Você está na página 1de 53

DIREITO AMBIENTAL – PROFESSOR ALMÉRIO AUGUSTO

INTRODUÇÃO

O homem só consegue/pode conceber a própria existência se o fizer em concomitância


com a existência de um ambiente onde possa estar (de fato está) inserido. Porém, É
MUITO MAIS RECENTE a consciência do ambiente que nos cerca e da necessidade de
regular a nossa interação com ele, principalmente através de “normas convencionadas”
(isso é a certidão de nascimento da disciplina Direito Ambiental, como veremos adiante).
FUNDAMENTO FILOSÓFICO PERTINENTE AO PARÁGRAFO ANTERIOR:

O fundamento filosófico em questão remete à corrente


existencialista, cujo principal expoente é o francês Jean Paul Sartre,
mundialmente famoso a partir dos anos 60 do século passado.

A máxima “a existência precede a essência” (e isso vale para o que


se conhece e aquilo que ainda está por ser conhecido) representa
bem a impossibilidade de pensar a humanidade sem
necessariamente considerar um ambiente onde essa humanidade
exista. Antes de pretendermos ser qualquer coisa precisamos existir
e essa existência se dá dentro de um ambiente.

Este fundamento filosófico de cunh o existencialista também ajuda


a explicar o caráter transdisciplinar da disciplina, pois
considerando o Direito como uma criação eminentemente humana,
tal criação há de ser viabilizada/aplicada em determinado ambiente
assim como tudo que diga respeito ao homem.

LINHA DO TEMPO (GENÉRICA) DA EVOLUÇÃO HUMANA:


PRINCIPAIS MARCOS TEMPORAIS E SEUS CONSEQUENCIAS
120.000 a.C. – Data aproximada de surgimento b
da espécie humana na Terra.

45.000 a.C. – Data aproximada em que a espécie se espalhou por todo o


planeta. A Oceania foi o último continente a ser povoado

12.000 a.C. / 10.000 a.C. – Período em que se acredita haver ocorrido a


chamada revolução agrícola após a domesticação (em massa) de animais
e plantas.

Séculos XIV e XV – Período das Grandes Navegações e início do


Colonialismo europeu.

1789 – Revoluções: a Francesa e a Industrial. A tendência, depois


confirma em política de estado de ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO (nas
metrópoles europeias e em suas respectivas colônias).

1945 – Final da 2ª guerra mundial.


A consciência "ambiental" pode ser localizada na História a partir da segunda metade
do séc. XX (2ª Grande Guerra e o início do período de tensão geopolítica chamado de
Guerra Fria)... em especial, no mundo pós-segunda guerra mundial, em um momento de
questionamento das "verdades humanas" (pós-modernismo) e necessidade de
reconstrução material de países e de economias.
Depois da guerra de 1939-1945, A NECESSIDADE DE RECONSTRUÇÃO
MATERIAL e PRINCIPALMENTE ECONÔMICA DOS PAÍSES deixou patente a
necessidade de repensar a relação do homem com o ambiente onde ele está inserido e a
sua dinâmica de exploração dos recursos naturais.
Obs: Apenas para ilustrar esse período histórico e passar uma imagem do conteúdo
exposto, cabe aqui assistir a dois filmes, do ano de 2006, dirigidos por Clint Eastwood, a
saber: a) “Cartas de Iwo Jima” (perspectiva japonesa) e b) “Conquista da Honra”
(perspectiva norte-americana).
O PLANETA NÃO SUSTENTA A HUMANIDADE, SE... Não houver uma preocupação
com a exploração dos recursos naturais. SÓ MANTEMOS O PADRÃO DE
CONSUMO “OCIDENTAL” (capitaneado pelo EUA) em razão de existirem
sociedades que (praticamente) nada consomem.

CONSUMISMO
O consumismo capitalista é/era regulado pela ideia de livre mercado e livre iniciativa...
O consumismo socialista era baseado no fornecimento de bens de consumo pelo
ESTADO...

Resultado do consumismo (pelo menos o principal deles) é a criação de necessidades que,


em tese, NÃO POSSUÍMOS.

“CONSUMIR SIGNIFICA VIABILIZAR A VIDA... O CONSUMISMO SIGNIFICA


VIABILIZAR A IDEIA DE MERCADO (seja em qual formato for)”.

Porém, qual foi o momento histórico que deflagrou uma mudança de paradigma na ordem
mundial de exploração de recursos naturais e propiciou uma evolução do pensamento
capaz de produzir esse despertar da consciência ambiental?

R- FOI A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, OCORRIDA NA EUROPA... SOBRETUDO


E PRINCIPALMENTE NA INGLATERRA (E NOS SEUS DOMÍNIOS PELO
PLANETA, OU SEJA, SUAS COLÔNIAS)

E esse pensamento veio após o mundo pós-guerra na reconstrução dos países vencedores
e vencidos de que A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS PARA
ALIMENTAR AS INDÙSTRIAS (SOBRETUDO EUROPÈIAS) E "INUNDAREM" OS
MERCADOS CONSUMIDORES AO REDOR DO MUNDO COM PRODUTOS
TRANSFORMADOS E COMERCIALIZADOS.

A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL pressupõe a compreensão da seguinte


cadeia/dinâmica:
1. Exploração de Recursos Naturais –
2. Transformação dos Recursos Naturais pela Indústria –
3. Oferta dos produtos/serviços da transformação industrial antecedente no COMÉRCIO
-------------------------------------------------------------
4. Aquisição do produto/serviço para CONSUMO final.
70km/h - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - 140km/h - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 200 km/h

Até a Rev. Industrial – a partir da Rev. Industrial – a partir da 2ª Guerra

Nos dias de hoje, “hipoteticamente”, 120 km/h é a atual velocidade de consumo


empreendida no globo em razão das variadas medidas regulatórias impostas pelo Direito
Ambiental Internacional (e os domésticos, ou seja, de cada país). Entretanto, a
humanidade ainda precisa avançar muito no que tange à sustentabilidade ambiental e
aperfeiçoamento de suas estruturas normativas de proteção do meio ambiente.

Atenção: NÃO CONFUNDIR A RELAÇÃO HOMEM-MEIO AMBIENTE (QUE


REMETE AO PRINCÍPIO DO NOSSO TEMPO POR AQUI) COM A
CARACTERÍSTICA REGULATÓRIA DO DIREITO AMBIENTAL DESTA MESMA
RELAÇÃO HOMEM-MEIO AMBIENTE.

A primeira situação envolve o homem e o ambiente em que se encontra inserido... já a


segunda situação acima mencionada se refere à prática de criar regras/normas para a
regulamentar a relação do homem com o ambiente em que se encontra inserido.

A foto abaixo ilustra a ideia tratada no parágrafo anterior, de modo a deixa mais
clara a distinção explicada entre a relação HOMEM <> AMBIENTE e a
necessidade de “normatizar” tal relação.
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE

No Brasil, possuímos um conceito legal (previsto em lei, portanto) de MEIO


AMBIENTE, e isso é uma bússola que orienta todo o nosso ordenamento a partir da
abrangência de seu conteúdo. E ESTE CONCEITO LEGAL está previsto no art. 3o. I da
Lei nº 6938/81 (PNMA - POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE). Esta é a
LEI FUNDAMENTAL sobre Direito Ambiental no Brasil (excetuadas, em grau de
importância superior, inclusive, as normas de natureza ambiental constantes da CF/88).
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas;
(...)
O art. 3º da Lei nº 6938/81 possui a característica conceitual de cinco termos fundamentais
para compreensão do meio ambiente, quais sejam: MEIO AMBIENTE (I);
DEGRADAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL (II); POLUIÇÃO EM GERAL (III);
POLUIDOR (IV) e RECURSOS AMBIENTAIS (V), termo este que poder ser tomado
como sinônimo de RECURSO NATURAL. POR FAVOR, DECOREM O
SIGNIFICADO/CONCEITO DE CADA UM DOS CINCO TERMOS ACIMA
RELACIONADOS.
Observação: o art. 3º possui especial relevância no ordenamento jurídico brasileiro, em
matéria de direito ambiental, em razão de estabelecer, como foi visto, CONCEITOS
LEGAIS (ou seja, previstos de forma imperativa pela lei) para os cinco
supramencionados, fato que impede qualquer manifestação sobre o meio ambiente, por
exemplo, em contrariedade daquilo que preceitua o inciso de tal artigo.

● O Meio Ambiente é o 4 3 3... (O “4 3 3” é um recurso mnemônico, ou seja,


destinado à memorização efetiva e mais facilitado do conceito de meio
ambiente)

- É o CONJUNTO (ou seja, um complexo, uma multiplicidade, determinada ou não,


dos demais elementos do conceito). A parte determinada tem a ver com aquilo que
sabemos do ambiente em que estamos inseridos, enquanto a parte indeterminada se
relaciona com aquilo que ainda descobriremos.

... de CONDIÇÕES (ou seja, tudo aquilo que de alguma forma oportuniza a existência de
vida), LEIS (DA FÍSICA do grego physis que significa NATUREZA, ou seja, AS LEIS
NATURAIS – OU LEIS DA NATUREZA), INFLUÊNCIAS (significam uma
estimulação que pode possuir diferentes níveis e resultados, porém sem trazer em seu
bojo um caráter de determinação – obs: determinação essa que existe, sim, nas “leis
físicas/naturais”) e INTERAÇÕES ( ações recíprocas entre homem e natureza ou natureza
e homem, além de todos os demais elementos integrantes do ecossistema)... aí está a parte
do “4”.
... de ordem FÍSICA, QUÍMICA e BIOLÓGICA... (estas são as ciências que explicam os
fenômenos naturais, ou mesmo artificiais, que se relacionam com a natureza, de um modo
geral). Aí o está a parte do primeiro “três”.

● E O QUE SÃO ESSAS ORDENS FÍSICA, QUÍMICA E BIOLÓGICA?

- Ordem física é tudo que se refira à natureza/naturalidade. Tudo aquilo que faz parte das
leis naturais capazes de explicar os fenômenos existentes (naturais ou mesmo artificiais)
na nossa realidade.
- Ordem química é tudo que se refere aos elementos bióticos (possuidores de “vida”,
portanto, seres vivos) e abióticos (que não possuem “vida”, no entanto, se mostram
essenciais para a existência desta na nossa realidade), bem como se manifestam e
interagem entre si.
O QUE SÃO SERES BIÓTICOS E ABIÓTICOS?

Elementos Abióticos são aqueles que, a despeito de não possuírem vida


são essenciais para a composição do ecossistema e para a existência e
manutenção da biodiversidade.

Elementos Bióticos são todas as formas de vida encontradas na natureza


(conhecidas ou não).

- Ordem biológica é referente a todas as manifestações de vida (conhecidas ou não), além


de suas respectivas características (para o caso das formas conhecidas de vida).
ATENÇÃO: tudo que acontece na “materialidade” deve ser
entendido como um fenômeno a ser observado / compreendido
/ explicado. Isso é uma decorrências lógica da corrente
filosófica da fenomenologia e auxilia o homem na
compreensão da episteme (pensamento científico).

... que PERMITE, REGE e ABRIGA... (verbos fundamentais para compreensão do


conceito meio ambiente e, também, da ideia de biodiversidade). Aí está o segundo (e
último) “3”.

a vida EM TODAS AS SUAS FORMAS (é o ponto basilar na legislação brasileira


para a ideia de Biodiversidade e também Biouniversalidade.

Biodiversidade é o conjunto de possibilidades para compreensão humana de todas as


formas de vida existentes no planeta, sejam elas (as formas de vida) conhecidas ou não.

Biouniversalidade é ...
VISÕES (ASPECTOS) DO DIREITO AMBIENTAL

São 3 visões – também chamadas de “aspectos do Direito Ambiental” – e representam


um determinado nível de enfoque/abrangência do conteúdo científico e regulatório
deste ramo do Direito. São elas:

A) VISÃO ANTROPOCÊNTRICA - (ou aspecto ANTROPOCÊNTICO) DO


DIREITO AMBIENTAL – ANTROPO = HOMEM (homem no centro) - A função do
Direito Ambiental sob o aspecto antropocêntrico determina a normatização da relação do
indivíduo com o ambiente em que se encontra inserido apenas sob o enfoque de seus
interesses, desejos e intenções - das três visões é a menos abrangente (a que possui o
foco mais reduzido) considerando que enfoca tão somente os interesses
humanos. (Exemplo: art. 225, caput, CF)

Art. 225, CF/88. Todos têm direito (fundamental – 3ª


geração – Fraternidade/Solidariedade) ao meio ambiente
ecologicamente 0e equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

B) VISÃO BIOCÊNTRICA - (ou aspecto BIOCÊNTRICO) DO DIREITO


AMBIENTAL – aqui ocorre um alargamento do objeto normativo do Direito Ambiental,
passando a englobar os interesses fundamentais de TODAS AS FORMAS DE VIDA
(conhecidas e desconhecidas), e não somente os homens. Todos os elementos bióticos
(ou seja, todos aqueles possuidores de VIDA) se encontram incluídos, portanto, nesta
visão do Direito Ambiental, passando a compor objeto de regulação formal desse ramo
da ciência jurídica.

Ex.: parte final do art. 3º, I da Lei n. 6938/81 (conceito de MEIO AMBIENTE)

Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis,


influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas;

(...)

