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Padronização, Qualidade e Certificação

Aula 4

Prof. Nelson Tadeu Galvão de Oliveira

Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico (CCDD)


Conversa Inicial

Olá! Seja bem-vindo à disciplina de padronização, qualidade e


certificação, onde vamos aprender sobre como se coletam dados, assim como se
montam as folhas de registros de dados para análise e tratamento posterior.
E como esta rota de aprendizagem refere-se aos aspectos operacionais da
qualidade, vamos estudar também sobre o processo de inspeção da qualidade que
visa garantir produtos confiáveis ao cliente final. Ainda neste contexto,
aprenderemos sobre a acreditação de laboratórios de controle de qualidade e sobre
metrologia, ambos assuntos importantes na nossa disciplina.

Bons estudos!

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Contextualizando

Estamos certos que a qualidade total, a produtividade e a competitividade


das organizações resultam dos seguintes fatores:
• Estrutura Organizacional
• Colaboradores Treinados, Criativos e Motivados
• Sistemas Internos
A qualidade interna é importante, mas de nada adianta se o consumidor não
estiver satisfeito. O cliente deve ser o mais importante elemento na qualidade!
Usar então os conceitos que conhecemos nesta rota de aprendizagem é
importante, mas junto com isso é necessário toda uma mudança comportamental
provocada nos colaboradores da organização, pois a qualidade somente terá valor
quando provocar melhorias de resultados para a empresa.
Quando a qualidade conseguir ampliar mercados, aí sim ela terá cumprido o
seu papel. Os aspectos operacionais internos são importantes, mas não devemos
esquecer o cliente no contexto da qualidade.

Você sabe qual é a diferença entre os sistemas CGS e SI usados em


Metrologia?
CGS usa centímetro (distância), grama (massa) e segundo (tempo).
SI usa metro (distância), quilograma (massa) e segundo (tempo).

Este é só um exemplo do que poderemos conhecer com os estudos desta


rota de aprendizagem.

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Pesquise

Obtenção e coleta de dados

Manipulamos e coletamos dados com o objetivo de extrairmos


informações sobre um processo ou de um produto. A estatística depois utilizará
esses dados para a avaliação do desempenho de um processo.
A aplicação de técnicas estatísticas envolve várias etapas:
• Coleta de dados.
• Exposição dos dados.
• Modelos estatísticos.
A importância e a qualidade com que resolvemos problemas está
diretamente relacionada com a qualidade dos dados obtidos. Podemos evitar que
alguns problemas ocorram observando fatos como:
• Não se deve coletar dados sem antes definir claramente o problema ou
situação a ser enfrentada.
• Os sistemas de medição (instrumento, operadores, método, meio) que
serão utilizados devem ser avaliados e ter capacidade de medição.
• Os cálculos e leituras devem ser feitos com muita atenção para evitar
distorções.
Devem ser utilizados métodos adequados para coleta de dados de acordo
com o problema a ser estudado. Na estatística vamos trabalhar com dados que
podem ser obtidos por meio de uma amostra da população em estudo. A seguir,
definimos esses conceitos básicos:
• População — é o conjunto de elementos que tem pelo menos uma
característica em comum.
• Amostra — subconjunto de elementos de uma população, que são
representativos para estudar a característica de interesse da mesma.

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Fonte: http://www.portalaction.com.br/estatistica-basica

Classificação dos dados

Dados qualitativos — são uma característica da qualidade (ou atributo)


associado ao item pesquisado.
Dividem-se em:
Dado qualitativo nominal, para o qual não existe nenhuma ordenação nas
possíveis realizações.
Dado qualitativo ordinal, para o qual existe uma ordem em seus resultados.

Exemplo
Uma indústria de calculadoras eletrônicas, preocupada com vários defeitos
que um de seus produtos vem apresentando, fez um levantamento e constatou os
seguintes problemas:
• Defeito na cobertura plástica.
• Defeito no teclado.
• Defeito na fonte de energia.

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• Soldas soltas.
• Defeito na placa da unidade de processamento.
• Defeito no visor.

Estes são exemplos típicos de dados qualitativos nominais.

Dados quantitativos — a característica assume valores numéricos que


podem ser classificados em "discretos" ou "contínuos".
Dados quantitativos discretos — assumem valores dentro de um conjunto
com os números especificados.

