Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
A elaboração dest a r esenha se serviu de CI D AD ES PARA UM PEQUEN O PLAN ETA Richard Rogers + Philip
Gum uchdj ian. Lisboa: GG, 2001 ( Copyright Richard Roger s 1997)
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 2 de 16
As cidades, consideradas por Rogers com o “ habit at da
hum anidade” , const it uíram - se no grande agent e dest ruidor do
ecossist em a e de am eaça à sobrevivência da própria hum anidade.
Ele const at a que, at ualm ent e, as pessoas se lem bram das cidades
m uit o m ais com o cenário de aut om óveis e de edifícios do que por
suas ruas e praças – espaços colet ivos –, m uit o m ais pelo
isolam ent o social, poluição, m edo da violência, local de consum o e
pela busca insaciável de lucro do que pela com unidade,
part icipação, espírit o cooperat ivo, beleza e prazer. A dem ocracia se
faz represent ar equivocadam ent e por com unidades segregadas.
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 3 de 16
Rogers crit ica a invasão de grande part e dos espaços públicos –
especialm ent e ruas e praças – pelos veículos, causada pela
ineficácia dos sist em as de t ransport e colet ivo e pela deform ação
cult ural, segundo a qual o carro t orna- se elem ent o indispensável
ao cidadão, pois lhe possibilit a liberdade de locom oção e lhe
confere st at us.
O fut uro da civilização será det erm inado pelas cidades e dent ro das cidades.
Hoj e, elas consom em t rês quart os de t oda a energia do m undo e causam pelo
m enos t rês quart os da poluição global” . Pág.27.
Rogers faz referência a São Paulo com o exem plo de cidade que
t em com o m ot ivação m aior a busca do lucro e que prej udica o
m eio am bient e. Crit ica o congest ionam ent o de t ráfego nas ruas, as
favelas – 32% da população são de favelados – e a falt a de
coerência urbana.
“ São Paulo, a t erceira m aior e m ais poluída do m undo, é um a m assa cont ínua de
edifícios pont uada em t odas as direções por arranha- céus. Suas ruas est ão
const ant em ent e congest ionadas e os níveis de poluição são dram át icos, além
disso, a cidade parece não t er cent ro, nenhum a diversidade e nenhum a
coerência urbana” . Pág. 59.
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 4 de 16
det erioração nas grandes cidades são explicit ados pelo solo
prej udicado, pela baixa qualidade do ar, escassez de água –
redução das áreas perm eáveis em função da pavim ent ação,
m udança clim át ica reduzindo os índices pluviom ét ricos; o problem a
do lixo, perda cont ínua de coesão social. Out ros sinais apont ados
correspondem aos condom ínios fechados – que, para Rogers,
assem elham - se às ant igas m uralhas –, ao aut om óvel e à
fragm ent ação urbana causada pelas grandes avenidas e est radas,
à pobreza, desem prego, m á qualidade do ensino de m odo geral,
aos conflit os, à inj ust iça social, exclusão social e form ação de
guet os, espaços públicos desprezados, crescim ent o da população
urbana e os baixos padrões de m oradia. Tudo isso cont ribui para
acelerar o aum ent o da t axa de poluição e de erosão.
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 5 de 16
“ brincadeiras e encont ros” é subst it uído por est acionam ent o e
congest ionam ent o de veículos, afet ando diret am ent e o nível de
int eração social da com unidade. Esse negligenciam ent o do espaço
público é confirm ado pelo fat o de que a m aior part e dos parques
públicos, praças e ruas sej am legado de séculos ant eriores. Os
edifícios são geralm ent e proj et ados com o elem ent os isolados sem
considerar o sít io, o ent orno.
“ Est rut uras est éreis, com suas m odernas fachadas clássicas, neovernáculas,
com o se escolhidas a part ir de um cat álogo de fachadas, não t êm qualquer
ligação com a com unidade ou o lugar. Edifícios de t odos os t ipos são
em brulhados e padronizados” . Pág. 68.
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 6 de 16
im port ant e quant o a liberdade de expressão. Am bas devem ser
veem ent em ent e defendidas.
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 7 de 16
m odernas fachadas clássicas, neo- vernáculas, com o se escolhidas a part ir de um
cat álogo de fachadas, não t êm qualquer ligação com a com unidade ou o lugar. ”
Pág. 68.
Maquet es, palest ras, exposições e cursos sobre a cidade devem ser
cont inuam ent e exercit ados no sent ido de cont rolar, inclusive o
m ercado regido pelo lucro.
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 8 de 16
result ado de concursos int ernacionais e públicos, t ant o para novos
quant o para recuperação/ reciclagem de edifícios exist ent es.
