elas dizem que assim, elas responderão imediatamente.
Então, eles deverão cantar assim:
Iya kere gbo ohun mi
Osorònga gbo hun mi o!
Iya kere gbo ohun mi
Èlèyé gbo hun mi o!
E gbogbo Èlèyè ohun mo gba tiwyin gba mulé
Ewe Ogbó niki enyin gba o!
Ìyáàmi Osorònga gbo hun mi o!
Igba, niki ényin di gba!
Ìyáàmi Osorònga gbo hun mi o!
Mãezinha vós conheceis a minha voz.
Òsòròngà, vós conheceis minha voz.
Mãezinha vós conheceis a minha voz.
Èlèyé, vós conheceis minha voz.
Todas as Èléyè aceitem todas as coisas que eu disser na terra,
A folha Ogbo diz que vós certamente compreendereis.
Ìyáàmi Òsòròngà, vós conheceis minha vóz.
Èléyé, a cabaça diz que vós agarrareis.
Ìyáàmi Òsòròngà, vós conheceis minha voz.
Ìyáàmi Osorònga Okete hun tiwiyn!
Ilé, Ilé gba o!
Ìyáàmi Osorònga gbo hun mi o!
Ìyáàmi niki gbogbo ohun mo tiwiyn, enyin she!
Ìyáàmi Osorònga gbo hun mi o!
Ìyáàmi Òsòròngà, a palavra que o ratão Okété disser à terra,
a terra certamente compreende.
Ìyáàmi Òsòròngà, vós conheces a minha vós.
Ìyáàmi disse que todas as coisas que eu disser vós fareis.
Ìyáàmi Òsòròngà, vós conheceis a minha voz.
Eles cantam e cantam.
Quando eles acabam de cantar, todas as Èlèyé ficam em silencio total,
calmas.
Os filhos de Òrúnmìlà farão este sacrifício pelas pessoas.
Òrúnmìlà diz; que se em seguida colherem a folha de Agè, deveriam tomar
cuidado para que a mulher
grávida permaneça grávida.
Aquela que ficar grávida, os seus filhos deverão cuidar para que ela dê à luz.
Ele diz que aquele que ficar doente, os seus filhos cuidarão dele, e a pessoa
ficará bem.
Ele diz que a pessoa será curada.
Ele diz que aquele que tiver dor de cabeça, os seus filhos colherão a folha
Agè.
Se o fígado fizer mal a alguém, desenterrarão para ele a raiz de Age e lhe
darão para beber.
Assim naquele dia, as Ìyáàmi autorizaram os Babalawo, filhos de Òrúnmìlà,
para fazer todas as coisas
que eles quiserem fazer, assim terão efeito. Mas, naquele dia, eles a
chamaram com o cântico
indicado; sempre curvados e com uma ―voz tristeǁ, a fim de que Òlòrún os
permita realizar esta boa
tarefa. Só desta mesma maneira é que conseguirão aplacar as Ìyáàmi-Àjè.

ÒDU ODÌ-MEJÌ – 2º Itan


Odi é superior e poderosa.
Odi é suprema e prestigiosa.
Ifá foi lançado para pessoa e Eji-Odi, no dia que ele foi ao mercado de
Ejigbomekun,
no dia também que ele se lamentava porque não tinha nenhuma esposa.
Ifá instruiu o seu discípulo e admirador, Eji-Odi, a fazer o sacrifício.
"Certo, mas qual sacrifício?"
A pergunta não foi irracional!
Ifá disse para que ele oferecesse bastante mel, mas bastante mel mesmo, para
o caso de algo falhar,
porque a doçura do Mel ainda falará alto como estratagema. (esperteza).
Eji-Odi escutou e fez o sacrifício.
A quantidade de Mel foi muito grande no sacrifício.
Ele ainda ofertou Mel ao seu Babalawo-Ifá para ele tomar um pouco e
também para usar em suas
magias.
Então, assim que Eji-Odi chegou ao mercado de Ejigbomekun, o mundo, ele
foi direto até as Mulheres
do mercado, e começou acariciar a cabeça de cada uma delas, as Iyaloja,
Mães do mercado, as Mães
do mundo.
Depois Eji-Odi despejou no chão um pouco de Mel tirado de uma garrafa
medicinal e, depois
secretamente, Eji-Odi presenteou uma outra garrafa ao seu sacerdote de Ifá.
Isso foi feito em um lugar
privado. Este procedimento, não rigoroso, fez Eji-Odi ser bem sucedido.
Ambos tomaram parte no intercurso, e Eji-Odi restabeleceu a sua vitalidade a
tempo.
A mesma coisa fez a Dona do Mercado, a Dona do mundo.
O resultado deste encontro, estranho, fez com que a maioria dos seres
humanos, chegassem de toda
parte do mundo, desejando acariciar as mulheres líderes do mercado, lideres
do mundo.
Então, ela fez todos eles felizes, e eles ruidosamente cantaram:
Iya lòrì oja o!
Oyin dun a onãn lailai
Oyin dun ki majé enyin ojá ma ló
Oyun dun o!
Suprema chefe e Mãe do Mercado.
Aonde vamos buscar o doce mel com freqüência
É o doce mel que não deixará você ir embora do seu Mercado,
O mel é doce!

ÒDÙ IRÈTÈ-ÒWÒNRÍN
Iretèwònrin, Iretè-Olota.
Tu me mostras o conteúdo de um grande saco.
Eu te mostro o conteúdo de um grande saco.
Tu tens! Eu tenho!
Owúyèwuyè o Bàbáláwo na casa de Òrúnmilà.
Ifá foi consulado por Òrúnmilà que procurava o segredo da cidade das Èlèyé.
Òrúnmilà diz que desta cidade das Èlèyé, onde ele vai, ele é capaz de
conhecer a sua base, o segredo.
É ele capaz de trazer dela todo o bem.
Ifá diz à Òrúnmìlà que antes faças uma oferenda.
Ifá diz à Òrúnmìlà que antes de ir ver o segredo que as Èlèyé tinham n
mundo, devia preparar uma
Awure com um saco branco, e dentro do mesmo devia oferecer uma cabeça
da serpente Oka, 04 ObiIfin, 04 Obi-pupà, pedaços de Efun, pó vermelho
(Osun), uma cabaça com bastante Epo, um pombo
branco.
Ifá disse que Òrúnmìlà deveia preparar tudo isso.
Quando Òrúnmìlà preparou, Èsù apareceu para pegar esse o saco de pano,
então ele o suspendeu como
compreendia o significado de cada item.
Òrúnmìlà diz; Ah!
Então Òrúnmìlà vai até a cidade de Otà.
Ao chegar no meio do mercado (mundo).
Mal Òrúnmìlà chegou, as Èlèyé dizem; ah! ah!
As Èlèyé dizem, chegou a nossa comida!
Alguém à quem queremos matar e comer chegou na cidade, entrou em nossa
casa.
Todas se alegraram.
Todas começaram a falar, falar, falar e falar.
Èsù é aquele que bloqueia o mal e o bem.
Èsú é aquele que faz todas as coisas.
Èsù se transforma rapidamente.
Então, Èsú se transformou em uma pessoa.
Ele vai e chama todas as Àjè que estão em Otà.
Ele diz; Ah! ah!
Ele diz que Òrúnmìlà tem um pássaro. (Èsù).
Ele diz que Orunmila é mais poderoso que todas as Àjè.
Ele as manda reunir todos os seus pássaros,
Èsú diz para que elas venham reunirem tos os pássaros delas, perto de
Orunmila na finalidade deles
receberem o poder junto a Òrúnmìlà.
Elas dizem; este homem tem um pássaro?
Èsù diz; Sim! Òrúnmìlà tem um pássaro, e é maior que todos os pássaros de
Otà.
Imediatamente, todas elas começam a juntar os seus pássaros.
Então, começaram a levá-los até Òrúnmìlà.
Assim, Òrúnmìlà ficou com todos os pássaros reunidos em torno dele.
Quando Òrúnmìlà já tinha todos em torno de si, Òrúnmìlà tranquilamente
procura sentar-se.
103
Assim que ele se senta, elas dizem que não querem tirar seu mau-olhado do
corpo de Òrúnmìlà.
Elas afirmam que lutarão contra Orunmila.
Elas dizem que já estão encolerizadas porque ele conhece o seu segredo,
poder, das Èlèyè.
Elas dizem, ele quer de alguma forma, avaliar, o segredo delas.
Elas dizem; se pegarem Òrúnmìlà, elas o matarão.
Orunmila vai chamar os seus Bàbáláwo.
Òrúnmìlà vai informar-se e vê Tèmáiyè.
Se o Bàbáláwo em sua própria casa não pode escutar Ifá, deverá consultar
fora de sua casa.
Ifá foi consultado por Òrúnmìlà no dia em que as Èlèyé diziam que o mataria.
Os Babalawos dizem; tu Òrúnmìlà és aquele a quem as Èlèyé querem matar,
As Èlèyé querem matar-te.
Ifá diz a Orunmila que faça outra oferenda.
Eles dizem à Òrúmìlà que, naquele dia, prepare Ekujebu, uma semente dura,
extraída de um fruto.
Eles dizem que tenha também um frango Òpìpì.
Eles dizem, também, que tenha um Èko.
Eles dizem, a Òrúnmìlà que tenha 07 búzios.
Então Òrúnmìlà agiliza tudo.
Quando Òrúnmìlà terminou de oferecer todas as coisas, ele chamou Èsù, e
juntos eles foram chamar as
Èlèyé. Quando chamaram as Èlèyé para que elas comam, elas chegam
dizendo que querem pegar
Òrúnmìlà, Elas vêm vigiar Òrúnmìlà até que, elas não vêem mais Òrúnmìlà
para pegá-lo.
Quando elas não o vêem mais para pegá-lo,
Elas dizem; como faremos para ver-te e pegar-te Orunmila?
Orunmila diz; Àjè não é forte, porque ela não pode comer Ekujebu, com este
alimento vós, de modo
algum, podeis me matar.
Oriunmila diz; o frango Òpìpì não tem asas para voar sobre a casa, as Àjè não
podem me matar.
Isto foi o que Òrúnmìlà fez naquele dia, para que as Àjè não fossem capazes
de matá-lo, quando
Òrúnmìlà foi a Òtà para ver o segredo delas.
Orunmila conheceu todos os segredos das Èlèyé e saiu de Ota a salvo.

ODÙ IRÈTÈGBE
Que tu pises no mato!
Que eu pise no mato!
Que pisemos no mato juntos.
Ifá foi consultado para Òduwa.
Ifá diz que Òdu veio do além para a terra
Então Ifá disse: tu Òduwa que está de partida, Olódùmarè lhe deu um pássaro
para ir à terra.
Aragamago foi o nome que o pássaro recebeu de Olódùmarè.
Aragamago é o nome do pássaro de Òduwa.
O pássaro diz; tu Òdu és a minha proprietária.
O pássaro diz; toda tarefa para a qual enviar-me, cumprirei.
O pássaro diz; ao lugar onde agradar-te me enviar, irei.
Seja para fazer o mal, seja para fazer o bem, irei.
O pássaro diz; todas as coisas que apreciar dizer para fazer, farei.
Então, Òdu trouxe esse pássaro para a terra.
Òdu diz que ninguém a poderia olhar (curiosos).
Òdu diz que não a olhem no seu apare (igbadu),
Se um inimigo de Òdu a olhar, ela lhe romperá os olhos, o deixará cego etc.
Com o poder deste pássaro ela romperá olhos.
Se um curioso quiser simplesmente espiar o que contém na cabaça deste
pássaro,
O pássaro Aragamago lhe romperá os olhos.
É assim que Òdu utiliza esse pássaro.
Òdu não gosta de curiosos,
Òdu não gosta de presepeiros,
Òdu não gosta de indiscretos,
Òdu não gosta de abelhudos,
Òdu não gosta dos indisciplinados,
Òdu não gosta dos desenfreados,
Òdu não gosta de desrespeito
Òdu não gosta de corruptos.
Ela utiliza este pássaro até chegar à casa de Òrúnmilá.
Òrúnmilà vai consultar os seus Bàbáláwo (Odù-Ifá).
Ifá diz; ―Se ensinarmos a inteligência a alguém, a sua inteligência será
inteligenteǁ. (sabedoria)
Ifá diz; ―Se ensinarmos a estupidez a alguém, a sua estupidez será estúpidaǁ.
(incapacidade)
Os Bàbáláwo da casa de Òrúnmilà consultam Ifá para saber o dia em que
Orunmila tomaria Òdu como
sua esposa.
Òrúnmilà é assim. Orumila tomou Òdu como sua esposa.
Os Bàbáláwo de Òrúnmilà dizem; heim!
Eles dizem; é Òdu que tu queres tomar como mulher!
Eles dizem; o poder está em suas mãos.
Eles dizem; para tu manter esse poder na sua mão, então, deverá executar
uma oferenda diretamente
no chão, por causa de toda a sua gente, os Babalawo.
Assim evitará que esse poder lhe mate e lhe coma,
Porque o poder dessa mulher é maior do que o poder de Òrúnmilà.
Eles dizem; tu Òrúnmilà que faça rapidamente uma oferenda diretamente
sobre o chão.
Eles dizem; as coisas que Òrúnmilà preparará sobre o chão serão estas:
Que tenha um Òkété (ratão).
Que tenha um Eku (rato do mato)
Que tenha um Eja-Okaragba
Que tenha um Afayafa (caracol)
Que tenha Epo.
Que tenha 800 Èyò.
Então, Òrúnmilà faz a oferenda.
Quando Òrúnmilà faz a oferenda, os Babalawo consultam Ifá para ele.
Òrúnmilà leva (a oferenda) para fora de sua casa.
Ao chegar, Òdu encontra a oferenda na rua.
Òdu diz; ah! O que está fazendo aqui esta oferenda no chão?
Èsù aparece e diz; ah, foi Òrúnmilà quem fez essa oferenda ao chão, porque
ele quer desposar a ti,
Òdu.
Então, Òdu diz; nada mau!
Todos aqueles que Òdu leva atrás dela são as coisas ruins, pesadas,
desagregadoras, coisas muito má.
Então, Òdu manda que todos eles comam da oferenda sobre o chão.
Òdu também deposita a sua cabaça no chão e abrindo-a diz ao pássaro,
Aragamago, para sair e comer
também.
Òdù manda o pássaro comer.
Em seguida, Òdu entra na casa de Òrúnmilà.
Quando Òdu entra, ela chama Òrúnmilà.
Ela diz; tu Òrúnmilà
Ele diz; tu Òdu, chegou!
Ele diz; Òdu, os seus poderes são numerosos,
Ela diz; mas eu não permitirei que nenhum dos meus poderes lhe combata
Orunmila.
Ela diz; Orunmila, eu não quero, jamais, brigar contigo.
Ela diz; mesmo que alguém peça a minha ajuda para lhe combater, não
combaterei,
Pois Òdu diz; meus poderes jamais farão Òrúnmilà sofrer.
E se alguém ousar fazer Òrúnmilà sofrer, ao solicitar o poder do pássaro, eu
em pessoa combaterei a
todos que tentar, se quer, perturbar Orumila.
Quando Òdu acabou de falar, Òrúnmilà disse; nada mau!
Então juntos, eles chegaram na terra.
Quando chegou o momento, Òdu diz; tu Òrúnmilà, aprende depressa a minha
proibição.
Ela diz; quero dizer-lhe qual é minha proibição. (condições)
Ela diz; que jamais aceitará qualquer outra mulher dele, olhe na face dela.
Ela diz; que nunca aceitará que mulher alguma olhe o interior do seu Apere
(cabaça).
Ela diz; que jamais aceitará que qualquer mulher entre em seu aposento
secreto.
Pois, qualquer mulher que ousar entrar no seu aposento para ver o seu rosto, a
mesma verá sua batalha
e a morte de farias formas.
Ela diz que ela não quer que nenhuma mulher olhe a sua face e nem mesmo
ouse entrar em seu
aposento secreto.
Òrúnmilà diz; sim, nada mal.
Então, Orunmila chama todas as suas esposas, e as previne sobre a mortal
proibição.
As mulheres de Òrúnmilà deverão olhar a face de Òdu.
Òdu diz a Òrúnmilà que a acompanhe.
Ela diz; vem comigo e farei de forma que seus fardos se tornem benfazejos.
Ela diz que irá consertar todas as coisas na vida de Orunmila.
106
Ela diz; tudo aquilo que Orunmila desejar estragar, ela não consertará jamais.
Ela diz; se Orunmila conhece e respeita a sua proibição, tudo aquilo que
pertence a Ele se tornará
completamente bom.
Então, qualquer pessoa que desejar estragar as coisas na vida de Orunmila,
Òdu diz; que não permitirá
que nada seja desagregado e estragado.
Se os homens Osho quiserem estragar qualquer coisa pertencente à Orunmila
e à seus filhos
Babalawo.
Òdu diz que não o deixará agir,
Então, o próprio Osho mesmo será arruinado completamente.
Òdu diz que nenhuma mulher Àjè será capaz de estragar qualquer coisa de
Òrúnmilà e de seus filhos
Babalawos.
Então, a própria mulher Àjè mesmo será arruinada completamente
Ela diz à Òrúnmilà que não brinque com ela, para que todas as suas coisas,
completamente, se tornarão
boas. Ela diz que não brigará jamais com Òrúnmilà.
Da mesma forma que não brigará com os seus filhos Babalawo.
Ela diz que Òrúnmilà sabe bem as tarefas que ele deseja mandar que ela faça.
Ela diz, se ele envia uma mensagem para fazer alguém sofrer sob justiça,
Se ele quiser enviá-la, ela entregará a mensagem sob o poder de seu pássaro,
Se alguém desejar fazer Òrúnmilà sofrer, ainda que somente beliscá-lo, Òdu
irá brigar e matar
qualquer pessoa que ouse...
Òrúnmilà diz; hein! Nada mal.
Orunmila diz; tu Òdu, sei que tu és muito importante.
Tu és superior a todas as mulheres no mundo.
Assim, por meu respeito, jamais brincarei contigo.
A todos os meus filhos, Bàbáláwo, previno-os para que jamais ousem brincar
contigo, porque Òdu é o
verdadeiro poder do Bàbáláwo.
Se o Bàbáláwo possui Ifá, também possui Òdu.
O poder que então Òdu lhes dá diz que todas as suas mulheres, juntos dele,
não ousem olhar o rosto
Òdu, não podendo ter qualquer noção sobre os Ikin-Ifá.
Então, a partir desse dia, todos os Bàbáláwo, sem faltar nenhum que tenha Ifá
não há quem não tenha
Òdu.
Oruminla diz: todo Babalawo que não tiver Òdu não poderá consultar Ifá
pelos Ikin.
Orunmila diz; no dia em que o Babalawo tiver Òdu, 32 Ikin, nesse dia ele se
tornará alguém porque
Òdu jamais o abandonará ao sofrimento.

OYEKU-MEJI
Óh sim escute bem! Esta é Oyeku-Meji.
Ao vir dois Oyeku no Opon, não prossiga Idafá sem antes oferecer uma soma
em dinheiro (búzios) ou
objeto para ser comparado como dízimo.
Esta oferenda evitará que o mal paire sobre a cabeça do ofertante.
Tendo vivido até aqui, só prossiga depois de ter feito um bom oferecimento.
Para quem é, e o que deve ser sacrificado?
Basta olhar esta Onifá Oyeku-Mejì no Opon,
E quando um Babalawo vir esta figura, não se esqueça jamais de que se deve
cultuar Ìyáàmi.
Ifá diz; que deve sacrificar contra a quebra de tabu, para que a Morte lhe
deixe prosseguir na sua
incumbência.
Tolos! Tolos são aqueles que não sacrificam.
Uma vez tendo sacrificado, então, o bom resultado será imediato.
Porém, se não se esforçar em sacrificar, a morte virá contaminar.
A morte é quem arruina todas as coisas da vida, devido a quebrar de tabu.
Essa é a coisa que ameaça o mundo.
Portanto, quando vir Oyeku-Meji, evitem fazer coisas erradas, seja voluntária
ou involuntariamente,
até mesmo inconscientemente, do contrário não adiantará pedir desculpas,
porque Iku já se antecipou.
Ifá diz que devemos evitar fazer coisas erradas,
Ifá diz que devemos evitar quebrar os tabus, exagerar, praticar coisas ilícitas.
Então, devemos fazer um oferecimento agora?
Ifá diz; olhe para Oyeku-Meji e, quando vir Oyeku-Oyeku, não ignore que a
mulher uma deve dar
início no culto das Eleye.

OYEKU-KANRAN
Ìyáàmi Aje a mãe do pássaro imortal.
Ogboni a mãe dos mortais seculares.
Ìyáàmi Àjè e Ogboni, ambas vieram como irmãs ao mundo, ao mesmo
tempo.
Ogboni teve 10 filhos, enquanto Ìyáàmi teve apenas um Filho.
Um dia, Ogboni foi ao único Mercado disponível, chamado (Oja
Akibomekon-Akola).
O mercado ficava situado na fronteira entre o Òrún e a Aiye.
Os habitantes do Òrún comercializavam em comum.
Ogboni quando ia ao mercado ela pedia para Ìyáàmi-Aje cuidar de seus 10
Filhos, durante a sua
ausência.
Ìyáàmi tinha grande cuidado com os Filhos de Ogboni e nada acontecia a
qualquer um deles.
Então, até que um dia, foi a vez de Ìyáàmi-Ajé ir ao Mercado.
Quando Ìyáàmi foi ao Mercado ela pediu à sua Irmã Ogboni para que
cuidasse de seu único Filho, um
pássaro, durante a ausência dela.
Enquanto Ìyáàmi estava no mercado, os 10 Filhos de Ogboni ficaram
interessados em matar e comer o
Pássaro, o qual era o único filho de Ìyáàmi.
Ogboni falou para seus Filhos que se eles quisessem um pouco de Carne de
Pássaro, "eles jamais
deveriam tocar" no único filho de Ìyáàmi.
Um dia, enquanto a Ogboni estava no Bosque, em busca de alimentos, as 10
crianças pegaram o único
filho de Ìyáàmi e mataram, depois assaram pra comer.
Quando os filhos de Ogboni assaram e comeram o Filho de Ìyáàmi,
imediatamente o seu PODER
SOBRENATURAL lhe deu um sinal de que as coisas não estavam bem em
Casa.
Então, Ìyáàmi, imediatamente abandonou a viagem em direção ao Mercado e
retornou para Casa.
Ao chegar na sua casa descobriu que seu único Filho tinha sido abatido e
comido.
Ìyáàmi ficou, compreensivelmente furiosa, porque enquanto a sua irmã ficara
fora, Ela cuidava
atenciosamente dos 10 filhos de Ogboni.
Mas, quando foi a vez de ir comercializar, Ogboni não pode se quer cuidar do
único Filho de Ìyáàmi.
Então, Ìyáàmi, lamentou amargamente e decidiu deixar a cada de sua irmã
Ogboni.
Elas tinham um "Irmão" que com quem Elas vieram ao Mundo na Floresta.
Ele era do tipo que não gostava de ser perturbado por ninguém.
Ele era "IROKO", o dono de uma densa floresta.
Mas, quando "IROKO" ouviu ÌYÁÀMI chorando, imediatamente Ele a
convidou para dentro de sua
densa floresta, a fim de descobrir o que estava acontecendo, então Ìyáàmi
explicou como que os Filhos
de OGBÒNI mataram o seu único Filho, o pássaro, sem que Ogboni pudesse
interrompe-los.
IROKO a pacificou e ainda assegurou que os filhos de Ogboni (os Mortais)
não iriam mais se
alimentar facilmente no mundo.
Foi dês desse dia que Ìyáàmi com ajuda de "IROKO", começou apanhar os
filhos de Ogboni (Os
mortais), e ainda pegam um após outro, até os dias de hoje.
Nota: Aqui Ifá diz; que esta pessoa não deve despertar o ódio de "Ìyáàmi-
Aje" sem qualquer
entendimento. Assim, as Ajè estão perseguindo os passos da pessoa, a qual
não sabe o porquê da
perseguição na sua vida, fato que a torna uma vitima fácil das Àjè (Espíritos
sobrenaturais). Só é
possível se proteger da ira das Ìyáàmi através de Òrúnmila, de forma a
possibilitar obter o apoio dela.
E mais, esta pessoa deve evitar qualquer tipo de relação religiosa com amigos
e pessoas de sua
família (parentes), nem mesmo buscar abrigo na casa deles.

Òwònrín’sogbè
"Owonrin Sogbe, Ooro teere, é o awo da floresta profunda"
Ifá foi lançado para uma pessoa, no dia que ela estava rodeada de muitas
negatividades.
Ifá orienta a fazer ebo, com pombo preto, para as Ajé que estão no interior da
casa.
Ifá orienta a fazer ebo, com pombo branco, para as Ajé no quintal de casa.
Na finalidade de eliminar os espíritos malignos.
O Èbò: 02 Obero cheios de Epo, um pombo preto, um pombo branco. Dentro
de casa, espalhe
Iyerosun sobre o Opon e marque o Odu Owonrinshoge. Em seguida, faça as
evocações tradicionais e
necessárias. Depois das evocações tradicionais, espelhe o Iyerosun dentro dos
02 Obero cheios de
Epo. Então, após misturar o Epo com o Iyerosun, nos dois Oberó, entorne no
chão dentro de casa um
pouco do Epo de um Oberò. Em seguida, pegue o outro Oberò e leve-o para
fora, no exterior da casa,
no quintal, e deixe o Oberó ao lado do Epo derramado. Então, volte para
dentro de casa esacrifique o
pombo preto dentro do Obero e sobre o Epo que foi derramado no chão,
dizendo 3 vezes;
• Èlèyé epo re o! Èlèyé éjé re o!
E deposite o pombo preto dentro do mesmo Obero e deixe-o dentro de casa.
Em seguida, pegue o
pombo branco (vivo) e leve-o para o exterior da casa (no quintal), então
sacrifique o pombo branco da
mesma maneira, derramando o Èjè dentro do Obero e sobre o Epo no chão,
dizendo;
• Èlèyé epo re o! Èlèyé éjé re o!
Depois deposite o corpo do pombo branco dentro do mesmo Obero. Depois,
pegue os dois Oberó e
leve-os para o pé de uma árvore, próximo de um Orita. Ao depositar os
Oberó no chão deve dizer;
• Eu fiz ebo, com pombo preto, para Ajé que estão no interior da casa.
• Eu fiz ebo, com pombo branco, para Ajé que estão no quintal de casa.
• Que todos os Ajogun me deixem em paz!