Exemplo
O número de produtos produzidos por uma máquina em um determinado
período de tempo pode ser 0, 1, 2, 3, 4, ... Neste caso, os dados observados formam
um conjunto finito (ou enumerável) de números.
Normalmente quando registramos defeitos esses são do tipo quantitativos
discretos.

Dados quantitativos contínuos — assumem valores em um intervalo


contínuo de números. Os possíveis valores incluem "todos" os números do intervalo
de variação da característica medida.

Exemplo
Ao medirmos os diâmetros dos eixos de determinados motores com uma
célula eletrônica, obtemos dados quantitativos contínuos.

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Os dados ainda podem ser classificados como numéricos e não numéricos.

Dados numéricos
Variáveis discretas – resultado de uma contagem número de: reclamações,
defeitos etc.
Variáveis contínuas — resultado de um sistema de medição.
• Tempo
• Temperatura
• Velocidade
• Pressão
• Características dimensionais
• Resistências etc.

Dados não numéricos


• Reclamações
• Sugestões
• Observação
• Sugestões

“Os dados precisam ser analisados para gerarem informações úteis”.

A importância da informação
A Informação é o principal elemento para subsidiar o processo decisório, pois
se baseiam na coleta confiável de dados.
Os dados só são úteis se geram algum tipo de informação e,
consequentemente, alguma ação. Relativamente à informação existem casos em
que:
• A empresa não coleta dados.
• A empresa coleta dados e não analisa.
• A empresa coleta dados e analisa superficialmente ou de forma incorreta.

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• A empresa coleta, analisa e não atua.
• A empresa coleta, analisa e atua.

“Quanto maior for o volume de dados, maior será a necessidade do


emprego de ferramentas apropriadas para coletar, processar e gerar
informações a fim de manter e melhorar os resultados”.

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Folha de verificação

A folha de verificação é uma das ferramentas da qualidade, e a mais simples


delas. É usada para organizar e apresentar os dados na forma de quadro, tabela
ou planilha, facilitando a coleta de dados que, quando bem planejada, elimina a
necessidade de rearranjos posteriores dos dados.

Tipos de Folhas de Verificação

a) Distribuição do Processo de Produção — é usada para coletar dados de


amostras de produção. Este tipo de folha de verificação é aplicado quando
queremos conhecer a variação nas dimensões de certo tipo de peça.

Exemplo
Espessura da peça após prensada. Confira a seguir uma folha de verificação
com dados obtidos em uma linha de montagem:

b) Verificação de Itens Defeituosos — usado quando queremos saber quais


os tipos de defeitos são mais frequentes e o números de vezes causados
por cada motivo.

Exemplo
Em uma peça de azulejo, os tipos de defeitos após o produto acabado.

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c) Localização de Defeito — é usado para localizar defeitos externos, tais
como: mancha, sujeira, riscos, pintas e outros. Esse tipo de lista de
verificação tem um desenho do item a ser verificado, onde são assinalados
o local e a forma do defeito.

Exemplo
Bolha estourada na superfície do vidrado, nas peças cerâmicas.
A folha mostra o local onde a bolha mais aparece.

d) Causas de Defeitos — usada para buscar as causas dos defeitos, sendo


que os dados relativos à causa e os dados relativos aos defeitos são
colocados de tal forma que se torna clara a relação entre as causas e efeitos.

Exemplo
Observe uma folha de verificação com as causas de defeitos identificadas:

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Quando usar as folhas de verificação?
Essas folhas de verificação são ferramentas que questionam o processo e
são relevantes para alcançar a qualidade.
São usadas para:
• Tornar os dados fáceis de obter e de utilizar.
• Dispor os dados de uma forma mais organizada.
• Verificar a distribuição do processo de produção: coleta de dados de
amostra da produção.
• Verificar itens defeituosos: saber o tipo de defeito e sua percentagem.
• Verificar a localização de defeito: mostrar o local e a forma de ocorrência
dos defeitos.
• Verificar as causas dos defeitos.
• Fazer uma comparação dos limites de especificação.
• Investigar aspectos do defeito: trinca, mancha e outros.
• Obter dados da amostra da produção.
• Determinar o turno, o dia, a hora, o mês e o ano, enfim o período em que
ocorre o problema.
• Criar várias ferramentas, tais como: diagrama de Pareto, diagrama de
dispersão, diagrama de controle, histograma etc.

