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IPPUR
Ano X XXX, N o 1
Jan
Jan-- Jul 2006
Indexado na Library of Congress (E.U.A.)
e no Índice de Ciências Sociais do IUPERJ.
Irregular.
Continuação de: Cadernos PUR/UFRJ
ISSN 0103-1988
Henri Acselrad
1
Segundo Vitousek, mudanças ambientais globais “são aquelas que alteram os envoltórios
do sistema terrestre e, desta forma, são experimentadas globalmente, e aquelas que ocorrem
em áreas mais restritas, mas por serem muito difundidas, adquirem caráter mais global”
(Vitousek, apud Confalonieri et al., 2000, p. 35). A possibilidade de uma caracterização
objetiva dos processos ambientais considerados globais é questionada, por sua vez, em
Shiva (1993) e Lohman (s.d.).
2
John Vidal cita o episódio do suicídio em massa do povo U’Wa, ante o desenvolvimento dos
campos de petróleo da Shell na Colômbia, como conseqüência do crescimento da “pegada
urbana” associada à civilização do automóvel. Cf. Vidal (1997), apud Dalby (1998, p. 310).
Henri Acselrad 79
3
Cf. Levy, Scott-Clark e Harrison (1997), apud Dalby (1998, p. 308), e Adams e McShane
(1996), apud Dalby (1998, p. 308).
4
“Em essência, a sombra ecológica de um país é constituída pelos recursos ambientais que ele
extrai de outros países e dos bens comuns globais” (cf. MacNeill et al., 1991, p. 71).
Analogamente, M. Wackernagel e W. Rees chamam de capacidade de “pegada ecológica” “a
área de terreno requerida para proporcionar os recursos e assimilar os rejeitos de um grupo
determinado de pessoas – habitação, cidade ou país” (cf. Wackernagel, s.d.).
80 As cidades e as apropriações sociais das mudanças climáticas
(ibid., p. 413). É por essa razão, suge- ecológicas danosas de suas próprias
rem os estudiosos da Ecologia Global, ações (Dalby, 1998, p. 306). Como sa-
que é importante tentar entender os bemos, a exportação de impactos am-
processos ambientais contemporâneos, bientais indesejáveis não os elimina da
inclusive os urbanos, em termos biosféri- superfície terrestre. Ao contrário, lem-
cos, não limitando as análises aos ecossis- bra Harvey, a crescente e ruinosa com-
temas individuais ou Estados Nacionais, petição interterritorial – entre nações,
mas procurando apreender as interco- regiões e cidades – associada à necessi-
nexões dos diferentes tipos de proces- dade suposta de as mesmas (em nosso
sos, independentemente de convenções caso, as cidades) “venderem a si próprias”
geográficas ou de meras distâncias físicas. ao mais barato custo, para o bem da
No contexto dessas dinâmicas ecogeo- máxima mobilidade do capital na Terra,
gráficas geradoras de conseqüências em só têm feito aumentar o grau de descoor-
distâncias múltiplas, as práticas ambien- denação entre os processos decisórios
tais dos agentes poderão ser entendidas dos capitais individuais e, por conse-
na perspectiva não só da extração de guinte, os riscos da eclosão de impactos
recursos situados à distância mas tam- ambientais incontrolados (Harvey, 1996,
bém de decisões de localização de rejeitos p. 413). O presente texto revê o debate
tóxicos e perigosos em contexto de rela- que liga processos de urbanização ao de
ções de mobilidade globalizada, abran- mudanças climáticas, procurando, no
gendo práticas de tipo Nimby (“Not in caso brasileiro, identificar relações pos-
my Backyard” – “não no meu quintal”), síveis entre as distintas configurações dos
por meio das quais as elites urbanas pro- aglomerados urbanos e os níveis respec-
curam se distanciar das conseqüências tivos de emissão de CO2.
