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o
Organizadora: Editora Moderna
Obra coletiva concebida, desenvolvida
e produzida pela Editora Moderna.
ANO
Editoras responsáveis:
Natalia Leporo
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Mônica Torres Cruvinel
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Fernanda Pereira Righi Fu
In
o
nd n os
am e
ntal • A
ISBN 978-85-16-11018-5
9 788516 110185
Editoras responsáveis:
Natalia Leporo
Licenciada em Ciências da Natureza pela Universidade de São Paulo.
Mestra em Ciências, programa: Ensino de Ciências, pela Universidade de São Paulo. Editora.
Tipo: INTERDISCIPLINAR
Componentes curriculares: CIÊNCIAS, HISTÓRIA E GEOGRAFIA
MANUAL DO PROFESSOR
1a edição
1 3 5 7 9 10 8 6 4 2
1 PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed.
São Paulo: Cortez, 2009. p. 118.
2 JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
3 Para ensinar e aprender Geografia... op. cit. p. 151-152.
IV
Uma delas, mais relacionada à discussão epistemológica, produziu avanços ao explorar aquele con-
ceito como um diálogo integrativo entre diferentes disciplinas, entendidas como campos do conhe-
cimento. A outra perspectiva refere-se aos desenvolvimentos relacionados ao currículo da educação
básica, na forma de estratégias para a integração entre disciplinas, aqui entendidas como as matérias do
currículo escolar. É importante destacar que, ao representar um princípio de integração das disciplinas
escolares, a ideia de interdisciplinaridade vai estabelecer um modo de pensar e produzir o currículo
escolar que contrasta com a tendência tradicional de recorte e especialização do conhecimento.
4 BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais e
ética. Brasília: MEC/SEF, 1997. v. 8.
5 GARCIA, Joe. A interdisciplinaridade segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais. Revista de Educação Pública, Cuiabá,
v. 17, n. 35, p. 363-378, p. 365, set.-dez. 2008.
6 SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade. Porto Alegre: Artmed, 1998.
7 Interdisciplinaridade e patologia do saber... op. cit. p. 74.
Pensar e agir interdisciplinarmente não é fácil, pois passar de um trabalho individual e solitário, no
interior de uma disciplina escolar, para um trabalho coletivo faz emergirem as diferenças e as contradições
do espaço social que é a escola. O pensar interdisciplinar vai à busca da totalidade na tentativa de articular
os fragmentos, minimizando o isolamento nas especializações ou dando novo rumo a elas e promovendo
a compreensão dos pensamentos e das ações desiguais, a não fragmentação do trabalho escolar e o reco-
nhecimento de que alunos e professores são idealizadores e executores de seu projeto de ensino.
8 JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de Filosofia. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1991.
9 Globalização e interdisciplinaridade... op. cit.
10 LEFF, Enrique. Complexidade, interdisciplinaridade e saber ambiental. In: PHILIPPI JÚNIOR, Arlindo (Org.).
Interdisciplinaridade em Ciências Ambientais. São Paulo: Signus, 2000. p. 22-50.
11 Para ensinar e aprender Geografia... op. cit. p. 149-150.
12 LEIS, Héctor Ricardo. Sobre o conceito de interdisciplinaridade. Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas,
Florianópolis, n. 73, p. 2-23, ago. 2005.
13 THIESEN, Juares da Silva. A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-aprendizagem. Revista
Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 13, n. 39, p. 545-554, dez. 2008.
14 Para ensinar e aprender Geografia... op. cit.
VI
15 FAZENDA, Ivani C. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. São Paulo: Loyola, 1979.
16 FAZENDA, Ivani C. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus, 1994.
17 Para ensinar e aprender Geografia... op. cit.
18 BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no 9.394/96. Artigo 1o.
Brasília: MEC, 1996.
19 Parâmetros Curriculares Nacionais... op. cit. p. 17.
VII
20 FAZENDA, Ivani C. (Org.). Didática e interdisciplinaridade. 3. ed. Campinas: Papirus, 1998. p.117.
21 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Terceira Versão. Brasília: MEC, 2017. p. 17.
VIII
IX
[...] cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às escolas, em suas respectivas esferas de
autonomia e competência, incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a abordagem de temas
contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmente de
forma transversal e integradora. Entre esses temas, destacam-se: direitos das crianças e adolescentes
[...], educação para o trânsito [...], preservação do meio ambiente [...], educação alimentar e nutricio-
nal [...], processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso [...], educação em direitos hu-
manos [...], bem como saúde, sexualidade e gênero, vida familiar e social, educação para o consumo,
educação financeira e fiscal, trabalho, ciência e tecnologia e diversidade cultural [...].
Outro aspecto importante a ser trabalhado nos primeiros anos do ensino fundamental
é a alfabetização científica35. Segundo Lúcia Sasseron e Ana Maria Carvalho36, a alfabe-
tização científica é “a compreensão básica de termos e conceitos científicos fundamen-
tais, a compreensão da natureza da ciência e dos fatores éticos e políticos que circundam
sua prática e o entendimento das relações existentes entre ciência, tecnologia, sociedade
e meio ambiente”. Uma das metodologias mais defendidas para a promoção da alfabeti-
zação científica é o ensino por investigação, na qual os problemas podem ser resolvidos
a partir de questionamentos, elaboração de hipóteses, trocas de informações e sistema-
tizações de ideias. Nesse sentido, Leonir Lorenzetti e Demétrio Delizoicov37 afirmam que
a alfabetização científica é o processo pelo qual a linguagem das ciências adquire signi-
ficado e o indivíduo amplia o seu universo de conhecimento, a sua cultura, se inserindo
na sociedade como cidadão.
Por fim, destaca-se a importância do processo de alfabetização em todas as áreas do
conhecimento nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Nos documentos oficiais mais
recentes, a abordagem da alfabetização é um dos motivos para a ampliação do Ensino
Fundamental para nove anos, buscando promover a alfabetização também nas áreas do
conhecimento, como contextos para a ampliação do processo de letramento.
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
* As diferentes tonalidades de cor se referem às diferentes unidades temáticas do componente curricular Ciências.
Os vínculos pessoais: as
O mundo da tecnologia: a O que forma um povo?:
diferentes formas de
integração de pessoas e as da sedentarização aos
organização familiar e as
exclusões sociais e culturais primeiros povos
relações de amizade
Os processos migratórios
O “Eu”, o “Outro” e os
para a formação do Brasil:
A noção do “Eu” e do diferentes grupos sociais As formas de organização
A escola e a diversidade do os grupos indígenas, a
“Outro”: comunidade, e étnicos que compõem a social e política: a noção
grupo social envolvido presença portuguesa e
convivências e interações cidade: os desafios sociais, de Estado
a diáspora forçada dos
entre pessoas culturais e ambientais da
africanos
cidade em que se vive
Os processos migratórios
O papel das religiões e da
do final do século XIX e
cultura para a formação
início do século XX no
A vida em família e os dos povos antigos
Brasil
diferentes vínculos e
configurações As dinâmicas internas de
migração no Brasil, a partir
dos anos 1960
* As diferentes tonalidades de cor se referem às diferentes unidades temáticas do componente curricular História.
Território e diversidade
O modo de vida das Convivência e interações Dinâmica populacional
cultural
crianças em diferentes entre pessoas na
lugares comunidade A cidade e o campo: Processos migratórios no
aproximações e Brasil
Diferenças étnico-
diferenças -culturais e desigualdades
Riscos e cuidados nos Instâncias do poder
Situações de convívio em sociais
meios de transporte e de público e canais de
diferentes lugares
comunicação participação social
Experiências da
Relações campo e cidade
comunidade no tempo
Paisagens naturais
Ciclos naturais e a vida Unidades político- Território, redes e
e antrópicas em
cotidiana Mudanças e -administrativas do Brasil urbanização
transformação
permanências Territórios étnico-
-culturais
(continua)
XXI
Trabalho no campo
Diferentes tipos de Tipos de trabalho e na cidade Trabalho e inovação
trabalho existentes no em lugares e tempos Matéria-prima e indústria
Produção, circulação e tecnológica
seu dia a dia diferentes
consumo
Mapas e imagens de
Sistema de orientação
satélite
Localização, orientação e Representações
Pontos de referência Representação das
representação espacial cartográficas Elementos constitutivos
cidades e do espaço
dos mapas
urbano
Produção, circulação e
Qualidade ambiental
consumo
Os usos dos recursos
Condições de vida nos Preservação e Diferentes tipos de
naturais: solo e água no
lugares de vivência Impactos das atividades degradação da natureza poluição
campo e na cidade
humanas Gestão pública da
qualidade de vida
*As diferentes tonalidades de cor se referem às diferentes unidades temáticas do componente curricular Geografia.
O domínio da linguagem
A importância da proficiência em Língua Portuguesa e o papel central da escola em seu
ensino são enfatizados nos Parâmetros Curriculares Nacionais47:
O domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é por
meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, parti-
lha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. Assim, um projeto educativo comprometido com
a democratização social e cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a todos os
seus alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável
de todos.
XXII
Leitura
Antecipar informações e acionar os conhecimentos que se tem sobre o assunto em pauta
são capacidades leitoras importantes para a formação do leitor proficiente. Nesta coleção,
esse aspecto é trabalhado não apenas com base em textos verbais, mas também na leitura
de imagens. O objetivo é auxiliar o aluno a perceber que as diferentes linguagens (verbal e
não verbal) se relacionam na construção do sentido global.
