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ANO I | Nº12 | DEZ 21

AUTOMAGAZINE

MERCEDES ENTREVISTA COM


TIAGO BRAGA -
METRO PORTO

apresenta

EQS SMART CITIES:


COMO SERÃO
AS CIDADES
DO FUTURO?

COMENTÁRIO DO MÊS OPINIÃO TOP ELÉTRICOS


O papel que o automóvel ocupará Singapura: a cidade mais inteligente Conheça o Top Elétrico
nas cidades do futuro do mundo - Texto de Stefan Carsten Carmem Boulogne
Pela primeira vez na Espanha

SALÓN DEL AUTOMÓVIL


HÍBRIDO Y ELÉCTRICO
Salón de Movilidad Sostenible

22 - 24 Abril de 2022
Feria de Valladolid

ORGANIZAÇÃO:

www.salonautomovilelectrico.es
Editorial

Cidades inteligentes ou
ANO I | Nº14 | FEV 22 cidades vulneráveis?
DIRETOR GERAL
José Oliveira

DIRETOR EXECUTIVO
Pedro Gil Vasconcelos

EDITOR
Pedro Prata

COORDENADOR
Nicolau Monteiro

COORDENAÇÃO GRÁFICA
Renata Leite

COLABORADORES
Carina Nunes
Carolina Caixinha

JORNALISTA

A
Sofia Ferreira S CIDADES inteligentes – lização de soluções digitais em
smart cities – estão na moda: benefício dos seus habitantes e
PRODUÇÃO / EDIÇÃO DE VÍDEO
são tema favorito de governos, negócios”. Em suma, crescente
Catarina Cunha
administrações locais, instituições integração digital entre atores e
Filipe Figueiredo
e empresas que querem mostrar infraestruturas, muitos dados, e
o seu compromisso com a inova- decisões – muitas delas automá-
ção tecnológica e a preservação ticas – com base nesses dados.
ambiental. Cidades autointitula-
A Revista GreenFUTURE é publicação das de ‘inteligentes’ correm para Um pouco por todo o mundo,
mensal editada pela ZEST EVENTOS. integrar tecnologia e dados nos várias cidades estão a procurar
seus esforços para se tornarem aplicar as novas tecnologias para
mais sustentáveis, eficientes e alcançarem os seus objetivos –
MORADA seguras. Em algumas partes do económicos, ambientais, socio-
E-mail: info@greenfuture.pt mundo, existem mesmo projetos políticos, administrativos – de
Tel: +351 229 380 271 para levantar de raiz novas cida- forma mais eficiente. À medida
des baseadas no conceito. que os problemas ambientais e
CORRESPONDÊNCIA energéticos se tornam mais gra-
Escritorio 814, Av. Dom Afonso E, contudo, este é um conceito ves, estas soluções tecnológicas
Henriques 1196 8º Andar, 4450- ainda elusivo, para o qual é difí- têm, sem dúvida, um papel im-
012 Matosinhos cil encontrar uma definição exa- portante a desempenhar. Redes
ta, tendo em conta a extensão elétricas inteligentes que ajudam
do que procura abarcar: econo- a gerir os fluxos flutuantes das
mia inteligente, mobilidade in- energias renováveis, infraestrutu-
A Revista Green Future AutoMagazi- teligente, ambiente inteligente, ras de carregamento de veículos
ne não se responsabiliza pela opinião pessoas inteligentes, vida inteli- elétricos nos centros urbanos ou
dos entrevistados, ou pelo conteúdo gente e governação inteligente. sistemas de gestão energética
dos artigos assinados, que não ex- Na sempre judiciosa linguagem de edifícios são desenvolvimen-
pressam necessariamente a opinião da União Europeia, cidades in- tos positivos, que indubitavel-
da editora. A reprodução total ou teligentes são locais “onde as mente tornam as cidades mais
parcial das matérias só será permitida redes e serviços tradicionais se sustentáveis e contribuem para a
após prévia autorização da editora.
tornam mais eficientes pelo uti- qualidade de vida dos cidadãos.

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 3


Editorial
CONTINUAÇÃO

As novas tecnologias têm um potencial imenso para melhorar a qualidade


de vida urbana. Mas a cidade do futuro não pode centrar-se na tecnologia...
Enquanto há (muito) espaço para Na sua expressão plena – e, por veis antigos elevam a qualida-
a tecnologia na gestão das infra- enquanto, utópica –, o concei- de do parque imobiliário e re-
estruturas urbanas, as cidades to de cidade inteligente vê um duzem as perdas energéticas.
inteligentes são também cidades contexto urbano em que os cida- Et cetera.
mais complexas e, em certa me- dãos estão inseridos num ecos-
dida, sistemas mais imprevisíveis sistema digital constituído por As novas tecnologias têm um
e vulneráveis. Ao mesmo tem- um conjunto de infraestruturas e potencial imenso para melhorar
po que promete mais eficiência tecnologias – algumas, como os a qualidade de vida urbana. Mas
e sustentabilidade, a tecnologia veículos totalmente autónomos, a cidade do futuro não pode ser
traz também novas questões e ainda numa fase de desenvolvi- centrar-se na tecnologia: os es-
desafios. Garantir a segurança e mento muito precoce – capazes paços públicos, a vida em co-
integridade dos sistemas, garan- de interagir entre si para maximi- munidade, o acesso à serviços
tir a privacidade dos cidadãos e zar a eficiência do sistema. Para públicos de qualidade e as opor-
evitar a discriminação algorítmi- os decisores públicos, esta visão tunidades económicas e educati-
ca, ou gerir uma crescente quan- de futuro, por mais apelativa que vas para todos os cidadãos con-
tidade de dados exigirá um novo seja, não deve fazer com que en- tinuam a ser os elementos que
tipo de burocracia e o recurso carem a tecnologia como um fim fazem uma ‘verdadeira’ cidade
a técnicos especializados em em si mesmo. Muitos desafios inteligente. Dados sem contexto
domínios como engenharia de das cidades – atuais e futuros – não são mais do que curiosida-
software, data science ou Inteli- podem ser enfrentados com ‘ve- des; enfrentar com sucesso os
gência Artificial. Se, por razões lhas’ soluções de gestão e pla- desafios, presentes e futuros, das
ideológicas ou de finanças públi- neamento urbano, comprovadas cidades não dispensa aquilo que
cas, a resposta a estas tarefas en- vezes sem conta. Por exemplo, foi sempre necessário no passa-
volver o setor privado, a natureza melhores serviços públicos de do: recursos financeiros, gestão
sensível de muita desta informa- transporte, limitação da veloci- transparente e eficiente, debate
ção levanta questões importan- dade máxima dos veículos e vias público e, sobretudo, decisões
tes de ordem jurídica e política. adaptadas a modos suaves de políticas e administrativas sensa-
mobilidade reduzem o conges- tas e consequentes.
Por outro lado, os produtos e tionamento urbano e melhoram
soluções tecnológicas têm vidas a qualidade do ar; regulamen-
cada vez mais curtas antes de se tos de construção eficazes
tornarem obsoletos. A tecnolo- e apoios à renovação
gia envelhece rapidamente, e e adaptação
se isto não é um problema com de imó-
os nossos telefones e televisões
inteligentes, o mesmo não se
aplica à infraestrutura elétrica
ou de transportes de uma ci-
dade, investimentos com um
horizonte utilitário de décadas.
A disseminação massiva de tec-
nologia pode implicar atualiza-
ções e renovações regulares de
infraestruturas e sistemas, com
consequências a nível financeiro
e operacional que não são negli-
genciáveis.
Este espaço é responsabilidade exclu-
siva da Direção Editorial, e não repre-
senta as perspetivas e opiniões dos
membros da Redação e colaboradores
do Green Future AutoMagazine.
Índice 6 NOTÍCIAS
34 ENTREVISTA
Diogo Gomes de Araújo -
8 COMENTÁRIO DO MÊS
O papel que o automóvel
Ativista de Mobilidade Urbana

ocupará nas cidades do futuro


40 PRÉMIO
Entrega de prémios Green
Future AutoMagazine aos
Melhores veículos de 2021

12 ENTREVISTA PARA VER

30 MERCEDES
TEMA DE CAPA Tiago Braga
Presidente
Metro - Porto
apresenta
42 TOP ELÉTRICOS

o
EQS 16
COLUNA DE OPINIÃO
A cidade mais inteligente
Carmen Bologne

do mundo é Singapura...
novamente – Stefan Carsten

20 Smart Cities:
TEXTO DE FUNDO: 46 SUB-23
FST 10d: Virar sem mãos

Como serão
as cidades 24 COLUNA DE OPINIÃO
Será a eletrificação o
do futuro? único caminho para baixar
emissões? – José Carlos INFORMAÇÕES ÚTEI
Pereira A Nossa Rede Pública de
Carregamento e as Ervilhas!

49 MERCADO

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 5


Notícias

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Concurso público para


requalificação das grandes
interfaces multimodais de Lisboa

Renault, Valeo e Siemens


prometem motor elétrico de
nova geração

Volvo Car Portugal tem nova


diretora geral
Comentário DO MÊS

O papel que o automóvel ocupará


nas cidades do futuro
Terá a mesma importância que nos dias de hoje? Seremos menos
dependentes do nosso veículo particular? Como serão as deslocações nas
cidades do futuro e o que se privilegiará nelas? Como imaginam que será
a arquitetura das cidades com vista a privilegiar a mobilidade urbana ?

Mobilidade: quo a partilha e o aluguer, sendo já sária a completa


vadis? Como quere- uma realidade em várias cidades eletrificação das
mos que seja a mo- pelo mundo. carreiras rodovi-
bilidade urbana? Multimodal, árias, a oferta de
partilhada e eletrificada! Já no âmbito do atual Plano de mais modelos
Recuperação Económica cons- de mobilidade
São estes os vetores que já tam investimentos dedicados às suave de bicicletas e trotine-
hoje traçam o crescimen- cidades para a aposta nos trans- tes, a partilha de frotas elétri-
to de como nos movemos portes públicos, na diminuição e cas tanto de scooters como de
nas cidades, aliados a uma eletrificação da frota automóvel, veículos utilitários, assim como
necessidade constante do e na promoção da mobilidade ati- alugueres diários urbanos e su-
aumento da melhoria dos va ou com a prioridade ao peão. burbanos com o conceito de
serviços e da sua sustentabi- As cidades querem-se assim cada ‘tarifa básica de mobilidade’,
lidade, uma redução do con- vez mais como espaços para as a qual incorpora a intermodali-
sumo de recursos por uma pessoas e não para os veículos, e dade de todos estes meios de
maior eficiência e menos po- como tal, terão que evoluir para transporte disponíveis.
luição sonora e ambiental. esse objetivo, com mais parque-
amento nas suas periferias, aces- Estes conceitos fazem parte
A gestão da mobilidade ur- sível a todos, e meios de trans- de um novo paradigma para
bana tem um impacto dire- porte suburbanos eletrificados, as nossas cidades e são já a
to sobre a prosperidade de conectados e inteligentes, em exigências das suas comuni-
uma cidade, e a tendência formato multimodal e de partilha, dades, pois o tempo escas-
das atuais e próximas gera- maioritariamente de mobilidade seia para a tão necessária
ções é da posse mais digital suave e última-milha, tanto para descarbonização em curso.
e menos física dos meios, fins de deslocações particulares
já o é para os bens mone- como comerciais. Telmo Azevedo
tários e culturais, e será CO-FUNDADOR DE DIVERSOS
também para as formas Na prática, além da ferrovia de su- GRUPOS DE MOBILIDADE
de transporte, com perfície ou subterrânea, é neces- ELÉTRICA NAS REDES SOCIAIS

“ As cidades querem-se assim cada vez mais como


espaços para as pessoas e não para os veículos,

8 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


“ Uma cidade inteligente
terá de ser, antes de mais,
prática, racional, democrática
e, sobretudo, saudável. Para o
corpo e para a mente.

Eu, como grande maior parte deles parados mais cidadãos. Os


parte da minha ge- de 90% do tempo. A bicicle- destinos. Não
ração, cresci com ta, apesar de bem mais antiga é só como se
os sonhos postos no automó- do que o automóvel, continua vai, é também
vel. Muitos dos nossos heróis a ser vista com um empecilho para onde.
eram pilotos, a carta de con- para o trânsito. O transpor-
dução era um bem essencial, te público é coisa de pobre. E Só assim convenceremos as
o carro era a nossa primeira também os decisores políticos, populações a evoluírem os
prioridade de adultos. E as ci- cujo discurso já avançou, conti- seus hábitos de mobilidade,
dades eram pensadas (?) em nuam anacronicamente a tomar criados ao longo de várias
função disso mesmo. Mais es- medidas para que as vendas de gerações de incentivos inver-
tradas que passeios, mais es- automóveis não baixem e para sos à racionalidade. E tudo
tacionamentos do que trans- que estes se mantenham como isto feito também de forma
portes públicos. O meu carro uma gigantesca receita para os socialmente sustentável, não
é maior, ou mais rápido, do Estados. com base na penalização fi-
que o teu. nanceira mas na melhoria de
Avancemos para repensar as qualidade de vida. Porque
Apesar de os temas das smart nossas cidades. Para que a ofer- uma cidade inteligente terá
cities e da mobilidade urbana ta de transporte colectivo, tan- de ser, antes de mais, práti-
sustentável estarem há já al- to entre centros urbanos, como ca, racional, democrática e,
guns anos em cima da mesa, nas próprias cidades, seja dras- sobretudo, saudável. Para o
esta é ainda, na maior parte ticamente melhorado. Para que corpo e para a mente.
dos casos, a nossa realidade. usar a bicicleta e outros modos
A nossa mentalidade. Mesmo de mobilidade suave seja tan- Nota: este texto está escri-
muitos daqueles que já evo- to ou mais confortável do que to no português de Portugal
luíram a esse nível, mantêm o automóvel. Para bons inter- que decidi adoptar, sem a
ainda os comportamentos faces entre os vários modos de maior parte do (des)acordo
que nos trouxeram até estas transporte - público, partilhado ortográfico.
cidades disfuncionais, auto- e suave. Ou seja, criando verda-
mobilísticas, estúpidas. deiras alternativas ao automóvel
individual. E boa complementa- António Gonçalves Pereira.
Continuamos a ter vários ridade entre a mobilidade e as PRESIDENTE DA
carros por família, a outras vertentes da vida dos ECOMOOD PORTUGAL

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 9


Hoje não queremos uma cidade para trabalhar mas uma cidade para fruir dela,
com os amigos, a família, a natureza e, por fim, onde o automóvel nela
encaixe de modo a criar barreiras mas a fazer parte da solução.

