Você está na página 1de 6

CORE Metadata, citation and similar papers at core.ac.

uk
Provided by The Repositório Aberto

Smart Governance em cidades inteligentes europeias


Smart Governance in european smart cities

Maria do Rosário Matos Bernardo


Departamento de Ciências Sociais e de Gestão, Universidade Aberta
CAPP-ISCSP, Universidade de Lisboa
Lisboa Portugal
Maria.Bernardo@uab.pt

Resumo — O smart governance, ou governação inteligente, surge uma forte componente digital, com um papel muito forte das
como uma das seis principais características das cidades tecnologias de informação e comunicação (TIC) e de tecnologias
inteligentes (smart cities) e tem as suas origens no conceito de e- web, no seu desenvolvimento, com vista ao redesenhar de
government, nos princípios de good governance e no pressuposto cidades mais modernas, produtivas e competitivas [1], com estas
do envolvimento e participação dos cidadãos na tomada de decisão tecnologias a apoiarem áreas tão diversas como: segurança,
a nível da administração pública local. A investigação apresentada infraestruturas de comunicação, transportes, saúde, educação e
neste artigo teve por objetivo responder à seguinte questão: administração pública [2], [3], [4].
“Quais as práticas de smart governance que estão a ser
implementadas em cidades inteligentes europeias?”, para o efeito A governação é considerada por vários autores como um dos
foi leva a cabo uma intensiva revisão de literatura e a análise de principais componentes das cidades inteligentes designado por
conteúdo dos websites municipais de seis cidades inteligentes smart governance, no sentido de envolver todos os
europeias: Amesterdão; Barcelona; Copenhaga; Lisboa; intervenientes, quer sejam cidadãos, empresas ou administração
Manchester; e Estocolmo. O objetivo foi identificar a presença de pública, na tomada de decisões que permitam, alcançar elevados
fatores caracterizadores de smart governance relacionados com: e- níveis de qualidade de vida, desenvolvimento, crescimento e
participação; e-serviços; e funcionamento dos websites da sustentabilidade [3], [5].
administração pública dessas cidades. Concluiu-se que todas as
cidades analisadas apresentavam algum tipo de fatores Atendendo à importância explicita na Agenda Digital para a
relacionados com smart governance, mas em diferentes níveis de Europa [6] às questões relacionadas com cidades inteligentes e
desenvolvimento e aplicação, consoante as cidades. administração eletrónica, a questão que orientou a presente
investigação foi: "Quais as práticas de smart governance que
Palavras Chave – administração pública local; tecnologias web; estão a ser implementadas em cidades inteligentes europeias".
e-government; smart government; smart cities.
Os objetivos específicos definidos para responder à questão
Abstract — Smart Governence as its roots in e-government, in the de investigação foram:
principles of good governance, and in the assumptions of citizens’
participation and involvement in public decision-making and is • Consolidação dos conceitos relevantes para a
considered one of the six main characteristics of smart cities. The investigação, com base numa extensiva revisão de
present investigation was intended to answer the question: “What literatura nos tópicos: cidades inteligentes;
smart governance practices are being implemented in European governação, e-government e princípios de good
smart cities” through an extensive literature review and content governance.
analysis of the websites of six European smart cities: Amsterdam;
Barcelona; Copenhagen; Lisbon; Manchester and Stockholm. The • Identificação do papel das Tecnologias de
objective was to identify the presence of factors related with e- Informação e Comunicação (TIC) e das tecnologias
participation; e-services; and the functioning of local public web na administração pública local e sua relação
administration on the city's websites. It was concluded that all the com o conceito de smart governance;
smart cities analyzed presented some factors related with smart
governance, but with different levels of development and • Definição de um conjunto de categorias a incluir
application. num modelo de análise do smart governance em
cidades inteligentes europeias.