Fonte: http://marketingfuturo.com/folha-de-verificacao-ferramenta-de-qualidade/

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Como desenvolver uma folha de verificação
• Elaborar um tipo de folha de verificação de forma estruturada adequada
a ser analisada, que permita um fácil preenchimento.
• Definir a quantidade e o tamanho da amostra dos dados.
• Definir onde será feita a coleta dos dados.
• Determinar a frequência com que serão coletados os dados (diário,
semanal ou mensal).
• Escolher quem deverá coletar os dados.
• Através da folha de verificação realizar a coleta dentro do planejado.

Vantagens da folha de verificação


• A obtenção do fato é registrada no momento que ocorre.
• Essa situação facilita a identificação da causa junto ao problema.
• A atividade é muito simples de aplicar, bastando apenas pouca
concentração.

Desvantagens da folha de verificação


• Os equipamentos de medida podem não estar auferidos.
• O processo de coleta pode ser lento.
• Os dados resultantes só podem aparecer em ponto “discretos”.

Fonte: http://marketingfuturo.com/folha-de-verificacao-ferramenta-de-qualidade/

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Inspeção da qualidade

Inspeção é um processo que busca verificar se uma amostra, peça ou lote


está dentro de determinadas especificações da qualidade.
Desenvolve-se para verificar a qualidade de produtos, se estes atendem as
especificações da qualidade. Centra-se sempre em uma característica da
qualidade o resultado pode levar a aprovação ou rejeição da peça.

Formas básicas de inspeção

Quanto à execução a inspeção pode ser:


Inspeção por Variáveis — a característica da qualidade é avaliada de forma
quantitativa, envolvendo medidas. Como o próprio nome diz, são as inspeções nas
quais o resultado pode variar e é mensurável.

Exemplo
É o dimensional da embalagem, que obrigatoriamente consta no seu
desenho técnico como: (diâmetro, altura, largura, espessura, peso, volume etc.).

Essas inspeções precisam de medições e o resultado é fácil de ser


interpretado. Para os lotes que estejam dentro da tolerância prevista na
especificação técnica, o lote inspecionado estará aprovado, e reprovado, se estiver
fora. Uma reprovação resultante de inspeção por variáveis não gera dúvida.

Inspeção por Atributos — verifica-se a ocorrência de defeitos, sem


determinar-se sua intensidade; é uma avaliação qualitativa. É uma inspeção
segundo a qual a unidade de produto é classificada simplesmente como defeituosa
ou não.

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Seguem agora alguns conceitos importantes para o entendimento do
processo de inspeção

Unidade de produto — elemento de referência na inspeção. Pode ser uma


peça, um par, um conjunto, uma área, um comprimento, uma operação, um volume,
um componente ou o próprio produto terminado. A unidade de produto pode ou não
ser igual à unidade de compra, de fornecimento, de produção ou de expedição.

Classificação de defeitos — são classificados segundo sua gravidade. Um


defeito da unidade de produto é a falta de conformidade a qualquer requisito.
Defeito crítico — é aquele que cria condições perigosas para o usuário ou
impede o funcionamento do produto.
Defeito grave — é aquele considerado não crítico que pode resultar em
falha.
Defeito tolerável — é aquele defeito que não reduz a utilidade da unidade
de produto para o fim a que se destina.

Nível de Qualidade Aceitável (NQA) — é a máxima porcentagem


defeituosa que, para fins de inspeção por amostragem, pode ser considerada
satisfatória como média de um processo. O NQA é usado para classificar os planos
de amostragem.

Lote de inspeção — é o conjunto de unidades de produto a ser amostrado


para verificar conformidade.
Porcentagem defeituosa — (número de unidades inspecionadas: número
de unidades defeituosas) x 100
Plano de amostragem — é o plano que determina o número de unidades
de produto de cada lote a ser inspecionado e o critério para a aceitação do lote.

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Nível de inspeção — fixa a relação entre o tamanho do lote e o tamanho da
amostra. O nível de inspeção a ser usado para qualquer requisito particular será
prescrito pelo responsável pela inspeção.
Plano de amostragem simples — a quantidade de unidades de produto
inspecionada deve ser igual ao tamanho da amostra dada pelo plano.
Regime de inspeção: normal, severo e atenuado Início de inspeção —
ao iniciar um procedimento de inspeção deve ser empregado o regime normal,
salvo determinação em contrário.
Continuação da inspeção — a inspeção normal, severa ou atenuada deve
manter-se inalterável para cada classe de defeitos nos sucessivos lotes, exceto
quando pelo sistema de comutação for recomendada uma substituição de regime.

