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Saúde
Mental
Fundamentos, Planejamento
e Estratégias de Intervenção
96P944
Prevenção e promoção em saúde mental: fundamentos, planejamento e Es-
tratégias de intervenção / organizado por Sheila Giardini Murta, Cris-
tineide Leandro-França, Karine Brito dos Santos e Larissa Polejack.
– Novo Hamburgo : Sinopsys, 2015.
17,5x25cm ; 864p.
ISBN 978-85-64468-44-3
CDU 159.922
2AQUEL×"ARBOZA×,HULLIER
Prevenção e Promoção em
Saúde
Mental
3$86$12
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Fundamentos, Planejamento
e Estratégias de Intervenção
2EFLEXOES×PARA×PAIS
^ ×EDUCADORES×E×TERAPEUTAS
2015
© Sinopsys Editora e Sistemas Ltda., 2015
Prevenção e Promoção em Saúde Mental: Fundamentos,
Planejamento e Estratégias de Intervenção
Sheila Giardini Murta, Cristineide Leandro-França,
Karine Brito dos Santos e Larissa Polejack (org.)
Sinopsys Editora
Fone: (51) 3066-3690
E-mail: atendimento@sinopsyseditora.com.br
Site: www. sinopsyseditora.com.br
Agradecimentos
Alessandra da Rocha Arrais. Doutora em Psicologia pela UnB. Psicóloga hospitalar da Secretaria
de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Docente do curso de graduação em Enferma-
gem e do Mestrado Profissional em Saúde da Mulher e do Idoso da Escola Superior de Ciências
da Saúde (ESCS). E-mail: alearrais@gmail.com.
Alessandra Turini Bolsoni-Silva. Livre docente em Psicologia Clínica, leciona nos cursos de Psi-
cologia e no Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem.
Trabalha com habilidades sociais, práticas educativas, problemas de comportamento, transtornos
de ansiedade e depressão. E-mail: bolsoni@fc.unesp.br.
Almir Del Prette. Professor na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Doutor em Psi-
cologia pela Universidade de São Paulo. Pesquisador nível I do CNPq. Supervisor e autor de li-
vros, testes e artigos sobre habilidades sociais e relações interpessoais (http://www.rihs.ufscar.br).
E-mail: adprette@ufscar.br.
Ana Aparecida Vilela Miranda. Psicóloga pela UnB. Mestranda do Departamento de Psicolo-
gia Clínica e Cultura do Instituto de Psicologia, e integrante do Grupo de Estudos em Preven-
ção e Promoção da Saúde no Ciclo da Vida (GEPPSVida) do Instituto de Psicologia da UnB.
E-mail: aavmiranda@gmail.com.
Andréia R. Andrade. Graduada em Farmácia-Bioquímica pela USP. Pós-graduada em Admi-
nistração de Empresas pela FGV. Mestre em Psicologia pela UFSCar. E-mail: andreia. andra-
de1972@gmail.com.
Arthur de Oliveira Corrêa. Psicólogo e Mestre em Psicologia Clínica e Cultura pela UnB.
Doutorando em Ciência da Prevenção e Saúde Comunitária pela University of Miami. Respon-
sável pela tradução e adaptação do Communities That Care Youth Survey (CTCYS) para o Brasil.
Integra o Grupo de Estudos em Prevenção e Promoção da Saúde no Ciclo de Vida (GEPPSVi-
da) da UnB. E-mail: arthuroc87@hotmail.com.
Augusto Pérez-Gómez. Psicólogo. Doutor pela Universidade de Louvain, Bélgica. Docente,
pesquisador. Trabalha com prevenção e tratamento de consumidores de drogas e álcool. Funda-
dor e diretor da Corporación Nuevos Rumbos (2002). E-mail: aperez@nuevosrumbos.org.
Bárbara Carvalho Ferreira. Professora da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e
Mucuri, Campus Diamantina. Mestre em Educação Especial e Doutora em Psicologia pela UFS-
Car. Membro do grupo de pesquisa em Relações Interpessoais e Habilidades Sociais (http://www.
rihs.ufscar.br). E-mail: barbaracarvalho_ufvjm@yahoo.com.br.
Beatriz Montenegro. Coordenadora do Programa de Prevenção do Suicídio, Diretoria de Saú-
de Mental da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Mestre e Doutora em Psicolo-
gia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília. E-mail: beatrizmontenegrofsp@gmail.com.
Camila de Sousa Pereira-Guizzo. Psicóloga, com Especialização em Gestão Organizacional e
Recursos Humanos. Mestre e Doutora em Educação Especial pela UFSCar. Professora Adjunta
da Faculdade de Tecnologia SENAI CIMATEC e dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sen-
su da instituição. E-mail: camila.pereira@fieb.org.br.