OWONRINSOGBE – 2º Verso
Owonrin’sogbe é o pai.
Ifá é o pai de Opele.
Aramota é o pai de Shango; aquele que faísca;
A faísca do fogo queima brandamente toda a fazenda.
A intensidade do Sol queima o caminho ferozmente.
Ifa foi lançado para Òrúnmila, no dia que ele estava indo ao rio, a fim de
lavar-se para ter
prosperidade.
Vocês não sabem que esta cabeça é lavada por Òrúnmila?
Orunmila é quem purifica todos perfeitamente?
Èbò: Esmagar Ewe-Ifá em Água. Espalhar Iyerosun no Opon e marcar o Odu
Oworinsogbe e
consagrá-lo dizendo;
Owonrin’sogbe é o pai.
Ifá é o pai de Opele,
Aramota é o pai de Shango; aquele que faísca;
A faísca do fogo queima brandamente toda a fazenda.
A intensidade do Sol queima o caminho ferozmente.
Vocês não sabem que esta cabeça é lavada por Ifá?
É Orunmila é quem purifica todos perfeitamente?
Então, espalhe o Iyerosun já consagrado e misture com as folhas esmagadas,
em seguida sacrifique um
Igbin dentro da preparação. Depois lave a cabeça da pessoa, que em segiuida
deve vestir branco por 3
dias.
Nota: Aramota é outro nome que chamamos o Orisa Ajakuta, pai de Sango.

Ì R É T É M É J Ì – 2º Verso
*COMO ÌYÁÀMI CHEGA À TERRA DE ÒTÀ*
Tiramos (a água) na frente
Tiramos (a água) atrás.
Ifá é consultado por 201 pessoas que vieram do céu para a terra.
Ifá é consultado por 201proprietários de pássaros que vieram do céu para a
terra.
Quando essas 201 pessoas chegam,
Eles (os Bàbáláwo-Odù) dizem para preparar uma cabaça para cada uma
delas.
Foi em Òtà que elas chegaram pela primeira vez,
Elas nomeiam uma mulher Ìyálóde em Òtà
Aquela que quer receber (um pássaro) leva sua cabaça para junto dela.
Ela diz que quer receber seu pássaro.
Ele será colocado dentro.
Quando ela colocou o pássaro dentro,
A cabaça é coberta e lhes é entregue,
Elas tomam conta dela em sua casa.
Quando elas a arrumaram em sua casa,
Não é qualquer um que pode conhecer o lugar onde elas o puseram,
A menos que seja alguém que tenha uma cabaça.
Talvez esteja (em cima do) teto. (esconder no teto)
Elas a podem colocar ao lado da parede. (esconder na parede)
Elas podem cavar o chão para colocá-la ali. (esconder dentro do chão)
Elas são as únicas, a saber, o lugar onde a cabaça está guardada,
Quando ela lhes é entregue.
Quando elas lhes são entregues,
Cada uma leva seu Igba-Eye,
Vai colocá-la no lugar que ela viu
Quando elas querem enviar ẹlẹyẹ em uma missão,
Elas abrem a cabaça,
Esta ẹlẹyẹ voa para fora da cabaça,
Vai cumprir a missão aonde ela é enviada,
Talvez em lagos,
Talvez em Ibadan,
Talvez em Ilorìn,
Talvez em Sapele,
Talvez em Londres, talvez no país do rei.
Todos os quatro cantos do mundo são os lugares para onde elas a enviam.
Quando, desse modo, elas abriram a cabaça.
Este pássaro voa e vai cumprir sua missão.
Se elas dizem que é para matar alguém, eles matam.
Se elas dizem que é para levar os intestinos de alguém, eles levam.
Quando eles querem levar os intestinos, ficam à espreita de alguém.
Quando elas estão espreitando para rasgar seu ventre,
A pessoa não sabe que elas querem levar seus intestinos.
Se ela estiver grávida, eles retiram a gravidez de seu ventre.
Eles vão executar o trabalho de que estão encarregados.
Quando terminarem este trabalho,
Voltam novamente para esta cabaça.
Elas tornam a cobri-la.
Quando elas a cobriram,
Cuidam de colocá-la novamente em seu lugar.
Elas não lutam mais sozinhas,
A menos que queiram ir à sociedade delas.
No momento em que retorna este pássaro, assim ele fala com a sua
proprietária,
―o trabalho que me mandastes fazer, eu o fizǁ.
Se esta pessoa possui um remédio contra as Àjè
Ela é capaz de dizer, ―que aquela que vos enviou para me pegar, não me
pegueǁ.,
Tento pegar, pegar, pegar, mas não sou capaz de pegar.
Se me enviardes a pegar alguém (que não possua este remédio) eu o pego.
Aquela que possui um pássaro vai então para o meio da sociedade,
Ela diz então que
Ela enviou um mensageiro em missão,
Ela fez este trabalho contra ele,
Ela levou este trabalho para o meio da assembléia,
Porque ela não quer trabalhar sozinha.
Quando elas assim falaram,
Aquelas que ficam compartilham as coisas.
O sangue da pessoa que ela mandou (pegar)
Ela o leva para o meio da sociedade,
Todas as suas companheiras o querem tocar com sua boca.
Quando elas tomaram juntar este sangue, elas se separam.
Quando elas se separaram,
Chegou o dia seguinte, chegou a noite seguinte,
Elas enviam novamente o pássaro.
Elas não deixam dormir (sua vítima)
Este pássaro pode pegar um Irukere se passar por Osaala.
Este pássaro pode pegar um porrete e se passar por Esù.
Este pássaro pode pegar dois facões e se passar por Ògún.
Este pássaro pode se tornar uma alma do outro mundo, Egungun.
Este pássaro pode se tornar em qualquer Òrìsà.
Este pássaro pode ir apavorar aquele para o qual elas o enviaram.
Tal é a história destas Elẹyẹ!
É assim que elas são, é isso que elas fazem.

ÒSÉÓYÈKÚ

APERE-IGBÁDU
(A cabaça da Existência)

Aquele que ofende padece como morte do faltoso.


Saudações, Ò s é y è k ú.
Ifá foi consultado para Òdu-lógbòjé (Òduwa),
Eles (os Odù-Ifá) dizem à ela que se sente em seu Apèrè,
Eles dizem, tu Òdu, que se senta com seu Apèrè,
Eles dizem, faz uma oferenda.
Ela diz, por que deverá fazer uma oferenda?
Eles dizem, por causa de teus filhos, tu farás uma oferenda.
Eles dizem a Òdu que ofereça dez Eyin-sefun-Adiyè.
Eles dizem que ela prepare dez Igbin.
Eles dizem que ela prepare dois mil Èyò (búzios).
Òdu faz a oferenda.
Quando Òdu fez a oferenda,
Ifá foi novamente consultado para Òdu-lógbòjé assentada em seu Apèrè.
Eles dizem, tu Òdu,
Eles dizem, ela ficará idosa, ela se tornará anciã.
Eles dizem, será dito que sua cabeça ficou toda branca, se tornando muito
velha.
Eles dizem, porém, ela permanecerá no mundo e ela não morrerá,
Tú Odú, não morrerá rapidamente,
Tú Òdu, gozará sempre de boa saúde.
O tempo passou, Òdu tornou-se muito idosa.
Eles (os babalawo) devem pedir a palavra a Odú, quanto existir.
Òdu nada mais sabe.
Talvez ela tenha ouvido a palavra que eles disseram?
Talvez não tenha ouvido a palavra que eles disseram?
Quando chegou o tempo, Òdu chamou todos os seus filhos.
Ela disse; vós meus filhos
Ela disse; a minha velhice chegou.
Ela disse; se quiserem pedir a minha palavra,
Ela disse; evoque-me delicadamente quando necessitarem de ajuda, como
algo que devam pedir a
minha palavra (conselho).
Então, Òdu parte.
Depois Òdu retorna,
Ela vai convocar todos os seus três companheiros para que compareçam junto
á ela.
Naquele tempo Òdu está com a cabaça.
Todos os seus companheiros, em conjunto, pensam na palavra que a cabaça
virá dar.
São quatro (conselheiros), pilares do Mundo.
Aquele que primeiro comparece naquele dia é Òòrìsànlà.
Após ter chamado Òòrìsànlà, ela chama Obàlùwayé.
Após ter chamado Bàbálúayé, ela chama também Ògún.
Após chamar Ògún, Òdu se apresenta como Òduwa.
Òdu é então a quarta entre eles,
Òdu diz que ela está sentada em seu próprio Apèrè.
Òdu diz que ela tornou-se muito Idosa.
Òdu diz que deseja ir ao lugar onde os Anciões vão (Òrun).
Ela diz, a coisa que ela lhes pede.
Ela diz se alguém quiser partir deverá falar com a sua gente, e avisá-los que
deseja partir.
Eles dizem, ah!
Eles pedem à Ìdu que não parta.
Eles dizem, o lugar de que falaram, esses quatro então olharam o mato,
Assim viram a cabaça coberta de excrescências (fungos).
Quando viram a cabaça coberta de excrescências
Òrìsànlà diz a Ògún para ir colher 04 cabaças.
Ògún então colhe as cabaças, quatro delas.
Òrìsànlà diz a Ògún para cortá-las com os seus instrumentos.
Ògún corta as 04 cabaças.
Òòrìsànlà diz que ele dê uma das cabaças à Òdu,
Que Ògún também dê uma à Sòpònná.
Ògún diz que só ele é quem corta essas cabaças.
Quando Ògún cortou as cabaças, abriu quatro caminhos.
Ògún diz que cortou.
Òdu disse; que ao se encontrarem toque em vossos peitos com a mão
esquerda. (criando assim, um
tipo de saudação entre companheiros sagrados)
Òdu diz que quer toda a sua gente cumprimentando assim,
Que todos toquem a mão esquerda no peito por ocasião do encontro
Que todos toquem a mão esquerda no peito por ocasião de partida,
Que todos toquem a mão esquerda no peito quando decidirem.
Que os filhos e todos os filhos de seus filhos peçam a palavra, então ela
falará.
Quando ela assim falou.
Òrìsànlà gosta de Efun (pó branco)
Ọbàlùwayé gosta de Osùn (pó vermelho)
Ògún gosta de Eedu (carvão vegetal),
Òdu gosta da Àmò (lama).
Òòrìsànlà-Òbàtálà pega a cabaça de ẹfun (pó seco de argila branca extraída
do fundo do rio).
Òòrìsànlà diz; esta é a cabaça de ẹfun,
Òòrìsànlà a leva até Odù.
Òòrìsànlà pede que Òdu ponha a cabaça de Efun em seu Apèrè.
Òòrìsànlà diz aos seus próprios filhos que prestarem culto na cabaça de Efun,
que o invoquem nela,
e cultuem à cabaça de Efun, nela obterão realização, criatividade e expansão.
Òòrìsànlà diz à seus filhos; todas as coisas que eles pedirem nessa cabaça,
essa cabaça fará por eles.
Òòrìsànlà diz que ele e nem mesmo Òdu os combaterá, porque na caçada de
Efun, ele e Odù, são uma
única coisa.
Então, chega a vez de Ọbàlúwayé pegar.
Òbàluwàiyé pega o pó de Osùn. (pó vermelho extraído das raízes do Igi-
irosun),
O pó de Òsùn com o qual ele esfrega em todo o seu corpo.
Òbàluwàiyé deposita o Osun dentro da cabaça.
Òbàluwàiyé diz; esta cabaça de Osun, Òdu se torna a sua cabaça hoje.
Òbàluwàiyé diz; todas as coisas que seus filhos lhe pedirem, eles receberão
todas as coisas através da
cabaça de Osun, se for dinheiro que eles pedirem (riqueza material -
dinheiro), então, esta cabaça dará
e fará por eles. Todos os apelos que seus filhos fizerem à ele e a Òdu, eles
responderam no interior
desta cabaça de Osun.
Pois Òdu tornou-se idosa.
Assim Òbàluwàiyé fala e Òdu aceita.
Então, eles se tornam duas cabaças.
Em seguida Ògún traz o Eedu, com o qual ele esfrega em seu rosto.
Ògún também traz a cabaça e enche com o Eedu, o pó do carvão vegetal.
É Eedu que Ògún esfrega, secretamente, em seu Rosto.
Ele traz a cabaça de Eedu para Odù.
Ògún diz; tu Odù.
Ògún diz; eis aqui cabaça de Eedu (carvão vegetal).
Ògún diz; todas as coisas pelas quais os meus filhos farão culto, eles obterão
através desta cabaça de
Eedu.
Ògún diz; eles adorarão esta cabaça que lhe entrego.
Ògún diz; que seus filhos ao prestarem culto na acabaça de Eedu, não
morrerão prematuramente,
obterão boa saúde e longevidade.
Ògún diz; que seus filhos não envelhecerão em meio ao sofrimento. (melhor
qualidade de vida).
Òdu aceita, então se tornam três cabaças.
Então, Òdu também pega a cabaça dela, a cabaça cheia de Àmò, o símbolo da
origem , o manancial de
tudo.
Òdu a traz para junto das três cabaças.
Òdu diz; que adorem essa cabaça de lama somente em seu Apèrè, juntamente
com as três cabaças, as
quais os outros a entregaram.
Òdu junta a sua cabaça de Amò com as três cabaças, então se tornam 04
cabaças.
Essas quatro cabaças são aquilo que todos os Babalawo devem adorar
secretamente.
Òdu diz; que as quatro cabaças são repectivas aos cantos do mundo, o Leste é
a cabaça de Efun, o
Oeste é a cabaça de Àmó, o Norte é a cabaça de Òsùn, o Sul a cabaça de
Eedu.
Como também os quatro Elementos estruturais e originais, Ar – Fogo – Água
– Terra, estarão
representados nas quatro cabaças no Apere Òdu.
Òdu diz; no dia que seus filhos (Bàbálàwós) adorarem o Apèrè, o qual a
pertence, assim estarão lhe
adorando essencialmente.
Òdu diz; todas as coisas que eles lhes pedirem para fazer, ela fará para o bem.
Òdu diz; se eles adorarem individualmente a cabaça de Efun, a qual é de
Òòrìsànlà, eles também
estarão adorando-a, então ela responderá.
Òdu diz; se adorarem individualmente a cabaça de Osùn, a qual pertence a
Obàlùwàiyé, ela juntamente
responderá.
Òdu diz; se eles adorarem individualmente a cabaça de Eedu, a qual pertence
a Ògún, ela responderá.
Òdu diz; se eles adorarem individualmente a cabaça de Amò, a qual é a única
proprietária, ela
responderá.
Òdu diz; Mas, se o Babalawo juntar as quatro cabaças secretamente como
Apèrè-Òdu
Òdu diz; se todos os seus filhos, adorar as 04 cabaças em um único local, será
à ela, a própria Òdu,
que estarão adorando em grande plenitude,
Que vós queirais vir adorá-la em um único corpo, o qual ela pôs nesse Apèrè.
Dês dessa época, é com um Obi branco e um Obi vermelho, que os Babalawo
adoram Odù em seu
Apere.
Se eles sabem que querem entrar em seu aposento, Igbadu, a fim de adorá-la,
Que todos recorram à água da calma (abotutu),
Que esfregam os vossos olhos a água da calma.
A água da calma, para esfregar nos olhos, naquele dia, foi preparada com
Àgua, Ewe-Òdúndún, EweTetê-Abalaye, Ewe-Rínrín, Oorì, Efun, Osun, Epo
e Igbin.
O igbin eles o esmagam na água.
Quando um homem esfrega em seus olhos a água da calma, então sim, poderá
entrar na casa de Odù,
poderá ver ou conhecer o Igbádù.
Naquele dia, Eles chamam o Apèrè de Igbá-Òdu, a casa de Òdu.
Ah! Ireis abrir o Apèrè-igbádù?
Ah! Ireis olhar Òdu?
Lembre, Òdu pôs as suas coisas lá dentro, ao mesmo tempo, para não
desaparecer.
Ela disse que seus filhos, Babalawo, venham e lhe adorem no corpo da
cabaça, onde ela se pôs como
Apèrè.
Naquele dia eles vão adorar Òdu naquele lugar.
Dês desse dia, Òdu é adorada no interior do Apèrè.
Se um Bàbáláwo quiser adorar Ifá, ele deverá adorá-lo no Igbo-Ifá, na
floresta de Ifá.
Mas, se anteriormente ele não adorou Òdu, em seu Apèrè, o Babalawo nada
fez para Ifá.
Porque Ifá não sabe que o Babalawo se pois à adorá-lo
Ifá o reconhece como seu filho.
Ifá diz que todos os seus filhos, Babalawo, antes de entrarem em sua floresta
para o cultuar, que
adorem novamente Òdu em seu Apere, porque Òdu é a sua mulher.

ÌROSÙN-ÌWÒRÌ
Houve um período em que o Homem espalhava a desarmonia no Mundo.
Naquela época a
população ainda era muito pequena e ninguém ainda havia migrado além da
lendária Ifé-òòye
(uma cidade). Durante aquele período de desarmonia o povo roubava, mentia,
estuprava,
assassinava e de tal modo que a perversidade e maledicência reinavam na
Terra. Orúnmìlà que
já vivia na Terra já havia tentado até se esgotarem todas as possibilidades de
encontrar uma
solução para a situação caótica, estava sendo pressionado pelos anciãos a
encontrar uma
solução rápida para o estado de anarquia que se encontrava o Mundo.
Òrúnmìlà, então, foi se consultar com Olódùmarè (Deus) por meio do
Oráculo do Ifá. E, na
consulta, o Odù que surgiu foi Ìrosùn-Ìwòrì trazendo a seguinte mensagem:
Há! Mo Hée Mó Lára (um nome muito longo)
Ordenou que Òrúnmìlà fosse ao Céu chamar o Molè Edàn. Òrúnmìlà foi ao
Céu convidar a
Dama Imolè Edàn (que era sua amiga íntima desde quando morava no Céu)
para ajudá-lo a
reparar os danos ―moraisǁ causados na Terra pelos humanos que já haviam
quebrado o Mundo
como se fosse uma cabaça.
Edàn aceitou o convite de Òrúnmìlà e veio com Ele a Terra para por freio as
atividades
pecaminosas do Homem.
Molè Edàn chegou a Terra e pediu para as pessoas fazer o sacrifício de: ratos,
pombos e
peixes, explicando que o sacrifício salvaria o povo Ifé-òòye.
As pessoas seguiram a orientação de Molè Edàn e em pouco tempo
começaram a prosperar
(antes não havia prosperidade em Ifé-òòye). Gratas, elas ofereceram calorosa
recepção para
Òrúnmìlà e Molè Edàn.
Feliz, sem qualquer perda de tempo, Molè Edàn imediatamente deu início a
sua missão:
— Ordenou que todas as pessoas jurassem que daquele dia em diante
voltariam a se
comportar com dignidade.
— Todos juraram manter a PAZ e a JUSTIÇA para que a harmonia voltasse a
Ifé-òòye.
— Molè Edàn estabeleceu esses princípios na Terra e para complementar a
sua boa palavra,
avisou: ―A pena aplicada ao faltoso será a mais grave (morte)ǁ.
Depois de uma longa estada na Terra Molè Edàn voltou para o Céu. Porém,
antes de partir,
deixou a autoridade de supervisão dessa Lei a cargo de uma Comunidade que
Ela mesma a
chamou de Ògbóni.

EJI-OGBE
ÒSÚN, A ESPOSA PREFERIDA DE ÒRÚNMILÀ
Um dia, o rei Olodunmare chamou Òrúnmilà e mais dois de seus discípulos,
Oju e Ikun. Os
três Babalawo foram rumo ao palácio consultar para Olodumare e Ejiogbe
apareceu. Oju,
como o mais novo, foi o primeiro a interpretar o Ifá para o rei: Ele disse que
foi por causa dos
filhos que Olodumare os convidou para consultar, afirmando que Ifá traria a
benção de uma
criança para o rei e que seria uma menina e, mais, que para a proteção da
menina, ela deveria
casar-se com um sacerdote de Ifá, sendo ele mesmo. Em seguida, Ikun foi o
segundo a
interpretar Ifá para o rei: Ele disse que Ifá previa a benção de uma criança
para o rei
Olodunmare e, que seria uma menina, mas que para sua própria sorte e
proteção, ela deveria
casar-se com ele, o próprio Ikun. O terceiro e último sacerdote, não mais ou
menos
importante, foi Òrúnmilà, o qual destacou todos os problemas para o rei
Olodunmare e disselhe que outra criança nasceria e que seria uma mulher,
mas ela deveria casar-se com um
sacerdote de Ifá, ele mesmo Òrúnmilà. Assim, o rei Olodunmare realizou
todas as três
oferendas necessárias, e foram aceitas. Tempos depois, a primeira criança
recebeu o nome de
Tewa e foi dada como esposa para o sacerdote Oju. Depois, nasceu a segunda
menina que
recebeu o nome de Oyin e foi dada como esposa à Ikun. Logo depois nasceu
a terceira criança
que recebeu o nome de Òshúnmilaya, em seguida foi dada como esposa à
Òrúnmilà, o grande
sacerdote de Ootu-Ifé.
Depois de certo tempo Òrúnmilà e seus discípulos partiram de Ile-Ifá, no
Òrún, e só
retornaram dezesseis anos depois.
Tewa separou de Oju.
Oyin separou de Ikun.
E também Òshúnmilaya se separou de Òrúnmilà, o mesmo ficou muito
aborrecido.
As três filhas retornaram à casa de Olodunmare, e o local se tornou
escandalosamente quente,
com as três juntas na mesma casa.
O tumulto chegou a tal ponto, que Olodunmre devolveu Tewa à Oju.
Devolveu Oyin para
Ikun. E também devolveu Òshúnmilaya para Òrúnmilà.
Olodunmare disse:
―Se alguém é belo, é comparada a Tewa, a esposa de Oju.
Se alguém é gordo, eles se referem como ―tão gorda como Oyinǁ, mulher de
Ikun.
Ninguém separa Tewa de Oju ou Oyin de Ikun.
Também é assim com Òshúnmilaya, impossível separá-la de Òrúnmilà.
De todas as esposas que Òrúnmilà, segundo a revelação do Ifá, só
Òshúnmilaya lhe deu
muitos filhos. Entre os nomes famosos da descendência de Òrúnmilà, temos
Amosún e
Dosúnmu. Odu Ifá também dá os nomes de vários outros filhos de
Òshúnmilaya, tais como:
Ako a jo l'ola. Agu-ala l'osu
Omo b'okun omo eni abe ide.
Omo eni o sedi bebere.
Ka fi Ileke si idi omo elomiram.
Omo eni lama eni jê etc.
Um cão tem honra;
Vênus é a honra da lua
Uma criança recusou as contas de Okun e, ao invés, recebeu cobre.
Uma criança tem as contas em suas nádegas.
Você não pode retirar as contas dele e colocar nas nádegas de outra criança.
Seu filho é seu filho etc. (Ejiogbe).
Você não pode retirar as contas dela e colocar nas nádegas de outras crianças.
Seu filho é seu filho etc. (Ejiogbe).
Nota: Òshún é mais conhecida como Òsúnmilaya ou Òshúnmilèyò, títulos
que lhe conferiu
como primeira e principal mulher de Òrúnmilà, mesmo tendo em conta que
Òrúnmilà teve
diversas outras mulheres. O nome Òshúnmilaya foi o mais famoso dentre
todas essas esposas.
Teve vários filhos dele e tiveram um feliz casamento.

