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A Lenda do Perdão

Conta uma antiga lenda que existia uma cidade onde a


palavra perdão nunca existiu. As pessoas eram,
portanto, donas da verdade, arrogantes e sofriam de
uma terrível moléstia, o com plexo de superioridade.
A convivência era bastante complicada porque todos se
consideravam perfeitos e com isso não enxergavam, nem
admitiam seus defeitos, erros ou equívocos.
Nessa cidade reinava a vaidade, a competição e a
inimizade, por mais que elas andassem disfarçadas por
detrás de sorrisos e manifestações de afeto.
Um dia uma mulher, vinda de outra cidade, foi morar lá.
Todos as tardes ia até a padaria e na volta sempre
passava por uma praça onde um grupo de rapazes
jogava bola.
Seu trajeto seria bem menor se ela cruzasse a praça, mas
para não atrapalhar o jogo deles ela fazia o seu caminho
contornando a praça.
Claro que nenhum deles nunca percebeu ou deu valor à
sua gentileza.
Naquela cidade muito poucos entendiam desse assunto.
Certo dia essa mulher estava cheia de preocupações,
com a cabeça bastante perturbada e na volta da padaria
não se deu conta do caminho que tomou e atravessou a
praça no exato momento em que um dos rapazes ia fazer
um gol.
O jogo parou, todos se olharam e o tal jovem, muito
bravo, perguntou a ela:
— A senhora não está vendo o que fez? Que falta de
atenção, até mesmo de consideração! Custava dar a volta
na praça?
E ela respondeu:
— Há cerca de seis meses que todos os dias eu dou a
volta na praça para não atrapalhar o jogo de vocês. Hoje,
no entanto, eu confesso que me distraí. Estava muito
envolvida com meus pensamentos. Peço a todos vocês
perdão por isso.
Ninguém entendeu o que ela quis dizer e um dos
meninos perguntou:
— Perdão? O que é perdão? O que ela significa?
— Perdão é um ato de humildade, embora alguns
julguem ser um ato de humilhação.
Os meninos foram para suas casas muito pensativos e
contaram a seus pais sobre o perdão.
Errar, cometer injustiças, tomar atitudes precipitadas
que podem prejudicar e magoar terceiros são coisas das
quais todo ser humano está sujeito. Reconhecer seus
erros e pedir perdão, no entanto, nem todos os seres
humanos são capazes.
Para isso é necessária uma enorme dose de humildade,
um coração sensato e um espírito elevado.
Só os grandes sabem pedir perdão!
Dizem que aquela cidade anda muito diferente, mais
alegre, as pessoas mais amigas, menos rivalidades e que
todos além de terem aprendido a pedir perdão, agora
também estão aprendendo a perdoar.
aviam dois irmãos que desde pequenos, aprenderam com os pais a serem muito
unidos. Assim que cresceram, foram morar em fazendas vizinhas separadas
apenas por um lindo riacho. Os irmãos trabalhavam juntos na criação de gado
leiteiro e, por serem tão unidos, tudo ia muito bem... Porém, um dia a situação
mudou.

O irmão mais velho ficou furioso com o irmão mais novo por causa de um erro na
contabilidade que os fez tomar prejuízo. Então, houve uma briga muito feia entre
eles! Os dois discutiram e aquela pequena falha se transformou numa troca de
ofensas, seguida por semanas de total silêncio entre eles.

Em uma manhã, um homem simples bateu à porta do irmão mais velho e ao ser
atendido, ele disse: »Bom dia! Estou procurando algum trabalho. Tenho muita
experiência com carpintaria. Na verdade, meu pai adotivo era um carpinteiro
muito bom e me ensinou tudo o que sei hoje. Você teria algum serviço para mim?«

O fazendeiro respondeu: »Bom dia. Na verdade, tenho sim. O senhor está vendo
aquela fazenda além do riacho? É do meu irmão mais novo. Nós tivemos uma
briga muito feia e já faz tempo que não nos falamos.«

» Eu entendo«, disse o carpinteiro.

E o irmão prosseguiu: »Eu não suporto mais sair na minha varanda e ter que olhar
para ele! Então, por favor, use a madeira que está guardada no meu celeiro para
construir uma cerca bem alta.«

»Entendi«, disse o carpinteiro, e completou: «Por favor, me mostre onde está o


martelo, os pregos e as outras ferramentas da fazenda.«

O irmão mais velho entregou todas as ferramentas ao carpinteiro e foi resolver


alguns assuntos na cidade. Enquanto isso, o homem ficou ali cortando e medindo
madeira o dia todo. Já no final da tarde, quando o fazendeiro voltou para casa, não
acreditou no que viu. Ao invés de levantar uma cerca, o carpinteiro havia
construído uma pequena ponte muito linda, ligando as duas margens do riacho. O
irmão mais velho ficou irado e falou àquele homem: »Seu atrevido! Você sabe
muito bem que não foi isso que eu mandei você construir!

Porém, ao olhar novamente para a ponte, ele viu o irmão mais novo correr de
braços abertos ao seu encontro: »Glória a Deus! Eu sabia que você não era uma
pessoa ruim! Quero que você saiba que você é mais que um irmão pra mim, você
é meu melhor amigo e eu estava com muita saudades! Você mandou construir
essa ponte, mesmo depois dos erros que cometi com o nosso dinheiro. Eu te amo
irmão!«

Emocionado, o irmão mais velho esqueceu as mágoas e foi ao encontro dele. Eles
se abraçaram e choraram muito em cima daquela ponte... Ao ver aquela cena, o
carpinteiro pegou suas coisas, virou as costas e, quando estava indo embora,
ouviu o irmão mais velho dizer: »Espera aí senhor! Preciso te pagar por seu serviço
maravilhoso! Você me ajudou a restaurar meu relacionamento com meu irmão e
me fez sentir o quanto é bom ter minha família de volta! Quanto te devo?«

Então o homem respondeu: »Você não me deve nada, meu amigo. Só de ver vocês
dois tendo uma nova chance já me deixou muito satisfeito. Essa é a minha
missão!«

Mas o fazendeiro insistiu: »Como assim?! Pelo menos diga o seu nome para que eu
possa sempre me lembrar do senhor.«
»Meu nome? Meu nome é JESUS«, respondeu o carpinteiro, indo embora em
seguida

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