Camila R. Ferreira. Graduanda em Psicologia pela UFSCar. Pesquisa intervenções psicoeducativas para
cuidadores que assistem idosos com Alzheimer, visando melhorar suas habilidades de enfrentamento
construtivo de estresse. E-mail: camila_rferreira@hotmail.com.
Daniel Röhe Salomon da Rosa Rodrigues. Psicólogo pela UnB. Mestrando em Psicologia pela
Universidade Católica de Brasília. Coordenador de Avaliação e Acompanhamento do Curso de Pre-
Autores ix
venção do Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas (Edições 2012-2013 e 2014-2014).
E-mail: psicologo.rohe@gmail.com.
Daniela C. Belchior Mota: Psicóloga, Mestre em Psicologia e Doutoranda em Psicologia pela
UFJF. Professora do curso de Psicologia da Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC)
de Barbacena. Pesquisadora do CREPEIA-UFJF. E-mail: danibelmota@yahoo.com.br.
Daniela Ribeiro Schneider. Psicóloga. Mestre em Educação (UFSC). Doutora em Psicologia Clí-
nica (PUC/SP). Pós-Doutorado pela Universidade de Valência, Espanha. Professora do Departa-
mento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Bolsista produtividade em pes-
quisa 2 pelo CNPQ. E-mail: danischneiderpsi@gmail.com.
Debby Allen. Professora titular na Universidade Oxford Brookes. O foco de sua pesquisa tem
sido no trabalho de prevenção em relação ao uso indevido de substâncias e problemas de saúde
mental no contexto familiar. Codiretora do My Strong Family Centre, um centro educacional
cujo objetivo é prevenir o abuso de substâncias e outros problemas de comportamento, refor-
çando habilidades parentais e construindo qualidades familiais nas comunidades atendidas atra-
vés do Strengthening Families Program (SFP) 10-14 (UK). E-mail: dallen@brookes.ac.uk
Deisy Ribas Emerich. Psicóloga. Mestre. Doutoranda em Psicologia Clínica pela Universidade
de São Paulo. Professora do Curso de Psicologia do Centro Universitário das Faculdades Metro-
politanas Unidas (FMU). E-mail: deisy.remerich@usp.br.
Edna Maria Marturano. Professora titular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP.
Orientadora no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da FFCLRP-USP. E-mail: emmar-
tur@fmrp.usp.br.
Edwiges Ferreira de Mattos Silvares. Psicóloga. Professora colaboradora sênior da Universida-
de de São Paulo. Professora titular no Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psi-
cologia da Universidade de São Paulo. Atua como professora de graduação e orientadora de
mestrado e doutorado no Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica (USP). Pesquisado-
ra CNPq. E-mail: efdmsilv@usp.br.
Elaine Cristina Minto. Psicóloga. Mestre em Psicologia pela FCLRPUSP. Supervisora do PAP
em Promoção de Saúde na Comunidade e tutora do Programa de Residência Multiprofissional
do HCFMRP-USP. E-mail: elainecristinaminto@gmail.com.
Eliane Maria Fleury Seidl. Psicóloga. Doutora em Psicologia pela UnB. Professora Associada
do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da UnB, com atividades em
nível de graduação e pós-graduação. Coordenadora do Projeto Com-Vivência, projeto de exten-
são de ação contínua do Hospital Universitário de Brasília na área do HIV/aids. Coordenadora
de Grupo de Trabalho da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia
(ANPEPP), denominado Psicologia da Saúde em Instituições e na Comunidade. Possui bolsa
de produtividade em pesquisa do CNPq. E-mail: seidl@unb.br.
Elizabeth Joan Barham. Professora associada no Departamento de Psicologia na UFS--Car. E-
mail: lisa@ufscar.br.
Eric C. Brown. Ph.D., Professor Associado junto à Universidade de Miami, Escola de Medicina
Miller, Departamento de Ciências da Saúde Pública, Divisão de Ciência da Prevenção e Saúde
Comunitária, onde dirige o curso de Ciência de Implementação para o programa de doutorado de
Ciência da Prevenção do departamento. Trabalha no desenvolvimento, implementação e testagem
das intervenções preventivas nos Estados Unidos e na América Latina. Pesquisador de um estudo
financiado pelo Instituto Nacional de Abuso de Drogas sobre os fatores de risco para uso de dro-
x Autores
gas por adolescentes entre os Estados Unidos e a Colômbia, e um investigador do Estudo Comu-
nitário do Desenvolvimento dos Jovens, um estudo controlado e randomizado entre comunidades
conduzido pelo sistema de prevenção Communities That Care (CTC). Copesquisador em um estu-
do-piloto que está adaptando e implementando o sistema de prevenção no Chile (que se cha-
ma Comunidades Que Se Cuidan, em Espanhol), sendo consultor sobre implementação do Comu-
nidades Que Se Cuidan na Colômbia. E-mail: ricbrown@miami.edu.