OGUNDABOROGBE.
ÀJÊ-SHARIKI, A RICA ESPOSA DE ÒRÚNMILÁ
Na frente da casa
No quintal da casa
Ifá foi consultado para Òrúnmilà no dia em que ele receberia Àjé-Shariki
como esposa.
Òrúnmilà reuniu alguns de seus discípulos para que fizessem predições para
ele. Àjé-Sariki
era uma mulher importante, uma divindade da riqueza e ministra do
comércio. Àjé-Shariki era
extremamente rica e tinha muitos escravos. Entre seus escravos havia um de
nome Onipansan
Owere, ―aquele que- tem-um-chicote-pequeno” e outro com o nome de
Anamo-naye
―aquele-que-castiga-tanto-o-filho-como-a-mãeǁ. Por outro lado, Õrúnmilà
também tinha
um guarda-costas muito corajoso, um escravo chamado Odogbo, o qual era
um homem muito
forte, astuto, e ele tinha um porrete poderoso encantado com magias e usado
quando
guerreava. Àjé-Sariki como esposa, além de mulher, era responsável pela
limpeza semanal do
templo de Òrúnmilà, com o compromisso de limpar o chão, pintar o santuário
com as folhas
de índigo, preparando tudo para Orrunmila com seus discípulos fazerem
preces e depois
ofertar Obi à Ifá. Já como mulher de negócios, Àjé-Shariki podia fazer suas
próprias viagens
de negócios. Na Feira de Ojugbomekun, onde ela consumava vender seus
artigos, ela tinha
um escravo para carregar suas mercadorias. Chegou a um ponto que
aconteceu uma venda no
mercado. Foi uma época em que muitas pessoas compravam roupas nas mãos
de Àjé-Sariki e
ela ganhava muito dinheiro. Ela mal tinha tempo para seu trabalho semanal
em casa. Por seis
semanas ela não esteve em casa para ajudar seu marido com os trabalhos de
limpeza. E certa
vez Òrúnmilà disse-lhe que comprasse Obi e que desse um de seus escravos
para que ele
trouxesse o Obi para Òrúnmilà em casa, mas devido à multidão,
Àjé-Shariki estava ocupada vendendo e comprando e ela esqueceu. Mais
tarde, quando voltou
para casa, disse a Òrúnmilà que esquecera. Quando ela repetiu a mesma coisa
muitas vezes,
Òrúnmilà ficou tão aborrecido que chamou seu escravo Odogbo e mandou-o
ao mercado
punir Àjé-Shariki.
No dia imediatamente seguinte, Ajé-Shariki apareceu no mercado.
Costumava haver
sacerdotes no mercado, para aqueles que precisassem de serviços. Um deles
viu Àjé chegando
e fez a predição. Ele disse que Àjé-Shariki estava com problemas com o
marido e que a única
forma de se salvar era comprar Obi e o maior peixe seco, levá-los para casa e
oferecer ao
Oke-Ipori Ancestral, de seu marido. Também advertiu que ela não devia
voltar para casa pelo
mesmo caminho pelo qual costumava vir para o mercado. Odogbo estava
pronto para o
conflito com Àjé-Sariki na entrada da floresta. Depois de compras e vendar,
Àjé-Shariki
comprou os Obi e um grande Eja-Okaragba (peixe de Ifá) e usou a outra
estrada para ir para
casa. Ela foi para o altar de Òrúnmilà e colocou sua cabeça no chão.
Ajoelhou-se (Ijoko) e
pediu a Òrúnmilà para perdoá-la e deu o Obi para seu Oke-Ipori. Òrúnmilà
ficou surpreso e
perguntou ―Quem lhe disse para fazer isso?ǁ. Após persuadi-la, Òrúnmilà
concordou e a
perdoou. Odogbo estava no caminho para o mercado e esperou em vão por
Àjé-Shariki.
Quando Odogbo descobriu que Àjé-Sariki não ia passar por aquele caminho,
voltou para casa,
sedento, com muita fome e muito furioso. Seus olhos estavam vermelhos.
Quando Òrúnmilà o
viu, pediu-lhe que fizesse o favor de baixar o facão que ele havia empunhado.
Odogbo
recusou-se. Quando Odogbo não quis ouvir, Òrúnmilà se pôs a cantar:
Odogbo baixe seu facão
Odogbo baixe seu facão
Ajé-Sariki me deu obi e peixe.
Odogbo baixe seu facão.
Òrúnmilà teve que lhe dar óleo de palma para beber e Odogbo se acalmou.
Odogbo disse para
seu mestre: ―Nunca me envie à punir uma pessoa quando você sabe que vai
poupá-laǁ.
Òrúnmilà pediu-lhe que não ficasse zangado. Ajé-Sariki então prometeu
nunca mais fazer tais
coisas novamente.
A partir de então, é importante que todas as esposas de Babalawo ou Ìyánifá,
observem um
dia da semana em casa para oferecer Epo para Eshù, Obi e Peixe para
Òrúnmilà.
NOTAS:
Aje – Dinheiro, rica divindade feminina que controla mundo, um ministro das
finanças.
Odogbo – Guarda-costas de Òrúnmilà, um outro nome de Eshù.
Ogundaborogbe - Nome de Odù-Ifá, onde esta história se origina (Ogunda-
Ogbe).
Oke Ipori – O ―paiǁ de Õrúnmilà.
ÒSÈDI
ÒRÚNMILÁ E SUAS DUAS ESPOSAS
Òsèdí, a bela entre os Odu de Ifa
Ogungbere, a bela entre as serpentes
Ganancioso e ladrão são iguais
Prostituta e abiku são as mesmas coisas.
Essas foram as predições de Ifá para Òrúnmilà
Quando ele estava para casar-se com Afinju a simpática e bela filha de Alara
e também
com Obunradiradi a desprezível filha de Ijero.
Foi Òrúnmilà quem convidou o sacerdote acima nomeado para vir fazer
predições para ele. O
Odu que apareceu foi Òsèdí e ele disse para Òrúnmilà que Ifa tinha visto duas
esposas para
ele, mas que ele necessitava fazer um sacrifício de modo que ambas as
esposas pudessem ter
filhos. De fato, Òrúnmilà estava apaixonado por Afinju, outro nome de
Òshún. O sacerdote
jogou diretamente no Oke Ipori de Òrúnmilà para saber o resultado do
casamento, quando Ifá
previu a benção de uma segunda esposa. Então, Òrúnmilà realizou o
sacrifício necessário, e
Afinju tornou-se sua esposa. Ela além de ser bela era muito suave, limpa,
organizada e
dedicada, o que a fazia muito mais bela. Empenhadamente, cuidava muito
bem de Òrúnmilà;
preparava a comida e lhe servia na hora certa, cuidava de suas roupas, lavava
e mantinha sua
casa e o templo muito bem limpos. Tanto que Òrúnmilà estava muito feliz.
Depois de um
tempo, o rei de Ijero mandou uma mensagem à Òrúnmilà, notificando-o que a
sua filha,
Obunradiradi, lhe seria dada como esposa, em forma de reconhecimento por
tudo que ele já
havia feito pelo reino de Ijero. Ifá foi consultado e também confirmou o
evento. Então, eles
marcaram o dia do casamento, e Òrúnmilà esperou sua nova esposa, depois
de executar todos
os rituais necessários. Obunradiradi, a filha de Ajero, chegou para casar-se.
Mas como um
nome sempre descreve o real caráter de uma pessoa ou revela uma profunda
necessidade de
ajustes. Quanto ao nome de Obunradiradi já revelava o seu caráter de uma
mulher sórdida,
desorganizada e sem asseio, muito preguiçosa, ao passo que não se
empenhava em cuidar do
templo e de sua própria casa. Isto marcou uma grande diferença entre as duas
esposas de
Òrúnmilà. Afinju sempre estava mais próxima a Òrúnmilà, mas não tinha
filhos. Ao passo que
Obunradiradi começou a dar muitos filhos à Òrúnmilà.
À medida que o tempo passava, Afinju e Obunradiradi resolveram visitar
seus pais, aos quais
não viam já a bastante tempo. Após algumas pressões, Òrúnmilà concordou
em acompanhálas para visitar os sogros. A estrada que leva a Ijero à esquerda
e a estrada que leva a Alara à
direita. Quando chegaram o local onde as estradas se cruzaram, Òrúnmilà são
sabia qual
esposa seguir. De repente Òrúnmilà decidiu seguir Afinju, aquela que o
tratava
carinhosamente em se tratando de alimentação agradável e zelo. Porém, todas
as crianças
atrás de Obunradiradi se puseram a chorar e gritar: ―papai, papai, não vá,
papai não váǁ. Ao
ouvir o desespero de seus filhos, Òrúnmilà ficou tão confuso que se pôs a
rezar. Quando ele
recitou este Iyere:
As coisas são como são!
A prole de Agbonniregun!
Coro: Hin-in (sim)
Osedi, linda pelo Odù-Ifa
Coro: Hin-in (sim)
Ogungbere bela entre as cobras
Ganancioso e ladrão são todos iguais
Cor: Hin-in (sim)
Prostitutas e Abiku são iguais - (não ficam com ninguém)
A consulta ao Ifa foi feita para Òrúnmilà no dia que ele desejava casar com
Afinju,
a filha de Alara.
Coro: Hin-in (sim)
A sordidez não é boa, eu agradeço a todos vocês!
Coro: Hin-in (sim)
A sordidez não é boa!
Ifa vai seguindo, “aquela-que-tem-alimentos- e-cozinha-os-alimentos”.
Coro: Ifa vai seguindo, “aquela-que-tem-alimentos- e-cozinha-os-alimentos”.
A sordidez não é boa!
A preguiça não é boa!
A negligencia não é boa!
Ifa vai seguindo, “aquela-que-tem-alimentos- e-cozinha-os-alimentos”.
Foi nesse exato momento que Elegbara apareceu e falou para Òrúnmilà não
abandonar os seus
filhos por causa de comida. Èsù disse: ǁÕrúnmilà, neste momento você está
confuso!ǁ E,
assim, Òrúnmilà decidiu seguir Obunradiradi com seus filhos. Foi então que
Afinju começou
a reclamar. Ela disse: ǁÕrúnmilà, você agora esta me rejeitando porque ainda
não lhe dei
filhosǁ. E Afinju chorava, chorava muito. Tanto que Õrúnmilà ficou ainda
mais confuso; ele
não sabia o que fazer, e de novo recitou o Iyere:
As coisas são como são
A prole de Agbonniregun.
Coro: Hin-in (sim)
Osedii, linda pelo Odu Ifa
Coro: Hin-in (sim)
Ogungbere bela entre as cobras
Ganancioso e ladrão são todos iguais
Cor: Hin-in (sim) Prostitutas e abiku são o mesmo
A consulta à Ifa foi feita para Òrúnmilà, no dia que ele gostaria de casar com
Afinju, a
filha de Alara e Obunradiradi a filha de Ijero
Coro: Hin-in (sim)
Uma mulher sem filhos não é bom
Coro: Him-in (sim)
Uma mulher sem filhos não é bom, agradeço a todos...
Coro: Hin-in (sim)
Uma mulher sem filhos não e bom
Ifa segue mães de crianças
Coro: Hin-in (sim)
Juntos:
Uma mulher sem filhos não é bom
Ifa segue mães de crianças, E e e e.
Uma mulher sem filhos não é bom
Ifa segue mães de crianças, Òrúnmilà o o o
Elegbara e Òrúnmilà naquele momento estavam juntos. Èsù recomendou à
Òrúnmilà fazer
uma nova consulta para solucionar seus problemas, dizendo que se ele
estivesse naquela
posição ele procuraria Òrúnmilà para um aconselhamento espiritual.
Òrúnmilà agradeceu Èsù.
Depois que Elegbara partiu, Òrúnmilà e suas duas esposas decidiram voltar
para casa. Quando
Òrúnmilà e as duas esposas voltaram à Ile-Ifé (local de amor), ele consultou
Ifá e fez
predições para Afinju, a filha de Alara, em seguida Òrúnmilà fez todos os
trabalhos para que
Afinju também tivesse filhos, de forma que ela ficasse mais feliz. E
Obunradiradi também
aprendeu a lição, quando deixou de ser negligente e preguiçosa, passou a
cuidar do templo e
de sua casa para estar mais próxima de Òrúnmilà e assim passou a respeitar o
seu marido.
Todos encontraram a felicidade e tiveram uma maravilhosa relação. Ase ooo!
NOTAS:
Referência: Odù-Osedi
Afinju – outro nome de Òshún como referencia à uma pessoa asseada e linda
Agboniregun – algumas vezes se refere à Òrúnmilà, nome de um dos antigos
profetas.
Elegbara – também conhecido como Esu-Odara, responsável pelas entradas,
um fiscal do
Além
Iyere – poesia de Ifa.
Obun radi radi – pessoa sórdida, preguiçosa, negligente e desorganizada.
Ogungbere – nome de uma árvore.
Oke Ipori – Pai de Òrúnmilà, referência ao dedão do Pé, local de culto ao
Ancestral.
Osedi – o nome de um Odu-Ifá.
ÒDU, A ESPOSA
SECRETA DE ÒRÚNMILÁ
Òdúndùn tem folhas grossas.
Tètèbalaye pontiagudo tem um pé forte para caminhar.
Observe a orelha de uma lebre e veja uma folha de Òdúndùn, como são
iguais.
Ifá foi consultado para Òrúnmilà no dia em que ela estava para tomar Oro-
Modi-Modi como
esposa. Até que um dia, na semana de Ifá (Òsè), em que se faz limpeza e
reativa o Ashé,
Òrúnmilà e alguns de seus devotos estavam no templo, com a cerimônia de
Obi em
andamento. Surgiu que Òrúnmilà receberia um hóspede e que este hóspede
era uma mulher de
grande importância e força espiritual. Foi revelado também que Òrúnmilà
deveria ser
cuidadoso em entretê-la, e que deveria obedecer as instruções dela. Tão logo
terminaram com
a celebração semanal (Osè), a visita entrou na casa de Ifá. Òrúnmilà lhe deu
as boas-vindas,
acolhendo-a gentilmente. Aquela mulher ficou impressionada pela forma com
que Òrúnmilà a
recebia e prometeu auxiliar Òrúnmilà em todas as suas grandes tarefas por
toda existência
dele. Também quis casar com ele e ditou-lhe várias condições, entre essas
que, mesmo
estando casada com Òrúnmilà, ela deveria ter um quarto particular. Ninguém
poderia trazer
luz (fitilà) para ver seu rosto. Ninguém podia comer com ela. Também não
poderia sequer ver
a face das outras esposas de Òrúnmilà. E elas não poderiam ver sua face. A
mulher não era
bonita. Tinha marcas por todo rosto e corpo. No princípio, Òrúnmilà não
gostou da idéia de
esposá-la, mas quando se lembrou do que Ifá havia predito, concordou em se
casar com ela,
porque ela lhe traria ajuda no futuro. Por isto Òrúnmilà chamou e avisou às
outras esposas
(Apetebi e Ìyánifá) que elas não poderiam abrir a porta do quarto onde Oro-
Modi-Modi (Òdu)
estava vivendo, e ninguém deveria levar luz lá para dentro. Quando
preparassem sua comida,
deveriam deixá-la no chão, em frente ao quarto. Ele mesmo levaria a comida
para dentro. Um
dia, uma das mulheres de Õrúnmilà resolveu abrir a porta do quarto para ver
a ―estrangeiraǁ,
pois se perguntava como era possível ser proibido ver uma hóspede para
quem levava comida
todos os dias. Isso aconteceu uma noite em que Òrúnmilà não estava em casa.
Ela pegou uma
lâmpada (Fitilà) para olhar nos olhos de Oro-Modi-Modi (Òdu). A visitante
ficou furiosa
quando viu a luz. E lançou uma maldição sobre a mulher de Òrúnmilà, que
morreu
instantaneamente. Òrúnmilà estava intranqüilo e descobriu pelos sinais, que
alguma coisa
estava acontecendo em sua casa e descobriu o corpo de sua mulher no chão e
que Oro-ModiModi tinha desaparecido. Òrúnmilà cantou um Iyere para
chamá-la. Ele recitou:
Òdundun tem folha forte e grossa
Coro: Hin-in (sim).
Tètèbalaye pontiagudo tem um pé forte para caminhar.
Coro: Hin-in (sim).
Veja a orelha de uma lebre e veja uma folha de Òdundun como são a mesma
coisa
A adivinhação dói feita para Òrúnmilà.
Coro: Hin-in (sim).
No dia que recebeu Oro Modi Modi como esposa.
Coro: Hin-in (sim).
Oro-Modi-Modi.
Eu não me comprometi com você para matar minha esposa, E E E!!!
Oro-Modi-Modi.
Eu não me comprometi com você para matar minha esposa.
Então, Oro-Modi-Modi retrucou:
Òdundun tem folha forte
Coro: Hin-in (sim)
Tètè pontiagudo tem um pé forte para caminhar
Coro: Hin-in (sim)
Veja a orelha de uma lebre e veja uma folha de Òdúndùn como são a mesma
coisa.
Ifá foi consultado para você Òrúnmilà
No dia em que você gostaria de se casar comigo fazendo de Oro Modi Modi
sua esposa
Coro: Hin-in (sim)
Eu me comprometi com você para não botarem luz no meu rosto?
Òrúnmilà OOOO, EEEEI.
Òrúnmilà, eu me comprometi com você para que mulher alguma não olhasse
à minha face!!!
Então, ficou claro para Òrúnmilà que uma de suas esposas não respeitara a
proibição e
por isso morrera. Òdu, Oro-Modi-Modi, recusou-se a voltar a viver com
Òrúnmilà. Ela
preferiu seguir Orunmila como sombra para guia e protegê-lo, levando
soluções e luz na vida
de Òrúnmilà. Ela prometeu abençoá-lo e o avisou que quando um sacerdote
de Ifá estivesse
recebendo o Igbadu, Òdu, não deveria haver nenhuma mulher por perto, nem
mesmo luz, e
que toda a comida dedicada à Ela não deveria mais ser preparada por mãos de
mulheres e, que
todo sacerdote de Ifá que receber Òdu deveriam ser respeitados por serem
supremos e
poderosos. Eis o porquê que até hoje é proibido à qualquer mulher entrar nos
aposentos de
Ìyá-Òdu, nem se quer podem cozinhar para a grande Mãe Misteriosa.
Referência: Ofun-Meji

NOTAS:
Fitila – Lamparina consagrada, preparada com Epo, Pavio de Algodão e
outros itens. Com
finalidades especificas. Muito usada antigamente como magia.
Odù - Nome de referencia aos signos de Ifá, um sistema composto de 256
Odù e incontáveis
estórias relacionadas aos mesmos.
Òdu – Nome original da Mãe Secreta esposa de Ifá.
Oro-Modi-Modi – Outro nome de Òdu, também conhecida como Iyaami-
Òdu, aquela que os
sacerdotes de Ifá a veneram secretamente, sem a interferência/aproximação
de qualquer
mulher. Oro Modi Modi (conhecida como Òdu ou Olofin). Oro Modi Modi é
um nome muito
sagrado para todos os sacerdotes de Ifá. Ela é lembrada como a Mãe dos
sacerdotes de Ifá.
Iyami-Òdu ou Oro-Modi-Modi tornou-se Orisa, após ter se casado com
Òrúnmilà, antes era
Òsè-Ifá – Semana sagrada de Ifá, no primeiro dia se oferece principalmente
Obi e Omitutu.
Estando sujeito mediante determinação de Ifá, podendo levar sacrifícios de
pássaros, aves e
até quadrúpede, dependendo da necessidade e época.
MITO DA CRIAÇÃO
Olodumare, o todo em tudo. Toda exuberante natureza, O algo do nada, de
onde se criou o Universo
em 04 dias. Em cada dia criou 04 Odu pilares (Ogbe – Oyeku – Iwòrì e Odi),
sendo dois fêmeas e
dois machos), esses ainda se multiplicaram em 16 Odù principais, ou seja, 16
kàdárà (predestinações)
possíveis, que desdobrando-se entre si, perfazem o total de 256 até 4096 Odu.
Cada Odù aponta uma
direção, um ponto de partida e seu término. Assim, alterando e influenciando,
dia após dia, o principio
de tudo na vida. Os 16 Òdu principais correspondem aos 04 pontos de
adoração no Universo, que são
os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais.

ITAN DÍDÁ ÀIYÉ


(HISTÓRIA DA CRIAÇÃO DO MUNDO)
OFUN MEJI CRIOU O UNIVERSO.
Após os primeiros momentos da formação do cosmos Ofun Meji deu início à
geração de seus filhos
(os demais odus). O primogênito foi Ogbe, pois no princípio só havia trevas.
Em seguida criou
Ejiogbe (segundo alguns relatos ambos nasceram no mesmo dia). Após
conceber Ogbe Meji, Ofun
Meji entrega-lhe a Sacola da existência, na qual continha 01 Eiyele, 01 Igbin
e os itens necessários
para criação, entre os itens, os principais eram 04 cabacinhas que continham
as matérias Efun, pó de
Osun, Eedu e Amò, para dá existência a Terra e criar os seres vivos. Tais
matérias pertencem aos 04
principais Odu pilares. Materias essas sagradas e dignas de serem utilizadas
para adoração. Pois cada
Òrì dos seres humanos fora constituído com uma dessas matérias.
Então, tudo estava programado para Ogbe-Meji abrir o PORTAL DA LUZ.
Tão logo o mesmo fosse
aberto surgiria a luz e a mesma se dispersaria por toda extensão dos
Universos, iluminando-os em
todas as direções. Ofun Meji recomendou a Ogbe Meji abstinência ao Emu
por ser sua essência
existencial (seu próprio sangue), se ele quebra-se esta proibição seria
considerado um ato de
canibalismo. Certo dia Ogbe Meji ao retornar de suas ocupações dispersou-se
de sua irmã e
embriagou-se com Emu, desobedecendo as determinações do Pai. Oyeku
Meji sentiu falta do irmão e
retornou pelo caminho percorrido, encontrando-o embriagado e adormecido.
Por mais que tentasse não
conseguiu acordá-lo. Em face disso Ejiogbe recolheu o cetro real e retornou
sozinho ao Òrún, onde
Ofun Meji os aguardava. Tão logo chegou o Pai perguntou:
"Onde está teu irmão, o guardião do Saco da existência?"
"Ele bebeu Emu em excesso e adormeceu. Tentei acordá-lo em vão. Como
era hora de retornar, resolvi
eu mesmo trazer o saco da existência." "Tu não bebeste?"
"Não! Sabes que não desobedeço às tuas ordens, meu Pai.""Sendo assim
confiarei a ti a guarda do
Sacola Existencial. Tu substituirás teu irmão a partir deste instante." Ao se
recuperar da embriaguez e
sentir a falta do Saco, Ogbe Meji retornou ao Òrún totalmente desnorteada.
Ao cruzar os umbrais do
Òrun foi interpelado por seu Pai: "Por que me desobedeceste, meu filho?"
"Não resisti ao desejo
veemente do Emu, e o pior é que não sei onde deixei a vossa Sacola, e nem
onde está minha irmã."
"Felizmente ambos não estão perdidos. Tua irmã recolheu Sacola e o trouxe
de volta para mim.
Devido ao teu procedimento, de hoje em diante estarás subordinado a tua
irmã." A partir daí é que
Oyeku Meji passou a ocupar o primeiro lugar por ordem de chegada ao Aiye.
Exceto no sistema
Oracular Ifá. Ogbe resignou-se a seguir fielmente Oyeku Meji, o qual,
piedoso suplicou ao pai: "Ogbe
Meji é meu irmão mais velho, e face a sua fraqueza e desobediência tornou-se
meu servo, o que me
entristece. Seria possível dar a ele a guarda dos dias e a luz?" Aceitando, mais
uma vez Ofun Meji
chamou Ejiogbe a sua presença e o encarregou de disseminar a luz aos mais
longínquos recantos do
Universo, criando assim as estrelas e tudo que é branco associado a Luz.
Então, Ofun Meji confiou a
Oyeku Meji a vigília da noite, das trevas, do sono e da insônia, enfim a
guardiã de tudo que ocorre à
noite a fase da Lua minguante e Nova, toda a escuridão seja na terra, no ar ou
nas águas, deu tôo poder
da magia e os animais usados nela, e portanto deu-lhe como auxiliar Èsù (por
isso Exu percorre os
quatro cantos do mundo com seu ogó). As determinações foram cumpridas,
ficando Ogbe Meji no alto
do céu o sol a reinar sobre os dias e a luz da lua crescente sobre as noites, e as
estrela a brilhar nas
madrugadas. Mas a fase da lua cheia disse à eles que seria a lua de ambos
para juntos proverem
fertilidade, poder de gerar, movimentar, preencher e acoplar, esta em especial
é a lua da união a fim de
fecundação e também para os rituais de abundância, fertilidade e
prosperidade.
Nota: no sistema Oracular de Ifá o Odù Ejiogbe diz respeito a Obatala-
Osaala, Oyeku-Meji à Ìyáàmi,
Iwòrì-Meji à Ògún e Odi-Meji à Òbàlúwàiyé. Enquanto Èsù movimenta-se
nos 256 Odù.
A MANIFESTAÇÃO DE
ALGUNS ORISA IYAGBA
1º - IYEWA
Iyewa é um Orisa feminino de culto muito antigo, um dos mais antigos,
existente
desde os tempos mais remotos da civilização. A princípio, Iyewa é um imole
de característica
feminina, associada à água quente e a terra. Mas, na diáspora o culto à Iyewa
foi se perdendo
completamente e hoje se encontra quase extinto no mundo.
A palavra Iyewa, originalmente, no Yoruba bem arcaico, significa: ―Mãe
que retornaǁ, uma
referência à ―Mãe que retorna das profundezas da terraǁ, como algo que não
pode ou não quer
se visto, ou ainda à alguém que viaja constantemente para algum local
profundoǁ, o que
primeiro expressa uma relação com o retorno ao Além, como tudo que se
acaba para a vida e
volta ao sua condição original, contudo que se encontra variavelmente oculta.
Uma relação
com todas as coisas que se encontram embaixo da terra, dentro de densas
florestas, dentro de
cavernas, dentro das cabaças, sob palhas e folhas.
O nome Iyewa está principalmente associado a Palha Vermelha e ao Gêiser.
Portando, no
culto de Iyewa que prioriza a utilização do Iko, palha da costa, tanto para
cobrir todos os seus
fundamentos como esconder tudo que lhe é sagrado, na finalidade de evitar
que haja qualquer
tipo de profanação.
O gêiser é a sua primordial manifestação na natureza, através da água
superaquecida que sai
de forma intermitente do subsolo. O que vem provar que Iyewa está
associada a tudo que se
encontra secreto, pertinente a tudo que se manifesta de forma medonha ou
muito perigosa ao
se revelar diante dos olhos humanos, da mesma forma que se manifesta o Jato
de Água
quentíssima que forma o Gêiser, o mesmo que explode furiosamente no Ar,
capaz de matar ou
cegar quando sai do interior da terra. Comparada a essa manifestação, Iyewa
amedronta e faz
todos correrem do seu poder. Assim, sob esse conceito de terrível pavor,
Iyewa é o Òrìsà que
se cobre com o Iko-Pupa (as palhas avermelhadas tingidas com o Pó de òsùn,
pertencendo ao
seu esposo Obaluwaiye), usada para se esconder e/ou esconder as suas coisas
sagradas.
Portanto, Iyewa é considerada como tudo que é medonho, assustador, com a
necessidade de
viver oculta. Assim, Iyewa está associada a tudo que vive coberto e
impossível de se ter o
devido conhecimento (invisibilidade), como tudo que não deve ser revelado
ou profanado,
assim como os Segredos relacionados à Morte, os quais não devem ser
conhecidos (visto) por
ninguém que não esteja na sua hora certa de conhecê-la, principalmente os
seus iniciados. Por
isso que Iyewa tanto por seu nome como por sua característica é considerada
um Orisa das
coisas e formas enigmáticas, recebendo atributos como a ―Mãe da Visãoǁ,
ou seja, aquela que
possibilita o filho enxergar o perigo, ter o entendimento sobre todas as coisas
perigosas como
Ela mesma, aquela que não devemos ou não podemos admirá-la diretamente,
bem como não
se pode conhecê-la, contemplá-la ou tocá-la facilmente. Há um Itan nos ajuda
compreender
essa especial característica de Iyewa, citando que quando Obaluwaiye foi
orientado por Ifá à
entregar uma oferenda Iyewa, nenhum Òrìsà aceitou acompanhá-lo no
oferecimento, nem
mesmo Eshù ousára ficar por perto, quando Iyewa apareceu Eù correu
furiosamente para o
Orita, Logun-Òdè e Ogun se enfiaram embaixo das suas franjas de Manriwo,
Òsún se
escondeu embaixo do seu grande Abebe (fundo de cabaça), Oya desapareceu
do local, Osaala
se cobriu com o seu grande Alá, nem mesmo ele o Rei dos Òrìsàs ousou ver o
poder de Iyewa,
mas somente Òbàlúwàiyé foi o único Òrìsà que ofertou e ainda dançou com
ela coberta de
palhas vermelhas. Dançando, Obaluwaiye informava que ele era o único que
não tinha pavor
dela, o que lhe deu direito de conhecer e dominar o poder destrutivo de
Iyewa, isso porque
Òbàlúwàiyé além de ser o Sol à pino era igualmente o dono de toda a
extensão terrestre, sob a
qual Iyewa se ocultava. Apesar de Iyewa ser perigosíssima, Òbàlúwàiyé sabia
desse fato e lhe
respeitou. Portanto, comprovadamente, Iyewa é uma das manifestações mais
tenebrosa e
perigosa entre todos os Orisa femininos, estando inerente ao complexo de
Ìyáàmi Òsóròngá.
Assim, a sociedade de culto que não possui conhecimentos e o assentamento
de Ìyáàmi,
também não tem qualquer base para fazer um mero culto e muito menos
cultuar Iyewa.
Iyewa está não só associada a Palha Vermelha, mas também ao Ekodidé e
osunamó, sendo
um Òrìsà que tem a sua origem na Água fervente que sair do interior da terra,
na forma de um
furioso e gigantesco Jato de água cáustica. Tanto mistério que existe no culto
de Iyewa, por
isso, as palhas são utilizadas a fim de esconder os seus enigmáticos Awo
(segredos).
Iyewa é um Orisa feminino que ocupa a função de contraparte de
Òbàlúwàiyé, bem como
associada a Iku, o que lhe faz ter relações com o aparecimento de um
Egungun a beira da uma
Lagoa, após um ritual específico, que provê a condição do descendente
evocar seu
Antepassado, vê-lo e conversar para obter orientações.
Iyewa Arubata ooooooo!
Iyewa Eróóóóóóó
OTA: Esse texto mortifica a idéia do nome Iyewa (Iye-Iwa) fazer
N qualquer referencia ao caráter ou mãe do
caráter. Até porque a palavra Iwa (Caráter) está exclusivamente
relacionada à Ori e Òrúnmila, da mesma forma
que encontramos a palavra Oliwa como título de Obatala-Osaala,
significando ―Senhor do Bom-Caráterǁ,
informando o sentido de possuir ele um Caráter Limpo, relacionado com a
pureza, como um ser imaculado,
incorruptível, refletindo luz e alvura.