C) VISÃO ECOCÊNTRICA – (ou aspecto ECOCÊNTRICO) DO DIREITO


AMBIENTAL – Essa visão ecocentrista do Direito ambiental é a que se caracteriza por
sua "ampla" abrangência, envolvendo a complexa (e ainda sendo descoberta) relação
entre os elementos BIÓTICOS e os elementos ÁBIÓTICOS existentes na natureza
(conhecidos ou ainda por conhecer). Lembrando que nos referimos sempre ao ideal de
“vida em todas as suas formas”, conhecidas ou não. (essa é a raiz do conceito de
biodiversidade)

*As três visões do Direito Ambiental representam três níveis de abordagem da


necessidade em normatizar a relação do homem com o ambiente onde se encontra
inserido, partindo de uma abordagem menos abrangente/relevante (que é a
antropocentrista), passando por uma mais genérica, porém muito ampla (que é a
Biocêntrica) e chegando até a mais abrangente de todas (que é a ecocêntrica).*

IMPORTANTE LEMBRAR: No ordenamento jurídico brasileiro (bem como na


legislação internacional) existem exemplos de normas de todas as visões/aspectos, seja
ANTROPOCÊNTRICA, BIOCÊNTRICA ou ECOCÊNTRICA. Estas, por sua vez, não
são conflitantes entre si, mas tão somente se diferem pela abrangência do objeto a ser
normatizado (seja apenas os interesses humanos, seja aquilo que interes se a todas as
formas de vida, ou ainda aquilo que se refira à relação entre os elementos bióticos e
abióticos existentes na natureza).

O Direito Ambiental é um direito fundamental de 3ª geração (ou seja, baseado nos


ideais de SOLIDARIEDADE e FRATENIDADE).

Breve Glossário explicativo:


Liber – Livre - LIBERDADE
Iso – Igual - IGUALDADE
ALTER = Solidário (OUTRO) FRATERNIDADE/SOLIDARIEDADE
Frater = irmão
Sóror = irmã

TIPOS / ESPÉCIES / MODALIDADES DE MEIO AMBIENT E *

EXISTEM DUAS ABORDAGENS PARA ESTUDAR OS


TIPOS/ESPÉCIES DE MEIO AMBIENTE. Em uma primeira abordagem considerada
TRADICIONAL, existem apenas 4 tipos/espécies de meio ambiente. Em uma
abordagem mais CONTEMPORÂNEA são 5 os tipos de meio ambiente.
A questão do acréscimo desse quinto tipo (espécie, modalidade, etc) de meio
ambiente se deu a partir da grandiosa evolução científica que envolveu o conhecimento
humano a respeito da hereditariedade/genética (conhecimento este já sabido pelo homem
desde o século XIX, com os estudos pioneiros do Padre Mendel).
O século XX, especialmente em suas últimas três décadas assistiu um grande
de número de descobertas no campo das ciências naturais, sobretudo, em relação à
biologia, à física e à química.
São quatro tipos/espécies de meio ambiente em sua formação tradicional
sendo eles: MEIO AMBIENTE NATURAL, MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL, MEIO
AMBIENTE CULTURAL e o MEIO AMBIENTE DO TRABALHO.

a) Meio Ambiente Natural - Trata-se do "estado puro de natureza". É o estado de


natureza livre do impacto promovido pela ação do homem (ou seja, a ação da
humanidade, ou ação socialmente considerada, ou ainda ação social). Aqui o
único destaque considerável é a própria natureza e sua infinita complexidade.
Nesta espécie de Meio Ambiente, a natureza possui o protagonismo absoluto, 1)
a ponto de desconsiderar a figura do homem – e a consequente presença humana na
realidade – ou 2) de relegá-lo a um plano coadjuvante.

ATENÇÃO: NECESSÁRIO É CONHECER O CONCEITO DE


INTERVENÇÃO ANTRÓPICA. Intervir é agir no meio, é tomar parte,
é “se meter”... Antrópica é um qualificativo refere à espécie humana,
ao homem, ao antropos.
Aqui – NO ESTUDO SOBRE O MEIO AMBIENTE NATURAL – não se percebe
a chamada intervenção antrópica (também conhecida como “antropização”) que
representa uma principais questões que envolvem e justificam a própria existência do
Direito Ambiental.
Lembrando que INTERVENÇÃO ANTRÓPICA é sinônimo perfeito de
ANTROPIZAÇÃO. Mas o que é antropização, afinal? É a modificação do meio
ambiente (natural) pelo homem, seja pela sua presença ou pela sua “passagem”.
O Meio Ambiente Natural ainda deve ser considerado a partir de uma visão de
"INVENTÁRIO" (que nada mais é que uma relação de bens existentes) composto pela
relação conceito de MACROBEM e MICROBENS. Entende-se por:

🡺 M A C R O B E M. . . é o próprio complexo ambiental representado pela


Natureza (é uma forma de se referir à própria natureza, considerada em sua
totalidade ... o Macrobem Natural); o termo N A T U R E Z A é sinônimo
perfeito de MACROBEM; e

🡺 M I C R O B E N S . . . é a relação de recursos/elementos ambientais (portanto,


componentes da natureza) individualmente considerados, como por exemplo
os rios, a atmosfera, a fauna, a flora, etc, etc, etc...

A soma dos microbens (isoladamente considerados) perfazem o “todo da Natureza,


chamado de macrobem. *
A ideia de bens existentes deve ser considerada e entendida como “ativos”
existentes, como algo positivo existente na natureza e ao dispor dela, bem como de quem
nela esteja inserido/faça parte/a integre/e com ela interaja.

ATENÇÃO: a questão do estado puro de natureza, bem como a inexistência de


contato entre esta (natureza) e a humanidade inclui a figura dos silvícolas/índios
não-contactados (ou seja, aqueles que ainda não foram “aculturados”).

b) Meio Ambiente Artificial - É o “estado de natureza (necessariamente) transformada


pela presença humana” para atendimento das suas necessidades de sobrevivência e
desenvolvimento (em todas as acepções que esse termo possa ter).

O Homem/A humanidade transforma necessariamente a natureza para adequá-la ao que


for necessário para satisfação dos seus interesses.

OBS: “necessidade de sobrevivência” todas as formas de vida possuem. Entretanto,


“necessidade de desenvolvimento” é característica distintiva da espécie humana, e mais
um dos elementos que a torna única sobre a Terra.

Esta forma de meio ambiente possui fundamento em nosso texto


constitucional, a saber, o artigo 182 (constitucional + administrativo + civil + urbanístico
+ ambiental), CF/1988, trata da alteração/modificação do meio ambiente a partir do
artifício humano para atendimento das necessidades (coletivas e individuais) do homem.
Senão vejamos:

Art. 182, CF. “A política de desenvolvimento urbano,


executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei (estatuto das cidades – Lei
n. 10.257/01 e estatuto das metrópoles – Lei n.
13089/2015), tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade
(Área Urbana + Área Rural) e garantir o bem-estar de
seus habitantes.”

Aqui se verifica PREVISTO PELO TEXTO CONSTITUCIONAL em sua


totalidade a chamada Intervenção Antrópica (também denominada antropização da
natureza) ... que consiste no impacto transformador da presença humana no ecossistema
NO INTUITO DE ATENDER SUAS NECESSIDADES bem como PROPORCIONAR
SEU DESENVOLVIMENTOS (nas mais variadas acepções que o termo pode ter).
Vale lembrar que a intervenção antrópica é a uma inexorável e necessária
ligação entre o Meio Ambiente Natural e o Meio Ambiente Artificial, pois é através da
antropização (sinônimo de intervenção antrópica) que a humanidade impacta a natureza
(ou seja, “o macrobem”) de modo transformador. Esse impacto transformador da natureza
pode ser PEQUENO ou GRANDE, bem como também pode ser POSITIVO ou
NEGATIVO.
c) Meio Ambiente Cultural - Trata-se da relação que vincula e determina o
indivíduo, sua visão de mundo, seus costumes e tradições com o
ambiente/ambiência no qual está inserido.

E o que é a cultura? Cultura é tudo aquilo que se refira ao homem, considerado


em sua individualidade ou coletivamente (ou seja, do ponto de vista social). As
“culturas” existentes no estado puro de natureza estão albergadas dentro da ideia
e conceito de Meio Ambiente Natural. A cultura juridicamente relevante do ponto
de vista ambiental é aquela produzida pelas sociedades humanas.

O QUE É CULTURA, AFINAL? R: "É TUDO O QUE HOMEM FIZER"


que guarde com ele ou com o grupo ao qual ele pertença alguma relação característica,
que possua alguma relevância, que seja aceito pela comunidade/pelo grupo e que possua
carga costumeira (de costume, seja uma tradição, seja algo conhecido... a famosa
consuetude)
O fundamento do meio ambiente cultural no texto constitucional está previsto
nos artigos 215 e 216 da CF/88, conforme transcritos abaixo:
Art. 215, CF. O Estado garantirá a todos o pleno exercício
dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional,
e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais.

Art. 216, CF. Constituem patrimônio cultural brasileiro os


bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão;

II - os modos de criar, fazer e viver;

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais


espaços destinados às manifestações artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,


paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico.

ATENÇÃO: MEIO AMBIENTE CULTURAL SERÁ COMPREENDIDO COMO


TUDO QUE O HOMEM FIZER (ISOLADA OU COLETIVAMENTE) QUE
DETERMINAR SUA VINCULAÇÃO COM O AMBIENTE EM QUE SE
ENCONTRA INSERIDO.
d) Meio Ambiente Do Trabalho

O homem promove a transformação da natureza a partir da ideia de


exploração de recursos naturais. Essa exploração visa primeiramente atender às
necessidades do homem. Após o atendimento das necessidades, a exploração dos recursos
naturais importa em GERAÇÃO DE RIQUEZA. Percebam que tanto em um caso quanto
no outro há um fim a ser perseguido e alcançado.
Essa geração de riqueza considerada a partir da relação que a exploração de
uma atividade econômica tem com um determinado ambiente explica a ideia de Meio
Ambiente do Trabalho – ou seja, um conceito possível para este tipo de meio ambiente
seria o ambiente determinado à produção de riqueza a partir da exploração de uma
determinada atividade econômica.
Fundamento constitucional do Meio Ambiente do Trabalho está previsto no
Art. 200, VIII, CF/1988, Senão vejamos:

Art. 200, CF/1988. – Ao sistema único de saúde


compete, além de outras atribuições, nos termos:

(...)

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele


compreendido o do trabalho.

ATENÇÃO: A RIQUEZA TRATADA NA IDEIA DE MEIO AMBIENTE DO


TRABALHO É A DE NATUREZA MATERIAL, RIQUEZA PERCEBIDA NO
MUNDO FÍSICO (A RIQUEZA NÃO TRADUZIDA EM BEM MATERIAL –
COMO A QUE RESULTA DO TRABALHO VOLUNTÁRIO – TAMBÉM É
CONSIDERADA EM SEU PROCESSO DE EXECUÇÃO, E NÃO DOS SEUS
EFEITOS.

AQUI TERMINA A CHAMADA CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL (OU SEJA A


ABORDAGEM CLÁSSICA) DOS TIPOS/ESPÉCIES/MODALIDADES DE MEIO
AMBIENTE...

Classificação na sua forma contemporânea, acrescenta mais um


“tipo/espécie/modalidade” de meio ambiente aos quatro já estudados. Acrescenta-se o
MEIO AMBIENTE GENÉTICO, (Patrimônio Genético), perfazendo, portanto, 5 tipos,
sendo este:

e) Meio Ambiente enquanto Patrimônio Genético (M.A. Genético)

Também é um formato de MEIO AMBIENTE considerando a multiplicidade


de ocorrências (condições, leis, influências e interações) possíveis dentro dos organismos
vivos, DESDE OS MAIS SIMPLES ATÉ OS MAIS COMPLEXOS. Lembrar, por óbvio,
que GENÉTICA guarda total relação com VIDA. Vide o início do art. 3º, I da Lei n.
6938/81. (conceito de meio ambiente).
O MEIO AMBIENTE GENÉTICO REPRESENTA UMA FACETA
EMINETEMENTE BIOCENTRICA/BIOCENTRISTA DO DIREITO AMBIENTAL.
Portanto, a genética (e por conseguinte a ideia de meio ambiente genético) envolve
necessariamente todos os elementos bióticos existentes no macrobem (ou seja, na
NATUREZA).

Observação: Vale muito pesquisar sobre os temas correlatos que impulsionaram a


regulamentação do Patrimônio Genético pelo Direito Ambiental:
1 – A idealização/execução do Projeto Genoma (a busca pela compreensão da existência
e funcionamento do mapeamento/sequenciamento genético dos seres vivos em geral,
sobretudo da espécie humana).
2 – A questão dos OGMs (organismos geneticamente modificados) e o “o mundo do
agronegócio” (incluindo também, a sua utilização na indústria alimentícia e na engenharia
de alimentos);

Duas SITUAÇÕES que ganharam muita repercussão nos anos 80 e 90.

Apesar da questão genética tratar sobretudo das ocorrências múltiplas e


variáveis que envolvem todos os organismos vivos, ela também mantem foco com a
influência que o ambiente externo causa/determina nesses organismos vivos,
principalmente no que tange às suas transformações, adaptações e adequações.