Fabián O. Olaz. Doutor em Psicologia pela Faculdade de Psicologia da Universidade Nacional de
Córdoba, Argentina. Diretor do Laboratório de Comportamento Interpessoal. Professor Adjunto
de Matéria Clínica Psicológica e Psicoterapias. Supervisor clínico e coordenador acadêmico do
Centro Integral de Psicoterapias Contextuais. Reconhecido facilitador do programa ACT-Matrix
na Argentina, Chile, Peru e Brasil, onde mais de 1000 pessoas participaram dos cursos e oficinas.
E-mail: fabidelarenta@gmail.com.
Fabiana Vieira Gauy. Psicóloga, Terapeuta cognitivo-comportamental com treinamento pelo
Instituto de Beck (EUA). Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela UnB. Doutora em
Psicologia Clínica pela USP. Professora substituta do Instituto de Psicologia da UnB. E-mail: fa-
bianagauy@gmail.com.
Francine N. F. R. Pinto. Doutoranda em Psicologia pela UFSCar. Pesquisa a relação entre ha-
bilidades sociais e sobrecarga em cuidadores de idosos. E-mail: francine naty@yahoo.com.br.
Gilbert J. Botvin. PhD, professor Emérito de Psicologia em Saúde Pública na Faculdade de
Medicina Weill Cornell da Universidade de Cornell, na cidade de New York. Especialista reco-
nhecido internacionalmente na área de prevenção de uso de álcool e tabaco e abuso de drogas.
Tem mais de 250 artigos revisados por pares e capítulos de livros publicados, sendo o principal
pesquisador em vinte projetos de prevenção em escolas financiados pelos Institutos Nacionais
de Saúde dos EUA. O Dr. Botvin também é presidente da National Health Promotion Associa-
tes (NHPA), a qual comercializa o programa de Treinamento de Habilidades de Vida. E-mail:
gjbotvin@med.cornell.edu.
Gisele de Rezende Franco. Psicóloga. Psicodramatista. Especialista em Desenvolvimento Hu-
mano: interfaces práticas em educação e saúde. Mestre e doutoranda em Psicologia com ênfase
em Desenvolvimento Humano e Processos Socioeducativos na UFJF, Professora no Curso de
Psicologia da Faculdade Machado Sobrinho (FMS). E-mail: gisele.grf@gmail.com.
Giselle Caroline Fernandes Cavados. Psicóloga pela Universidade Católica de Brasília (UCB).
E-mail: gigicaroline@gmail.com.
Heder Soares Bernardino. Professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade
Federal de Juiz Fora. Mestre e doutor em Modelagem Computacional. E-mail: heder@ice.ufjf.br.
Henrique Pinto Gomide. Psicólogo. Mestre em Psicologia. Pesquisador do Centro de Referên-
cia em Pesquisa, Intervenção e Avaliação em Álcool e Outras Drogas da linha de e-saúde. Dou-
torando em Psicologia. E-mail: henriquepgomide@gmail.com.
Isolda de Araújo Günther. Pesquisadora colaboradora sênior no Departamento de Psicologia
Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da UnB. Mestre em Psicologia Social Experi-
mental pela UFPB. Ph.D. em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela Michigan State
University, EUA. Pós-doutora pela City University of New York e pela Carl von Ossietzky Uni-
versität, Oldenburg, Alemanha. E-mail: isolda.gunther@gmail.com.
Janaína Bianca Barletta. Psicóloga. Especialista em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental
com certificação da FBTC. Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela UnB. Doutora em
Autores xi
Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe. Membro do Grupo de Estudos em Pre-
venção e Promoção de Saúde no Ciclo de Vida (GEPPS-Vida – UnB) e do Grupo de Trabalho
(GT) Relações Interpessoais e Competência Social da ANPEPP. Docente do Curso de Medicina
da FACIPLAC-DF e de Psicologia da Unip campus Brasília. E-mail: janabianca@gmail.com.
Jaqueline Rodrigues da Cunha Netto. Psicóloga. Especialista em Gerontologia Social pela
UFU e em Psicologia Social pelo CFP. Mestre em Psicologia pela USP. Supervisora do Programa
de Aprimoramento Profissional (PAP) em Promoção de Saúde na Comunidade do HCFMRP-
USP. E-mail: jrcunhanetto@gmail.com.
Jéssica de Assis Silva. Psicóloga. Mestranda em Psicologia pela UFSCar. Pesquisadora do Laborató-
rio de Análise e Prevenção da Violência (Laprev). E-mail: actsaocarlos@gmail.com.
