Você está na página 1de 9

PARE DE COMER AMIDOS, OS ALIMENTOS

BRANCOS
Henry S. Lodge, M. D.
Clínico geral e gerontologista, lidera uma equipe de 23 clínicos em
Manhattan, Nova York, e é membro da Faculdade de Medicina
clínica do Colégio de Médicos e Cirurgiões da Universidade de
Colúmbia

Um dos alimentos que estão cavando sua sepultura é o amigo


(carboidrato refinado). Por isso, o atual alvoroço a respeito dos
maus carboidratos está basicamente correto. Os maus carboidratos
são os alimentos brancos – batata – arroz branco e quase todos os
itens elaborados com farinha de trigo refinada. Os bons
carboidratos são aqueles encontrados na natureza – nas frutas, nas
hortaliças e em todos os grãos que contêm relativamente poucas
calorias. O amido é ruim porque envia ao corpo sinais constantes
que provocam o desejo de consumir mais um pedaço. Gorduras e
proteínas mandam sinais para que paremos de comer após certo
ponto, mas os carboidratos, bons ou maus, não. Na natureza
precisávamos ingeri-los em quantidades substanciais, a fim de
obtermos calorias suficientes para continuarmos vivos. Assim, o
estômago cheio era o sinal que nos fazia interromper a ingestão
desses alimentos.
Embora o amito que consumimos hoje seja misturado com
calorias, o sinal de parar não surge mesmo quando já comemos o
bastante. Pior do que isso: o amigo deflagra uma rápida sensação
de fome intensa pouco tempo depois de termos nos alimentado. Ele
vicia. Cheio de calorias, praticamente não possui valor nutritivo.
Além disso, volta a nos deixar famintos 30 minutos após o término
da refeição.
O amigo é prejudicial porque se constitui basicamente de
açúcar, e este desempenha um papel-chave na maneira como o
corpo interpreta seu próprio suprimento de comida. Resumindo, o
acúmulo de açúcar diz ao corpo quanto comemos. Isso parece
estranho, no entanto é verdade. E por isso é importante. As
substâncias químicas que usamos para digerir a comida são
poderosas e perigosas. Sua função é destruir e absorver os
alimentos que ingerimos. Sendo assim, têm a capacidade de
danificar partes do corpo. O ácido gástrico, por exemplo, pode
queimar as paredes do estômago, enquanto o excesso de insulina –
substância que é um agente essencial da digestão – chega a
causar a morte repentina. Por esse motivo, precisamos liberar ácido
gástrico e insulina nas quantidades exatas para a digestão. Não
podemos errar para menos porque precisamos absorver toda a
energia que conseguirmos. Por outro lado, se exagerarmos na
dose, começaremos a digerir nosso próprio corpo. Portanto,
precisamos receber um sinal digno de confiança por parte da
comida que ingerimos para que sejamos capazes de regular o fluxo
desses elementos digestivos.
O açúcar é esse sinal. Na natureza, o conteúdo de açúcar era
proporcionalmente muito próximo à quantidade de gordura e de
proteína em cada refeição. E essa taxa era surpreendentemente
constante na maioria das plantas e das espécies animais. O
aumento do açúcar livre na corrente sangüínea depois de uma
refeição era um indicador preciso de quantas calorias havíamos
acabado de consumir. Por isso mesmo se tornou o principal sinal de
controle para a digestão. Não o único, entretanto, o mais
importante. Hoje, a quantidade de açúcar livre nos alimentos é
conhecida como índice glicêmico (IG) e é um indicador essencial
em nutrição. O IG não consta dos rótulos nutricionais, porém quem
sofre de diabetes e lida com essa doença de modo sério sabe de
cor os índices glicêmicos de todos os alimentos que consome.
Como não existe muito açúcar livre na natureza, uma pequena
elevação na sua quantidade marca o fim de uma lauta refeição. E
lembre-se de que todas as substâncias envolvidas no processo
digestivo, como a insulina, mostram as mudanças no nível de
açúcar presente no sangue.
Mas essa resposta cuidadosamente equilibrada, desenvolvida