Também nesse sentido, os textos de apresentação dos conteúdos têm estrutura clara e
linguagem concisa e acessível aos alunos. As atividades são voltadas à compreensão e à
reflexão sobre os conteúdos.
Escrita
A proposta de produção textual está pautada em procedimentos de leitura e análise da
estrutura textual. Esse trabalho ocorre especialmente na seção “Para ler e escrever melhor”.
No entanto, ao longo da unidade, há propostas de produção de pequenos textos de circu-
lação social, como bilhete, cartaz e resultado de pesquisa.
Oralidade
O trabalho com a oralidade é favorecido especialmente na abertura das unidades, por
meio de atividades de leitura de imagens e de ativação de conhecimentos prévios relaciona-
dos aos temas que serão abordados.
Há também outras situações de comunicação oral em que o aluno realiza relatos, expo-
sições, argumentações, entrevistas, entre outros gêneros orais.
Nesse trabalho, objetiva-se levar o aluno não apenas a perceber a importância da orga-
nização das ideias para a eficácia na comunicação e a defesa do seu ponto de vista, mas
também a adotar atitudes e procedimentos em momentos de interação, como o uso de lin-
guagem adequada à situação de comunicação, seja ela formal ou informal, a escuta atenta
e o respeito à opinião dos colegas.
Assim, os alunos partilham seus pontos de vista, organizam o pensamento e agregam
informações novas ao seu repertório. Daí a importância de encorajar os alunos a trocar infor-
mações em um ambiente em que se estabeleça, como princípio básico, o respeito à diversi-
dade de opiniões.
XXIV
[...] elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino; conjunto de ações cujo objetivo é o ajuste
e a orientação da intervenção pedagógica para que o aluno aprenda da melhor forma; conjunto de ações
que busca obter informações sobre o que foi aprendido e como; elementos de reflexão contínua para o
professor sobre sua prática educativa; instrumento que possibilita ao aluno tomar consciência de seus
avanços, dificuldades e possibilidades; ação que ocorre durante todo o processo de ensino e aprendiza-
gem e não apenas em momentos específicos caracterizados.
Conforme propõe Cipriano Carlos Luckesi56, uma boa avaliação deve ter três passos fun-
damentais: o diagnóstico, a comparação do nível de desempenho com o que é necessário
ensinar e a tomada de decisão para que se atinjam os resultados almejados. Para obter os
resultados almejados, os processos de avaliação devem adotar uma diversidade de instru-
mentos avaliativos, tais como roteiros de observação, seminários, questionários, mapas e
esquemas conceituais, assim como a aplicação de testes e provas.
Vale destacar também que a avaliação é um processo essencial para o aluno, permitin-
do identificar os avanços e os aspectos que necessitam de maior atenção. Por isso, como
destaca Basil Bernstein57, é preciso que as regras avaliativas estejam claras para os alunos,
para que o processo avaliativo não seja excludente e propicie a reflexão sobre a realidade
escolar e as intencionalidades dos sujeitos participantes do ensino e da aprendizagem,
garantindo que possa haver subsídios para a tomada de decisão, rumo à efetivação da
escola para todos.
53 HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001.
54 ESTEBAN, Maria Tereza. O que sabe quem erra?: reflexões sobre avaliação e o fracasso escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
55 BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares
nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. p. 56.
56 Avaliação da aprendizagem na escola... op. cit.
57 BERNSTEIN, Basil. Classes e pedagogia visível e invisível. Cadernos de Pesquisa. Fundação Carlos Chagas, n. 49. 1984.
XXV
Abertura da unidade
Cada unidade inicia-se em uma dupla de páginas com imagens que procuram estimular
a imaginação e motivar o aluno a expressar e a expandir seus conhecimentos prévios sobre
os assuntos que serão tratados na unidade.
As questões propostas na seção “Vamos conversar” levam o aluno a fazer a leitura
das imagens, resgatando e comparando ideias e conhecimentos anteriores. O objetivo é
estabelecer conexões entre sua experiência e interesses e estratégias que provoquem e ar-
ticulem o seu pensamento. Trata-se de conectar o que ele já sabe com o que vai aprender.
A seleção de conteúdos
A seleção de conteúdos, bem como o modo como são abordados, foram norteados por
três aspectos: a proximidade dos conteúdos com o universo do aluno, a adequação à faixa
etária e o potencial de interdisciplinaridade entre Ciências, História e Geografia. Vale lembrar
que esses conteúdos não se esgotam no livro didático, devendo ser readequados pelo profes-
sor, de acordo com sua prática pedagógica e com a realidade da escola e do grupo de alunos.
Os conteúdos são apresentados em capítulos com textos expositivos, em linguagem ade-
quada a cada faixa etária. Os capítulos expõem as informações de forma organizada, clara e
objetiva. As informações, por sua vez, estão agrupadas em subtítulos, o que facilita a leitura
e a compreensão do texto.
Ao longo dos volumes há o cuidado em esclarecer e exemplificar o conteúdo específico.
Os termos e conceitos mais complexos são introduzidos gradualmente, com explicações e
exemplos. Há também o glossário no final de cada volume que auxilia na compreensão de
termos utilizados nos textos. Também são apresentadas imagens, como fotografias, ilustra-
ções, esquemas e mapas, com legendas que oferecem informações complementares.
Os conteúdos conceituais são acompanhados de atividades cujo objetivo é levar o aluno
a trabalhar diferentes habilidades. Algumas atividades propostas são de ordem experimen-
tal, por meio delas o aluno pode trabalhar também as práticas de investigação científica:
observação, pesquisa, leitura e execução de um texto instrucional, registro, levantamento
de hipóteses e experimentação.
À medida que adquire familiaridade com o trabalho científico, ele pode perceber como
o conhecimento é construído.
Os pontos de integração entre Ciências, História e Geografia
Nesta coleção, a abordagem interdisciplinar ocorre por meio de unidades temáticas,
que procuram desenvolver os conhecimentos básicos de Ciências, História e Geografia.
Nestas unidades é possível observar alguns pontos de integração entre as disciplinas.
Na unidade O ambiente e os seres humanos, o ambiente é trabalhado a partir de seus
componentes, naturais ou construídos, considerando aspectos da formação do relevo e
da vegetação. Estudam-se relações dos seres vivos entre si e destes com o ambiente, con-
siderando noções de cadeia alimentar, fluxo de energia e ciclo de matéria. Trabalham-se
ainda os vestígios da vida dos seres humanos e de hominídeos que os antecederam por
meio de aspectos históricos e geográficos do surgimento dos hominídeos e de passagens
importantes para a sua preservação, reprodução e desenvolvimento, como a capacidade
de trabalhar sobre instrumentos de pedra e de controlar o fogo.
Na unidade O comércio e as rotas são abordados aspectos do desenvolvimento das pri-
meiras civilizações fluviais, a importância da relação entre estas e a água, do domínio de
tecnologias de cultivo, pecuária, transporte, do domínio da transformação do metal e do
XXVIII
58 BRITTO, Luiz Percival Leme. Sociedade de cultura escrita, alfabetismo e participação. In: RIBEIRO, Vera Magalhães (Org.).
Letramento no Brasil, reflexões a partir do INAF 2001. 2. ed. São Paulo: Global, 2004. p. 50-51.
XXIX
7. Sugestões de leitura
As sugestões a seguir fornecem subsídios teóricos e metodológicos à prática docente.
ALMEIDA, Rosângela Doin de. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola.
2. ed. São Paulo: Contexto, 2003.
ANGOTTI, José André; PERNAMBUCO, Marta Maria. Ensino de Ciências: fundamentos
e métodos. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2003.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2001.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Terceira Versão.
Brasília: MEC, 2017.
. Ministério da Educação. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a
inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília: Secretaria de Educação Básica, 2007.
. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF,
1997. v. 1, 5, 8, 9 e 10.
. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: 1o e 2o ciclos do
Ensino Fundamental. Ciências Naturais. Brasília: MEC/SEF, 1997.
CACHAPUZ, António; GIL-PEREZ, Daniel; CARVALHO, Ana Maria Pessoa; PRAIA, João;
VILCHES, Amparo (Org.). A necessária renovação do ensino das ciências. São Paulo:
Cortez, 2005.
CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (Org.). Domínios da História: ensaios de
teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org.). Ensino de Geografia: práticas e textualizações
no cotidiano. 3. ed. Porto Alegre: Mediação, 2003.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos et al. (Org.). Geografia em sala de aula: práticas e
reflexões. 3. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS/ Associação dos Geógrafos Brasileiros –
Seção Porto Alegre, 2001.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia e práticas de ensino. Goiânia: Alternativa,
2002.
. Geografia, escola e construção do conhecimento. Campinas: Papirus, 1998.
CARVALHO, Ana Maria Pessoa (Org.). Ensino de Ciências: unindo a pesquisa e a prática.
São Paulo: Cengage Learning, 2009.
XXX
8. Bibliografia
BEAUCHAMP, Jeanete; PAGEL, Sandra Denise; NASCIMENTO, Aricélia Ribeiro do (Org.).
Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos
de idade. Brasília: MEC/SEB, 2007.
BERNSTEIN, Basil. Classes e pedagogia visível e invisível. Cadernos de Pesquisa. Fundação
Carlos Chagas, n. 49, 1984.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Terceira Versão.
Brasília: MEC, 2017. p. 17.
. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação
Básica. Brasília: MEC/SEB/DICEI, 2013.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de diretrizes e bases da Educação Nacional
no 9.394/96. Artigo 1o. Brasília: MEC, 1996.
. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
apresentação dos temas transversais e ética. Brasília: MEC/SEF, 1997. v. 8.
. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. p. 56.
. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua
Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997. v. 2. p. 21.
BRITTO, Luiz Percival Leme. Sociedade de cultura escrita, alfabetismo e participação. In:
RIBEIRO, Vera Magalhães (Org.). Letramento no Brasil: reflexões a partir do INAF 2001.
2. ed. São Paulo: Global, 2004. p. 50-51.
CORSINO, Patrícia. As crianças de seis anos e as áreas do conhecimento. In: BEAUCHAMP,
Jeanete; PAGEL, Sandra Denise; NASCIMENTO, Aricélia Ribeiro do (Org.). Ensino
fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade.
Brasília: MEC/SEB, 2007. p. 57-68.
ESTEBAN, Maria Tereza. O que sabe quem erra?: reflexões sobre avaliação e o fracasso
escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
FAZENDA, Ivani C. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou
ideologia. São Paulo: Loyola, 1979.
. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus, 1994.
(Org.). Didática e Interdisciplinaridade. 3. ed. Campinas: Papirus, 1998, p.117.
GARCIA, Joe. A interdisciplinaridade segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais.
Revista de Educação Pública, Cuiabá, v. 17, n. 35, p. 363-378, set.-dez. 2008. p. 365.
XXXII
XXXIII
* BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Terceira Versão. Brasília: MEC, 2017.
XXXIV
XXXV
Educação em valores
Sugestão de atividade
Orientações e
encaminhamentos para Sugestões de atividades
trabalhar atitudes, valores e extras para fixar,
temas contemporâneos. aprofundar ou ampliar
assuntos abordados.
XXXVI
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XXXIX
XL
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Planaltos: são terrenos altos, variando de planos (chapadas) a ondulados (colinas, morrotes e
morros). Os planaltos típicos são sedimentares ou basálticos, mas existem os de estrutura dobrada
(superfícies aplainadas, soerguidas e pouco reentalhadas).
Montanhas: são terrenos altos e fortemente ondulados [...].
FLORENZANO, Teresa G. Introdução à geomorfologia. In: FLORENZANO, Teresa G. (Org.).
Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. p. 12-13. (Título adaptado.)
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Educação em valores
É fundamental sensibilizar os
alunos em relação à importância
da água em nosso cotidiano, para
que eles se tornem conscientes em
relação à necessidade de preserva-
ção e ao consumo racional desse
recurso por meio da adoção de
atitudes sustentáveis. Aproveite
o momento para promover con-
de nitrogênio, amônio e dióxido de carbono], que contribui para a degradação da vegetação e da versas nesse sentido e incentivar o
vida aquática. bom uso da água entre os alunos.
• Assoreamento: acúmulo de substâncias minerais (areia, argila) ou orgânicas (lodo) em um corpo
d’água, o que provoca a redução de sua profundidade e de seu volume útil.
COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. A urbanização e os efeitos da poluição da
água. Disponível em: <http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=6&proj=sabesp&pub=T&nome=
documento_noticias&db=&DOCID=033EEE26807AB31B832571CA004504C4>. Acesso em: 14 dez. 2017.
(Título adaptado.)
17
Os biomas
O bioma Amazônia abrange uma área de 4,2 milhões de km2 (49,3% do território nacional).
É formado principalmente por florestas densas e abertas, porém abriga uma diversidade de outros
ecossistemas, como florestas estacionais, florestas de igapó, campos alagados, várzeas, savanas [...].
O Cerrado é o segundo maior bioma do país. Ocupa principalmente a região mais central do
Brasil e atinge cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados (24% do território). O Cerrado é uma das
savanas de maior biodiversidade do planeta e com grande concentração de espécies endêmicas. [...]
O bioma Mata Atlântica e seus ecossistemas associados envolvem uma área de 1,1 milhão de km2
(13% do território brasileiro). Contudo, em virtude de séculos de destruição ambiental, a área florestal
da Mata Atlântica foi reduzida a apenas cerca de 218 mil km2, altamente fragmentados. [...]
18
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Os saprótrofos
Os saprótrofos (organismos que utilizam matéria orgânica morta) não controlam a taxa com que
seus recursos se tornam disponíveis ou se regeneram; eles dependem da taxa com que alguma outra
força (senescência, doença, luta, queda das folhas das árvores) libera o recurso do qual vivem. [...]
Distinguem-se dois grupos de saprótrofos: decompositores (bactérias e fungos) e detritívoros
(animais consumidores de matéria morta). [...] De fato, é na ciclagem de nutrientes que os
decompositores e detritívoros desempenham seu papel fundamental.
BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. Porto Alegre: Artmed, 2007.
(Título adaptado.)
20
21
Na mata atlântica, a dispersão de sementes do jatobá é feita por roedores, que conseguem romper a
casca do fruto. Esse processo permite a germinação e a continuidade da espécie. Caso esses roedores
diminuam, alguns morcegos, que se alimentam do néctar do jatobá, também podem desaparecer. Já
no cerrado existe uma ave chamada curicaca, que come gafanhotos, aranhas, centopeias e ratos, entre
outros animais. Se as curicacas desaparecerem, haverá um descontrole biológico, já que pequenas
espécies nocivas poderão destruir plantações.
SALLA, F. Os impactos da extinção de espécies na cadeia alimentar. Revista Nova Escola.
Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/1181/os-impactos-da-extincao-de-especies-na-cadeia-alimentar>.
Acesso em: 18 dez. 2017. (Título adaptado.)
23
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[...] um método eficaz que possibilita uma prática significativa daquilo que está sendo aprendido.
Até mesmo o mais simplório dos jogos pode ser empregado para proporcionar informações factuais
e praticar habilidades, conferindo destreza e competência [...].
[...] A exploração do aspecto lúdico pode se tornar uma técnica facilitadora na elaboração de
conceitos, no reforço de conteúdos, na sociabilidade entre os alunos, na criatividade e no espírito de
competição e cooperação [...].
FIALHO, N. N. Os jogos pedagógicos como ferramentas de ensino. Revista do Congresso Nacional de Educação. v. 6,
2008/10, p. 12298-12306. (Título adaptado.)
25
Agricultores e sedentários
Novos estudos arqueológicos têm colocado à prova a visão tradicional sobre os povos indígenas
do tronco linguístico Jê que habitaram entre o sul de São Paulo e o norte do Rio Grande do Sul
na primeira metade do milênio passado. Escavações recentes feitas em sítios do planalto de Santa
Catarina indicam que esses grupos, dos quais descendem os índios das atuais etnias Kaingang e
Laklãnõ/Xokleng, eram mais do que caçadores-coletores que levavam uma vida nômade, sem local
de moradia fixa e hierarquia social definida. Eles também praticavam a agricultura e podiam viver
por longos períodos em casas subterrâneas, provavelmente para se proteger do frio da região. [...]
Outro sítio das terras altas catarinenses que reforça a hipótese de que os proto-Jê não eram nômades
e não viviam apenas da caça e da pesca é Bonin, no município de Urubici, perto de Lages, hoje um dos
lugares mais frios do Brasil. Nessa localidade, foi encontrada uma aldeia com 23 casas semissubterrâneas
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31
A evolução humana
Alguns marcadores são característicos de nossa humanidade, como, por exemplo, o andar bípede,
a capacidade de produzir linguagem, a comunicação precisa com outros indivíduos de nossa espécie
e o desenvolvimento da expressão simbólica. Portanto, devemos procurar no passado indícios da
origem de tais características, assim como explicar o que fixou essas inovações.
Podemos dizer que a história da linhagem que levou ao aparecimento da nossa espécie remonta
a aproximadamente 7 a 6 milhões de anos, no fim do período geológico conhecido como Mioceno.
Data dessa época um fóssil encontrado no deserto do Chade, no continente africano, pertencente a
uma espécie de primata cujas características anatômicas do crânio (com 350 cm3), como a posição do
forame magno, indicam já possuir postura bípede, ou seja, essa espécie já era capaz de se locomover
em terra sobre as duas pernas. [...]
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década de 1980 uma teoria alternativa para explicar a colonização das Américas. Segundo Neves
e Pucciarelli, há pelo menos 12 mil anos teriam posto pé no Novo Mundo as primeiras levas de
indivíduos semelhantes a Luzia, vindas da Ásia. Os mongoloides, também oriundos da Ásia, dos
quais descendem todas as tribos indígenas ainda hoje encontradas entre a Patagônia e o Alasca, só
teriam atingido o continente algum tempo depois. Ambas as populações utilizaram a mesma via de
entrada para as Américas, o estreito de Bering.
PIVETTA, Marcos. O novo mundo. Pesquisa Fapesp, n. 107, jan. 2005. p. 44. (Título adaptado.)