Jordana Calil Lopes de Menezes. Psicóloga. Especialista em Gestalt-terapia. Mestre em Psicolo-
gia pela Universidade de Brasília. Doutoranda em Psicologia da Universidade de Brasília. Profes-
sora orientadora do Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-Terapia. E-mail: jordanaca-
lil@gmail.com.
José Marcelo Oliveira da Luz. Psicólogo. Servidor público da Secretaria Geral da Presidência
da Republica. Mestrando em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília e inte-
grante do GEPPSVida – Grupo de Estudos em Prevenção e Promoção de Saúde no Ciclo de
Vida. E-mail: mluzpsi@gmail.com.
Joyce Santos. Enfermeira, licenciada pela UnB. Especialista em Enfermagem em Estomatera-
pia. Mestranda em Enfermagem pela mesma Instituição. Atua no Programa de Preparação para
Aposentadoria da Coordenadoria de Atenção à Saúde e Qualidade de Vida/Diretoria de Saú-
de do Decanato de Gestão de Pessoas da UnB. E-mail: jsd.enf@gmail.com.
Juliana Mejía-Trujillo. Assistente Social. Mestranda em Antropologia na Universidade dos An-
des. Coordenadora Nacional de Atividades Comunitárias da Corporación Nuevos Rumbos.
E-mail: jmejia@nuevosrumbos.org.
Kenneth W. Griffin. PhD, MPH, Professor de Saúde Pública na Faculdade de Medicina Weill
Cornell e consultor para o NHPA. Dr. Griffin é amplamente reconhecido por sua pesquisa so-
bre etiologia e prevenção dos comportamentos de risco de adolescentes. Tem mais de 130 arti-
gos e capítulos de livros publicados, além de ser o principal pesquisador em diversos projetos fi-
nanciados pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA. E-mail: kgriffin@med.cornell.edu.
Larissa de A. Nobre Sandoval. Psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Mes-
tre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Granada (Espanha). Integra o Grupo de Estudos
em Prevenção e Promoção da Saúde no Ciclo de Vida (GEPPS--Vida) da UNB. Coordenou, junta-
mente com Sheila Giardini Murta, a avaliação da adaptação cultural do programa Strengthening Fa-
milies Program SFP 10-14 no Brasil. Sócia e consultora da FLUME Consultoria em promoção de
bem-estar e prevenção em saúde mental e avaliações. E-mail: nobre.lan@gmail.com.
Leonardo Fernandes Martins. Psicólogo. Mestre em Psicologia. Especialista em Estatística pela
Universidade Federal de Juiz de Fora. Doutorando em Psicologia com o tema e-saúde. Professor
do Centro Regional de Referência sobre Drogas da UFJF. Professor da Faculdade Estácio de Sá
de Juiz de Fora. E-mail: leomartinsjf@gmail.com.
Leonardo Martins Barbosa. Psicólogo. Doutorando em Psicologia Clínica pela UnB. Pesquisa
e trabalha com terapia de aceitação e compromisso (ACT) e preparação para a aposentadoria.
E-mail: leopfq@gmail.com.
xii Autores
Maria Angela Mattar Yunes. Psicóloga. Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela University
of Dundee, Escócia, Doutora em Educação: Psicologia da Educação (PUC/SP), Pesquisadora do
CNPq. Professora permanente no Programa de Pós-Graduação em Educação no Centro Universitá-
rio La Salle, UNILASALLE/Canoas, RS. Colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Educa-
ção Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande/FURG. Fundadora do Centro de Estudos
Psicológicos sobre Meninos e Meninas de Rua (CEP-RUA) da FURG. Coordenadora do Centro de
Referência e Atenção às Famílias (CRAF) Unilasalle. E-mail: mamyunes@yahoo.com.br.
Maria Aparecida Penso. Psicóloga. Terapeuta Conjugal e Familiar, Psicodramatista. Doutora em
Psicologia Clínica pela UnB. Pós-doutora em Psicossociologia pela Universidade Federal Flumi-
nense. Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Católica de Bra-
sília (UCB). E-mail: mariaaparecidapenso@gmail.com.
Maria Aparecida Prioli Bugliani. Psicóloga. Especialista em Psicologia Escolar pelo CFP. Su-
pervisora do Programa de Aprimoramento Profissional em Promoção de Saúde na Comunidade
do HCFMRP-USP. E-mail: mbugliani@gmail.com.
Maria Fátima Olivier Sudbrack. Professora Titular no PCL/IP/UnB. Coordenadora do Progra-
ma de Estudo e Atenção às Dependências Químicas. Coordenadora Institucional do Curso de
Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas (2013-2014), Presidente da
ABRAMB (2013-2015). E-mail: mfosudbrack@gmail.com.
Maria Fernanda Jorge Lorenzini. Graduanda em Psicologia pela UFSCar. E-mail: mfjlorenzini@
gmail.com.