Keywords – local public administration; web technologies; e-
government; smart government; smart cities. • Identificação das cidades inteligentes europeias a
incluir no estudo;
I. INTRODUÇÃO
• Aplicação do modelo proposto para identificar as
O conceito de smart governance aparece na literatura práticas e aspetos de smart governance adotados
associado ao conceito mais amplo e mais divulgado de cidades nas cidades inteligentes em estudo.
inteligentes, ou smart cities. As cidades inteligentes surgem com
O presente artigo está organizado em cinco secções • Direitos humanos e inclusão social.
incluindo: esta introdução à questão e objetivos de investigação;
um breve enquadramento teórico; a apresentação da C. TIC, tecnologias web e e-government
metodologia, que inclui a proposta de um modelo de análise e a Os desenvolvimentos, quer nas TIC quer nas tecnologias
estratégia de seleção das cidades estudadas; a apresentação dos web, foram sempre seguidos de integração nas mais diversas
elementos recolhidos nos websites das cidades e respetiva áreas, nomeadamente nos negócios, na educação, na saúde, na
discussão de resultados; e por fim as conclusões, nas quais se vida quotidiana e na administração pública.
incluem as principais conclusões do estudo, mas também
A mediação das relações entre a administração pública e os
algumas limitações e pistas de investigação futura.
privados (empresas e cidadão) por TIC e tecnologias web é
II. ENQUADRAMENTO TEÓRICO designada por e-government, e passou por vários estádios de
desenvolvimento, desde a simples presença online através de
A. Smart cities páginas estáticas até formas mais completas e interativas de
O conceito de cidade inteligente não é consensual para todos comunicação e participação dos cidadãos na tomada de decisão
os autores que, de acordo com os seus objetivos, optam por [15], [19], [20].
realçar diferentes aspetos das cidades nas suas investigações [1], A interação com a administração pública, beneficiando da
[4], [7], [8], [9], [10]. Contudo, há termos e ideias que são crescente literacia digital das populações, da facilidade de
transversais à maioria das definições: TIC; sustentabilidade; acessibilidade a equipamentos com acesso à Internet e às
bem-estar dos cidadãos; qualidade de vida; colaboração; ferramentas da web 2.0, tem-se vindo a alterar nas últimas
desenvolvimento; e competitividade [1], [2], [4], [8], [9], [10]. décadas, passando a ser uma interação bilateral, com
A implementação de soluções e ferramentas de TIC, possibilidade de submissão de formulários online, acesso a
especialmente desenhadas para lidar com os problemas urbanos serviços digitais, expressão de opiniões e mesmo participação
quotidianos ,começou por ser crucial para o desenvolvimento de eletrónica em votações e tomadas de decisão [17]. Contudo,
cidades inteligentes e para alcançar metas políticas, continuam a existir diversas dificuldades na implementação e
nomeadamente a definidas na Agenda Digital para a Europa [6], adoção do e-government, como: literacia digital; diferentes
de forma a promover a qualidade de vida dos cidadãos, redução possibilidades de acesso das populações às TIC e às tecnologias
das emissões de CO2, aumento da eficiência energética, redução web; falta de confiança dos utilizadores; questões de segurança
de burocracia e aumento de competitividade [11]. da informação [21].
Contudo, a digitalização das cidades não é suficiente para as D. Smart Governance para cidades inteligentes
tornar cidades inteligentes, podendo mesmo levar a um aumento A implementação do e-government estende-se a vários
de desigualdades sociais, devido às diferentes oportunidades de níveis da administração, embora a nível nacional existam mais
acesso às TIC, por parte dos cidadãos [7], [12], [13]. Vários recursos financeiros, tecnológicos e humanos, a administração
autores apresentaram propostas de operacionalização do pública a nível local tem a vantagem de estar fisicamente mais
conceito de cidade inteligente, contudo, na presente investigação próximo dos cidadãos, das suas necessidades, preocupações e
foram utilizadas as propostas de Cohen [5], [14] e Giffinger, et expetativas [22]. Neste contexto, reveste-se de considerável
al. [3], que identificam seis características para as cidades relevância o estudo da administração publica eletrónica local e
inteligentes: economia inteligente, pessoas inteligentes; das suas ferramentas para interagir com os cidadãos e levá-los a
governação inteligente (smart governance; mobilidade participar ativamente na vida de suas cidades, obter serviços,
inteligente; ambiente inteligente; e vida inteligente. estabelecer parcerias, fazer sugestões, apresentar propostas ou
