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No dia 26 de outubro de 2022, os discentes da disciplina Oficina de Edição e Revisão

de Textos I, realizaram uma visita técnica na Academia Mineira de Letras (AML).


Primeiramente, ocorreu uma visita guiada ao palacete-sede, no qual foi possível conhecer um
pouco da estrutura e da história do local, bem como o trabalho envolvendo o acervo da
biblioteca da academia. Posteriormente, visitou-se a exposição “Cartografia Imaginária: Rua
da Bahia”.
O primeiro núcleo, denominado “Um rio (in) visível”, aborda o surgimento da Rua da
Bahia, próximo ao Ribeirão Arrudas e simbolicamente até a Praça da Liberdade. Visa discutir
o tema da água, tentando mapear o seu significado e de que maneira a cidade se relaciona com
o espaço natural. Já o segundo núcleo foi intitulado “Descer” retrata a vizinhança com a área
dos prostíbulos. Meirelles informou que “descer” significava ir até a Rua da Bahia, local onde
as coisas aconteciam, onde a cidade era agitada. Já “Um arco no tempo” enfatiza o Viaduto
Santa Tereza, inaugurado em 1928, mesmo ano em que Drummond publicou o poema “No
Meio do Caminho”. O local articula diversas gerações e marcou a entrada de Belo Horizonte
na Modernidade. Segundo o curador Drummond morava no Floresta e caminhava por cima do
arco do viaduto para retornar para casa, o que era algo marcante na época. O núcleo também
ilustra os MC’s e a apropriação do viaduto na atualidade por eles, o que retoma a literatura
oral, a criatividade, a política e fortalece o direito de inclusão da periferia na cidade.
Os demais núcleos abordam espaços conhecidos, como o Edifício Maletta, as
transformações ocorridas na rua da Bahia, além de fotografias de alguns patrimônios que já
não existem mais em BH. A respeito de tais mudanças, “Geografia mutilada” propõe uma
importante reflexão sobre a destruição das áreas naturais na cidade. Em tal núcleo há um
mapa que evidencia a “mutilação” do Parque Municipal e a redução do Ribeirão Arrudas no
local. Há também um vídeo que ilustra uma ação de ciclistas que fizeram o mesmo percurso
original do Ribeirão Arrudas, marcando o chão com tinta verde, para ilustrar onde era o
parque municipal de 1897 e como a área original foi impactada ao longo do tempo.
Dado o exposto, a visita técnica à Academia Mineira de Letras foi pertinente para a
formação na disciplina, pois foi possível conhecer um pouco como funciona o trabalho do
profissional do texto na academia e as amplas possibilidades de pesquisa no espaço,
pertinentes à atuação do editor e do revisor. Também foi enfatizada a importância da
curadoria, que é também um trabalho de edição importante, pois conecta a produção textual,
visual e sonora para a construção de narrativas compreensíveis ao público final.

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