2º ÒSÚN
Entre os Yorubanos, Òsún é o Òrìsà mais enigmático e um dos mais
cultuados sob
uma esfera de mistérios e considerações. Ifá é a única tradição capaz de
explicar
profundamente tudo sobre Òsún. Entre as suas mais fortes expressões, e as
mais consideráveis
estão atribuída à todos os eventos e características associadas às águas frescas
e potáveis do
rio, em seguida ao matrimonio e as virgens, logo depois Òsún aparece
intrinsecamente
associada a maternidade, ao nascimento e a honra. Osun é tão enigmática que
algumas de suas
características chegam a ser considerada de forma bem isolada e praticamente
incomum. No
conceito de Ifá Òsún é uma das mais importantes forças que chega a se
manifestar com vários
aspectos na natureza, mas o principal deles está ligado diretamente as águas
doces do Rio,
conseqüentemente a faz ligada ao amor incondicional, a reprodução das
espécies, ao Bronze e
ao mel. No conceito tradicional Yorubano, Òsún representa a luta pela vida e
sua
sobrevivência, a tal ponto de ser prestigiada como uma das formidáveis
características de
Deus, que se manifesta como o Espírito da Bondade, candura, pureza,
inocência e
generosidade sem igual, atributos estes, inteiramente associado ao curso
d'água que jorra na
nascente sem cessar e tranqüilamente.
Conta em vários Itan-Ifá que Òsún é primeira companheira fiel de Òrúnmìlà.
Poucos inda
sabem que a verdadeira origem de Òsún é no Odù Oyeku-Meji, mas o poder
de concepção
aparece em Ose-Meji, passando por vários outros Odù, e ainda evidenciando
variadas das suas
manifestações no Odù-Ejiogbe, Owonrin-Meji, Osa-Meji, Ika-Meji,
Oturupon-Meji, IreteMeji, Ofun-Meji, Oturuponyeku, Obarase etc. Dentre
todos os Òrìsà femininos, Òsún é a
única que pode ouvir a palavra de Ifá, o "Orô Òrúnmilá".
Ifá esclarece que uma das principais responsabilidades de Òsún é cuidar do
desenvolvimento
dos seres humanos a partir da fecundação, função esta que exerce com muita
dedicação,
acompanhando o desenvolvimento do embrião, passando pelo período fetal e
só entregando
aos cuidados do Òrìsà pessoal quando a criança já atingiu a capacidade de
consciência, ao
começar a reclamar atenção de alguma forma de seus pais.
Òsún se manifesta como o Òrìsà da Bondade e extrema generosidade, por
isso seu culto é
baseado principalmente na água fresca e, onde é utilizado amplamente o Oyin
(mel), Ogede
(banana), Odunkun (batata doce), Eyin (ovo) e tantos outros elementos que
caracterizam a
doçura, suavidade, maciez, frescor e placidez.
Òsún é o Òrìsà que contesta qualquer tipo de agressividade e má-conduta,
isso em todos os
sentidos e razões, até mesmo a pratica de bruxaria e feitiços como a fofoca,
mentira, inveja,
manipulação e aliciamento a qualquer efeito destrutivo. De tal forma que a
força de Òsún se
afasta e, então, a pessoa que era antes a sua protegida fica completamente a
mercê da
desagregação manifestada pela força Àjè.
O que poucos no Ocidente sabem, é que em alguns lugares da Nigéria Òsún é
chamada por
outros nomes bem excêntricos e até provocadores de grandes equívocos,
como na cidade de
Èdè, onde Òsún é chamada e cultuada com o nome Lògúnèdè. Nas cidades
que margeiam o
rio Otin, Òsún é chamada de Yeye-Òdè-Otin ou Odé-Dudu. Na cidade de
Ilobu é chamada e
cultuada com o nome Erinlé, ligada a terra extremamente úmida e fértil, onde
era considerada
uma mulher com força masculina que ajudava Orunmila a caçar Elefantes,
portanto Òsún era
cultuada pelas mulheres caçadoras, amazonas africanas.
Referente ao poder de encantamento de Osun, este é um atributo relacionado
ao poder de Àjè,
o qual fornece importante posição de reconhecimento no mesmo patamar que
Obàtálà, o pai
da criação. Òsún possui tanta Bondade, Amor fraternal e tanta ternura, que é
cultuada para
aplacar a dor, o pranto, o ódio, a vingança e o castigo. Por isso, Òsún é a
personificação do
amor maternal e senhora do poder genitor feminino, associada ao Sangue
menstrual,
simbolizado pelas penas vermelhas "Ekodidé" e pelo Búzio, o símbolo da
Vagina mítica. São
essas mesmas atribuições que lhe confere o poder de Ìyáàmi-Àjè, senhora do
Pássaro
Òsòròngá, um símbolo de poder feiticeiro, inerente à natureza feminina.
Muitos Odù-Ifá
possuem variedades de Itan que falam especificamente sobre Òsún,
destacando-se entre eles:
No Odu Ejiogbe – Onde Òsún livra a mulher bondosa das garras dos
inimigos.
No Odu Irosunká – Onde Òsún é nomeada como primeira Apetebí, ao casar-
se com
Òrúnmilá. Nesse mesmo Odu Òsún salva o mundo da destruição total.
No Odù Ikadi – Onde Òsún é envergonhada por seu próprio pai
(figurativamente). Um Odù
de destruição e imoralidades.
No Odu Oserosun – Onde Òsún protege e salva o Amor de união entre duas
pessoas.
No Odu Osetura – Onde Òsún obtém o reconhecimento de seus poderes
atribuídos a Àjè e, é
declarada chefe das Mães Ancestrais.
No Odu Ofunkanran – Onde Òsún salva a humanidade da extinção e da
morte.
Assim, Òsún é o doce da vida, a bondade de Deus materializada como
extrema benevolência.
Òsún ainda é considerada como a fêmea ideal, o protótipo da mulher perfeita,
em suas
próprias imperfeições. Mãe dos sacerdotes e senhora companheira, adversária
e maior amiga
que vence todos os seus inimigos com muita sabedoria. E mais, Òsún
representa
principalmente, em toda a sua complexidade, a maior e mais perfeita mulher
divina, a
completa obra na criação de Deus, a obra prima da natureza.
Òsún é tão singular que não pode ser comparada com qualquer outro Òrìsà.
Portanto, não
existem qualidades diferenciadas de Òsún, igualmente a qualquer outro Òrìsà.
Todo
verdadeiro conhecedor de Orisa sabe que o fato de dar qualidade aos Òrìsà é
a mais pura
vaidade e Égo que assola a maioria dos sacerdotes brasileiros. Ifá ensina que
Òrìsà possui
títulos, apenas na finalidade de serem reconhecidos por seus atributos, sejam
capacidades e
vulnerabilidades. Então, ao qualificá-lo ao ser plantado no Ori de pessoa se
torna uma
definição de pura vaidade, nada mais que isso. Tanto que Òsún é cultuada em
varias cidades
da Nigéria, as quais são banhadas pelo rio Osun, onde em cada cidade Osun
recebe o nome da
mesma Cidade que protege; as principais são: Osogbo, Opara, Iloba,
Makindé, Ijimu ou
Ijumu, Ibalu, Iloko, Édé, Ipetu, Pòpó, Ilesha e Iponda, nesta ultima o Rio
Òsún banha um
Bosque lamacento chamado Igboàlamò. Quanto na Nigéria os títulos de Osun
não são nada
mais que títulos, aqui no Brasil, esses títulos são equivocadamente encarados
como
qualificações que diferenciam a essência de Òsún. Isso ocorreu e ainda
ocorre, devido a pura
vaidade ou ignorância, de forma que conseqüentemente os filhos dos Orisa se
tornam viçados,
soberbos, fúteis e incapazes de acessar a plenitude de Òsún. Mas, todos
deviam saber que
Òsún é uma força única e sem possibilidade de subdividi-la. Pois na Nigeria a
forma que
Òsún é cultuada em uma cidade é cultuada igualmente em qualquer outra
cidade. Já
relacionado aos seus atributos sociais e divinos, Òsún ainda é reconhecida
originalmente com
nome Efan, depois Eninare, Oshumilaya, Osunleyo, Òsúndere, depois de ter
seu nome
abreviado para Òsún, recebeu outros nomes memoráveis como Iyebiru,
Iyemowo, Oloshere,
Olorere, Olomi-tutu, Aladê, Onibudo, Ologégé, Logunèdè (protetora da
cidade de Èdè),
Olore, Yeye, Mama, Odéotin, Alasorodo, Iyadotin, Erinlé, Olofidé,
Iyemoróró, Iyenalokun,
Iyabèbè etc.
O fato é que muito não sabem, que por trás do brilho do bronze polido, do
Ikodide, da água do
rio, do ovo com seu poder fértil peculiar a Òsún, do mel e do amor às
crianças, Òsún tem
muito mais fundamentos que muitos se quer imaginam. Mas, se as pessoas
preferem se limitar
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sob as meras nomenclaturas de Òsún, que me desculpem..., mas deviam
buscar saber toda a
verdade sobre Òsún. Portanto, os membros do Asé Adimula não vivem nesse
engano. Ifá é um
culto de conhecimento que gera o reconhecimento.
Orê yeye o! Orê yeye o! Orê yeye o! Orê yeye o!

OYÀ = Iyasan
Individualmente, um Homem ou Mulher pode sim se tornar Sacerdote ou
Sacerdotisa de Oya,
como de qualquer outra Iyagba, mas jamais cabe ao homem ser um Elegun
que incorpore com
Oya. Pois, Oya se materializa no próprio vento, como Brisa mansa ou
tempestade furiosa, se
multando à Ciclones até Furacões. Por isso, Oya é considerada a força
feminina que resiste
diante de qualquer perigo e até mesmo a morte. Assim sendo, não há nada
que pare Oya, da
mesma forma que não há nada que amedronte as suas filhas, nem mesmo
Sàngó o
companheiro nas tempestades. Portanto, Oya é a representante de muitas
mulheres africanas,
referente a maneira de lidar com comércio, barganha comercial e fortuna. Por
isso as filhas de
Oya são as donas da Feira, um local livre e com muito movimento de
pessoas, bem como
qualquer tipo de trabalho autônomo que lhe permitam liberdade de
locomoção, onde se sintam
livres para ir e vir, como em qualquer tipo de Venda onde lhe exija
capacidade de
negociações. Pois é essa força natural de Oya quando contida e bem alinhada
em suas
cultuadoras, lhe favorece com a capacidade de atrair os seus inúmeros
clientes e acumular
dinheiro, se tornando muito prospera em qualquer negócio comercial,
distribuidor e
empresarial, desde que possa ter liberdade e autonomia. Essas mulheres são
chamadas de
Oloja ou Iyaloja (mãe dos negócios rentáveis). Possuidoras dos atributos de
Oya, as suas
filhas, são reconhecidas por sua grande dignidade, inteligência,
independência, gana de
vencer, intrepidez, graciosidade, educação, leveza, facilidade de dicção e
convencimento,
adicionando muita sensualidade e intensa paixão em tudo que se empenha.
Em termos essenciais, Oya é protetora da tradição e repartições ancestrais,
chamadas de
Egungun. Como Òrìsà, Oya é a força que impulsiona ao renascimento e
mudanças
inesperadas. Por isso, mitologicamente se diz; sem Oya, o filho de Sàngó não
entra numa
batalha.
Os ventos pesados e furiosos como os tornados, furacões, os ventos nas
chuvas torrenciais e
ciclones são associados e chamados de Oya, pois ela se materializa no
próprio vento.
As mulheres que nascem sob a regência de Oya, são conhecidas pela
clarividência,
habilidades psíquicas, agilidade de pensar e agir rápido, intuição e a
habilidade de se
comunicarem e verem os mortos.

IYEMONJA
Iyemonja é a ―senhora da vidaǁ, mas a sua maior e primordial função é
―presidir a
morteǁ, a fim de provocar o renascimento. Portanto, a força de Iyemonja é
muito venerada e
bem aproveitada, principalmente pelas mulheres maduras e dominadoras,
àquelas que detêm a
profunda consciência de todas as suas responsabilidades na vida e no seu dia
a dia.
Devido a sua intrínseca relação com Iku e Baba-Egun, Iyemonja é
considerada um remédio de
supressão, finalização, eliminação e extermínio, significando que é mais
cabível ser cultuada a
fim de eliminar doenças, infertilidade, miséria etc.
Mitologicamente Iyemonja é filha de Obàtálá e Iyemowo, considerada com a
divindade da
superfície do mar, dona dos corais (Egun/osso) e aquela que possui a
responsabilidade de
finalizar as transformações cronológicas e os Ritos de Passagem em tudo que
diz respeito às
Mulheres em fase de maturidade. Portanto, explica o motivo que Iyemonja
está associada a
Iku (morte) e por conseqüência aos Antepassados (Egùngùn), os quais têm
origem no Mar (a
grande casa de Eégún, o útero dos antepassados, de onde todos nós
originamos. A água do
mar é considerada como a água ancestral e, comparada ao liquido amniótico
existente no
útero. Deste modo, o titulo Iyemonja é mais ligado a Egùgùn e a Iku. Por isso
é ela quem
preside a Morte em todos os aspectos e finalidades. Tanto que Iyemanja é a
força
(imolé/Òrìsà) que vai à frente para indicar a Ikú – morte - a pessoa quem ele
deve levar na
hora certa. Assim, Iyemonja é a grande instituidora do culto e sociedade
Gèlèdè. Mas suas
filhas são terminantemente proibidas de entrarem na casa de Egùngùn,
usarem mascaras, e
algumas até mesmo são proibidas de entrar na água do Mar.
Iyemonja, como Òrìsà feminino, sua maior relação é com Iku (Morte),
condição revelada
através de vários títulos e um deles é o próprio nome ―Iyemonjaǁ,
significando; "Mãe dos
filhos Peixes".
Iyemonja é a manifestação do Criador nos rios que desembocam ou finalizam
nas águas
salgadas, considerando que o Mar é a casa de Iku, sendo o local que
comprova a relação de
Iyemonja com Eégún. Em outros termos, Iyemonja é mãe da reencarnação e
descendência
ocorrente entre o Céu e a Terra. Se manifestando como um Orisa de
característica anfíbia,
recebendo culto no rio e na terra, o que vem expressar a sua capacidade de
restituição, bem
como nas correntezas dos rios e nos movimentos das ondas do mar, se
caracterizando em um
Orisa turbulento e muito oscilante, que se move da direita à esquerda. Esta é a
sua principal
referencia relacionada com Iku e Eègùn (primordial poder masculino).
Na África, Iyemonja era cultuada pelos egbá, nação Yorubá da região de Ifé e
Ibadan, onde se
encontra o rio Iyemonja, mas o povo transferiu-se para a região de Abeokutá,
levando consigo
os objetos sagrados da deusa, e foram depositados no Rio Oogun (rio
venenoso), o qual, digase de passagem, não tem nada a ver com o Òrìsà da
guerra Ogun. Apesar de no Brasil
Iyemonjá ser cultuada nas águas salgadas, mas hoje muitos já reconhecem
que a origem do
seu culto é no rio, que corre para o mar. Inclusive, todas as suas saudações,
Òrìkís e cantigas
remetem a essa origem, quando Iyemonja é homenageada principalmente
pela saudação OdóIyà! Significando ―Mãe do Rioǁ. Enquanto a saudação
Erù-Iyà, faz uma alusão às ―Ondas e
Espumas acumuladas através do agito das águas ou formadas no encontro das
águas do rio
com as águas do Mar, sendo esse o principal local para se prestar culto à
Iyemonjá.
Na cultura Yoruba, Iyemoja é representada por uma mulher muito bonita de
cabelos
compridos comparados ao rio caudaloso, com seios volumosos que
expressam a sua
capacidade de amparar os desfavorecidos. Em termos maternais, Iyemonja é
considerada
como uma grande protetora, contudo muito séria e rigorosa; virtuosa, sábia,
suave e
efemeramente feroz, às vezes de raiva indomável; mulher astuta, feirante,
excelente
comerciante que provê o sustento para a sua casa de forma muito
independente. Com essas
mesmas características são as suas filhas, chamadas também de Iyaloja.
Iyemonja é o símbolo das sociedades africanas, que eram governadas por
mulheres. Parecida
com Iyàníyà, perdeu o seu poder na sociedade quando era matriarca, que
posteriormente foi
dominada pelo poder masculino. Conta um Itan que Iyemonja acabou
perdendo a hegemonia
do Mundo, por causa dos seus repetidos êxtases de raiva, a partir de então
coube a ela
somente o domínio do rio e a parte superficial dos Oceanos, como seus
únicos locais de
domínio.
Em termos rituais, para conseguir controlar o poder descomunal e até
destrutivo de Iyemonja,
é necessário ter um profundo conhecimento sobre o culto de Bàbá-Eégún e
sobre as
manifestações de Iku. Só assim se torna possível atrair o lado mais favorável
de Iyemonja.
Contudo as suas filhas apreciam o conforto, beleza, as coisas luxuosas,
suntuosas, desfrutar de
boa companhia, música e dança.