ao longo de milhões de anos por peixes, aves, e dinossauros,
acabou se tornando uma verdadeira barafunda neste mundo de
fast-food. Pense no tempo em que éramos caçadores-coletores.
Antes de inventarmos a agricultura, comíamos mais de 200 plantas
diferentes, frutas, nozes e uma centena de animais selvagens, além
de minhocas e insetos. Havia muito pouco amido ou açúcar nesses
alimentos. Grãos como o trigo e raízes vegetais como batatas,
todos altamente ricos em amido, são criações da agricultura
introduzidas apenas há 10 mil anos. Embora isso pareça muito
tempo para nós, não é nada comparado com a evolução do nosso
aparelho digestivo.
Por um longo período, mal conseguíamos coletar alimentos
suficientes na savana para sobreviver, mas, agora, dispomos de
quantidades excessivas de comida, que, em combinação com a
vida sedentária e as gorduras prejudiciais, estão nos matando.
Vou dizer algo sobre o que você deve pensar na hora do jantar
hoje à noite: há mais açúcar livre (a substância que flui diretamente
na corrente sangüínea para acionar a resposta digestiva) no purê
de batata do que no açúcar branco. Agora, tenha em mente o tempo
em que comíamos carne de caça.pois bem, uma lata de coca-cola
contém mais açúcar livre do que 2,5 kg de carne de veado. E veja:
há mais açúcar livre – para não falar de gordura saturada – num
pacote de batata frita do que em 2,5 kg de carne de alce. Como o
corpo reage a isso? O sinal que enviamos com uma refeição de mil
calorias, composta por refrigerante, batata frita e hambúrguer, é o
de que acabamos de ingerir 10 mil calorias de “comida natural”. E o
corpo enlouquece, apressando-se em liberar mais insulina e outras
substâncias digestivas como resposta.
Esse é o verdadeiro problema com o amido. Numa refeição
como essa, mobilizamos um poder digestivo 10 vezes maior
do que realmente precisamos, ou seja, uma quantidade 10 vezes
maior de insulina, de ácido gástrico e de algumas dúzias de outras
substâncias químicas perigosas. E as coisas começam a acontecer.
Primeiro, absorvemos até a última caloria da comida que ingerimos.
Segundo, por entender que obviamente “matamos um enorme
animal”, o corpo tenta armazenar cada fração do excesso de
energia sob a forma de gordura. Terceiro, como agora dispomos de
insulina suficiente para digerir uma caça imensa – embora só
tenhamos “matado refrigerante, hambúrguer e batata frita” –, o nível
de açúcar no sangue desaba e ficamos de novo com fome. Com
muita fome. E comemos de novo, em geral mais uma farta porção.
Para o corpo darwiniano, passamos da gula à inanição e, depois,
novamente à gula em cerca de duas horas – e não há nenhuma
explicação possível para isso! Esse ciclo ultra-rápido entre essas
duas situações não tem paralelo na natureza. Falei a respeito dos
sinais específicos que enviamos quando nos exercitamos e quando
somos sedentários, no entanto a alimentação moderna está tão fora
dos parâmetros do nosso projeto original que acabamos não
transmitindo nenhum sinal coerente. O sistema inteiro se desmonta
num tumulto de hiperabsorção de calorias e decadência. É como se
houvesse muitos roqueiros destruindo guitarras no palco: a cena
produz um tremendo barulho, mas nada de música. Um dos
resultados desse desmoronamento é a ocorrência de diabetes em
adultos. Outros são obesidade, artrite, doenças do coração, câncer
e derrame.
Portanto, atenha-se a esta mensagem simples: pare de comer
bobagens. Elimine os amigos e o açúcar e substitua-os por frutas,
hortaliças e grãos integrais – grãos por refinar, como os do pão de
sete cereais. Não consuma mais comida do que deseja. Diga não
às porções exageradas – da batata frita na lanchonete à pipoca no
cinema. Considere seriamente a possibilidade de pedir uma entrada
e uma salada como refeição completa. Até isso costuma ter mais
calorias do que precisamos, em todo caso já é um começo.