Maria Henriqueta Camarotti. Neurologista. Psiquiatra. Homeopata. Especialista em Saúde do
Trabalhador. Mestre em Psicologia. Gestalterapeuta, formadora da Terapia Comunitária Inte-
grativa no Brasil e em outros países. E-mail: henriquetac@gmail.com.
Maria Inês Gandolfo Conceição. Psicóloga. Psicodramatista. Doutora em Psicologia pela
UnB. Professora Associada do PCL/IP/UnB. Professora do Programa de Pós-graduação em
Psicologia Clínica e Cultura da PSICC/UnB. Editora-chefe da revista Psicologia: Teoria e Pes-
quisa. Pós-Doutorados pela Universidade Federal Fluminense e pela University of Toronto.
Coordenadora Geral do Curso de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de Escolas
Públicas (2013-2014). Primeira Tesoureira da ABRAMB (2013-2015). E-mail: inesgandol-
fo@gmail.com.
Maria Izabel Tafuri. Psicóloga. Psicanalista. Professora Associada do Instituto de Psicologia da
UnB. Orientadora de Mestrado e Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Clínica e Cultura do Instituto de Psicologia da UnB. E-mail: izabeltafuri@gmail.com.
Maria Luiza Marinho-Casanova. Docente do Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento da Universidade Estadual de Londrina. Graduação em Psicologia pela UEL.
Doutorado pela USP. Pós-doutorados pela Universidade de Granada e pela USP na área de Psi-
cologia Clínica. E-mail: malumarinho@pq.cnpq.br.
Marina Pedralho. Psicóloga e bacharel em Psicologia pela UnB. Especialista em Terapia Cog-
nitivo-Comportamental pelo Instituto Capacitar. Consultora do Ministério da Saúde, no Pro-
grama Fortalecendo Famílias. Psicóloga Clínica. E-mail: pedralho3@gmail.com.
Marisa Cosenza Rodrigues. Psicóloga. Especialista em Psicologia Escolar e Aprendizagem pela
PUC-Campinas. Mestre em Psicologia Social pela UGF. Doutora em Psicologia pela PUC-
Campinas. Professora Associada da UFJF (graduação e pós-graduação). Coordenadora do Cur-
xiv Autores
Prefácio............................................................................................. 23
Ileno Izídio da Costa
Apresentação..................................................................................... 31
Sheila Giardini Murta, Cristineide Leandro-Franca,
Karine Brito dos Santos e Larissa Polejack
Parte I – Fundamentos
1 Da saúde mental à atenção psicossocial: trajetórias
da prevenção e da promoção de saúde............................................ 34
Daniela Ribeiro Schneider
que é o de manter por maior tempo possível a sua saúde. A promoção da saúde,
com certeza, aqui muito contribui.
Por tudo isso (e por muito mais que a presente obra apresenta, provoca
e instiga) é que falar, teorizar, pesquisar e atuar na dimensão da promoção da
saúde se torna tarefa inequívoca e inadiável para a qual o presente livro contribui
sobremaneira, reforçando o seu caráter de compêndio de grande valor e previsível
impacto na área.
Parabéns às organizadoras, por sua hercúlea e dedicada tarefa de reunir e
organizar autores tão importantes da área e, principalmente, por tornar esta obra
não uma colcha de retalhos, mas uma linha mestra de se pensar, narrar e intervir
em promoção em saúde mental.
Que venham as contribuições ulteriores, semeadas as provocações do
pensamento sério, acadêmico e comprometido dos estudiosos e pesquisadores
em saúde mental aqui plantados.
Prof. Ileno Izídio da Costa
Universidade de Brasília
Referências
Almeida Filho, N.; Coelho, M. T. A. & Peres, Foucault, M. (1972). História da loucura. São
M. F. T. (1999). O conceito de saúde mental. Paulo: Perspectiva.
Revista USP, São Paulo, 43, 100-125, setem- Foucault, M. (1976/1954). Mental illness &
bro/novembro. Disponível em http://www. psychology. New York: Harper & Row.
usp.br/revistausp/43/10-naomar.pdf
Foucault, M. (1963). Naissance de la clinique:
Canguilhem, G. O. (1966). “Nouvelles Ré- Une archéologie du régard médical. Paris, PUF.
flexions sur le Normal et le Pathologique”, in
Nietzsche, F. (1983). Gaia ciência. Obras In-
Le Normal et le Pathologique. Paris: PUF.
completas. São Paulo: Abril Cultural.
Canguilhem, G. O. (1990). La Santè: Concept Rusell, B. (1903). The principles of mathemat-
vulgaire et question philosophique. Toulouse: ics (em inglês). Cambridge: Cambridge Uni-
Sables. versity Press.
