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DIRETORIA DE ENSINO
CENTRO DE ENSINO
CURSO DE GERENCIAMENTO DE CRISES
A vida do bandido que quis transformar sua biografia num autêntico filme policial
chegou ao fim às 7h20 da segunda-feira 9. Leonardo Rodrigues Pareja, 22 anos, foi
assassinado no final de um corredor do Centro Agroindustrial de Goiás (Cepaigo) por um
grupo de presidiários que desferiu uma facada e disparou sete tiros à queima-roupa com
uma pistola automática calibre 45. O final infeliz de Pareja era desejado pelos
personagens principais da trama que ele mesmo armou. Nos últimos 15 meses, o
assaltante goiano ridicularizou a polícia em fugas espetaculares e, dentro do Cepaigo,
passou a incomodar os companheiros de prisão com seu comportamento de estrela. Nos
depoimentos que prestaram após a execução, os assassinos afirmaram que praticaram o
crime porque Pareja fez papel de dedo-duro e delatou à direção do presídio um plano de
fuga dos detentos. "Estávamos cansados de ser humilhados por ele", desabafou
Eurípedes Dutra, autor dos tiros. "Aqui dentro estou seguro, tenho o controle completo de
minha vida", disse Pareja em entrevista concedida ao SBT dez dias antes de morrer.
Com tantos lances cinematográficos na vida real e até no próprio enterro, Pareja
vai ressuscitar nas telas em um longa-metragem dirigido pelo ator Reginaldo Farias, que
encarnou o bandido Lúcio Flávio Villar Lírio numa produção do final da década de 70. Tão
espetacular quanto à história de Lúcio Flávio, o passageiro da agonia, o roteiro do filme
policial de Pareja contou com a colaboração do personagem principal ao longo do últimos
meses. Admirador de Al Pacino, Pareja inspirou- se no filme Scarface para levar sua vida
bandida. "Ele era um bandido cruel e humano ao mesmo tempo", dizia Pareja, o menino
classe média, que falava inglês e teve aulas de piano, mas escolheu como cenário o
mundo do crime.