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CLÍNICA DE MATEMÁTICA

UMA TERAPIA PARA A MENTE

NOÇÕES DE FUNÇÕES

y y = x2

4 •

y = 4x − x2

• x
O 2

Artur Silva Santos


São Luı́s - MA
2023
Sumário

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS FUNÇÕES 1


1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 O plano cartesiano R2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3 O conceito de função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.4 Crescimento e decrescimento de uma função . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.5 Funções injetiva, sobrejetiva e bijetiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS FUNÇÕES

Neste livreto apresentaremos os conceitos básicos sobre conjuntos usados


pelos matemáticos e o uso correto das notações de conjuntos, ajudando-os a alcançar
seus objetivos na disciplina de matemática da primeira série do Ensino Médio.

1.1 Introdução

A noção de par ordenado a seguir será admitida como um conceito primitivo.

Par ordenado
Sejam a e b dois números reais quaisquer. A cada elemento
a e a cada elemento b associado a um terceiro elemento P, nessa
ordem, denotado por P = (a, b), chama-se par ordenado.
No par ordenado P = (a, b) o elemento a chama-se primeira
ordenada de P e o elemento b chama-se segunda ordenada de P.

Igualdade de pares ordenados


Dois pares ordenados P = (a, b) e Q = (c, d) são iguais
quando suas primeiras e segundas ordenadas, respectivamente,
são iguais.
(a, b) = (c, d) ⇐⇒ a = c e b = d.

Exemplo 1. Calcular o valor de a de modo que os pares ordenados (3a − 1, 3) e (2a, 3)


sejam iguais.
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Resolução: como os pares ordenados (3a−1, 3) e (2a, 3) são iguais, então por definição,
tem-se
3a − 1 = 2a =⇒ 3a − 2a = 1 =⇒ a = 1.

Logo, a = 1.

Exemplo 2. Calcular os valores de x e y de modo que os pares ordenados (x + y, 1) e


(3, x − y) sejam iguais.
Resolução: como os pares ordenados (x + y, 1) e (3, x − y) são iguais, então por
definição, resulta

 x + y = 3 =⇒ x = 3 − y



 x − y = 1 =⇒ x = 1 + y

Substituindo x = 3 − y no primeiro membro da igualdade x = 1 + y, obtém-se


2
3 − y = 1 + y =⇒ 3 − 1 = y + y =⇒ 2 = 2y =⇒ y = =⇒ y = 1.
2
Permutando y por y = 1 no segundo membro da equação x = 1 + y, tem-se
x = 1 + 1 = 2.
Logo, x = 2 e y = 1.

Comentário
O par ordenado (a, b) é diferente do conjunto {a, b} porque
{a, b} = {b, a}, porém (a, b) , (b, a).

Terapia 1. Sejam x, y, z ∈ R tais que (x + 3, 2) = (4, −2y + 1) e (2x, 3y) = (z − 5, z + 6).


Calcule x + y + z.

Produto cartesiano
Dados dois conjuntos A e B, nessa ordem, chama-se produto
cartesiano de A por B, denotado por A×B, o conjunto formado por
todos os pares ordenados (a, b) cuja primeira ordenada a pertence
a A e cuja segunda ordenada b pertence a B.
A × B = {(a, b); a ∈ A e b ∈ B}
|{z}
Lê-se: A cartesiando B
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Exemplo 3. Dados os conjuntos A = {2, 3, 5} e B = {4, 6}, determine A × B e B × A.
Resolução: para uma melhor compreensão serão usados diagramas de árvore para
determinar os produtos cartesianos.
Usando o diagrama de árvore para determinando A × B, tem-se

4 (2,4) 4 (3,4) 4 (5,4)


2 3 5
6 (2,6) 6 (3,6) 6 (5,6)
n o
Logo, A × B = (2, 4), (2, 6), (3, 4), (3, 6), (5, 4), (5, 6) .
Usando o diagrama de árvore para determinando B × A, tem-se

2 (4,2) 2 (6,2)

4 3 (4,3) 6 3 (6,3)

5 (4,5) 5 (6,5)
n o
Logo, B × A = (4, 2), (4, 3), (4, 5), (6, 2), (6, 3), (6, 5) .

