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LEI N.º 13.756/2018 – LEGALIZAÇÃO DAS APOSTAS ESPORTIVAS:


uma análise de seus impactos regulatório

Evaldo Mycael Costa De Sousa1


Thiago Sousa Silveira2

RESUMO

O trabalho tem como objetivo geral verificar os impactos da legalização das apostas
esportivas no Brasil, a fim de demostrar seus potenciais benefícios à sociedade. Sabe-
se que o país tem uma vasta cultura e com o passar dos anos, alguns atos comuns
do dia a dia vão se modernizando se adequando com o tempo. O caso das apostas
esportivas, pois foi expandindo-se, recebendo novos adeptos e com a ajuda das redes
sociais e sites exclusivos para apostas, é quase impossível determinar os limites dos
apostadores. Daí a importância de uma legislação específica para melhor regular este
mercado que não para de crescer. Em relação à metodologia, destaca-se o uso da
pesquisa bibliográfica por meio de livros e artigos de autores que abordaram esta
temática, assim como também uma pesquisa documental e claro a Lei n.º 13.756, de
12 de dezembro de 2018 que dispõe sobre o Fundo Nacional de Segurança Pública
(FNSP), sobre a destinação do produto da arrecadação das loterias e sobre a
promoção comercial e a modalidade lotérica denominada apostas de quota fixa e
outras providências.

Palavras-chave: Legalização. Apostas esportivas. Impacto regulatório.

ABSTRACT

The work has the general objective of verifying the impacts of the legalization of sports
betting in Brazil, in order to demonstrate its potential benefits to society. It is known
that the country has a vast culture and over the years, some common acts of daily life

1
Acadêmico do curso de Direito da Faculdade de Educação Santa Terezinha – FEST. E-mail:
evaldomycael@hotmail.com
2
Professor orientador. Thiago Sousa Silveira. Graduado em Direito pela FEST. Mestre em
Desenvolvimento Regional pela UFT. thiagosilveira@fest.edu.br
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are modernizing and adapting with time. The case of sports betting, as it has been
expanding, receiving new fans and with the help of social networks and exclusive
betting sites, it is almost impossible to determine the limits of bettors. Hence the
importance of specific legislation to better regulate this growing market. In relation to
the methodology, the use of bibliographic research through books and articles by
authors who addressed this theme is highlighted, as well as documentary research
and of course Law No. 13,756, of December 12, 2018, which provides for the National
Public Security Fund (FNSP), on the destination of the proceeds from the collection of
lotteries and on commercial promotion and the lottery modality called fixed-stakes bets
and other measures.

Keywords: Legalization. Sports betting. Regulatory impact.

1 INTRODUÇÃO

Por meio deste trabalho, pretende-se abordar os impactos e benefícios da


regulamentação das apostas esportivas no Brasil, que tornou-se legal através da lei
n.º 13.756/2018, que criou uma nova modalidade de apostas, intitulada “apostas de
quota fixa”, que consiste em um sistema de apostas relativas a eventos reais de
temática esportiva, em que é definido, no momento de efetivação da aposta, quanto o
apostador pode ganhar em caso de acerto do prognóstico.
O motivo quanto a proposta de estudo se justifica pela importância da temática,
uma vez que, buscaremos analisar os impactos da legalização das apostas esportivas
no Brasil, que advirá com a sua efetiva regulamentação.
Apresenta-se a seguinte problemática: Quais serão os prováveis impactos da
regulamentação das apostas esportivas no Brasil? A partir desse questionamento
surgem as seguintes questões norteadoras: Como se deu o processo de evolução das
apostas esportivas ao longo da história? Quais os benefícios que a regulamentação
das apostas esportivas poderá propiciar ao país? Quais problemas devem ser
enfrentado para garantir a efetividade e segurança da modalidade no país, levando
em consideração o cenário nacional?
A Lei n.º 13.756/18 (legalização das apostas esportivas) prever que os recursos
arrecadados deverá ser destinado a diversas áreas relevantes da sociedade brasileira
a qual seja: seguridade social, segurança pública, educação e os. Assim é notório, os
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impactos socioeconômico decorrente da legalização da pratica, é o que analisaremos


levando em consideração o sucesso de outros países. Há de se observar ainda os
benefícios aos apostadores, ora consumidores, que terão a certeza de estarem
protegidos legalmente a possíveis lesão ou ameaça a seus direitos.
Considera-se pertinente este trabalho que tem como objetivo geral verificar os
impactos da legalização das apostas esportivas no Brasil, a fim de demostrar seus
potenciais benefícios à sociedade. No que diz respeito aos objetivos específicos,
destaca-se: Descrever como se deu o processo de evolução das apostas esportivas
ao longo da história; Denotar quais os benefícios que a regulamentação das apostas
esportivas poderá propiciar ao país; Apontar os problemas que devem ser enfrentado
para garantir a efetividade e segurança da modalidade no país, levando em
consideração o cenário nacional.

