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A legalização da jogatina está associada ao aumento nas taxas de criminalidade. Boa parte dos
jogadores em tratamento por jogo compulsivo admitem cometer crimes contra o patrimônio ou
fraudes para financiar seu vício ou pagar dívidas relacionadas ao jogo.
Os jogos de azar não geram nova receita. Quando uma pessoa deixa de comprar um tênis, de ir
a um restaurante ou a um show, enfim, de consumir qualquer coisa para gastar no jogo, estas
outras atividades perderão receitas, sendo que todas elas pagam impostos até maiores que a
taxação dos jogos (canibalização).
Por outro lado, a legalização da jogatina poderá acarretar na redução no número de empregos
no Brasil, pois a quantidade criada será menor do que a excluída em outros setores da economia
que sofrerão o impacto da migração de gastos da população. Além disso, os empregos do setor
de jogos pagam menos do que a média das atividades que serão prejudicadas.
Os jogos não vão contribuir para atrair turistas estrangeiros para o Brasil. Estrangeiros visitam
o Brasil por suas belezas naturais, hospitalidade e cultura. Las Vegas apenas 14% são de turistas
estrangeiros e desses apenas 4% vão jogar.
Por outro lado, há uma real possibilidade de que os jogos de azar atraiam uma espécie de turismo
totalmente indesejado para o Brasil, composto por aqueles que busquem as “facilidades” como
a prostituição, principalmente a infanto-juvenil. Definitivamente, não será um turismo de
negócios e de família.
A legalização não acaba com o jogo ilegal. Na verdade, a tendência é aumentar, pois se estará
disponibilizando mais estabelecimentos que oferecem esses serviços e se retirará a percepção
de risco com a prática. Se legalizar o jogo implicasse o fim da atividade ilegal, o mercado de
cigarros, por exemplo, não estaria inundado de cigarros ilegais no país. Segundo o INCA 40%
dos cigarros vendidos no Brasil são ilegais. Segundo a ANVISA existem mais de 90 marcas
clandestinas de cigarros sendo vendidas no nosso país.
A legalização dos jogos de azar resultará em grandes custos sociais (fiscalização, controle, saúde
pública e segurança pública).
Os jogos de azar, modalidade onde estão incluídos os cassinos, são reconhecidamente uma
prática que acarreta o vício, que na literatura médica é conhecido como ludopatia. O vício em
jogos foi incluído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na relação de patologias do
Código Internacional de Doenças (CID) da OMS, em 1992 (CID 10 – F63.0).
Estudos indicam que entre 50 e 80% dos ludopatas (viciados em jogos) pensaram em tentar
suicídio (média da população é de 5%) e entre 13 a 20% realmente tentaram ou conseguiram se
matar (média da população é de 0,5%).
Os cassinos não promovem o desenvolvimento das comunidades onde se situam. O impacto dos
cassinos nos valores dos imóveis e comércios vizinhos às casas de jogos é inequivocamente
negativo, segundo economistas da Associação Nacional de Corretores de Imóveis dos Estados
Unidos. Os cassinos não incentivam outras empresas a se instalarem nas proximidades, pois as
pessoas que mais frequentemente visitam cassinos não saem para visitar outras lojas e empresas.