Timidamente nas realidade o papel do veículo nas Abertura dos


conversas de café; nossas vidas também se alterou. dados (IT) das
com os amigos, os familiares, O condutor que atualmente vai cidades a em-
era normal o descontenta- trocar a sua viatura preocupa-se presas e em-
mento sobre o tipo de vida cada vez mais com o ambiente, preendedores
que tínhamos. Pelos horários a sustentabilidade e com a utili- para criarem aplicações e sof-
de trabalho, pelo tempo des- zação de materiais reciclados. E, tware inclusivo para as cidades
pendido no trânsito, pelos essa realidade influencia o mer- e para os cidadãos;
custos da mobilidade, pela cado. Também as marcas inves- Fomentar o uso partilhado do
pouca atenção à família, etc. tiram imenso na eletrificação dos automóvel nas cidades (algo
A pandemia veio alterar bas- seus modelos por força das im- que não tem funcionado);
tante esta realidade e, para posições europeias. Incentivar a transição para ve-
uma grande maioria, o poder Isto levou a que todos repensás- ículos menos poluentes (atra-
gerir melhor a vida profissional semos o modelo de vida e in- vés de incentivos, por exem-
e pessoal trouxe enormes van- teração nas cidades. Utilizamos plo, no estacionamento; na
tagens; desde logo porque mais o transporte público e as aquisição de viaturas, etc);
não se tem de cingir a um ho- novas formas de mobilidade (bi- Reduzir a velocidade nas cida-
rário. É verdade que obrigou cicleta, trotinete) mas também as des
as empresas a reinventarem deslocações a pé. Criar uma verdadeira política
o seu modelo de trabalho, a Por outro lado, as cidades tive- integrada no transporte de
criar mecanismos de gestão ram de se adaptar e reduzir a mercadorias, TVDE e Taxis
de equipas, de avaliações de presença de tantos veículos nas para que transitem para a mo-
desempenho. cidades, seja através de medidas bilidade elétrica.
Com a sociedade atualmen- dissuasoras, seja através da cria- A criação de cidades menos
te já aberta, mesmo em pan- ção de ciclovias. adaptadas ao automóvel e
demia, com a maior parte do Ao dia de hoje, será impensável mais adaptadas ao cidadão,
comércio e serviços a funcio- ao gestor da cidade não entrar ou seja, com maiores espaços
nar; com as escolas, tribunais em consideração com esta nova a superfície para fruição de
e afins a efetuarem a sua mis- realidade. Para tal, terá de re- espaços (verdes, se possível)
são, temos mesmo assim hoje pensar o modelo implementado e menos ruído visual dos au-
menos viaturas a circular a ho- durante décadas e reeducar o tomóveis.
ras de ponta mas em horários cidadão: Hoje não queremos uma ci-
mais desfasados. Mas também Criar uma rede de transpor- dade para trabalhar mas uma
sabemos que mais pessoas tes públicos (ecológica) fiável, cidade para fruir dela, com os
hoje compraram automóvel na abrangente e eficaz, com horá- amigos, a família, a natureza
pandemia para não circularem rios que sirvam todas as franjas e, por fim, onde o automóvel
em conjunto com os restantes, da população; nela encaixe de modo a criar
com receio do contágio, mas Fomentar a utilização das bicicle- barreiras mas a fazer parte da
também por reflexo do traba- tas e trotinetes (com regras mais solução.
lho híbrido, onde necessitam adequadas, p.ex, para as velo-
de automóvel em horários cidades praticadas e para o seu Jorge Farromba
que os transporte públicos parqueamento); IT PROJECT MANAGER
NA TAP AIR PORTUGAL
não têm dado resposta. Criação e utilização de ciclovias
Mas nesta nova adequadas;

10 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


SAPO

DÁ-TE
MUNDO

SAPO.PT Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 11


Entrevista PARA VER

Tiago Braga

A Green Future mos os padrões de mobilidade mo, em termos da Península Ibé-


na cidade – cidade aqui no seu rica, a primeira rede de elétrico a
Automagazine esteve com sentido mais abrangente que é funcionar com serviço comercial.
a área metropolitana do Porto, Portanto, aquilo que nós, Metro
Tiago Braga, Presidente do sendo que o Metro do Porto vai do Porto, viemos acrescentar foi
até à Póvoa de Varzim. um modo que se complementa
Metro Porto, para falar da Este ano celebramos o vigésimo com todos os outros, bem como
importância deste veículo aniversário da Metro do Porto.
Em 2003 o metro do Porto trans-
intensidade de oferta. Ou seja,
perante a procura que já se ve-
para a cidade. portou quase 6 milhões de vali- rificava nós viemos alavancar
dações e em 2019 atingimos 72 essa oferta garantindo eficiência,
milhões de validações, portanto garantindo horários, garantindo
A Metro do Porto começou dez vezes mais, o que significa cumprimento e uma estabilida-
a operar em 2002. Nestes 20 que esse número diz bem como de na velocidade comercial que,
anos, o que é que o metro do a Metro do Porto acabou por, basicamente, são os elemen-
Porto acrescentou ao sistema numa lógica de complementari- tos que levam a que as pessoas
de mobilidade da área metro- dade, escalar as opções de mo- mudem entre modos (do modo
politana? De que forma mudou bilidade já existentes na cidade. de transporte individual para o
os padrões de mobilidade e a No entanto, a cidade do Porto transporte coletivo). A par dis-
qualidade de vida dos cidadãos sempre foi pioneira do ponto to, o conforto e a fiabilidade da
e visitantes do Porto? de vista da mobilidade. Afinal, operação. Tudo isto foi o que o
a rede de elétricos da STCP, no metro veio trazer e que cada vez
Eu acho que são os números que início do séc.XX, era das redes mais procuramos acrescentar ao
melhor definem até onde altera- mais importantes, sendo mes- sistema.

12 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


No caso da cidade do Porto,
este é um modo que tem uma Naquele momento a nossa obrigação não era olhar para os custos,
capacidade de oferta superior.
Um veículo simples duplica a ca- mas sim para o serviço público e garantir um modo de transporte
pacidade daquilo que é a melhor
performance do ponto de vista
com a mesma fiabilidade, com o mesmo rigor e qualidade que
de oferta de um modo rodoviá- sempre nos caracterizou e, principalmente, não faltar às pessoas.
rio: um veículo duplo do metro
transporta quase 450 clientes,
comparando com a lotação má-
xima de 170 pessoas nos veí- validações nesse ano. Isto é uma dução quilométrica ao mesmo
culos rodoviários de maior ca- perda significativa que tem um nível. Mais, houve momentos
pacidade. Isto traduz-se numa impacto, também ele significati- em que aumentamos a nossa
grande vantagem para a cidade vo, na operação. produção quilométrica, porque,
que, atualmente, vive muito em hoje, fora das horas de ponta,
volta da relação tempo-espa- Desde logo por uma razão mui- temos serviços que fazemos com
ço. Ou seja, quando um modo to simples: a Metro do Porto, ao veículos simples e, nessa altura,
de transporte que, apenas com contrário de outras atividades, fazíamos quase todos os nossos
uma unidade, duplica a oferta, que ajustaram a oferta à inten- serviços com veículos duplos. Tí-
significa que estou a retirar duas sidade da procura, manteve o nhamos 450 lugares disponíveis
unidades que ocupariam espaço seu nível de oferta. Isto porque e temos registos de viagens em
e, além disto, quando consegui- a determinada altura houve qua- que tínhamos 10/20 pessoas.
mos completar a mesma viagem se um dogma sobre a criticida- Mas não abdicamos disso, por-
sempre no mesmo período de de do transporte público para que foi o instrumento que nós
tempo estamos a dar mais tem- as cadeias de transmissão. Hoje, utilizamos para garantir nunca
po às pessoas para se poderem sabe-se que isso não é verdade, falhar à cidade, mantendo, des-
divertir, trabalhar, para se deslo- até porque nós fomos dos pri- ta forma, sempre os mesmos
carem. meiros locais a exigir a utilização custos operacionais e até au-
de máscara, o que serviu para mentamos, tendo em conta que
Importa, ainda, referir que o in- garantir que não existia propa- começamos a introduzir a desin-
vestimento financeiro, compara- gação. Mas independentemen- feção dos veículos.
tivamente com o retorno para a te disto, o que a Metro do Porto
economia local, é sempre muito fez, até seguindo as determina- Antes de março de 2020, está-
menor: por cada euro que invisto ções superiores do Governo de vamos a crescer a 20%, em 2019
no transporte público (e no me- limitar a dois terços a capacida- crescemos 13,8%. Portanto, o
tro em concreto) o retorno para a de de transporte dos veículos, COVD veio acrescentar um de-
economia é de 3 a 5 vezes. o que aconteceu foi que com a safio, mas, enquanto empresa
diminuição muito significativa da que tem como objetivo prestar
A COVID-19 foi, sem dúvida, procura nós mantivemos a pro- um serviço público, os lucros
um revés para este esforço
de levar os cidadãos a optar
pelos transportes públicos.
Como é que a Metro do Por-
to foi afetada pela pandemia?
Está já numa trajetória de re-
cuperação?

Vamos fechar o ano de 2021 já


com uma recuperação face a
2020, mas o nível de procura,
apesar de tudo, não ultrapassará
aquilo que são os 80% da procu-
ra que nós tivemos em 2019.
Basicamente em 2020 perdemos
metade da nossa procura: tive-
mos à volta de 35 milhões de

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 13


Entrevista PARA VER

não podem ser o objetivo em si


mesmo. Claro que é estruturante A questão da intermodalidade foi sempre um elemento
e fundamental para garantirmos
a sustentabilidade da operação, nuclear e que sempre integrou a estratégia da Metro do Porto.
mas percebemos que naquele
momento a nossa obrigação não
era olhar para os custos, mas sim
para o serviço público e garantir
um modo de transporte com a
mesma fiabilidade, com o mes-
mo rigor e qualidade que sem-
pre nos caracterizou e, principal-
mente, não faltar às pessoas.

A Metro do Porto disponibiliza


uma plataforma de intermoda-
lidade que permite aos utili-
zadores do Metro parquear as
suas bicicletas em 9 estações
de forma segura. Planeiam um
alargamento deste sistema a
mais estações?

Sim, está previsto. Recebemos


uma verba para investir em bici-
cletários, para, assim, serem cria-
das soluções para a introdução
dos modos suaves. Naturalmente
não o fazemos sozinhos, isto tem
de ser articulado e é articulado
com todos os outros modos.
do o seu carro até uma estação, regamento para bicicletas e tro-
A nossa intenção é continuar a estacionam no parque e migram tinetes elétricas? Que papel po-
investir não só nos bicicletários para outro modo de transporte. dem ter as estações da Metro
que já estão instalados, mas do- do Porto na intermodalidade?
tá-los, mais tarde, de condições A questão da intermodalidade
para carregamento dos modos foi sempre um elemento nuclear Sim, isso está tudo nos nossos
suaves. Aliás, a questão da in- e que sempre integrou a estra- planos, assim como acrescentar
termodalidade foi sempre um tégia da Metro do Porto. Prova nos nossos parques de estacio-
tema muito querido por parte disso é o seu sistema de tarifário namento carregadores para ve-
da Metro do Porto e, apesar de que não é próprio, é o Sistema ículos elétricos, porque temos
todas as críticas que se possam Intermodal Andante que é o da também cada vez mais de indu-
fazer, seguramente está incom- área metropolitana do Porto. Por zir e assegurar o conforto do car-
pleta e seguramente precisa de isso é que eu falava da comple- regamento dos utilizadores de
mais, é o único operador que mentaridade: nós olhamos para transporte individual de veículos
tem parques de estacionamento o sistema como um todo em que elétricos.
contíguos às estações, onde em nós acrescentamos uma valên-
muitos desses parques o custo cia de transporte: não queremos Portanto, isso está no nosso ho-
de utilização do estacionamento substituir, queremos acrescentar. rizonte a curto prazo e, nos pró-
é residual, acresce ao título men- ximos anos, iremos investir nesse
sal e com condições muitíssimo Ainda no que toca às próprias âmbito, mais uma vez porque
abaixo daquilo que são os custos estações de metro, há margem a complementaridade, a inter-
comerciais do parqueamento. para se adaptarem a diferen- modalidade e a relação com os
Isto permite que as pessoas que tes modalidades e funcionarem outros modos sempre foram ele-
se desloquem para o centro da de forma mais integrada? Por mentos fundamentais para au-
cidade utilizem o metro, levan- exemplo, criar espaços de car- mentar a atratividade do metro.

14 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


Fotografia: João Lopes Cardoso
Localização
privilegiada no
Centro Histórico
do Porto

Centro de Congressos
Edifício histórico
recuperado pelo
Arq. Souto Moura

22 espaços Parque de
multifuncionais estacionamento

36 000 m2 Cobertura Cais de


de área útil total Wi-Fi embarque

www.ccalfandegaporto.com

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 15


COLUNA DE Opinião

A cidade mais inteligente do mundo é


Singapura…novamente

Texto de Stefan Carsten

Ainda hoje, em 2022, temos apenas


uma vaga noção do que é uma E M CONTRASTE, o IMD Smart
City Index 2021 classifica Sin-
gapura (1º), Zurique (2º) e Oslo (3º)
melhor qualidade do ar e o aces-
so aos serviços de saúde torna-
ram-se uma prioridade maior nas
cidade inteligente. É tecnologia? como as cidades mais inteligentes cidades de todo o mundo desde
Governação sustentável? Estão do mundo. O índice classifica 118 o início da pandemia.
disponíveis vários indicadores de cidades com base não só nas per-
ceções dos seus cidadãos sobre “A COVID mudou claramente
cidades inteligentes: recentemente, como a tecnologia pode melhorar a forma como os líderes e cida-
a empresa de análise Juniper as suas vidas, como também em dãos das Cidades Inteligentes
dados económicos e sociais retira- encaram os desafios futuros. As
Research classificou Xangai como
dos do Índice de Desenvolvimen- emergências ambientais também
a cidade inteligente número um do to Humano da ONU. permanecerão no topo da agen-
mundo, em 2022. Xangai, a sério? da das cidades inteligentes”, afir-
Os dados indicam que as preo- ma Arturo Bris (Diretor do World
Uma cidade onde a participação cupações ambientais são compa- Competitiveness Center). Não é
social – por definição – não tem rativamente maiores nas cidades apenas a gestão urbana que está
lugar? Seul, Barcelona, ​​​​Pequim mais ricas. Em todo o mundo, a a ser revisitada à luz da experi-
primeira preocupação é o acesso ência da pandemia; o desenho
e Nova York seguem-se entre os à habitação a preços acessíveis. urbano e o planeamento urbano
cinco primeiros. Mas deixemos a No entanto, os dados também também precisam de ser adapta-
investigação da Juniper de lado… mostram que o acesso a uma dos aos novos desafios.