B. Governação e Good Governance participar de consultas públicas.
O conceito de governação, ou governance, está relacionado A evolução contínua das TIC e a rápida expansão da Internet
com a interação entre a administração pública, os cidadão e associada ao aumento de utilizadores, assim como a alteração da
entidades privadas, e com a forma como a sociedade se organiza sua relação com essas tecnologias, em particular com
na tomada de decisão coletiva [15]. Este termo não se pode ferramentas web 2.0 [23], promoveram mudanças nos
desassociar dos princípios de boa governação, ou good comportamentos e necessidades dos cidadãos, nomeadamente
governance. De acordo com as Nações Unidas [16], [17] e com na sua crescente vontade de envolvimento na governação de suas
o Banco Mundial [18], com os apoios de diversos autores e cidades, o que permitiu transformações nos processos
organizações, os princípios de boa governação estão administrativos de tomada de decisão [3]. Com este crescente
relacionados com a promoção de: igualdade; participação; envolvimento dos cidadãos e com o desenvolvimento de
pluralismo; transparência; prestação de contas; e estado de ferramentas que facilitam a interação com a administração
direito. pública, assiste-se a uma passagem do termo e-government para
o termo mais abrangente e-governance, que se adapta melhor a
Para a presente investigação foram consideradas as seguintes esta nova realidade [21], [24].
dimensões de governação a nível de administração pública local:
O smart governance, ou governação inteligente é um dos
• Abertura principais componentes das cidades inteligentes [3], [5], [8],
• Participação tendo sido identificado por vários autores [3], [5], [8], [14], [19],
[21], [25]um conjunto de indicadores ou de fatores associados
• Transparência e prestação de contas ao smart governancet, nomeadamente: participação na vida
pública da cidade; serviços online ou serviços eletrónicos; e melhores cidades inteligentes europeias em diferentes aspetos
questões relacionadas com o funcionamento da administração [26], [27].
pública.
As cidades inteligentes selecionadas foram: Amsterdão
A participação na vida pública da cidade está relacionada (Holanda); Barcelona (Espanha); Copenhaga (Dinamarca);
com o envolvimento dos cidadãos na política, questões sociais e Lisboa (Portugal); Manchester (Reino Unido); e Estocolmo
decisões relevantes. A disponibilidade de uma ampla gama de (Suécia). Essas cidades inteligentes possuem características
serviços públicos e sociais on-line, ou serviços eletrónicos, é diferentes e foram classificadas com diferentes graus de
uma questão central do smart governance, bem como a inteligência. No entanto, todas revelaram preocupações e ações
possibilidade de aceder a esses serviços por vários dispositivos, relacionadas com smart governance.
incluindo dispositivos móveis. Finalmente, o funcionamento da
administração pública, na presente investigação, está Os sites das cidades foram analisados para recuperar
relacionado com o funcionamento prático do município como documentos oficiais, recursos e qualquer tipo de informação que
um todo, no seu quotidiano, nas funções da administração local identificava a presença dos indicadores de smart governance
e na imagem de eficiência, honestidade e ética que é transmitida propostos no modelo de análise. Esses elementos foram
aos cidadãos, em termos de transparência, responsabilização, registados e comparados em todas as cidades, a fim de concluir
combate à fraude, respeito pelos direitos humanos e esforços a forma como o smart governance estava a ser implementado.
para alcançar a inclusão social de todos os seus cidadãos. IV. RECOLHA E ANÁLISE DE DADOS
III. METODOLOGIA A. Caracterização das cidades inteligentes
O estudo da implementação do smart governance em As características gerais das cidades analisada encontram-se
cidades inteligentes europeias baseou-se na análise de conteúdo na tabela 1. Os dados relativos à população foram obtidos nas
dos websites de seis cidades. A estratégia de investigação pode estatísticas do Eurostat [28] dizem respeito ao ano de 2013,
ser classificada como um estudo de caso baseado em dados exceto no caso de Estocolmo que por ausência de dados relativos
documentais secundários. a 2013, foram utilizados os dados de 2017.