Gordura como combustível


[...............]

Fonte:
Páginas 162 a 165 – “Fique mais jovem a cada ano”, atrase seu
relógio biológico”, Chegue aos 80 anos com a saúde, o vigor e a
forma física de um cinqüentão; Chris Crowley e Henry S. Lodge, M.
D.; GMT Editores Ltda, Rio de Janeiro, Sextante, 2007

OBS:
NÃO DEIXE DE LER ESTE LIVRO.
SE VOCÊ DESEJA TER SAÚDE, SER SAUDÁVEL, MAGRO, FORTE, TER
VIGOR E QUALIDADE DE VIDA, ESTE LIVRO FOI FEITO PARA VOCÊ. -
RECOMENDO VIVAMENTE.

--------------------------------------

Medicina Preventiva
Molecular
Dr. Wilson Rondó Jr.
é especialista em medicina preventiva, nutrólogo e cirurgião
vascular. Mantenha-se informado sobre seu trabalho e sobre os
serviços oferecidos pela W.Rondó Medical Center pelo site
www.drrondo.com

A vida humana é um constante caleidoscópio de mosaicos mole-


culares. Saúde e doença, em nível molecular e de transferência de
elétrons, podem ser definidas como um estado criado pelo impacto
sobre a genética individual, transformando as moléculas no ambi-
ente interno e externo.
Saúde, nessa visão, pode ser vista como a dinâmica molecular
que preserva a integridade estrutural e funcional de células, tecidos
e órgãos.
Doença, ao contrário, pode ser definida como eventos
moleculares que causam agressões celulares e tissulares.
Considero a prática clínica da medicina baseada nesses conceitos
como Medicina Preventiva Molecular.

Considerações Moleculares
A essencial distinção aqui é que antes se tratavam as doenças
somente após diagnósticos morfológicos estabelecidos por estudos
microscópicos que nos diziam sobre a agressão aos tecidos depois
que estes já haviam sido lesados. O estudo da dinâmica molecular,
ao contrário, nos dá uma visão do trabalho das células e tecidos
antes da lesão ter ocorrido. Estamos progredindo nos meios
diagnósticos e nos planos da matéria, o que causa dificuldades de
adaptação pela resistência que o novo apresenta normalmente.
O uso de terapias nutricionais baseadas na compreensão da
dinâmica molecular na saúde e doença (Medicina Preventiva
Molecular), em contraste com a terapia das drogas químicas
baseadas no quadro morfológico estabelecido de doença (Medicina
de Lesão Tecidual), requer uma rápida e profunda adaptação
intelectual.
Precisa ser bem entendida também a diferença entre correção de
deficiências nutricionais por terapias nutricionais e o uso de
nutrientes por seu papel metabólico.
O dogma de que nutrientes essenciais devem ser usados para
correção de deficiências nutricionais é o principal bloqueio para a
clara compreensão da Medicina Preventiva Molecular. Esta
medicina não pode ser praticada até que essa barreira seja
quebrada. Por exemplo, o uso da vitamina C somente para tratar
escorbuto é irrelevante para os problemas clínicos que nós vemos
atualmente. Pensa-se em uso clínico de nutrientes com grande
perspectiva de correção de um processo desregulado de redução
química, causando doenças, e não simplesmente na correção de
deficiências, tais como o escorbuto.
Aprendemos medicina sob o dogma dos três D (Filosofia
Osteriana): doença, diagnóstico, drogas. É a filosofia na qual se
usam todos os dados clínicos para se chegar ao diagnóstico de
uma simples doença, para ser tratada por um único agente
terapêutico.
Drogas, sabemos, agem alterando as reações bioquímicas,
inibindo, acelerando ou até inativando esses processos. Drogas são
desenvolvidas para esse propósito.
Em tratamento de doenças agudas esses efeitos moleculares das
drogas salvam vidas (apesar dos efeitos secundários). em doenças
crônicas, imunes e degenerativas, drogas xenobióticas* apresentam
maior potencial para efeitos colaterais, pois são usadas por longos
períodos de tempo, freqüentemente anos.
Este é o momento em que o tratamento com nutrientes com
conhecido complexo estrutural e funcional em nível molecular
mantendo a saúde oferece benefícios superiores sem qualquer
risco de efeitos colaterais.
______________________
* Substâncias sintéticas, não encontradas naturalmente no corpo humano.

O essencial também é entender que terapia com um único


nutriente (mononutriente) não tem lugar na prática clínica de
Medicina Preventiva Molecular.
Há momentos em que os médicos devem usar somente drogas
químicas sintéticas; outras situações em que devem associar
drogas e nutrientes, e situações em que devem só usar nutrientes.
Compete ao médico ter a “cabeça-aberta” para assim melhor
beneficiar o paciente.
Drogas químicas são essenciais para doenças agudas, mas não
são substitutos para nutrientes na reversão de desordens crônicas
moleculares.