5
Cf. Calbo, Pan, Webster, Prinn e McRae (1997). O sismólogo Thomas Heaton se interroga,
por exemplo, sobre “como podemos pretender prever eventos passíveis de acontecer nos
próximos mil anos, quando nossas idéias normalmente não se sustentam nem por 20 anos”
(cf. Davis, 1998, p. 35).
82 As cidades e as apropriações sociais das mudanças climáticas
8
“Quanto maior é a cidade, mais acentuado será o efeito contraste térmico entre a cidade e o
campo” (cf. Lombardo, 1985, p. 39, apud Cabral, 1995, p. 1).
9
Cf. International Union of Public Transport (UITP, na sigla em francês), Des Villes à Vivre,
Bruxelles, 1996, apud Bindé (1998, p. 98).
Henri Acselrad 85
10
Cf. La Rovere (1995, p. 17) e Klabin (2000, p. 47). Ver também Uria (1996) e Monteiro
(1998).
11
Como afirmou Jack Smith, chairman da General Motors: “Temos muitas fábricas; precisamos
agora vender carros” (Smith, apud Limoncic, 2001, p. 31).
12
Cf. Greenpeace, Automóveis: saúde agredida e alterações no clima do planeta, apud Limoncic
(2001, p. 35).
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13
Cf. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, IplanRio, Anuário Estatístico da cidade do Rio de
Janeiro 1993/1994, apud Limoncic (2001, p. 35).
14
Ibid.
88 As cidades e as apropriações sociais das mudanças climáticas
do solo que poderiam contribuir para anos 1950 estiveram, como veremos a
evitar os congestionamentos e os altos seguir, fortemente associados ao padrão
níveis de emissão de poluentes. mais geral de distribuição espacial das
atividades condicionado pela dinâmica
O modo de uso do solo urbano e o específica da modalidade brasileira do
padrão de mobilidade que caracteriza- chamado “fordismo periférico”.
ram as cidades brasileiras a partir dos
Considerações finais
É preciso reconhecer a dificuldade de timam-se tendo por base os relatórios do
fazer uma sociologia da disputa energé- IPCC – o Painel Internacional da Mudan-
tica planetária, que subjaz ao debate ça Climática. A análise deveria conside-
sobre mudanças climáticas e sobre suas rar, pois, o modo social como “se fecha
implicações para os padrões de urbani- o problema” da mudança climática – ou
zação hoje vigentes. O campo de forças seja, o modo como os discursos a consti-
pertinente é multiescalar, o jogo de esca- tuem como objeto de política para poder
las é pouco estável, “glocal” como dizem supô-la solúvel, legitimando as soluções
alguns num esforço de captar essa dinâ- propostas (Hajer, 1995).
mica e essa complexidade interescalares
ou de considerar a “política de escalas”, Cabe considerar, para tanto, a dis-
como o geógrafo Swyngedouw (2004). cussão em curso entre os autores da
Os climatologistas não conseguem en- Sociologia da Ciência Ambiental, que
xergar, por exemplo, os gradientes de sublinham, por um lado, a historicidade
variação da vegetação sob a ação de de seu objeto e, por outro, os problemas
desmatamento, que os biólogos obser- associados aos usos sociais da incerteza
vam em escala micro. O mesmo pode- (Winnie, 1994; Fabián, 1997). Quanto
mos dizer das alianças e estratégias de ao primeiro aspecto, na imbricação da
atores sociais que se configuram nesse socionatureza em movimento, cabe re-
campo, como construir um quadro sis- conhecer as múltiplas escalas de obser-
temático de análise capaz de explicar a vação e considerar os enunciados em
circunstancial aliança entre os interesses vinculação a seus contextos: admitem-
petrolíferos dos EUA e a agroindústria se respostas múltiplas a uma mesma
canavieira brasileira em torno ao etanol, questão. Só recentemente, por exemplo,
sem fazer intervir também o fator con- o conceito de sistema terrestre, na clima-
juntural da linha de ação do governo tologia, incorporou os sistemas sociais, as-
Chávez na Venezuela? E tudo isso apre- sumindo comportamentos não-lineares
sentado em nome do equilíbrio climático na interação dinâmica entre todos os
e do bem comum: ou seja, interesses diferentes elementos do sistema. Há, é
econômicos e geopolíticos em jogo legi- claro, aspectos éticos e políticos envol-
96 As cidades e as apropriações sociais das mudanças climáticas
15
No caso do furacão Katrina, é sabido que os planos de evacuação não deram atenção à
população “com baixa mobilidade” – fatores como raça e classe foram considerados dimen-
sões fundamentais da catástrofe.