Gadamer, H. G. (1996/1993). The enigma of Sabroza, P. C. (1994). Saúde pública: procu-
health. California: Stanford University Press. rando os limites da crise. Rio de Janeiro:
Hume, D. (2002/1736). Dúvidas cépticas rela- Ensp/Fiocruz (Mimeo).
tivas às operações do entendimento. In Tratado Samaja, J. (1997). Fundamentos epistemológicos
da natureza humana. Parte 2. Trad. S. S. Fon- de las ciencias de la salud. Tese de Doutorado,
tes. Lisboa: Gulbenkian, 2002. Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz.
Apresentação
Segundo nosso conhecimento, trata-se de uma obra inédita no país. Por ser
inédita, acreditamos que este volume possa contribuir para suprir a lacuna exis-
tente na área e fomentar reflexões e novos fazeres relativos à prevenção e promo-
ção em saúde mental. Por outro lado, antecipamos limitações e esperamos que
também as fragilidades deste texto estimulem contraposições, como é esperado ao
se fazer ciência, que por fim alimentem o progresso do campo. Teremos cumprido
nosso intuito inicial se este material consistir em uma fonte de conhecimento, te-
órico e prático, útil a estudantes e profissionais de várias áreas que lidam com saú-
de mental e seus determinantes. Desejamos também que este trabalho traga à luz
a produção nacional nesta área, estimule o intercâmbio entre grupos de pesquisa
nacionais e internacionais, e favoreça a consolidação ou inovação em formas de
conceber, desenvolver, implementar, avaliar e difundir iniciativas para prevenção e
promoção em saúde mental no Brasil embasadas em evidências.
As Organizadoras
Referência
Santos, E. G., & Siqueira, M. M. (2010). de 1997 a 2009. Jornal Brasileiro de Psiquia-
Prevalência dos transtornos mentais na popu- tria, 59, 238-246.
lação adulta brasileira: uma revisão sistemática
Parte I
Fundamentos
1
Da saúde mental à atenção
psicossocial: trajetórias da
prevenção e da promoção de saúde
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste capítulo, espera-se que o (a) leitor (a) seja capaz de:
Analisar o processo de desenvolvimento do campo da saúde mental, bem como
suas contradições históricas e epistemológicas.
Avaliar as transformações ocorridas no campo da saúde mental e atenção psicos-
social no Brasil e seus desdobramentos na formulação de políticas públicas na
área.
Refletir sobre as relações entre a prevenção e a promoção de saúde no campo da
atenção psicossocial e seus desafios para as intervenções no cenário contemporâneo.
dições de possibilidades na tese que nega, sendo a síntese, uma negação da ne-
gação. Esses elementos evoluem segundo um modelo em espiral, no qual al-
guns avanços, em determinado período, retrocedem no momento seguinte,
voltando a valorizar-se logo em seguida, em um processo constante de totaliza-
ção, destotalização e retotalização, o que implica a compreensão de um movi-
mento sempre inacabado, no qual, em determinadas condições, fecha-se o pro-
cesso em questão, o qual voltará a se abrir às transformações históricas em
função de suas contradições internas, para logo em seguida totalizar-se nova-
mente e, assim, sucessivamente (Sartre, 2002; Leone, 2000).
Também é interessante pensar, dialeticamente, de que forma os movi-
mentos globais (universais) influenciam os contextos nacionais e locais (singula-
res) que, por sua vez, constituem ações que ganham desdobramentos mais am-
plos e retroalimentam as transformações mais gerais.
Desenvolveremos aqui, portanto, o desafio de pensar sobre a constituição
do campo da saúde mental a partir desse enfoque dialético.
O termo saúde mental e a conformação de seu campo de atuação foram
definidos a partir da proposta da Psiquiatria Preventiva e Comunitária, surgida
nos Estados Unidos nos anos de 1960, cujo expoente máximo foi Dr. Gerald
Caplan (Tenório, 2002). O objetivo da proposta era superar, na esteira das mu-
danças no campo da saúde em geral ocorridas na primeira metade do século
XX, o modelo da psiquiatria tradicional, que tinha seu foco de atuação centrado
no indivíduo doente, isto é, naquele que “sofria de transtorno mental”, cuja
marca terapêutica era o isolamento social por meio da internação hospitalar,
chamada de “lógica manicomial” (Amarante, 2007).
