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PROJETO INTEGRADOR V | 2024.

1 Psicologia

NOME DO ALUNO – 5º PERÍODO: Daniele da Rocha Forechi

Por um feminismo afro-latino-americano: Ensaios, intervenções e diálogos


Racismo e sexismo na cultura brasileira

Racismo e sexismo na cultura brasileira aborda questões que representa o conjunto


de preconceitos e discriminações que se baseiam no sexo ou na orientação sexual,
presentes na sociedade brasileira, especialmente em relação à mulher negra. O texto
descreve situações de discriminação e segregação enfrentadas pela população negra,
destacando a luta por igualdade e reconhecimento.
[...] A longa epígrafe diz muito além do que ela conta. De saída, o que se percebe
é a identificação do dominado com o dominador. E isso já foi muito bem analisado por
um fanon, por exemplo. Nossa tentativa aqui é a de uma indagação sobre o porquê dessa
identificação. Ou seja, o que foi que ocorreu para que o mito da democracia racial tenha
tido tanta aceitação e divulgação? Quais foram os processos que teriam determinado sua
construção? O que é que ele oculta, para além do que mostra? Como a mulher negra é
situada no seu discurso? O lugar em que nos situamos determinará nossa interpretação
sobre o duplo fenômeno do racismo e do sexismo[...]
A narrativa destaca a influência do mito da democracia racial, que mascara as
desigualdades e violências sofridas pelos negros no país. Questiona-se a construção desse
mito e a invisibilidade das questões raciais e de gênero na sociedade brasileira.
É apontado como o racismo se manifesta de forma naturalizada, associando
características negativas aos negros, como preconceitos relacionados à aparência,
capacidade intelectual e conduta moral. A mulher negra é situada no discurso dominante
como cozinheira, faxineira, ou prostituta, reforçando estereótipos e limitando
oportunidades.
A nega ativa Mulata, mulatinha, meu amor Fui nomeado teu tenente interventor
(Lamartine Babo)
[...] O mito que se trata de reencenar aqui é o da democracia racial. E é justamente no
momento do rito carnavalesco que o mito é atualizado com toda a sua força simbólica. E
é nesse instante que a mulher negra se transforma única e exclusivamente na rainha, na
“mulata deusa do meu samba”, “que passa com graça/ fazendo pirraça/ fingindo inocente/
tirando o sossego da gente”. É nos desfiles das escolas de primeiro grupo que a vemos
em sua máxima exaltação. Ali ela perde seu anonimato e se transfigura na Cinderela do
asfalto, adorada, desejada, devorada pelo olhar dos príncipes altos e loiros, vindos de
terras distantes só para vê-la. Estes, por sua vez, tentam fixar sua imagem, estranhamente
sedutora, em todos os seus detalhes anatômicos; e os flashes se sucedem, como fogos de
artifício eletrônicos. E ela dá o que tem, pois sabe que amanhã estará nas páginas das
revistas nacionais e internacionais, vista e admirada pelo mundo inteiro. Isso sem contar
o cinema e a televisão. E lá vai ela feericamente luminosa e iluminada, no feérico
espetáculo[...]
O texto também discute a importância da função materna da mulher negra na
cultura brasileira, enfatizando sua contribuição na transmissão de valores e na formação
da identidade cultural. Ressalta-se a resistência e luta dessa mulher diante das
adversidades e do racismo estrutural presente na sociedade.
Muita milonga pra uma mironga só - Só uma palavra me devora, aquela que o meu
coração não diz (Abel Silva)
[...] É também no Carnaval que se tem a exaltação do mito da democracia racial,
exatamente porque nesse curto período de manifestação do seu reinado o Senhor Escravo
mostra que ele, sim, transa e conhece a democracia racial. Exatamente por isso que no
resto do ano há reforço do mito enquanto tal, justamente por aqueles que não querem
olhar para onde ele aponta. A verdade que nele se oculta, e que só se manifesta durante o
reinado do Escravo, tem que ser recalcada, tirada de cena, ficando em seu lugar as ilusões
que a consciência cria para si mesma[...]
Por fim, o texto aponta para a subversão e resistência dos negros no contexto do
Carnaval, momento em que a cultura afro-brasileira é exaltada e celebrada. Destaca-se a
influência da cultura africana na formação da identidade brasileira, desafiando narrativas
dominantes e promovendo a valorização da diversidade étnico-cultural. Destacando
também a importância da reflexão sobre o racismo e o sexismo na cultura brasileira e a
luta por uma sociedade mais igualitária e inclusiva.

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