2 CONTEXTO HISTÓRICO DAS APOSTAS ESPORTIVAS

As apostas esportivas têm origem na antiguidade, surgido conjuntamente com


a história dos esportes, uma vez que a pratica daquela depende desta, é nesse sentido
que dispõem Chagas (2016, p. 33-34):

As primeiras apostas derivam da Grécia antiga, há mais de dois mil anos,


tendo como palco os Jogos Olímpicos da Antiguidade. As primeiras
Olimpíadas incluíam em seu calendário competições de maratonas, salto em
distância, lançamento de dardo e disco, wrestling e boxe. Enquanto o evento
ocorria, os espectadores freneticamente casavam valores sobre os desfechos
de cada disputa.
A incorporação das práticas sociais gregas pela civilização romana inclui, da
mesma forma que os demais jogos de azar, as apostas sobre espetáculos
lúdicos. Nesse período, as corridas de bigas e as lutas entre gladiadores,
altamente difundidas durante o auge da cultura do pão e circo, eram os
eventos comumente utilizados como substrato das apostas.

Ao passar dos tempos com o avanço da tecnologia, logo foi criado o mecanismo
de apostas esportivas por meio online o que difundiu mais ainda a pratica, é o que
retrata Chagas (2016) ao relatar que a invenção da internet possibilitou o crescimento
da pratica mundialmente, com ressalva aos países que rapidamente instituíram
refreamento.
Ocorre que, apesar de alguns países proibirem, ocorre normalmente de forma
clandestina, funcionando como um verdadeiro mecanismo de lavagem de dinheiro e
crimes correlatos. Diante disso, muitos países perceberam que o melhor caminho
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seria a sua regulamentação, assim, a receita gerada seria mantida no país, uma vez
que restou evidente o crescimento do mercado de apostas esportivas on-line correlato
ao mercado ilegal, então o caminho mais viável encontrado por diversos países seria
passar regular as apostas, pois só assim poderiam fornecer amparo legal aos os
consumidores da pratica e ainda aumentar suas receitas tributárias (PAES, 2018).
Assim, diante de tal cenário mundial, no Brasil foi Sancionada pelo então
Presidência da República à época a Lei n.º 13.756/18 que dispõe a respeito da
regularização das apostas esportivas no território nacional, criando uma modalidade
de aposta denominada “apostas de quota fixa” modalidade lotérica em que o
apostador tenta prever o resultado de eventos reais (BRASIL. 2018).
Pois conforme, exemplifica Chagas (2016, p. 31):

Em desprezo à proibição, fato é que a proliferação de estabelecimentos


destinados à exploração dos jogos, em suas diversas modalidades, de forma
clandestina, segue a pleno vapor em todo o território nacional. A indústria
atua geralmente atrelada a atividades criminosas, tais como sonegação fiscal,
lavagem de capitais e corrupção, e, não raramente são os próprios agentes
estatais os responsáveis pela delinquência, sobre o jogo do bicho.

No mesmo seguimento, argumenta ainda Gomes (2019, p. 25) ao asseverar


que “A inchada máquina pública brasileira possui uma visibilidade pessimista com
relação a controle e fiscalização da aplicabilidade da lei, sendo daí a brecha para que
os cassinos tornassem “lavanderias” de dinheiro”.
No entanto, conforme afirma José (2013), citado por Gomes (2019, p. 25):

Também não é verdadeira a afirmação de que o Estado não tem condições


de controlar e fiscalizar estas operações. A Caixa controla, on-line de Brasília,
mais de 34 mil terminais instalados em 12 mil lotéricas em mais de 4,5 mil
municípios. A Receita Federal tem um dos sistemas de controle do Imposto
de Renda mais competentes do mundo e a Justiça Eleitoral controla 420 mil
urnas eletrônicas e divulga o resultado das eleições em apenas 5 horas. Ou
seja, com a tecnologia de ponta brasileira disponível, o argumento de que
essas atividades poderiam ser mais propícias à lavagem de dinheiro se
legalizadas não é válido.