16 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22



2. ZURIQUE
Não é apenas a gestão urbana (3º lugar em 2020)

que está a ser revisitada à luz A cidade cosmopolita e o cen-


tro financeiro combinam a vida
da experiência da pandemia; o urbana criativa com a natureza.
desenho urbano e o planeamento Considerada o centro económico
e educacional da Suíça, Zurique
urbano também precisam de ser também é um dos lugares mais
seguros para se viver na Europa.
adaptados aos novos desafios. Graças ao transporte público lim-
po e eficiente, a sua classificação
de qualidade do ar está ao mesmo
1. SINGAPURA nível de cidades muito menores.
(1º lugar em 2020) Isto, em conjunto com mais de
300 pontos de recolha de resíduos
Uma das nações mais ricas do mun- para reciclagem e um projeto para
do, a cidade-estado abriga o porto criar uma ‘sociedade de 2.000
mais movimentado do mundo em watts’ através de edifícios residen-
termos de tonelagem de transpor- ciais e de escritórios com eficiência
te. Nos últimos anos, o governo energética, torna-a uma das cida-
des mais sustentáveis do ​​ mundo.


implementou uma estratégia para
transformar Singapura numa ‘cida-
de num jardim’ com ‘super árvo-
res’ movidas a energia solar que As cidades inteligentes
podem atingir até 50 metros de
altura e edifícios inteligentes e sus-
do futuro são cidades humanas.
tentáveis. Fachadas verdes, força Para isso, dependem de
do vento para climatizar edifícios,
assim como uma visão progressi- novos princípios de
va de transporte urbano também
contam para Singapura. transformação do espaço.

Sobre o autor
Sobre o autor

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 17


3. OSLO o futuro das cidades inteligentes superfícies abertas e precisamos
(5º lugar em 2020) (entre outras, mais relacionadas de árvores que deem sombra. Mi-
com questões técnicas): lão é a última cidade a abraçar o
Para a cidade escandinava, a ‘going green’ de uma maneira im-
luta contra as alterações climáti- Reorientação em benefício dos portante. A cidade planeia plan-
cas tem sido uma prioridade há espaços públicos: hoje, 50% do tar 3 milhões de árvores até 2030.
anos. Oslo pretende reduzir as espaço público é usado por car- O aumento da vegetação pode
suas emissões em 95% até 2030 e ros, quer em movimento como ter um grande impacto na vida
tornar-se neutra em carbono até estacionados. Um carro fica esta- dos cidadãos, nomeadamente na
2050. Para atingir estes objetivos, cionado em média 23 horas por temperatura, com estimativas de
as autoridades estão a introduzir dia. As cidades começam agora que as novas árvores poderiam
autocarros e táxis livres de emis- a reclamar espaço público real, baixar as temperaturas da cidade
sões. Em Oslo, onde vivem cer- reconvertendo estacionamentos em cerca de 2 graus Celsius.
ca de um milhão de pessoas, até públicos maciços em novas fun-
o setor da construção é ‘verde’, ções públicas. Em Bruxelas, foi -Espaços multifuncionais: os espa-
com edifícios energeticamente redesenhada uma enorme área ços de hoje são em grande parte
eficientes graças a tecnologia de estacionamento num espa- monofuncionais: compras, habita-
inteligente. A capital noruegue- ço de comunicação e atividade, ção ou trabalho. Para superar as
sa também é campeã de dados onde as pessoas se encontram restrições de tráfego, devemos re-
abertos em áreas como meio am- e conversam, onde o transporte considerar as funções urbanas. Em
biente, saúde, agricultura, tráfe- público tem as suas próprias fai- Paris, a presidente Anne Hidalgo
go e demografia. xas separadas, onde as crianças está a promover a ideia da ‘cidade
brincam em público. Este novo dos 15 minutos’. Isto significa que
As cidades inteligentes do futuro espaço tem efeitos tremendos podemos chegar a todas os servi-
são cidades humanas. Para isso, em todo o bairro e também na ços urbanos em 15 minutos a pé
dependem de novos princípios cidade, porque faz as pessoas re- ou de bicicleta. Significa multifun-
de transformação do espaço. pensarem os seus padrões tradi- cionalidade em todos os aspetos
Esses futuros espaços são inte- cionais de mobilidade. do espaço. Paris vai construir uma
grados, inclusivos, seguros, mul- ciclovia em todas as ruas e, para
tifuncionais e sustentáveis. Estes Espaços urbanos verdes: atual- isso, vai eliminar 70.000 lugares de
princípios dependem fortemente mente, os nossos espaços são estacionamento público. Em Ber-
de várias tendências que moldam feitos de cimento. Precisamos de lim, estão abertos hubs de mobili-

18 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22



crianças e as suas necessidades
As cidades inteligentes do futuro são cidades humanas. primeiro, depois a mobilidade ati-
va e pública para todos e só de-
Para isso, dependem de novos princípios de transformação pois os carros.
do espaço. Esses futuros espaços são integrados, inclusivos, -A mobilidade deve ser acessível a
todos: a infraestrutura de hoje de-
seguros, multifuncionais e sustentáveis. pende fortemente do trabalhador
tipo, que se desloca para o traba-
dade em muitas partes da cidade e fraestruturas, igualdade de direitos lho de manhã e volta para casa à
muitos outros estão a caminho. Os e participação. Em Copenhaga, noite. A cidade não está sintoniza-
hubs de mobilidade oferecem ser- assim como em Aspern, um su- da com o que acontece no meio.
viços partilhados, pontos de carre- búrbio de Viena, as crianças estão O facto de a maioria das mulheres
gamento e acesso ao transporte em primeiro lugar. O planeamento ainda se sentirem inseguras quan-
público – multifuncionalidade em urbano segue a ideia de que uma do andam sozinhas pela cidade à
partes da cidade onde atualmen- criança pode aprender a andar de noite ou mesmo quando esperam
te existem apenas ruas. Ao imple- bicicleta em quase todas as ruas e pelo autocarro ou pelo comboio é
mentar as ‘cidade de 15 minutos’, que pode brincar e ser ativa onde intolerável. Na Alemanha, um terço
que criam mais oportunidades quiser. Não devemos confinar as das mulheres sentem-se inseguras
descentralizadas, os serviços de atividades das crianças nas ruas e quando viajam em espaços públi-
saúde, instalações desportivas, co- nos carros. Aspern foi projetada, cos ou em transportes públicos.
mércio, educação, trabalho, vida e em grande parte, por mulheres e Na América do Sul, essa proporção
centros de mobilidade ficam mais para mulheres, e ruas e praças re- sobe para mais de 60%. As cidades
próximos. Não há necessidade de ceberam nomes de importantes e os seus espaços terão que mu-
percorrer toda a cidade para a ro- personalidades femininas. Algo dar: nas cidades precisamos de es-
tina diária, uma vez que tudo está que é fácil de fazer, mas ainda hoje paços públicos reais e seguros, os
no mesmo bairro. é exceção. Esses espaços são se- meios de transporte devem funcio-
guros e inclusivos, porque é um nar perfeitamente e entre serviços,
-Precisamos de espaços que sejam ambiente de movimento lento, e estarem sempre disponíveis para
inclusivos: hoje, as cidades são que ativa o seu próprio movimen- todos os moradores.
confrontadas com o combate às to físico. A relação entre o tráfego
desigualdades, devendo propor- de automóveis e a mobilidade No futuro, precisamos da grande
cionar o acesso à habitação e in- das crianças deve ser invertida. As transformação; a transformação
real da cidade, do espaço e da
mobilidade. Existem vários exem-
plos de cidades que viraram a pá-
gina, demonstrando de forma im-
pressionante como a ideia de uma
cidade inteligente é um pré-re-
quisito para uma vida sustentável.
Vamos concentrar-nos nessas me-
lhores práticas para projetar me-
lhor os nossos espaços urbanos.
Talvez surjam assim novas cidades
no topo da lista das cidades mais
inteligentes, no futuro próximo?

Sobre o autor
Stefan Carsten, consultor e especialista nas áreas do futuro das cidades e da
mobilidade, vive o futuro há mais de vinte anos. É um dos responsáveis pelo início
da transição da indústria automóvel de um setor centrado no veículo para um setor
centrado na mobilidade. Hoje em dia, vive e trabalha em Berlim.

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 19


SMARTCities

Smart Cities
Como serão as cidades do futuro?
Smart cities, ou cidades inteligentes, é um conceito cada vez
mais presente nos dias de hoje, tendo em conta os avanços
tecnológicos e a necessidade de repensar os espaços urbanos,
de forma a garantir uma melhor qualidade de vida para os
habitantes de cidades que estão cada vez mais sobrelotadas,
congestionadas e poluídas.

“Ainda está em fase de construção,


Masdar tem a ambição clara de
utilizar somente energias renováveis,
ser livre de combustíveis fósseis,
produzir zero resíduos, e, claro,
atingir a neutralidade carbónica.

20 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


Mas o que são, afinal, as cidades
inteligentes? De acordo com a
União Europeia, uma cidade inte-
ligente é “um local onde as redes
e os serviços tradicionais se tor-
nam mais eficientes com a utiliza-
ção de tecnologias digitais e de
telecomunicação em benefício
dos seus habitantes e empresas”,
contribuindo também para uma
melhor utilização dos recursos
e menores níveis de emissões.
Nas cidades de hoje já é possível
encontrar vários exemplos deste
tipo de utilização da tecnologia,
como é o caso da aplicação de
sensores que detetam as condi-
ções de trânsito e são capazes de
reprogramar os semáforos para
agilizar a circulação rodoviária.

Para além disto, uma cidade in- nal nos centros urbanos comporta
teligente implica uma “adminis- o abandono das zonas rurais que,
tração municipal mais interativa cada vez mais, ficam isoladas e
e reativa, que serve melhor a sua desabitadas. O desafio será con-
população através de redes de ciliar estas duas realidades tão
transportes urbanos mais inteli- diferentes, garantindo, acima de
gentes, de melhores instalações tudo, qualidade de vida e a mi-
de abastecimento de água e eli- nimização do desfasamento entre
minação de resíduos e de maior as áreas rurais e as áreas urbanas.
eficiência na iluminação e no
aquecimento dos edifícios”. In- No atual panorama global, os
clusão e acessibilidade são dois níveis da qualidade do ar das ci-
pilares inerentes ao que se enten- dades são cada vez mais reduzi-
de por cidade inteligente. dos, o que provoca consequên-
cias graves de saúde pública, e
A necessidade de repensar as a sobrelotação urbana traz tam-
cidades advém também do au- bém problemas de espaço (ou
mento gradual da concentração falta dele) e acentua o tráfego e
populacional nas áreas urbanas, os problemas de deslocação das
estimando-se que 70% da po- pessoas.
pulação mundial viva em cida-
des em 2050, o que implicará (e De acordo com Miguel Lopes,
já implica) uma série de desafios Professor na Escola Superior de
à gestão urbana, nomeadamen- Tecnologia e Gestão do Politéc-
te no que toca ao planeamento. nico do Porto, uma cidade sus-
Como qualquer moeda de duas tentável deve assentar em cinco
faces, a concentração populacio- pilares essenciais: melhoria da

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 21


SMARTCities

qualidade do ar, mobilidade e A solução para o futuro das cida- verão ser incentivados e, para se
acessibilidade para todos, tecno- des passa pelo incentivo a energias tornarem a primeira escolha dos
logias da informação e comunica- renováveis, eficiência energética e cidadãos, devem assegurar horá-
ção, eficiência hídrica e regenera- novos modelos de mobilidade. Os rios adequados à população, mas
ção urbana sustentável. transportes públicos coletivos de- também um design mais moder-
no e cómodo. Os meios suaves
também constituem uma aposta
essencial, mas para isso são ne-
cessárias infraestruturas e condi-
ções de segurança para incentivar
a sua adoção.

Há também países a apostar na


construção no subsolo, de forma
a não sobrecarregar ainda mais
as infraestruturas existentes. Na
verdade, este tipo de construção
traz diversas vantagens, não só
por não sobrecarregar o espaço
de superfície, mas também, por-
que excluem a necessidade de
fundações, os custos de constru-
ção são mais baixos. Os benefí-
cios não ficam por aqui: a tem-
peratura do subsolo é estável, o


que reduz em até 80% os custos
de aquecimento e refrigeração
Singapura já está a construir data centres, centrais de (segundo uma publicação do Ur-
ban Hub) e é um ambiente mais
abastecimento, depósitos e terminais de autocarros. resiliente a desastres naturais. É
caso para dizer que é uma aposta
vencedora.

Cidades como Singapura e Hel-


sínquia destacam-se neste domí-
nio. A primeira já está a construir
data centres, centrais de abaste-
cimento, depósitos e terminais
de autocarros. A capital finlande-
sa, por sua vez, pretende manter
uma pegada carbónica baixa, as-
sim como manter a harmonia na
altura dos edifícios e, portanto,
Helsínquia tem vindo a desenvol-
ver uma cidade subterrânea com
centros comerciais, estações de
metro, piscinas e um data center.

Além disto, é importante que as


cidades sejam cada vez mais ‘vi-


vas’ e o papel das tecnologias
de informação e comunicação
Helsínquia tem vindo a desenvolver uma cidade subterrânea com desempenharão aqui um papel
fulcral, possibilitando às pessoas
centros comerciais, estações de metro, piscinas e um data center. ganharem tempo e pouparem
recursos, graças também à inteli-
gência artificial, um domínio cada
22 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22
“ Em Dongtan os
edifícios contarão com
‘telhados verdes’
para melhorar o
isolamento térmico.

vez mais desenvolvido e capaz de


nos auxiliar num número crescen-
te de tarefas.