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Há, pois, por um lado, por parte das para abastecer a suburbanização des-
forças hegemônicas, uma “irresponsa- controlada que promove (ibid.). Ou
bilidade organizada”, diria Ulrich Beck seja, o ônus do ajuste do novo ciclo cli-
(1992), mas “classista”, acrescentaria mático e hidrológico, sustenta Mike Davis,
Mike Davis: poucos recursos são destina- cairia, nessa região, sobre os ombros dos
dos para proteger ou remediar o risco grupos subalternos, notadamente dos
sofrido por grupos sociais “menos mó- trabalhadores rurais imigrantes cujo fluxo
veis” – pobres, negros e minorias étni- para os EUA tenderia a aumentar, justi-
cas –, acusados como são “de saber que ficando acusações de estarem indo “rou-
moram em áreas arriscadas e de querer bar a água dos americanos” (ibid.). Esse
que os contribuintes paguem por sua tipo de processo em que os custos da
escolha residencial” (tal como expresso degradação ambiental são concentrados
no jornalismo televisivo dos EUA em sistematicamente sobre os mais despos-
matérias posteriores ao furacão Katrina) suídos, ainda mais quando parte dos
(Davis, 2007). Parece vigorar uma es- interesses dominantes consegue auferir
pécie de percepção confiante de que os lucros com essa degradação, é compa-
males atingirão apenas os mais despos- tível com o entendimento dos movimen-
suídos. Uma espécie de Nimby (“não no tos sociais ditos de “justiça ambiental”:
meu quintal”) exclusivo das elites, ou segundo eles, pode-se pressupor que
seja, mecanismos pelos quais os toma- não haverá nenhuma iniciativa dos po-
dores de decisão detêm os meios de se derosos para enfrentar os problemas
distanciar das conseqüências ecológicas ambientais, enquanto for possível con-
de suas próprias ações. Mais que isso, centrar os males deles decorrentes nos
em tempos de liberação das forças de mais pobres. Seu corolário é que todos
mercado, observa-se uma apropriação os esforços deveriam ser concentrados
da denúncia ambientalista do capitalis- na proteção ambiental dos mais pobres,
mo e do modelo vigente de negócios de modo que, interrompendo-se a trans-
para fins de dinamizar o capitalismo e ferência sistemática dos males, as elites
os negócios – após o furacão Katrina, venham a considerar seriamente a neces-
por exemplo, as ações das empresas que sidade de mudar modelos de produção
ganharam contratos para a limpeza e a e consumo. Nessa ótica, por exemplo,
reestruturação das áreas afetadas – as quilombolas e indígenas do Madeira, ao
mesmas que atuam no Iraque – eleva- contrário do que propugnam represen-
ram-se em 10%. tantes de empreiteiras e desenvolvimen-
tistas pouco reflexivos, estariam na linha
Steve Erie da Universidade da Cali- de frente do combate contra o aqueci-
fórnia assinala como a expansão imobi- mento global, favorecendo, por sua resis-
liária no sudoeste dos EUA e na Baixa tência, energias alternativas e eficiência
Califórnia está comercializando milhares energética.