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Embora não se possa conhecer o verdadeiro conteúdo significativo desses signos, nem sequer
as motivações e circunstâncias reais em que eles foram realizados, o fato de serem expostos ao
olhar e de terem a condição de permanentes, leva a pensar que se trata de um tipo de expressão
gráfica de ideias que deveriam ser transmitidas e interpretadas por alguns grupos de indivíduos.
Neste sentido, a arte rupestre apresenta a intencionalidade como traço diferenciador, em relação aos
outros vestígios arqueológicos. Fica claro o propósito deliberado de deixar mensagens, por parte de
um indivíduo ou grupo, para que outros as pudessem decodificar.
MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA. Universidade Federal da Bahia.
Conhecendo a arte rupestre. Salvador, 2006. p. 3-4. (Título adaptado.)
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O domínio do fogo
Desde a antiguidade, o fogo deixa a humanidade com a pulga atrás da orelha. Como um elemento
difícil de explicar – e que não pode ser tocado – é capaz de assar a comida, nos aquecer e até destruir
áreas florestais gigantescas? […]
Os mistérios ao redor das chamas incentivaram filósofos, artistas e cientistas a buscar explicações
sobre a sua origem e a maneira como ocorre. As mesmas questões podem intrigar os alunos dos anos
iniciais do Ensino Fundamental. Por isso, vale começar com uma explicação mítica ou filosófica
para iniciar a exploração científica.
[…]
Para deixar clara a necessidade do ser humano de dominar a produção do fogo, a história pode
ser uma maneira de introduzir seu estudo para as crianças. “O avanço tecnológico permitiu que a sua
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Revolução neolítica
A base da agricultura, e, portanto, de todo o desenvolvimento histórico das sociedades humanas,
foi o capim. Isso pode soar absurdo, já que para a maioria de nós capim é aquela coisa inofensiva de
que são feitos os parques e jardins urbanos. Mas para perceber a verdade dessa afirmação, considere
o fato de que a agricultura é um pacote com dois componentes principais: o cultivo de plantas
domesticadas e a criação de animais domesticados. [...]
Como exatamente se deu a transição, não é fácil dizer. Ajuda a saber que na Palestina e em torno
dela existia, perto de 10 000 a.C., uma população já sedentária em considerável medida [...]. Mais
ainda, uma das maneiras pelas quais essa população assegurava sua sobrevivência era a colheita de
sementes de capins silvestres, como nos é revelado pelo instrumental que ela deixou atrás de si –
foices, pilões, covas para armazenamento forradas de argila, e assim por diante.
COOK, Michek. Uma breve história do homem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005. p. 36-37. (Título adaptado.)
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utilizar-se de seus produtos. Nessa mesma época, após algum tempo, essas plantas e esses animais
especialmente escolhidos e explorados foram domesticados e, dessa forma, essas sociedades de
predadores se transformaram por si mesmas, paulatinamente, em sociedades de cultivadores. Desde
então, essas sociedades introduziram e desenvolveram espécies domesticadas na maior parte dos
ecossistemas do planeta, transformando-os, então, por seu trabalho, em ecossistemas cultivados,
artificializados, cada vez mais distintos dos ecossistemas naturais originais. Essa passagem da
predação à agricultura, ou seja, a revolução agrícola neolítica, foi sem dúvida, [...] a primeira
revolução que transformou a economia humana [...].
MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. História das agriculturas no mundo: do neolítico à crise contemporânea.
São Paulo: Editora UNESP; Brasília, DF: NEAD, 2010. p. 69-70. (Título adaptado.)
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domesticação tenha precedido o cultivo. É importante destacar que os termos domesticação e cultivo
não são sinônimos, já que a domesticação envolve mudança na resposta genética, transformando
formas silvestres em domesticadas, enquanto o cultivo relaciona-se intimamente com a atividade
humana de plantio e colheita, tanto na forma silvestre quanto na domesticada [...].
Existem diversos fatores que tentam explicar o que levou os caçadores-coletores a mudar o
seu estilo de vida e, definitivamente, dar início à domesticação das espécies. Entre eles, estão as
mudanças climáticas ocorridas no final do período Pleistoceno [2,6 milhões a 11,7 mil de anos
atrás], as quais forçaram não somente a concentração de homens e animais em oásis, como também
a existência de sincronia durante as mudanças climáticas e culturais e a evolução gradual, irregular
e independente em diferentes ambientes [...].
BARBIERI, Rosa Lía; STUMPF, Elisabeth R. Tempel. Origem e evolução de plantas cultivadas.
Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2008. p. 39. (Título adaptado.)
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O calendário gregoriano
O calendário que utilizamos hoje está baseado no calendário romano introduzido por Rômulo,
fundador de Roma, por volta de 750 a.C. Aqui, o ano tinha dez meses de 30 ou 31 dias perfazendo um
total de 304 dias. [...] Pouco depois, Numa, sucessor de Rômulo, introduziu dois novos meses [...]. Os
meses passaram então a ter 29 ou 31 dias, exceto fevereiro com 28, definindo um ano com 355 dias.
A defasagem de dez dias em relação aos 365 dias do ano das estações obrigava à introdução de
um 13o mês a cada três anos.
[...] Júlio César em 46 a.C. definiu que os meses teriam 30 ou 31 dias, exceto fevereiro com
28 dias nos anos normais. A cada 4 anos teríamos um ano bissexto com 366 dias quando então
fevereiro teria 29 dias. Assim, a média sobre quatro anos dá um ano de 365,25 dias, muito próximo
da duração do ano das estações.
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Essa é a origem do calendário que usamos até hoje. Trata-se de um calendário solar e apenas
algumas festas religiosas são definidas com base na Lua. Calendários com base na Lua ainda são
usados por alguns povos como os judeus e mulçumanos, por exemplo.
Para impedir uma defasagem ainda que pequena entre o calendário Juliano e as festas religiosas, o
Papa Gregório XIII introduziu em 1582 uma nova correção a partir da qual nem todos os anos divisíveis
por quatro seriam bissextos assegurando assim, a cada 400 anos, um ano médio de 365,2425 dias.
Este é o calendário que usamos atualmente.
INSTITUTO DE ASTRONOMIA, GEOFÍSICA E CIÊNCIAS ATMOSFÉRICAS. Calendário. Universidade de São Paulo.
Disponível em: <http://www.observatorio.iag.usp.br/index.php/component/content/article/1-latest-news/81-calen.html>.
Acesso em: 14 dez. 2017.
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Educação em valores
Visitar museus e outras insti-
tuições culturais e educacionais é
uma prática que deve ser incenti-
vada desde os primeiros anos de
escolarização. O reconhecimento
dessas instituições como locais de
salvaguarda, de pesquisa e de di-
vulgação de conhecimentos deve
ser estimulado nos alunos. Além
disso, a visitação a esses locais se
constitui como boas oportunidades
de passeios e atividades de lazer
com a família.
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• Esta unidade contribui para o de- Habilidades da Base Nacional Comum Curricular trabalhadas na unidade
senvolvimento das competências • EF04CI01: Identificar misturas na vida diária, com base em suas propriedades físicas ob-
gerais 1 e 2; das competências serváveis, reconhecendo sua composição.
de Ciências da Natureza 2 e 3; • EF04CI02: Testar e relatar transformações nos materiais do dia a dia quando expostos a
das competências de História diferentes condições (aquecimento, resfriamento, luz e umidade).
4, 7 e 8 e das competências de • EF04CI03: Concluir que algumas mudanças causadas por aquecimento ou resfriamento
Geografia 1 e 3 da Base Nacional são reversíveis (como as mudanças de estado físico da água) e outras não (como o cozi-
Comum Curricular. mento do ovo, a queima do papel etc.).
• EF04CI09: Identificar os pontos cardeais, com base no registro de diferentes posições
relativas do Sol e da sombra de uma vara (gnômon).
• EF04CI10: Comparar e explicar as diferenças encontradas na indicação dos pontos cardeais
resultante da observação das sombras de uma vara (gnômon) e por meio de uma bússola.
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ou o pastoreio de animais somavam-se às caçadas. Antílopes podiam ser obtidos quando migravam;
veados e peixes eram trazidos para casa. [...]
Os moradores das aldeias se tornaram um pouco voltados para si próprios, distanciando-se das
terras dos animais selvagens e dos grupos transeuntes de caçadores. [...] o ato de estabelecer-se
produziu pessoas que podiam pagar com grão ou peles materiais de “luxo” como sal, pedras afiadas,
conchas bonitas e ervas. Assim, bem no início, comerciantes já deviam carregar seus pacotes por
trilhas recém-abertas.
MARR, Andrew. Uma história do mundo. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015. (Título adaptado.)
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Tração animal
Os sistemas com alqueive e tração animal pesada são provenientes dos sistemas com alqueive
e tração animal leve. Como esses últimos, eles se baseavam na associação da cerealicultura pluvial
e da criação de animais: os cereais ocupavam as terras lavráveis em alternância com o alqueive para
formar uma rotação de curta duração, enquanto o rebanho obtinha sua subsistência das pastagens
naturais periféricas e desempenhava assim um papel capital nos trabalhos dos campos e na renovação
da fertilidade das terras cerealíferas. Entretanto, o cultivo com tração animal pesada distingue-se
nitidamente do cultivo com tração animal leve pelo uso, no primeiro caso, de meios de transporte
e de trabalho do solo muito mais potentes: as carretas com rodas substituem o transporte no lombo
de animal, e o arado charrua, ao contrário do arado escarificador, permitia realizar uma verdadeira
lavração do solo.