Sistema de comutação

Normal para severo — quando a inspeção normal estiver sendo aplicada,


será necessário passar para inspeção severa se, entre cinco lotes consecutivos,
dois tiverem sido rejeitados na inspeção original.
Severo para normal — quando estiver sendo aplicada a inspeção severa,
a normal deve substituí-la se cinco lotes consecutivos tiverem sido aprovados na
inspeção original.
Normal para atenuado — estando em aplicação a inspeção normal, a
inspeção atenuada deve ser usada desde que sejam satisfeitas todas as seguintes
condições: que os dez lotes precedentes tenham sido submetidos à inspeção
normal e nenhum sido rejeitado. Quando o número total de unidades defeituosas
encontrado nas amostras dos dez ou mais lotes precedentes, submetidos a
inspeção normal e não rejeitados, for igual ou menor do que o número limite 7.
Quando a produção se desenvolve com regularidade.

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Atenuada para normal — estando em aplicação a inspeção atenuada,
deve-se passar para a normal se qualquer uma das condições (um lote for rejeitado
ou um lote for aprovado para produção irregular) ocorrer.
Inspeção Completa (100 %) — todo lote é inspecionado. Aplica-se quando
qualquer defeito apresentado na peça, componente ou material, impeça o
funcionamento ou utilização do produto final, ou ponha em risco o usuário.
Inspeção por Amostragem — é realizada sobre uma fração da partida
(amostra). Usa-se principalmente em partidas grandes ou em situações em que
sejam necessários ensaios destrutivos.

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Acreditação norma ABNT ISO/IEC 17025

Norma
A norma ABNT NBR ISO/IEC17025 estabelece requisitos e procedimentos
para acreditação de laboratórios de ensaio e calibração de equipamentos diante de
um órgão regulamentador, no caso do Brasil, o Inmetro (Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).
A norma 17025 estabelece requisitos gerenciais e técnicos para a
competência de laboratórios em fornecer resultados de ensaios e calibração
tecnicamente validos.
Laboratórios executem serviços de calibração e/ou de ensaios, em
atendimento à própria demanda interna ou de terceiros, independente ou vinculado
a outra organização, público ou privado, nacional ou estrangeiro, independente do
seu porte ou área de atuação.
Sendo assim dividem-se em:
• 1° parte — fornecedor realiza ensaio em seu próprio produto.
• 2° parte — o cliente realiza ensaio no produto do fornecedor.
• 3° parte — o laboratório que realiza o ensaio não possui interesse sobre
o produto.
Tem como um de seus objetivos estabelecer um padrão internacional e único
para atestar a competência dos laboratórios para realizarem ensaios e/ou
calibrações, incluindo amostragem. Tal padrão facilita o estabelecimento de
acordos de reconhecimento mútuo entre os organismos de credenciamento
nacionais.
Os resultados obtidos são padronizados mundialmente. Este é o caso do
Inmetro, que estabeleceu um acordo de reconhecimento mútuo com a European
co-operation for Acreditation (EA).

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Acreditação

É uma forma de evidenciar a competência de Laboratórios. Um


laboratório acreditado é aquele que possui resultados que cumprem as boas
práticas e os requisitos. Um ensaio é acreditado quando tem o reconhecimento
formal de que o laboratório cumpre com os requisitos exigidos pelos ensaios
segundo normas de acreditação.
A acreditação é evidenciada através de um Certificado de Acreditação onde
é descrito em pormenor o âmbito da acreditação. E a acreditação de um laboratório
de calibração é concedida por entidades de metrologia que atestam que o
laboratório desenvolve suas analises entro de faixas de medição aceitáveis pelas
normas.

Vantagens da acreditação de laboratórios


Com a globalização a padronização tem fundamental importância para
viabilizar as trocas comerciais. Todas as organizações que executam as suas
atividades e operam os seus processos de acordo com normas e procedimentos
como padrões estão em melhores condições de superar as chamadas barreiras
não tarifárias e atender requisitos técnicos exigidos pelos mercados.
Assim a aplicação da ISO/IEC 17025 tem relevância econômica, pois confere
valor aos certificados de calibração e aos relatórios de ensaio emitidos por
laboratórios cuja competência técnica é reconhecida por um organismo de
credenciamento.
O reconhecimento conferido poderá trazer em vantagens econômicas para
os laboratórios:
• Diferencial competitivo como fator de divulgação e marketing.
• Fidelização dos clientes atuais e conquista de novos clientes.
• Comprovação de que os seus produtos foram ensaiados com
confiabilidade criando um diferencial competitivo.