Resumo dos cincos tipos/modalidades/espécies de Meio Ambiente:


1 – M.A. Natural (estado puro de natureza – livre, ou pelo menos afastado, da “presença”
humana);
2 – M.A. Artificial (Intervenção Antrópica, também chamada de Antropização);
3 – M.A. Cultural (relação da produção cultural com o ambiente em que o indivíduo ou
o corpo está inserido);
4 – M.A. do Trabalho (relação da produção de riqueza pelo homem em um determinado
ambiente no qual este se encontra inserido);
5 – Patrimônio Genético (ou Meio Ambiente Genético) – Trata da multiplicidade de
ocorrências envolvendo os organismos vivos.

Atividade em grupo a ser realizada em Sala :


Indiquem, com base na realidade da nossa cidade, um situação de antropização negativa,
uma situação de antropização positiva, um exemplo de meio ambiente do trabalho e outro
exemplo de meio ambiente cultural.

PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO AMBIENTAL

NÃO EXISTE CONSENSO NA DOUTRINA (José Afonso da Silva e


Romeu Thomé) SOBRE OS PRINCÍPIOS DO INFORMADORES DO DIREITO
AMBIENTAL. A QUANTIDADE, TERMINOLOGIA E DEFINIÇÃO DOS
PRINCÍPIOS SOFREM VARIAÇÕES ESTRE AS VÁRIAS CORRENTES.
ENTRETANTO, OS QUE APARACEM COM MAIOR FREQUÊNCIA NAS PROVAS
SÃO:

• Princípio DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – É aquele que


atende as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade
das gerações futuras na satisfação de suas próprias necessidades. Obs: este
princípio guarda íntima relação com o princípio da cooperação intergeracional
que veremos adiante.
Como se deve entender a “geração presente”? Geração presente somos todos nós que
existimos de modo extra-uterinamente ou intra-uterina (portanto, pessoas e nascituros).
E o que é “geração futura”? São aqueles que ainda virão a este mundo, primeiramente
como nascituros e logo após se tornarão pessoas.
Lembremos que são duas ideias distintas e EM NADA CONFLITANTES essas abaixo:

DESENVOLVIMENTO + SUSTENTABILIDADE

Na verdade, desenvolvimento e sustentabilidade interagem em uma dinâmica de


complementação recíproca, pois, “o que é sustentável tende a se desenvolver, enquanto
aquilo que não é sustentável tende a acabar/mudar” (Almério Drummond de Andrade)

Esse princípio visa compatibilizar crescimento econômico, equilíbrio ambiental e


justiça social (contribuir para que todo ser humano tenha acesso a “um mínimo
existencial” – um mínimo para viver nos termos da dignidade humana).
crescimento econômico – aumento da riqueza produzida pela humanidade a partir da
exploração dos recursos disponíveis/existentes/conhecidos na natureza em nosso
próprio benefício.
equilíbrio ambiental – é o compromisso em garantir a sustentabilidade fundamentada
na exploração racional dos recursos naturais; e
justiça social – garantir o mínimo para cada um (vide, p. ex., art. 6º e art. 7º, IV,
ambos da CF/1988). Obs: não se utiliza nem mesmo o termo “garantir o adequado”
pois ainda não conseguimos garantir para o todo ser humano – titular de dignidade
simplesmente por ser humano – o mínimo necessário para SOBREVIVER.

• Princípio DA PREVENÇÃO – Apoia-se na certeza científica do impacto


ambiental a ser gerado pela ação humana. Será a certeza dos efeitos que esse
impacto gerará, geralmente no que se refere aos impactos considerados negativos
(ou seja, geradores de degradação ambiental – art. 3º, II da Lei n. 6938/81).

Assim, adotam-se todas as medidas para mitigar (ou seja, “suavizar” ou eliminar
os impactos negativos conhecidos, certos, concretos, efetivos (e até esperados) sobre o
ambiente. TRATA-SE DE UM DEVER GERAL DE CUIDADO REFERENTE À
CERTEZA CIENTÍFICA.

ATENÇÃO: Este princípio possui um caráter “antecipatório” da


ocorrência de efeitos negativos da intervenção antrópica no meio
ambiente, e sendo assim, serve de freio para a ação humana não gerar
– no caso concreto – degradação ambiental.

• Princípio DA PRECAUÇÃO – É uma garantia contra os riscos desconhecidos,


incertos, abstratos, potenciais, que de acordo com o estágio atual do conhecimento
humano a respeito de determinado elemento, determinada atividade, etc, não
podem ser ainda identificados. Apoia-se, portanto, na ausência de certeza
científica. TRATA-SE DE UM DEVER GERAL DE CUIDADO REFERENTE
À DÚVIDA CIENTÍFICA.

ATENÇÃO: Este princípio possui um caráter de aprofundamento da


investigação a respeito da possibilidade (ou não) de ocorrência de
efeitos negativos advindos da intervenção antrópica no meio
ambiente, e sendo assim, serve de freio para a ação humana não gerar
degradação ambiental, como resultado de sua ignorância e
inconsequência.

• Princípio DO POLUIDOR-PAGADOR – Pode ser entendido como um


instrumento econômico que exige do poluidor (cujo conceito legal está previsto
no art. 3º, IV da Lei 6938/81) a capacidade de suportar as despesas de prevenção,
reparação e repressão dos danos ambientais por ele causados.
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei,
entende-se por:
(...)
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de
direito público ou privado, responsável, direta
ou indiretamente, por atividade causadora de
degradação ambiental

ATENÇÃO: O Poluidor degrada ao meio ambiente e, por isso, deve ser


responsabilizado a suportar economicamente as ações capazes de minimizar ou
reverter os efeitos de sua ação negativa.

Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei,


entende-se por:

(...)

III - poluição, a degradação da qualidade


ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-


estar da população;

b) criem condições adversas às atividades


sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias


do meio ambiente;

e) lancem matérias ou energia em desacordo


com os padrões ambientais estabelecidos;

• Princípio DO USUÁRIO-PAGADOR – Estabelece que o usuário de recursos


naturais deve pagar por sua utilização, independentemente da ocorrência de
poluição. A aplicação desse princípio visa racionalizar o uso, evitar o desperdício
e proporcionar benefícios a toda coletividade. Existe uma íntima relação entre este
princípio e os elementos componentes do Princípio do Desenvolvimento
Sustentável, quais sejam: CRESCIMENTO ECONÔMICO, EQUILÍBRIO
AMBIENTAL e JUSTIÇA SOCIAL.
Lembrem-se que o Direito Ambiental é um “direito fundamental de terceira geração”,
vinculado portanto ao primado fundamental da FRATERNIDADE, razão pela qual tem
sua carga normativa e regulatória considerada para além do indivíduo, mas abrangendo
toda a coletividade.
• Princípio DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL – Incumbe ao Poder Público
promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino (desde a educação
básica até a educação superior) e a conscientização pública para a
conservação/preservação (ambas são formas de proteção do ->) do meio ambiente.
Essa educação deve ser desenvolvida como uma prática integrada, contínua e
permanente, envolvendo todos os indivíduos, bem como todas as instituições
(portanto, as privadas e as mantidas pelo poder público) que integram o corpo social.
Pontos relevantes trazidos por este princípio:
a) Trata-se de UMA OBRIGAÇÃO institucional do Poder Público a promoção da
educação ambiental. Não é uma mera faculdade.

b) Todos os níveis de governo são alcançados por essa OBRIGAÇÃO de promoção


da educação ambiental, dentro das respectivas competências (ou seja, DOS
PODERES PÚBLICOS EM NÍVEL MUNICIPAL, ESTADUAL, DISTRITAL e
FEDERAL).

c) A sociedade em geral (indivíduos e instituições, tanto as públicas quanto as


privadas) são PRIMEIRAMENTE destinatárias das políticas públicas de
promoção da EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Em um segundo plano, a própria
sociedade (indivíduos e instituições, tanto as públicas quanto as privadas)
passam a ser protagonistas e promotoras da difusão/promoção da EDUCAÇÃO
AMBIENTAL.

d) Representa uma das maiores medidas de caráter político-ambiental destinado ao


indivíduo por instruí-lo a buscar o SEU DESENVOLVIMENTO (pessoal e
coletivo) de um modo SUSTENTÁVEL (baseado na racionalidade de
exploração/uso dos recursos ambientais/naturais disponíveis).

• Princípio DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA (ou PARTICIPAÇÃO


POPULAR, ou ainda PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA) – “uma
andorinha só não faz verão”

A mobilização de toda sociedade, em CADA PARTE DAS SUAS INÚMERAS


ESTRUTURAS, é essencial/imprescindível para o sucesso das políticas pública de
proteção do meio ambiente. É, este princípio, sucedâneo lógico do princípio da educação
ambiental.
É necessário que a educação ambiental, portanto, gere/crie/estimule/fomente/oportunize
O ENGAJAMENTO dos indivíduos e instituições componentes do corpo social para
criar efetividade nas medidas protetivas pensadas para a natureza (o Macrobem) pelo
Poder Público. Daí o nome: PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA, ou
PARTICIPAÇÃO POPULAR, ou ainda PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA.
• Princípio da SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL – O
desenvolvimento sustentável visa à concretização desse princípio. Este princípio
é desdobramento da ideia de desenvolvimento sustentável. As gerações presentes
possuem o direito INARREDÁVEL de utilizar os recursos ambientais, mas de
maneira sustentável, racional, de forma a não privar as gerações futuras do mesmo
direito.
Até em razão do óbvio fato das gerações futuras não possuírem meios para
defenderem, no presente, seus interesses a solidariedade esperada da geração presente
para com ela é algo do qual decorre a máxima de que CABE À GERAÇÃO PRESENTE
GARANTIR A SUA PERMANÊCIA NESTA TERRA E ASSEGURAR A
VIABILIDADE DA VINDA DAS GERAÇÕES FUTURAS. Isso significa impedir a
ocorrência do ANIQUILAMENTO/EXTINÇÃO DA NOSSA ESPÉCIE.
COOPERAÇÃO INTERGERACIONAL
Trata-se de um desdobramento prático do desenvolvimento sustentável, relativo
às consequências benéficas do compromisso da geração presente com a
viabilidade da geração futura, representando a renovação do modo de exploração
de recursos naturais sem o “perigo” da ganância humana esgotá-los/exauri-los
(comprometendo negativamente o futuro da própria espécie humana).
A perpetuação da espécie só é alcançada se as gerações cooperarem ...

• Princípio da VEDAÇÃO AO RETROCESSO – Impõe ao Poder Público o


dever de não retroagir na proteção ambiental.
Vedação ao retrocesso é um princípio geral da teoria dos direitos fundamentais, que
admitem aperfeiçoamento em quantidade e em qualidade (NUNCA O CONTRÁRIO). É
resultado do doutrina francesa que elaborou a ideia do EFEITO “CLIQUET”.
SIGNIFICA PROIBIÇÃO DE PERDA DAS CONQUISTAS ALCANÇADAS,
PRINCIPALMENTE, SE FOR POR OBRA DO PODER PÚBLICO.

• Princípio da INFORMAÇÃO – Todo indivíduo deve ter acesso adequado a


informações relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades
públicas, ou seja é de se presumir que a população esteja com acesso garantido
aos mesmos dados que seus governantes, para que esses mesmos governantes não
mantenham a população que governam em estado de alienação.
A informação é a garantia, a fiança, que assegura o esclarecimento geral da população e
o apoio/suporte que o governo deve esperar dela. Assim sendo, os Estados (entidade
política – atenção para não confundir com estado-membro da federação brasileira). devem
facilitar e estimular a conscientização e a participação pública, colocando a informação à
disposição de todos.
A prestação de informações de caráter ambiental É UMA OBRIGAÇÃO da autoridade
pública para com a sociedade, não cabendo ao titular do banco de dados escolher se as
presta ou não. Uma vez instado a prestá-las, ele (o gestor público/autoridade pública)
estará obrigado a fazê-lo sob pena de ser responsabilizado por qualquer medida contrária
a essa obrigação.