Propriedades do produto cartesiano

Para quaisquer conjuntos A e B valem as propriedades a seguir.

P1 ) A × B = ∅ ⇐⇒ A = ∅ ou B = ∅;
P2 ) Se A , B , ∅, então A × B , B × A;
P3 ) Se A = B, então A × B = A × A = A2 (lê-se A dois).
Exemplo 4. Dado o conjunto A = {1, 3, 5}, determine A2 .
Resolução: usando o diagrama de árvore para determinando A2 = A × A, tem-se

1 (1,1) 1 (3,1) 1 (5,1)

1 3 (1,3) 3 3 (3,3) 5 3 (5,3)

5 (1,5) 5 (3,5) 5 (5,5)


n o
Logo, A2 = (1, 1), (1, 3), (1, 5), (3, 1), (3, 3), (3, 5), (5, 1), (5, 3), (5, 5) .
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Número de elementos do produto cartesiano

Observe que no diagrama de árvare A × B do Exemplo 3 cada elemento de A


gerou dois pares ordenados. Como A possui três elementos, então o número de
pares ordenados construı́dos é 3. 2 = 6.
De um modo geral, se o conjunto A possui p elementos e o conjunto B possui
k elementos, então A × B possui pk elementos, ou seja, n(A × B) = n(A) · n(B), onde
n(A × B) é o número de elementos de A × B, n(A) é o número de elementos de A e
n(B) é o número de elementos de B.

Exemplo 5. Dados os conjuntos A com 8 elementos e B com 9 elementos, tem-se que


o número elementos de A × B é igual a 8 · 9 = 72 elementos, ou seja, A × B tem 72
pares ordenados.

Relação
Dados dois conjuntos A e B não vazios, chama-se relação R
de A em B qualquer subconjunto do produto cartesiano A × B
satisfazendo certas condições.
n o
R = (a, b) ∈ A × B; a ∈ A, b ∈ B e uma condição

Exemplo 6. Dados os conjuntos A = {2, 4, 6} e B = {3, 5, 7}, determine a relação R de


A em B tal que
n o
a) R = (x, y) ∈ A × B; y = x + 1
n o
b) R1 = (x, y) ∈ A × B; y = 2x + 1
Resolução: determinando A × B, tem-se

3 (2,3) 3 (4,3) 3 (6,3)

2 5 (2,5) 4 5 (4,5) 6 5 (6,5)

7 (2,7) 7 (4,7) 7 (6,7)


n o
Logo, A × B = (2, 3), (2, 5), (2, 7), (4, 3), (4, 5), (4, 7), (6, 3), (6, 5), (6, 7) .
a) os pares ordenados da relação R de A em B tal que y = x + 1 serão determinados
na tabela a seguir. Sejam x ∈ A e y ∈ B, então
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x y = x+1 (x, y)
2 y = 2+1 = 3 (2,3)
4 y = 4+1 = 5 (4,5)
6 y = 6+1 = 7 (6,7)
n o
Logo, R = (2, 3), (4, 5), (6, 7) .
b) os pares ordenados da relação R1 de A em B tal que y = 2x + 1 serão determinados
na tabela a seguir. Sejam x ∈ A e y ∈ B, então

x y = 2x + 1 (x, y)
2 y = 2·2+1= 4+1 = 5 (2,5)
4 y = 2·4+1= 8+1 = 9 (4,9)
6 y = 2 · 6 + 1 = 12 + 1 = 13 (6,13)
n o
Logo, R1 = (2, 5) .