Assim, a sociedade juntamente com os três poderes (Executivo, Legislativo e


Judiciário) tem a missão e o compromisso de buscar e estabelecer mecanismos de
controle e afrontamento de questões suscitadas que ameace ou dificulte os
procedimentos regulatórios legais de criação da atividade das apostas esportivas no
país, assim como ocorreu em outras jurisdições, que entenderam que o fato de não
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legalizar a pratica não necessariamente implicaria em sua não ocorrência, uma vez
que existindo a que o pratique, haverá quem o forneça.
Ocorre ainda que, o principal impacto da regulamentação das apostas
esportivas estar nos ganhos econômicos ao país. Neste sentido Relata Chagas (2016,
p. 55) que “Universidade de Paris I Panthéon-Sorbonne, no ano de 2014, em parceria
com o International Centre for Sport Security (ICSS), estima-se que o tamanho da
indústria de apostas esportivas esteja entre € 200 milhões e € 500 milhões (p. 9)
Aponta Soares (2019) que a análise que se tem no Brasil, é um estudo realizado
pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, estimando-se que o mercado brasileiro
movimenta mais de R$ 4 bilhões de reais por ano, tendo o potencial de ultrapassar o
montante de R$ 10 bilhões em caso de regulamentação, a julgar pela realidade de
outros países, em que a quantia apostada foi ampliada notavelmente após a
regulamentação.
Nesse sentido diz Pedro Trengrouse (apud SOARES, 2019, p. 35) que:

Não há regulamentação nem monitoramento dos mais de 400 sites


internacionais abertos para apostas online de cidadãos do Brasil, onde o jogo
é proibido. Enquanto não for monitorada, a atividade não tem mecanismos de
controle. Isso significa que: se considerarmos a carga tributária de 30% sobre
o valor dos prêmios pagos aos vencedores, algo em torno de R$ 9 bilhões ao
ano, o Brasil perde R$ 2,7 bilhões em impostos. E considero conservadoras
as estimativas.

Ademais, a regulamentação das apostas esportivas não se limitará tão somente


a benefícios econômicos, pois como bem retrata Salvaro (2019, p.18):

Com passos dados recentemente na direção da regulamentação do jogo


online no Brasil esperasse à geração de renda e emprego e possibilidades
de ganhos financeiros ao apostador e aos clubes, além da evasão de divisas
que poderiam ficar no Brasil. Além disso, irá proteger a população e irá
arrecadar recursos para quatro áreas importantes da sociedade brasileira:
seguridade social, segurança pública, educação e os esportes.

No entanto existe alguns barreiras que devem ser enfrentadas, pois conforme
opina Gomes, (2019, p. 20):

O maior desafio para que a indústria de jogos seja legalizada e


regulamentada no Brasil vem do seu próprio povo. A sociedade brasileira é
pesadamente castigada pela moléstia da corrupção e o cidadão teme que a
indústria dos jogos seja mais um aborrecimento para o Poder Público, em
virtude da grande quantidade de dinheiro que circula nestes ambientes e da
carga negativa que esta atividade possui.
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Assim, a aprovação da MP 846/2018 e sua posterior conversão na Lei


13.756/2018 (legaliza as apostas esportivas por cota fixa) representou um enorme
avanço socioeconômico ao país, uma vez que, o Brasil não poderia mais ficar omisso
quanto ao cenário mundial, o que na pratica, a sua futura regulamentação, que hoje
encontra-se pendente, além de trazer todos os mecanismos de controle, tributação,
arrecadação, e destinação representará uma grande impacto, seja juridicamente, seja
socialmente, sendo pois de relevante interesse o presente estudo.