A investigação consistiu em 3 fases: identificação TABLE I. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS CIDADES
indicadores e fatores de smart governance a incluir no modelo
de análise; seleção das cidades inteligentes; e análise de Características da cidade
conteúdo dos websites das cidades inteligentes. Área Densid
Cidade km2 habitante pop
website
O modelo de análise incluiu três aspetos fundamentais do s (hab/K
smart governance: e-participação; e-serviços; e funcionamento m2)
Amesterdão http://www.amsterdam.nl/ 219 799278 3650
da administração pública, com os seguintes indicadores:
102
• e- participação Barcelona http://www.barcelona.cat/ 1611822 15802

Copenhaga http://www.kk.dk/ 88 559400 6357


o acesso a dados abertos
Estocolmo http://www.stockholm.se/ 188 935619 4975
o e-consulta
Lisboa http://www.cm-lisboa.pt/ 100 524282 5243
o mecanismos de tomada de decisão
eletrónica http://www.manchester.go 116
Manchester 512600 4419
v.uk/
• e-serviços públicos
o existência de serviços eletrónicos Tomando em consideração as características de cidade
inteligente [3], [26], [27], Amesterdão é uma das cidades com
o canais de comunicação entre os cidadãos melhor ranking em termos de economia inteligente e mobilidade
e a administração pública através de novas inteligente. No que respeita ao smart governance, aposta nos
tecnologias dados abertos tem uma plataforma on-line que procura envolver
• Funcionamento da administração pública local os cidadãos nas questões políticas e sociais da cidade. Barcelona
é também considerada uma das melhores cidades inteligentes do
o evidência de transparência e prestação de mundo, com valores muito bons em todas as vertentes de cidade
contas inteligente. Em termos de smart governance, apresenta diversos
o evidência de luta contra a fraude serviços públicos e sociais. Copenhaga é uma das cidades
mundiais com menor pegada per capita de carbono, aposta
o evidência de garantia de respeito pelos essencialmente na vertente de ambiente inteligente, mas é
direitos humanos e pela inclusão social. também forte na componente de pessoas inteligentes e em smart
Foram selecionadas seis cidades europeias, considerado governance. Nesta última vertente, com um portal de dados
razoável para permitira alguma comparação, mas ao mesmo abertos, um conjunto de serviços on-line e um painel digital de
tempo suficientemente reduzido para facilitar a análise. No cidadãos onde os cidadãos podem participar em pesquisas e
processo de seleção das cidades consideraram-se cidades questionários realizados pelo município. Estocolmo apresenta
classificadas na literatura e em relatórios oficiais como sendo as como vertentes mais fortes: ambiente inteligente; economia
inteligente e smart governance, com particular incidência e-participação
disponibilização de serviços on-line e informações sobre o Cidades e-tomada de
Dados abertos e-consulta
funcionamento do município, e promovendo os direitos decisão
Não foram
humanos, com o combate à discriminação e garantindo a todos
encontradas
os habitantes direitos e oportunidades iguais. Lisboa, apesar de Os cidadãos podem
evidências das
não ser uma das melhores cidades inteligentes da europa, dar opinião sobre
opiniões dos
assuntos
apresenta como vertentes fortes o ambiente inteligente e o smart Estocolmo
Acesso a
relacionados com
cidadãos
governance. Foi a primeira cidade europeia a implementar o dados abertos serem
serviços eletrónicos,
orçamento participativo, em 2008. Manchester apresenta como consideradas
políticas e vida do
na tomada de
vertentes fortes o ambiente inteligente e a economia inteligente. município
decisão
Em termos de smart governance investe principalmente em pública
dados abertos, procura de soluções de crescimento e bem-estar Os cidadãos são Os cidadãos