No que toca à eficiência hídrica,


o Professor Miguel Lopes aler-
ta para o problema da escassez
de água (que a Península Ibéri-
ca já sente), devendo por isso
haver soluções para a redução
do consumo e desperdício, mas contudo uma arquitetura moder- Os passos para que Dongtan seja
também para aproveitamento na e é um local adaptado a peões uma cidade neutra em carbono
das águas residuais, das águas e ciclistas. passam, por exemplo, pela cons-
da chuva e das águas cinzentas trução de residências próximas
para a rega de espaços verdes Situada em pleno deserto, a ideia de infraestruturas de transportes
ou no combate a incêndios. Re- é ser o local mais sustentável do públicos, automóveis exclusiva-
ciclagem de materiais, utilização mundo, com energia solar total- mente movidos a bateria ou a hi-
de materiais locais e tecnologias mente renovável, reutilização de drogénio, ou esgotos domésticos
de baixo impacto ambiental, ba- todo o lixo aí produzido, ter ape- e industriais tratados e utilizados
seando-se também num sistema nas transportes públicos movido para a produção de energia e de
de economia circular, permitirão a eletricidade e autónomos, circu- fertilizantes. Além disto, os edifí-
o aproveitamento de materiais e, lando apenas no subsolo. Conta cios contarão com ‘telhados ver-
consequentemente, a poupança com vários parques e os edifícios des’ para melhorar o isolamento
dos recursos naturais. foram construídos próximo uns térmico. Para controlar um cená-
dos outros para criar passagens rio de cheias, deverá ser constru-
Mas já existem então cidades estreitas, abrigadas do sol. As ída uma rede de canais e lagos,
100% tecnológicas e sustentá- ruas de Masdar contam com ape- inspirados nos antigos métodos
veis a tomarem forma? A res- nas 30 a 45 minutos diários de ex- chineses de irrigação.
posta é afirmativa e o melhor posição solar direta e as tempera-
exemplo é Masdar, no Dubai, turas são mais baixas do que em Atualmente já estão a ser comer-
com capacidade para albergar Abu Dhabi. Masdar dispõe ainda cializadas moradias em Dongtan
40 mil residentes. de espelhos para concentrar os – para a classe média-alta chine-
raios de sol para aquecer água e, sa – que deseja passar férias ou
Ainda está em fase de constru- assim, produzir eletricidade. finais de semana fora da cidade
ção, Masdar tem a ambição clara de Xangai.
de utilizar somente energias re- Dongtan é outro exemplo de uma
nováveis, ser livre de combustí- cidade inteligente e sustentável, Gradualmente, vários projetos es-
veis fósseis, produzir zero resídu- projetada pela empresa britânica tão a tornar as cidades mais verdes
os, e, claro, atingir a neutralidade Arup, na China. A cidade, que irá e sustentáveis e adaptam as cida-
carbónica. A partir de 2030 já se situar-se na parte leste da ilha de des atuais ao grandes exigências
poderá viver nesta cidade dos Chongming, está no papel desde que se adivinham no futuro, não
Emirados Árabes Unidos. Dese- 2005, projetada para um espaço só em termos de qualidade de
nhada pela firma britânica Foster de 750 km2, num local onde a vida e mobilidade, mas também
and Partners, e inspirada nas ci- maior parte dos terrenos não são para poupar o bem tão precioso
dades árabes clássicas, apresenta urbanizados. por que todos lutamos: o tempo.

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 23


COLUNA DE Opinião

Será a eletrificação o único


caminho para baixar emissões?

Sinceramente, não sei;


e ter dúvidas julgo ser
N ÃO SOU ADEPTO de ex-
tremismos ou fanatismos
ambientais; aliás, só dão maus
(ou a utilização dessa tipologia
de combustível). Existirão alter-
nativas? Uma delas pode ser o
resultados – e a história demons- uso de combustíveis sintéticos.
inteligente na abordagem tra-o. E isto porque a Comissão
Europeia sentenciou de morte os Caro leitor, já pesquisou sobre
a este problema complexo, motores térmicos (a combustão) combustíveis sintéticos (e-fuel
que impacta – e muito – a a partir de 2035. E as políticas,
para o bem e para o mal (não
produzido com fontes renová-
veis) e o estado da sua perfor-
mobilidade sustentável, sejamos ingénuos), influenciam mance nos próximos tempos?
significativamente os comporta- Aconselho vivamente a fazê-lo,
assim como a utilização mentos das pessoas e de toda pois a partir de 2025 a sua pro-
uma indústria. dução vai ficar bem mais barata e
dos modos de transporte, viável (cerca de 1/5 do custo atu-
Na “urgência” em reduzir emis- al, que ronda os 2 euros/litro). E
o desenvolvimento sões de CO2, mantendo abaixo é, infelizmente, quase um “tema
económico-social e a de 1,5 ºC o aquecimento global
nas próximas décadas, encon-
tabu” como alternativa, embora
a pesquisa e o desenvolvimento
atratividade de uma região. trou-se um culpado: os veículos na VW/Audi já remontem a 2013.
movidos a combustíveis fósseis Logo veremos, embora exis-

24 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


“ Duvido mesmo que algum dia cheguemos a este
devaneio do “carbono zero”, que só existe na cabeça de
quem não conhece algumas das leis de termodinâmica.

?
a combustão. Logo, podem, na Adicionalmente, e de acordo
minha opinião, ser mais uma op- com os últimos “benchmarks”,
ção na transição dos motores a deixo ao seu cuidado pensar
combustão para os motores elé- que um veículo elétrico tem de
tricos, constituindo, em paralelo percorrer uns 70 mil quilómetros
com a eletrificação, uma solução para compensar a pegada de
alternativa “amiga do ambiente” CO2 que é criada pelo fabrico
no setor dos transportes. da sua bateria de lítio.

Para cumprir com a exigência Porque não olhar para todo o ci-
(leia-se “obrigação”) com base clo de vida de um carro elétrico?
em decisões políticas, a indús- Ou mesmo para os custos adi-
tria automóvel tem vindo a cionais (50%, segundo os últimos
acelerar no caminho da eletri- estudos) que vão obrigar os fa-
ficação, embora possam existir bricantes a incorporar mais este
formas mais baratas e mais rá- custo de adaptação na sua pro-
pidas de chegar à “neutralidade dução? E que reflexos esta adap-
carbónica”. Duvido mesmo que tação terá no preço final de um
algum dia cheguemos a este de- veículo, limitando a sua compra
vaneio do “carbono zero”, que massiva? As novas tecnologias
só existe na cabeça de quem deveriam ser mais acessíveis, se
não conhece algumas das leis estamos a falar de ambiente e
de termodinâmica. sustentabilidade.

tam algumas limitações assumi-


das que não ignoro, pois, assim
como a utilização de hidrogénio,
continuam a emitir óxidos de
azoto (NOx) poluentes, quando
se compara com as emissões
produzidas na utilização de um
veículo elétrico.

Podem mesmo ser considerados


excelentes alternativas aos tra-
dicionais combustíveis fósseis,
principalmente para a aviação e o
transporte marítimo, onde a ele-
trificação ainda é um mito. São
capazes de reduzir a emissão de
gases poluentes e com efeito de
estufa, para além de serem com-
patíveis com a infraestrutura e a
tecnologia dos atuais motores

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 25


COLUNA DE Opinião

O caminho poderia ser olhar nhum facto mudaria a minha opi-


com atenção para a permissão nião”, há por aí alguma questão
de um maior tempo de vida a ve- por resolver, alguma convicção
ículos térmicos e híbridos (mais exagerada ou mesmo falta de in-


eficientes dos que os que temos formação.
nos dias de hoje). A tecnologia
atual faz-me acreditar num au- Uma pessoa que não está dis-
As novas tecnologias mento significativo da eficiência posta a mudar a sua mente e o
deveriam ser mais acessíveis, desta tipologia de veículos, no seu pensamento quando ocorre
curto prazo, em paralelo com o uma mudança subjacente nos
se estamos a falar de progressivo aumento da eletrifi- factos é, por definição, um fun-
cação. damentalista. Tendemos a su-
ambiente e sustentabilidade. bestimar evidências que contra-
Julgo que temos de procurar dizem as nossas crenças e, em
caminhos novos (e complemen- parte, valorizar as evidências que
tares) para ultrapassar alguns as confirmam.
obstáculos de hoje, que damos
como garantidos. E serão as for- Filtramos algumas verdades e
mas como pensamos e as esco- argumentos inconvenientes em
lhas que fazemos, assim como lados opostos (nunca próximos).
adotamos algumas alternativas, Como resultado, as nossas opi-
que provocarão, eventualmente, niões solidificam-se, e torna-se
mudanças em algumas políticas cada vez mais difícil alterar pa-
fatalistas e extremistas no que drões de pensamento previa-
toca ao combate à emissão de mente estabelecidos. As nossas
CO2. crenças são realmente podero-
sas e limitam-nos a capacidade
Sou um fervoroso adepto do de olhar para o mesmo assunto
espírito contraditório, do “não sob diferentes perspetivas.
quero que pensem como eu,
mas que pensem”. Este artigo de opinião não é um
manifesto antieletrificação nos
Não sou contra acreditar forte- transportes. Bem pelo contrá-
mente numa ideia, mas estou rio. Apenas gosto de pensar em
disposto a mudar a minha opi- alternativas – caminhos que se
nião se os factos demonstrarem complementam e adicionam –
o contrário. Pergunte a si mes- e não em fundamentalismos ou
mo: “Que facto mudaria uma extremismos políticos que só di-
das minhas opiniões mais sólidas minuem.
nesta área da neutralidade car-
bónica?” Se a resposta for “ne-

Sobre o autor
Sobre o autor
José Carlos Pereira é engenheiro do ambiente, com MBA Executivo em Gestão
Empresarial. É business expert, consultor, formador e speaker na área comercial e
de negócios internacionais.

26 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


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Notícia

Produzir hidrogénio
a partir de cascas de banana
C IENTISTAS DA École Polyté-
chnique Féderale de Lausanne
(EPFL) desenvolveram um método
o último, que ocorre a uma tempe-
ratura de cerca de 600ºC produz
maior quantidade de gás, mas exi-
desencadeia instantaneamente
uma conversão fototérmica.

inovador e quase instantâneo de ge reatores especiais, capazes de No estudo, publicado na revista


produção de hidrogénio a partir de lidar com temperaturas e pressões Chemical Science, os cientistas
biomassa, que maximiza o poten- elevadas. afirmam que cada quilograma de
cial de conversão de energia entre casca de banana seca pode pro-
as duas fases. A solução dos inves- A maioria dos métodos para a duzir cerca de 100 litros de hidro-
tigadores da EPFL é mais eficiente, produção de gás de síntese con- génio e 330 gramas de carvão . O
conseguindo extrair hidrogénio de some muita energia ou tempo, processo também funciona com
cascas de banana, em milissegun- mas o método desenvolvido em grãos de café, espigas de milho,
dos e sem recurso a equipamentos Lausana é um novo método de pi- cascas de laranja e cascas de coco.
sofisticados.
O carvão vege-
O aquecimen- tal pode servir
to da biomassa como fertili-
a temperatu- zante ou no
ras extremas fabrico de elé-
produz um gás trodos condu-
– uma mistura tores para al-
de hidrogénio, guns aparelhos
metano, mo- eletrónicos, o
nóxido de car- que significa
bono e outros que este mé-
hidrocarbone- todo de produ-
tos, chamada ção de hidro-
gás de síntese génio implica
– e um sólido, virtualmente
carvão vegetal. zero resíduos.
Esta conversão
de biomas- O uso de bio-
sa em energia massa como
pode dar-se por fonte de com-
gaseificação, bustível tam-
aquecendo a bém ajuda a
biomassa a temperaturas na or- rólise flash, em que a biomassa é eliminar a questão ambiental
dem de 1.000º C, ou por pirólise, reduzida a um pó fino, que é de- relacionada ao desperdício de
um processo semelhante, mas a pois exposto, à pressão ambiente alimentos. A decomposição de
temperaturas mais baixas – 400º a num ambiente inerte, a uma lâm- alimentos em aterros produz
800º C – com pressões até 5 bar pada de xénon. Numa questão de metano e CO2, contribuindo
em atmosfera inerte. milissegundos, o pó de biomassa para o efeito de estufa. Recor-
é convertido em gás de síntese rer a esses resíduos para produ-
Este processo de pirólise pode e carvão vegetal: a luz branca da zir combustível de hidrogénio é
ser lento, rápido ou ultra-rápido lâmpada fornece uma fonte pul- uma solução para as emissões
(flash). Os dois primeiros produ- sante de energia de alta potência, nocivas dos aterros sanitários e
zem maior quantidade de carvão; que é absorvida pela biomassa e queima de combustível.

28 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


Tema DE CAPA

Mercedes EQS

O EQS é a proposta
da Mercedes para o
segmento de luxo,
que entre outros
argumentos, promete
mais de 700 Km´s de
autonomia.
O TÃO AGUARDADO topo de gama da Mercedes, em termos de
mobilidade eléctrica, foi apresentado em Outubro passado, este-
ve no Salão do Automóvel Híbrido e Eléctrico, na Alfandega do Porto,
já está em venda e promete 785 Km´s de autonomia, na versão de
“entrada”, a 450+.

30 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


As linhas compactas enganam,
não parece mas é grande. Tem
cinco metros e 21 centímetros,
por um metro e 96. São, portan-
to, uns 10,21 m2 de automóvel,
“ Para já, o EQS está disponível em duas versões
a 450+ e 580 4MATIC+. A gama ficará completa com a
chegada de uma versão desportiva ainda mais potente, c
que aliados a uma autonomia de
om a responsabilidade da AMG e uma variante
fazer inveja a muitos (ou mesmo mais luxuosa com a marca Maybach.
a quase todos) fazem dele um
estadista por excelência.

A versão testada, a EQS 580


4Matic, é a mais equipada a
mais potente e a mais rápida e,
por isso, a autonomia não vai
além – com todas as aspas que
se possam colocar – dos 685 qui-
lómetros em circuito WLTP, pro-
metidos para esta versão.