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Nas regiões temperadas frias, esses novos materiais permitem ampliar as práticas de cultivo e
de criação até então limitadas, a saber, o uso do feno, da estabulação do gado durante a estação fria
e o emprego da estrumação. O desenvolvimento dessas práticas deu origem a um novo ecossistema
cultivado, que comportava mais campos para ceifa e terras cultiváveis lavráveis mais extensas, mais
bem estrumadas, geralmente cultivadas em rotação trienal.
MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. História das agriculturas no mundo:
do Neolítico à crise contemporânea. São Paulo: Editora Unesp; Brasília: NEAD, 2010. p. 297. (Título adaptado.)
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O ciclo hidrológico
O ciclo hidrológico, ou ciclo da água, é o movimento contínuo da água presente nos oceanos,
continentes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera. Esse movimento é alimentado pela força da
gravidade e pela energia do Sol, que provocam a evaporação das águas dos oceanos e dos continentes.
Na atmosfera, forma as nuvens que, quando carregadas, provocam precipitações, na forma de chuva,
granizo, orvalho e neve.
Nos continentes, a água precipitada pode seguir os diferentes caminhos:
• Infiltra e percola [...] no solo ou nas rochas, podendo formar aquíferos, ressurgir na superfície na
forma de nascentes, fontes, pântanos, ou alimentar rios e lagos.
• Flui lentamente entre as partículas e espaços vazios dos solos e das rochas, podendo ficar
armazenada por um período muito variável, formando os aquíferos.
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A civilização chinesa
[...] Para estudiosos das principais universidades chinesas, sua civilização surgiu como um
amontoado de cidades-estados no vale do Rio Amarelo [...].
Entre os indícios encontrados nos diversos pontos de escavação estão alguns que indicam a
existência de atividades agrícolas datados de 6.000 a.C. e associados à cultura Peiligang, nome dado
por arqueólogos para um grupo de comunidades do Neolítico encontrado nas margens do rio Yi-Luo
na província de Henan, que teria vivido entre 7.000 e 5.000 a.C.
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DL Domínio da Linguagem
Ao longo dos séculos, aconte-
cimentos históricos foram repre-
sentados e registrados na forma
escrita e também na forma ico-
nográfica. O exercício de análise
de documentos históricos exige
dos alunos que compreendam
textos e imagens. A leitura visual
capacita o aluno a compreender
uma pintura histórica, identifi-
cando informações significativas.
Ao desenvolver tal habilidade,
os alunos também poderão fazer
leituras significativas de imagens
atuais, como as veiculadas em re-
vistas, na televisão e em outros
meios de comunicação.
peças de teatro, poesia, diálogos e crítica. Essa literatura pode ser considerada um dos legados
culturais mais importantes do antigo Egito. [...]
Pode-se admitir, finalmente, que determinados elementos da literatura egípcia tenham sobrevivido
até nossos dias graças às maravilhosas narrativas da literatura árabe. Esta, com efeito, parece ter suas
fontes na tradição oral egípcia. Assim, foi possível estabelecer um paralelo entre a história de “Ali
Babá e os quarenta ladrões”, das “Mil e Uma Noites”, e um conto faraônico, “A captura de Joppe”,
assim como entre “ Simbad, o marujo” e “O náufrago”, conto faraônico do Médio Império.
MOKHTAR, Gamal. História geral da África II: África antiga. Brasília: Unesco, 2010. p. 145. (Título adaptado.)
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[...] Então, tornou-se razoavelmente fácil a utilização dos metais na fabricação de peças de
decoração e utensílios, tais como recipientes, facas, lanças e flechas. Com o passar do tempo, o
homem procurou entender por que as reações ocorriam, quais materiais poderiam ser utilizados e
como otimizar este processo. Metais cada vez mais puros e diferentes foram sendo obtidos. Eles se
tornaram uma moeda de troca e de importância crescente, a ponto de nomearem uma das fases da
evolução da humanidade: a idade do bronze, que é uma liga metálica constituída de cobre e estanho,
dois metais de fácil extração a partir de certos minerais.
BROCCHI, Eduardo de Albuquerque. Metais: origem e principais processos de obtenção. CCEAD PUC-Rio.
Disponível em: <http://web.ccead.puc-rio.br/condigital/mvsl/Sala%20de%20Leitura/conteudos/SL_os_metais.pdf>.
Acesso em: 16 dez. 2017. (Título adaptado.)
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ruibarbo, o sumagre, a cochonilha, o índigo, o aloés, o sene, o pau-da-china. Não se podem esquecer
outras mercadorias igualmente preciosas como o ferro, o chumbo, o estanho, os tecidos de ouro e de
prata, as sedas, os algodões, o açúcar, o chá, o café, madeiras tintoriais e de construção naval, laca,
verniz, âmbar, marfim, pérolas, porcelanas, algodão em fibra, perfumes, tapetes, vinhos e até frutas
secas ou frescas como tâmaras, passas, ameixas, bergamota e limão. Ainda que diversos, os gêneros e
os objetos fabricados procedentes das regiões orientais alcançavam grande valor comercial; contudo,
entre todos, as especiarias constituíam o ramo mais importante e lucrativo do comércio do Oriente.
CANABRAVA, Alice Piffer. História econômica: estudos e pesquisas.
São Paulo: Hucitec/Editora Unesp/ABPHE, 2005. p. 37-38. (Título adaptado.)
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A dificuldade de trazer os produtos até a Europa e o preço altíssimo desses condimentos tornaram as
especiarias artigo de luxo, e de muito desejo. [...]
A pimenta-do-reino, originária da Índia, era uma das especiarias mais procuradas. Era utilizada
para temperar e conservar as carnes. O açafrão era usado para o mesmo fim. Canela, cravo-da-índia,
noz-moscada e gengibre serviam para dar mais sabor aos alimentos. Além de temperar os pratos,
havia a crença de que as especiarias tinham propriedades medicinais: a canela era considerada um
tônico estomacal, o cravo era utilizado como antisséptico bucal e a noz-moscada para casos de
digestão lenta, reumatismo e gota. [...]
“O comércio de especiarias tem uma importância histórica imensa, pois além dos produtos, os
viajantes traziam um pouco da história, da cultura e dos costumes desses povos. E, da mesma forma,
levava-se um pouco do continente europeu para esses lugares.” [...]
BUENO, Chris. Alimentos que mudaram a história. Revista Pré-Univesp, São Paulo, n. 49, ago. 2015.
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Instrumentos de navegação
Em suas jornadas marítimas, os navegadores da Europa e do mundo centro-oriental antigos eram
guiados somente pelas estrelas. Durante o século XI, marinheiros árabes, que há muito exploravam
o Oceano Índico, depararam-se com chineses que levavam consigo um instrumento de navegação – a
bússola. Desde o século I d.C., os chineses vinham usando uma pedra-ímã (um pedaço de óxido de
ferro magnético) para encontrar o Norte. Sua primeira bússola era simplesmente uma lasca de ferro
liso magnetizado por uma pedra-ímã, que flutuava sobre um pedaço de palha em uma tigela de água
[...].
O uso da bússola espalhou-se rapidamente pelo norte da África árabe e pela Europa ocidental
durante os séculos XI e XII. A bússola foi gradualmente aperfeiçoada, assumindo a forma de uma
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formando, assim, um ângulo. A bissetriz deste ângulo é a linha meridiana (meridiano: meridianus,
em latim significa medici die ou meio-dia).
Para determinar os sentidos norte e sul geográficos nessa linha meridiana deve-se colocar uma
cruzeta sob a estaca, fazendo a ponta leste coincidir com o leste já identificado [...].
Assim, determinam-se as direções leste-oeste e norte-sul a partir de seu verdadeiro referencial,
que é o movimento aparente do Sol [...].
ALMEIDA, Rosângela Doin de. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola.
São Paulo: Contexto, 2010. p. 51-52. (Título adaptado.)
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Educação em valores
Após a leitura do texto, con-
verse com os alunos sobre a exis-
tência de diversos povos em todo
o continente americano, antes da
chegada dos europeus. Comente As grandes navegações e o descobrimento do Brasil
que esses povos apresentavam tra- Até o século XV pouco se sabia dos oceanos e da geografia da Terra. As informações que os
dições, modos de vida e tipos de
europeus possuíam eram imprecisas e povoadas de lendas e histórias religiosas [...].
organização social bastante distin-
tos e que, por isso, a denominação [...] Contudo, não era apenas o medo que os europeus tinham do oceano que os impedia de
"índios", caracterizando um gru- viajar por ele; havia também o problema de que eles não possuíam instrumentos de navegação nem
po homogêneo, é equivocada. embarcações que lhes dessem maior segurança para se afastar do litoral.