YÈBÀ
Iyéba é outro nome comum dado ao Espírito de uma MULHER falecida,
principalmente àqueles espíritos andantes pela Noite. O termo Iyéba se refere
propriamente ao
espírito daquelas mulheres que em vida eram cultas, influentes, prostitutas,
do lar, grandes
mães, guerreiras etc. Ou seja, todas as mulheres que em vida eram atuantes
em um meio
social, urbano, rural ou bosques (índias). Mas, devido a diáspora africana,
aqui no Brasil todos
esses espíritos ainda são denominados erradamente como ―Pombagiraǁ ou
"Cabocla", onde
fazem um tipo de correlação imaginaria só da Pombagira com o lado
feminino do Òrìsà Eshù.
AJOGUN
FORÇAS DESTRUTIVAS INIMIGAS DOS
SERES HUMANOS
Literalmente: Ajogun significa "forças que guerreiam contra a humanidade",
mas não
confundir com os guerreiros Éboras (Ibora). Os Ajogun’s possuem o poder de
perturbar,
obstruir, dificultar, destruir, fechar os caminhos dos homens, é um exército de
oponentes a
disposição de Èsù, que os usam a fim de ajuste equilíbrio sobre a terra.
Geralmente são muito
confiantes, arrogantes e perversos longe de serem cultuados, homenageados
ou evocados,
pois eles existem para segurar e trazer até mesmo o fracasso. São eles; Àrajè
(provocadores
de Perversidades e Feitiços), Ikú (provocador da Morte), Àrùn (provocador
de Doença), Òfò
(provocador de Perdas, Prejuízos, desaparecimentos), Égbà (provocador de
Paralisia,
Opressão, Pânico, Medo). Eles emitem aflições e dificuldades como; Òran
(Injustiça), Epe
(maldição = pragas), Ewon (escravidão- sujeição), Éjó (confusões), Omìmì
(terremoto) e
outras catástrofes. Ajogún não são Òrìsà ou Irunmale, tão pouco Imólé, mas
pertencem ao
Igbamálé (o Mundo), são considerados como os 200 "Imolé da esquerda".
Abaixo
encontraremos outros tipos de Ajoguns muito comum na vida dos seres
humanos. Vejamos...
Emerê = Erê são espíritos que provocam a morte das crianças são entidades
malignas. Estes
espíritos perversos vivem no bosque e são detidos só por Èşù-Ẹlẹgbára. Eles
se reúnem
durante a noite na Arvore de Ìrókò, por esta razão se oferece ao pé da Árvore
sacrifícios de
Animais específicos e Oferendas, a fim de apaziguar e deter esses Espíritos
maléficos. Essas
Forças são aquelas que causam muitas desgraças fazendo os seres humanos
sofrerem, com:
Morte de Crianças recém-nascidas ou de crianças que já nascem mortas
(àbíkú), nesse intento
eles provocam vários tipos de perturbações com pesadelos terríveis,
problemas com a
menstruação, pesadelos em que as mulheres são obrigadas a ter relações
sexuais com estes
seres sobrenaturais, Perda da riqueza, Dificuldades, Doenças. De acordo com
a tradição,
algumas pessoas possuem características em comum com estes espíritos,
muitas nem sabem,
outros até se manifestam com essas forças e desconhecem o que eles são na
verdade.
Elénìní se traduz como o espírito que se opõe ao espírito da consciência, Ori,
como
"resistência" ou "dificuldade". Em termos sobrenaturais, são considerados
como demônios
gerados no Eu interior de qualquer pessoa, a fim de impedir que o ser
humano alcance a sua
auto-realização, boa-sorte, sucesso ou cumprimento do dever apara com a sua
própria vida.
Estes "demônios psíquicos" são encarados como os maus hábitos
autodestrutivos
desenvolvidos através da sintonia negativa de Àjè ou Òshô, exteriorizados
através dos hábitos
obsessivos, neuroses, inseguranças, medos, desejos de vingança ou também
fúria e ódio,
necessitando de tratamentos espiritualistas para restabelecer o realinhamento
entre a
consciência e a essência da própria pessoa, a fim de ajudar a pessoa
desenvolver o seu amorpróprio ou autoconfiança, por exemplo. Estes muitos
"espíritos" tende a atacar o ser humano
deixando-o em uma condição desesperadora em seu égo, obstruindo o bom
senso, a sensatez,
a capacidade de boa percepção, coesão, ponderação, prejudicando até o
crescimento espiritual
e racional da pessoa, deteriorando toda sua possibilidade de viver em
harmonia social, com os
bons costumes, éticas e todas as coisas agradáveis.
Os chamados Èléèninì são aquelas pessoas destrutivas, fofoqueiras, curiosas,
invejosas,
interesseiras, maledicentes, complexadas inferiormente, impertinentes,
desagradáveis, maleducadas, inoportunas, gananciosas, avarentas,
mesquinhas, maliciosas, de caráter dúbio,
imprudentes etc.
Arayé - literalmente - são forças "elementares exorbitantes Õrìundos da
terraǁ, e não
criaturas humanas. São forças maliciosas e poderosas, o que significa que
eles possuem
determinação de prejudicar outras pessoas em seu ambiente. Por estas forças
sinistras
residirem no subsolo, são aplacadas e detidas através de Òbàlúwàiyé, Esù e
Ìyáàmi.
Alusi, Ebita, Olósi (Alósi) (Elési). Entre os Cubanos, os Mahin e Congos, são
nomes
atribuidos à uma Força Espiritual correspondente à idéia Cristã referente ao
DIABO. Isso se
deu sob influencias do catolicismo, considerando que Alusi é a representação
de um forte "Ser
espiritual "caídoǁ. Quando na verdade, entre os Yorubanos, Alusi foi ignorado
por se tratar de
representar o lado mais obscuro/tenebroso/sombrio de Olódùmarè (Deus),
como relata o Odu
Odirosun. Ifá ensina que aquilo que não conhecemos não podemos qualificá-
lo, citá-lo, nem
mesmo cultuá-lo. Porém, entre os Cubanos, Mahin e Congos, Alusi, é uma
entidade
―diabólicaǁ, que na verdade não existe, se não nas cabeças das pessoas
influenciadas pelo
catolicismo e cristianismo. Já para outros Alusi é uma entidade que está
perdida entre muitas
de culto completamente esquecido.
NOTA: Se por acaso Deus tivesse um equivalente contraposto e tão
tenebroso chamado Diabo, certamente ele já
estaria derrotado por seu tal inimigo impiedoso, principalmente se Deus for
encarado singularmente como um
ser superior bondoso pacificador etc. Na idéia dos seres humanos, em termos
estimáveis, um ser bondoso e
pacificador é considerado um ser fraco e facilmente derrotado por outro ser
mais forte e impiedoso. Então,
devemos considerar que o Grande Criador jamais criaria um ser à sua altura
como opositor. O que seria burrice!
Ele não seria Deus! Sensatamente, Òlòrún faria tal coisa e com que prazer?
A DUALIDADE DE ÀJÈ
No profundo conceito filosófico e espiritualista, Àjè seguramente não
pertence à categoria do
"mal" embora seja força acentuada freqüentemente desastrosa (caótica) e
inerente a própria
natureza, bem como em todas as mulheres. Enquanto, normalmente, a palavra
Àjè é traduzida
como "Bruxaǁ, ela aponta o verdadeiro sentido da natureza, a circunstância
que as mulheres
em base de habilidade concebem seus filhos, ou basicamente associada a
menstruação, magia,
feitiçaria, bruxaria e potencialmente as forças perigosas que são projetadas na
mente dos seres
humanos. Ao mesmo tempo, Àjè possui longa uma tradição na história
Yoruba, a qual ganha
uma discussão mais extensa e mais variada indubitavelmente associadas ao
comportamento
trágico da natureza humana e sobrenatural.
As forças Àjè são por natureza muito agressiva, irritada e assassina, um mal
necessário
existente na natureza, a fim de estabelecer o equilíbrio em todas as áreas e
sentidos. Elas
gostam de convir na forma animal selvagem, especialmente os pássaros, com
isto, tem o
próprio hábito de atacar no peito ou nos olhos de suas vítimas à noite, ainda
comer os
intestinos deles e escoar a vitalidade ou a fertilidade, fazendo a pessoa estéril
ou impotente.
O culto à Ìyáàmi é uma forma de homenagear e aplacar a "força das
mulheres", tão sagrada no culto
Ogboni, Ifá, Osoronga, Gèlèdè e Orisa.
Ere representativo de Iyalalé na África
Ògbòni, a primeira divindade da Terra
Os primeiros povos Yorubanos que vieram escravizados para o Brasil, eles
trouxeram
seus costumes Yorubá, mas devido a diáspora os seus descendentes
planearam outras
tradições que se formou em Candomblé no Brasil. Mesmo antes os primeiros
Yorubas
escravizados se esforçavam para manter as suas tradições de culto a Terra, a
Terra-Mãe, a
qual recebeu muitas denominações em diferentes aldeias e cidades que
formavam o complexo
cultural Yorubá e entorno dos seus principais cultos tradicionais, entre os
eles, os Jeje, Mahin,
Dahomeanos, os Tapas, Nupes e os Ibos. Especialmente entre os Yorubanos,
a mais antiga
divindade da terra é chamada de Òdu, Edan, Ogboni, Iyalale, Iyanlé, Onilè, a
grande mãe
senhora do universo e dona da Terra. Ainda muito lembrada com outros
nomes respectivos a
Terra: Alaiyê, Ililé, Iyalé, também Ije, Ilélé, Odaye, Aná, Ogere, e mesmo
Iyábuku e
Iyaléburuku. Entre os jejes do Maranhão e da Bahia é chamada Aisã.
E creio que grande parte dos cultuadores do Culto de Òrìsà tradicional
Yoruba, nunca
ouviu falar ou já teve apenas vagas referências sobre Onilé, mas em certas
Casas de nação
Ketu, que preservam ou reconstituem tradições que em grande parte se
perderam na diáspora
Yorubana, pratica-se um culto discreto, mas significativo à Terra-Mãe, para a
qual se canta, ou
no início do Shirê ou no final da chamada roda de Sàngó, a cantiga que diz
"Mojubá, Òrìsà/
ibá, Òrìsà/ ibá Onilé", que pode ser traduzido como "Eu saúdo o Òrìsà/ Saúdo
Onilé, salve a
Senhora da Terra".
No culto e sociedade de Egungun, a mãe da terra é chamada de Onilé,
homenageada
como a divindade feminina fundamental e relacionada aos aspectos essenciais
da natureza
morta, ancestralidade.
No culto e sociedade tradicional de Orisa, a mãe terra é chamada e tratada
exclusivamente com o nome Iyalalé, na finalidade estrutural em qualquer
ritual, iniciação etc.
No culto de Obatala, exclusivamente, a mãe terra é chamada de Oduwá,
expressando a
interação entre o macho e fêmea. Mas Obatala originalmente exercia o papel
patrono sobre
tudo que se relaciona à apropriação da natureza através do homem, o que
inclui a agricultura,
a caça e a pesca e a própria fecundidade ao dominar o poder da mulher. Com
as
transformações da sociedade Yorubá numa sociedade patriarcal, que implicou
a constituição de linhagens e clãs familiares fundados e chefiados por
antepassados masculinos, as mulheres
perderam o antigo poder que tiveram numa primeira etapa.
No culto dos Orisa ÒDÈ, a mãe terra é cultuada com o nome Erinlé, sempre
associada
a terra extremamente úmida e fértil.
No culto e sociedade de Ifá, a mãe terra é chamada e tratada de forma muito
peculiar e
secretamente com o nome Òdu, considerada como a mãe de todos os Odù-Ifá,
vivendo oculta
e na profunda escuridão do Igbodu, onde nenhuma mulher ousa entrar. No
culto à Ifá, Òdu é
quem possibilita e legitima o homem a atingir o patamar de auto e profundo
conhecimento.
Em outros termos, Òdu e Orunmila, expressa idéia de interação dos opostos,
como um culto
único à interatividade de Deus.
No culto da sociedade Ògbòni, a mãe terra é chama de Edan, também
cultuada por
Oluwo sob uma densa cortina de mistérios e segredos, considerada aquela
que assegura a
ética, justiça, verdade e a ordem, representado pelo casal de estatueta que
representa a união
dos opostos, o culto ao uno, o culto à Deus.
Iyalalé teve o seu culto preservado na África, mas perdendo muitas das suas
antigas
atribuições. Hoje ela representa nossa ligação Elemental com o planeta em
que vivemos nossa
origem primordial. É a base de sustentação da vida, é o nosso mundo
material. Embora sua
importância seja crucial do ponto de vista da concepção religiosa de universo,
os devotos
pouco recorrem à ela, pois seu culto não trata de aspectos particulares do
mundo e da vida
cotidiana, preferindo cada um dirigir-se aos Òrìsàs que cuidam desses
aspectos específicos.
No Brasil, como aconteceu com outros Òrìsàs, então seu culto quase
desapareceu. Certamente
um fator que contribuiu para o esquecimento de Onilé no Brasil é o fato de
ser um Imolé e
não um Òrìsà, de forma que não se manifesta através do transe ritual, não
incorpora, não
dança. Outros Òrìsàs importantes na África e que também não se manifestam
no corpo de
iniciados foram igualmente menos considerado neste País que, por influência
do kardecismo,
atribui um valor muito especial ao transe. Foi o que aconteceu com Òrúnmilá,
Orosun, Dada,
Òrìsà-Okô, Oloroke, Egùgùn, Gèlèdè, além de Iyámi-Òsòròngá. É
interessante lembrar que o
culto de Osanyin sofreu no Brasil grande mudança, passando mais tarde a
Òrìsà somente das
folhas a se manifestar no transe, o que o livrou certamente seu culto do
esquecimento. O culto
de Iroko também se preservou entre nós, ainda que raramente, quando
ganhou filhos e se
manifestou em transe, sorte que já não teve Apaoká.
Na Nigéria mantém-se viva a idéia de que Onilé é a base de toda a vida, tanto
que,
quando se faz um juramento, jura-se por Onilé. Nessas ocasiões, é ainda
costume pôr na boca
alguns grãos de terra, às vezes misturada no mel que se come a fim de selar o
juramento, para
lembrar que tudo começa em Onilé, a Terra-Mãe, tanto na vida como na
morte.
Um mito que já tive o prazer de contar em outras ocasiões ensina qual é a
atribuição
principal de Onilé, como ela está associada ao chão que pisamos e sobre o
qual vivemos nós e
todos os seres vivos que formam o nosso habitat, nosso mundo material.
Assim conta o mito:
Iyalé era a filha mais recatada e discreta de Olodumare.
Vivia trancada em casa do pai e quase ninguém a via.
Quase nem se sabia de sua existência.
Quando os Òrìsàs seus irmãos se reuniam no palácio do grande pai
para as grandes audiências em que Olodumare comunicava suas decisões,
Onilé fazia um buraco no chão e se escondia,
pois sabia que as reuniões sempre terminavam em festa,
com muita música e dança ao ritmo dos atabaques.
Onilé não se sentia bem no meio dos outros.
Um dia o grande deus mandou os seus arautos avisarem:
haveria uma grande reunião no palácio
e os Òrìsàs deviam comparecer ricamente vestidos,
pois ele iria distribuir entre os filhos as riquezas do mundo
e depois haveria muita comida, música e dança.
Por todo os lugares os mensageiros gritaram esta ordem
e todos se prepararam com esmero para o grande acontecimento.
Quando chegou por fim o grande dia,
cada Òrìsà dirigiu-se ao palácio na maior ostentação,
cada um mais belamente vestido que o outro,
pois este era o desejo de Olodumare.
Iyemonjá chegou vestida com a espuma do mar,
os braços ornados de pulseiras de algas marinhas,
a cabeça cingida por um diadema de corais e pérolas,
o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérola.
Ògún escolheu uma túnica de ramos novos e macios da palmeira,
enfeitado de peles dos mais exóticos animais e dois Facões.
Osanyin vestiu-se com um manto de folhas perfumadas.
Òsún escolheu cobrir-se de Bronze,
trazendo nos cabelos as águas verdes dos rios.
A roupa de Osumare era branca e brilhante mostrava todas as cores,
trazendo nas mãos os pingos frescos da chuva.
Iansã escolheu para vestir-se um sibilante vento
e adornou os cabelos com raios que colheu da tempestade.
Sàngó não fez por menos e cobriu-se de Luz com o trovão.
Osalá trazia o corpo envolto em fibras alvíssimas de algodão
e a testa ostentando uma nobre pena vermelha de papagaio.
E assim por diante.
Não houve quem não usasse toda a criatividade
para apresentar-se ao grande pai com a roupa mais bonita.
Nunca se vira antes tanta ostentação, tanta beleza, tanto luxo.
Cada Òrìsà que chegava ao palácio de Olodumare
provocava um clamor de admiração,
que se ouvia por todas as terras existentes.
Os Òrìsàs encantaram o mundo com suas vestes.
Menos Onilé.
Iyalé não se preocupou em vestir-se bem.
Iyalé não se interessou por nada.
Iyalé não se mostrou para ninguém.
Iyalé recolheu-se a uma funda cova que cavou no chão.
Quando todos os Òrìsàs haviam chegado,
Olodumare mandou que fossem acomodados confortavelmente,
sentados em esteiras dispostas ao redor do trono.
Ele disse então à assembléia que todos eram bem-vindos.
Que todos os filhos haviam cumprido seu desejo
e que estavam tão bonitos que ele não saberia
escolher entre eles qual seria o mais vistoso e belo.
Tinha todas as riquezas do mundo para dar a eles,
mas nem sabia como começar a distribuição.
Então disse Olodumare que os próprios filhos,
ao escolherem o que achavam o melhor da natureza,
para com aquela riqueza se apresentar perante o pai,
eles mesmos já tinham feito a divisão do mundo.
Então Iemanjá ficava com o mar,
Òsún com o Bronze e os rios.
A Ògún deu as matas e todos os seus bichos, o ferro e tudo o que se faz com
ele,
inclusive a guerra, reservando as folhas para Osanyin.
Deu a Oya o vento, a Sàngó o relâmpago e a Ooba o som do trovão.
Fez Oosaala o dono de tudo que é branco e puro,
de tudo que é o princípio, deu-lhe a criação.
Destinou a Osumare o arco-íris e a chuva.
E assim por diante.
Deu a cada Òrìsà um pedaço do mundo,
uma parte da natureza, um governo particular.
Dividiu de acordo com o gosto de cada um.
E disse que a partir de então cada um seria o dono
e governador daquela parte da natureza.
Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade
relacionada com uma daquelas partes da natureza,
deveria pagar uma prenda ao Òrìsà que a possuísse.
Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa
que fosse da predileção do Òrìsà.
Os Òrìsàs, que tudo ouviram em silêncio,
começaram a gritar e a dançar de alegria,
fazendo um grande alarido na corte.
Olodumare pediu silêncio,
ainda não havia terminado.
Disse que faltava ainda a mais importante das atribuições.
Que era preciso dar a um dos filhos o governo da Terra,
o mundo no qual os humanos viviam
e onde produziam as comidas, bebidas e tudo o mais
que deveriam ofertar aos Òrìsàs.
Disse que dava a Terra a quem se vestia da própria Terra.
Quem seria? perguntavam-se todos?
"Iyalé", respondeu Olodumare.
"Iyalé?" todos se espantaram.
Como, se ela nem sequer viera à grande reunião?
Nenhum dos presentes a vira até então.
Nenhum sequer notara sua ausência.
"Pois Iyalé está entre nós", disse Olodumare
e mandou que todos olhassem no fundo da cova,
onde se abrigava, vestida de terra, a discreta e recatada filha.
Ali estava Iyalé, em sua roupa de terra.
Onilé, a que também foi chamada de Ilê, a casa, o planeta.
Olodumare disse que cada um que habitava a Terra
pagasse tributo a Iyalé,
pois ela era a mãe de todos, o abrigo, a casa.
A humanidade não sobreviveria sem Iyalé.
Afinal, onde ficava cada uma das riquezas
que Olodumare partilhara com filhos Òrìsàs?
"Tudo está na Terra", disse Olodumare.
"O mar e os rios, o ferro e o ouro,
Os animais e as plantas, tudo", continuou.
"Até mesmo o ar e o vento, a chuva e o arco-íris,
tudo existe porque a Terra existe,
assim como as coisas criadas para controlar os homens
e os outros seres vivos que habitam o planeta,
como a vida, a saúde, a doença e mesmo a morte".
Pois então, que cada um pagasse tributo a Iyalé,
foi a sentença final de Olodumare.
Iyalé, Òrìsà da Terra, receberia mais presentes que os outros,
pois deveria ter oferendas dos vivos e dos mortos,
pois na Terra também repousam os corpos dos que já não vivem.
Iyalé, também chamada Aiyê, a Terra, deveria ser propiciada sempre,
para que o mundo dos humanos nunca fosse destruído.
Todos os presentes aplaudiram as palavras de Olodumare.
Todos os Òrìsàs aclamaram Iyalé.
Todos os humanos propiciaram a mãe Terra.
E então Olodumare retirou-se do mundo para sempre
e deixou o governo de tudo por conta dos Òrìsàs1
.
NOTA: Assim este mito acima com muita beleza, assinala o papel do Imolé
Iyalé no panteão dos Irunmole.
Como é estrutural nos mitos, o tempo da narrativa não é histórico, dando a
impressão que os cultos dos
diferentes Imolè (òrìsà) foram instituídos a um só tempo, num só ato do
supremo deus. A narrativa enfatiza,
contudo, a concepção básica da religião dos Òrìsà, isto é, que cada Òrìsà é
um aspecto característico da natureza,
uma dimensão particular do mundo em que vivemos. Eles são o próprio
mundo, com suas forças, elementos,
energias e propriedades, mundo que tem por base Iyalé, a Terra, o planeta
que habitamos, o nosso lar no
universo.
No culto Yorubano, Iyalé ocupa o lugar central em qualquer Sociedade,
principalmente na sociedade secreta Ogboni. Na qual a terra é representada
por um casal de
escultura manufaturada em bronze, com os olhos em semicírculos, no sentido
que tudo
observa em silêncio, as mãos fechadas e alinhadas na altura do umbigo, uma
sobre a outra,
expressando um gesto que simboliza a noção Ancestral. Conforme os
símbolos Ogboni, a
sociedade que, até o século XIX, cuidava da justiça, julgava criminosos e
feiticeiros
malignos e tenha o dever de executar os condenados à morte.
Portanto, em qualquer culto, louvar Iyalé é celebrar as origens é homenagear
Deus
em um nível mais sagrado e puro. Por isso, que quando os antepassados
Egùgùns aparecem
diante dos seres vivos, todos saúdam Iyalé pelo nome Onilé, lembrando que
ela é anterior a
tudo que é mais divino, mesmo às linhagens mais antigas da humanidade. Por
isso que no
culto de Egungun, Onilé é assentada num considerável Montículo de terra
avermelhada,
uma representação do coração da Terra.
Na África, os sacrifícios à Iyalalé incluem bastantes Igbin, Eiyele, Adiyé,
Eku, Eja,
Ijapa, Ewure, Agutan etc. No Brasil a legislação pune como crime
inafiançável o sacrifício de
animais ameaçados de extinção e assim a tartaruga é substituída pela cabra.
Aliás, matar um
animal em extinção seria uma ofensa imperdoável a Iyalé, que é a própria
natureza, a Grande
mãe da ecologia. Além desses animais, dá-se para Iyalé tudo o que a terra
produz e que o
homem transforma: Obis, orobôs e todas as demais frutas, inhame e outros
tubérculos, feijões,
milho, favas, mel, Azeite de palma, sal, Aguardente e tudo mais que vem da
terra pela mão do
homem.
Cultuada discretamente em terreiros antigos da Bahia e em candomblés
africanizados,
a Mãe Terra tem despertado recentemente curiosidade e interesse entre os
seguidores dos
Òrìsàs, sobretudo entre aqueles que compõem os seguimentos mais
intelectualizados da
religião.
Iyalé, isto é, a Terra, tem muitos inimigos que a exploram e podem destruí-la.
Para
muitos seguidores da religião dos Òrìsàs, interessados em recuperar a relação
Òrìsà-natureza,
o culto de Onilé representaria, assim, a preocupação com a preservação da
própria
humanidade e de tudo que há em seu mundo. Pois é Iyalé quem guarda o
planeta e tudo que
há sobre ele, protegendo o mundo em que vivemos e possibilitando a própria
vida de tudo que
vive sobre a Terra, as plantas, os ciclos e a humanidade.
DEFINIÇÃO DA UTILIDADE DO SANGUE EM RITUAIS.
O Culto Yoruba tradicional de Òrìsà é composto de vários elementos, e
apesar das
pessoas acharem que o sangue é o principal deles, o que na verdade não é –
Pois é a água que
é o principal e mais importante elemento dentro de qualquer Culto. ―Criticar
acadêmico
quando se é ignorante (no sentido de ignorar) é uma coisa esquisita e até
antiética,
compreendo, porém, em certas situações não podemos deixar de fazê-lo,
principalmente,
quando uma informação falsa é absorvida de modo espetacular pelo povo.
Se a água é sangue, porque não se faz Osaalá somente com água e cachaça
(sêmen)? Já que
dizem que ele não aceita o sangue vermelho; mas os espertos, dizem que a
cabra de Osaalá é
branca, o que encerra o significado da questão genética. Para encerrarmos
esse assunto, sobre
o sangue, devemos entender que as qualidades do sangue, são inerentes à
qualidade do animal
que oferecemos, tomando-se o cuidado de oferecer apenas animais perfeitos,
isso basta, o
resto são apenas conceitos.
Não devemos deixar de frisar que não sendo o culto fundamentalista e sim
tradicionalista,
para tudo há sempre outras opções, pois o maior erro cometido no culto de
Òrìsà, é o
surgimento de pessoas que de fora apenas observam e põem no papel aquilo
que acham,
acrescentando a isso sua visão pessoal e todos consideram tais tolos.
Mas, a questão aqui é o sangue: preto, vermelho e branco.
Em qualquer culto, se o galo, o pombo ou o bode é preto, a natureza do seu
sangue é tido
como preto para fins de ritual, ou seja: Se o animal é vermelho, a natureza do
sangue é
vermelha, se o animal é branco, a natureza do sangue é branca, se o animal é
carijó, a natureza
do sangue é preta e branca. Esta é a visão tradicional verdadeira de Ifá.
Ifá diz: ―as características do ser estão no seu sangueǁ. Sendo uma questão
genética. Pois se a
cabra é vermelha e branca, o sangue é vermelho e branco. Acrescentar
filosofia a isso, não
acrescenta nada ao culto, só confunde.
EWE-IFÀ