dos cidadãos e garantia da promoção da diversidade e igualdade convidados a participam em
dos seus cidadãos. apresentar ideias algumas
Acesso a para constarem no decisões,
Lisboa
O conteúdo dos websites, e respetivos links, das seis cidades dados abertos orçamento nomeadament
inteligentes foram analisados para identificar a presença de participativo e a e no
votarem as ideias orçamento
fatores relacionados com os três principais aspetos do smart propostas. participativo
governance: e-participação; e-serviços; e funcionamento da Algumas
administração pública. É solicitada a
decisões
opinião dos cidadãos
públicas
B. E-Participação em aspetos
tomam em
Acesso a relacionados com a
Começando com a e-participação, foi efetuada uma pesquisa Manchester consideração
dados abertos governação da
os resultados
pelos fatores: dados abertos; consulta eletrónica e tomada de cidade, através de
dos inquéritos
decisão eletrónica. Os resultados obtidos encontram-se resposta a
e
resumidos na tabela II. questionários online
questionários

TABLE II. ASPETOS DE E-PARTICIPAÇÃO


A análise revela que todas as cidades têm portais de dados
e-participação abertos, e a convicção de que o uso e a reutilização de dados
Cidades e-tomada de
Dados abertos e-consulta estimulam a inovação e o investimento na cidade. Em relação à
decisão
Projeto Civocracy, consulta eletrónica e à tomada de decisão eletrónica, várias
plataforma online As opiniões cidades têm portais específicos para administrar pesquisas e
para envolvimento expressas questionários a seus cidadãos sobre questões públicas. Algumas
dos cidadão nas pelos cidadãos cidades inteligentes têm fóruns para discutir decisões públicas
DataLab questões políticas e e as ideias específicas. No entanto, na maioria das cidades, o impacto real
Amsterdam, sociais. submetidas
Amesterdão
para acesso a influenciam a
das opiniões e sugestões dos cidadãos sobre a tomada de decisão
dados abertos Opiniões e ideias tomada de pública não é claro. Apenas Lisboa apresenta uma situação
dos cidadãos decisões concreta de tomada de decisão eletrónica com o orçamento
submetias no públicas. participativo.
website.
C. E-serviços
Participação dos
cidadãos na tomada
Em relação aos serviços eletrónicos, procuraram-se os
Plataforma de fatores: existência de plataformas de acesso a serviços
de decisões públicas
participação eletrónicos e os canais de comunicação online disponibilizados
através de vários
digital que
Acesso a
instrumentos
apoia, por
nos websites . Os resultados obtidos encontram-se resumidos na
Barcelona virtuais e tabela III.
dados abertos exemplo, a
presenciais.
elaboração do
Ferramentas para os
plano de ação TABLE III. E-SERVIÇOS
cidadãos
municipal
expressarem as suas Plataformas de serviços online
opiniões Cidades
e-serviços Canais de comunicação
Os cidadãos são
convidados a As opiniões Informação online os e-mail e presença em
Amesterdão
participar em 3 a 5 dos cidadãos serviços municipais redes sociais
inquéritos por ano, podem ser Interação com os serviços Plataforma de
sendo assegurada a consideradas administrativos da cidade; comunicação municipal
Barcelona
segurança e na tomada de saúde e serviços sociais; e e presença em redes
Acesso a educação e cultura sociais
Copenhaga confidencialidade, e decisões
dados abertos Plataformas de
garantido que os públicas, mas
dados serão as estratégias Possuem um self service comunicação com os
Copenhaga
deviamente municipais portal cidadãos e presença em
analisados e prevalecem redes sociais
tomados em sempre
consideração
Plataformas de serviços online Funcionamento da administração pública
Cidades Cidades
e-serviços Canais de comunicação Transparência e prestação de Direitos humanos e
contas inclusão social
Através do próprio
Possuem uma plataforma de informações relacionadas
Estocolmo website e presença em
e-serviços com transparência.