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 9 de 16
Na int rodução do livro, Sir Crispin Thick afirm a que “ quem polui
deve pagar a cont a” . Essa post ura j á é seguida com relação à
região do Rio Paraíba do Sul quant o ao pagam ent o de t axas pela
responsabilidade pós- consum o por part e de fabricant es/ em presas.
Rogers propõe a reciclagem de m at eriais, redução do lixo e
preservação dos recursos não- renováveis. Toda cidade deve bem
adm inist rar a ut ilização desses t endo com o principal ferram ent a o
planej am ent o abrangent e – que inclui a sociologia –, o
ent endim ent o das relações ent re cidadãos, de aspect os
relacionados a polít icas de t ransport e, serviços e da relação
geração/ consum o de energia e seu im pact o no m eio am bient e.
A int enção de conect ar espaços colet ivos exist ent es com significado
deve, t am bém , est ar present e nos novos proj et os de int ervenções
urbanas, no sent ido de hum anizar a cidade.
A cidade com pact a é com pat ível com a m ult ifuncionalidade e com a
predom inância de t ransport e colet ivo eficient e. As ruas e dem ais
espaços colet ivos, nessa cidade, são de dom ínio da população; “ do
pedest re e da com unidade” .
Para o aut or, a cidade com pact a é sust ent ável e prom ove a
eqüidade, abrigando at ividades diversas e que, ao m esm o t em po,
se sobrepõem . É, port ant o, um a cidade “ livre que favorece os
cont at os pessoais em espaços colet ivos com significado; um a
cidade bela e conect ada com a art e, e ainda possível de ser
reconst ruída” .
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 11 de 16
Apesar do processo de evolução ser lent o, o aum ent o do grau de
conscient ização sobre a sust ent abilidade, avanço da t ecnologia das
com unicações/ inform ação e da produção aut om at izada, segundo o
aut or, “ são as condições que cont ribuem para o desenvolvim ent o
de um a cult ura urbana pós- indust rial socialm ent e responsável e
am bient alm ent e conscient e” . Pág. 5. Est a, segundo ele, é a garant ia
de que de nossa sociedade sobreviva, pelo at endim ent o às
necessidades at uais sem o com prom et im ent o das gerações fut uras.
O poder int elect ual, no sent ido da evolução efet iva da sociedade,
deve m ais e m ais subst it uir as font es que ext raím os da t erra, para
que se possa obt er e conservar um padrão de vida digno –
“ decent e, civilizado e am plam ent e eqüit at ivo” .
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 12 de 16
At ualm ent e, há um a grande separação social, um cont ra- senso
com relação ao expressivo desenvolvim ent o das conexões
elet rônicas. A cult ura de preservação exacerbada da liberdade
individual/ privacidade cont ribui para o fort alecim ent o desse
isolam ent o social.
“ Para cont rabalançar est as forças, precisam os incent ivar e prem iar a
part icipação em t arefas que servem de base à sociedade” . Pág.150.
‘Cult ura é a alm a da sociedade e a qualidade que lut a cont ra a repressão. Ela
diferencia as pessoas nest es t em pos de globalização e m esm ice” . Pág.151.
Segundo Richard Rogers, a cidade sust ent ável t em várias facet as.
É j ust a, bela, criat iva pela visão abert a e expost a à
experim ent ação. É ecológica, de leit ura fácil, diversificada,
com pact a e policênt rica. Deve ela criar est rut ura flexível para um a
com unidade expressiva e fort e, em am bient e saudável.
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 13 de 16
“ O conceit o de cidade sust ent ável reconhece que a cidade precisa at ender aos
nossos obj et ivos sociais, am bient ais, polít icos e cult urais, bem com o aos
obj et ivos econôm icos e físicos. É um organism o dinâm ico t ão com plexo quant o à
própria sociedade e suficient em ent e ágil para reagir rapidam ent e às suas
m udanças” . Pág. 167.
2
Luiz Telles
2
Lu iz B. C. Te lle s – Arquit et o e Urbanist a ( FAUMack 1966) , Mest re em Arquit et ura e Urbanism o ( FAUMack 2002) ,
professor de proj et o e de m et odologia da Faculdade de Arquit et ura e Urbanism o Mackenzie ( 2002,_) , t it ular do
escr it ór io LT Arquit et ura e m em bro do grupo de pesquisa “ Paradigm as para o est udo das cidades ibéricas e
am er icanas no século XXI ” . aedificandi@aedificandi.com .br
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 14 de 16
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 15 de 16
∗
æ resenhas - Cidades para um pequeno planeta por Luiz B.C. Telles - Vol. I No 2 Out 06 Página 16 de 16