odo sacerdote experte sabe que todo o conhecimento sobre folhas


T pertence à Ifá, e Osonyin é
nada mais que o Àsé (poder) das mesmas, manipulado pelo Babalawo
através da sua profunda
ciência obtida por Ifá. Das folhas só podemos extrair o sumo ou clorofila.
Pois são tão
poderosas que algumas acalmam, outras excitam, há outras que enlouquecem,
que curam ou
matam - mas são apenas folhas e não têm sangue! Seu sumo só representa o
sangue negro,
mas não é sangue.
- As árvores altas simbolizam os espiritos governantes do Orun, as plantas
baixas, simbolizam
os espíritos do Aiye e comuns.
- As raízes simbolizam a base da linhagem, procedência, firmeza,
estabilidade, segurança,
humildade, apoio ancestral.
- A copa simboliza o trono, a realeza, a soberania de Deus.
- Os frutos simbolizam todas as manifestações das atividades da vida e a
ancestralidade
produtiva.
- Os ramos simbolizam os filhos e descentes.
- As folhas simbolizam a força individual, o ânimo, a potência.
- Os espinhos simbolizam a defesa da beleza ou vilnerabilidade, capacidade
de segurar e
evitar perdas, capacidade puxar pra sim, capacidade de manter algo seguro
em seu poder, a
capacidade de boa ou má influência.
*Em especial, a Pameira, Òpè-Ifá, é a original árvore da vida, um símbolo da
vida sagrada, a
realeza, a gratidão, vitória, a graça alcançada, a prosperidade, a riqueza.
Na medicina do Culto as folhas, são usadas não somente como remédios, mas
também,
transformadas em Pós (àgúnmu), que são verdadeiros antivírus, em àgbotutu
(maceração
vegetal fresco), usado em banhos rituais, para consagrar objetos do Culto, e
delas, nada se
perde, pois os ―bagaçosǁ podem ser usados em infinitas finalidades.
Os insenços simbolizam o alcanse através da oração.
ESO
(frutos)
— Quando o assunto é sacrifício de frutos, o fruto mais importe é o Obì. Isso
porque o
conceito é de semeadura, o que significa que frutas que não dão sementes não
servem para
sacrifícios. Nesse sentido Obì já aparece como semente, por ser ―Eleǁ um
fruto que brota de si
mesmo — ou seja, é completo.
IRIN – METAIS
Os metais como o bronze/cobre, ferro, chumbo, ouro ou prata (preto,
vermelho e branco), são
vistos pelo povo da tradição como ―excrementosǁ da Mãe Terra — também
não têm sangue!
O bronze simboliza a riqueza espiritual, eternidade, durabilidade, vida longa,
continuidade,
frescor, nitidez, brilhantismo, conservação, ternura, estima, apreciação e
melhoria.
O ferro simboliza a serenidade, impassibilidade, trasformação e purificação
pela força.
A prata simboliza a transparência, limpidez do caráter, pureza.
O ouro simboliza o valor essencial, dedicação, preciosidade.
O chumbo simboliza a flexibilidade espirtual, a maciez, suavidade.
OTI-ÓLÒJÉ OU OTIN-ÈBÒ
O gin nada mais é que combustível que dá energia para que haja a propulsão,
o Asé de alcance
numa finalidade proposta, o comando necessário para aquilo que estamos
empreendendo em
qualquer ritual. Para se entender melhor a questão do uso do Gim no ritual, é
preciso entrar no
campo da física, pois através do borrifar ou espargir a bebida sobre um
Ojubó, altar, Èbó ou
sobre uma cabeça, se cria imediatamente um campo energético (eletrons e
prótons), onde a
nossa palavra é acoplada, de forma poderosa, para viajar dentro de um
universo infinito, cujo
som jamais se dissolverá, então, nem a respiração se perde, pois a respiração
do sacerdote
passa a ser a respiração do próprio universo, agora contida no micro-cosmo.
Oti-Ólójé ou Otin-Èbò é o nome dado ao Gin ou a Genebra. O gin é uma
bebida destilada à
base de bagas do zimbro (fruto). É considerada uma bebida muito forte,
símbolo masculino
relacionado ao elelmento Fogo, com teor alcoólico superior ao uísque e
qualquer outra bebida.
Depois de destilado, o Gin sai do alambique com um teor alcoólico muito
elevado, inapto ao
consumo. Para reduzir o seu teor alcoólico é adicionada água destilada. A
aromatização é feita
com bagas de zimbro, cujo óleo transmite à bebida o sabor que a caracteriza.
Seu teor
alcoólico varia entre os 43° e 47°.
Por ser de fácil fabricação, o Gin, foi produzido durante muitos anos de
forma ilegal.
Houve uma época, por ser uma bebida de fabricação barata foi considerada
uma bebida para
os pobres e ao mesmo tempo como um produto medicinal. Era receitada nas
farmácias às
mulheres como relaxante para os nervos, potente diurético, diminuição de
níveis de glicose,
depurativo do sangue etc. Por este motivo o Gin teve também diversos sub-
nomes: "A Delícia
das Senhoras" ou "A Ruína das Mães".
O Gin era utilizado apenas como um produto medicinal barato e de ótima
qualidade diurética,
devido à utilização do Juniper Berry (zimbro). Da combinação do espírito
obtido com adição
do zimbro, depressa foi considerado como um poderoso tónico para o
coração e purificante do
sangue, utilizado para conservar a boa saúde.
As originais propriedades Medicinais são: antifúngico, antiinflamatório, anti-
reumático,
antiescorbutico, anti-séptico, antivirótico, carminativo, tônico cardíaco,
tônico digestivo,
diurético, emenagogo, hipoglicêmico, imunoestimulante.
*O Gin tem o poder de estimular o fluxo de urina, aumentando a taxa de
filtração no
glomérulo renal, eliminando dos resíduos metabólicos. Possuindo o poder de
eliminar os
resíduos de piche e nicotina dos pulmões de fumantes.
* O Gin pode ser usado com ervas como banho ou friccionado em músculos
doloridos,
reumatismo e celulite. Também é usado na medicina alternativa como
adistringente contra a
acne, eczema, psoríase e para esfregar no tórax para congestão. Usado como
cargarejo para
dor de garganta. Enxaguante de cabelo para eliminar caspa e alopecia. Como
ducha vaginal
elimina a leucorréia.
* Ao ser borrifado em ambientes ou em templos, tem a finalidade de
purificação astral. Ao ser
inalado serve para eliminar infecções pulmonares. O óleo essencial repele os
insetos.
*O gin é composto essencialmente de canfeno, cineol, mirceno, pineno,
terpineno,
sesquiterpenos (cadineno, elemeno), flavonóides, glicosídeos, taninos,
podofilotoxina e
vitamina C. Porém, o Gin deve ser evitado durante a gravidez, por sua ação
anti-
concepicional. Por isso, não deve ser utilizado em casos de hemorragia
menstrual ou infecção
de rim aguda.
*O gin já foi muito utilizado para desinfetar instrumentos de cirurgiões
durante a Pestilência
Bubônica, algumas pessoas ainda usam como bochecho para produzir uma
aura anti-séptica e
prevenir a infecção bucal.
*O fruto do Zimbro ao ser queimado como defumador tem um forte poder de
purificação
astral, afastando os maus espíritos e bactérias.
OYIN
Produto do néctar colhido das flores pelas abelhas. O mel nada tem a ver com
o sangue, pois é
o símbolo da discrição, dentro do culto não é utilizado só para adoçar e sim
guardar segredos,
isso ocorre porque a doçura do mel faz com que qualquer um que o coloque
na boca não
salive com piedade, não recuse, nem diga o que é amargo; simplesmente diz
o que é gostoso,
assim, não tem o sentido de doçura e sim de adoçar, aperfeiçoar comunidades
ou grupos
sociais, de acordo com a organização social das abelhas, união, aqui também
entra a questão
da transmissão genética e de transmissão ancestral.
Através dos tempos, o mel sempre foi considerado um produto especial,
utilizado pelo homem
desde os tempos mais remotos. Evidências de seu uso pelo ser humano
aparecem desde a Préhistória, com inúmeras referências em pinturas rupestres
em manuscritos e pinturas da Africa,
antigo Egito, Grécia e Roma.
A utilização do mel na nutrição humana não deveria limitar-se apenas a sua
característica
adoçante, como excelente substituto do açúcar, mas principalmente por ser
um alimento de
alta qualidade, rico em energia e inúmeras outras substâncias benéficas ao
equilíbrio dos
processos biológicos de nosso corpo.
EPO
O epo-pupa, azeite de palma, é o mais mal entendido entre todos os
elementos de Asé, pois
utilizado pela maioria das pessoas como um elemento que excita (queima),
quando na verdade
o Epo é um elemento intensamente apaziguador, porque a sua característica é
Éró, calmante.
Tomemos como exemplo o fogo, pois se colocarmos umas gotinhas de dendê
no fogo a sua
tendência é aumentar, mas se for derramado muita quantidade, o fogo se
apaga, ou seja, o Epo
apazigua. Logo, se o seu desejo é manter Esù apaziguado ou aplacar as
Ìyáàmi o conceito é
este, ofereça bastante Epo e constantemente, de forma qiue a vida seguirá
com completa
harmonia.
AGOGO OU AJARIN
(sino de ferro)
Na música a maior expressão se encontra no som do Agogo (sino de ferro) e
não nos
atabaques (Ilu), cujo meio tom da marcação do ritmo, promove a
manifestação da Divindade
acoplada no homem. Logo não cabe, nesse sentido, dar ao Culto alcunha
pejorativa de
animismo, pois animação vem de ânimo (alma), acendimento, entusiasmo,
coragem ou força;
e não significa de modo algum, dar vida a objetos inanimados através de
rituais.
Este cântico abaixo ressalta a importância do AGOGO e ÀJARIN, sinetas, e
deve ser
respeitada toda vez que for tocada para saudar Olorun.
“Ólorun ke mi ko jade, Ajárin ajárin”
(Quando ouço o Àjarin, sinto dentro de mim a força de Ólorun)
2
“Iron Agogo agbàka Òrùn Aiye”
“Agogo nla se epe agbár, nipe imolé orun aiye”
O grande sino de ferro que soa poderosamente chamando os òrìsà do Além
para a Terra.
O som de um sino de ferro é ouvido no além e mundialmente.
Os elementos mais utilizados nos Ipèsé Ìyáàmi-Òsòròngá
Epo – (Óleo de Palma em muita quantidade, função de Acalmar e Apaziguar
as forças).
Oyin – (Mel de abelhas), é usado para adoçar as palavras e através do mesmo
obter a
consideração de um Ancestral ou Òrìsà, atrair a doçura, felicidade, guardar
um segredo. Por
sua característica incorruptível de não se estragar ao tempo e por ser o
produto da
perseverança e trabalho das abelhas, pertence às Ìyáàmi, mas é muito
utilizado no culto de
Bàbá Egun (Mortos) e jamais deve ser ofertado à Òrìsàálà (Oxala). Ver
apostila de Obatala.
Oti-Olojé - (Aguardente de Zimbro, símbolo ativador, excitante do Ashé,
prurificador,
estimulante do deleite)
Waara - (Leite de Cabra ou Vaca, símbolo do sustento, vitalidade,
contentamento,
subsistência)
Eyin - (Ovo). Oferenda principal do culto de Ìyáàmi. O conceito de
―Quando um ovo cai no
chão, mostra a sua riqueza e o seu poderǁ, é considerado o símbolo de poder,
fertilidade,
riqueza e capacidade em vários assuntos.
- Quando um Ovo é utilizado cru e quebrado sobre a cabeça num Gborì, a sua
finalidade é
expurgar, purificar a cabeça ou o campo energético em geral. Ou seja,
eliminar qualquer
energia negativa, remover a mão de antigo Bàbálorisa ainda vivo ou morto,
mas quando
utilizado num Ebó quebrando-o pelo corpo da pessoa, a sua finalidade é
expurgar a força IBI.
Quando o Ovo cru é quebrado em num Òrìta ou pelo caminho e, em seguida
se for coberto
com Epo, a sua finalidade é limpar e abrir o caminho, quebrando as forças
que dificultam o
desenvolvimento pessoal, quebrar a força do mal que está bloqueando o
caminho da pessoa e
fazer aparecer a prosperidade e sucesso. Quando o Ovo cru de galinha é
ofertado sobre uma
Adimu (oferenda) ou Ebò, a sua finalidade é atrair o frescor, fertilidade,
produtividade,
vitalidade, riqueza, bondade, proteção, sucesso.
- Quando o Ovo de galinha é utilizado cozido em um Adimu (oferenda),
Etutu ou Ebò, a sua
finalidade é extinguir ou paralisar o avanço de uma doença ou de alguma
energia ruim através
do orisa que está sendo ofertado.
- Ovo cru de Pépéyé (pata) é utilizado exclusivamente para remover Òwóriku
(a mão de um
Bàbálorisa morto da cabeça de uma pessoa). Em outras ocasiões é usado na
finalidade de
eliminar doenças e enfraquecer a força de Iku.
- Ovo cru de Eiyele (pombo) é usado em magias para atrair casamento, união,
felicidade,
tranqüilidade ou equilíbrio no Òrì.
- Ovo cru de Ejô (cobra) é para extrair a força Ibi-Àjé (magia negra de
mulher).
- Ovo cru de Aparo (codorna) tem por finalidade evitar perseguição de
mulher Arajé ou Osho
(magia negra de homem), já cozido é para eliminar problemas gerados por
fofocas e inveja.
Ekó: Pudim de Amido de milho cozido com água pura e sem tempero.
Quando um único Ékò
é envolvido em folha e ofertado, a sua finalidade é representar um Ser
humano ou um ser
sobrenatural. Mas, quando muitos Èkó são ofertados desprovidos de folha
tem a finalidade de
atrair a abundancia, multiplicação, prosperidade e união na comunidade ou
família.
Ekó-Pupa: Pudim de Amido misturado com Epo. Símbolo de Pureza,
Candura, Frescor,
Apaziguamento, Contensão, Individualidade e Restituição das forças
ancestrais.
Sàráèkó: Pudim de Amido de milho dissolvido com Wuara-Ewure (leite de
cabra),
adicionando Rum Doce, Oyin ou Yinbô (açúcar), um pouco de Òrì e pó de
Efun, tempoir
finalidade de agradar os ancestrais.
Ekuru: (Bolo de feijão cozido); por ser preparado com o feijão (cereal que
nasce muito
rápido e por possuir o poder de se alastrar), quando envolto em folha e cozido
no vapor, é o
símbolo de contenção das forças ou aplacar situações ou forças agressivas.
Quando o Ekuru é
utilizado sem qualquer invólucro e em quantidade ou esmigalhado, representa
um pedido de
desenvolvimento, satisfação, produtividade e fartura. Agora, quando
preparado com Epo é pra
aumentar o seu poder característico através do Epo, ou seja, desenvolver a
tranqüilidade,
produzir suavidade, ampliar a serenidade, aplacar as forças Ibi-Àjè
(Transformar as forças
aniquiladoras).
Wuóóle: Massa de qualquer feijão cru misturada com Epo. Embrulhar a masa
em porções,
dentro de folhas de bananeira e cozinhá-los no vapor, às vezes leva Sal. Após
o cozimento
deixa-se esfriar, quando estiver bem frio esmigalhe produzindo uma Farofa
cozida, depois
misturar ovos cozidos também esmigalhados. Geralmente este tipo de
oferecimento se espalha
pelo chão do quintal, começando pelos fundos e terminando ao lado de fora
do portão,
agradando as Ìyáàmi. Pois este tipo de oferecimento se trata de um
transformador de energias,
anulador de IBI e provedor de energia positiva, favorecendo multiplicação e
abundancia na
casa.
Ekuró - (Côco fresco de dendêzeiro): Um símbolo de produtividade,
favorecimento, riqueza,
sabedoria etc. No culto de Ìyáàmi, os búzios são chamados de Ekurô.
Ekujebu - (grãos duros ofertados à Ìyáàmi, a fim de impedir que forças
Ajogun destruam a
felicidade, produtividade e a disseminação das coisas boas. Quando torrado é
para aniquilar o
mal, anular Àjè e outros acontecimentos na vida).
Egbo – (Milho branco cozido), um símbolo de alegria e felicidade. Quando
cozido a sua
maior função é aniquilar a angústia atraindo alegria.
Elubo - (Farinha de Inhame do Norte ou fafinha de mandioca). Símbolo de
transformação, utilizado
contra a manifestação de Iku, Ibi-Àjè, Arun, Ofo, Ija etc. Muito ofertado à
Ìyáàmi, Egungun, Ogun,
Ifá, Obaluwaiye, Obatala, Sango, Oya etc.
Iyèfun – Farofa feita com farinha de mandioca torrada e misturada com
bastante Epo ou Oyin.
Finalidade é atrair abundância, prosperidade, restituição. O Iyéfun, no Brasil
é erradamente
chamado de Pade (Ritual de restituição). Iyéfun simboliza a superabundância
ea
descendência. O seu oferecimento é na finalidade de propiciar fartura,
produtividade,
contentamento e resultado de satisfação. O Iyéfun é um alimento que de
maneira alguma
pertence à Eshù, porem no IPADE o Iyéfun é entregue aos cuidados dele, na
finalidade de
favorecer aceitação dos Ancestrais (Ìyáàmi e Baba-Eegun), sendo o primeiro
alimento
ofertado no Ipade (Ritual de reunião das forças sobrenaturais a fim de
restituição).
Akara – (Bolo frito Epo, feito a base de feijão moído). Um símbolo de
transformação,
subsistência, multiplicação e abundância. Erradamente chamado de Acarajé.
Ekodidé – (Pena Vermelha extraída do rabo do papagaio da costa). Um
símbolo da
fertilidade, individualidade, vitalidade, felicidade onde quer que vá com ela.
Lekeleke – (Pena Branca da Garça real). Um símbolo de passividade,
fecundidade, pureza,
expansão, felicidade e realização.
Eiyele – (Pena branca do Pombo caseiro). Um símbolo de pacificação,
equilíbrio, tranqüilidade, união
e sucesso.
Agbe – (Pena de cor azul e preta). Um símbolo de soberania, liderança,
bondade e proteção.
Aluko – (Pena de cor púrpura com preto). Um símbolo de vitoria, triunfo, boa
sorte e felicidade.
Aparo – (Pena de Perdiz ou Codorna). Um símbolo da resolução, proteção
contra bruxaria e união
entre parceiros.
Igun – (Pena do Abutre). Um símbolo do alcance em qualquer empenho,
êxito, obtenção e
proteção contra Bruxaria.
Iyerósun – (Pó amarelado extraído da madeira do Irosun através dos Cupis).
Um símbolo de
transformação, consagração, longevidade e proteção geral.
Osun – (Pó vermelho extraído das raízes do Igi-Irosun). Um símbolo de
vitalidade ou
passividade, fertilidade, exuberância, renascimento, empenho, laboriosidade,
concretização,
riqueza e prosperidade.
Osunlede – (Pó e Urucum moído). Um símbolo de produtividade e
fertilidade.
Osunamó – (Pasta de Osun misturado com Òrì). Um símbolo da alta
fertilidade, exuberância,
possibilidade, passividade e poder feminino
Efun – (Pó seco de Argila branca colhida no fundo de Rio). Um símbolo de
expansão,
proteção contra o mau, iluminação, ampliação, desenvolvimento, amplitude,
originalidade,
criatividade, sucesso, poder masculino e realização,
Efunamó – (Lama preparada com Efun, soro do Igbin e folhas específicas,
símbolo de
calmaria, facilidade e frescor).
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Arokin – (Pedra vegetal que se extrai a tintura azul Royal). A tintura azul
dissolvida em água
é símbolo de transformação, provocador de mudanças e neutralização de
energias Ibi.
Wàjí – (Pó Azul oriundo do Arokin e pilado com Efun). Um símbolo
transformador e
tranqüilizador.
Òrì – (Manteiga vegetal). Um símbolo de frescor, docilidade, brandura,
pacificação,
facilidade, flexibilidade e calmaria.
Ewe – (Folhas Específicas usadas de acordo com as necessidades):
Ajekogbale, Efirin-Àjè,
Efirin-Osho, Tanaposho, Ojusaaju, Òyóyó, Ayó, Aanu, Agogo-Ogun, Egele,
Aye, Iyalode,
Agidimanbayin, Odundun, Rinrin, Tété-Abalaye, Ire, Aje, Àjé, Agemokogun,
Manriwo,
Iroko, Orogbo, Asurin, Igiya, Ogunbéréké, Arere, Ose.
Ataaré –(pimenta da costa). Um símbolo de intensificação, ativação,
purificação. Muito
usada para ativar a força da palavra, ativar a energia dos Òrìsà, Òrì e
Ancestrais, quando
mastigada e borrifada com Oti-Oloje sobre assentamentos e Ebó’s a sua
função é reativação.
O ataré mastigado com Obi ou Orogbo a sua finalidade é propiciar uma força
considerável
através das palavras nos momentos de invocações, exaltação, orações,
canções e suplicas.
Portanto é um símbolo de ativação do Ashé.
Obi-Abata – (fruto sagrado de 3, 4, 5 até 9 gomos). Um símbolo de
consagração, efetivação,
Nascimento, frescor, amizade, passividade, afeição e união.
- O obi vermelho de 4 até 9 gomos, é utilizado para uma recepção,
cumprimentar as visitas,
agradar e atrair a atenção de uma Divindade. É o fruto predileto das Ìyáàmi.
Em Ifá é usado
inicialmente para perguntas ao Òrìsha ou Ancestrais se aceitou o Ebò, e quais
os Adimu que
serão ofertados posteriormente a um ritual. O fruto é de característica fria e
passiva, associado
ao nascimento, parcimônia, abrandamento, passividade e frieza, por isso é
tabu no culto de
Shango e Egungun, apesar de ser ofertado em ambos os Cultos, mas não
diretamente à Sango
nem aos Egungun. Vide apostila de Egungun.
Obi de 04 gomos ofertado à todos os Orisa, mas principalmente á Òrì, Ifá,
Òdu, Èsù e Òsún.
Obi de 05 gomos para qualquer Òrìsà, porém o 5º gomo se mastiga e sopra
sobre Èsú ou
oferece inteiro no assentamento de Èsù, utilizando somente os 4 gomos para
qualquer fim.
Obi de 06 gomos é utilizado exclusivamente em Epilèsé (sacrifício de
fundação da casa).
Obi de 07 gomos é utilizado, exclusivamente, para as Ìyáàmi, Eshù e Ogun e
Logun.
Obi de 08 gomos são utilizados para Ifá e Òrì.
Obi de 09 gomos é utilizado para ofertar à Òrò, as Gélédé, Bàbá-Egun e
alguns outros Òrìsà
masculinos.
- Obi Efin (Obi branco de 4 gomos): Utilizado habitualmente para ofertar
Obatala, o qual tem
por preferência.
Orogbo Orogbo (Garcinia Kola - Amarga): Símbolo da felicidade, alegria,
ativação. Por ser
um fruto quente é muito utilizado nos culto daqueles Orisa que mais tem
relação com Ik,
Morte, na finalidade de atrair vitalidade, alegria, felicidade, longa-vida e
saúde. Por isso é
usado em Igbòrì ou como oferta à qualquer outro Òrìsà, principalmente
Òbàlúwàiyé, Shango,
Ogun, Egungun etc. No caso de oferecimento diretamente à Shango ou
Egungun, o Orogbo é
utilizado com oferecimento de Mel. Tanto o Orogbo ou Obi é utilizado para
dar força às
palavras, em forma de Afoshè, que deve ser mastigado juntamente com
Ataaré. Esse tipo de
Awure-Afoshè fornece força nas palavras. O orogbo é também muito
utilizado sobre as
oferendas de Ìyáàmi.
Eyó – (Buzios): Simbolo feminino representante do OBO (vagina), é também
associado a
Ancestralidade, Riqueza, Fertilidade e Produtividade.
Igba, Irere, Abebe, Ado-iran, Koto - (São os vários tipos de cabaças que são
utilizadas para
vários fins): Um símbolo do Útero mítico, do universo, sempre associada a
Criação,
produtividade e individualidade. Por isso, o tipo mais comum de Igba
arredondado sem
pescoço, é o principal vasilhame utilizado para assentar o Igba-Ori.
Ashó-Ifun – (Tecido Branco): Um símbolo do poder masculino, criatividade,
origem,
nascimento, primordialidade, iluminação, expansão, realização, proteção
contra as forças
pesadas e vários tipos de ataques espirituais. Representando do elemento Ar
em movimento.
Ashó-Pupa – (Tecido Vermelho): Um símbolo do poder feminino dinâmico,
energia da vida
ativa, intensificação, agilidade, determinação, coragem, entusiasmo, força
física, poder de
locomoção, alta fertilidade, calor, quentura, agressividade, força enérgica,
poder ativo,
efetivação, possibilidade, vitalidade, excitação, batalha, ação, força funcional.
Representando
do fogo ativo, da alma e espiritualidade avivada.
Ashó-Dudu – (Tecido Preto): Um símbolo do poder feminino, isolamento,
separação,
transformação, ideal em ação, as trevas em movimento, neutralidade,
obscuridade, mistério,
segredo, ocultação, profundidade e finalização. Representando do elemento
água e terra.
Ashó-Alari – (Tecido Estampado): Um símbolo da oscilação, indefinição,
duvida,
miscelânea, mistificação, modificação, miscigenação, confusão, agito,
povoamento, tumulto e
descendência.
Ifuu – (Incenso/defumador): Muito usado na finalidade de limpar o ambiente,
remover forças
paradas, transformar, eliminar as energias obsoletas.
Perfumes doces: Muito usado como água de cheiro etc., na finalidade de
tornar as energias
femininas mais dóceis, brandas e agradáveis.
Idodo - Flores cheirosas = Utilizada igualmente ao perfume doce.
Omi – (água é o único elemento feminino de cor branca, sua utilização no
culto das Ìyáàmi é
totalmente neutra, pôs não possui poder de apaziguar as mesmas, pelo
contrario, se não souber
utilizar bem este elemento acaba irritando-as).
Os animais mais utiizados no Ipésé Ìyáàmi
Élédé (porco), Agbo (ovelha), Aguton (carneiro), Ewure (cabra), Agbibó
(galinha matriz), Adiyé
(franga nova), Etu-Awo (galinhola pintada), Opipi (frango arrepiado), Eja-
Gbo (peixe pargo seco),
Ejakika (bragre seco), Omodiyé (pintinhos). Mas os animais prediletos são:
Igbin (caracóis), Ehoro
(coelho), Okete (cutia), Eku-Èmò (rato africano), Elede (porco).
Como excessão de regra ritual, antes de realizar um Ipésé Ìyáàmi, primeiro se
sacrifica um Akiko ou
Obuko-Dudu para Eshu, e então, as vísceras dos animais devem ser retiradas,
rigorosamente, por uma
mulher e preparadas com Epo e outros elementos. Em seguida o Ipésé deverá
ser realizado à Ìyáàmi. E
mais, nesse dia, um pouco de tudo que for oferecido Ìyáàmi deve ser
enterrado dentro da terra, de
preferência no pé de uma árvore.
É através do Ibà- Ìyáàmi (citação de reverência) que se entra em contato com
IYÀÀMÌÒSÒRÓNGÀ, isso em toda a sua potencialidade. Mas, é com
cânticos sagrados (Òrìn) que
antecede a tudo que se faz no Culto Tradicional de ÌYÁÀMI, reverenciando a
própria
composição terrestre, para que as bênçãos possam ser utilizadas através dos
rituais.
A referencia aos 04 lados do universo que recebem as nossas reverencias, o
universo e o planeta
são redondos como um OVO, mais a terra é quadrada como um cubo!
ÈWÒ ÌYÁÀMI
1) Òsòròngá não come diante de ninguém, por isso, é necessário cobrir as
suas oferendas com
folhas de Lara ou outra Ewe-Ifá. Nesse momento, também, pode se preparar
um tipo de
cabana feita com galhos verdes de qualquer árvore.
2) Não se faz culto à Òsòròngá fumando, sentado, agachado, muito menos
com os homens
desprovido de um Iró-Fundun (pano comprido da cintura).
3) As mulheres Iyanifá que participam desse ritual não podem usar
qualquwer tido de roupa, se
não o traje branco. Quando devem, rigorosamente, se trajarem com um
grande Iró-Funfun,
preso em volta do corpo na altura dos seios, e também rigorosamente devem
usar uma faixa de
tecido roxo preso entorno da cintura. A cor vermelha e negra, bem como as
oriundas, são
completamente proíbidas. Por isso, que usam o branco e o roxo somente na
cintura. Na cor
rosa se encontra o vermelho e o preto, completando indiretamente o Asé das
três cores básicas
e mais importantes.
4) Não se deve jamais deixar as oferendas de Ìyáàmi em local limitado
(fechado). Assim, toda
dedicada à Ela deve ser levada, no mesmo dia, para fora do local que foi
executado, ou seja, as
suas oferendas são sempre entregues no exterior da casa, lá fora no mundo,
isso após ter
analisando com Ifá, o qual determinará se a oferenda deve ser entregue em
um Orita perto de
um lixão que tenha urubus, numa Oodê (praça publica), Igbo (bosque), Odo
(beira de rio),
Okun (praia mar), Ésé-Igi (pé de arvore), Oke (monte). Mas, geralmente o
local predileto é a
Òrìta, por se tratar de um local muito sagrado para as Ìyáàmi, pois é lá que
vivem agachadas,
onde elas urinam demarcando sua propriedade (encontro dos mundos).
5) Quem não é Oluwo, Babalawo legitimado, ou mulher iniciada em Ìyáàmi,
não deve executar
nenhum tipo de oferenda e muito menos qualquer tipo de sacrifíciospara
Ìyáàmi, isso seja em
qualquer culto. Porque ao trabalhar com Ìyáàmi o sacerdote sabe que esta
lidando diratamente
com todos os Ajoguns. Mas, pelo fato de Eshu ser o único Òrisà capaz de
apaziguar as Ìyáàmi,
então, toda pessoa que não é legitimada a trabalhar Elas, pode somente
cultuá-las através de
Èsú, considerando o fato de possuir o poder para fechar o caminho do mal.
6) Jaqmais se oferece o Omi-Tutu à Ìyáàmi, porque o contrário que ocorre
com os Orisa, o Omi
lhe deixa extremamente irritada, caso seja oferecido. Pelo fato do Omi-Tutu
se tratar de ser o
mais puro sangue da terra, ao ser ofertado, se caracteriza em provocá-la ao
canibalismo, da
mesma forma que ocorre com Obatala se for ofertado o Oti.
7) À ìyáàmi, jamais se oferta o Epo morno ou aquecido, seja para qualquer
fim.
8) Ao ofertar Oti-Òlòjé à Ìyáàmí, deve se ter muito cuidado com o tipo e a
finalidade deste tipo
de oferecimento, principalmente considerando o Odù que está sendo usado no
momento. Seja
como for, como a função do Oti é excitar, ativar, dinamizar, então pode
provocar Ìyáàmi à se
manifestar de forma descontrolada, bem comparada a um cão ―Pitbullǁ solto
para devorar
tudo, até o próprio dono. Por tanto, oferecer Oti à Ìyáàmi é muito melindroso,
o sacerdote
deve ter um profundo conhecimento sobre tudo que lhe diz respeito, sobre
todos os Odù-Ifá e
sobre todas as formas que Ìyáàmi pode se manifestar apartir de então. Sempre
considerando
que a sua característica turbulência tem origem no Odù-Òsá-Meji, fluindo
naturalmente e
influenciando todos os Odù evocados.
ÒJÒ ÌYÁÀMI
(Dia de culto à Ìyáàmi-Òsòròngá)
Ojó-Awon-Ìyáàmi é na quarta feira, o dia destinado as grandes Mães
Ancestrais,
marcando como o dia que as Àjé chegaram no mundo, e assim que surgiram
começaram as
confusões, tormentas, guerras espirituais etc. Por isso, no quarto dia após o
dia do Òsè-Ifá, os
iniciados em Ifá devem cultuar e rezar muito para Òrì, fazendo devidos Ebò
neste dia para
aplacar as possíveis tormentas, pedindo a calma delas conosco, porque trata-
se do Dia da
confusão.
Neste dia devemos respeitá-las para que nos venham às bênçãos. As rezas em
homenagem as
Ìyáàmì-Òsórongá são formas de refúgios, a fim de trazer a paz e tranqüilidade
em nossa vida,
bem como para toda a nossa família. Ao executar o Ebó corretamente você
não recebe a irá
das Mães Ancestrais, neste Ebò você pode fazer perguntas em relação a sua
vida pessoal,
porque elas têm o poder de entrar na nossa mente para nos mandar respostas
em nosso Dia-aDia.
Não é um bom dia para os homens (em especial) fazer qualquer tipo ofensa
ou discutir contra
uma mulher. No Òjò-àwon Ìyámì-Àgbá, é o dia que os homens precisam
sempre respeitar as
mulheres, neste dia em especial eles não podem exigir sexo ou qualquer tipo
de atenção.
Eyin Ìyáàmì Àgbá mojùbá!
Òrìkiki Ìyámì Òsòròngá
"Eyin Ìyáàmi Agbàgbà,
Eyin lé ni odê àiye o,
Eyin ni Ôlodùmárè ké ilé àiye lowo,
Enitì eba ni ô lowo, yi ô lowo"
No quarto dia após o dia do Òsé-Ifá, marca o dia de realizar culto à Ìyáàmi,
pelo
horário da noite e antes da meia noite, chamado de Òjò-Awon-Ìyáàmi. Neste
Dia ao acordar,
a pessoa deve oferecer uma oferenda à Eshu, podendo ser Epo e Obi, e só
depois de Eshu bem
cuidado e ritualizado que a pessoa deve varrer o Ile-Èlèyé, trocando-se as
folhas do chão.
Prepara-se a pasta de Efunamó para ser utilizada no momento certo, e
principalmente para
pintar os seus olhos e rosto de branco. Prepara-se uma pasta de Osunámó
(osun pilado e
misturado com ori), para oferecer e no caso de ser mulher deve usá-la para
pintar os seus
calcanhares de vermelho. Durante o dia trocam-se as flores e folhas secas por
folharem e
flores viçosas, a fim de enfeitar o local. Prepara-se um Ikodide. Em seguida,
prepare-se as
oferendas (pratos com Epo, Ekuru,Obi, Ovos cozidos, Eko com Epo, Oyin e
Orogbo), se for o
caso deve sacrificar um Igbin e um Eiyele, ou Abibó.
Após a pessoa se banhar, deve se trajar luxuosamente com roupa branca, e
buscar relaxar a
sua mente em um local recluso, isso até o momento do ritual, sem falar com
qualquer pessoa.
Ao entrar no local de culto, após pintar os olhos, deve fixar o Ikodidé no alto
de seu Òrì,
pegar um pouco de Omitutu e derramá-lo do lado de fora sobre a terra para
Iyalalé. Ao voltar
se d[a início a abertura do ritual, de forma tradicional, através de reverencias
com Orin
(cânticos), Oriki (exaltações) e Iwure (preces vendas do coração). Então, tudo
deve ser
ofertado à Ìyáàmi, no momento certo, saindo ao lado de fora para espargindo
Epo sobre água
antes espargida, espargir o Mel e depois o Leite. Isso sob louvores de
reconhecimento e
lambendo Oyin (mel), na finalidade de alimentar a língua e acalmar a força
do pássaro dentro
de si mesma. Ao sentir a presença das Ìyáàmi, deve oferecer primeiro o prato
cheio de Epo e
os Ekuru diante do assentamento, e assim sucessivamente até chegar o
momento de oferecer
pedaços de Ekó branco dentro do mesmo prato cheio de Epo. Em seguida,
salpicar o pó de
Osun e pó de Efun por cima de todas as oferendas. Quando partes das
mesmas oferendas
devem ser recolhidas dentro de um Awogida separado, reservando essa parte
para entregar à
Esù, na finalização da cerimônia. Mas, em todo decorrer da cerimônia, a
pessoa deve
continuar louvando às Ìyáàmi, suplicando para elas afastarem a morte, os
espíritos maléficos,
as doenças, as perdas e prejuízos, os danos, as ameaças, as infelicidades no
amor, matar a
infertilidade e tudo que venha gerar improdutividade e desequilíbrio na vida,
bem como pedir
para elas destruírem todos os topos de empecilhos e bloqueios na vida,
eliminar o feitiço da
fofoca, olho ruim, inveja, maldições, livrar de perseguições agressões, sustos
e qualquer
ameaça maléfica, seja de pessoas ou espíritos perversos. Nesse ínterim, partes
de algumas
comidas devem ser ingeridas durante o ritual. Ficando atento que toda vez
que houver o
173
sacrifício de Igbin, um pouco do liquido deve recolhido em uma bacia com
preparo de folhas
frescas, favas e flores aromáticas, na finalidade de após ritual se banhar com
o Asé das
Ìyáàmi. Então, minutos antes da meia noite, a pessoa deve se finalizar o
ritual. Nesse dia a
pessoa não deve dormir junto com o seu cônjuge, pelo fato de estar em
plenitude de
alinhamento com as Ìyáàmi. Porque, neste dia, pode tomar forma de pássaro
dormindo e fazer
os seus vôos, ao saindo do seu corpo, indo onde quiser e fazer o que bem lhe
convier
(fornecer proteção, abundância, cura, justiça e etc.), mas sempre se
precavendo dos tabus de
uma Ìyáàmi.
ÒRÌKI ÌYÁÀMI
ÒSÒRÒNGÀ
Ìyáàmi Òsòrọngà
Ẹlẹyẹ de boca redonda
Pássaro Atiòrò que pousa suavemente
(Eles se reúnem para beber o sangue) voa sobre o teto de casa.
(Transeunte) pôs no mundo (devora a partir da cabeça, eles estão contentes).
(come a partir do fígado até o coração, eles estão contentes) pôs no mundo
(Chora como uma
criança mimada)
(Chora como uma criança mimada) pôs no mundo Àjẹ.
Quando Àjẹ veio ao mundo, Ela pôs no mundo três filhos;
Pôs no mundo (Vertigem).
Pôs no mundo (Muda a Sorte).
Pôs no mundo (Enrije-se fortemente ao morrer).
Ela pôs no mundo esses três (filhos).
Assim eles não têm penas.
O pássaro Ako lhes deu penas.
Nos tempos antigos,
Elas dizem que não dispensam o mal ao filho que tem o bem.
Sou vosso filho que tem o bem,
Não me dispensai o mal.
Vento secreto da terra.
Vento secreto do céu.
Sombra comprida, grande pássaro que voa em todos os lugares.
Coco de quatro olhos, senhora de vinte ramos.
Obscuridade 40 flechas (é difícil que o dia se torne noite).
Ela se transforma no pássaro olọgọ (que) sacode a cabeça.
Ela se transforma no pássaro esfregado com osún muito vermelho
Ela se torna pássaro, torna-se irmão caçula da Árvore Akòko.
(A coroa se põe em sua cabeça) segredo em Ido.
A rã se esconde em lugar fresco.
Mata sem compartilhar, reputação da noite.
Ela voa abertamente para entrar na cidade.
Vai descontraidamente, caminha descontraidamente, caminha suavemente
para entrar no
mercado. (Ele faz as coisas seguindo sua própria vontade).
Pássaro elegante de pernas para o ar.
Tem o bico pontudo como a conta Esuwu.
Tem as pernas como as contas Sègi.
Come a carne (das pessoas) começando pela cabeça
A partir do fígado ele come até o coração.
O grande caçador.
A partir do estomago ele come até a vesícula biliar.
Não dá o frango para ninguém criar (mas) pega o carneiro junto a esta aqui.
Òrìn Ìyáàmi
CÂNTICOS DE ÌYÁÀMI
ÒSÒRÒNGÁ
1
Orisa bi ìyá ko si
Ìyá la ba ma a bó
Orisa bi ìyá ko si
Ìyá la ba ma a bofé
Não há outra divindade como a mãe
É a mãe que é digna de ser adorada.
Não há outra divindade como a mãe
É a mãe que é digna de ser amada e adorada