DO DIREITO AMBIENTAL CONSTITUCIONAL

CONSIDERAÇÕES GERAIS*
1 – Existem muitos, muitos, mas muitos mesmo exemplos de matéria de direito ambiental
em trechos da nossa Constituição Federal de 1988. O Direito Ambiental está “espalhado”
por todo texto constitucional, e há uma razão muito simples para isso. Como vimos ao
estudar o assunto Tipos/modalidades/espécies de Meio Ambiente, o ser humano é peça
fundamental em 4 desses tipos (M.A. Artificial, M.A.Cultural, M.A. do Trabalho e M.A.
Genético), e em um deles o homem até pode ser desconsiderado ou colocado em segundo
plano (M.A. Natural), mas mesmo assim sua importância permanece em razão da
necessidade de criar regras de proteção desse Macrobem (ou seja, da Natureza).
2 – NO ENTANTO, A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ESTABELECEU UM
ARTIGO-BASE PARA O MEIO AMBIENTE, que serve como “artigo fundamental” da
disciplina Direito Ambiental no Brasil, a despeito de existirem muitos, muitos, mas
muitos mesmo exemplos de assuntos relacionados ao Direito Ambiental espalhados em
diversos trechos do texto constitucional. TRATA-SE DO ART. 225

ATENÇÃO: AMBAS AS PREMISSAS ACIMA SÃO VERDADEIRAS E ATÉ


COMPLEMENTARES. QUALQUER CONFIGURAÇÃO QUE FUJA DA IDEIA
VEICULADA NOS ÍTEMS 1 e 2 ACIMA LEVARÃO A UMA CONCLUSÃO FALSA
A RESPEITO DO DIREITO AMBIENTAL CONSTITUCIONAL

DIREITO AMBIENTAL ENQUANTO DIREITO FUNDAMENTAL

REVOLUÇÃO Período de 160 anos de LEI FUNDAMENTAL


FRANCESA “desenvolvimento”
DE BONN (1949)
(1789) teórico dos direitos
fundamentais

O Direito Ambiental (e, por óbvio, todo seu arcabouço jurídico) é exemplo
de DIREITO FUNDAMENTAL DE 3ª GERAÇÃO, referente, portanto, ao sistema de
prerrogativas fundamentais do homem ligado ao primado da
FRATERNIDADE/SOLIDARIEDADE.
ARTIGO FUNDAMENTAL DO MEIO AMBIENTE NO TEXTO
CONSTITUCIONAL

Nesta parte do estudo é atentar para considerações gerais relativas ao Direito


Ambiental em sede constitucional, traduzidas nos dois pontos acima descritos/explicados
para não cair em “pegadinhas” a respeito da regulamentação da disciplina no texto da
Constituição de 1988.

CF/88 - Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente


ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao


Poder Público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais


e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
(Regulamento)

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio


genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético;
(Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
(Regulamento)

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços


territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua
proteção; (Regulamento)

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou


atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de


técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para
a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
(Regulamento)

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de


ensino e a conscientização pública para a preservação do
meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as
práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais
a crueldade. (Regulamento)

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a


recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio


ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a


Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira
são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma
da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do
meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais. (Regulamento) (Regulamento)

§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas


pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à
proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter


sua localização definida em lei federal, sem o que não
poderão ser instaladas.

§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do §


1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas
desportivas que utilizem animais, desde que sejam
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta
Constituição Federal, registradas como bem de natureza
imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro,
devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure
o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 96, de 2017)

Qual o aspecto (ou visão) do Direito Ambiental se refere melhor ao conteúdo do


caput art. 225, CF? R – ANTROPOCÊNTRICO, em razão dos elementos componentes
da disciplina ambiental previstos na cabeça do artigo apresentarem prevalência do instinto
de sobrevivência da espécie humana, bem como se referir expressamente a instituições e
obrigações que apenas um ser humano seria capaz de cumprir.

“Todos (NÓS – os seres humanos) têm direito” é um trecho destinado especificamente


ao homem, considerando que os demais elementos bióticos e abióticos já possuem uma
dinâmica estabelecida no MACROBEM (ou seja, na NATUREZA), dispensando
qualquer necessidade de regulação por parte da humanidade.

“ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (SE REFERE AOS ELEMENTOS


BIÓTICOS E OS ABIÓTICOS)” representa um alerta para a nossa capacidade de
impactar o meio ambiente, seja positiva ou negativamente, lembrando da necessidade de
não interferirmos no equilíbrio natural do planeta.

“bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida” – menção expressa
ao meio ambiente como direito fundamental de terceira geração (ligados ao primado
FRATERNIDADE, considerando o fato de ser direito de todos em geral e de ninguém
em particular).

“impondo-se ao Poder Público e à coletividade” DOIS EXEMPLOS DE


CONSTITUIÇÕES SOCIAIS HUMANAS...

“dever de defendê-lo e preservá-lo” – justamente de quem pode impactar negativamente


(VIDE ART. 3º, II da Lei 6938/81 – degradação ambiental) a dinâmica da natureza (ou
seja, DO MACROBEM).

“para as presentes e futuras gerações” representam as duas referências existenciais


possíveis de gerações humanas, ou seja, a “DE FATO” (todos os que já estão por aqui
em vida extra ou intrauterina) e a “EM POTÊNCIA” (e todos aqueles que ainda estão
por vir e não foram nem concebidos). A missão da primeira é sobreviver sem
comprometer a viabilidade de chegada da segunda. O risco existentes entre ambas é a
extinção sumária, ou paulatina pela inviabilidade de permanência por algum(uns)
motivo(s) específico(s). LEMBREM-SE DE LER MAIS UMA VEZ OS PRINCIPIOS
DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL e DA SOLIDARIEDADE
INTERGERACIONAL

QUEM PODE LEGISLAR SOBRE DIREITO AMBIENTAL?

R- União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, por força da


COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE DA UNIÃO, disposta no art. 24
c/c art. da CF.
NÃO DEIXEM DE LER OS PARÁGRAFOS DO ART. 24 SOBRE ESTE TEMA...

UNIÃO tem competência para elaborar as chamadas NORMAS GERAIS (justamente


para possuírem aplicabilidade em todos os biomas reconhecidos pela legislação
brasileira)

ESTADOS, D.F. e MUNICÍPIOS (cada um a seu modo e dentro da sua respectiva


competência) possuem atribuição para elaborar as chamadas NORMAS ESPECÍFICAS
que levem em consideração, portanto, as peculiaridades da REGIÃO (estados) e/ou do
LOCAL (municípios)

ATENÇÃO: Caso a UNIÃO permaneça em omissão legislativa e não produza NORMAS


GERAIS sobre os diversos temas ambientais caberá aos demais entes federativos
(ESTADOS, D.F. e MUNICÍPIOS) a chamada COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
PLENA (ou seja, poderão eles elaborar NORMAS GERAIS e NORMAS ESPECÍFICAS)
para aplicação dentro de sua jurisdição.
DO DIREITO AMBIENTAL INFRACONSTITUCIONAL

ASPECTOS GERAIS:

É a parte do Direito Ambiental brasileiro referente à sua moderníssima e vasta


LEGISLAÇÃO, portanto, é a parte do sistema jurídico brasileiro relativo ao nível
INFRACONSTITUCIONAL (ou seja, “abaixo da constituição”) PNMA - POLÍTICA
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (=LEI Nº 6.938/1981) é a legislação/lei/norma
jurídica infraconstitucional mais importante do ordenamento jurídico brasileiro. É a
norma-base do Direito Ambiental Brasileiro.

A ementa desta lei-base dia que: Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

DO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO DE DIREITO AMBIENTAL

DIREITO AMBIENTAL CONSTITUCIONAL DIREITO AMBIENTAL


INFRACONSTITUCIONAL
CONSTITUIÇÃO DA LEI Nº 6.938/1981 ... PNMA – POLÍTICA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO (PLANO/PROGRAMA) NACIONAL DO
BRASIL (1988) MEIO AMBIENTE
ARTIGO-BASE 225 +
l+ mais toda a gama de legislações de
os demais artigos espalhados pela natureza ambiental espalhada por todo o
CF/88 que tratam da disciplina ordenamento jurídico brasileiro.
ambiental

DA RECEPÇÃO CONSTITUCIONAL

- A constituição representa a “fundação” (alicerces) de uma nova ordem jurídica. (prédio),


contudo ela não abandona comple tamente toda a legislação que existia na ordem jurídica
precedente (regulada na constituição anterior).

- O que ocorre na prática é o fato da Constituição vigente proceder um juízo de


compatibilidade entre seus termos e as legislações anteriores a ela (O CHAMADO JUÍZO
DE COMPATIBILIDADE CONSTITUCIONAL ENTRE O NOVO TEXTO
CONSTITUCIONAL E TODO O ORDENAMENTO JURÍDICO PRÉEXISTENTE).

-
Se houver tal compatibilidade, as legislações preexistentes ao texto constitucional vigente
serão consideradas, da mesma forma, constitucionais e ocorrerá a chamada RECEPÇÃO
CONSTITUCIONAL DAS NORMAS ANTERIORES AO TEXTO
CONSTITUCIONAL VIGENTE.
DOS ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA PNMA

A política nacional do meio ambiente se organiza em uma estrutura tripartite, determinada


logo em seu artigo inicial. Constam, portanto, no art. 1º da PNMA os seus três pilares
fundamentais:

a) Estabelecimento de uma Política (ou de um Plano, ou ainda de um Programa) de


abrangência nacional (portanto, que envolva e vincule todos os entes da federação
brasileira: União, Estados-membros, Municípios e DF) para o Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação;

b) a constituição de um Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA); ART. 6º


DESTA LEI

c) a instituição de um Cadastro de Defesa Ambiental.

DOS OBJETIVOS DA PNMA

Objetivos Gerais (também chamados de objetivos Genéricos, ou Generalistas)

Estão no caput do art. 2º da lei. São eles:

a) a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida; e

b) a garantia de assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico,


aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.

Objetivos Específicos (também chamados de objetivos Especiais)

Estão relacionados nos incisos do art. 4º da lei. São eles:


- à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
- à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao
equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios; (Vide decreto nº 5.975, de 2006)
- ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas
ao uso e manejo de recursos ambientais;
- ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso
racional de recursos ambientais;
- à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e
informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de
preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
- à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional
e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico
propício à vida;
- à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os
danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com
fins econômicos.
OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA PNMA:

Estão nos incisos do art. 2º. São eles:


- ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido,
tendo em vista o uso coletivo;
- racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
- planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
- proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
- controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
- incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteção dos recursos ambientais;
- acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
- recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)
- proteção de áreas ameaçadas de degradação;
- educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade,
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

OS CONCEITOS FUNDAMENTAIS PREVISTOS PNMA – POLÍTICA


NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (LEI N. 6938/1981)

Sua aplicação é obrigatória e, principalmente, necessária em todo o Direito


Ambiental. Estão previstos tais conceitos nos cinco incisos do art. 3º da Lei n. 6938/81.
São eles:

Art. 3º, I – CONCEITO DE MEIO AMBIENTE: É o


conjunto de condições, leis, influências e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas.

Art. 3º, II – CONCEITO DE DEGRADAÇÃO


AMBIENTAL: É a alteração adversa das características do
meio ambiente
Obs: para compreender o significado do que s eria alteração
adversa das características do meio ambiente (ou seja da
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL) é preciso compreender as
premissas abaixo:

a) É necessário ter em mente todo o conceito de meio


ambiente trazido pelo inciso anterior ;

+
b) aqui nesse inciso II está a previsão legal implícita da
ideia de impacto ambiental causado pelo homem /
antropização / intervenção antrópica; importante frisar
essa informação para que não se confunda o impacto
ambiental negativo causador da “modificação adversa
das características do meio ambiente” com interações
que ocorrem entre os elementos ambientais/naturais.

c) tal impacto ambiental se dá de modo


NECESSARIAMENTE negativo, prejudicial, capaz de
piorar os elementos naturais alcançados por ele.

O INCISO II DO ART. 3º DA LEI N. 6938/81 (PNMA) É


A JUSTIFICATIVA (e não fundamento... ATENÇÃO
PARA NÃO FAZER CONFUSÃO A RESPEITO
DISSO) DE EXISTÊNCIA DO §3º DO ART. 225 DA
CF/88.

Art. 3º, III – CONCEITO DE POLUIÇÃO: É a


degradação da qualidade ambiental resultante de atividades
que direta ou indiretamente:
a) - prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar
da população;
b) - criem condições adversas às atividades sociais e
econômicas;
c) - afetem desfavoravelmente a biota;
d) - afetem as condições estéticas ou sanitárias do
meio ambiente;
e) - lancem matérias ou energia em desacordo com
os padrões ambientais estabelecidos;
ATENÇÃO 1: TODOS OS
SENTIDOS QUE O TERMO
POLUIÇÃO PODE TER NO CASO
CONCRETO DEVE RESULTAR DE
UMA (OU MAIS DE UMA) DAS
SITUAÇÕES ACIMA PREVISTAS
EM CADA UMA DAS CINCO
ALÍNEAS DO INCISO III DO ART.
3º DA LEI N. 6938/81).
ATENÇÃO 2: O termo “atividade”,
mencionado na redação do inciso III
do art. 3º, por óbvio, deve ser
considerado como ação empreendida
pelo homem, portanto deve ser
entendida como atividade humana.
Este inciso é exemplo clássico de
ABSTRATIVIDADE da norma
ambiental, considerando que o mesmo
busca regular o maior número possível
de situações capazes de gerar poluição
no caso concreto.
(BIOTA determinados micro-ambientes e seus
///elementos)

Art. 3º, IV – CONCEITO DE POLUIDOR: Será


considerado poluidor a pessoa física ou jurídica, de direito
público ou privado, responsável, direta ou indiretamente,
por atividade causadora de degradação ambiental.

ATENÇÃO: O conceito legal de poluidor – bem como o de


poluição – foi propositalmente idealizado pelo legislador do
modo mais generalista/impessoal (em relação ao poluidor)
e abstrato (em relação a poluição) possível com o intuito de
alcançar o maior número possível de situações e a
totalidade de entes (pessoas físicas, pessoas jurídicas e
até “entes despersonalizados) que causem degradação
ambiental (vide inciso II do art. 3º da L. 6938/81).