3 OS POTENCIAS BENEFÍCIOS DA REGULAMENTAÇÃO DAS APOSTAS


ESPORTIVA AO PAÍS

Levando com consideração outros países, percebe-se sem grandes esforços


que os impostos arrecadados por estas empresas, podem ser revestidas em diversas
áreas da sociedade. Na Inglaterra, é investido nos setores de artes, esporte e saúde.
Já na Noruega o investimento é na cultura e na pesquisa cientifica. Na Alemanha, na
educação e atividades sociais. Percebe-se então o grande potencial de imediato do
setor, graças aos seus impostos (VEGAMASTER, 2019).
Retira-se no teor da Lei n.º 13.756, pendente a regulamentação, que seus
mecanismos buscará possibilitar o aproveitamento legal dessa modalidade de loteria
na geração de benefícios sociais estatutários. O Ministério da Fazenda tem mandato
de dois anos, prorrogáveis por mais dois, para regular uma estrutura financeira
adequada, forma de arrecadação de impostos e medidas eficazes que estabeleça
segurança a modalidade.
Diante da necessidade urgente de regulamentação, o deputado Evandro
Roman (PSD / PR) pediu audiência pública para discutir a regulamentação dos jogos
online no Brasil com representantes de empresas. Retrata o deputado Roman
(GAMES MAGAZINE BRASIL, 2019) que, um regime satisfatório pode representar
diversos benefícios, entre eles o anteparo aos consumidores, a arrecadação tributária,
e o fim da criminalidade da pratica e ainda assegurar a integridade do esporte. Ainda,
pressupõem ele que a realidade dos jogos online do país regulamentado teria
capacidade de valer US$ 2,1 bilhões com sua positiva tributação, no entanto, ressalta
que esta intimativa resultará de uma sucessão de fatores, mas que, conforme o atual
cenário brasileiro resta evidente o potencial do país para o jogo de apostas.
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Assim, evidente é os benefícios econômicos oriundos da pratica, mas não se


limita a isto, vale destacar ainda que a regulamentação das apostas esportivas online
propiciará a segurança jurídica aos seus praticantes, uma vez que, resta configurado
uma relação de consumo. Ainda, representa uma enorme luta contra a lavagem de
dinheiro e melhora na integridade do esporte. Ademais, há de se apontar a redução
vício patológico, através de mecanismos de controles e prevenção, a exemplo de
modelos adotados em outros país.
Observa-se, que uma forma de aproveitar os recursos das loterias de apostas
esportivas on-line com profundas implicações para a economia brasileira é financiar a
mudança do PIS/Cofins. Os benefícios para a sociedade brasileira são duplos: (i) a
redução da informalidade, os riscos agregados no meio informal para a integridade do
jogo e dependência patológica e a maior dificuldade de lavagem de dinheiro do que
regulamentação de apostas em esportes online Ofertas e (ii) a oportunidade de
financiar a reforma do PIS / Cofins com mais baixo custo, o que representa um a
sociedade brasileira (PAES, 2018).
É notório a necessidade de regular um mercado que já está em pleno
funcionamento e se tornou um dos maiores mercados do mundo, inclusive no setor
informal. O Brasil já estava precisando há bastante tempo regulamentar as apostas
esportivas online com benefícios para a sociedade como um todo. Os ganhos podem
ser ainda maiores quando os recursos são usados para enfrentar um dos graves
problemas econômicos do Brasil, que é a necessidade de reforma tributária.
Nesse caso, o duplo dividendo está a apenas um clique de distância na Internet,
dependendo apenas de uma regulamentação do poder público que contemple os
melhores mecanismo de segurança ao consumidor e investimento dos ganhos
econômicos, através de sua arrecadação tributária a sociedade como um todo.

4 DESAFIOS A SEREM ENFRENTADOS PELA REGULAMENTAÇÃO DAS


APOSTAS ESPORTIVAS NO PAÍS.

Evidente que, existe questões a serem enfrenta que podem ameaçar a


integridade das apostas esportivas, principalmente levando em conta a quantidade de
usuários e os valores astronômicos que circulam neste meio. Dentre tais, destacam
se o risco de manipulação de resultado e o vício em jogos.
A manipulação de resultado ocorre sempre que se busca fraudar o resultado
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de um jogo, e no mundo do esporte comumente ocorre visando ganhos financeiros


decorrente de apostas esportivas.
Como bem relata Marchetti (2019) a manipulação dos jogos acontece quando
um intercessor, quase sempre apostador, contata atletas, árbitros, treinadores ou
dirigentes buscando corromper o resultado da partida ou alguma variável para captar
vantagem particular.
A questão só se agrava com o mercado informal, uma vez que torna-se
impossível ter conhecimento sobre a realidade, logo inexiste mecanismos que possa
tecer controle ou estabelecer estatística que ajude no combate da manipulação dos
jogos no país.
Neste sentido, opina kelner (2016, p. 55):