2
Ìyáàami ni wura
Baba ni dingi.
Ìyáàmi ni wura iyébiyé
Ti a ko le f’owora
O loyun mi f’osu mesan
O pon mi f’odun meta
Ìyáàmi ni wura iyébiyé
Ti a ko le f’owora
Minha Mãe é ouro
Pai é um espelho
Minha Mãe é preciosa como o ouro
Isso não pode ser comprado com o dinheiro
Ela me carregou em seu ventre por nove meses
Ela cuidou de mim por três anos
Mãe é mais preciosa que o ouro
Isso não pode ser comprado com o dinheiro.

3
O dorì igi Agba o!
Agba gun Òrì igi Yeye
O dorì igi Agba o!
Agba gun Òrì igi Iroko
O dorì igi Agba o!
Agba gun Òrì igi Ogbon
O dorì igi Yeye o!
Ómó agba aye

4
Até em cima da arvore das Anciãs
A anciã sábia subiu na copa da Árvore da Inteligência.
Até em cima da arvore das Anciãs
A anciã sábia subiu na copa da árvore da Destruição.
Até em cima da arvore das Anciãs
A anciã sábia subiu na copa da árvore da Sabedoria.
Até em cima da arvore das Anciãs
O encontro é encima da árvore da inteligência.
Assim sendo o filho da Anciã sábia sobreviverá.
Èlèyé o! Èlèyé!
Èlèyé o! Èlèyé!
Éjé Èlèyé ógégé o!
Senhora Pássaro! Senhora Pássaro!
Senhora Pássaro! Senhora Pássaro!
Èlèyé, eis aqui o sangue delicamente
Òrìn fun bò adimu Ìyáàmi

5
Éleye Epo re o!
Eléué Éjé re o!
Èlèyé mô bé dé o!
Èlèyé mô bé dé o!
Oh Dona dos pássaros, eis aqui o óleo de palma
Oh Dona dos pássaros eis aqui os feijões moídos no chão
Oh, dona dos pássaros, Eu trouxe para você, me abençoe.
Oh Dona dos pássaros, eis aqui o óleo de palma
Orin para entregar de Vísceras

6
Mo júbà ènyin Ìyámí Òsòròngá.
Mo júbà è nyin Ìyámí Òsòròngá
O tò nón Èjè e nun
Ot òokón Èjè èd ò
*Èjè ó yè ní Kálè o
*Èjè ó yè ní Kálè o
*O yíyè, yíyè, yèyé kòkò
*O yíyè, yíyè, yèyé kòkò
Vós que seguíeis os rastros do Sangue interior.
Vós que seguíeis os rastros do Sangue interior.
Vós que seguíeis os rastros do sangue que sai do interior.
Vós que seguíeis os rastros do sangue do coração e do fígado
O sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de fungos,
O sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de fungos Ele
sobrevive, sobrevive, óh mãe muito velha.
Ele sobrevive, sobrevive, óh mãe muito velha (anciã).
Orin para saudar o poder da mulher principalmente no culto de Ifá e Obatala,
quando todos os
homens se ajoelham em homenagem.

7
E e kúnlè o, e Kúnlè f’obinrin o
E e kúnlè o, e Kúnlè f’obinrin o
E obinrin l’ó bíwa, k’àwa tód’enia
Ogbon àiyé t’obinrin ni, e kúnlè f’obinrin o
Ajoelhem-se para as mulheres.
Ajoelhem-se para as mulheres.
A mulher nos colocou no mundo, nós somos
seres humanos.
A mulher é a inteligência da terra.
A mulher nos colocou no mundo, nós somos
seres humanos.
Ajoelhem-se para as mulheres.
8
Ìyáàmi Abeni
Mo leye nile
Mo leye nita
Mo rinde oru
Mo rinde osan
Ti mo ba lo sode
Efo womi womi o
Minha misteriosa Mãe Abeni.
Eu tenho um pássaro na casa.
Eu tenho um pássaro lá fora.
Eu caminho à noite.
Eu entro na tarde.
Quando eu vôo para fora.
Dê-me o meu próprio respeito.
Òrìn Ipue Ìyáàmi

9
Àjè ilé o!
Oso ilé o!
E fa mi móra o!
Bi Obirin roka aaa
Fa mabé

10
Àjè ilé o!
Oso ilé o!
Wa fa mi móra o!
Bi Obirin roka aaa
A fa mabé ni mo só o!

11
Ikà á ponikà ô
*Rere á Béni rere
Ikà á ponikà ô
*Rere á Béni rere
Com certeza o malvado morre pela sua própria maldade.
E a pessoa bondosa receberá Bondades de Ìyáàmi.
Com certeza o malvado morrerá pela sua própria maldade.
E a pessoa bondosa receberá Bondades de Ìyáàmi.

12
Ìyáàmi ko awa daju,
Ìyáàmi daju é
Ójó niwa ao, Bénikan shóta o!
Éni eji ri, leji npa o!
Minha mãe que nos Espia
Minha mãe que espia
Somos como à garoa, não estamos de mal com ninguém.
A chuva bate em quem ela vê.
Òrìn cantado somente por quem não possui mãe viva (em forma delamento)

13
Ìyáàmi ényin Òsòròngá o!
Iya o si nilé Yi o ê
Ìyáàmi Òsòròngá Ajê mi ényin
Iya o si nilé Yi o ê
Òsòròngá você é a minha mãe!
Não tenho Mãe aqui na terra!
Minha mãe Òsòròngá a minha riqueza é você!
Eu não tenho Nãe aqui na terra!

14
Gbobo Èlèyé gun Igi-Àsùrìn o!
Gbobo Èlèyé gun Igi-Àsùrìn o!
Gbobo Èlèyé gun Igi-Àsùrìn o!
Todas as Èlèyés sobem na Arvore de Asurin
Todas as Èlèyés sobem na Arvore de Asurin
Todas as Èlèyés sobem na Arvore de Asurin

15
Iya kere gbo hun mi o
Iya kere gbo hun mi
Iya kere gbo hun mi o
Iya kere gbo hun mi
E gbogbo Éléyé mo bati gba mulé
Iya kere gbo hun mi

16
Iya kerê e gbo ohun mi o
Ìyáàmi Òsóròngá, E gbo ohun mi o
Ìyáàmi Òsóròngá gbogbo ohun ti mba nwi
Ogbo l’oni e ma a gbo Dandan
Ìyáàmi Òsóròngá, E gbo ohun mi o.
Ìyáàmi Õsóròngá, Oro ti òkètè ba’leso
Ni’le gbo Dandan
Ìyáàmi Òsóròngá gbogbo ohun ti mba nwi
Ni ko ma shê
Ìyáàmi Òsóròngá, E gbo ohun mi o

17
Pé un tuka wo ogu lutu
A tuka wo, wo Ògún luto o
Gbé éyin ba balé éé
Gbé éyin ba balé éé.
Awo agba agba
A tuka wo Ògún lutu
Atuka wo, wo Ògún lutu o
Gèlèdè) re o o!
A agba agba.
Quando algo cai e se quebra, revela o segredo de seu interior.
Quando algo cai e se quebra, revela o segredo de seu interior.
Quando um ovo cai no chão se despedaça.
Quando um ovo cai no chão se despedaça.
O segredo das sábias anciãs!
Quando algo cai e quebra revela-se o segredo de seu interior.
Quando algo cai no chão e se despedaça, revela o segredo.
Gélédé está aqui!
O segredo das sábias anciãs!

18
Apaki ni èyè
Apaki ni èyè Òsòròngá
Apaki ni èyè
Apaki ni èyè Òsòròngá
Iya moki o ma, ma pa mi
Iya moki o ma, ma shoro
Ba agba de wa ju
Won ni gbó mi awo.
Aquela que é poderosamente emplumada
Aquela que é implumada é Òsòròngà
Aquela que é poderosamente emplumada
Aquela que é implumada é Òsòrongà
Mãe te saudamos, não, não me mate...
Mãe te saudamos, não, não atrapalhe...
Grande Ancestral, venha ver o nosso culto!
Ao chegar aceite o meu culto!

19
Ìyáàmi soronga l’agba o Yeye
Ìyáàmi Òsòròngá o!
Ìyáàmi soronga l’agba o Yeye
Ìyáàmi Òsòròngá o!
Minha mãe Òsòròngá querida Anciã
Minha mãe Òsòròngá
Minha mãe Òsòròngá querida Anciã
Minha mãe Òsòròngá

20
Ìyáàmi Òsòròngá dele
Ìyáàmi Òsòròngá,
Ìyáàmi Òsòròngá deléke.
Minha mãe Òsòròngá chegou a casa!
Minha mãe Òsòròngá chegou a casa!
Minha mãe Osoronda pousou no teto da casa.

21
Aru jéjé, Aru jéjé
Èlèyé élésé osun
Òsòròngá aru jéjé
Èlèyé ki gbemi o!
Viva aquela que é respeitável, é respeitável!
Dona de pássaros, dona dos pés pintados com o Osun.
Viva a respeitável Òsòròngá.
Dona dos Pássaros me proteja!

22
Dakun gbemi Osoronga
Dakun Èlèyé
Dakun Ìyáàmi-Àjè
Por favor me proteja Osoronga!
Por favor piedade, dona dos Pássaros!
Por favor, Mãe de Poder encantador, piedade!

23
Ìyáàmi saanu mi nilê
*Ìyáàmi é ma nrijá ré o!
Ìyáàmi saanu mi lodê
*Ìyáàmi é ma nrijá ré o!
Minha mãe seja piedosa comigo dentro de casa.
Minha mãe não se zangue comigo!
Minha mãe seja piedosa comigo lá fora.
Minha mãe não se zangue comigo!
24
Ta lóba, ta lóba ilê?
Ta lágba, ta lágba Ibo?
*Ìyáàmi soronga alagba ilê!
*Ìyáàmi soronga alagba Ibo!
Quem é Superior nesta casa?
Quem é suprema no Bosque?
Minha Mãe Òsòròngá é a suprema na casa!
Minha Mãe Òsòròngá é a suprema no Bosque!

24
Ta lo ni éjé?
Ta lo ni yiyé yiyé?
Ta lo ni éjé?
Ta lo ni yiyé yiyé?
*Ìyáàmi Òsòròngá Èlèyé o!
*Ìyáàmi Òsòròngá oni yiyé yiyé éjé
*Ìyáàmi Òsòròngá Èlèyé o!
*Ìyáàmi Òsòròngá oni yiyé yiyé éjé
Quem é a dona do Sangue?
Quem é a dona da sobrevivência?
Quem é a dona do Sangue?
Quem é a dona da sobrevivência?
É minha mãe Òsòròngá dona de Pássaros!
Minha mãe Òsòròngá é a dona do sangue
e da sobrevivência!
É minha mãe Òsòròngá dona de Pássaros!
Minha mãe Òsòròngá é a dona do sangue
e da sobrevivência!

25
Oju lé rubo, égélé ju, égé lérigi
Oju é awo, pupa é awo,
Osi òmò, òmólosi sókun, iku gbálé
Ku e le, ku e le, ku e le, ku e le, ku e le
Yeye, yeye
Iku gbalé o, ni gba inon.
Tanu maré o, ni k’òmò lòrún
É mámá si lé nishé ipade
Oyé yé o
Oji ile, oji
Otun lá ti ota
Oji ilê ègbé gbó mama rubó
Oji ilê ègbé gbó mama rubó
Ye ye ye, yéyé,
Apani mayóda.

26
Ìyáàmi omilaiyé
Bómi Iyámi
Sómi tòmi
Bómi t’okun
Wè Isé Àjè mogbe jinà
Fi bun mi aláàfia
Má kò Àjè jê mi
Má kò enia buburú pa mi
Ìyáàmi gbogbo laiyé
Bómi Ìyáàmi
A mãe das águas na Terra
Me, minha mãe, crie
Proteja-me e guie-me.
Como as ondas do oceano,
Limpe a feitiçaria que eu estiver carregando.
Conceda-me Filhos.
Conceda-me paz
Não permita que as bruxas me devorem.
Não permita que as pessoas ruins me destruam.
Ìyáàmi, mãe de tudo. Crie-me minha mãe

27
Òsòròngá tunde tunde
Awa la mu gboro dun,
Atunde Ìyáàmi osorongba
Minha Mãe Òsòròngá está aqui outra vez,
Nós, que trazemos à alegria da cidade, Minha
Mãe Òsòròngá, nós estamos aqui novamente!

28
Ìyáàmi Òsòròngà, Jé nri shégun
Ìyáàmi Òsòròngá, Jé nri shégun
E ma pade le yin mi, Jé nri shégun
Minha mãe Òsòròngá deixe-me ter sucesso!
Minha mãe Òsòròngá deixe-me ter sucesso!
Ao encontrar comigo em louvação, deixe-me
ter sucesso!

29
Ìyáàmi Òsòròngá Ìyáàmi Òsòròngá,
181
Mo riboto mo gbo mójó
Mo riboto mo gbo mójó
Ìyáàmi Òsòròngá
Mo riboto mo gbo mójó
Talole bimoko mo gbejó
Eu danço com a criança
Eu danço com a criança
Ìyáàmi Òsòròngá
Eu danço como a criança que tem filhos,
Como ela eu danço sem querer parar.

30
Ìyáàmi Olorigi, Olorìgi
Bowo luni kole pani
Bowo luni kole pani
Igi ti afeyin ti tiko
gba ni duro
Bowo luni kole pani
Minha Mãe senhora que pousa no topo da Árvore
Se alguém cai, não pode matar ninguém.
Se alguém cai, não pode matar ninguém.
Uma árvore, que não pode dar um Fruto,
Se cair em alguém, ela não pode matar ninguém.

31
Omo la buwé,
Omi la bumu.
Éni kan ki bó mi shóta
Omo la buwé,
Omi la bumu.
Nós tiramos a água para regar,
Água nós tiramos para beber.
Ninguém faz inimizade com água!
Nós procuramos água para regar,
Nós tiramos água para beber.

32
Oko, oko já r’oman
Olodo obirin ayagba.
Oko, oko já r’oman
Olodo obirin ayagba
Lança , lança, que luta pelos seus filhos!
Senhora do rio mulher soberana.
Lança , lança, que luta pelos seus filhos!
Senhora do rio mulher soberana.

33
O di ìyáàmi ni ewa, ewa ewa ale
O di ìyáàmi ni ewa, ewa ewa ale
A outra face da minha mãe é linda!
A outra face da minha mãe é belíssima!