... uma vez alcançadas pela legislação ambiental na


condição de POLUIDOR estarão sujeitos àquilo que se
convencionou chamar de RESPONSABILIDADE
AMBIENTAL (também conhecida como TRÍPLICE
RESPONSABILIDADE DO POLUIDOR ou ainda como
TRÍPILICE RESPONSABILIZAÇÃO DO POLUIDOR).

A responsabilidade ambiental se desdobra na


responsabilização do poluidor nas searas
ADMINISTRATIVA, CRIMINAL e CÍVEL.

Art. 3º, V – CONCEITO DE RECURSOS


AMBIENTAIS / RECURSOS NATURAIS: São os
elementos componentes da atmosfera, das águas interiores,
superficiais e subterrâneas, dos estuários, do mar territorial,
do solo, do subsolo, dos elementos da biosfera, da fauna e
da flora.
DO SISNAMA – SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (vide art. 6º da
Lei n. 6938/81 e os termos do art. 3º do Decreto n. 99274/90)

O QUE É O SISNAMA ?

Observação n. 1 – É uma organização de entidades voltadas para a PROTEÇÃO


AMBIENTAL (ou seja, a CONSERVAÇÃO AMBIENTAL e a PRESERVAÇÃO
AMBIENTAL);

Observação n. 2 – Tal sistema está formato em um eixo hierárquico de administração de


ações e outro eixo equitativo de execução dessas ações protetivas do meio ambiente;

Observação n. 3 – No eixo de “administração da Política Ambiental Nacional” a relação


entre os órgãos será de SUBORDINAÇÃO (entre superiores e inferiores, portanto),
enquanto no eixo de execução das ações de proteção ambiental a relação entre seus órgãos
será de COORDENAÇÃO (ou seja, todos cumprindo, concretamente, suas respectivas
missões institucionais).

QUEM INTEGRA ESSE SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO VOLTADO À PROTEÇÃO


AMBIENTAL?

A resposta para essa pergunta está no caput do art. 6º da Lei n. 6938/81 (a


PNMA), e são eles os seguintes:

a) Orgãos;

b) Entidades; e

c) Fundações.

ATENÇÃO 1: todas elas instituídas pelo Poder


Público, em todos os níveis de governo da república
federativa brasileira (ou seja, federal, estadual,
municipal e distrital).

ATENÇÃO 2: Órgãos representam a parte da


Administração Pública Direta, enquanto Entidades e
Fundações (instituídas pelo Poder Público) representa
a Administração Pública Indireta.

ATENÇÃO 3: Existem entidades e fundações


privadas que podem ou não integrar o SISNAMA,
enquanto as entidades e fundações instituídas pelo
poder público necessariamente o integrarão.
QUAL A “MISSÃO”/A RESPONSABILIDADE DO SISNAMA?

É proteger, conservando e preservando, o meio ambiente, e promovendo o estudo sobre


o mesmo para buscar a melhoria da qualidade ambiental.

DA ESTRUTURAÇÃO DO SISNAMA

Está estruturado conforme previsão do art. 6º da PNMA da seguinte forma:

ORGÃO SUPERIOR (I)

Quem é o órgão superior do Sisnama? R- o CONSELHO DE GOVERNO


(regulamentado pelo art. 6º da Lei n. 8028/90 que dispõe sobre a organização da
Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras providências)

Qual sua função? R - assessorar o Presidente da República na formulação da política


nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais

- ORGÃO CONSULTIVO/DELIBERATIVO* (II)

Quem é o órgão consultivo e deliberativo do Sisnama? R- o CONAMA – Conselho


Nacional do Meio Ambiente.

Qual sua função? R – Possui uma função dúplice, a saber:

a) de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas


governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais (FUNÇÃO
CONSULTIVA ou também chamada opinativa); e

b) deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis


com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de
vida (FUNÇÃO DELIBERATIVA ou também chamada normativa);

- existe expressa menção à parte final do art. 225 da CF;

- existe atribuição/capacidade/competência para CRIAR NORMA (bem como


estabelecimento de padrões a serem observados por todos) em matéria ambiental
ou matérias correlatas;

- existe, de modo implícito, a previsão do caráter fiscalizador a ser aplicado pelo


poder público em relação ao cumprimento da legislação ambiental.

- ORGÃO CENTRAL (III)


Quem é o órgão central do Sisnama? R- a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência
da República (regulamentado pelo art. 12 da Lei n. 8028/90 que dispõe sobre a
organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras providências).

Qual sua função? R - planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal,
a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;

- ORGÃOS EXECUTORES

Quem SÃO OS ORGÃOS executores do Sisnama? R- SÃO DOIS!!!!!!!!!!! ATENÇÃO


AQUI...

o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –


IBAMA; e

o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico


Mendes

Qual sua função? R - Executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais


fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas competências.

- ORGÃOS SECCIONAIS

Quem SÃO OS ORGÃOS seccionais do Sisnama e suas funções? os órgãos ou entidades


estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e
fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental

- ORGÃOS LOCAIS

Quem SÃO OS ORGÃOS locais do Sisnama e suas funções? os órgãos ou entidades


municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas
respectivas jurisdições;

Regras gerais aplicáveis ao CONAMA (parágrafos do artigo 6º da Lei n. 6938/81) – os


dois primeiros parágrafos em questão trazem regras específicas de competência
legislativa (concorrente) e os dois últimos parágrafos são de natureza
programática/autorizativa. Obs: Os §1º e §2º da lei n. 6938/81 devem
obrigatoriamente ser lidos em conjunto com o art. 24, caput c/c art. 30, II, ambos
das CF/88.

§ 1º Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição,


elaborarão normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio
ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA.
§ 2º Os Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também
poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior.
§ 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo deverão
fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados por
pessoa legitimamente interessada.
§ 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a criar uma
Fundação de apoio técnico científico às atividades do IBAMA.

Quadros explicativos produzidos em sala a respeito do art. 6º, Lei n. 6938/81:

INÍCIO DO CONTEÚDO PARA O 2º BIMESTRE

ESTRUTURAÇÃO (DOS ÓRGÃOS INTERNOS) DO CONAMA e COMPOSIÇÃO DO


PLENÁRIO DO CONAMA – ARTS. 4º e 5º DO DECRETO N. 99.274/90
(CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE)
ATENÇÃO: -> Tal decreto regulamenta em detalhes a Lei n. 6938/81 (PNMA) no tocante ao
CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Entre outras coisas, tal decreto prevê a
estruturação do CONAMA (que é órgão “consultivo e deliberativo” do SISNAMA), a respectiva
composição dos seus órgãos internos e as respectivas competências dos mesmos.

Art. 4o O CONAMA compõe-se de: (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 2009)

I - Plenário; (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 2009)

II - Câmara Especial Recursal; (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de


2009) (Revogado pelo Decreto nº 9.806, de 2019)

III - Comitê de Integração de Políticas Ambientais; (Redação dada pelo Decreto nº 6.792,
de 2009)

IV - Câmaras Técnicas; (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 2009)

V - Grupos de Trabalho; e (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 2009)

VI - Grupos Assessores. (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 2009)

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ART. 4º do Decreto n. 99274/90

✔ A estruturação do CONAMA, nos termos do art. 4º do


Decreto n. 99274/90, procura conjugar os aspectos políticos e jurídicos envolvidos na
questão de proteção ao meio ambiente, na divisão das respectivas competências de
atuação e na escolha dos responsáveis para ocupar cada um dos órgãos componentes do
referido conselho.
✔ O plenário exerce protagonismo em relação aos demais
órgãos componentes do Conselho Nacional do Meio Ambiente, ficando responsável pelo
cumprimento efetivo de suas funções enquanto órgão consultivo e deliberativo do
SISNAMA. Desta feita e por esse mesmo motivo, é imperioso destacar que tal órgão – o
plenário – possui também um caráter político bem acentuado ao prever e garantir assento
a representantes de variados setores da sociedade (tanto da setor público quanto do setor
privado).
✔ A compreensão da estrutura do Conselho e da interação
entre seu “órgão político” (o plenário), seus órgãos de cunho eminentemente técnico (tais
como as Câmaras Técnicas, os Grupos de Trabalho e os Grupos de Assessores) e o seu
“órgão de ligação” (o Comitê de Integração de Políticas Ambientais) é imprescindível
para conseguir “visualizar” a importância e a “onipresença” do CONAMA em,
praticamente, TODAS AS QUESTÕES QUE ENVOLVAM DIREITO AMBIENTAL
dentro do ordenamento jurídico brasileiro.

INTEGRANTES DO PLENÁRIO DO CONAMA – ART. 5º DO DECRETO N.


99.274/90
OBS: A COMPOSIÇÃO DO PLENÁRIO DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE, ENQUANTO PRINCIPAL ORGÃO INTERNO, PROCURA SER O
“MAIS REPRESENTATIVO” POSSÍVEL, ENGLOBANDO SETORES DE
DESTAQUE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM MATÉRIA AMBIENTAL E DO
SETOR PRIVADO (seja em relação às instituições da produção econômica nacional,
seja instituições que representam a sociedade civil organizada).
A previsão da quantidade de assentos/cadeiras no referido conselho está prevista
formalmente nos incisos do art. 5º do Decreto n. 99274/90 que disciplina/regulamenta,
neste tocante, a Lei nº. 6.938/81.

Decreto nº 99274/90
(...)
Art. 5º Integram o Plenário do Conama: (Redação dada pelo Decreto nº 99.355, de
1990)
I - o Ministro de Estado do Meio Ambiente, que o presidirá; (Redação dada
pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
II - o Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente, que será o seu Secretário-
Executivo; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
III - o Presidente do Ibama; (Redação dada pelo Decreto nº 9.806, de 2019)
IV - um representante dos seguintes Ministérios, indicados pelos titulares das respectivas
Pastas: (Redação dada pelo Decreto nº 9.806, de 2019)

a) Casa Civil da Presidência da República; (Incluída pelo Decreto nº 9.806,


de 2019)

b) Ministério da Economia; (Incluída pelo Decreto nº 9.806, de 2019)

c) Ministério da Infraestrutura; (Incluída pelo Decreto nº 9.806, de 2019)

d) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; (Incluída pelo


Decreto nº 9.806, de 2019)

e) Ministério de Minas e Energia; (Incluída pelo Decreto nº 9.806, de 2019)

f) Ministério do Desenvolvimento Regional; e (Incluída pelo Decreto nº 9.806,


de 2019)

g) Secretaria de Governo da Presidência da República; (Incluída pelo Decreto


nº 9.806, de 2019)

V - nove representantes indicados pelos Governos estaduais, dos quais, no mínimo, um e,


no máximo, dois representantes de cada região geográfica do País; (Redação dada pelo
Decreto nº 11.018, de 2022)
VI - dois representantes indicados pelos Governos municipais das Capitais dos
Estados; (Redação dada pelo Decreto nº 11.018, de 2022)
VII - oito representantes de entidades ambientalistas de âmbito nacional inscritas, há, no
mínimo, um ano, no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas - Cnea, mediante carta
registrada ou protocolizada junto ao Conama; (Redação dada pelo Decreto nº 11.018, de
2022)
VIII - um representante de cada uma das seguintes entidades, indicados pelos respectivos
titulares: (Redação dada pelo Decreto nº 11.018, de 2022)

a) Confederação Nacional da Indústria; (Redação dada pelo Decreto nº


9.806, de 2019)

b) Confederação Nacional do Comércio; (Redação dada pelo Decreto nº


9.806, de 2019)

c) Confederação Nacional de Serviços; (Redação dada pelo Decreto nº 9.806,


de 2019)

d) Confederação Nacional da Agricultura; e (Redação dada pelo Decreto nº


9.806, de 2019)

e) Confederação Nacional do Transporte. (Redação dada pelo Decreto nº


9.806, de 2019)

XI - o Presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto


Chico Mendes; e (Incluído pelo Decreto nº 11.018, de 2022)

XII - o Presidente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA. (Incluído


pelo Decreto nº 11.018, de 2022)

§ 2º Os representantes a que se referem os incisos IV a VIII do caput e o § 12, os seus


respectivos suplentes e o suplente do Presidente do Ibama serão designados pelo Ministro de
Estado do Meio Ambiente. (Redação dada pelo Decreto nº 9.938, de 2019)
§ 2º Os suplentes dos membros do Poder Executivo no Conama serão indicados pelos
dirigentes máximos dos órgãos e das entidades que representam. (Redação dada pelo
Decreto nº 11.018, de 2022)
§ 2º-A Os membros e os suplentes dos membros natos do Conama serão designados em
ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente, exceto os membros natos titulares. (Incluído
pelo Decreto nº 11.018, de 2022)

§ 8º Os representantes a que se referem os incisos V e VI do caput terão mandato de


dois anos e serão escolhidos de forma sequencial conforme lista estabelecida por
sorteio. (Redação dada pelo Decreto nº 11.018, de 2022)

§ 9º Cada entidade ou órgão integrante do Plenário do Conama deverá indicar, além do


membro titular, dois membros suplentes para representá-lo em suas ausências e seus
impedimentos. (Redação dada pelo Decreto nº 11.018, de 2022)

§ 10. Os representantes a que se refere o inciso VII do caput terão mandato de dois anos
e serão escolhidos por sorteio bienal, vedada a participação das entidades ambientalistas
detentoras de mandato. (Redação dada pelo Decreto nº 11.018, de 2022)

§ 11. O Distrito Federal será incluído no sorteio do representante dos Governos estaduais
da região Centro-Oeste. (Incluído pelo Decreto nº 9.806, de 2019)

§ 12. O Ministério Público Federal poderá indicar um representante, titular e suplente,


para participar do Plenário do Conama na qualidade de membro convidado, sem direito a
voto. (Incluído pelo Decreto nº 9.939, de 2019)
§ 13. Quando a região geográfica do País a que se refere o inciso V do caput for
contemplada no sorteio com apenas um representante, no mandato seguinte serão garantidas
duas representações. (Incluído pelo Decreto nº 11.018, de 2022)

§ 14. Ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente disporá sobre os sorteios de que tratam
os § 8º e § 10 do art. 5º. (Incluído pelo Decreto nº 11.018, de 2022)

COMPETÊNCIAS DO CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente


As competências do Conselho Nacional do Meio Ambiente estão previstas na
PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente, bem como em um dos principais decretos
regulamentares dela (Decreto n. 99274/90).