Dispõe de dois motores, um no


eixo traseiro e outro na diantei-
ra, e combinados disponibilizam
uma potência máxima de 385
kW, ou 523 cavalos, e 855 Nm,
que atiram as três toneladas de
automóvel de zero a cem em 4,3
segundos. A velocidade máxima
é limitada aos 210 Km/h.

A experiência de condução é
verdadeiramente entusiasmante,
ou relaxante, depende.

Quando se carrega no acelera-


dor, escutamos um ruído que
nos faz lembrar um V8… entu-
siasma… mas o que impressiona
mesmo é a forma como o EQS
pisa. A suspensão absorve bem
disso trava bem e três centenas O infotenimento não fica por
as irregularidades do piso e, en-
de sensores contribuem para a aqui. O painel em vidro ininter-
tão a insonorização…
segurança do automóvel. rupto com 141 cm de largura,
composto por três ecrãs OLED,
Dizem que a 210 Km/h (velocidade
permite que o condutor tenha
máxima, limitada eletronicamente)
os sons aerodinâmicos não se ou- Ambiente a bordo acesso aos dados habituais,
como velocidade e consumos e
vem. Com um CX de apenas 0,20,
Pode-se também optar por ou- o passageiro, possa, por exem-
este é o modelo de produção mais
vir música. E graças ao siste- plo, entreter-se a jogar alguma
aerodinâmico da actualidade e
ma MBUX, quase que cada um coisa, ou ativar o sistema de
certamente que isso também con-
pode ouvir a sua. O sistema massagens dos bancos da fren-
tribui para o “tal” silêncio.
permite emparelhar um conjun- te, que é bem útil em viagens
to de fones Bluetooth ao carro, longas.
Curva bem, é neutro q.b. e isso
impressiona, pois apesar da “agi- permitindo que um dos passa-
geiros possa ouvir algo diferen- No banco de trás, o espaço é
lidade” não deixam de ser três
te do que os outros escutam no abundante e, ou não fosse este
toneladas e mais de dez metros
sistema de som. um estradista por excelência,
quadrados de automóvel. Além

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 31


Tema DE CAPA

bem cómodo, sendo capaz de


transportar cinco adultos, sem
grandes inconvenientes. A mala
disponibiliza 610 litros de capa-
cidade, que com os bancos reba-
tidos podem ser “esticados” até
aos 1770 litros.

O EQS é alimentado por um


conjunto de baterias com uma
capacidade de 107,8 kW/h. A
autonomia combinada (ciclo
WLTP) para a versão 450+ é de
785 km e para a 580 4MATIC+, a
que testamos, é de 685 km.

Para já, o EQS está disponível em


duas versões a 450+ e 580 4MA-
TIC+. A gama ficará completa
com a chegada de uma versão
desportiva ainda mais potente,
com a responsabilidade da AMG
e uma variante mais luxuosa com
a marca Maybach.

Em termos de preços: a gama


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32 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


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Entrevista PARA LER

Diogo Gomes de Araújo


Ativista de
mobilidade
urbana

Diogo Gomes de Araújo viveu em


cinco países diferentes, nunca
carreira de mais de 20 anos, por
setores tão diversos como banca, a
indústria automóvel, a energia ou
a docência universitária. No último
país onde viveu, no Japão, ganhou
o gosto pela mobilidade urbana
sustentável e há dois anos trocou É urgente tornarmos os nossos temos um grave problema. Mes-
sistemas de transportes mais mo com o recurso a tecnologias
o uso diário do automóvel por uma funcionais, eficientes e menos mais limpas, como a eletricidade
bicicleta elétrica. Como ativista na poluentes? Quais são atual- ou o hidrogénio, não é sustentá-
mente os maiores desafios da vel continuarmos a apostar num
área da mobilidade urbana ciclável, mobilidade urbana? sistema de mobilidade baseado
defende que o setor dos transportes R: Uma das megatendências na aquisição de automóveis de
tem que vir rapidamente para que está e irá continuar a trans- uso individual por parte das fa-
formar a sociedade global nas mílias, sendo urgente apoiarmos
o século XXI e que as novas próximas décadas é a urbaniza- e incentivarmos o uso de trans-
tecnologias devem ser usadas para ção, ou seja, a concentração de portes públicos e da mobilidade
devolver as cidades às pessoas. pessoas em torno de grandes suave. Para tal, é preciso que ir
cidades. Estima-se que em 2050 de um ponto A a um ponto B de
as cidades tenham o dobro das autocarro, metro, comboio, a pé
pessoas que têm atualmente. ou de bicicleta, seja tão conve-
Se, a isto, juntarmos o facto de niente como ir de automóvel. Só
que, na Grande Lisboa, na déca- assim teremos uma forma mais
da de 1980, havia um automóvel equilibrada, eficiente e sustentá-
por cada 10 pessoas e que, hoje, vel de mover o número crescen-
esse número está quase nos seis te de pessoas que habitam os
carros por cada 10 habitantes, grandes centros urbanos.

34 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


Como é que estes problemas públicos a fazer a mesma distân- boio. O facto de Portugal ter
podem ser mitigados? cia que demoramos 15 minutos a optado por este modelo, criou
R: Tem que se recolocar as pes- fazer de carro, não será possível imensos problemas ambientais,
soas no centro do urbanismo, e convencer a maioria das pessoas sociais e de qualidade de vida
as novas tecnologias ao serviço a deixarem o automóvel em casa que importa agora corrigir. Por
das pessoas. O recurso a Big e a irem de autocarro. cada euro investido em estradas
Data e a Inteligência Artificial, e em parques de estacionamen-
aproveitando o facto de todos Em muitas cidades é difícil cir- to, é um euro que não é inves-
termos um computador no bolso cular devido à intensidade de tido em transportes públicos
com GPS e de estarmos todos tráfego. Isto deve-se, natural- mais eficientes e de qualidade.
conectados, permitir-nos-á saber mente, a uma utilização exces- Ter passes urbanos mais baratos
quais são as verdadeiras neces- siva do transporte individual, é um passo muito importante,
sidades de mobilidade das pes- nomeadamente o automóvel. sendo igualmente urgente criar
soas, e oferecer-lhes transportes Mas é também uma consequ- uma rede de faixas bus, nome-
públicos e outras soluções que ência do planeamento urbanís- adamente em vias rápidas e au-
respondam a essas necessida- tico das cidades? toestradas que liguem subúrbios
des. Sempre que não existir me- R: Em Portugal optou-se por um ao centro da cidade. Outra rede
tro ou comboio, tem que haver modelo de desenvolvimento ur- que importa criar e densificar é a
autocarros expresso que liguem banístico ao estilo norte-ameri- de ciclovias, para que, cada vez
zonas de elevada densidade po- cano, de construção massiva em mais pessoas deixem o carro em
pulacional para os destinos habi- subúrbios, assente no transporte casa e se desloquem de uma for-
tuais das pessoas, sem paragens. automóvel individual. Noutros ma alternativa ao automóvel. Al-
Tem que haver mais faixas bus, países, o modelo de desenvol- gumas pessoas temem que uma
para que as pessoas que optem vimento é baseado na rede de faixa bus ou uma ciclovia possa
pelos transportes públicos ro- transportes coletivos, só se ur- causar ainda mais problemas de
doviários não fiquem presas no banizando quando já existe uma trânsito. Mas se é verdade que
trânsito criado pelos automó- estação de metro ou de com- isso pode acontecer ao início,
veis. Tem que se investir mais na
mobilidade suave, com passeios
mais agradáveis, ciclovias e par-
ques de bicicletas mais seguros,
para que as pessoas possam fa-
zer distâncias curtas, nomeada-
mente no acesso a estações de
transportes de massas. Muitas
vezes as pessoas vivem a 3km
de uma estação de metro ou de
comboio, que demoraria 10 mi-
nutos a fazer de bicicleta ou tro-
tineta, mas continuam a levar o
automóvel individual para o cen-
tro da cidade porque não têm
uma ciclovia até à estação, ou
um sítio para deixar a bicicleta
em segurança. Para além disso,
toda a rede multimodal de trans-
portes, que inclui soluções rodo-
viárias, ferroviárias, de transporte
partilhado e de mobilidade sua-
ve, como bicicletas e trotinetas,
tem que estar integrado, para
que qualquer pessoa possa sa-
ber e decidir qual a melhor ma-
neira de se deslocar em cada
momento. Enquanto demorar-
mos 45 minutos de transportes

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 35


Entrevista PARA LER

“ Afinal, se os transportes públicos


forem mais frequentes, diretos
e convenientes, para que é que
queremos empatar uns milhares de
euros em um, dois ou três carros?

rapidamente as pessoas ajus- por exemplo, não é permitido e parques de estacionamento,


tam os seus comportamentos e, estacionar na via pública, só em para os transportes coletivos,
normalmente, o trânsito melhora parques de estacionamento. Tal para passeios e ciclovias, para
quando se privilegiam soluções como em Portugal não é permi- zonas verdes envolventes e para
alternativas ao automóvel. Aliás, tido colocar um contentor para criar cidades mais seguras para
é fácil perceber que o que causa guardar coisas pessoais na rua. que todos possam circular em
trânsito são mesmo os automó- O espaço público é precioso e segurança, independentemente
veis. Se não, não haveria engar- deve ser ocupado por equipa- da sua idade ou aptidão física.
rafamentos no IC19 ou na VCI… mentos que sirvam todas as pes- Um cidadão com problemas de
soas, como zonas verdes, de la- visão, por exemplo, tem que se
O que é que tem de mudar nas zer, parques infantis e não por um sentir seguro quando circula a
cidades para que as pessoas bem privado de uma tonelada e pé pelo seu bairro. Por isso, foi
não sintam a necessidade de meia que passa 95% do tempo igualmente importante o novo
terem de utilizar o automóvel? parado. Em Paris, por exemplo, código da estrada ter introduzi-
R: Para além dos incentivos ao estão a fechar ao trânsito as ruas do o conceito de zonas residen-
uso dos transportes públicos e em torno de mais de 180 escolas, ciais e de coexistência, onde os
dos modos ativos, como andar a de modo que as crianças tenham automóveis deixam de ser “se-
pé e de bicicleta, esta mudança um entorno mais seguro para se nhores” e passam a ser “convi-
de paradigma só funciona com deslocarem a pé, de patins ou de dados”, circulando até 30km/h
medidas com desincentivos ao trotineta. É que o principal medo em zonas residenciais onde se
uso do automóvel, seja pelo cus- dos pais que levam as crianças à privilegia o uso do espaço pelas
to de o manter e operar, pelo escola de automóvel, é que elas pessoas, pelas crianças. Muitos
tempo que demora uma viagem sejam atropeladas… por esses de nós aprendemos, quando ti-
de automóvel, ou pela dificul- mesmos automóveis! Precisamos rámos a carta, que, atrás de uma
dade ou pelo o custo de o es- de redirecionar o investimento bola vem sempre uma criança.
tacionar no destino. No Japão, que antes era feito em estradas Mas, há quanto tempo não ve-

36 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


mos – se alguma vez vimos! – já falámos, decorrente de uma da mobilidade? Estão prontas
uma bola a atravessar-se à frente maior utilização dos transpor- para integrar modos ativos de
do nosso carro? Recentemente tes públicos, os automóveis que mobilidade?
tivemos eleições e apercebe- existirem terão que passar a ser R: Há estudos que indicam que
mo-nos como os nossos bairros elétricos. Também os camiões de 60% das pessoas que vivem em
são tão mais agradáveis quando distribuição urbana, autocarros e meio urbano estariam dispos-
as pessoas saem de casa a pé comboios terão que ser elétri- tas a usar mais a bicicleta como
e vivem o seu bairro dessa for- cos. Mas isso não basta. Portugal meio de transporte, caso hou-
ma. Por isso é urgente tornar as é um dos países mais seguros do vesse melhores condições para
cidades mais seguras para que mundo ao nível de criminalida- tal. E entre as condições aponta-
voltem a ser vividas como foram de violenta. Mas, infelizmente, das como limitativas do uso da
nas décadas anteriores aos anos é dos mais inseguros da Europa bicicleta está a segurança e o ris-
2000. ao nível de segurança rodoviária. co de roubo. Por isso, o trabalho
Temos que inverter isso, tornan- a fazer é relativamente simples: é
Os objetivos do Green Deal do as ruas mais seguras para que preciso criar ciclovias separadas
apontam 2050 como a meta as pessoas possam andar a pé para que qualquer pessoa, in-
para a descarbonização da mo- ou de bicicleta sem correrem o cluindo crianças pequenas, pos-
bilidade urbana. Estamos num risco de serem atropeladas. Isto sam circular sem correrem o risco
bom caminho para atingir este é particularmente importante de partilharem o espaço com o
objetivo? O que é que tem de para as nossas crianças, para que transito motorizado, mais rápido
ser feito para garantirmos que elas reconquistem a autonomia e pesado, e locais seguros para
atingimos a descarbonização que os seus pais e avós tiveram. as pessoas prenderem e deixa-
da mobilidade com sucesso? Acho que estamos todos de rem as suas bicicletas. Apesar de
R: Vários especialistas já disse- acordo que não estamos a fazer haver um consenso de que este
ram que, para atingir as metas um favor a nós próprios quando é o caminho a seguir, em virtude
de descarbonização, temos que assumimos o papel de motorista da crise climática, não há ainda
apostar em tornar mais sustentá- dos nossos filhos… a coragem política para avançar
vel todo o sistema de transpor- com uma política de investimen-
tes. Para além da redução do Como caracterizaria as cidades to pública nesse sentido. Portu-
número de automóveis de que portuguesas, do ponto de vista gal é dos países da Europa que

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 37


Entrevista PARA LER

menos aposta na mobilidade su-


ave no âmbito do seu PRR e essa
é uma enorme perda de opor-
tunidade. No panorama nacio-
nal, Lisboa é a cidade que mais
avançada está a este nível, mas
basta sair para outros concelhos,
para nos apercebermos do lon-
go caminho que ainda temos
que percorrer. Por exemplo, o
concelho limítrofe da Amadora,
tem apenas 1,5 km de ciclovia e
cerca de 12 km projetados. Estes
números, como será fácil de en-
tender, são manifestamente insu-
ficientes para que mais pessoas
usem a bicicleta como meio de
transporte alternativo.