de km2 na frágil ecologia dos desertos,
apostando no aumento tendencial dos A pesquisa relacionada às mudanças
custos da água e em sua dessalinização climáticas desenvolvida na Comunidade
Henri Acselrad 99
Européia só começou a tratar dos aspec- ção das dificuldades políticas resul-
tos tecnológicos, sociais e econômicos tantes da diversidade de interesses
relevantes, para apoiar a formulação de sociais e de nações envolvidos neste
políticas, inclusive com a definição do enfrentamento. (Buttel e Taylor, 1992,
foco na eficiência energética, como re- p. 406)
sultado da politização do efeito estufa
em 1986. Para a formulação de políticas Já em 1988, o relatório Swedish
de combate às mudanças climáticas, esse Perspective on Human Dimensions of
efeito ambiental teve de ser traduzido Global Change chamava a atenção para
nos termos de um problema “tratável” os processos de construção social do
e politicamente “administrável” (Libera- conhecimento científico sobre mudança
tore, 1994, p. 192). Dessa forma confi- global, destacando o papel da história e
gurou-se o procedimento chamado por da cultura na definição dos temas cien-
Hajer de “fechamento do problema”, tíficos e políticos. É nesse contexto de
segundo o qual os discursos constituem construção social do problema que, em
a mudança ambiental como objeto de 1992, o relatório da U.S. National Re-
políticas, de modo a poder apresentá- search Council sobre mudanças am-
la como passível de solução (Hajer, bientais globais destacava “a importância
1995). A transformação de evidências da Geografia, das distâncias entre os as-
climatológicas nos termos de uma trama sentamentos humanos – e da Demogra-
política passou assim pela seleção de fia –, por exemplo, da dispersão das
ações relativas à busca de eficiência populações em subúrbios, na determi-
energética, o que permitiu que fossem nação do padrão de consumo energé-
associados os esperados benefícios am- tico” (U.S. National Research Council,
bientais à obtenção simultânea de bene- 1992).
fícios econômicos.
Em analogia com o que se verificou
Buttel e Taylor sustentam que, após na experiência européia, caberia per-
um período inicial de “lua de mel” du- guntar de que dependeria a construção
rante o final dos anos 1980, a modela- dessa “administrabilidade” das mudan-
gem do clima global, as estimativas de ças ambientais num país como o Brasil.
perda de biodiversidade e outros estu- Parece relativamente pequena a presen-
dos das implicações das mudanças am- ça de justificativas relacionadas a mu-
bientais tornaram-se objeto das disputas danças climáticas no debate brasileiro
científicas e, conseqüentemente, políti- sobre políticas urbanas. Essas políticas
cas. Segundo eles, prevaleceu por muito não parecem estar integrando de forma
tempo uma substantiva os temas políticos nos quais
têm sido traduzidas as questões das
construção moral dos problemas mudanças climáticas globais no país.
ambientais globais que enfatiza o
interesse comum nos esforços de seu Segundo pesquisa citada pelo The
enfrentamento, desviando a aten- Economist, a qualidade do ar começa
100 As cidades e as apropriações sociais das mudanças climáticas
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106 As cidades e as apropriações sociais das mudanças climáticas
Resumo Abstract
O texto procura discutir a natureza dos The article discusses the nature of envi-
impactos ambientais da urbanização de ronmental impacts of urbanization in a
forma ampla e relacional. Considerando large and relational scope, considering
as distintas apropriações sociais dos fatos urbanization process as constitutive of a
científicos e os modos sociais de cons- network-archipel of big metropolis,
trução do problema da mudança climá- nodes of multiple production and ex-
tica, são revistas as relações gerais que a change flows, trends observed at global
pesquisa estabelece entre a forma urbana level since the last decades of the XXth
e o clima. A configuração espacial dos century. The spatial configuration of
sistemas urbanos do Brasil é tratada, em Brazilian urban systems is treated, par-
particular, do ponto de vista dos efeitos ticularly, from the point of view of the
da densificação ou do espraiamento, as- effects of densification or sprawl associ-
sociados aos padrões de distribuição das ated to the patterns of distribution of
populações urbanas, sobre as dinâmi- urban population on climatic dynamics.
cas climáticas.