Pensar Molecular
O “pensar molecular” em doenças degenerativas, imunológicas,
infecciosas e ambientais é muito facilitado pelo conceito de “molé-
culas envelhecedoras” oxidantes) e moléculas conservadoras” (anti-
oxidantes).
Moléculas envelhecedoras são a família de moléculas que cau-
sam ou facilitam as mudanças na fisiologia ou na fisiopatologia mo-
lecular do envelhecimento e da agressão causados por infecções
ou agentes ambientais.
Moléculas conservadoras são a família de moléculas que promo-
vem a neutralização da atividade envelhecedora das moléculas e
previnem a agressão molecular causada pelas moléculas envelhe-
cedoras.
Oxigênio é o início da vida. Oxigênio é o fim da vida.
Os tecidos e células necessitam de oxigênio para viver. Isso
entendemos bem no nosso estudo básico de ciência. Os tecidos e
as células são também “envelhecidos” pelo oxigênio no processo de
vida; porém, na prática médica diária, isso ainda é pouco
compreendido.
Oxidação é um processo espontâneo, redução requer gasto
energético.
Qual é a linguagem da agressão molecular?
Oxidação.
Qual é a linguagem da recuperação molecular?
Redução.
Qual é a linguagem do processo de envelhecimento?
Agressão Oxidativa Molecular.
Existem duas teorias prevalentes no envelhecimento. Na primeira
teoria, a dos radicais livres, espécies altamente reativas de oxigênio
seriam a causa do envelhecimento celular. Radicais livres, é claro,
são produzidos pelo processo de oxidação.
Na segunda teoria de envelhecimento, protrein cross-linkage,
várias permutações de moléculas protéicas causadas pelos cross-
linking (ligamento em forma de rede) são vistas como as
causadoras do envelhecimento.
Novamente, protein cross-linking por si só depende da agressão
oxidativa. Então ambas as teorias estão claramente implicadas na
bioquímica do envelhecimento.
Oxidação espontânea é o fenômeno de base do processo de
envelhecimento. O processo bioquímico e celular envolvido no
envelhecimento inicia-se lentamente, sendo preservada a saúde
pelas moléculas conservadoras. Nesse processo oxidativo pode
haver doenças e envelhecimento precoce.
Este é o meu modo de entender a saúde e estado de doença:
todas as nossas estratégias terapêuticas para doenças
degenerativas e imunológicas resumem-se em atuar diretamente
reduzindo o oxidação molecular.
Como o processo oxidativo molecular causador de agressões
pode ser reduzido?

• Reduzindo as agressões dos agentes ambientais químicos.


• Minimizando o potencial microbiano.
• Diminuindo os desencadeadores de alergia.

Esta é a verdadeira Medicina Preventiva. É onde o modelo


prevalente do tratamento das doenças com drogas, estabelecido
para diagnóstico morfológico, falha.
A agressão molecular oxidativa é a verdadeira “lesão molecular”
na patogênese das doenças.
O estudo da dinâmica molecular nos dá a visão dos eventos
eletromagnéticos e moleculares antes de iniciar a lesão celular e
tecidual. Esta é a diferença essencial entre Medicina Clássica e
Medicina Molecular.
Rudolf Virchow, o criador da Patologia, publicou seu clássico livro
Patologia Celular em 1858, nos livrando dos caminhos restritos da
patologia medieval. Agora a “patologia molecular” deve nos livras
das restrições da “patologia celular” em áreas onde as mudanças
celulares não nos dizem como as doenças começaram.
Medicina Preventiva Molecular é a aplicação dos princípios da
medicina ambiental, medicina nutricional e medicina de boa forma
física.

Medicina Preventiva Molecular é a aplicação dos princípios da


medicina ambiental, medicina nutricional e medicina de boa
forma física.

Lesões Moleculares
O claro entendimento das lesões moleculares inicialmente
envolve a exploração de novo conhecimento em diversos campos
de pesquisa científica.
O claro entendimento das bases moleculares e energéticas das
síndromes clínicas causadas por lesões moleculares exige
familiarização com vários aspectos estabelecidos na genética, como
passagens bioquímicas de defesa molecular, resposta molecular a
agentes ambientais, ativação e inativação das enzimas, alterações
do sistema imune e da molécula essencial de traços genéticos
(parentesco) na biologia humana.
Trabalhos no projeto de genoma humano, contendo neste projeto
o mapeamento genético, revelarão os mistérios moleculares da
“doença molecular”. Isso certamente resolverá muitas das
controvérsias nos campos da Medicina Ambiental e Nutricional. Mas
o reconhecimento de como os genes são mudados (e mutilados)
pelos agentes químicos (xenobióticos) e causam doenças é uma
coisa, prevenir e tratar essas desordens é outra.

Nenhuma doença que pode ser tratada através da dieta


deveria ser tratada por qualquer outro meio.
Moisés Maimônides

(trecho do livro “Prevenção: A Medicina do Século XXI”, páginas 27


a 33).

“Prevenção: A Medicina do Século XXI”, A guerra ao


envelhecimento e às doenças; Dr. Wilson Rondó Jr., São Paulo,
Editora Gaia, 2000.

Para adquirir este livro:

Editora Gaia Ltda


(uma divisão da Global Editora e Distribuidora Ltda)
Rua Pirapitingüi, 111-A – Liberdade
CEP 01508-020 – São Paulo – SP
Tel: (11) 3277-7999 – Fax (11) 3277-8141
e-mail: gaia@dialdata.com.br

Livraria Saraiva
http://www.livrariasaraiva.com.br/index.htm

Você também pode gostar