Que problemas/desafios é que


a pandemia deixou a descober-
to em termos de transportes e
logística urbana?
R: Se, por um lado, a pandemia
mostrou que é possível viver o
espaço público de uma maneira
mais saudável, tendo-se visto,
durante os confinamentos, mais
pessoas a viverem o exterior e a
pegarem na bicicleta para darem
as suas voltas, por outro lado, de bicicleta ou de trotinete em rede integrada de ciclovias que
afastou as pessoas do uso do segurança o façam. O custo dos cobre toda a área metropolitana,
transporte público, originando transportes públicos limitado a para que mais pessoas optem por
um agravar do trânsito automó- 80 euros por família ou a 40 eu- esse modo de transporte. Ponte-
vel. E isso significa mais autocar- ros por pessoa é um incentivo e vedra, na Galiza, fechou o centro
ros e mais camiões presos nesse a rede de ciclovias cada vez mais da cidade ao trânsito automóvel,
trânsito, afetando toda a mobili- extensa faz com que seja cada tendo, dessa forma, revitalizado
dade e a qualidade de vida nas vez mais comum ver pessoas a a vivência e o comércio local. Em
cidades. Infelizmente, as cidades usar a bicicleta. Infelizmente, não Viena, as crianças são ensinadas
portuguesas não fizeram como há muitas outras cidades em Por- a andar de bicicleta, tirando uma
muitas das suas congéneres tugal que estejam neste mesmo “carta de condução” que atesta a
europeias e não aproveitaram nível de mobilidade urbana. Lá sua destreza e autonomia, com o
a pandemia para implementar fora, temos vários bons exem- objetivo de serem autónomas. Em
mais faixas bus e mais ciclovias, plos de cidades que usaram as Tóquio, o investimento em trans-
que levassem a que mais pesso- novas tecnologias para oferecer portes públicos e o custo associa-
as optassem por deixar o carro um serviço de transporte urbano do a ter um automóvel individual,
em casa. mais eficiente. A cidade de Hel- faz com que ter um automóvel é
sínquia, por exemplo, tem a me- como, em Portugal, ter um iate: se
Que cidades destacaria como lhor App de transportes coletivos alguém poupar até pode ter um,
referências em mobilidade ur- do mundo, oferecendo diferen- mas pouca gente escolhe ter mais
bana? O que é que as distingue? tes soluções de transportes na esse encargo. Afinal, se os trans-
R: Lisboa é, em Portugal, a cida- palma da mão, sejam autocarros, portes públicos forem mais fre-
de que mais avançada está ao metro, comboios, elétricos, tro- quentes, diretos e convenientes,
nível de criar condições para que tinetes e bicicletas partilhadas. para que é que queremos empa-
as pessoas que se queiram des- Milão está a investir várias deze- tar uns milhares de euros em um,
locar de transportes públicos, nas de milhões de euros numa dois ou três carros?

38 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 39
Premio

Entrega de prémios Green Future AutoMagazine aos

Melhores veículos de 2021

Os visitantes do Salão
do Automóvel Híbrido
e Elétrico, realizado na
Alfândega do Porto, entre
22 a 24 de outubro de
2021, puderam eleger os
seus veículos preferidos
nas categorias: Melhor
Elétrico, Melhor Híbrido,
Melhor Plug-In e Melhor
Mota Elétrica.

40 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


A GREEN FUTURE AutoMagazine foi, mais uma
vez, revista oficial do evento que contou, nes-
ta 5ª edição, com cerca de 19000 visitantes e é a
patrocinadora destes prémios.

A votação decorreu de 9 a 16 de dezembro de


2021, num formato online em que os visitantes
do evento tiveram a oportunidade de escolher os
melhores veículos de 2021 presentes no SAHE.
De acordo com os participantes da votação, é o
KIA EV6 quem leva o prémio de Melhor Elétrico
do ano, destronando o Audi e-tron, vencedor da
4ª edição do SAHE, realizada em 2020. O design
arrojado e distinto do KIA EV6, aliado ao desem-
penho e à relação qualidade-preço conferiu-lhe
o primeiro lugar entre os concorrentes diretos na
votação.

Já na categoria dos híbridos, o público deixou-se


seduzir pelo desempenho desportivo, aspeto ele-
gante, mas elevada eficiência do Lexus LS 500h.
Este híbrido acelera dos 0 aos 100 km/h em ape-
nas 5,4 segundos e o motor elétrico com que está
equipado pode suportar as exigências da condu-
ção até aos 140 km/h.

A medalha de ouro na categoria de melhor híbrido


plug-in de 2021 vai para o Cupra Formentor, que
conquistou o público pela sua silhueta desportiva,
agressiva e marcante.

Os prémios estenderam-se pela primeira vez ao


segmento das duas rodas. Aqui, os votantes deram
palco à Zero SR/F, elegendo-a como a Melhor Mota
Elétrica, em design, dinamismo e desempenho.

Os ensaios ao KIA EV6 e à mota Zero SR/F podem


ser vistos na página da GreenFuture AutoMagazine.

A Green Future AutoMagazine já procedeu à entrega dos


prémios aos respetivos vencedores, à exceção da Cupra,
por motivos internos da marca.
Top ELÉTRICOS

Hispano-Suiza apresenta

Carmen Boulogne
Adormecida durante 75 anos, a marca
espanhola Hispano-Suiza lançou, no ano
passado, o seu primeiro modelo desde 1946,
o desportivo elétrico Carmen, que revisita o
icónico modelo da década de 1920 e conta com
a assinatura da neta do fundador da marca,
Carmen Mateu, cujo estilo e elegância serviram
também de inspiração para o novo automóvel.
42 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22
C OM PRODUÇÃO limitada
a 19 unidades, a Hispano-
-Suiza reserva 5 para a variante
Carmen Boulogne, um hipercar-
ro 100% elétrico classificado por
vários críticos como uma verda-
deira obra de arte.

O Carmen Boulogne não ultra-


passa os 1.630 kg de peso, gra-
ças à carroçaria em fibra de car-
bono – as baterias representam
metade do peso total –, e está
equipado com quatro motores
elétricos, dois em cada uma das
rodas traseiras, que oferecem
1.600 Nm de binário e uma po-
tência de 820 kW, ou 1.114 cv.
Cumpre o sprint clássico 0-100
km/h em apenas 2,6 segundos,
mas a velocidade máxima está
limitada eletronicamente a 290
km/h.

A bateria de ião lítio de 700 V, Um hipercarro 100% elétrico classificado por vários
700 células, concebida para per-
mitir taxas de descarga muito críticos como uma verdadeira obra de arte.
elevadas, tem uma capacidade
de 80 kWh, o que confere a este

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 43


Top ELÉTRICOS

O processo de produção
artesanal, personalizado e
detalhado requer pelo menos
12 meses para estar concluído.

superdesportivo elétrico uma


autonomia de cerca 400 km. Em
carregamento rápido, até 80 kW,
necessita somente de 30 minu-
tos para carregar de 30% a 80%.
O processo de produção artesa-
nal, personalizado e detalhado
requer pelo menos 12 meses
para estar concluído, o que se re-
flete no preço final: 1,65 milhões
de euros, antes de impostos.

Com um estilo marcadamente


retro e acabamentos de luxo,
que remetem para os modelos
históricos da marca espanhola,
este superdesportivo da Hispa-
no-Suiza está equipado com os
mais recentes dispositivos de
segurança ativa e passiva, assim
como avançados sistemas de au-
xílio à condução.

Raro, altamente tecnológico e


com um ar clássico, este é um
automóvel elétrico a que é im-
possível ser indiferente.

44 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


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Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 45
Sub 23

FST 10d: Virar sem mãos

O PROCESSO de manufatura
começou com a adaptação
do sistema de direção anterior.
ção. Todos estes componentes
foram maquinados pelos nossos
patrocinadores, uma vez que era
É fácil compreender que A grande maioria das alterações necessária uma grande precisão
efectuadas foram no comparti- com o objetivo de evitar proble-
o sistema de direção mento da direcção, local onde mas de toleranciamento e garan-
o pinhão e a cremalheira engre- tir o encaixe correto dos compo-
autónomo, é crucial para nam, que teve de ser maquinada nentes.
para permitir a instalação de no-
um veículo sem condutor. A vos componentes e a montagem Com tudo isto completo, o pas-
manufatura e montagem do do suporte do motor. so seguinte foi obter as polias, os
anéis de fixação (para as polias),
Atuador de Direcção (STA) Havia também a necessidade de a correia e, o mais importante, o
maquinar o suporte do motor, o motor. Estes componentes per-
recentemente concebido hugger e dois apoios, que cons- mitem que a coluna da direção
tituíram 90% do processo de rode sozinha. O motor cria o mo-
provou ser um novo desafio manufatura. A escolha do mate- vimento que é desmultiplicado
rial para estes componentes foi através da caixa de velocidades e
para a equipa. o alumínio, devido ao seu peso as roldanas transmitem-no à co-
reduzido, tendo também resis- luna da direção permitindo que
tência suficiente para suportar as as rodas girem como se fosse um
tensões associadas a esta aplica- piloto a girar o volante.

46 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


O motor cria o movimento
que é desmultiplicado através da
caixa de velocidades e as roldanas
transmitem-no à coluna da direção
permitindo que as rodas girem como
se fosse um piloto a girar o volante.

Assim que o processo de monta-


gem começou, enfrentámos um
grande obstáculo. O desenho da
caixa de velocidades mudou no
final da fase de design compro-
metendo a solução de fixação
inicial. Embora fosse possível fi-
xá-la ao motor utilizando a placa
de interface de origem, não foi
possível encaixar o modelo do
cockpit exigido pelas competi-
ções. Isto significou que tivemos
de fazer o design de um novo
sistema de fixação conforme as
regras, resultando numa nova
interface que é 25% mais fina,
com parafusos mais pequenos
(M6 em vez de M8) e com os fu-
ros dos parafusos rodados a 45º.
Com estas alterações, resolve-
mos todos os problemas.

No final do processo de monta-


gem deparámo-nos com outro
problema. No entanto, este era

esperado. O facto do sistema de


direção original não autónomo
ser muito compacto, em conjun-
to com o pouco espaço dispo-
nível no monocoque, tornou-se
extremamente difícil a monta-
gem de alguns componentes,
o que é evidente nos furos dos
parafusos no compartimento da
direcção, que liga ao suporte do
motor.

Em suma, esta foi uma tarefa sur-


preendentemente desafiante, o
que era esperado, principalmen-
te porque foi o primeiro ano de
manufatura de um veículo autó-
nomo.

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 47


Informações ÚTEIS

A Nossa Rede Pública de


Carregamento e as Ervilhas!

Vídeo produzido pela UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos


onde esclarecemos sobre os valores que compõe o custo de carregamento
de um Veículo Elétrico na Rede Pública de Carregamento.

U MA DAS CRITICAS ao nos-


so atual modelo da Mobili-
dade Elétrica em Portugal, que
comparar a venda de eletricida-
de para a Mobilidade Elétrica
com as… ervilhas! Sim, as er-
cimento e falta de informação,
quer sobre a forma de funcio-
namento, quer sobre o que re-
permite a interoperabilidade vilhas parecem pequenos ele- presenta cada linha na fatura
no acesso, é a complexidade trões e são verdes. de um carregamento na Rede
do sistema e as “taxas e taxi- Independentemente da opi- Pública.
nhas” que pagamos. nião de cada um, algo parece Esperemos que este vídeo aju-
Para tentar perceber, podemos claro, há um grande desconhe- de a esclarecer.

A UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, é um organismo sem fins lucrativos,


com a missão de promover a mobilidade elétrica.
Conheça as Vantagens em ser nosso Associado.
Contactos: e-mail: geral@uve.pt
215 99 99 50 / 910 910 901 (dias úteis das 10:00 às 18:00)

48 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


Mercado
Automóveis Elétricos

1
Os Veículos Elétricos (VE) integram o Stop&Start, o Torque Assist, a
travagem regenerativa e modo E-Drive. Não existem sub categorias para
esta tipologia de veículos.

Automóveis Híbridos Plug-in

2
O PHEV disponibiliza uma bateria de maior capacidade, conferindo-lhe
maior autonomia em modo elétrico (normalmente a rondar os 50/60 km). A
alimentação desta bateria é reforçada pela tomada de carregamento (como
num VE), daí o termo Plug In (conectar)

Automóveis Híbridos

3
Os modelos Híbridos possibilitam uma condução totalmente elétrica
(E-Drive) por alguns quilómetros, com recurso a motorizações mais
potentes, bem como a baterias de maior capacidade de armazenamento.

Automóveis Mild-Híbridos

4
Nestes modelos, para além de um sistema Stop&Start evoluído, encontramos
um motor elétrico de alta tensão que permite disponibilizar a travagem
regenerativa e o Torque Assist (assistência ao binário motor), permitindo ao
veículo um maior aproveitamento do rendimento do motor de combustão. Esta
sub categoria está associada às primeiras gerações de veículos híbridos.