Na Lei n. 6938/81 as competências do CONAMA estão previstas em


seu art. 8º (mais o seu parágrafo único). Já no Decreto n. 99274/90, o tema das
competências do CONAMA está previsto – de modo mais aprofundado – no art. 7o. e
seus quatro parágrafos.

ATENÇÃO: o conteúdo trazido pelo decreto a respeito das competências do CONAMA


detalha o que está previsto no art. 8o. da Lei n. 6938/81

REDAÇÃO DO ART. 8º da Lei nº 6.938/81:

Art. 8º Compete ao CONAMA: (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)

I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o


licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras (VIDE ART. 3º,
III DESTA MESMA LEI), a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo
IBAMA; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)

II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das


alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos
(QUAL O EXEMPLO PRÁTICO DESSA SITUAÇÃO ENVOLVE O ESTADO DO
AMAZONAS?) ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e
municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis
para apreciação dos estudos de impacto ambiental (E.I.A), e respectivos
relatórios (R.I.M.A), no caso de obras ou atividades de significativa degradação
ambiental (VIDE O ART. 3º, II DESTA MESMA LEI), especialmente nas áreas
consideradas patrimônio nacional. (Redação dada pela Lei nº 8.028,
de 1990)

III - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)


IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias
(TRADUZIDAS EM $$$$$$$$) na obrigação de executar medidas de interesse
para a proteção ambiental; (VETADO);

V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de


benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou
condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento
em estabelecimentos oficiais de crédito; (Redação dada pela Vide
Lei nº 7.804, de 1989)

VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da


poluição (ART. 3º, III, DESTA LEI) por veículos automotores, aeronaves e
embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;

VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à


manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos
recursos ambientais (VIDE ART. 3º, V DESTA MESMA LEI... PNMA),
principalmente os hídricos.

Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas


funções, o Presidente do Conama.

REDAÇÃO DO ART. 7º do Decreto nº 99.274/90:


Art. 7o Compete ao CONAMA: (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios e supervisionada pelo referido Instituto; (Redação dada pelo
Decreto nº 3.942, de 2001)

ATENÇÃO: ESTE INCISO COMPLEMENTA A IDEIA TRAZIDA NA LEI, ESTENDENDO A


TODOS OS ENTES FEDERATIVOS (A UNIÃO, OS ESTADOS-MEMBROS, OS MUNICÍPIOS
E O DISTRITO FEDERAL) A COMPETÊNCIA DE PROCEDER / PROMOVER / PROCESSAR
OS LICENCIAMENTOS AMBIENTAIS PARA ATIVIDADES EFETIVAMENTE OU
POTENCIALMENTE POLUIDORAS.

II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das

possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou


privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades
privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e
respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental,
especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional; (Redação dada pelo
Decreto nº 3.942, de 2001)

REPRODUZ IPSI LITERIS A REDAÇÃO TRAZIDA NO ART. 8º, II DA LEI N. 6938/81. ASSIM,
VIDE AS CONSIDERAÇÕES CONSIGNADAS NO INCISO II DO ART. 8º DA LEI N. 6938/81

III - (Revogado pelo Decreto nº 9.806, de 2019)

OS INCISOS II E III DO DECRETO REPRODUZEM IPSI LITERIS A REDAÇÃO TRAZIDA NO


ART. 8º DA LEI N. 6938/81.

IV - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais


concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de
participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de
crédito; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

REPRODUÇÃO IPSI LITERIS DA REDAÇÃO TRAZIDA NO ART. 8º DA LEI N. 6938/81.

V - estabelecer, privativamente, n ormas e padrões nacionais de controle da poluição causada


por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios
competentes; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

REPRODUÇÃO IPSI LITERIS DA REDAÇÃO TRAZIDA NO ART. 8º DA LEI N. 6938/81.


IMPORTANTE LEMBRAR QUE “PRIVATIVO” NÃO SE CONFUNDE COM “EXCLUSIVO”.
PRIVATIVO PASSA A IDEIA DE “PRIMEIRAMENTE”, ENQUANTO EXCLUSIVO SIGNIFICA
QUE “TODOS OS DEMAIS ESTÃO EXCLUÍDOS”. Vide explicação sobre o tema
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS GERAIS DA UNIÃO (tratada nos
artigos 21 ao 24 da Constituição Federal da República do Brasil).

VI - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade


do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os
hídricos; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

REPRODUÇÃO IPSI LITERIS DA REDAÇÃO TRAZIDA NO ART. 8º DA LEI N. 6938/81.

VII - assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo diretrizes de políticas


governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais; (Redação dada pelo
Decreto nº 3.942, de 2001)

ATENÇÃO: PREVISÃO ESPECÍFICA DO EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA DE NATUREZA


CONSULTIVA PREVISTA PARA O CONAMA PELA LEI N. 6938/81, EM SEU ART. 6º, II,
CONSIDERANDO A NECESSIDADE QUE O CONSELHO DE GOVERNO TEM DE
INFORMAÇÕES TÉCNICAS A RESPEITO DE TUDO QUE ENVOLVA A REGULAMENTAÇÃO
DA PROTEÇÃO AMBIENTAL.

VIII - deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de
vida; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

ATENÇÃO: PREVISÃO ESPECÍFICA DE EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA DE NATUREZA


DELIBERATIVA PREVISTA PARA O CONAMA PELA LEI N. 6938/81, EM SEU ART. 6º, II,
CONSIDERANDO A NECESSIDADE DE REGULAMENTAR ATRAVÉS DE RESOLUÇÃO
QUESTÕES ENVOLVENDO A PROTEÇÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO DA JURISDIÇÃO
BRASILEIRA.

IX - estabelecer os critérios técnicos para declaração de áreas críticas, saturadas ou em vias de


saturação; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

ATENÇÃO: PREVISÃO ESPECÍFICA DE EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA DE NATUREZA


CLASSIFICATÓRIA DE AREAS DO TERRITÓRIO NACIONAL PARA, COM ISSO, FACILITAR
A ELABORAÇÃO DE MEDIDAS DE ENFRENTAMENTO DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO
BRASIL

X - acompanhar a implementação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da


Natureza-SNUC, conforme disposto no inciso I do art. 6o da Lei no 9.985, de 18 de julho de
2000; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
XI - propor sistemática de monitoramento, avaliação e cumprimento das normas
ambientais; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
ATENÇÃO: EXERCÍCIO DE APERFEIÇOAMENTO DAS MEDIDAS FISCALIZATÓRIAS DE
CUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL.
XII - incentivar a instituição e o fortalecimento institucional dos Conselhos Estaduais e Municipais
de Meio Ambiente, de gestão de recursos ambientais e dos Comitês de Bacia
Hidrográfica; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
XIII - avaliar a implementação e a execução da política ambiental do País; (Redação
dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
XIV - recomendar ao órgão ambiental competente a elaboração do Relatório de Qualidade
Ambiental, previsto no art. 9o inciso X da Lei no 6.938, de 31 de agosto de
1981; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

ESSE ORGÃO AMBIENTAL COMPETENTE É O IBAMA


XV - estabelecer sistema de divulgação de seus trabalhos; (Incluído pelo Decreto
nº 3.942, de 2001)
XVI - promover a integração dos órgãos colegiados de meio ambiente; (Incluído
pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
XVII - elaborar, aprovar e acompanhar a implementação da Agenda Nacional de Meio Ambiente,
a ser proposta aos órgãos e às entidades do SISNAMA, sob a forma de
recomendação; (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
XVIII - deliberar, sob a forma de resoluções, proposições, recomendações e moções, visando o
cumprimento dos objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente; e (Incluído pelo
Decreto nº 3.942, de 2001)

RESOLUÇÃO – É uma norma jurídica (portanto, titular dos cinco atributos/caracteres:


bilateral, genérica, impessoal, imperativa e abstrata), de natureza administrativa (ou seja,
originada fora do meio legislativo). Possui capacidade plena de inovar no ordenamento jurídico
no que tange ao esforço do Poder Público em proteger (preservar / conservar) o meio ambiente. /
PROPOSIÇÃO – É uma sugestão de ação emanada do CONAMA e endereçada a uma instituição
qualquer, seja pública ou privada. Não corresponde a uma norma, não vincula o destinatário da
“sugestão”, mas pontua – de modo expresso – a orientação do Conselho a respeito do tema e do
papel que o destinatário deve empreender no caso concreto objeto da proposição. /
RECOMENDAÇÃO – É uma orientação emanada do CONAMA e dirigida a uma instituição
para que cumpra, execute, implemente determinada ação considerada adequada aos fins
protetivos do Direito Ambiental e às normas que tratam dos padrões/critérios de qualidade do
Meio Ambiente. / MOÇÃO – É um posicionamento oficial do órgão de modo a refletir sua
postura/opinião sobre determinado assunto ou circunstância (Ex: Moção de aplauso, Moção de
repúdio, etc, etc, etc...)
XIX - elaborar o seu regimento interno. (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

§ 1o As normas e os critérios para o licenciamento de atividades potencial ou efetivamente


poluidoras deverão estabelecer os requisitos necessários à proteção
ambiental. (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

ATENÇÃO 1: A REDAÇÃO ABSTRATA DESTE PARÁGRAFO SE DÁ EM RAZÃO DA


NECESSIDADE DE ADEQUAR DE MODO ESPECÍFICO PARA CADA ATIVIDADE QUE
CAUSE OU POSSA CAUSAR POLUIÇÃO AS DEMANDAS DE PROTEÇÃO APLICÁVEIS
PARA CADA CASO.
ATENÇÃO 2: LEMBRANDO QUE “ABSTRATIVIDADE” É A CARACTERÍSTICA DA NORMA
JURÍDICA QUE PRECONIZA O ALCANCE DA REGRA PARA A MAIOR QUANTIDADE
POSSÍVEL DE SITUAÇÕES. PORTANTO, QUANTO MAIS ABSTRATA A NORMA MAIOR
SERÁ O NÚMERO DE SITUAÇÕES CONCRETAS ABRANGIDAS POR ELA.

§ 2o As penalidades previstas no inciso IV deste artigo (PERDA/SUSPENSÃO DE BENEFÍCIO


FISCAL ou PERDA/SUSPENSÃO DE PARTICIPAÇÃO EM LINHA DE FINANCIAMENTO)
somente serão aplicadas nos casos previamente definidos em ato específico do CONAMA,
assegurando-se ao interessado a ampla defesa. (Redação dada pelo Decreto nº
3.942, de 2001)

ATENÇÃO: A ampla defesa é direito fundamental e deve ser entendida em duas perspectivas.
Uma geral no sentido de sistema de proteção do indivíduo diante do Estado (que engloba o
binômio AMPLA DEFESA/CONTRADITÓRIO) e outra específica, de natureza mais
procedimental/instrumental, onde CONTRADITÓRIO seria a prerrogativa dado ao
indivíduo/cidadão de “contraditar” tudo o que for contra ele imputado e a AMPLA DEFESA (em
sentido estrito) seria a possibilidade/oportunidade de usar qualquer meio (desde que não seja
fraudulento/ilícito) para comprovar a veracidade dos argumentos daquele que se defende.

§ 3o Na fixação de normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da


qualidade do meio ambiente, o CONAMA levará em consideração a capacidade de auto-
regeneração dos corpos receptores e a necessidade de estabelecer parâmetros genéricos
mensuráveis. (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)
ATENÇÃO: Auto-regeneração é a base (pela lado da natureza) da ideia de
SUSTENTABILIDADE dos recursos ambientais.
§ 4o A Agenda Nacional de Meio Ambiente de que trata o inciso XVII deste artigo constitui-se de
documento a ser dirigido ao SISNAMA, recomendando os temas, programas e projetos
considerados prioritários para a melhoria da qualidade ambiental e o desenvolvimento
sustentável do País, indicando os objetivos a serem alcançados num período de dois
anos. (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

Considerações Gerais em relação

LICENCIAMENTO AMBIENTAL = Trata-se do licenciamento de atividade efetiva ou


potencialmente poluidora. Dentro deste contexto é muito importante revisitar o conceito
legal de POLUIÇÃO, expresso no texto do art. 3o, III da Lei n. 6938/81 (PNMA).