1.2 O plano cartesiano R2

Plano cartesiano
Seja R o conjunto dos números reais, que constitui a reta
numérica, chama-se plano cartesiano, denotado por R2 = R × R,
o conjunto formado por todos os pares ordenados (x, y) reais.
n o
R2 = (x, y); x ∈ R e y ∈ R

Geometricamente, o plano cartesiano é formado por duas retas orientadas Ox


e Oy, perpendiculares entre si.
A reta Ox chama-se eixo dos x ou eixo das abscissas e a reta Oy chama-se eixo
dos y ou eixo das ordenadas.
A interseção entre os eixos Ox e Oy, denotada por O, chama-se origem do
sistema cartesiano.
A cada par ordenado de números reais (x, y) associa-se um ponto P do plano.
Esse ponto P chama-se imagem geométrica do par ordenado (x, y), onde x e y
chamam-se coordenadas cartesianas do ponto P.
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A primeira ordenada do ponto P = (x, y) chama-se abscissa e a segunda
ordenada chama-se ordenada, ou seja, x é a abscissa e y é a ordenada.
A figura a seguir mostra a representação gráfica do plano cartesiano R2 .

eixo das ordenadas

y • P = (x, y)

eixo das abscisas


O x

Exemplo 7. Represente os pontos O = (0, 0), A = (1, 2), B = (−2, −1), C = (−3, 3),
D = (2, −3), E = (3, 0) e F = (0, 1) num mesmo plano cartesiano R2 .
Resolução: sejam

C = (−3, 3) • 3

2 • A = (1, 2)

1 • E = (0, 1)
E = (3, 0)
• x
−3 −2 −1 O 1 2 3
B = (−2, −1) • −1

−2

−3 •
D = (2, −3)

Saiba mais
Os eixos Ox e Oy dividem o plano cartesiano R2 em quatro
regiões, chamadas quadrantes, caracterizadas pelos sinais das
coordenadas dos pontos.
A numeração dos quadrantes é feita no sentido anti-horário.
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A figura a seguir mostra a numeração dos quadrantes no plano cartesiano R2 .

sentido
2º quadrante 1º quadrante anti-horário
x<0 x>0
y>0 y>0
x
O
x<0 x>0
y<0 y<0
3º quadrante 4º quadrante

Terapia 2. Represente os pontos A = (−1, 2), B = (1, 4), C = (2, −2), D = (−2, −3),
D = (0, −4) e E = (−4, 0) num mesmo plano cartesiano R2 .

Exemplo 8. Determine os valores reais de x de modo que o ponto P = (2x − 6, x − 2)


pertença ao segundo do plano cartesiano R2 .
Resolução: com o ponto P pertence ao segundo quadrante, então

 6
 2x − 6 < 0 =⇒ 2x < 6 =⇒ x < =⇒ x < 3



 2
 x − 2 > 0 =⇒ x > 2

Os valores de x são determinados pela interseção das desigualdades x < 3 e


x > 2. Para isso, usa-se intervalos, então

x<3
x>2
x < 3∩x > 2
2 3
Logo, 2 < x < 3.
n o
Exemplo 9. Dados os conjuntos A = (x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ x ≤ 3 e y = 0 e
n o
B = (x, y) ∈ R2 ; x = 0 e 0 ≤ y ≤ 4 , determine A × B.
Resolução: sejam
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y

4• •

• • x
O 3

n o
Logo, A × B = (x, y); 0 ≤ x ≤ 3 e 0 ≤ y ≤ 4 .
n o n o
Terapia 3. Dados os conjuntos A = (x, y) ∈ R2 ; 1 < x < 2 e B = (x, y) ∈ R2 ; 1 < y < 3 ,
determine A × B.

1.3 O conceito de função

Definição de função
Sejam os conjuntos A e B não vazios, chama-se função f de
A em B, denotada por f : A → B, uma lei que associa a cada
elemento x ∈ A um único elemento y ∈ B.

f :A −→ B
x 7−→ y = f (x)

O conjunto A chama-se domı́nio da função f e o conjunto B


chama-se contradomı́nio.