Como conclusão das pesquisas e dos fatos apresentados, vimos que os


esportes realmente estão vulneráveis a casos de corrupção e crime
organizado. Assim, os casos de manipulação de resultado têm ocorrido com
frequência. Porém, como comentado anteriormente, o sistema de Sport
Betting e o fluxo de capital é global, logo a intenção de proibir o Sport Betting
em um determinado local com o intuito de promover a integridade no esporte
acaba não tendo o efeito desejado. Além disso, a medida acaba tendo um
resultado negativo, pois afasta e dificulta a possibilidade de investigação de
fraude, já que as apostas não são transparentes e abertas para os possíveis
fiscalizadores e reguladores. Isso ocorre, pois a manipulação de um evento
acontece, mas sua investigação é complicada, já que não se sabe onde
ocorreram as apostas.

Compartilha da mesma opinião Marchetti (2019, p. 105):

Já o argumento que defende a regulação do mercado de apostas esportivas


como uma medida importante no combate à manipulação de resultados no
futebol baseia-se em dois motivos principais: a) auxílio no controle sobre
quem faz as apostas, facilitando na detecção de padrões irregulares pelos
sistemas especializados, e b) o dinheiro arrecadado pode ser reinvestido em
medidas de combate às manipulações.

Assim, resta evidente que as opiniões negativas contrárias a regulamentação


da apostas esportiva, sobre a justificativa que a pratica poderá significar um enorme
crescimento de fraudes nos jogos esportivos do país, resta frustrada, pois ocorre a
todo vapor no mercado ilegal, e sua efetiva regulamentação na verdade ajudará no
combate as manipulações devido seus diversos mecanismo de controle e dados.
A segunda questão suscitada, refere-se a tendência viciante em apostas
esportivas, no entanto, ressalta-se que tal questão é de total conhecimento dos
operadores e dos países em que a pratica é regulamentada.
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De acordo com Paes (2018) o principal mecanismo que busca coibir o vício
patológicos é estabelecer limites de valores apostado por um certo lapso temporal,
podendo ainda ser restringido por gênero ou por faixa etária, com valores menores
aos mais jovem, que conforme estudo estão mais propicio a apostar.
Segundo Pwc (2011) conforme citado por Paes (2018) os operadores da União
Europeia necessariamente fornecem ações que garanta a segurança dos jogos e
mecanismos de diminuição do problema do vício. Para tanto, na ocasião os menores
de idade são proibidos de jogar, e devem haver em seus sítios da internet informações
sobre a pratica viciante e os locais em que se encontra assistência.
Assim, restou demostrado que manter-se na ilegalidade apenas agrava o
problemas de manipulação de resultado e do vicio patológico, uma vez que a
regulamentação oferece total capacidade para o combate de tais questões no país e
garante a efetividade e segurança da modalidade, basta apenas, que adotamos os
mesmos mecanismos de outras jurisdições que mostraram-se eficaz.

5 METODOLOGIA

O presente estudo classificou-se como descritivo, tendo em vista que a


abordagem é feita através de uma análise minuciosa, ordenada e interpretativa de um
assunto já conhecido. No entanto, a problemática é pouco abordada em nosso
ordenamento jurídico, visto que atualmente encontra-se em processo de
regulamentação, o que carece de informações, o que demostra a real importância do
tema proposto.
Como aponta Gil (2002, p. 42) “as pesquisas descritivas têm como objetivo
primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou,
então, o estabelecimento de relações entre variáveis”.
Em outras palavras, a pesquisa descritiva, segundo Malhotra (2001, p. 108) “é
um tipo de pesquisa que tem como principal objetivo a descrição de algo”, no mesmo
sentido argumenta Vergara (2000, p.47) ao relatar que a pesquisa descritiva "não têm
o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para
tal explicação”.
Levando-se em consideração esses aspectos expostos, a pesquisa descritiva
apresentou-se a mais adequada, uma vez que a temática escolhida carece de
informações aprofundas e detalhadas em nossa pátria, e é o que propomos a fazer
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através de uma análise minuciosa e hermenêutica.