O inciso I trata do papel do CONAMA, do papel do IBAMA e dos papéis dos entes
federativos mencionados... em relação ao tema LICENCIAMENTO AMBIENTAL!

a) papel do CONAMA (E ASSEGURAR A SUA CAPACIDADE NORMATIVA


DE CRIAR NORMA JURÍDICA DE DIREITO AMBIENTAL
ESTABELECENDO OS CRITÉRIOS PARA GARANTIR AOS
INTERESSADOS O LICENCIAMENTO AMBIENTAL);

b) papel do IBAMA (É SUGERIR/PROPOR AO CONAMA TEMAS E


CRITÉRIOS A RESPEITO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL E TAMBÉM
SUPERVISIONAR O LICENCIAMENTO CONCEDIDO PELA UNIÃO,
PELOS ESTADOS, PELOS MUNICÍPIOS e PELO DF) e dos papéis dos entes
federativos mencionados

(É CONCEDER O LICENCIAMENTO AMBIENTAL AOS INTERESSADOS DESDE


QUE ATENDIDAS AS NORMAS E CRITÉRIOS ESTABELECIDOS PELO
CONAMA).

Ideias Gerais envolvidas no Licenciamento Ambiental

✔ DEGRADAÇÃO AMBIENTAL = Art. 3o., II da Lei 6938/81


✔ EIA (ESTUDO DE IMPACTOS AMBIENTAIS) / RIMA (RELATÓRIO DE
IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE)

✔ RECURSOS AMBIENTAIS = art. 3o., V da Lei n. 6938/81

✔ USO RACIONAL = exploração com cuidado para não acarretar


esgotamento/exaurimento do recurso ambiental em questão...

O inciso VIII do art. 7o. do Decreto 99274/90 repete a redação do art. 225 da CF/88...
lembrando que a competência de que fala tal inciso está "localizada" na seara
administrativa.

áreas críticas, saturadas ou em vias de saturação; guarda relação com a capacidade de


regeneração dos elementos da natureza (corpos receptores)

INSTRUMENTOS DA PNMA – POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Estão relacionados nos treze incisos do art. 9º da Lei n. 6938/81, a saber:

O que são instrumentos da P N M A ????

São mecanismos de natureza política e administrativa (portanto,


extrajudiciais, levadas a efeito pelo Executivo). Estão ao dispor das autoridades
encarregadas da proteção ambiental para efetivação prática dos objetivos da PNMA -
Política Nacional do Meio Ambiente, bem como para orientar/“instrumentalizar” a
atuação dos órgãos de proteção ambiental do Brasil (que por sua vez são os órgãos
componentes do SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente, previstos lá no Art.
6º da Lei n. 6938/81c/c Decreto n. 99.274/90, em seu art. 3º).

Onde estão os objetivos da PNMA?


Os objetivos específicos da PNMA estão nos incisos do art. 4º da referida lei n. 6938/81.
E o(s) objetivo(s) geral(ais) estão no caput do art. 2º do mesmo diploma legal.

*Instrumentalizar (“formar em instrumento”) significa firmar em documento próprio e


específico determinado fato ocorrido ou ação empreendida pelo poder público e seus
representantes.

I – ESTABELECIMENTO DE PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL:

“Quem” é o responsável por estabelecer padrões de qualidade ambiental no


Brasil?

É o CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente (que é o órgão consultivo e


deliberativo do SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente).

Devem ser considerados, distintamente, em caráter:

a) GERAL: o padrão de qualidade ambiental deve ser apresentado considerando a


ideia do Brasil como um todo, de modo a elaborar uma ideia de proteção do meio
ambiente que sirva para todos os biomas (sistema ecológicos) brasileiros, a saber:
AMAZÔNIA, CAATINGA, PANTANAL, MATA ATLÂNTICA, CERRADO e
PAMPAS GAÚCHOS.

*Aproveitar o ensejo para leitura do art. 24 c/c art. 30, II, todos da CF/88 (previsão
da chamada COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE DA UNIÃO
COM OS DEMAIS ENTES FEDERATIVOS – Estados-Membros, D.F. e
Municípios.

b) ESPECÍFICA: Leva em consideração o padrão de qualidade estimada pelo Poder


Público (CONAMA) para a região/área/local específica e determinada (ou seja,
aspectos regionais, estaduais e municipais).

OBS: E quem mensura/mede a qualidade do meio ambiente é o IBAMA.

II – ZONEAMENTO AMBIENTAL:
Resumidamente, o zoneamento ambiental é a medida de controle do poder
público a respeito da realidade e necessidade protetiva, do ponto de vista ambiental, de
determinados espaços (nos termos previstos pela legislação, conforme o tema: seja
questão fundiária, a questão hídrica, a questão preservacionista, a questão produtiva, etc,
etc, etc).

As zonas ambientais significam um aperfeiçoamento da técnica de


implementação, efetivação e administração das políticas ambientais de um modo geral
para uma determinada área. É UMA CLASSIFICAÇÃO POR ZONA NA FORMA DE
MAPEAMENTO.

III – AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Se refere àquilo que se denomina de INTERVENÇÃO ANTRÓPICA (também chamada


de antropização¸significa o impacto causado pelo ser humano e seus variados
empreendimentos, na natureza de modo a alterá-la em algum grau, podendo ser positiva
ou negativa).

Tal avaliação possui o mister (capacidade/dever) e o condão (capacidade/poder) de


mensurar o impacto humano e suas empresas/suas ações no ambiente em que o
homem/sociedade está/estão inserido(s). Além de mensurar, é na avaliação que o impacto
ambiental deve ser classificado como positivo ou negativo.

IV – LICENCIAMENTO AMBIENTAL (licenciamento/revisão de atividades efetiva ou


potencialmente poluidoras)

- Trata-se de medida administrativa de controle por parte do Poder Público


(possível em todos os níveis de governo) para atividades que efetivamente causem
poluição ou possam vir a causar. Lembrando que poluição tem conceito legal expresso
no art. 3º, III da Lei n. 6938/81 (PNMA).

- está regulamentado em detalhes na Resolução CONAMA n. 237.

- Envolve os procedimentos administrativos para emissão sucessivas – se for


o caso – das licenças:

a) Licença Prévia (LP); ou

b) Licença de Instalação (LI); ou, por último,

c) Licença de Operação (LO)

OBS: Em relação ao procedimento de licenciamento ambiental (em relação a todas três


licenças existentes: a prévia, a de instalação e a de operação deverão ser levados em conta
os princípios ambientais da Prevenção (ou seja, da certeza científica quanto às
consequências da atividade) e da Precaução (ou sejam da dúvida científica quanto às
consequências da atividade em questão)

V – INCENTIVOS À PRODUÇÃO/INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS e


CRIAÇÃO/ABSORÇÃO DE TECNOLOGIA (voltados à melhoria da qualidade
ambiental)

-Trata-se do chamado fomento à inovação (tecnologia) e sua respectiva


transferência.

VI – CRIAÇÃO DE ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS


PELO ESTADO (em todos os níveis de governo: FEDERAL, ESTADUAL e
MUNICIPAL)

VII – SISNIMA / SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE O MEIO


AMBIENTE

É um grande repositório de dados e informações alimentado por todos os


órgãos componentes do SISNAMA e por colaboradores da sociedade civil organizada
sobre o meio ambiente e seus desdobramentos políticos, jurídicos, econômicos e sociais.

VIII – CADASTRO TÉCNICO FEDERAL DE ATIVIDADES E INSTRUMENTOS DE


DEFESA AMBIENTAL (contra a ocorrência de poluição/degradação)

IX – PENALIDADES DISCIPLINARES OU COMPENSATÓRIAS

A primeira se refere à uma sanção (uma pena). Sua ocorrência se dá na seara


administrativa (extrajudicial).

X – RELATÓRIO ANUAL SOBRE A QUALIDADE AMBIENTAL A SER


PRODUZIDO PELO IBAMA

Quem é que estabelece/determina as normas/padrões/critérios de qualidade ambiental?


RAIMUNDO CONAMA

Quem é que se responsabiliza pela feitura do relatório da qualidade ambiental, “medindo-


a”? BARACK IBAMA

XI – GARANTIA DE PRESTAÇÃO E ACESSO A INFORMAÇÕES PÚBLICAS


SOBRE O MEIO AMBIENTE

Desdobramento prático dentro do Direito Ambiental da aplicação do princípio à


informação (ambiental), enquanto direito fundamental.
Aqui nos referimos às informações existentes e às que ainda não existem também. Caso
não existam informações sobre determinada questão envolvendo o Direito Ambiental (em
toda sua extensão) que seja da competência do Poder Público (em todos os níveis de
governo), este último será obrigado a se dirigir ao campo de pesquisa e apurar as
informações faltantes e/ou requisitadas.

XII – CADASTRO TÉCNICO FEDERAL DE ATIVIDADES POTENCIALMENTE


POLUIDORAS E/OU UTILIZADORAS DE RECURSOS AMBIENTAIS

Lembrar que na Lei n. 6938/81 existem os conceitos legais de POLUIÇÃO e


RECURSOS AMBIENTAIS (ambos no art. 3º, III e V, respectivamente).

XIII – ESTABELECIMENTO E USO DE INSTRUMENTOS ECONÔMICOS NA


APLICAÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL

Vigora no Direito Ambiental, em nível de protagonismo, o princípio do


desenvolvimento sustentável que alia a compreensão de uma exploração econômica dos
recursos naturais por meio do uso racional dos mesmos, em benefício da presente geração
sem comprometer os interesses das gerações futuras...

DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

LICENCIAMENTO (=PROCEDIMENTO) E REVISÃO DE ATIVIDADES


EFETIVAS OU POTENCIALMENTE POLUIDORAS (conforme redação do Art. 9º,
IV, L. 6938/81) =

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Contudo, a fim de esclarecer ainda mais o tema, LICENCIAMENTO AMBIENTAL É


GÊNERO DO QUAL SÃO ESPÉCIES:

a) Licenciamento Ambiental em sentido estrito


Ambos de atividade que causem
poluição ou possam vir a causá-la.
b) Revisão do Licenciamento Ambiental em sentido
estrito
*RESOLUÇÃO N. 237 DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Fundamentos Jurídicos da Resolução n. 237:

São três os seus fundamentos, a saber...

● Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981;


Esta legislação previu o licenciamento ambiental como um dos instrumentos da
PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente (vide art. 9º, IV)

● Decreto nº 99.274 (de 06 de junho de 1990), art. 7º, XVIII (PREVÊ AS


COMPETÊNCIA DO CONAMA); Instrumentaliza a previsão normativa do
licenciamento ao prever as formas pelas quais o CONAMA se manifesta, a saber:
RESOLUÇÃO, PROPOSIÇÃO, RECOMENDAÇÃO e MOÇÃO.

● Regimento Interno do CONAMA (OBS: É o próprio CONAMA quem


elabora/modifica seu regimento interno. A elaboração inicial está prevista no
Decreto n. 99274/90, art. 7º, XIX).

ART. 7º, XVIII, Dec. 99274/90 diz que o CONAMA delibera de quatro maneiras, a saber:
resoluções, proposições, recomendações e moções.

RESOLUÇÃO – É uma norma jurídica (portanto, titular dos cinco atributos/caracteres:

bilateral, genérica, impessoal, imperativa e abstrata), de natureza administrativa (ou seja,

originada fora do meio legislativo). Possui capacidade plena de inovar no ordenamento

jurídico no que tange ao esforço do Poder Público em proteger (preservar / conservar) o

meio ambiente.

PROPOSIÇÃO – É uma sugestão de ação emanada do CONAMA e endereçada a uma

instituição qualquer, seja pública ou privada. Não corresponde a uma norma, não vincula

o destinatário da “sugestão”, mas pontua – de modo expresso – a orientação do Conselho


a respeito do tema e do papel que o destinatário deve empreender no caso concreto objeto

da proposição.

RECOMENDAÇÃO – É uma orientação emanada do CONAMA e dirigida a uma

instituição para que cumpra, execute, implemente determinada ação considerada

adequada aos fins protetivos do Direito Ambiental e às normas que tratam dos

padrões/critérios de qualidade do Meio Ambiente.

MOÇÃO – É um posicionamento oficial do órgão de modo a refletir sua postura/opinião

sobre determinado assunto ou circunstância (Ex: Moção de aplauso, Moção de repúdio,

etc, etc, etc...)