34
Oni kotô ilê
Oni kotô ilê aiye
Èlèyé oni ibu kotô
Oni kotô ilê.
Dona da cabaça (o mundo)
Dona da cabaça e do mundo
Eleye é a dona da cabaça profunda.
Dona da cabaça.
AWORO-ELEGAN-
ÌYÁNIFÁ
Iniciação da mulher em Ìyánifá
Sabemos que para muitos, o caminho à iniciação começa com uma leitura
que alerta um
desastre iminente ou ameaça por conta de um sacerdote corrupto, sem saber
se quer sobre a
grande importancia de uma iniciação. Em todo e qualquer caso, o fator
motivador não foi por
busca de sabedoria, nem crescimento, ou realização pessoal. Foi o medo. E, o
povo cai na
armadilha de manipuladores, fê-lo porque a sua vida anterior, cultura e
experiências religiosas
tinham sido motivadas pela mesma emoção, somente emoção ou puro
romantismo cultural.
Para muitos, não importa se foi ameaças de seus sacerdotes, da mesma forma
que faziam
donos de escravos, que ameaçavam matavar ou aprisionar aqueles que
discordam, como a
Igreja Católica empunhando a ameaça do Purgatório excomunhão, ou um
diabo esperando
para seduzi-lo a uma eternidade no inferno. Assim, geração após geração
havia sido
condicionada por seus líderes temporais e espirituais que plantando o medo
foi a principal
motivação para as decisões de vida. Então, quando confrontado por um
sacerdote que alerta
um desastre iminente, a menos que se mudem cegamente e enfrente o
caminho, assim as
pessoas eram condicionadas a aceitar, ao invés de pensar.
A decisão de iniciar é uma das decisões mais importantes que qualquer um
pode fazer em sua
vida. É uma decisão que deve ser baseada em uma grande análise, muita
reflexão e
consideração. É equivalente a decidir qual a faculdade ou universidade pode
melhor lhe
fornecer informação e formação necessária, a fim de ser muito bem sucedido
em sua carreira
escolhida. Se tornando um mestre experiente, o objetivo é exatamente o
mesmo que uma
iniciação. Mas, muitos desavisados ou ignorante, não se esforçam se quer a
respeito de tal
importância. Muitos chegam iniciar em algum culto até por razões futeis; no
embalo do
romantismo, outros por aparencia, egocentrismo, capricho, vaidade, desejos e
sonhos
frustrados, busca por poder social ou financeiro. Infelizmente, esses, são
todos suicidas. De
modo que cabam no profundo mar de decepção, sem mesmo aproveitar
qualquer
conhecimento na sua experiancia frustrada.
È o sacerdote de Ifá, sério, quem foi deve fornecer o acesso às informações, e
não proibições
contra a receber as mesmas, de forma inclusiva e não discriminatória. Assim,
deve dar o
acesso aberto às pessoas necessitadas de informações basicas, porém
profundas, não como um
sacerdote segregado cheio de proíbições na sua inter-relação com os outros.
Principalmente,
porque, é Ifá quem estrutura o sacerdote na finalidade do mesmo
proporcionar o melhor
através dos Orisa. Então, antes mesmo de uma iniciação é necessario que o
interessado receba
as instruções basicas referentes a ética comportamental, ética moral,
religiosidade,
compromissos, entendimento sobre a sua existencia no mundo e a sua pessoal
composição
espiritual. Já no periodo e após a iniciação, o novo iniciado deverá se esforçar
para receber as
aprofundadas informações, ensinamentos e talvez até, vários tipos de
treinamentos, de forma
calma e gradativa. Claro, que tudo isso só é permitido ser passado para as
pessoas de bom
caráter, do contrário o próprio Ifá não permitirá se quer iniciar em seu culto.
Exceto pelos
sacerdotes corruptos e loucos, que só visam o poder do dinheiro, estatus,
vaidade,
manipulação, fama, quantidade, popularidade, ostentações e aparencias,
atuando como
verdadeiras fabricas de corrupção espiritual em beneficio próprio.
A iniciação é um processo de nascimento, ou renascimento. A mesma define
com precisão o
recém-nascido, e as vulneráveis condições, do iniciado. Essa visão e
abordagem, é fazer o
caminho antes do início, o início em si, e o início do período seguinte, como
carinho,
poderoso e amoroso, como possível. A partir do momento que o iniciado
chega na condição
Odoluwé (purificação), eles são incentivados a abrir emocionalmente para
uma energia
positiva no cenário natural que o rodeia. Através de fortificação rituais,
limpezas e
abstinencias dos sacerdotes, que irá ajudar a conduzir a cerimônia, siguindo
um dia de
descompressão, de apenas permitir a se livrar do stress e energias negativas,
assim o inicio da
iniciação é marcado por descarregos de forma gradativa e bem direcionadas.
A cerimônia em
si é realizada com uma ênfase sobre o amor à Ifá, à vida, à si próprio, e no
apreço pelo Asè de
Energia que fará a sua viagem à um possivel sacerdócio, bem como o
―Amor e Asè" através
daqueles que conduzem a cerimônia. Por isso, uma iniciação jamais deve ser
uma experiência
assustadora, ou aterrorizante.
Após a cerimônia real, o iniciado precisa de cuidados e de ainda mais
cuidado. Ao invés de
um momento de celebração ruidosa e cheia de alvorosos, deve ser um
momento de
introspecção, muita tranquilidade e crescimento. Este é um início de
mudanças profundas e de
boas energias. Tendo sido iniciado, é necessário condições e mais nutrição à
crescer. Após
qualquer tipo de iniciação, através de Ifá, devemos sentir a necessidade de
tirar um tempo
próprio de celebração, isso deve ocorrer no aniversário de um ano de
iniciação da pessoa.
ÌYÁNIFÁ
Ja foi esclarecido que o nome Àyánifá ou Ìyánifá, é como as mulheres
sacerdotisas são
chamadas dentro do culto à Ifá, ao passarem pelo ritual chamado Aworo-
Elegan-Ìyánifá,
onde são consagradas como Esposa Sagrada de Orunmila-Ifá. De acordo com
um pacto feito
entre Òsún e Orunmila, proibitivamente, as mulheres não podem ser
chamadas de Iyalawo, de
modo que a palavra ―Awoǁ não é frequentemente usada como referência ao
sagrado feminino,
sendo completamente neutra/inutil para as Ìyánifá, as quais são tratadas com
rituais bem
diferenciados dos homens Òmò-Awo e Babalawo, bem como ao grupo
masculino desta
sociedade secreta. Inegavelmente, um Bàbálàwó é o conselheiro espiritual
para seus clientes e
seguidores, com quem ele reúne, geralmente, diante do Ikéké-Ifá (sacrário de
Ifá), para
receber o auxilio tutelar do Ifá, e ainda executa as iniciações na tradição
filosofica/espiritual
de Ifá.
Em varias cidades na Nigéria, como Ile-Ifè, o posto de Ìyánifá é muito
disputado. Apesar de
seus fundamentos serem baseados nos Odù-Ifá OgundaKa, Oyekushe etc., os
mesmos
relatam que nem um homem pode se tornar completamente um Babalawo em
Ifá, se não for
na presença de Ìyá-Òdu (a poderosa esposa de Ifá), ou seja, se não for na
presença dessa
mulher, sagrada e secreta, nenhum homem se torna um legitimo Babalawo.
Enquanto no OdùIfá Irete'ntelu (Irete-Ogbe), a própria Ìyá-Òdu diz; que ela
só casaria com Òrúnmilà, se ele
prometesse jamais permitir que qualquer mulher fitasse a sua face e os seus
fundamentos
ocultos no Igbodu. Em outro Odù-Ifá, a própria Ìyá-Òdu declara que não
aceita que nenhuma
mulher, se quer, prepare as suas Adimu, comidas, muito menos aceita
qualquer oferecimento
das mãos das mesmas.
Esses relatos são confirmados, mais detalhadamente, no periodo ou após a
iniciação de uma
mulher em Ifá: “rara é a mulher que receber de um Babalawo apenas alguns
Ikin
consagrados, com a finalidade somente de cultuar tal parte do corpo de Ifá”.
Isso, apenas
para a sua própria proteção e proteção de sua familia, ao passo que a mesma
venha necessitar
consultar ou executar sacrifícios para Ifá, ela, deve procurar o seu Babalawo,
seja para ajudar
o seu filho, marido ou um irmão consangüineo, ou para qualquer outro
parente de acordo com
a determinação de Ifá. Dessa forma, a Ìyánifá pode, com excessões,
―alimentarǁ os seus Ikin
para ajudar e proteger à qualquer um dos seus familiares, com o propósito
somente de
adoração e jamais executando sacrificios, quando se faz necessário que seus
familiares sempre
participem ativamente dos rituais, com esmero e empenho. Exceto em seus
Òsè-Ifá, a Ìyánifá
não necessitará de estar acompanha do seu sacerdote Bàbálàwó.
OGBESÁ
Òshún A Primeira Apetebi De Orunmila
Apetebi é como chama a condição natural de uma mulher que se casa com
um Bàbálàwo
consagrado. Òshún foi a primeira Apetebi, e passou, então, a ser conhecedora
do segredo
(Yéyé Ajusiri'àwo - Mãe que conhece o segredo), como relata abaixo esta
história contada
pelo Odù-Ifá - Ogbesa:
Quando Òrúnmilà convocou os 401 Irunmole para o Orun, ele teve uma
grande surpresa.
Encontrou muitas Àjè no Òrun, as mesmas começavam a devorar os Òrìsà,
um por um.
Como Òrúnmilà tinha oferecido sacrifício antes de deixar a terra, então,
Òrúnmilà foi salvo
por Òshún, que vendo a chacina, escondeu Òrúnmilà e substituiu sua carne
pela carne de uma
cabra, pois ele seria devorado em especial, em um dia festivo realizado pelas
Àjè. Foi devido
a esse favorecimento, que Òrúnmilà e Òsun tornaram-se próximos. Òrúmilà
falou do bom
retorno que Òshun lhe proporcionou. Foi incrível! Ele perguntou o que
deveria fazer
retornando. Era a razão principal do por quê Òrúnmilà criou um Oráculo
composto com 16
búzios e em seguida entregou-os à Òshún. De todos os Òrìsà que se
utilizaram do mesmo
Oráculo de búzios, nenhum o teve antes de Òshún, foi Ifá quem deu um
Oráculo à Òshún e
disse para lançá-los, que assim usasse outra forma de consultar os principais
16 Odù. Isto foi
o que Ifá fez para recompensar Òshún. Isto, porque o relacionamento entre
Ifá e Òshún, é
como algo que ninguém possui uma ciência exata, de tão enigmático e
secreto que há entre os
dois. Òrúnmilà então desposou Òshún e das muitas formas de consulta ao
Oráculo de búzios
passou a ser mais uma nova forma de divinação em Ifá, ministrada
exclusivamente pelas
mulheres iniciadas em Ifá e Òshún.
O PAPEL DA ÌYÁNIFÁ
Da mesma forma que existem homens cheios de sabedoria, conhecimento e
muita
cultura que se empenham em praticar o trabalho espiritual do Ifá, também há
mulheres de
grande integridade. Òshún é uma força que motiva e dá início à emancipação
feminina. Em
um dos 256 Odù-Ifa chamado Òshètùrá, narra que Òshún foi a única mulher
entre as
divindades, Irunmalé, à quem Olodunmare enviou ao mundo para na
finalidade de manter o
conhecimento acessível à todos. Isso, simplesmente pelo fato de Òshún ser a
primeira
representante do poder feminino, mesmo assim os outros Imolé não
convidavam Òshún para
as suas reuniões. Então, para demonstrar que ela era a rainha, tomada pela
força Àjè,
desagregadora/feiticeira, ela começou a destruiu todos os planos dos Imolé
masculinos. Foi
então, que eles se voltaram para Òlódúnmàré pedindo socorro, e o mesmo
lhes perguntou;
como estava a única mulher entre eles. Eles responderam que não a
convidaram para seus
encontros por se tratar de uma mulher. Olodunmare disse que eles deviam
convidá-la e que se
desculpassem para com ela pelo que fizeram, e logo em seguida todos os
eventos nefastos
certamente se acalmariam. Òshún aceitando acordos condicionais, a mesma
solicitou que a
permitisse conhecer todos os seus segredos e exigiu ser admitida para assistir
todas as
reuniões dedicadas à qualquer Òrìsà e só depois disso ela os perdoaria, assim
eles
concordaram. A partir de então, eles começaram a convidar/chamar Òshún
para participar de
todas as suas reuniões, de uma forma outra. Posteriormente, Òshún casou-se
com Ifá,
desempenhado com muito esmero a função de Apetebi e Ìyánifá. Mais tarde,
Òshún designou
o seu único filho, chamado Akinosho, a ser iniciado no culto de Ifá, na
finalidade dele
absorver os conhecimentos e torná-los acessíveis à todos respeitando todas as
regras e éticas.
Logo depois, Òshún juntamente com Obatala instituíram o culto de Òrìsà, se
tornando
a primeira Ìyálòrìsà no mundo, quando consagrou um homem chamado ETU
como o seu
primeiro sacerdote, ao qual lhe transmiti muitos conhecimentos, e no tempo
certo, mais tarde
deu-lhe plena autoridade para iniciar inúmeras pessoas no culto à vários
Imolé em Òrìshà.
Dessa forma, mais uma vez Òshún se converteu em matriarca de mais uma
sociedade, sob o
titulo de primeira Iyaloode (a primeira dama da sociedade).
Òshún é a principal esposa e, a única mulher com prestígios na sociedade Ifá,
por isso
ela é chamada Apetebi-Oshumilaya. Como matriarca na sociedade Òsóròngá
é chamada de
Ìyáàmi-Akoko. Como rainha na sociedade Òrìsà, é louvada e evocada
principalmente como
Efon, o seu nome Original e o mais antigo.
Em outro Odù, Ifá relata que Òshún chegou a atender muitas pessoas com o
Opele-Idé
(rosário de bronze), isso enquanto Òrúnmilà, seu marido, estava fora em uma
viagem
espiritual.
É importante salientar que uma mulher, uma vez iniciada/consagrada, como
esposa de
Òrúnmilà, seja Àyánifá, Ìyánifá ou Ìyálòrìsà, ela jamais adentrará no
Igboòdu, seja no
período de iniciação ou mesmo depois, e por toda a vida da mulher. Isto é
definitivamente
proibido à qualquer mulher e em qualquer período. Esta é a razão pela qual
existem dois tipos
de cerimônia na iniciação de mulheres: o ritual Elegan para aquelas mulheres
que não se
tornarão Ìyálòrìsà, enquanto outras passam pelo Opin-Ìyálòrìsà quando são
consagradas em
Ìyálòrìsà. Porém, não vêem o Igboòdu. Fato que detalharemos nos próximos
parágrafos.
O real papel de uma Apetebi (esposa do Babalawo), quando iniciada em Ifá,
não estará
limitada à providenciar os elementos cerimoniais de culto, sendo responsável
ainda por
realizar a limpeza do Ikéké-Ifá, altar de Ifá, no dia da celebração semanal
chamado Òsè-Iá e
alguns outros afazeres cabíveis.
OS TÍTULOS DE ÌYÁNIFÁ
Àyákapó-Ifá, aquelas mulheres que não recebem os 16 Ikin e não lhe é
permitido estudar a
arte e a prática do Ifá. Essas passam por iniciação em Ifáe devem cultuar o Ifá
do seu
Babalawo. .
Àyábatè-Ifá, aquelas mulheres que recebem somente os 16 Ikin-Ifá, sem
passar por ritual de
Elegan-Aworo-Ìyánifá (iniciação em Ifá), com exclusiva finalidade de cultuar
Ifá dentro de
sua casa residencial, para os seus interesses bem pessoais.
Àyálase-Ifá, aquela que só recebem os 16 Ikin para cultuar e cuidar de Ifá,
aprendendo as
cantigas e as danças do culto, mas não possuem um saber mais aprofundado
sobre a forma de
consultar Ifá.
Ìyánifà-Olokun, aquelas mulheres que recebem seu Oráculo de 16 Búzios,
chamado de IfáEkuró ou somente Ekuró, na cidade Osogbo e Ota, Ifálokun
em Obeokuta, Mwerindilogun no
Brasil, recebendo exatamente ao passar pelo ritual Aworo-Elegan-Iyanifá.
Após profundos
estudos sobre o meridilogun a fim de se aprofundarem nos conhecimentos de
Ifá,
exclusivamente na finalidade de se tornaram profissionais do Ifá e atender os
seus muitos
clientes. Esse tipo de Iyanifá chega a receber de 16 até 32 Ikin, na finalidade
de executar o
ritual semanal chamado de Òsè-Ifa, executado de 05 em 05 dias.
Ìyálòòrìsà, aquelas mulheres que são Iyanifá, mas vão além de Ìyánifá após
passarem pelo
ritual chamado Opin-Ìyálòrìsà, quando se tornam Ìyálòrìsà (sacerdotisa de
Orisa), isso em
seu próprio Ile-Òshún, onde também cultuam Ifá de 05 em 05 dias,
praticando consultas com
o seu Ekuró/Ifálokun, e ainda iniciarão pessoas no culto dos Irunmolé
(Orisa), porém jamais
iniciam qualquer pessoa em Ifá, direcionando-as para o seu Babalawo, a fim
de executar tal
evento proibitivo à elas.
A PROIBIÇÃO DA
MULHER EXECUTAR
SACRIFICIO DE ANIMAIS.
Quanto ao fato proibitivo da Iyanifá executar sacrifício de animais, seja em
Èbò ou qualquer
tipo de magia, Ifá ensina e esclarece que toda Ìyánifá deve buscar apoio no
seu próprio
Babalawo ou em um Ojuboná, mas se tratando de Ìyálòrìsà, ela pode buscar
apoio nos homens
em seu próprio Ile-Asè, homens que foram preparados em Ifá como Olunipa,
isso
rigorosamente preparado através do seu próprio Babalawo, fora ou dentro do
próprio Ile-Asè
da Ìyálòrìsà. Potanto seja uma Ìyánifá ou Ìyálòrìsà, antes da menopausa, são
proibidas por Ifá
e Òshún, de executarem qualquer tipo de sacrifício animal, ou seja, proibidas
de matarem
qualquer ser vivo, praticar qualquer tipo de execução letal, se tornando
agressivo à sua própria
natureza reprodutiva. Este tabu é tão sério, que quando violado certamente
acarreta vários
tipos de problemas na vida ou no corpo da sacerdotisa que se atreve a
infringir essa lei da
terra; como doenças, infertilidade, improdutividade, perda do domínio sobre
os filhos, perda
do respeito em sua casa ou no templo em que dirige, bem como dificuldades
financeiras e até
completa miséria, manifestações de fofocas, confusões, desequilíbrios,
grandes
aborrecimentos e desentendimentos, tanto conjugal como no templo,
separações, perda da
calma, perseguições, desrespeito, desonra, desconsiderações, desmoralização,
vários
empecilhos e até ameaça de morte etc. Esse tabu à matar, é porque só
compete a mulher é
produzir, enriquecer, florescer, criar, embelezar, suprir, manter, e não à
exterminar. Porém,
uma Ìyánifá ou Ìyálòrìsà, só estão livres dessa proibição após passarem pela
menopausa,
exatamente quando a terra a considera uma Anciã, após seus 60 a 65 anos de
idade, dessa
época em diante, algumas naturalmente já podem executar qualquer tipo de
sacrifício animal,
com o direito de dar ou tirar a vida. Há outras mulheres, que mesmo após a
menopausa,
necessita consultar Ifá a fim de saber se tem tal permissão ou não. Quando a
mulher atinge a
fase da menopausa, ela chegando no seu ápice de pureza e esterilidade sobre
a terra, sendo
bem comparada ao homem.
É através do conhecimento e do treinamento que uma pessoa pode ser
reconhecida
como sacerdote de Ifá. Já as mulheres que estudam e aprendem a arte do Ifá,
entretanto, não
podem jamais ser chamadas de Babalawo ou Oluwo, como qualquer palavra
que mencione
ligação com esses títulos. As mulheres são vistas e chamadas de Ìyánifá,
mulher que tem o
conhecimento sobre Ifá. Da mesma forma, a iniciação não transforma uma
pessoa de imediato
em um sacerdote ou sacerdotisa.
Se uma cerimônia de iniciação pode ser feita para um bebe, um garoto de
cinco anos ou
adolescente de 12 anos, isso não significa que ele já se torna um sacerdote
imediatamente.
Assim também acontece com um adulto que passem pela iniciação, o mesmo
ainda
necessitará ser bem orientado, treinado e testado, antes de possuir o domínio
e se tornar um
sacerdote em qualquer que seja o culto de Òrìsà em que foi iniciado. Na
Nigéria, tanto os Reis
como vários tipos de chefes e os homens de negócios, necessitam de
iniciação primeiramente
em Ifá, recebendo o assentamento de Orunmila-Ifa para cultuá-lo,
acompanhado de ÈsúÒdárà.
Mas, receber Orunmila-Ifá e Èsù, não significa que já são sacerdotes.
Inicialmente, serão
apenas Òmò-Ifá, Awotun ou Òmò-Awo. A partir de então, necessitará de
empenhos, um bom
tempo para estudo e a observação do seu sacerdote, concomitantemente
poderá ir recebendo,
gradativamente, os seus objetos consagrados, isso com muita calma.
AWO EDE IFÁ
MINI DICIONÁRIO De IFÁ
Aboru aboye Aboshishé = Principal saudação usada entre os iniciados e
sacerdotes do Ifá.
Significando: ―Que meu sacrifício possa ser aceito e abençoadoǁ.
Agbamaté = Nome dado àquele que recebe alguns Ikin-Ifá, sem iniciação
(sem raspar),
utilizando-o somente para cultuar Òrúnmilà, na finalidade exclusiva de
proteção e boa sorte
pessoal. Uma rara e prestigiosa possibilidade para quem o recebe, apenas
através da
imposição de 16 Ikin sobre a cabeça, isso após ter recebido consagração.
Agbònniregun = Nome do topo da palmeira, o avô mítico de Òrúnmilà. Do
topo da Palmeira
se extrai as folhas novas e são usadas nos novos iniciados como marca de
mais um novo
descendente de Agbonniregun, mais um novo Òmò-Ifá.
Ibari = Bolsa sagrada usada pelo Babalawo para carregar Opele ou Ikin.
Akapo = Nome de um devoto tesoureiro do Ifá.
Akawoleri = Um tipo de folha usada para lutar. Coloca-se a folha sobre a
cabeça de uma
pessoa e a mesma chora.
Apetebii = Palavra que se refere à mulher que curou a sua mãe da lepra ao se
casar com
Orunmila, depois, este título foi dado a todas as mulheres casadas com um
Babalawo, a
esposa do sacerdote de Ifá.
Airagbokefonun = O trovão que ressoa nas alturas.
Asedo = Nome da cidade mítica, aonde Òrúnmilà curou uma mulher leprosa
e deu-lhe filhos;
Mulher que mendigou para um sacerdote de Ifá e foi batizada como Apetebi
ao se casar com o
mesmo.
Asoso = O nome de um pássaro.
Awogidá = Prato de barro, fundo e largo, muito usado para receber oferendas
dedicadas à
uma divindade.
Awojé = Prato comum. Prato de refeição.
Awokonkun yungba – Um tipo de pássaro.
Awokoto = Bacia de barro ou cabaça.
Awogida = Prato fundo de barro para Sacrifícios e oferendas.
Ayanmo = Destino; é impossível para qualquer um rejeitar seu carma sobre a
terra.
Babalawo = Pai da palmeira sagrada, chamada Ope Ifa. Essa é especial e
diferente, pois seus
coquinhos possuem três, quatro ou cinco olhos, enquanto as palmeiras
comuns fornecem
coquinhos comuns possuindo apenas dois olhos.
Dida Owo = Previsões feitas batendo os Ikin com as mãos. Jogo de ikin com
as mãos durante
o processo de consulta a Ifá.
Edu = Outro nome de Òrúnmilà.
Eba-Idé = Nome dado a Pulseira de bronze usada em Ifá como símbolo da
eterna união de Ifá
com Òshún.
Ebu-Ifá = Pó preto consagrado como algum tipo de magia de Ifá.
Egun-Pin = A maldição parou, cessou.
Eguntan = Palavra que se refere ao Fim da Maldição.
Eja-Ifá = Peixe oferecido à Ifá.
Elegan = Aqueles que não vêem Odu durante uma cerimônia de Ifa.
EIerii-Ipin – A testemunha do destino; um nome de louvor a Ifa.
Epo = Azeite de Palma (o óleo de dendê bem limpo).
Esè'ntaye = Nome da cerimônia executada três a nove dias após o nascimento
de uma
criança, quando é feita a previsão de Ifá para se conhecer o Odù original, o
futuro e as
interdições do recém-nascido. Serve também para se saber se a criança é a
reencarnação de
algum dos Avôs ou Bisavôs; quando o Pé do recém nascido é fixado no
mundo. Uma
cerimônia para se saber o futuro e a possibilidade de ser uma reencarnação de
um dos
antepassados da criança.
Iba = Saudação.
Ibáàshè = Que isto seja aceito!
Idileke = O nome de Odù-Ifá; um dos menores Odu Ifa.
Idikaa = O nome de um Odù-Ifá com 71 capítulos.
Ifá = Palavra referente ao ―conhecimento geralǁ. A sabedoria que
Olodumare deu a Õrúnmilà
e que abrange todas as coisas existentes no universo: Nome do Orisa da
sabedoria; Nome da
primeira sociedade religiosa existente na face da terra.
Ifà = Atrair.
Ifa = Jogo de aposta.
Ifé Ooyelagbomoro = Existem várias Ile-Ifé. Esta é aquela que foi salva da
destruição no
Além. No mundo é a ―cidade do amorǁ, local onde o culto de Ifá foi fixado
na Nigéria, após
ter descido do Egito, e assim é até hoje!
Ijero = Local sagrado e calmo situado no Além. Na terra é o nome da Cidade
que faz fronteira
com Ekiti, no estado de Ondò, Nigéria.
Ijuba = Oração de Saudações.
Ikéké-Ifá = Altar de Ifá.
Ikéké-Orisa = Altar de um Orisa.
Ikin = Qualquer coquinho de palmeira sagrada.
Ikin-Ifa = O coquinho sagrado extraído da palmeira de Ifá.
Ipin-Iyalorisa = Ato de apagar a luz de Òdu, uma cerimônia feita durante a
consagração de
uma Iyalorisa.
Irò = Tecido muito comprido, usado para envolver na cintura de mulheres ou
homens, em
reverencia à Iyaami, se nivelando com o principio feminino, na finalidade de
não ser rejeitado
pelas Èlèyè.
Iroke = Nome de uma sineta feita em madeira, exclusivamente usada no culto
de Ifá, servindo
para evocação ou tocar a bandeja durante o processo de consulta.
Irofá = Nome do bastão de Ifá, usado para evocação e fixar lado Ire de um
Odù ao batê-la no
Opon-Ifá.
Irukere = Bastão coberto de pelos de cavalo, branco ou preto. Um dos
símbolos da
supremacia e domínio de Ifá no mundo sobrenatural e físico. Enquanto o
branco representa a
realeza de Obatala sobre todos os Orisa.
Irunmale – Nome dado às Duzentas divindades que descem do Além para a
terra.
Ìyágbere / Agbere = Nome da contraparte feminina de Èshù, considerada
como esposa
mitológica de Èshù, cultuada à esquerda no assentamento de Èshù. Algumas
vezes, chamada
de Ogogoro.
Ìyáworoko = Nome da fonte geradora de Èsù, considerada como a mãe
mitológica de Èshù,
cultuada sempre na parte de trás do assentamento do mesmo. Algumas vezes,
é chamada de
Èlèguwá, porém não dá transe como Orisa.
Ìyálàsé = São mulheres que tomam conta do Ajere que guarda os Ikin-Ifa do
Babalawo. Essas
mulheres não possuem qualquer treinamento formal para se tornarem
sacerdotisas de Ifá, elas
apenas zelam pelo recipiente sagrado do Babalawo, e até de muitos outros
Orisa.
Ìyánifá = Nome dado à qualquer mulher que iniciou/casou com Ifá, na
finalidade de
desempenhar uma função dentro do Ilê-Ifá, ou estudar e desempenhar a arte
do Ifá-Ekuró/
Ifálokun (16 búzios). Algumas chegam até possuir o conhecimento sobre os
16 Odù e sobre o
universo dos Orisa.
Iyawo = Condição de uma mulher como esposa de um sacerdote de Ifa; assim
é também
designada qualquer pessoa no momento em que esteja passando pelo período
de iniciação em
Ifá ou em Orisa.
Iyò = Sal refinado.
Iwure = Oração diária pela manhã. Súplica de proteção, boa sorte e
manifestação do Ashé.
Kiki = Palavra e forma de Oração em Homenagem à um Orisa
Òbàrà Òsè – nome do 120º Odù Ifá; outro nome do Odu Ifa.
Obi = Fruto do nascimento, consagração e amizade.
Òdu = Nome do Òrìsà que é a Mãe de todos os destinos, a enigmática e
secreta esposa de Ifá.
Odù-Ifá = Palavras sagradas que saem da boca de Olodumare para Òrúnmilà,
na forma de
256 códigos e inúmeras biografias, expostas através do Oraculo-Ifá (Ikin ou
Opele).
Oberó = Panela de barro, pertencente ao culto das Iyaami.
Ogbe yonu = O nome do 24º Odu Ifa; um Òmòdù.
Ogbegii = A filha mítica de Òrúnmilà.
Ogunda-Eerin = Ogundalonrin, nome do 142º Odu Ifa, um Odu menor.
Ohuntè-Alè = Ato de riscar um Odù-Ifá diretamente na terra; a fim de
conhecer cada um dos
Odu e aprender marcá-los no Opan.
Òjò-Osè-Ifá = Dia especial, sagrado, que marca o início da semana de culto à
IFÁ.
Òjò-Òshún = Dia especial de culto ao Òrìsà Òshún. Geralmente no 2° dia
após o dia de culto
àIfá, realizado de 21 em 21 dias
Òjò-Èsù = Dia especial de culto à Èshù. Geralmente realizado
simultaneamente com Ifá,
quando executado por um Iniciado em Ifá. Ou de 17 em 17 dias realizados
pelos filhos de
Èsú.
Òjò-Òbátálà = Dia especial de culto à Obatala. Geralmente de 16 em 16 dias.
Òjò-Ilé = Dia especial de culto aos Ancestrais. Geralmente no 3° dia da
semana de Ifá.
Òjòborì = Dia especial de culto à Orì. No 4° dia da semana de Ifá.
Ojomode = Uma semana curta.
Okara-Èbo = Processo de aprendizado de como se faz uma oferenda.
Oke-Ipori = Uma referencia aos dedões dos Pés, igualmente as raízes da
Palmeira, parte de
culto ao alto Ancestral de Òrúnmilà, onde se cultua um antepassado
legitimado.
Okika = Um tipo de árvore cujos frutos são comestíveis, chamada também de
Igi-Yeye.
(Cajá)
Olodu = Uma referencia aos 16 Odù-Meji, àqueles que são os 16 primeiros
sacerdotes de Ifá,
vistos como superiores, mas um provérbio diz: ―Tanto Elegan quanto Olodu
pertencem ao
mesmo antepassadoǁ.
Olodunmare = Nome de referencia à ―Fonte suprema criadora de tudoǁ, e de
todos os
destinos. No ocidente é conhecido como o Deus Patriarcal, respeitado como o
Todo Poderoso.
Olofin = Também conhecido como Òduwa; é proibido à uma mulher vê-la,
cultuá-la ou
recebê-la como Orisa e qualquer tipo de relação.
Oluweri = ―Aquela que purifica as cabeças no rioǁ. Outro nome da
Divindade dos rios,
Òshún.
Òmò-Àwo = Nome que se dá ao homem que se torna discípulo do Ifá, aquele
que foi
permitido estudar para se tornar um sacerdote de Ifá;
Ooyilagbemoro = Nome da comunidade de pessoas em Ile-Ife;
Òpè = A palmeira sagrada para Ifá.
Oriki = Exaltação. Uma forma de exaltar os atributos de um Orisa.
Òrúnmilà = O sagrado e mais antigo nome do Profeta Divino; seu nome
significa: ―Só o
além sabe quem será salvo!ǁ.
Oshetura = É o nome do 239º Odù Ifá, porém por prestigio passou à ser o 17°
Odù Ifá, o
mais velhos entre os 240 Òmòodù.
Òshúnmilàyá = Principal nome de Òshún como primeira esposa de Òrúnmilà.
Òshúnmilèyò = Outro nome de Õsún como esposa de Õrúnmilà, significando:
―Aquela que é
fonte de pureza e de dinheiro dentro de casaǁ. Outro nome de Õshún dentro
do culto de Ifá.
Òshún = A divindade dos rios: Aquela que abençoa a mulher estéril para que
tenha filhos: A
única mulher mitológica entre as primeiras divindades que Olodumare enviou
à este planeta.
Osè-Ifá = Culto semanal à Ifá, o qual é rigorosamente executado de 05 em 05
dias.
Ósin = Águia que come peixes (aypohiera angolensis).
Osùn-Ifá = O bastão sagrado de Ifá. Símbolo da retidão, honestidade,
ancestralidade e
proteção do Babalawo.
Owonrinwofun = O nome do 106º Odù Ifá.
Otin-Olojé = Gim. Também chamado de Otin-Èbò.
Oyeku-Meji = O segundo mais importante Odù Ifá. Gênero feminino, esposa
de Ifá.
Associada ao crepúsculo do Sol, ao passado, antepassado, reencarnação, ao
mar, os
antepassados, a morte, o fim dos ciclos. Odù que responde pelas cabeças dos
falecidos.
Oyin = Mel puríssimo
Pin-Pin-Pin-Lomo-Odo-Segun = Terminou, terminou, este é o som do pilão.
Woso-woso = Um tipo de pássaro africano.

Autor: Chief Oluo Ifayemi Alaara.

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