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Universidade do Estado do Amazonas - UEA

Escola de Direito – ED
Curso de bacharelado em Direito
Projeto de pesquisa

A REGULAMENTAÇÃO DO CASSINO E CASAS DE APOSTAS NO BRASIL:


O Risco do Retorno dos Jogos de Aposta no País

Ana Beatriz Ramos Barreto


Gabriel Imay Diaz
Maria Beatriz Carvalho de Alencar
Manaus, 2023
Ana Beatriz Ramos Barreto

Gabriel Imay Diaz

Maria Beatriz Carvalho de Alencar

A REGULAMENTAÇÃO DO CASSINO E CASAS DE APOSTAS NO BRASIL:


O Risco do Retorno dos Jogos de Aposta no País

Projeto de pesquisa de TCC submetido ao Curso de


Direito da Universidade do Estado do Amazonas para ser
avaliado sob orientação do Prof. (a) (colocar a titulação -
Prof. Esp./M.Sc./Dr. ou Ph.D. e o nome completo do
professor)
Manaus, 2023
SUMÁRIO

1. Introdução
2. Justificativa
3. Problema de pesquisa
4. Hipótese (s)
5. Objetivos
5.1 Geral
5.2 Específicos
6. Revisão teórica/fundamentação
7. Metodologia
8. Cronograma
9. Referências
1. INTRODUÇÃO
Os cassinos são casas de diversões que trabalham com jogos de azar e, comumente,
disponibilizam outras diversões aos frequentadores, como espetáculos de música,
representações teatrais, espaço para danças, entre outras. Esse tipo de estabelecimento foi
criado na Itália, em 1638, e espalhou-se por toda a Europa, principalmente por conta da
criação das roletas na França. Dessa forma, se difundiram para os Estados Unidos e para a
Ásia, locais onde essa modalidade ganhou força e criou grandes polos turísticos.
Já no Brasil, os cassinos se espalharam ainda durante o Império e, por volta de 1917,
tiveram seus jogos proibidos com a consolidação da República. Contudo, em 1934, no
decorrer do governo de Getúlio Vargas, as casas de apostas e cassinos voltaram a ser
legalizados, pois, segundo ele, os cassinos seriam uma fonte de arrecadação do Estado e de
emprego, atrairia turismo para a região, além de servir como uma forma de entretenimento
para a alta sociedade. Nessa época, os cassinos tinham grande importância no país, pois
atingiram aquilo que Vargas esperava e prestavam importante papel na manifestação cultural
do país, apresentando, por exemplo, apresentações de artistas famosos como Carmen Miranda
e exposições de arte, além da jogatina. Todavia, em 1946, essa realidade mudou, pois todos os
jogos de azar foram proibidos, e o Brasil virou um dos poucos países da América, onde os
cassinos eram ilegais.
Os jogos de azar são proibidos no Brasil desde 1946, por meio de um Decreto-Lei
promulgado durante o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, que estabeleceu a
proibição do funcionamento de cassinos em todo o território brasileiro. Nos dias atuais, o
Congresso Nacional está analisando a legalização do tema. O Brasil espera ter a oportunidade
de gerar mais empregos e arrecadar dinheiro com a volta dos cassinos e das casas de apostas
no território nacional, porém o impacto negativo de tal legalização pode ser devastador para
diversos indivíduos.

2. JUSTIFICATIVA
Nos últimos anos, com o avanço das tecnologias e globalização, o cenário de
entretenimento vem sendo modificado com o advento dos cassinos online. Sites de apostas
disponibilizam aos jogadores a oportunidade de participar de jogos de azar de forma
conveniente e acessível. No Brasil, isso é permitido, pois a Lei 13.756, publicada em
dezembro de 2018, autoriza a operação de casas de apostas no país, desde que estejam
sediadas em outros países e não possuam pontos de venda físicos. Isso permite que os
jogadores apostem seu dinheiro em plataformas digitais hospedadas em domínios de redes
internacionais, que na maioria dos casos se encontram em paraísos fiscais. Dessa forma, as
pessoas podem fazer uso de jogos de azar apesar do Decreto-Lei 9.215/46, que proíbe a
prática ou a exploração de jogos de azar em todo o território nacional. No entanto, em 2022, a
Câmara dos Deputados aprovou, por 246 votos a 202, o texto-base do projeto de lei que
legaliza os jogos no país (cassinos, bingos, jogo do bicho e jogos online mediante licenças em
caráter permanente ou por prazo determinado). O Governo Federal está caminhando para a
regulamentação das apostas.
Com isso, o Brasil enfrenta um dilema quanto à regulamentação dessas atividades. A
ausência de regulamentação dos cassinos online e das casas de apostas resulta em
consequências significativas para o país, tanto do ponto de vista financeiro quanto do social.
Contudo, caso a regularização ocorra, isso pode levar-nos a outro aspecto, o do impacto na
vida dos indivíduos no que diz respeito aos atos viciosos. Visto isso, é de suma importância o
estudo quanto a influência dos jogos de azar na saúde mental dos indivíduos