Objetivos buscados pela Resolução n. 237 (estão dispostos na ementa expositiva de


motivos da própria resolução)

a) Efetivar a utilização do sistema de licenciamento como instrumento de gestão


ambiental, instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente;

b) Incorporar ao sistema de licenciamento ambiental os instrumentos de gestão


ambiental, visando o desenvolvimento sustentável e a melhoria contínua;

OBS: (sustentabilidade é sucedâneo da RACIONALIDADE... pressupõe o


uso/gozo do meio ambiente baseado na manutenção e JAMAIS NO
ESGOTAMENTO dos recursos ambientais, visando aflorar a sensibilidade do
“interventor antrópico”, ou seja do homem, no processo de proteção do meio
ambiente)

c) Obedecer e implementar as diretrizes estabelecidas na Resolução CONAMA nº


011/94, que determina a necessidade de revisão no sistema de licenciamento
ambiental;

d) Regulamentar os aspectos do licenciamento ambiental estabelecidos na Política


Nacional de Meio Ambiente que ainda não foram definidos;

e) Estabelecer critério para exercício da competência para o licenciamento a que se


refere o artigo 10 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981;
f) Integrar a atuação dos órgãos competentes do Sistema Nacional de Meio
Ambiente - SISNAMA na execução da Política Nacional do Meio Ambiente, em
conformidade com as respectivas competências. INTEGRAÇÃO x INTERAÇÃO

Conceitos Gerais trazidos pela Resolução CONAMA n. 237

a) LICENCIAMENTO AMBIENTAL: processo administrativo pelo qual o


órgão ambiental competente (em qualquer dos níveis de governo) licencia a
localização (LP), instalação (LI), ampliação (LI) e a operação (LO) de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

b) LICENÇA AMBIENTAL: ato administrativo (e portanto de


procedência do pleito inicial do interessado) pelo qual o órgão ambiental
competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle
ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor/requerente da
medida, pessoa física ou jurídica, para localizar (LP), instalar (LI), ampliar
(LI) e operar (LO) empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas
que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

ATENÇÃO: LEMBRAR DOS CONCEITOS DE POLUIÇÃO E DEGRADAÇÃO


AMBIENTAL QUE SE ENCONTRA NA LEI N. 6938/81, ART. 3º, III e II,
RESPECTIVAMENTE.

c) ESTUDOS AMBIENTAIS: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos


ambientais relacionados à localização (LP), instalação (LI), operação (LO) e
ampliação (LI) de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio
para a análise da licença requerida, tais como:
- relatório ambiental;
- plano e projeto de controle ambiental;
- relatório ambiental preliminar;
- diagnóstico ambiental;
- plano de manejo;
- plano de recuperação de área degradada; e
- análise preliminar de risco.
d) IMPACTO AMBIENTAL REGIONAL: é todo e qualquer impacto ambiental que
afete diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o
território de dois ou mais Estados.

DA NECESSIDADE DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) e DO


RELATÓRIO DE IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE (RIMA)

A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetivas ou


potencialmente causadoras de significativa degradação (alteração adversa da qualidade
do meio ambiente) do meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental
(INTERVENÇÃO ANTRÓPICA) e respectivo relatório de impacto sobre o meio
ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências
públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação.

O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou empreendimento não é


potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente, definirá os
estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento

DAS COMPETÊNCIAS FEDERAIS, ESTADUAIS / DISTRITAIS e MUNICIPAIS


PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Artigo da RESOLUÇÃO 237/97

Art. 4º - COMPETÊNCIAS DE NÍVEL FEDERAL

Art. 5º - COMPETÊNCIAS DE NÍVEL ESTADUAL / DISTRITAL

Art. 6º - COMPETÊNCIAS DE NÍVEL MUNICIPAL

DAS ESPÉCIES DE LICENÇAS AMBIENTAIS PREVISTA NA RESOLUÇÃO


CONAMA N. 237

O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes


licenças:
a) LICENÇA PRÉVIA (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando
a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a
serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

b) LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou


atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e
projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais
condicionantes, da qual constituem motivo determinante;

c) LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO) - autoriza a operação da atividade ou


empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das
licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes
determinados para a operação.

PRAZOS DE VALIDADE DAS LICENÇAS PRÉVIA, DE INSTALAÇÃO e DE


OPERAÇÃO.

LEI Nº 9.605/98 (LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS)

FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL DESTA LEI

ART. 225, CF

(...)

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente (= a tudo aquilo


capaz de gerar degradação ambiental) sujeitarão os infratores (= POLUIDOR), pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados. (= TRÍPLICE RESPONSABILIDADE /
RESPONSABILIZAÇÃO DO POLUIDOR = RESPONSABILIDADE AMBIENTAL).

● CONDUTA ≠ ATIVIDADE: conduta é toda ação individualizada, uma única


ação ainda que de efeito prolongado. Enquanto, atividade será a ideia de conduta
reiteradamente praticada, ou seja a prática constante de determinada conduta.
● A leitura do § 3º do art. 225, CF deve ser procedida em conjunto com a análise
do art. 3º (e seus cinco incisos) da Lei n. 6938/81.

OBS: RESPONSABILIDADE AMBIENTAL DO POLUIDOR (FUNDAMENTADA NA


CHAMADA TRÍPLICE RESPONSABILIDADE – ou tríplice responsabilização – de quem
degrada/“lesiona” o meio ambiente.

TRÍPLICE RESPONSABILIDADE (ou RESPONSABILIZAÇÃO) DO


POLUIDOR.

OBS: vale lembrar que a figura do POLUIDOR, destinatário da lei e da chamada


RESPONSABILIDADE JURÍDICA AMBIENTAL, está devidamente prevista no art. 3º,
IV da Lei n. 6938/81 – DEGRADAÇÃO AMBIENTAL (II – alteração adversa do
MEIO AMBIENTE) – MEIO AMBIENTE (I – conjunto de condições, leis, influências
e interações de ordem química, física e biológica que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas)...

TODOS ESTES CONCEITOS ESTÃO ELENCADOS NO ART. 3º DA LEI N. 6938/81


(PELO AMOR DE DEUS ALTÍSSIMO,

L E I A M !!!!!

O ESTUDO DA LEI N. 9605/98 NOS REMETE AO CONHECIMENTO DO ART.


225, §3º, CF (QUE É SEU FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL), QUE POR SUA
VEZ NOS ENSINA A CHAMADA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL (QUE É
CARACTERIZADA PELA TRÍPLICE RESPONSABILIDADE DO POLUIDOR –
QUE PRATICA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL, QUE OCORRE SOBRE O MEIO
AMBIENTE, E QUE TODOS ESSES PONTOS POSSUEM CONCEITO LEGAL
EXPRESSO NA LEI 6938/81, NO SEU ART. 3º)

ESPECIFICAÇÃO NORMATIVA DA TRÍPLICE RESPONSABILIDADE DO


POLUIDOR
1 - ADMINISTRATIVA (arts. 70 até o 76 da Lei n. 9605/98 relativo ao chamado
processo administrativo ambiental) + Lei 9784/99 sobre o processo administrativo (em
nível federal de governo) + Lei Estadual 2.794/2003 sobre o processo administrativo no
Estado do Amazonas).

2 – PENAL (Lei n. 9605 – entre os artigos 29 até o 69 (conhecidos como crimes


ambientais em espécie) + toda a legislação ambiental que possua condutas tipificadas
criminalmente).

OBS: ASSIM COMO NEM TODOS OS CRIMES ESTÃO PREVISTOS NO CPB-


CÓDIGO PENAL BRASILEIRO, NEM TODOS OS CRIMES AMBIENTAIS ESTÃO
PREVISTOS NA LEI N. 9605/98 (MUITOS DELES ESTÃO ESPALHADOS PELA
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL EXTRAVAGANTE).

***** ATENÇÃO

3- CÍVEL (reparação de danos) – fundamentada na própria Lei 9605/98, mas nos


critérios gerais de RESPONSABILIDADE CIVIL.

OBS: a questão da reparação dos danos causados em matéria ambiental dependerá do


caso concreto, podendo classificarmos os danos em plenamente passíveis de reparação
(REPARAÇÃO COMPLETA ou INTEGRAL), danos recuperáveis em parte
(REPARAÇÃO PARCIAL) e danos insuscetíveis de reparação (DANOS
IRREPARÁVEIS). *

Estrutura temática da Lei n. 9605/98

Essa lei (com seus 81 artigos) se divide em cinco partes temáticas principais, a saber:

1 – do art. 2º até o art. 28


É a chamada parte geral da “Lei de Crimes Ambientais). Nela, existem regras
introdutórias e gerais ao tema, de ordem cível, penal e processual de ambas as áreas.
2 – art. 29 até o art. 69 (crimes ambientais em espécie)
Aqui nesta parte está o chamado Código Penal Ambiental (mesmo apelido que a própria
lei também tem). Aqui estão cinco blocos de crimes ambientais gerais previstos por esta
lei. São eles:
a) Crimes contra a fauna;
b) Crimes contra a flora;
c) Crimes de poluição em geral e demais crimes ambientais;
d) Crimes contra o planejamento / ordenamento urbano e contra o
patrimônio cultural.
e) Crimes contra a administração ambiental.
3 – do art. 70 até o art. 76
(processo administrativo ambiental) ... nesta parte do tema é especialmente importante
conhecer bem os arts. 70, 71 e 72 desta lei.
4 – do art. 77 e art. 78
(regras gerais de Direito Ambiental Internacional)
5 – do art. 79 até o art. 82
(disposições gerais da lei n. 9605/98).

Lei. 9605/98, Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes
previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade,
bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor,
o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta
criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

COMENTÁRIOS:

a) “Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos


nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas” – O artigo define que
QUALQUER pessoa (FÍSICA ou JURÍDICA, formalmente constituída ou não)
pode ser enquadrada como POLUIDOR nos termos desta lei;

b) “na medida da sua culpabilidade” – A lei se preocupa em mensurar/medir o


nível de responsabilidade de cada envolvida na prática delituosa, principalmente
nos casos em que se envolvem pessoas jurídicas, ou sendo pessoas físicas, nos
casos de concurso de agentes.

c) “bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão


técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica” –
relação exemplificativa de cargos ou funções exercidas por pessoas físicas na
condução de pessoas jurídicas, pois estas últimas não possuem “vontade própria
genuína”

d) “sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática,


quando podia agir para evitá-la” – Prevê a conduta na modalidade omissiva,
desde que haja possibilidade de impedir a prática delituosa.

Lei 9605/98, Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e


penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por
decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse
ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas,
autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.
COMENTÁRIOS:

a) O presente artigo prevê a TRÍPLICE RESPONSABILIDADE DA PESSOA


JURÍDICA POLUIDORA;

b) Mesmo no caso em que a pessoa jurídica tenha sua conduta individualizada e


passível de responsabilização, as pessoas físicas indicadas no caput artigo e
mesmo aquelas não nominadas mas envolvidas na prática delituosa também serão
responsabilizadas na medida de sua culpabilidade.

Lei 9605/98, Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio
ambiente.

COMENTÁRIOS:

a) Tal dispositivo impede que pessoas jurídicas sejam “escudos” para a prática de
crimes ambientais. Nesses casos, “desconsidera-se” a personalidade jurídica (que
difere em essência da personalidade pessoal e influência nos efeitos e
responsabilidades dos envolvidos, como regra).

b) Então, a pessoa física pode responder diretamente pela prática delituosa


empreendida pela pessoa jurídica desde que fique demonstrada de forma cabal a
intenção de obstaculizar o cumprimento da lei através desta última.

PROCESSO ADMINISTRATIVO AMBIENTAL (LEI N. 9605/98, ARTS. 70 A


76)

Trata da chamada INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. (NÃO CONFUNDIR COM


INFRAÇÃO CRIMINAL = CRIME = ILÍCITO PENAL = TIPO PENAL)

Mas o que é INFRAÇÃO AMBIENTAL? Tal conceito está previsto no caput do art. 70
da Lei n. 9605/98. “Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão
que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio
ambiente.”

Regras de:

Uso = exploração direta do bem, do recurso ambiental. OU seja, o indivíduo se beneficia


diretamente do bem ambiental;

Gozo = exploração indireta do bem, do recurso ambiental. OU seja, o indivíduo se


beneficia indiretamente do bem ambiental;

Promoção = significa desenvolver o meios protetivos do meio ambiente e


amplificar/ampliar/aperfeiçoar cada vez mais o conhecimento a respeito dele;

Proteção = Aplicar, na prática, todas as medidas capazes de impedir – na medida do


possível – a alteração adversa do meio ambiente, ou seja, impedir a degradação ambiental;
Recuperação = Garantir – na medida do possível – a restauração da degradação
empreendida (lembremos da ideia de antropização negativa).

Competência para LAVRAR AUTOS DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA


AMBIENTAL
LEI 9605/98, ART. 70, § 1º São autoridades competentes para lavrar auto de
infração ambiental e instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos
ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados
para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do
Ministério da Marinha.
TODOS OS FUNCIONÁRIOS (RESPONSÁVEIS PELA ÁREA DE
FISCALIZAÇÃO) DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES DE DIREITO AMBIENTAL
VINCULADOS AO PODER PÚBLICO. E EM SE TRATANDO DE “ÁGUAS”, OS
COMPETENTES SÃO OS AGENTES DAS CAPITANIAS DOS PORTOS.
§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação
às autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder
de polícia.
ESTÁ PREVISTA A COMPETÊNCIA SUBSIDIÁRIA PARA
FISCALIZAÇÃO DA APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
BRASILEIRA.
§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é
obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo administrativo
próprio, sob pena de co-responsabilidade.
Estabelece A OBRIGATORIEDADE DE INSTAURAÇÃO DE PROCESSO
ADMINISTRATIVO AMBIENTAL
§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio,
assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições desta
Lei.
ESTABELECE O PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DA
DEFESA EM SEDE ADMINISTRATIVA

Você também pode gostar