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• Os resultados de ensaio e calibração poderão ser aceitos em outros
países, desde que o laboratório utilize os critérios da ISO/IEC 17025 e
seja credenciado por um organismo aceito internacionalmente.
• Atender a exigências legais de autoridades regulamentadoras.
• A ISO/IEC 17025 facilitará a cooperação entre laboratórios auxiliando na
troca de informações e experiências.

Conclusão
A ISO/IEC 17025 assim como outras normas, é usada para padronizar
procedimentos de ensaios e calibrações em laboratórios, visando garantir a
qualidade do mesmo e atribuir maior nível de segurança aos clientes.

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Metrologia

A Metrologia é a ciência das medições, que abrange todos os aspectos


teóricos e práticos que asseguram a precisão exigida no processo produtivo. A
técnica garante a qualidade de produtos e serviços por meio da calibração de
instrumentos de medição analógicos e digitais e da realização de ensaios.
Base fundamental para a competitividade das empresas, a Metrologia
também diz respeito ao conhecimento dos pesos e medidas e dos sistemas de
unidades. A Metrologia garante a qualidade do produto final e é um diferenciador
tecnológico e comercial para as empresas, pois reduz o consumo e o desperdício
de matéria prima pela calibração de componentes e equipamentos, aumentando a
produtividade. E ainda evita a rejeição de produtos, evitando desgastes e
resguardando a imagem da empresa.

Antiguidade
As civilizações antigas já usavam unidades para a troca de mercadorias. Os
padrões de peso datam de 7.000 a.C. e os padrões de comprimento de 3.000 a.C.
Os babilônicos e os romanos já haviam estabelecido padrões e nomes para
unidades.
Os padrões e as unidades eram escolhidos por conveniência prática e se
baseavam em medidas do corpo humano. Depois mais tarde verificou-se que era
preferível desenvolver padrões baseados em fenômenos naturais que podiam ser
reproduzidos em vez de padrões baseados no corpo humano.
Surgem os chamados padrões de medições através dos diferentes sistemas
de unidades. O aumento do comércio globalizado tem mostrado a necessidade de
sistemas comuns de medição.

O Sistema inglês
Também chamado de imperial, é usado na Inglaterra, Estados Unidos e
Canadá, mas mesmo nestes países há muitas diferenças em seus detalhes.

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O inglês William Thompson, Barão Kelvin (1824-1907), dizia que o Sistema
Imperial Inglês de unidades era absurdo, ridículo, demorado e destruidor de
cérebro. A maioria das unidades se baseava em medidas do corpo humano,
geralmente do corpo do rei. Por exemplo, a jarda (yard) era a distância do nariz ao
polegar com o braço estendido do rei inglês Henry I.
O sistema inglês não é coerente e há vários múltiplos entre a maioria das
unidades.

O Sistema Decimal
Foi ideia do inglês Simon Stevin (1548-1620). Em 1671, o padre francês
Gabriel Mouton, definiu uma proposta para um sistema decimal, baseando-se em
medidas da Terra.

Sistema Internacional
O Sistema Centímetro-Grama-Segundo (CGS)
O primeiro sistema métrico oficial, chamado de centímetro-grama-segundo
(CGS), foi proposto em 1795 e adotado na França em 1799. Em 1840 o governo
francês torna obrigatório o sistema CGC e outros países do mundo também
adotaram oficialmente o sistema CGS. Em 1866, no início de seu desenvolvimento
tecnológico, os Estados Unidos promulgaram um ato tornando legal o sistema
métrico.

Sistema Internacional (SI)


Em 1960, a 11ª CGPM deu formalmente o nome de Systeme International
d'Unites, simbolizado como SI (Sistema Internacional) e o estabeleceu como
padrão universal de unidades de medição.
O Sistema Internacional oferece vantagens para as áreas de comércio,
relações internacionais, ensino e outras. Atualmente a grande maioria da população
mundial vive em países que usam ou estão em vias de adotar o sistema
internacional.