Recorreu-se na presente pesquisa à técnica de análise bibliográfica e
documental das mais diversas fontes possíveis como livros, teses, artigos, monografia
etc., como subsídios teóricos essenciais para análise do tema proposto.
Importante ressaltar que, embora as pesquisas bibliográficas e documentais
pareçam sinônimos, possuem distinções. A respeito disso discorre Fonseca (2002, p.
32) ao afirmar que:

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências


teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como
livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico
inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando
referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou
conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a
resposta.

No entanto, a pesquisa documental de acordo com o autor retro mencionado:

A pesquisa documental trilha os mesmos caminhos da pesquisa bibliográfica,


não sendo fácil por vezes distingui-las. A pesquisa bibliográfica utiliza fontes
constituídas por material já elaborado, constituído basicamente por livros e
artigos científicos localizados em bibliotecas. A pesquisa documental recorre
a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como:
tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas,
filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de
programas de televisão, etc. (FONSECA, 2002, p. 32).

Importante ressaltar ainda o que pensa Beuren e Raupp (2004, p. 87) ao dispor
que “o estudante na elaboração do trabalho monográfico, sempre se valerá desse tipo
de pesquisa [...]”” a fim de trazer novos aspectos ao tema ou complementá-la com
novas informações, tornando-a mais valiosa (LUDKE & ANDRE, 1986).
Levando em considerações os aspectos mencionados, a presente escolha
como coleta de dados buscou satisfazer em sua integridade o tema tratado, a fim de
torná-lo mais esclarecedor e elucidativo, para que ao fim deste, o leitor possa obter
de forma concisa o conhecimento que o teor deste trabalho acadêmico buscou
repassar.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência internacional revela que a legalização das apostas desportivas


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na Internet já está presente em mais de vinte países, muitos dos quais já


desenvolvidos. Ocorre que, existem diferenças significativas entre os países em
termos de arrecadação orçamentaria e a forma como este mercado funciona. No
entanto, destaca-se que escolhas feitas por cada país dependem necessariamente da
finalidade que a regulamentação visa almejar.
De acordo com a Lei n.º 13.756/2018 o Ministério da Fazenda tem mandato de
dois anos, prorrogáveis por mais dois, para regularização da pratica. Apesar de não
haver uma “receita pronta” que facilite a sua criação, o poder legiferante tem a missão
de buscar em outros países aspectos que deram certo, mas deve se atentar a
realidade nacional, pois só assim poderá trazer mecanismo eficazes em sua
regulamentação.
Assim, o desenvolvimento do estudo permitiu uma análise e revisão das
perspectivas com a regulamentação das apostas esportivas no Brasil. Além disso,
possibilitou uma visão da Lei n.º 13.756, de 12 de dezembro de 2018 que “dispõe
sobre o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), sobre a destinação do produto
da arrecadação das loterias e sobre a promoção comercial e a modalidade lotérica
denominada apostas de quota fixa” e outras providências.
Com as recentes iniciativas para regulamentar os jogos de azar online no Brasil,
espere geração de renda e empregos e oportunidades de ganho financeiro para
apostadores e clubes, além de contornar a moeda estrangeira que permanecerá no
Brasil. Além disso, protegerá a população e levantará recursos para quatro
importantes áreas da sociedade brasileira: previdência, segurança pública, educação
e esporte.
Trata-se de um tema relativamente novo que ainda ganhará mais
fundamentação teórica. No geral, acredita-se que a problemática foi respondida e o
objetivo geral alcançado, pois foi possível observar verificar os impactos regulatórios
da Lei. Portanto, o trabalho não vem esgotar o tema, mas sim torna-lo mais discutido
no âmbito acadêmico e jurídico, pois é fundamental que estudantes do curso de
Direito, professores, amantes de jogos de azar e jogos eletrônicos, e sociedade como
um todo entenda melhor o assunto.
Após a pesquisa, pode-se opinar que é totalmente aceitável a legalização das
apostas esportivas, pois a partir do momento que há uma lei específica, os negócios
e atividades referentes ao jogos (apostas esportivas) ganham respaldo jurídico, e
passa gerar mais transparência a uma atividade que há anos vive à margem da
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legalidade apesar dos inúmeros benéficos que giram em torno de seu enorme
potencial socioeconômico, assim, diante do exposto, resta evidente que os passos
dados rumo a sua legalização é de extrema necessidade para a sociedade.

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