Exemplo 10. A seguir serão mostrados alguns tipos de funções.


a) f : R → R definida por f (x) = k (função constante), onde k ∈ R;
b) f : R → R definida por f (x) = x (função identidade);
c) f : R → R definida por f (x) = ax (função linear), onde a ∈ R diferente de 0;
d) f : R → R definida por f (x) = ax + b (função afim), onde a, b ∈ R com a , 0;
e) f : R → R definida por f (x) = ax2 + bx + c (função quadrática), onde a, b, c ∈ R com
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a , 0;
f) f : R → R definida por f (x) = ax3 + bx2 + cx + d (função cúbica), onde a, b, c, d ∈ R
com a , 0.

Domı́nio de uma função


Sejam A ⊂ R e f : A → R uma função, chama-se domı́nio de f ,
denotado por D(f ), o conjunto formado por todos os elementos
x ∈ A para os quais a função é definida.
D(f ) = {x ∈ R; x ∈ A}

Exemplo 11. Determine o domı́nio da cada função a seguir.



a) f (x) = x + 3
Resolução: como no conjunto dos números reais não existe raiz quadrada de número
√ √
negativo, então x + 3 ≥ 0. Elevando ambos membros da desigualdade x + 3 ≥ 0
ao quadrado, obtém-se
√ 2
x+3 ≥ 02 =⇒ x + 3 ≥ 0 =⇒ x ≥ −3.

Logo, D(f ) = {x ∈ R; x ≥ −3}.


x
b) g(x) = 2
x −1
Resolução: como no conjunto dos números reais não existe divisão por zero, então
x2 − 1 , 0. Sendo assim,

x2 − 1 , 0 =⇒ x2 , 1 =⇒ x , ± 1 =⇒ x , ±1 =⇒ x , −1 ou x , 1.

Logo, D(g) = {x ∈ R; x , −1 ou x , 1}.


x+2
c) h(x) = √
2x + 1
Resolução: como no conjunto dos números reais não existe raiz quadrada de número

negativo e também não existe divisão por zero, então 2x + 1 > 0. Elevando ambos

membros da desigualdade 2x + 1 > 0 ao quadrado, resulta
√ 2 1
2x + 1 > 02 =⇒ 2x + 1 > 0 =⇒ 2x > −1 =⇒ x > − ·
2
 
1
Logo, D(h) = x ∈ R; x > − ·
2

x+1
d) f (x) = √
3x − 2
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Resolução: como no conjunto dos números reais não existe raiz quadrada de número
√ √
negativo e também não existe divisão por zero, então x + 1 ≥ 0 e 3x − 2 > 0.
√ √
Elevando ambos membros das desigualdades x+1 ≥ 0 e 3x − 2 > 0,
respectivamente, ao quadrado, obtém-se
 √ 2
≥ 02 =⇒ x + 1 ≥ 0 =⇒ x ≥ −1



 x + 1

 √ 2

 2

 3x − 2 > 02 =⇒ 3x − 2 > 0 =⇒ 3x > 2 =⇒ x >
3
Os valores de x são determinados pela interseção das desigualdades x ≥ −1 e
2
x > · Para isso, usa-se intervalos, então
3
x ≥ −1
2
x>
3
2
x ≥ −1 ∩ x >
3 −1 2
3
 
2
Logo, D(f ) = x ∈ R; x > .
3
Terapia 4.
1
Determine o domı́nio da função f : R → R definida por f (x) = √ ·
x2 − x + 2

Imagem de uma função


Sejam A, B ⊂ R e f : A → B uma função.
• Para cada x ∈ A, o elemento y = f (x) ∈ B chama-se valor da
função f no ponto x ou imagem de x por f .
• O conjunto formado por todas as imagens da função f ,
denotada por Im(f ), chama-se conjunto imagem de f .
Im(f ) = {y = f (x); x ∈ A e y ∈ B}