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 49


1 Automóveis Elétricos

AUDI E-TRON GT QUATTRO BMW I3 S CITROEN E- C4

Autonomia: 452 km – 487 km Autonomia de Condução (WLTP): 260km Autonomia (WLTP): 350km


Aceleração: 4,1 seg Velocidade Máxima: 160km/h Velocidade máxima: 150km/h
Velocidade máxima: 245 km/h Carregamento Rápido: 40 minutos Carregamento rápido: 100kW – 30 minutos
Carregamento: 22 min (carregamento rápido Carregamento Normal: 4h15 minutos Carregamento lento: 7,4kW – 7h30
até aos 80%) Aceleração (0-100km/h): 6.9 segundos Aceleração (0-100km/h): 9,7 segundos
Preço: desde 106.618 Preço: Preço: não revelado

AUDI E-TRON 50 QUATTRO BMW IX3 CUPRA EL-BORN

Autonomia de Condução (WLTP): Até 417 km Autonomia de Condução (WLTP): 460km Autonomia (WLTP): 500km
Velocidade Máxima: 200km/h (Limitado) Velocidade Máxima: 180km/h (limitada) Velocidade máxima: não revelada
Carregamento Rápido: 30 minutos Carregamento Rápido: 34 minutos Carregamento rápido:
Carregamento Normal: 8h30 minutos Carregamento Normal: Aceleração (0-50km/h): 2,9 segundos
Aceleração (0-100km/h): 5.7 segundos Aceleração (0-100km/h): 6.8 segundos Preço: não revelado
Preço:  Preço: Desde 80.000

AUDI E-TRON 55 QUATTRO CITROËN AMI DS 3 CROSSBACK E-TENSE

Autonomia: 75 km Autonomia de Condução (WLTP): 300km


Autonomia de Condução (WLTP): Até 360km Velocidade Máxima: 150km/h
Velocidade máxima: 45 km/h
Velocidade Máxima: 200km/h (Limitada) Carregamento Rápido: 30 minutos
Carregamento: 3h
Carregamento Rápido: 30 minutos Carregamento Normal: 7h 45 minutos
Preço: desde 7.350
Carregamento Normal: 9h Aceleração (0-100km/h): 8.7 segundos
Aceleração (0-100km/h): 5.7 segundos Preço: A partir 46.200
Preço: CITROEN C0
FIAT 500E
BMW I3

Autonomia de Condução (WLTP): 150km


Velocidade Máxima: 130km/h
Carregamento Rápido: 30 minutos Autonomia de Condução (WLTP): 320km
Autonomia de Condução (WLTP): Até 260km Velocidade Máxima: 150km/h
Carregamento Normal: 6h
Velocidade Máxima: 150km/h Carregamento Rápido:  30 minutos
Aceleração (0-100km/h): 15.9 segundos
Carregamento Rápido: 40 minutos Carregamento Normal: 4h
Preço: 30.647
Carregamento Normal: 4h15 minutos Aceleração (0-100km/h):  9 segundos
Aceleração (0-100km/h): 7.3 segundos Preço: 34.900
Preço:

50 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


FORD MUSTANG MACH-E HONDA E KIA EV6

Autonomia de Condução (WLTP): 450km Autonomia de Condução (WLTP): 313 km Autonomia: 670 km


Velocidade Máxima: 180km/h (Limitado) Velocidade Máxima: 145 km/h Aceleração: 5,2 seg
Carregamento Rápido: 40 minutos Carregamento Rápido: 30 minutos Velocidade máxima: 185 km/h
Carregamento Normal: 9h30 minutos Carregamento Normal:  5h30 minutos Carregamento: 7h13 min (10-100%)
Aceleração (0-100km/h): 7 segundos Aceleração (0-100km/h):  9.5 segundos Preço: desde 49.950
Preço: A partir de 50.000 Preço: 37.355,00
LEXUS UX 300e
HYUNDAI KAUAI ELECTRIC JAGUAR I-PACE

Autonomia (WLTP): 400km


Autonomia de Condução (WLTP): 449km Autonomia de Condução (WLTP): 470km Velocidade máxima: 160km/h
Velocidade Máxima: 167km/h Velocidade Máxima: 200 km/h Carregamento rápido: 125 kW DC
Carregamento Rápido: 54 minutos Carregamento Rápido: 45 minutos Carregamento lento: 6.6 kW AC
Carregamento Normal: 9h35 minutos Carregamento Normal: 12h Aceleração (0-100km/h): 7,5 segundos
Aceleração (0-100km/h): 7.6 segundos Aceleração (0-100km/h): 4.8 segundos Preço: 54.000
Preço: 45 000 Preço: 81.787,99
MAZDA MX-30
HYUNDAI IONIQ 5 KIA E-NIRO

Autonomia: 450 km Autonomia de Condução (WLTP): 200Km


Aceleração: 7,4 seg Autonomia de Condução (WLTP):  455km Velocidade Máxima: 140 km/h
Velocidade máxima: 185 km/h Velocidade Máxima: 167 km/h Carregamento Rápido:  70 minutos
Carregamento: 6h (11 kW) Carregamento Rápido:  45 minutos Carregamento Normal:  7h
Preço: desde 50.970 Carregamento Normal: 9h Aceleração (0-100km/h): 9.7 segundos
Aceleração (0-100km/h): 7.8segundos Preço: 34.535
HYUNDAI IONIQ ELECTRIC Preço: Desde 45.500 
MERCEDES EQC
KIA E-SOUL

Autonomia de Condução (WLTP): 331 km


Velocidade Máxima: 160km/h Autonomia de Condução (WLTP):  400 km
Carregamento Rápido: 54 minutos Autonomia de Condução (WLTP): 452 km Velocidade Máxima:  180 km/h (Limitada)
Carregamento Normal:  6h05 minutos Velocidade Máxima: 167 km/h Carregamento Rápido:  39 minutos
Aceleração (0-100km/h): 10 segundos Carregamento Rápido: 45 minutos Carregamento Normal: 8h 34 minutos
Preço: 38.500 Carregamento Normal: 9h Aceleração (0-100km/h): 5.1 segundos
Aceleração (0-100km/h):  7.6 segundos Preço:  79.149,99
Preço: Desde 43.000

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 51


1 Automóveis Elétricos

MERCEDES EQS 450+ OPEL CORSA-E PORSCHE TAYCAN

Autonomia: 785 km
Aceleração: 6,2 seg Autonomia de Condução (WLTP):  327km Autonomia de Condução (WLTP): 388 km-
Velocidade máxima: 210 km/h Velocidade Máxima: 150 km/h -412km (Intervalo do modelo)
Carregamento: 10h (11 kW) Carregamento Rápido:  28 minutos Velocidade Máxima: 250 km/h
Preço: desde 120.000 Carregamento Normal: 7h 45 minutos Carregamento Rápido: 15 minutos
Aceleração (0-100km/h): 8.1segundos Carregamento Normal: 9h15 minutos
Preço: Desde 29.990 Aceleração (0-100km/h):  2.8 segundos
MERCEDES EQV 300 LONGO Preço: Desde 110.000

PEUGEOT E-2008 RENAULT ZOE

Autonomia (WLTP): 350km


Velocidade máxima: 140km/h
Carregamento Rápido: 110kW (DC) – 45 Autonomia de Condução (WLTP): 320 km Autonomia de Condução (WLTP): Até 395km
minutos Velocidade Máxima: 150 km/h Velocidade Máxima: 135 km/h
Aceleração (0-100km/h): 10 segundos Carregamento Rápido: 30 minutos Carregamento Rápido: 30 minutos
Preço: A partir de 78.608,50 Carregamento Normal: 7h45 minutos Carregamento Normal: 8h minutos
Aceleração (0-100km/h):  9 segundos Aceleração (0-100km/h): 11.4 segundos
MINI COOPER SE Preço: Desde 36.600 Preço: Desde 23.690

PEUGEOT E-208 RENAULT TWIZY

Autonomia de Condução (WLTP): 232km


Velocidade Máxima: 150km (Limitada)
Carregamento Rápido: 35 minutos Autonomia de Condução (WLTP): 340km Autonomia de Condução (WLTP):
Carregamento Normal: 3h30 minutos Velocidade Máxima: 150 km/h Velocidade Máxima:
Aceleração (0-100km/h):  7.3 segundos Carregamento Rápido: 30 minutos Carregamento Rápido:
Preço: 34.400 Carregamento Normal: 7h45 minutos Carregamento Normal: 3h30 minutos
Aceleração (0-100km/h): 8.1 segundos Aceleração (0-100km/h):
NISSAN LEAF E+ Preço: Desde 32.500 Preço: Desde 8.180

PEUGEOT ION RENAULT KANGOO Z.E.

Autonomia de Condução (WLTP): 385 km


Velocidade Máxima: 150km/h
Carregamento Rápido: 90 minutos Autonomia de Condução (WLTP):  Até 150km Autonomia de Condução (WLTP): 230 km
Carregamento Normal: 11h30 minutos Velocidade Máxima: 130 km/h Velocidade Máxima: 130 km/h
Aceleração (0-100km/h): 7.3 segundos Carregamento Rápido:  30 minutos Carregamento Rápido: 4h 05 minutos
Preço: A partir de 29.600 Carregamento Normal: 5h45 minutos Carregamento Normal: 8h 46 minutos
Aceleração (0-100km/h): 15.9 segundos Aceleração (0-100km/h):  20.3 segundos
Preço: Desde 30.390 Preço: Desde 26.420,4

52 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


RENAULT TWINGO ELECTRIC SMART EQ FORFOUR 2020 TESLA MODEL Y

Autonomia de condução (WLTP): Até 270 km Autonomia de Condução (WLTP): 130km Autonomia de Condução (WLTP): 507km
Velocidade máxima: 135 km/h Velocidade Máxima: 130km/h Velocidade Máxima: 217km/h
Carregamento: Carregador AC (22 kW): 1h Carregamento Rápido: Até 40 minutos Carregamento Rápido: 35 minutos
(80% carga) Carregamento Normal: 4h30 minutos Carregamento Normal: 8h
Aceleração (0-100km/h): 12,9 segundos Aceleração (0-100km/h): 12.7 segundos Aceleração (0-100km/h): 5 segundos
Preço: a partir de 22.000 Preço: Desde 23.745 Preço: Desde 65.000

TESLA MODEL 3 TESLA ROADSTER


SEAT MII ELECTRIC

Autonomia de Condução (WLTP): 530 km Autonomia de Condução (WLTP): 1.000km


Autonomia de Condução (WLTP): Até 360km Velocidade Máxima: 261 km/h Velocidade Máxima: + 400km/h
Velocidade Máxima: 130km/h Carregamento Rápido: 30 minutos Carregamento Rápido: 45 minutos
Carregamento Rápido: 30 minutos Carregamento Normal: 5h 30 minutos Carregamento Normal: 10h45 minutos
Carregamento Normal: 6h Aceleração (0-100km/h): 3.4 segundos Aceleração (0-100km/h): 2.1 segundos
Aceleração (0-100km/h): 12.3 segundos Preço: Desde 48.900 Preço: Desde 215.000
Preço: Desde 21.000
TESLA MODEL S VOLKSWAGEN E-GOLF
SKODA ENYAQ IV

Autonomia de Condução (WLTP): 610km Autonomia de Condução (WLTP): 231km


Autonomia (WLTP): até 500km Velocidade Máxima: 250km/h Velocidade Máxima: 150km/h
Velocidade máxima: até 180km/h Carregamento Rápido: 38 minutos Carregamento Rápido: 35 minutos
Carregamento rápido: Carregamento Normal: 7h Carregamento Normal: 5h 15 minutos
Carregamento lento: Aceleração (0-100km/h): 3.8 segundos Aceleração (0-100km/h): 9.6 segundos
Aceleração (0-100km/h): 6,2 segundos Preço: Desde 84.990 Preço: Desde 42.816
Preço:
TESLA MODEL X VOLKSWAGEN E-UP
SMART EQ FORTWO 2020

Autonomia de Condução (WLTP): 507km Autonomia de Condução (WLTP): Até 260km


Autonomia de Condução (WLTP): 135km Velocidade Máxima: 250km/h Velocidade Máxima:
Velocidade Máxima: 130km/h Carregamento Rápido: 38 minutos Carregamento Rápido:
Carregamento Rápido: Até 40 minutos Carregamento Normal: 7h Carregamento Normal:
Carregamento Normal: 4h30 Aceleração (0-100km/h): 4.6 segundos Aceleração (0-100km/h):
Aceleração (0-100km/h): 11.6 segundos Preço: Desde 90.990 Preço: 22.824
Preço: Desde 22.845

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 53


1 Automóveis Elétricos

VOLKSWAGEN ID.3

Autonomia de Condução (WLTP): 330km


Velocidade Máxima: 150km/h
Carregamento Rápido: 100 kW-30 minutos (80%)
Carregamento Normal:
Aceleração (0-100km/h): 7.3 segundos
Preço:A partir de 38.017

VOLKSWAGEN ID.4

Autonomia (WLTP): 300km – 500km


Velocidade máxima: dados não revelados
Carregamento rápido: dados não revelados
Carregamento lento: dados não revelados
Aceleração (0-100km/h): dados não revelados
Preço: dados não revelados

VOLVO XC40

Autonomia de Condução (WLTP): 400km


(Autonomia Prolongada)
Velocidade Máxima: 180km/h
Carregamento Rápido: 40 minutos
Carregamento Normal: 8h
Aceleração (0-100km/h): 4.9 segundos
Preço: Desde 60.000

54 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


2 Automóveis Híbridos Plug-in

AUDI A6 50 TFSI E QUATTRO BMW 330E BMW X1 XDRIVE 25E

Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 40- Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 55- Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 50-52km
53km 59km Velocidade Máxima: 192km/h
Velocidade Máxima: 250km/h Velocidade Máxima: 235km/h Carregamento Normal: –
Carregamento Normal:  – Carregamento Normal: – Aceleração (0-100km/h):  7 segundos
Aceleração (0-100km/h): 5.6 segundos Aceleração (0-100km/h): 6.2 segundos Preço: 49.350
Preço: 68.617 Preço: 54.621

AUDI Q5 55 TFSI E QUATTRO BMW 745E BMW X2 XDRIVE 25E

Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 40km Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 40-50km Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 51-53km
Velocidade Máxima: 239km/h Velocidade Máxima: 250km (limitada) Velocidade Máxima: 193 km/h
Carregamento Normal: – Carregamento Normal: – Carregamento Normal: –
Aceleração (0-100km/h): 5.3 segundos Aceleração (0-100km/h): 5.2 segundos Aceleração (0-100km/h):  6.8 segundos
Preço: 63.500,47 Preço: 122.280 Preço: Desde 51.500

AUDI A7 55 TFSI E QUATTRO BMW 225XE BMW X3 XDRIVE 35E

Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 41-43km


Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 40km Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 51-53km Velocidade Máxima: 210km/h
Velocidade Máxima: 250km/h Velocidade Máxima: 202km/h Carregamento Normal: –
Carregamento Normal: – Carregamento Normal: – Aceleração (0-100km/h):  6.5 segundos
Aceleração (0-100km/h): 5.7 segundos Aceleração (0-100km/h):  6.7 segundos Preço: Desde 63.220
Preço: 84.950 Preço: 42.230
BMW X5 XDRIVE 45E
BENTLEY BENTAYGA BMW 530E

Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 87km


Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 39km Velocidade Máxima: 235km/h
Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 52-61 km
Velocidade Máxima: 254km/h Carregamento Normal: –
Velocidade Máxima: 235km/h
Carregamento Normal:  – Aceleração (0-100km/h):  5.6 segundos
Carregamento Normal: –
Aceleração (0-100km/h): 5.5 segundos Preço: 88.250
Aceleração (0-100km/h): 6.2 segundos
Preço: 185.164
Preço: 65.400