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Os Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul
adotaram legalmente o SI. Também o Japão e a China estão atualizando seus
sistemas de medidas para se conformar com o Sistema Internacional.

Metrologia legal
A Metrologia Legal é parte da metrologia relacionada às atividades
resultantes de exigências obrigatórias, referentes às medições, unidades de
medida, instrumentos e métodos de medição, que são desenvolvidas por
organismos competentes.
Tem como objetivo principal proteger o consumidor tratando das unidades
de medida, métodos e instrumentos de medição, de acordo com as exigências
técnicas e legais obrigatórias.
Com a supervisão do Governo, o controle metrológico estabelece adequada
transparência e confiança com base em ensaios imparciais. A exatidão dos
instrumentos de medição garante a credibilidade nos campos econômico, saúde,
segurança e meio ambiente.
No Brasil as atividades da Metrologia Legal são uma atribuição do Inmetro,
que também colabora para a uniformidade da sua aplicação no mundo, pela sua
ativa participação no Mercosul e na OIML - Organização Internacional de Metrologia
Legal.

Aprimore os seus conhecimentos sobre este assunto assistindo os vídeos:


Aula 01 — Metrologia — Telecurso Profissionalizante
https://www.youtube.com/watch?v=KJVudrQ23Tg
Aula 02 — Metrologia — Telecurso Profissionalizante
https://www.youtube.com/watch?v=0o1rNnTh9pc

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Trocando Ideias

Há autores que discutem se a inspeção deve fazer parte da qualidade ou da


não qualidade. E o que você pensa sobre isso?
Entre no fórum, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem e relate o
seu pensamento. Aproveite também para trocar ideia com seus colegas de curso!

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Na Prática

Pesquise e estude mais sobre as normas da qualidade, sobre a inspeção e


a acreditação de laboratórios e ensaios, pois são normas importantes para
conhecermos principalmente para produtos de exportação!

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Síntese

Concluímos mais uma rota de aprendizagem com assuntos importantes


sobre os aspectos operacionais da disciplina de Gestão da Qualidade.
Nesta aula aprendemos como coletar dados para análise e registrar em
folhas de verificação; além de compreender como ocorrem as inspeções da
qualidade e os critérios para acreditação de laboratórios e sobre metrologia.

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Referências

DEMING, W. E. Qualidade: A Revolução da Administração. Rio de Janeiro:


Marques Saraiva, 1990.

INMETRO. Agência Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e


Qualidade Industrial. < http://www.inmetro.gov.br/>. Acesso 09 maio 2015.

INMETRO. Vocabulário internacional de metrologia: conceitos fundamentais e


gerais e termos associados (VIM 2008). 1. ed. Rio de Janeiro, 2009.
<http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/vim_2012.pdf>. Acesso em 09
maio 2015.

IPAC. Guia para aplicação da NP EN ISO/ IEC 17025: Acreditação. 2010.


Disponível em: <http://www.ipac.pt/docs/publicdocs/regras/OGC001.pdf>. Acesso
em 09 maio 2015.

IQA. Inovação e Qualidade Assistida. Disponível em:


<http://www.iqa.pt/index.php?mod=articles&action=viewArticle&article_id=6>.
Acesso em 09 maio 2015.

JORNADA, Daniel Homrich da. Implantação da norma ISO/IEC nos laboratórios


da Universidade de Caxias do Sul. Congresso nacional em metrologia. Disponível
em: <http://www.vertent.net/remesp/enqualab2008/cdrom/pdf/TT022.pdf>. Acesso
em 09 maio 2015.

MAGALHÃES, Wallace Santo. NBR ISO/IEC 17025. Universidade Federal de


Itajubá: Engenharia de Produção. Disponível em:
<http://www.ebah.com.br/engenharia-producao>. Acesso em 09 maio 2015.

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PALADINI, Edson Pacheco. Avaliação Estratégica da Qualidade. São Paulo:
Atlas, 2002.

SELEME, Robson. Gestão da Qualidade e Ferramentas essenciais. Curitiba:


Ibpex, 2010.

UFMS. Inspeção da Qualidade. Disponível em:


<http://jararaca.ufsm.br/websites/gprocessos/download/arquivos/Insp_da_QUALID
_1.pdf>. Acesso em 09 maio 2015.

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