redes sociais
Vários serviços São disponibilizadas atas
Programas de inclusão
disponibilizados online que Plataforma de das reuniões municipais e
Manchester social e promoção dos
incluem, por exemplo: comunicação com os informaçoes sobre a
direitos humanos
mapas de localização; cidadãos; plataforma de execução orçamental
Lisboa
consulta e reprodução de serviços online e
documentos; e cálculo do presença em redes
imposto de planeamento sociais Todos os websites fornecem ligações para documentos e
urbano. informações relacionadas a regras, regulamentos, políticas,
Vários serviços online, orçamento e decisões que afetam a cidade. Algumas cidades têm
incluindo: informação; Plataformas de os meios pelos quais os cidadãos podem contatar as autoridades
requisição de documentos; comunicação com os e os membros do comitê para obter mais informações sobre
Manchester
pagamentos de impostos; cidadãos e presença em
ecomunicação mudanças de redes sociais
questões específicas ou para participar ativamente de reuniões
residência. municipais. No entanto, não há informação sobre o combate à
fraude e, por vezes, as informações sobre a garantia dos direitos
humanos e a promoção da inclusão social não são muito claras.
Todas as cidades inteligentes analisadas estão presentes nas
principais redes sociais, fornecem contatos de e-mail e algum V. CONCLUSÕES
tipo de facilidades de comunicação, para que os cidadãos tenham O smart governance é uma das principais características das
à sua disposição uma ampla gama de canais de comunicação cidades inteligentes. O presente estudo analisou a forma como o
para interagir com o poder público. smart governance está a ser implementado nas cidades
A maioria das cidades oferece serviços on-line, mas o inteligentes europeias.
alcance e a natureza dos serviços variam. Algumas cidades, O modelo de análise incluiu três aspetos principais: e-
como Amsterdão, parecem ter apenas informações sobre os participação, e-serviços e funcionamento da administração
serviços prestados em repartições públicas físicas. pública local. Foi levada a cabo a análise de conteúdo dos
D. Funcionamento da administraçãompública local websites e respetivos links de seis cidades inteligentes
europeias: Amesterdão; Barcelona; Copenhaga; Estocolmo;
Para analisar o aspeto do funcionamento da administração
Lisboa; e Manchester.
pública, foram considerados os seguintes fatores: evidências de
transparência e prestação de contas; luta contra a fraude; garantia A análise revelou que a maioria das cidades inteligentes tinha
dos direitos humanos e inclusão social. Em relação ao combate os websites do governo com informações relevantes para a vida
à fraude, não foi possível identificar nos websites ações da cidade. A maioria apresentou as principais características de
concretas realizadas. Os resultados obtidos encontram-se smart governance, possuindo portais próprios para acesso a
resumidos na tabela IV. dados, serviços eletrónicos e informações sobre o
funcionamento da administração pública local. Incluíam
TABLE IV. FUNCIONAMENTO DA ADMINISTRAÇAO PÚBLICA LOCAL ferramentas de comunicação online, estavam presentes nas
Funcionamento da administração pública
principais redes sociais e alguns possuíam aplicativos próprios
Cidades Transparência e prestação de Direitos humanos e
para dispositivos móveis. Foram identificadas ações de
contas inclusão social desenvolvimento e promoção de programas e atividades de
São disponibilizadas
Plataforma com projetos
inclusão social e promoção dos direitos humanos, contudo não
informações realtivas às foram encontradas informações relativas a combate à fraude.