Naquele momento histórico do pós-guerra, sobretudo a partir da década de
1950, começaram a surgir contestações ao modelo de saúde vigente, que se sus-
tentava no que intitulamos aqui de modelo biomédico. No campo da saúde men-
tal esse modelo baseava-se na tese psiquiatrizante, surgida, por sua vez, da antítese
à visão medieval da saúde como “dádiva de Deus”, e da doença e da loucura como
“pecado” e “possessão demoníaca”, com base no paradigma científico positivista,
tendo se tornado hegemônica no final do século XIX. Seu pilar de sustentação
epistêmico é a noção de “doença mental” com os seguintes pressupostos:
a) o termo “doença” traz o determinismo organicista na explicação do fe-
nômeno do sofrimento psíquico em suas diferentes formas de expres-
são histórica. O conceito vem evoluindo ao longo desse processo, ini-
ciando como um organicismo hipotético ou metafísico, passando pelas
teorias dos miasmas, dos humores, depois pela frenologia, evoluindo
para as lesões neurológicas e, por fim, para a neuroquímica cerebral,
36 Da saúde mental à atenção psicossocial: trajetórias da prevenção e da promoção de saúde
da doença mental, e por Erving Goffman, com suas críticas epistemológicas aos
conceitos e às práticas estigmatizantes da psiquiatria tradicional (Leone, 2000).
Na Itália, tivemos a psiquiatria democrática, que produziu o desmonte dos hospi-
tais psiquiátricos, liderada por Franco Basaglia e sua equipe, que propunha uma
sociedade sem manicômios. Esta foi a principal influência para os movimentos
organizados pelos trabalhadores em saúde mental no Brasil, de 1980 em diante,
que originaram a criação do movimento de luta antimanicomial e, com isto, ges-
taram o que se costuma chamar de Reforma Psiquiátrica Brasileira, com todos os
seus dispositivos legais, teóricos e técnicos (Tenório, 2002; Amarante, 2007).
Destacaremos aqui, pela sua importância no campo da prevenção, tema
desse livro, a constituição da Psiquiatria Preventiva Comunitária, onde se de-
fine o termo “saúde mental”. De acordo com as palavras do próprio Caplan
(1980, p. 41):
Destaca-se nesse texto, escrito no início dos anos de 1960, uma nova abor-
dagem, cujo enfoque deixa de ser a doença em si e os seus sintomas, entrando em
cena a preocupação com as determinantes da saúde. Assim, o foco passa a ser a
saúde mental, superando o reducionismo da psiquiatria tradicional. Começava-se
a introduzir aos poucos conceitos ligados aos determinantes sociais em saúde, ain-
da que, nesse momento, tomados por um enfoque a-histórico e sem conseguir se
desvincular do imperativo da intervenção direcionada à evitação do adoecimento.
Iniciava-se a abertura teórica e técnica para conceitos que iriam se fortalecer anos
mais tarde e influenciar o campo da prevenção, como os estudos sobre estilos de
vida, resiliência, bem-estar subjetivo, contextos de risco e de proteção, habilidades
sociais e habilidades de vida, entre outros temas.
A Psiquiatria Preventiva estava, na verdade, sendo influenciada pelo zeit-
geist1 mais geral das transformações na área da saúde, que passava a se sustentar,
entre outros, no Modelo de História Natural da Doença, de Laevell e Clark
(1976), que ajudou a consolidar os alicerces da epidemiologia moderna e as
1
Zeitgeist é um termo alemão que significa “espírito da época” ou “espírito do tempo” (Wertheimer, 1982).
38 Da saúde mental à atenção psicossocial: trajetórias da prevenção e da promoção de saúde
necessita de “suprimentos”, que devem estar de acordo com seu estágio de desen-
volvimento. Esses suprimentos são tanto físicos (alimentação, habitação e estimu-
lação sensorial), quanto psicossociais (estímulo ao desenvolvimento cognitivo e
afetivo através das interações sociais, em especial as familiares) e socioculturais (in-
fluências dos costumes e valores culturais e sociais mais gerais na personalidade de
cada indivíduo). Estas, compreendidas como o “desequilíbrio entre a dificuldade
e a importância do problema”, por um lado, e “os recursos imediatamente dispo-
níveis para resolvê-lo”, por outro, estão também relacionadas à falta de suprimen-
to nesses diversos setores (Caplan, 1980, p. 54).
A expressão “psicossocial” havia surgido pela primeira vez no contexto das
Comunidades Terapêuticas, originadas na Inglaterra, no final dos anos de 1940,
organizadas por Main e Bion e, mais tarde, por Maxwell Jones, quando os pacien-
tes foram chamados a ser protagonistas do tratamento hospitalar, por meio de as-
sembleias gerais, grupos de discussão e grupos operativos, modificando a hierar-
quização na relação técnico-paciente no interior dos serviços (Amarante, 2007).
A abordagem acabará influenciando o zeitgeist do cenário de transforma-
ções do campo da saúde mental. Assim, na Psiquiatria Preventiva, foram inseri-
dos elementos de uma compreensão psicossocial que estão na base das formula-
ções mais atuais na área da saúde mental, ainda que, contemporaneamente, sob
outra base conceitual e epistemológica, diferente da trazida naquele momento.