3. PROBLEMA DE PESQUISA
Nesse contexto, podemos evidenciar a problemática das doenças mentais que podem
ser ocasionadas pelos jogos de azar. Sabe-se que há diversos aspectos no que tange à
regulamentação dos cassinos e casas de apostas. Existe um forte grupo a favor, que diz sobre o
impacto positivo na economia do país, mas também há aqueles que se opõem a essa
legalização, por conta do efeito que a liberação desses jogos poderia causar sobre os
jogadores.
Nos últimos anos, os jogos de cassino online têm se popularizado e se tornado
acessíveis a um público cada vez maior no Brasil. No entanto, a regulamentação dessas
atividades e a facilidade de acesso aos jogos geram preocupações significativas, especialmente
no que diz respeito aos potenciais impactos na saúde mental dos jogadores. Com isso, é justo
perguntar: É válido o risco do retorno dos cassinos e casas de apostas no Brasil?
4. HIPÓTESE (S)
A problemática evidente nesse projeto trata-se justamente do vício em jogos de
apostas. Esse vício se forma por diversos fatores, como: a liberação de dopamina em todas as
apostas bem-sucedidas, necessidade em buscar novas experiências para movimentar seu
cotidiano, a existência de uma herança genética para vícios presente na biologia humana e
ainda tem a presença de problemas psicológicos que podem acarretar na busca por esse vício.
A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que torna legal os jogos de azar no
país, assim a problemática do retorno de um vício em massa para com esses jogos de apostas
torna-se cada vez mais preocupante. Além disso, a popularização de jogos de apostas virtuais
encontra-se cada vez mais em evidência na conjuntura social, e casos de perdas de elevados
quantitativos de dinheiro e o vício instaurado em apostadores estão cada vez mais frequentes.

5. OBJETIVOS
5.1 Objetivo Geral:
O objetivo principal do projeto de pesquisa apresentado, está em analisar e
compreender os riscos causados pelo retorno do sistema de jogos azarentos no país. Sua
ascensão no território brasileiro pode provocar problemáticas gravíssimas que serão aqui
investigadas de forma fundamentada e com clareza.

5.2 Objetivos Específicos:


Investigar como se dá a realidade no Brasil enquanto os cassinos e casas de aposta não são
legalizados, mas existem de maneira clandestina ou por vias digitais.
Analisar como os cidadãos brasileiros poderiam ser atingidos negativamente pela
regulamentação dos jogos de azar.
Avaliar pesquisas e dados para entender a influência dos jogos de azar nas ações do ser
humano e como isso pode afetar tanto individualemente como coletivamente.