Amesterdão para promover a
reuniões municipais e à
inclusão social
tomada de decisões. No entanto, existem várias possibilidades de investigação
É disponibilizado um futura, particularmente no que diz respeito ao esclarecimento de
Possuem um plano de
Barcelona conjunto alargado de aspetos que o presente estudo não foi capaz de identificar,
inclusão social
informações municipais
Possuem associações de
nomeadamente: identificar e medir os impactos dos indicadores
São disponibilizadas de smart governance; análise mais aprofundada dos processos
voluntariado
informações referentes aos de consulta e tomada de decisão eletrónica; medição das
O conselho nacional
Copenhaga orçamentos, atas das
reuniões municipais e
Dinamarquês para os perceções dos cidadãos e a confiança na governação das cidades
Direitos Humanos está inteligentes; e a identificação e análise de medidas relacionadas
politicas adotadas
sediado na cidade
com o combate à fraude, inclusão social e direitos humanos.
É disponibilizado um
relatório anual com uma Programas de inclusão Como limitação, o presente estudo foi baseado apenas em
Estocolmo visão geral das finanças do social e de promoção
municipio e atividades dos direitos humanos
revisão de literatura e dados secundários por meio da análise de
desenvolvidas. conteúdo websites das cidades. Isso deve ser complementado no
Atas das reuniões futuro com a recolha e análise de dados primários.
Várias redes de
Lisboa municipais e uma área
intervenção social
dedicada à divulgaçao de
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA [15] United Nations, Benchmarking E-government: A Global Perspective-
Assessing the Progress of the UN Member States, 2001, retrieved January,
[1] Caragliu, C. Del Bo and P. Nijkamp, “Smart cities in europe”, in Journal 23, 2019 from
of Urban Technology, n.º 18, vol. 2, pp. 65-82, 2011. https://publicadministration.un.org/egovkb/Portals/egovkb/Documents/u
[2] J. Cebreiros and M.P. Gulin, “Guia smart cities ‘cidades com futuro’” in n/English.pdf
Agenda Digital Local Galicia-Norte Portugal, Eixo Atlântico do Noroeste [16] United Nations, Governance , (n.d.), retrieved January, 23, 2019 from:
Peninsular, 2014. Retrieved January, 23, 2019 from: http://www.un.org/en/globalissues/governance/
http://antigua.eixoatlantico.com/sites/default/files/GuiaSmart_Completa
[17] United Nations, E-Government Survey 2018. Gearing E-Government to
_PT.pdf
Support Transformation Towards Sustainable and Resilient Societies,
[3] R. Giffinger, C. Fertner, H. Kramar, R. Kalasek, N. Pichler-Milanovic, 2018, retrieved January, 23, 2019 from:
and E. Meijers, Smart Cities - Ranking of European Medium-sized Cities, https://publicadministration.un.org/egovkb/Portals/egovkb/Documents/u
Vienna University of Technology, 2007, retrieved January, 23, 2019 n/2018-Survey/E-
from: http://www.smart-cities.eu/download/smart_cities_final_report.pdf Government%20Survey%202018_FINAL%20for%20web.pdf
[4] R. Jucevicius, I. Patasiené & M. Patasius, “ Digital dimension of smart city: [18] World Bank, What is Governance, (n.d.), retrieved January, 23, 2019
critical analysis”, in Procedia - Social and Behavioral Sciences, n.º 156, pp. from:
146–150, 2014. http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/COUNTRIES/MENA
[5] B. Cohen, 6 Key Components for Smart Cities. , 2012, retrieved January, EXT/EXTMNAREGTOPGOVERNANCE/0,,contentMDK:20513159~p
23, 2019 from agePK:34004173~piPK:34003707~theSitePK:497024,00.html
http://www.ubmfuturecities.com/author.asp?section_id=219&doc_id=52 [19] Capgemini, Rand Europe, IDC, Sogeti, and DTi, “Smarter, faster, better
4053 eGovernment” in 8th eGovernment Benchmark Measurement, 2009,