Por isso, é importante verificar a lógica que sustentou a concepção de saúde
mental formulada na proposta da Psiquiatria Preventiva acima analisada, bus-
cando descrever o pano de fundo que gestou tal proposta e que trouxe para o
cenário da saúde mental a proposta preventivista.
Essa proposta não produziu uma ruptura com o modelo biomédico e
com a psiquiatria tradicional, mas trouxe novas perspectivas que buscaram mo-
dernizar e fortalecer esses modelos. Por isso, Amarante (2007) chama esse movi-
mento de Psiquiatria Reformada.
Utilizaremos os argumentos do próprio Caplan (1980, p. 42) para refletir
sobre seus pressupostos, entre os quais o de que “(...) muitas perturbações men-
tais resultam de inadaptação e desajustamento e , pela alteração do equilíbrio de
forças, é possível conseguir uma adaptação e um ajustamento saudáveis”. Verifi-
ca-se aqui o objetivo de controle sobre o corpo social trazido pela proposta pre-
ventivista que, na verdade, já estava presente na psiquiatria tradicional.
A partir dessa lógica, constrói-se o imperativo de que todas as doenças
mentais devam ser prevenidas, porém, para que isso ocorra, é preciso detectá-las
precocemente. Com isso, seriam necessários diagnósticos precoces, que rastrea-
riam indicadores de risco e evitariam a instalação dos “transtornos mentais”.
40 Da saúde mental à atenção psicossocial: trajetórias da prevenção e da promoção de saúde
nório, 2002; Hirdes, 2009; Costa, 2010; Goulart & Durães, 2010; Schneider
et al, 2013. Portanto, não vamos repetir um conteúdo que já conta com um
vasto material produzido e publicado. No entanto, vamos destacar aqui al-
guns aspectos que nos interessam para a reflexão sobre saúde mental e atenção
psicossocial no Brasil e seus desdobramentos para ações de prevenção e pro-
moção de saúde.
Como resultado dessas lutas históricas pelas mudanças no campo da assis-
tência psiquiátrica e influenciada pelas transformações do campo mais vasto da
saúde – levadas à frente pelo movimento da Reforma Sanitária –, a redução de
leitos em hospitais psiquiátricos passa a ser considerada uma questão estratégica
no final dos anos de 1980, ocasionando a reordenação orçamentária do Minis-
tério da Saúde neste campo que, até aquele momento, estava majoritariamente
direcionada para as internações hospitalares (Brasil, 2005).
Antes mesmo da homologação da Lei 10.216, em 2001, que instituiu a
nova política de saúde mental, foram sendo expedidas portarias ministeriais que
regulamentavam o campo da saúde mental no país (224/1992; 106/2000;
336/2002), pondo em marcha as diretrizes preconizadas pelo movimento da
Reforma Psiquiátrica, transformando em ações concretas as aspirações e mudan-
ças necessárias para realizar a ruptura com o modelo hospitalocêntrico.
Assim, novos dispositivos de saúde passam a ser criados, os chamados
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), bem como as Residências Terapêuti-
cas, ambos considerados serviços substitutivos ao manicômio, consolidando, aos
poucos, uma rede extra-hospitalar no país (Brasil, 2005). O que caracteriza os
CAPS é a sua base comunitária, recuperando o conceito anteriormente consti-
tuído pela Psiquiatria Preventiva. Porém, a compreensão aqui adotada é a de
território, o que traz uma visão histórica dessa dimensão sociocomunitária, im-
plicando a noção de espaços de convivência social, de mediação afetiva, cultural
e material para os sujeitos concretos em suas redes de relações sociais significati-
vas. O território representa o amálgama que provém da comunhão do sujeito
com o lugar em que vive (Santos, 2007). Por isso, a territorialidade está na base
dos processos de subjetivação e de sofrimento psíquico.
Os CAPS devem estar próximos da vida real dos usuários, tendo sido
concebidos como serviços de portas abertas, visando realizar o acolhimento de
quem os procura, aumentando a acessibilidade dos usuários aos cuidados em
saúde mental. Buscou-se, com isso, legitimar uma nova perspectiva na política
pública, com oferta efetiva de outra forma de cuidado, que foi sendo delineada
como o modo psicossocial, base das práticas em saúde mental coletiva, conforme
discutem Costa-Rosa, Luzio e Yasui (2003).
44 Da saúde mental à atenção psicossocial: trajetórias da prevenção e da promoção de saúde
Foi sendo criada, aos poucos, uma rede de saúde autônoma, uma rede de saúde
mental que, conforme ia criando dispositivos territoriais (pois em pouco tempo a
rede de CAPS expandiu-se muito), começou a forçar o diálogo da rede de saúde
geral com a saúde mental e a verificar a necessidade de abarcar as questões da aten-
ção psicossocial na sua rede (Grigolo, depoimento pessoal, 15 de agosto de 2014).
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