Apesar do medo que o oceano provocava e das dificuldades técnicas de se viajar por ele, nos
fins do século XV, os europeus conseguiram desvendar seus mistérios, movidos por questões
econômicas, políticas, religiosas e até mesmo pelo fascínio que ele despertava. O que permitiu as
grandes viagens marítimas, nesse período, foram o desenvolvimento dos instrumentos de navegação,
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O “descobrimento” do Brasil
[...] O afastamento para o oeste, hoje sabemos, foi intencional, pois, desde as viagens de Diogo
de Teive ao norte da África, em cerca de 1452, sabia-se da existência de terras a noroeste dos Açores
e da Madeira.
Desbrava-se, então, uma região do Atlântico de difícil navegação que incluía o Mar dos Sargaços
– região mítica que corresponderia a áreas não muito distantes do atual Caribe. Uma carta veneziana
de 1421 representou, por sua vez, um conjunto de ilhas Atlânticas, ao sul e ao norte das Canárias
– Antilia, Satanases e Saya, Imana e Brazil –, que passaram a figurar em outros mapas cada vez
mais a ocidente da Europa. Datada de 1474, a célebre carta de Toscanelli, endereçada ao príncipe
D. João, ou a algum membro de sua futura Corte, o incentivava a buscar um caminho para as Índias
em viagem transatlântica, tomando rumo ocidental e baseando-se na existência de algumas das
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(Continuação)
• EF04GE04: Reconhecer especificidades e analisar a interdependência do campo e da cida-
de, considerando fluxos econômicos, de informações, de ideias e de pessoas.
• EF04GE05: Distinguir unidades político-administrativas oficiais nacionais (Distrito, Muni-
cípio, Unidade da Federação e grande região), suas fronteiras e sua hierarquia, localizan-
do seus lugares de vivência.
• EF04GE06: Identificar e descrever territórios étnico-culturais existentes no Brasil, tais
como terras indígenas e quilombolas.
• EF04GE07: Comparar as características do trabalho no campo e na cidade.
• EF04GE10: Comparar tipos variados de mapas, identificando suas características, elabora-
dores, finalidades, diferenças e semelhanças.
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As capitanias hereditárias
O sistema de capitanias hereditárias adotado por Portugal tencionava estabelecer mecanismos de
efetivo controle sobre o litoral atlântico de suas terras americanas e assim foram doadas 14 donatarias,
com 50 ou 100 léguas de costa cada uma, entre 1534 e 1536, para promover a ocupação do Brasil.
Os donatários das primeiras capitanias pertenciam, majoritariamente, a uma nobreza de funções
que se destacara no serviço da Coroa, seja como funcionários, seja nas navegações e atividades
militares. Mas, apesar de hereditárias, as capitanias não eram propriedade absoluta dos donatários,
já que a legítima propriedade das terras era atributo do Estado. Hereditário era sobretudo o poder
do donatário de administrar a capitania como conquista ultramarina do Estado português. Além de
receber terras em benefício próprio, ao donatário era permitida a concessão de sesmarias aos que
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A Revolta da Vacina
Em meados de 1904, chegava a 1.800 o número de internações devido à varíola no Hospital São
Sebastião. Mesmo assim, as camadas populares rejeitavam a vacina, que consistia no líquido de
pústulas de vacas doentes. Afinal, era esquisita a ideia de ser inoculado com esse líquido. E ainda
corria o boato de que quem se vacinava ficava com feições bovinas.
No Brasil, o uso de vacina contra a varíola foi declarado obrigatório para crianças em 1837 e
para adultos em 1846. Mas essa resolução não era cumprida, até porque a produção da vacina em
escala industrial no Rio só começou em 1884. Então, em junho de 1904, Oswaldo Cruz motivou o
governo a enviar ao Congresso um projeto para reinstaurar a obrigatoriedade da vacinação em todo
o território nacional. Apenas os indivíduos que comprovassem ser vacinados conseguiriam contratos
de trabalho, matrículas em escolas, certidões de casamento, autorização para viagens etc.
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Após intenso bate-boca no Congresso, a nova lei foi aprovada em 31 de outubro e regulamentada
em 9 de novembro. Isso serviu de catalizador para um episódio conhecido como Revolta da Vacina.
O povo, já tão oprimido, não aceitava ver sua casa invadida e ter que tomar uma injeção contra a
vontade: ele foi às ruas da capital da República protestar. [...]
Após um saldo total de 945 prisões, 461 deportados, 110 feridos e 30 mortos em menos de duas
semanas de conflitos, Rodrigues Alves se viu obrigado a desistir da vacinação obrigatória. [...]. Mais
tarde, em 1908, quando o Rio foi atingido pela mais violenta epidemia de varíola de sua história, o
povo correu para ser vacinado, em um episódio avesso à Revolta da Vacina.
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. A Revolta da Vacina. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/pt-br/node/480>.
Acesso em: 18 dez. 2017.
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A descoberta do antibiótico
[...] Fleming (1928) estava em seu laboratório checando algumas culturas de bactérias do tipo
estafilococos quando uma cultura em particular chamou sua atenção: ela permaneceu descoberta
acidentalmente por diversos dias e havia sido contaminada por um esporo de fungo que penetrou
através da única janela do laboratório. Fleming estava a ponto de descartar a placa, quando percebeu
algo muito incomum: na região ao redor do fungo, os estafilococos haviam desaparecido por
completo. Nas outras partes do recipiente, porém, continuavam crescendo. Fleming ficou intrigado
– talvez tivesse chegado a uma maravilhosa descoberta. Ele imediatamente começou a produzir mais
fungos para que pudesse confirmar sua descoberta acidental. Durante os oito meses seguintes, ele
concluiu que o fungo continha uma substância poderosa, à qual deu o nome de “penicilina”, devido
ao fungo Penicillium Chrysogenum notatum. A substância eliminava não apenas estafilococos,
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mas também inúmeras outras bactérias patogênicas. Após conduzir alguns testes, ele descobriu
que a penicilina não era tóxica. No entanto, o fungo era de crescimento lento e apenas pequenas
quantidades da substância poderiam ser produzidas. Fleming precisava de grandes quantidades para
conseguir tratar alguém que estivesse realmente doente e ainda demonstrar que era eficaz como
antibiótico. Nos anos seguintes, tais fungos passaram a ser cultivados em laboratórios, iniciando-se
a produção em escala industrial de antibióticos [...].
HOFLING, J. F.; GONÇALVES, R. B. Isolamento e caracterização
de fungos patogênicos de importância médica. Jundiaí: Paco Editorial, 2016. p. 6-8. (Título adaptado.)
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do caráter abertamente racista, faz discriminação de classe, e vigorou até a década de 1870, sendo
adotada também na província do Maranhão, com o nome de Corpo de Trabalhadores Índios. [...]
Com a Lei do Corpo de Trabalhadores se multiplicam os pedidos de particulares para obtenção
de mão de obra indígena, assim como os avisos denunciando fugas. [...]
A segunda forma de controle da mão de obra foi a escravidão plena, implicando relações de
compra e venda de escravos indígenas, e da propriedade por outras formas de aquisição.
RAMOS, André R. F. A escravidão do indígena, entre o mito e novas perspectivas de debates.
Revista de Estudos e Pesquisas, Brasília, v. 1, n. 1, jul. 2004, p. 253-254.
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DL Domínio da Linguagem
Os mapas são instrumentos
importantes na construção do co-
nhecimento histórico e geográfi-
co. Alguns elementos cartográficos
possibilitam compreender melhor
as informações apresentadas nos
mapas, como o título, a legenda,
a escala e a orientação. Convide os
alunos a observar o mapa da rota
do tráfico de africanos e identificar
os elementos mencionados.
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grande difusão do milho na área de influência paulista se deveu sobretudo à facilidade com que se
podem transportar os grãos do cereal nas longas jornadas.
Pousava-se onde dava: num rancho velho, numa prainha – nas do Tietê, onde eram comuníssimas,
sempre se podia topar com a companhia preguiçosa de uma sucuri esquentando ao sol –, numa ilhota
com menos verdura, num cotovelo de rio [...]. No século XVIII, os viajantes dormiam em redes, “a
cama mais pronta e mais portátil” que havia [...].
SOUZA, Laura de M. e. Formas provisórias de existência: a vida cotidiana nos caminhos, nas fronteiras e nas fortificações.
In: NOVAIS, Fernando A.; SOUZA, Laura de M. e. (Orgs.). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na
América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 45-50. (Título adaptado.)
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Educação em valores
O conhecimento de outras
formas de ver e pensar o mundo
colabora para a compreensão de
universos distintos. Os conheci-
mentos indígenas e suas visões
sobre a colonização permitem
aos alunos perceberem que cada
cultura tem a sua própria inter-
pretação dos fatos. O importan-
te é que entendam que, assim
como os indígenas, eles também
estão inseridos em uma cultura
que apresenta um conjunto de
crenças e valores. Esses elemen-
tos não são melhores ou piores
do que os que fazem parte da
cultura indígena; apenas são di-
ferentes.
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Em 1764, Leonor e seus três filhos e também seus netos, de “geração carijó”, ancorando-se nessa
legislação, requereram ao governador, em Ouro Preto, para serem “libertos e isentos da escravidão em
que se achavam”, sob o domínio de Domingos de Oliveira, que os mantinha cativos, maltratando-os
e infligindo “rigorosos serviços e pancadas”. Feitas as averiguações, o governador ordenou que uma
escolta fosse libertar os carijós, procedendo contra aqueles que colocassem quaisquer embaraços.