6. REVISÃO TEÓRICA OU FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

É importante que haja um destaque às diversas pesquisas existentes sobre a


regulamentação dos cassino e casas de apostas e como isso pode influenciar os brasileiros,
para que se tenha uma melhor compreensão. Visto isso, no livro “O Poder do Hábito”, do ex-
repórter Charles Duhigg, é abordado um estudo que diz que nos Estados Unidos, uma a cada
duas raspadinhas são feitas para que a pessoa sinta que quase ganhou o prêmio, isso é feito
para diferenciar os jogadores sociais dos jogadores compulsivos. Ainda na obra de Duhigg
(2012), é mostrado um estudo do neurocientista Reza Habib, o qual chegou a conclusão de
que para os jogadores compulsivos uma quase vitória servia para impulsioná-los a continuar
tentando alcançar a vitória, já para os jogadores sociais essa quase vitória era uma derrota que
os fazia desistir. Isso pode ser exemplificado através da vida de Anne Bachmann, a qual foi
citada no estudo, essa dona de casa desenvolveu um vício enorme após fazer de um cassino
uma válvula de escape, esse vício trouxe uma perda de US$ 1 milhão e muitas dívidas para a
senhora.
Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que, a partir de um
levantamento feito pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP),
cerca de 1% da população brasileira é atingida pelo vício em jogos, ou seja, mais de 2 milhões
de brasileiros seriam prejudicados com a regulamentação dos cassinos e casas de aposta.
Também, outra estimativa da OMS afirmou que em 2016 houve uma perda global dos
apostadores de US$ 400 bilhões. Assim, nota-se que a regulamentação desses jogos de aposta
no quesito presencial poderia afetar de forma extrema a população brasileira, visto que a
capacidade de livre-arbítrio fica comprometida quando há vícios, fazendo com que muitos
gastem tudo o que têm em busca das vitórias nos jogos, ocasionando dívidas e perdas
irreparáveis na vida desses cidadãos.
Agora, é interessante citar a clínica terapêutica Casa Despertar, localizada em Aquiraz-CE,
na qual cerca de duas pessoas por dia buscam ajuda para tratamento de vícios em apostas
online, segundo o gerente Marcelo Palácio, o qual diz que “a dependência por apostas é
semelhante à dependência química, o vício faz com que a pessoa coloque a vida em risco,
pegando dinheiro emprestado com agiotas para apostar, quando o jogador ganha, sente aquela
dopamina, uma sensação de prazer parecida com a produzida pelo uso de entorpecentes,
quando perde, tem a mesma depressão e ressaca moral que a droga traz”. Em acréscimo,
Michel Nogara, doutor em psicologia clínica, também afirmou haver esse aumento do número
de pessoas procurando ajuda em relação a compulsão nos jogos de aposta, ele afirma que pelo
menos 30% dos seus pacientes possuem esse problema em suas vidas, apresentam uma certa
angústia e procuram nas apostas uma forma de fugir da realidade, dos problemas do
cotidiano. A regulamentação dessas casas de aposta e cassinos traria muitas facilidades aos
jogadores, isso está evidente, mas em uma situação hipotética (mais tarde pode ser uma
situação real) em que um jogador compulsivo se vê na situação de um cassino aberto perto de
sua residência, é notável como esses jogos acabariam destruindo sua vida, assim como os
entorpecentes fazem com milhões de famílias brasileiras.
Exemplificando essa situação, tem-se o caso de Murilo Castro (utilizando um nome fictício
para que seja protegida a integridade da pessoa) entre 2017 e 2022 arranjou uma dívida de
cerca de R$ 200 mil, pois viciou-se no chamado jogo do bicho e começou a realizar
empréstimos em prol de apostar. Realidade essa que faz parte da vida de muitos outros
cidadãos do Brasil e que com a regulamentação desses jogos abarcará um número maior
ainda.

7. METODOLOGIA
A metodologia a ser utilizada será a análise de estudos, pesquisas e opiniões de psicólogos
especialistas em casos de vícios e neurocientistas, como também de livros que abordam a
questão da neurociência dos hábitos. Além disso, reportagens de casos reais e matérias
jornalísticas também serão averiguadas, para que não se permaneça somente na teoria, mas
que seja visto na prática como os jogos de apostas e cassinos no quesito online já
influenciaram a vida de tantos brasileiros. Também será levado em conta as aulas teóricas do
Professor Dr. Erivaldo Cavalcanti e Silva Filho na matéria de Metodologia Científica.
8. CRONOGRAMA
(Quando e quais atividades serão realizadas ao longo curso?) Apresentar o planejamento
temporal das atividades a serem realizadas durante o período de duração da pesquisa. O
cronograma identifica a previsão do tempo necessário para passar de uma fase a outra.
Algumas ações podem ser executadas simultaneamente enquanto outras dependem da
realização da etapa anterior.

REFERÊNCIAS
(Quais os autores e obras utilizadas?) Apontar todo o material consultado na elaboração do
projeto (livros, revistas, sites, etc.) seguindo as regras da ABNT – 6023 para referências. No
projeto também podem ser listadas as obras a consultar.
Exemplos:

ALDER, Celso. Urbanismo e participação. Barcelona: Maxx, 2008.

ARROYO, Marc.; FERRETTI, Claud. As relações sociais na escolar. In: FLORASCIN, Paulo
et al. Trabalho e formação: o caminho da vida. São Paulo: Campus, 2009.
BRANCA, Carlos Pena. A avaliação em políticas públicas. Cadernos de Pesquisa, São Paulo,
n. 108, v. 2, nov. 2012. Disponível em: http://publicacoes.fcc.org.br/index.php. Acesso em 11.
Nov. 2022.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro


de 1996. Disponível em: < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm >. Acesso
em 14. Abr. 2023.

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