[6] Comissão Europeia, Digital Agenda for Europe, European Union, 2014, retrieved January, 23, 2019 from: http://www.Capgemini.com/insights-
retrieved January, 23, 2019 from and-resources/by-publication/2009-egovernment-benchmark/
http://europa.eu/pol/pdf/flipbook/en/digital_agenda_en.pdf [20] Organization for Economic Cooperation and Development (OECD), “The
[7] M. Angelidou, “Smart city policies: a spatial approach” in Cities, n.º 41, e-government imperative”, OECD e-government Studies, 2003, retrieved
pp. S3-S11, 2014. January, 23, 2019 from: http://www.keepeek.com/Digital-Asset-
[8] H. Chourabi, T. Nam, S. Walker, J.R. Gil-Garcia, S. Mellouli, K. Nahon, Management/oecd/governance/the-e-government-
T.A. Pardo and H.J. Scholl “Understanding smart cities: an integrative imperative_9789264101197-en#page1
framework”, In Proceedings of the Annual Hawaii International [21] United Nations, E-Government Survey 2014. E-Government for the
Conference on System Sciences (HICSS 2012), 2012, pp. 2289-2297. Future We Want, 2014, retrieved January, 23, 2019 from:
Maui, HI: IEEE. https://publicadministration.un.org/egovkb/Portals/egovkb/Documents/u
[9] J.R. Gil-Garcia, T.A .Pardoa and T. Nam, “What makes a city smart? n/2014-Survey/E-Gov_Complete_Survey-2014.pdf
Identifying core components and proposing an integrative and [22] J.R. Gil-Garcia and I.J. Martinez-Moyano, “Understanding the evolution
comprehensive conceptualization” in Information Polity, n.º 20, vol.1, pp. of e-government: The influence of systems of rules on public sector
61–87, 2015. dynamics” in Government Information Quarterly, n.º 24, vol. 2, pp. 266-
[10] R. Hollands, “Will the real smart city please stand up?” in City, n. º 12, 290, 2007.
vol. 3, pp. 302–320 2008. [23] T. O'Reilly, “What is web 2.0: design patterns and business models for
[11] R.L.V. Siso, Smart cities: Cooperation at all levels of governance needed, the next generation of software”, in Communications & strategies, vol. 1,
2015, retrieved January, 23, 2019 from pp17, 2007.
https://www.theparliamentmagazine.eu/articles/opinion/smart-cities- [24] L. Torres, V. Pina and B. Acerete, “E-Governance developments in
cooperation-all-levels-governance-needed European Union cities: reshaping government’s Relationship with
[12] S. Dillon, E. Deakins, S. Hofmann, M. Räckers and T. Kohlborn, “A Citizens” in Governance, n.º 19, vol. 2, pp. 277-302, 2006.
longitudinal study of local e-government development: the policy maker [25] H.J. Scholl and M.C. Scholl, “Smart governance: a roadmap for research
perspective, In Proceedings of the 23rd European Conference on and practice” In the Proceedings of iConference 2014, pp. 163-176,
Informtion Systems (ECIS 2015), Association for Information Systems Berlin, Germany: iSchools, retrieved January, 23, 2019 from:
(ASI), 2015, Münster, Germany. https://www.ideals.illinois.edu/bitstream/handle/2142/47408/060_ready.
[13] N. Walravens, “Qualitative indicators for smart city business models: the pdf?sequence=2
case of mobile services and applications”, in Telecommunications Policy, [26] B. Cohen, The Smartest Cities in The World, 2014, retrieved January, 23,
n.º 39 vol. 3-4, pp. 218–240, 2015. 2019 from http://www.fastcoexist.com/3038765/fast-cities/the-smartest-
[14] B. Cohen, The Smartest Cities In The World 2015: Methodology, 2015, cities-in-the-world
retrieved January, 23, 2019 from [27] Europeansmartcities, Larger European cities. Version 4.0., 2015,
http://www.fastcoexist.com/3038818/the-smartest-cities-in-the-world- retrieved January, 23, 2019 from: http://www.smart-
2015-methodology cities.eu/?cid=01&ver=4
[28] https://ec.europa.eu/eurostat/data/database , cosulted February , 10, 2019

Você também pode gostar