RESENDE, M. L. C. de; LANGFUR, H. Minas Gerais indígena:
a resistência dos índios nos sertões e nas vilas de El-Rei. Tempo, Rio de Janeiro, v. 12, n. 23, 2007, p. 18-19.
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DL Domínio da linguagem
O uso da música no processo
de aprendizagem se associa ao
desenvolvimento da criatividade,
da sensibilidade, da capacidade de
interpretação, da motricidade, da
interdisciplinaridade, do raciocínio
e do conhecimento de si próprio.
Ao trabalhar com essa linguagem,
ressalte suas características es-
pecíficas, como ritmo, melodia,
interação entre diferentes instru-
mentos, vocalização etc.
O trabalho a partir da percep-
ção sonora pode proporcionar o
desenvolvimento das sensibilidades
estéticas e artísticas, da imaginação,
da comunicação e do potencial
criativo.
Municípios
[...] Constituem as unidades autônomas de menor hierarquia dentro da organização político-
-administrativa do Brasil. Sua criação, incorporação, fusão ou desmembramento se faz por lei
estadual [...].
A localidade onde está sediada a Prefeitura Municipal tem a categoria de cidade.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
Anuário estatístico do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. p. 1-39.
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A região
É possível compreender a região na atualidade como uma área formada por articulações
particulares no quadro de uma sociedade globalizada. Essa região é definida a partir de recortes
múltiplos, complexos e mutáveis, mas destacando-se, nesses recortes, elementos fundamentais,
como a relação de pertencimento e identidade entre os homens e seu território, o jogo político no
estabelecimento de regiões autônomas ante um poder central, a questão do controle e da gestão de
um território [...].
Na discussão a respeito do conceito de região para a Geografia, os autores têm chamado a
atenção para o fato de que esse termo é bastante utilizado em outros campos científicos e também
no senso comum [...].
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A regionalização
Analisando de um outro ângulo essa questão da regionalização, independentemente de a questão
da região se colocar como autoevidente ou como produto final da investigação, podemos perceber
que o procedimento de regionalizar teve referências variadas. Primeiramente, as regionalizações se
identificaram com a administração territorial e política. Em seguida, o critério natural foi o mais
relevante para a elaboração de regionalizações. Com a percepção de que a natureza não seria a única
determinante na conformação regional, foram concebidas propostas baseadas no critério econômico
e em outros critérios. A título de lembrança e de exemplo, podemos mencionar a identidade posta
entre região e espaço vivido e a compreensão da regionalização como produto da divisão territorial
do trabalho [...].
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das cidades passa igualmente pela necessária compreensão dos processos que atuam no campo.
Essa unidade contraditória entre a cidade e o campo não elimina suas diferenças – ao contrário,
aprofunda-as, tornando cada uma mais específica, porém cada vez mais portadora da característica
geral da outra.
OLIVEIRA, Ariovaldo U. de. Agricultura brasileira: transformações recentes. In: ROSS, Jurandyr L.
Sanches (Org.). Geografia do Brasil. 6. ed. São Paulo: Edusp, 2011. p. 474-475. (Título adaptado.)
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Sistema eleitoral
O regime político brasileiro está fundamentado na democracia, em que o povo determina quem
serão os seus governantes, e no sistema presidencialista, que é composto por três poderes: Executivo,
Legislativo e Judiciário. O primeiro é exercido pelo Presidente da República e o segundo, pelo
Parlamento – dividido entre Câmara dos Deputados e Senado Federal. O Poder Judiciário tem a
função de garantir o cumprimento da Constituição Federal e aplicar as leis, julgando determinada
situação e as pessoas nela envolvidas.
O sistema eleitoral é baseado no voto direto e secreto, ou seja, o eleitor vota diretamente no
candidato ao cargo a ser preenchido, de maneira sigilosa, já que seu voto não pode ser divulgado a
terceiros. Atualmente, representantes de todos os níveis dos poderes Legislativo e Executivo brasileiros
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são escolhidos pelo voto direto. São considerados válidos os votos nominais aos candidatos e os
votos nas legendas nas eleições proporcionais. Os votos nulos e em branco são descartados.
O 1o turno das eleições acontece sempre no primeiro domingo do mês de outubro e o 2o turno,
quando houver, geralmente no último domingo do mesmo mês. O 2o turno é realizado apenas nas
eleições para Presidente, governador e para prefeito, em municípios com mais de 200 mil eleitores.
Além disso, deve haver mais de dois candidatos no 1o turno de votação e nenhum deles ter conquistado
a maioria absoluta dos votos válidos (50% mais um).
BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. Processo eleitoral brasileiro. Disponível em:
<http://www.brasil.gov.br/governo/2010/09/processo-eleitoral>. Acesso em: 26 dez. 2017.
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[...] No princípio, o voto era livre, todo o povo votava. Com o tempo, porém, ele passou a ser
direito exclusivo dos que possuíam maior poder aquisitivo, entre outros privilégios. A idade mínima
para votar era 25 anos. Escravos, mulheres, índios e assalariados não podiam escolher representantes,
nem governantes.
As eleições em dois turnos no Brasil foram introduzidas pela constituição de 1988 para os cargos
executivos (presidente e vice-presidente, governadores e vice-governadores e prefeitos e vice-
-prefeitos) [...].
BRASIL. Ministério Público Federal. Você sabia? as primeiras eleições no Brasil. Disponível em: <http://www.turminha.
mpf.mp.br/eleicoes/turminha-nas-eleicoes-2012/voce-sabia/as-primeiras-eleicoes-no-brasil>. Acesso em: 26 dez. 2017.
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Educação em valores
É importante observar nas
falas dos alunos o respeito aos
colegas e às origens de cada um.
Ressalte as diferenças no sentido
de valorizá-las, evitando que os
alunos façam considerações que
emitam juízos equivocados.
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(continua)
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(continuação)
• EF04HI11: Identificar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares, elemen-
tos de distintas culturas (europeias, latino-americanas, afro-brasileiras, indígenas, ciga-
nas, mestiças etc.), valorizando o que é próprio em cada uma delas e sua contribuição
para a formação da cultura local e brasileira.
• EF04HI12: Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mudanças associa-
das à migração (interna e internacional).
• EF04GE01: Selecionar, em seus lugares de vivência e em suas histórias familiares, compo-
nentes de culturas afro-brasileiras, indígenas, mestiças e migrantes.
• EF04GE02: Descrever processos migratórios e suas contribuições para a formação da so-
ciedade brasileira.
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Educação em valores
Durante a realização da atividade, reforce com os alunos o respeito às pessoas e às
origens de cada um. Destaque que as diferenças culturais devem ser valorizadas, evitando
considerações que revelem julgamento de valor.
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A migração na humanidade
[..] Desde a pré-história, os movimentos migratórios das sociedades humanas foram constantes, ora
por motivos naturais, como fenômenos climáticos, esgotamento de recursos de coleta vegetal ou de caça
etc., ora por conflitos políticos, como guerras entre tribos ou nações, cujos predadores se viam ameaçados
ou obrigados a abandonar seus territórios. Estas últimas são as migrações impelidas ou forçadas. Ainda
hoje, grande parte dos motivos que forçam homens a migrar são os mesmos do passado. Os recentes
episódios políticos ocorridos com os palestinos, os sul-vietnamitas e outros servem de testemunho.
Porém, neste momento, o que mais nos interessa é o estudo dos movimentos migratórios voluntários, os
motivados pelo desejo de melhoria de vida ou de ascensão social, em particular na sociedade brasileira.
SCARLATO, F. C. População e urbanização brasileira. In: ROSS, J. L.S. Geografia do Brasil. 5. ed. São Paulo: Edusp,
2008. p. 391. (Título adaptado.)
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do que no campo), as pessoas se veem obrigadas a deixar o meio rural não porque sua mão de obra
se tornou desnecessária, em função de um aumento da produtividade média dos trabalhadores, mas
porque no meio rural onde vivem lhes falta tudo (condições de saúde e educação, especialmente).
Assim, o êxodo seria uma aceleração da migração rural-urbana, às vezes caracterizando mesmo
um processo de expulsão, quando há conflito em torno da posse da terra (estrutura fundiária muito
concentrada) e catástrofes climáticas como secas e enchentes.
EVANGELISTA, Francisco Raimundo; CARVALHO, José Maria M. de. Algumas considerações
sobre o êxodo rural no Nordeste. Banco do Nordeste do Brasil. Escritório Técnico de Estudos
Econômicos do Nordeste-ETENE, 2001, 9 nov. 2001. (Título adaptado.)
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1950, no Sul e no Centro-Oeste foi necessário esperar os anos de 1960; no Nordeste, ocorreu nos
anos de 1980, e no Norte data somente dos anos de 1990 [...].
A distribuição da densidade populacional obedece a uma lógica claramente leste-oeste, resultado
do processo de ocupação e de colonização a partir do litoral [...]. É, por conseguinte, nas regiões
mais próximas do mar no Nordeste, Sudeste e Sul que se encontram as densidades mais elevadas
[...]. No Sudeste e no Sul, [...] a densidade continua forte em muitas regiões próximas das fronteiras
ocidentais: é o único lugar onde o Brasil povoado adquire certa “profundidade”.
THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território.
São Paulo: Edusp, 2005. p. 92-93. (Título adaptado.)
