NOME DO ALUNO – 5º PERÍODO: Daniele da Rocha Forechi
Por um feminismo afro-latino-americano: Ensaios, intervenções e diálogos
Racismo e sexismo na cultura brasileira
Racismo e sexismo na cultura brasileira aborda questões que representa o conjunto
de preconceitos e discriminações que se baseiam no sexo ou na orientação sexual, presentes na sociedade brasileira, especialmente em relação à mulher negra. O texto descreve situações de discriminação e segregação enfrentadas pela população negra, destacando a luta por igualdade e reconhecimento. [...] A longa epígrafe diz muito além do que ela conta. De saída, o que se percebe é a identificação do dominado com o dominador. E isso já foi muito bem analisado por um fanon, por exemplo. Nossa tentativa aqui é a de uma indagação sobre o porquê dessa identificação. Ou seja, o que foi que ocorreu para que o mito da democracia racial tenha tido tanta aceitação e divulgação? Quais foram os processos que teriam determinado sua construção? O que é que ele oculta, para além do que mostra? Como a mulher negra é situada no seu discurso? O lugar em que nos situamos determinará nossa interpretação sobre o duplo fenômeno do racismo e do sexismo[...] A narrativa destaca a influência do mito da democracia racial, que mascara as desigualdades e violências sofridas pelos negros no país. Questiona-se a construção desse mito e a invisibilidade das questões raciais e de gênero na sociedade brasileira. É apontado como o racismo se manifesta de forma naturalizada, associando características negativas aos negros, como preconceitos relacionados à aparência, capacidade intelectual e conduta moral. A mulher negra é situada no discurso dominante como cozinheira, faxineira, ou prostituta, reforçando estereótipos e limitando oportunidades. A nega ativa Mulata, mulatinha, meu amor Fui nomeado teu tenente interventor (Lamartine Babo) [...] O mito que se trata de reencenar aqui é o da democracia racial. E é justamente no momento do rito carnavalesco que o mito é atualizado com toda a sua força simbólica. E é nesse instante que a mulher negra se transforma única e exclusivamente na rainha, na “mulata deusa do meu samba”, “que passa com graça/ fazendo pirraça/ fingindo inocente/ tirando o sossego da gente”. É nos desfiles das escolas de primeiro grupo que a vemos em sua máxima exaltação. Ali ela perde seu anonimato e se transfigura na Cinderela do asfalto, adorada, desejada, devorada pelo olhar dos príncipes altos e loiros, vindos de terras distantes só para vê-la. Estes, por sua vez, tentam fixar sua imagem, estranhamente sedutora, em todos os seus detalhes anatômicos; e os flashes se sucedem, como fogos de artifício eletrônicos. E ela dá o que tem, pois sabe que amanhã estará nas páginas das revistas nacionais e internacionais, vista e admirada pelo mundo inteiro. Isso sem contar o cinema e a televisão. E lá vai ela feericamente luminosa e iluminada, no feérico espetáculo[...] O texto também discute a importância da função materna da mulher negra na cultura brasileira, enfatizando sua contribuição na transmissão de valores e na formação da identidade cultural. Ressalta-se a resistência e luta dessa mulher diante das adversidades e do racismo estrutural presente na sociedade. Muita milonga pra uma mironga só - Só uma palavra me devora, aquela que o meu coração não diz (Abel Silva) [...] É também no Carnaval que se tem a exaltação do mito da democracia racial, exatamente porque nesse curto período de manifestação do seu reinado o Senhor Escravo mostra que ele, sim, transa e conhece a democracia racial. Exatamente por isso que no resto do ano há reforço do mito enquanto tal, justamente por aqueles que não querem olhar para onde ele aponta. A verdade que nele se oculta, e que só se manifesta durante o reinado do Escravo, tem que ser recalcada, tirada de cena, ficando em seu lugar as ilusões que a consciência cria para si mesma[...] Por fim, o texto aponta para a subversão e resistência dos negros no contexto do Carnaval, momento em que a cultura afro-brasileira é exaltada e celebrada. Destaca-se a influência da cultura africana na formação da identidade brasileira, desafiando narrativas dominantes e promovendo a valorização da diversidade étnico-cultural. Destacando também a importância da reflexão sobre o racismo e o sexismo na cultura brasileira e a luta por uma sociedade mais igualitária e inclusiva.