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº13 - JAN 22 55


2 Automóveis Híbridos Plug-in

BMW I8 FORD TRANSIT/TOURNEO CUSTOM JEEP WRANGLER 4XE

Autonomia em modo 100% elétrico: 45 km


Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 52-53km Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 52 km Aceleração: 6,4 seg
Velocidade Máxima: 250km/h (limitada) Velocidade Máxima:  157 km/h Velocidade máxima: 156 km/h
Carregamento Normal: – Carregamento Normal: – Carregamento: 3h
Aceleração (0-100km/h):  4.4 segundos Aceleração (0-100km/h):   – Preço: desde 75.800
Preço: Desde 157.710 Preço: 52.769

CUPRA FORMENTOR HYUNDAI IONIQ PLUG-IN KIA NIRO PHEV

Autonomia em modo 100% elétrico:


Aceleração: 7 seg Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 52-66km Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 58km
Velocidade máxima: 250 km/h Velocidade Máxima: 178 km/h Velocidade Máxima:  172 km/h
Carregamento: 3h (wallbox) Carregamento Normal: 2h 15 minutos Carregamento Normal: –
Preço: desde 46.567 Aceleração (0-100km/h): 10.6 segundos Aceleração (0-100km/h):  10.8 segundos
Preço: Desde 41.000 Preço: Desde 34.650
DS7 CROSSBACK E-TENSE
JEEP COMPASS KIA OPTIMA PLUG-IN HYBRID

Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 58km


Velocidade Máxima: 235 km/h Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 62 km
Autonomia modo elétrico cidade: 51km Velocidade Máxima: 192 km/h
Carregamento Normal: – Velocidade Máxima: 182km/h
Aceleração (0-100km/h): 5.9 segundos Carregamento Normal: –
Aceleração: 7,9 segundos Aceleração (0-100km/h): 9.4 segundos
Preço: Desde 57.950 Preço: 44.700 Preço: Desde 43.037
FORD KUGA
LAND ROVER DISCOVERY SPORT
JEEP RENEGADE

Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 56 km


Velocidade Máxima:  200 km/h Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): Até 64 km
Autonomia modo elétrico cidade: 54km Velocidade Máxima: 220 km/h
Carregamento Normal: – Velocidade Máxima: 182km/k
Aceleração (0-100km/h):  9.2 segundos Carregamento Normal: –
Aceleração: 7,5 segundos Aceleração (0-100km/h): 6.6 segundos
Preço: Desde 36.120 Preço: 40.050 Preço: Desde 51.839,84

56 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº13 - JAN 22


LANDROVER RANGE ROVER SPORT P400E MERCEDES CLASSE S 560E PEUGEOT 3008

Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): Até 48 km Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 50km Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 59km
Velocidade Máxima: 220 km/h Velocidade Máxima: 250km/h Velocidade Máxima:  235 km/h
Carregamento Normal:  Carregamento Normal: – Carregamento Normal: –
Aceleração (0-100km/h): 6.7 segundos Aceleração (0-100km/h): 6.2segundos Aceleração (0-100km/h):  5.9 segundos
Preço: Desde 101.000 Preço: Desde 127.850 Preço: Desde 45.115

MERCEDES CLASSE A 250E MINI COUNTRY MAN COOPER SE ALL 4 PEUGEOT 508

Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): Até 69km Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): Até 57km Autonomia em 100% Elétrico (WLTP):  54km
Velocidade Máxima:  140 km/h Velocidade Máxima:  198 km/h Velocidade Máxima:  210 km/h
Carregamento Normal:  Carregamento Normal: – Carregamento Normal: –
Aceleração (0-100km/h):  6.6 segundos Aceleração (0-100km/h):  6.8 segundos Aceleração (0-100km/h):  8.6 segundos
Preço: Desde 40.800 Preço: Desde 41.805 Preço: Desde 46.505

MERCEDES C 300E MITSUBISHI OUTLANDER PORSCHE CAYENNE E-HYBRID

Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 53-57 km Autonomia em 100% Elétrico (WLTP):  45km Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 40-45 km
Velocidade Máxima:  250 km/h Velocidade Máxima: 171 km/h Velocidade Máxima: 250km/h
Carregamento Normal: – Carregamento Normal: – Carregamento Normal: –
Aceleração (0-100km/h):  5.7 segundos Aceleração (0-100km/h): 10.5 segundos Aceleração (0-100km/h): 5.9 segundos
Preço: Desde 53.550 Preço: Desde 33.000 Preço: 99.277

MERCEDES E 300E OPEL GRANDLAND X HYBRID 4 PORSCHE PANAMERA E-HYBRID

Autonomia em 100% Elétrico (WLTP):  50-54km Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 63km Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 44-
Velocidade Máxima: 250 km/h Velocidade Máxima: 235km/h 50km
Carregamento Normal: – Carregamento Normal: – Velocidade Máxima:   278 km/h
Aceleração (0-100km/h): 5.7segundos Aceleração (0-100km/h): 5.9segundos Carregamento Normal: –
Preço: Desde 67.500 Preço: Desde 57.670 Aceleração (0-100km/h):   4.6 segundos
Preço: Desde 121.126

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº13 - JAN 22 57


PORSCHE PANAMERA TURBO E-HYBRID TOYOTA RAV4 VOLVO V60 T8

Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 44-50km Autonomia em 100% elétrico (WLTP): 75km Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 45km
Velocidade Máxima:  310 km/h Velocidade Máxima: 180 km/h Velocidade Máxima:  250 km/h
Carregamento Normal: – Aceleração (0-100km/h): 6 segundos Carregamento Normal: –
Aceleração (0-100km/h):  3.4 segundos Carregamento normal (3.3kW; 230V; 16A): 5 Aceleração (0-100km/h):   4.9 segundos
Preço: Desde 202.552 horas Preço: Desde 60.196
Preço: Desde 54.990
RANGE ROVER EVOQUE VOLVO XC90 T8

VOLKSWAGEN GOLF GTE

Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 66km Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 50km


Velocidade Máxima: 221 km/h Velocidade Máxima:  180km/h
Carregamento Normal: – Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 50 km Carregamento Normal: –
Aceleração (0-100km/h): 6.4 segundos Velocidade Máxima:   217 km/h Aceleração (0-100km/h):  5.8segundos
Preço: Desde 53.313,20 Carregamento Normal: – Preço: Desde 83.520
Aceleração (0-100km/h):  7.6 segundos
SUZUKI ACROSS Preço: Desde 46.915 VOLVO V90 T8

VOLKSWAGEN PASSAT GTE

Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 75km Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 60km


Velocidade Máxima: 180 km/h Velocidade Máxima: 180km/h
Carregamento Normal: Carregamento Normal: –
Autonomia em 100% Elétrico (WLTP): 50km
Aceleração (0-100km/h): 6.0 segundos Aceleração (0-100km/h):  5.3 segundos
Velocidade Máxima:  225km/h
Preço: Desde 56.822 Preço: Desde 70.229
Carregamento Normal: –
Aceleração (0-100km/h):  7.4 segundos
TOYOTA PRIUS PLUG-IN HYBRID Preço: Desde 44.988 VOLVO S90 T8

VOLVO XC60 T8

Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 45km Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 60 km


Velocidade Máxima: 162 km/h Velocidade Máxima:  180 km/h
Carregamento Normal: – Carregamento Normal: –
Autonomia em 100% Elétrica (WLTP): 53 km
Aceleração (0-100km/h): 11.1segundos Aceleração (0-100km/h):  5.1 segundos
Velocidade Máxima: 180 km/h
Preço: Desde 41.430 Preço: Desde 70.229
Carregamento Normal: –
Aceleração (0-100km/h):  5.5 segundos
Preço: Desde 69.620

58 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº13 - JAN 22


3 Automóveis Híbridos

FORD MONDEO HEV KIA NIRO HYBRID LEXUS IS 300H

Consumo: 5.9-8.8l / 100km Consumo: 4.8l/ 100km Consumo: 5.7l/ 100km


Velocidade Máxima: 187km/h Velocidade Máxima: km/h Velocidade Máxima: 200km/h
Aceleração (0-100km/h):  9.2 segundos Aceleração (0-100km/h):   segundos Aceleração (0-100km/h):  8.4 segundos
Preço: Desde 37.740 Preço: Desde Preço: Desde 44.100

HONDA CR-V ELEGANCE HYBRID LEXUS CT 200H LEXUS RC 300H

Consumo:  6.9l/ 100km (Combinado) Consumo: 4.8l / 100km (Combinado) Consumo: 6.2l / 100km (Combinado)


Velocidade Máxima: 180km/h Velocidade Máxima: 180km/h Velocidade Máxima: 190km/h
Aceleração (0-100km/h):  8.8 segundos Aceleração (0-100km/h):  10.3 segundos Aceleração (0-100km/h):  8.6 segundos
Preço: Desde 43.450 Preço: Desde 30.600 Preço: Desde 53.900

HYUNDAI IONIQ HYBRID LEXUS UX 250H LEXUS ES 300H

Consumo:  3.9l/100km Consumo: / 100km Consumo: 5.3l / 100km


Velocidade Máxima: 185 km/h Velocidade Máxima: 177km/h Velocidade Máxima: 180km/h
Aceleração (0-100km/h):   segundos Aceleração (0-100km/h):  8.5 segundos Aceleração (0-100km/h):  8.9 segundos
Preço*: Desde   Preço: Desde 42.950 Preço: Desde 59.000

HYUNDAI KAUAI HYBRID LEXUS NX 300H LEXUS RX 450H

Consumo: 3.9/100km Consumo: 6.8l / 100km Consumo: 7.6l / 100km


Velocidade Máxima: 160 km/h Velocidade Máxima: 180km/h Velocidade Máxima: 200km/h
Aceleração (0-100km/h):  11.2 segundos Aceleração (0-100km/h):  9.2 segundos Aceleração (0-100km/h):  7.7 segundos
Preço: Desde 29.205 Preço: Desde 53.600 Preço: Desde 83.500

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22 59


3 Automóveis Híbridos

LEXUS LS 500H TOYOTA COROLLA HYBRID TOYOTA GRAND PRIUS +

Consumo: 7.1l / 100km Consumo: 6.2l / 100km (Combinado) Consumo: 5.8l / 100km (Combinado)


Velocidade Máxima: 250km/h Velocidade Máxima: 200km/h Velocidade Máxima: 165km/h
Aceleração (0-100km/h):  5.5 segundos Aceleração (0-100km/h):  9.3 segundos Aceleração (0-100km/h):  11.3 segundos
Preço: Desde 134.711,17 Preço: Desde 19.290 Preço: Desde 38.530

LEXUS LC 500H TOYOTA C-HR HYBRID TOYOTA RAV 4 HYBRID

Consumo: 11.5l / 100km Consumo: 4.8l / 100km (Combinado) Consumo: 5.7l/ 100km (Combinado)


Velocidade Máxima: 270 km/h Velocidade Máxima: 170km/h Velocidade Máxima:  180km/h
Aceleração (0-100km/h):  4.7 segundos Aceleração (0-100km/h):  11 segundos Aceleração (0-100km/h):  8.4 segundos
Preço: Desde 161.000 Preço: Desde 28.580 Preço: Desde 40.500

SUZUKI SWACE TOYOTA PRIUS TOYOTA YARIS HYBRID

Consumo: 3.7-5.7l / 100km Consumo:  4.1l / 100km (Combinado) Consumo: 4.8l / 100km (Combinado)


Velocidade Máxima: 180km/h Velocidade Máxima: 180km/h Velocidade Máxima: 165km/h
Aceleração (0-100km/h): 11.1 segundos Aceleração (0-100km/h):  10.8segundos Aceleração (0-100km/h):  12 segundos
Preço: Desde 28.348 Preço: Desde 33.430 Preço: Desde 18.315

TOYOTA CAMRY HYBRID

Consumo: 5.5l / 100km (Combinado)


Velocidade Máxima: 180km/h
Aceleração (0-100km/h):  8.3 segundos
Preço: Desde 43.990

60 Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº14 - FEV 22


4 Automóveis Mild Híbridos

FIAT 500 HYUNDAI TUCSON SUZUKI Ignis

Consumo: 5,7km Consumo:  5.5l/100km (Combinado) Consumo: 4.32l / 100km (Combinado)


Velocidade Máxima: 163km/h Velocidade Máxima: 175km/h Velocidade Máxima: 173km/h
Aceleração: 12,9 segundos Aceleração (0-100km/h): 11.8 segundos Aceleração (0-100km/h):  11.8 segundos
Preço: 17 050 Preço: Desde 28.000 Preço: Desde 14.945

FIAT PANDA KIA SPORTAGE SUZUKI S-CROSS

Consumo: 4,9km Consumo:  5.5l/100km Consumo: 4.9l/ 100km


Velocidade Máxima: 155km/h Velocidade Máxima: 175km/h Velocidade Máxima: 190km/h
Aceleração: 14,7 segundos Aceleração (0-100km/h):   11.2 segundos Aceleração (0-100km/h):  9.2 segundos
Preço: 13 721 Preço*: Desde 28.234 Preço: Desde 24.208

FORD PUMA MAZDA 3 SUZUKI SWIFT

Consumo: 5,4 – 5,6 l/100km Consumo: 6l/100km Consumo: 4.7l/100km


Velocidade Máxima: 200 km/h Velocidade Máxima: 202km/h Velocidade Máxima: 210km/h
Aceleração (0-100km/h):  9 segundos Aceleração (0-100km/h):  10.4 segundos Aceleração (0-100km/h):  9.1 segundos
Preço: Desde 23.663,31 Preço: Desde 26.005,00 Preço: Desde 14.742

FORD KUGA MAZDA CX-30 SUZUKI VITARA HYBRID

Consumo:  7,2 – 9,6 L/100km Consumo: 6.2l/ 100km Consumo: 4.9l/ 100km


Velocidade Máxima: 195km/h Velocidade Máxima: 186km/h Velocidade Máxima: 190km/h
Aceleração (0-100km/h):  9.7 segundos Aceleração (0-100km/h):   10.6 segundos Aceleração (0-100km/h):  10.2 segundos
Preço: Desde 30.996,80 Preço: Desde 27.667,00 Preço: Desde 24.927

Green FUTURE AUTOMAGAZINE - Nº13 - JAN 22 61


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