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As moradias operárias
A maior parte das residências operárias localizava-se próximo aos locais de trabalho, o que fez
surgir os chamados bairros mistos industriais e operários. Bairros que estavam próximo às ferrovias
e áreas de várzeas, como o Brás, Mooca, Barra Funda, Ipiranga, Cambuci entre outros.
[...] Cientes das péssimas condições de trabalho e renda que a grande maioria dos operários
vivenciava, percebemos que aos operários eram “reservados” dois tipos de habitações: as vilas
operárias, e os quartos minúsculos, os chamados cortiços, onde habitava a maioria deles [...].
Com o advento da grande imigração no fim do século XIX, como vimos anteriormente, um
grande fluxo de pessoas passou pela cidade de São Paulo, com destino às grandes fazendas de café
[...].
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Como forma de expandir lucros, vários industriais começaram a construir conjuntos residenciais
para operários. Entre estes empresários, estavam principalmente industriais de tecidos, cujos
estabelecimentos, naquela época pioneira, eram sempre muito próximos às linhas férreas, então os
únicos meios de transporte de mercadoria e de passageiros [...].
As casas das vilas operárias eram alugadas aos operários. Também construídas em locais
predeterminados [...], nos bairros operários ou próximo a estes, como forma de propiciar um
manancial constante de mão de obra.
DE PAULA, Amir El Hakim. Os operários pedem passagem! – A geografia do operário na cidade de São Paulo
(1900 – 1917). Dissertação (mestrado) apresentada ao Departamento de Geografia da FFLCH-USP.
São Paulo, 2005. p. 79-81. (Título adaptado.)
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Educação em valores
A migração de diferentes
grupos dentro do Brasil agrega
elementos culturais aos locais
de destino e às pessoas que ne-
les vivem. A heterogeneidade da
sociedade brasileira se revela na
sua composição étnica e cultural,
de forma que é fundamental res-
peitar grupos e indivíduos pro-
venientes de diferentes regiões
para uma boa convivência social.
A indústria da seca
[...] a seca não é apenas um fenômeno natural. Ela também é cultural. Faz parte de uma cultura
baseada no privilégio, sendo utilizada por fazendeiros, latifundiários e políticos para a obtenção de
vantagens pessoais. É a indústria da seca (termo criado nos anos 50 pelo jornalista Antônio Callado)
que vem se ampliando e, assim, provocando não só o enriquecimento de indivíduos ou grupos,
como, também, o fortalecimento de lideranças políticas ligadas a esses grupos.
O aproveitamento econômico da seca tem por trás um aproveitamento político: o prefeito,
centralizando as atividades emergenciais, atende de preferência à população que lhe é fiel. Seu poder
é bastante amplo: ele negocia verbas em instâncias superiores, detém o poder de nomear técnicos,
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A professora explica que a integração depende muito da acolhida que a escola dá para estes alunos.
“Acolhida não só como oferta de auxílio na aprendizagem do idioma, mas também a acompanhar o
processo, acompanhar a família na escola, oferecer diversidade metodológica porque muitas vezes
a gente também tem um ensino muito tradicional e não dá opção metodológica e tecnológica para
criança poder se expressar.”. Para ela, só da professora avisar antes à turma que vem um aluno de
outro país e explicar a situação dele pode já facilitar a integração desta criança [...].
SERRÃO, P. Professores revelam dificuldades de escolas em absorver imigrantes. In: Portal EBC.
Disponível em: <http://www.ebc.com.br/educacao/2016/09/dificuldade-do-brasil-em-receber-filhos-de-migrantes>.
Acesso em: 29 dez. 2017. (Título adaptado.)
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expressão da diversidade, respeito que é, em si, devido a todo ser humano, por sua dignidade intrínseca,
sem qualquer discriminação. A afirmação da diversidade é traço fundamental na construção de uma
identidade nacional que se põe e repõe permanentemente, tendo a Ética como elemento definidor
das relações sociais e interpessoais [...].
As culturas são produzidas pelos grupos sociais ao longo das suas histórias, na construção de suas
formas de subsistência, na organização da vida social e política, nas suas relações com o meio e com
outros grupos, na produção de conhecimentos etc. A diferença entre culturas é fruto da singularidade
desses processos em cada grupo social.
BRASIL, Scretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: pluralidade cultural.
Brasília: MEC/SEF, 1998. (Título adaptado.)
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musical de outros povos e culturas e, de igual modo, explorar, criar e ampliar os caminhos e os
recursos para o fazer musical. Como uma das formas de representação simbólica do mundo, a
música, em sua diversidade e riqueza, permite-nos conhecer melhor a nós mesmos e ao outro —
próximo ou distante.
BRITO, Teça Alencar de. Música na educação infantil: propostas para a formação integral da criança.
São Paulo: Peirópolis, 2003. p. 28. (Título adaptado.)
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sabe, era mais cantado nos terreiros, pelas pessoas muito humildes. Se havia uma festa, o choro era
tocado na sala de visitas e o samba, só no quintal, para os empregados. [...].”
O maxixe é uma das últimas evoluções do batuque africano antes do samba. O ritmo sofre influências
da polca europeia e da habanera. O compasso rápido dois por quatro acabou gerando a primeira
dança urbana brasileira. Percebe-se também influência do tango hispano-americano, sobretudo na
sensualidade. Os preceitos morais da época levaram a classificá-la como “a dança proibida”.
WORMS, Luciana Salles; COSTA, Wellington Borges (Org.). Brasil século XX: ao pé da letra da canção popular. Curitiba:
Nova Didática, 2002. p. 15-18. (Título adaptado.)
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Educação em valores
A riqueza cultural do Brasil é
resultado do encontro e da mis-
tura de muitas culturas. Além
dos indígenas, dos portugueses
e dos africanos, muitas outras
culturas deixaram suas marcas.
Isso se revela nas festas popula-
res e tradicionais que adquirem
características locais e transfor-
mam-se, enriquecendo a cultura
brasileira.
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violência ao desvalorizar as culturas alimentares locais. De acordo com Woortman (1987), o ser
humano atribui um caráter simbólico aos alimentos, e a comida torna-se uma construção ideológica,
na medida em que articula o natural, o biológico e o cultural, constituindo-se em “hábitos”. Então,
pode-se interpretar como uma forma de resistência a manutenção de valores alimentares dos
indígenas e africanos fundantes de uma culinária em que se misturam diferentes culturas.
[...]
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Alimentos regionais brasileiros. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 437-438. (Título adaptado.)
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“doces” de outros países. A doçaria brasileira foi herdada dos portugueses e estes já se valiam de
um excesso de açúcar desde a Idade Média. Com a abundância de açúcar no Brasil, isso se acentuou
ainda mais. Era tanto açúcar que, segundo o relato de cronistas que provaram doces brasileiros de
frutas, não se conseguia distinguir o sabor entre uma fruta e outra. Além da extrema doçura dos seus
doces, os brasileiros também se destacam pela variedade e quantidade de produção destes. Por muito
tempo a produção brasileira de doces superou em absoluto a de todos os mercados do mundo. [...].
TEMPASS, Mártin César. Os grupos indígenas e os doces brasileiros. Espaço Ameríndio, v. 2, n. 2, p. 98-114, jul./dez.
2008. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br/EspacoAmerindio/article/viewFile/7201/4553>. Acesso em: 15 jan. 2018.
(Adaptado.)
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“Além disso, esse é um meio de iniciar a alfabetização científica dos estudantes, importante nessa
faixa etária”, diz Cristiano Marcelino Júnior, docente da Universidade Federal Rural de Pernambuco
(UFRPE) e coordenador da Olimpíada Brasileira de Química. [...]
Experiência: Leve para o laboratório ou para a cozinha dois ovos. Cozinhe um deles e descasque.
Quebre o outro.
O que ocorre: A clara do ovo cozido, antes mole e translúcida, fica rígida e branca. A gema fica
mais firme.
Por quê: O calor altera as moléculas de proteína que formam o ovo, passando do estado líquido
para o sólido.
SALLA, Fernanda. As transformações químicas dos alimentos. Nova Escola. Disponível em: <https://novaescola.org.br/
conteudo/2076/as-transformacoes-quimicas-dos-alimentos>. Acesso em: 15 jan. 2018. (Título adaptado.)
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No Brasil, o consumo de pão só se popularizou depois do século 19. Até então, o brasileiro
consumia, em grandes quantidades, a farinha de mandioca e o biju, apesar de já conhecer o pão de
trigo desde a chegada dos colonizadores portugueses. Com a vinda dos italianos para o Brasil, no
início do século 20, a atividade de panificação se expandiu, e o produto passou a ser essencial na
mesa do brasileiro.
RAMOS, M. In: Portal EBC. Conheça a história do pão. Disponível em: <http://www.ebc.com.br/infantil/voce-
sabia/2016/01/conheca-historia-do-pao>. Acesso em: 15 jan. 2018. (Título adaptado.)
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o
Organizadora: Editora Moderna
Obra coletiva concebida, desenvolvida
e produzida pela Editora Moderna.
ANO
Editoras responsáveis:
Natalia Leporo
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Mônica Torres Cruvinel
ici
in
Fernanda Pereira Righi Fu
In
o
nd n os
am e
ntal • A
ISBN 978-85-16-11018-5
9 788516 110185