Miguel De Cervantes

Miguel de Cervantes Saavedra nasceu provavelmente em 29 de setembro de 1547 em

Alcalá de Henares, perto de Madrid, Espanha. Embora sua data exata de nascimento não
seja conhecida com certeza, ele foi batizado em 9 de outubro de 1547. Ele era o quarto
filho de sete irmãos de uma família de classe média.

A vida de Cervantes foi marcada por uma série de aventuras e dificuldades financeiras.
Em 1569, foge para a Itália depois de um confuso incidente (feriu em duelo Antonio
Sigura), tendo publicado já quatro poesias de valor.

Sua participação na batalha de Lepanto, no ano de 1571, onde foi ferido na mão e no
peito, deixa-lhe inutilizada a mão esquerda que lhe vale o apelido de o maneta de
Lepanto.

Em 1575, durante seu regresso de Nápoles a Castela é capturado por corsários de Argel,
então parte do Império Otomano. Permanece em Argel até 1580, ano em que é liberado
depois de pagar seu resgate
Após a batalha, Cervantes foi capturado por piratas e mantido como escravo em Argel
por cinco anos. Durante seu cativeiro, ele fez várias tentativas de fuga e foi finalmente
resgatado em 1580.

Cervantes passou 2 anos em Lisboa, Portugal, entre a primavera de 1581 e a de 1583. O

escritor tentava conquistar um lugar de favorito na corte do monarca espanhol,
aproveitando os primeiros momentos do reinado português do rei. Rodeado pelos seus
cortesões, Filipe terá trocado as roupas negras e a gola branca isabelina pelos tecidos
ricos e coloridos de Lisboa.

Foi neste ambiente de fausto e deslumbramento real que Cervantes chegou à capital
portuguesa, onde se terá encantado pela cidade e pelas suas damas. Tendo escrito “Para
festas Milão, para amores Lusitânia”.

Cervantes descreve os lisboetas como agraváveis, corteses, liberais e apaixonados,

embora discretos. A formosura das mulheres admira e apaixona. Essas experiências
influenciaram profundamente sua obra literária, especialmente suas descrições da vida
militar e da experiência do cativeiro em suas obras.

Após seu retorno à Espanha, Cervantes enfrentou dificuldades financeiras e passou

grande parte de sua vida procurando por um patrono que o apoiaria financeiramente.
Ele trabalhou como comissário de abastecimento para a Armada Invencível e foi preso
diversas vezes por problemas financeiros e disputas com outras pessoas.
 De volta a Castela se casa com Catalina de Salazar em 1584, vivendo algum tempo em
Esquivias, povoado de La Mancha de onde era sua esposa, e se dedica ao teatro.
Publica em 1585 A Galatea, o seu primeiro livro de ficção, no novo estilo elegante da
novela pastoral. Porém, não tem grande repercussão e ele não consegue encenar suas
peças. "Cervantes queria ser um homem de teatro, mas a aparição de Lope de Vega o
impediu, pois esse era o grande nome da época", conta Caravaggio.

Com a ajuda de um pequeno círculo de amigos, que incluía Luíz Gálvez de Montalvo,
com o livro um público sofisticado passou a conhecer Cervantes.

Teve dificuldades financeiras e para sobreviver, empregou-se na Armada Invencível

espanhola, que se preparava para atacar a Inglaterra. Sua função era arrecadar
mantimentos como azeite e óleo. Com a derrota da Armada em 1588, seguiu viajando
atrás de oportunidades.

Encarcerado em 1597 depois da falência do banco onde depositava a arrecadação,

"engendra" Dom Quixote de La Mancha, segundo o prólogo a esta obra, sem que se
saiba se este termo quer dizer que começou a escrevê-lo na prisão, ou simplesmente
que se lhe ocorreu a ideia ou o plano geral ali.

Em 1605, Cervantes publicou a primeira parte de sua obra-prima, "Dom Quixote de la

Mancha". O livro foi um sucesso imediato e tornou-se extremamente popular em toda a
Espanha e em outros países europeus. A segunda parte de "Dom Quixote" foi publicada
em 1615.

Além de "Dom Quixote", Cervantes escreveu uma vasta gama de obras, incluindo
novelas, peças de teatro e poesia. Algumas de suas outras obras notáveis incluem
"Novelas Exemplares" (1613), uma coleção de doze novelas curtas, "Oito Comédias e
Oito Entremezes" (1615), e "Os Trabalhos de Persiles e Sigismunda" (1617), um romance
pastoral.

Apesar de sua importância literária, Cervantes enfrentou dificuldades financeiras

durante grande parte de sua vida e muitas vezes teve que recorrer à escrita como meio
de subsistência. Ele morreu em 23 de abril de 1616 em Madrid, poucos dias antes do
falecimento de William Shakespeare, e ambos são frequentemente vistos como as
maiores figuras da literatura do início do período moderno.

Em 2011, um grupo de investigadores históricos e arqueólogos iniciaram uma busca

pelos ossos do autor Miguel de Cervantes na igreja conventual das Trinitarias em
Madrid, onde os seus restos mortais foram depositados em 1616, não se sabendo
exactamente em que parte do monumento.
A iniciativa, que permite reconstruir o rosto do escritor, até agora só conhecido através
de uma pintura do artista Juan de Jauregui, conta com o apoio da Academia Espanhola e
o aval do arcebispado espanhol.

A igreja foi remodelada no final do século XVII, e apesar das certezas de que os restos do
escritor espanhol ali se encontram, ninguém sabia o lugar exacto onde estará a sua
campa.

A descoberta e consequente análise das ossadas do autor espanhol poderão ainda

ajudar os investigadores a determinar as causas da morte de Cervantes, que se acredita
que tenha morrido de cirrose.

A contribuição de Miguel de Cervantes para a literatura é imensa, e sua obra continua a

ser lida e estudada em todo o mundo até hoje. Ele é frequentemente referido como o
"Príncipe dos Poetas Espanhóis" e é considerado um dos maiores escritores de língua
espanhola de todos os tempos.