Exemplo 12. Determine o conjunto imagem de cada função a seguir.


a) f : A → R definida por f (x) = x2 + 1, onde A = {−2, −1, 0, 1, 2}.
Resolução: a tabela abaixo será usada para calcular a imagem de cada elemento do
domı́nio de f . Sejam x ∈ A e f (x) ∈ R, então
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x f (x) = x2 + 1
-2 f (−2) = (−2)2 + 1 = 4 + 1 = 5
-1 f (−1) = (−1)2 + 1 = 1 + 1 = 2
0 f (0) = 02 + 1 = 0 + 1 = 1
1 f (1) = 12 + 1 = 1 + 1 = 2
2 f (2) = 22 + 1 = 4 + 1 = 5

Logo, Im(f ) = {1, 2, 5}.


b) f : R → R definida por f (x) = x2 .
Resolução: a tabela abaixo será usada para calcular a imagem de f com valores à
esquerda e à direita próximos de 0. Ou seja,

x f (x) = x2
-2 f (−2) = (−2)2 = 4
-1 f (−1) = (−1)2 = 1
0 f (0) = 02 = 0
1 f (1) = 12 = 1
2 f (2) = 22 = 4

Logo, Im(f ) = [0, +∞).


c) f : R → R definida por f (x) = x3 .
Resolução: a tabela abaixo será usada para calcular a imagem de f com valores à
esquerda e à direita próximos de 0. Então,

x f (x) = x3
-2 f (−2) = (−2)3 = −8
-1 f (−1) = (−1)3 = −1
0 f (0) = 03 = 0
1 f (1) = 13 = 1
2 f (2) = 23 = 8

Logo, Im(f ) = R.
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Gráfico de uma função


Sejam A, B ⊂ R e f : A → B uma função, chama-se gráfico de f ,
denotado por G(f ), o subconjunto do conjunto de todos os pares
 
ordenados x, f (x) de A × B. Ou seja,
n o
G(f ) = (x, y) ∈ A × B; y = f (x)

Exemplo 13. Esboçar o gráfico de cada função a seguir, destacando o domı́nio e a


imagem.
a) f : R → R definida por f (x) = x.
Resolução: primeiro deve-se construir uma tabela para calcular a imagem de f .
Para isso, basta pegar valores à esquerda e à direita próximos de 0. Então,

x y = f (x) = x (x, y)
-2 f (−2) = −2 (-2,-2)
-1 f (−1) = −1 (-1,-1)
0 f (0) = 0 (0,0)
1 f (1) = 1 (1,1)
2 f (2) = 2 (2,2)

Esboçando o gráfico de f , obtém-se

y=x
2 •

1 •
x
−2 −1 0 1 2
• −1
• −2

Figura 1: Gráfico da função f (x) = x


Observe que D(f ) = R e Im(f ) = R.
b) f : R → R definida por f (x) = x2 .
Resolução: primeiro deve-se construir uma tabela para calcular a imagem de f .
Para isso, basta pegar valores à esquerda e à direita próximos de 0. Então,
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x y = f (x) = x2 (x, f (x))


-2 f (−2) = (−2)2 =4 (-2,4)
-1 f (−1) = (−1)2 = 1 (-1,1)
0 f (0) = 02 =0 (0,0)
1 f (1) = 12 = 1 (1,1)
2 f (2) = 22 = 4 (2,4)

Esboçando o gráfico de f , tem-se

y y = x2

• 4 •

• 1 •
x
−2 −1 0 1 2

Figura 2: Gráfico da função f (x) = x2

Observe que D(f ) = R e Im(f ) = R+ .


c) f : R → R definida por f (x) = x3 .
Resolução: primeiro deve-se construir uma tabela para calcular a imagem de f .
Para isso, basta pegar valores à esquerda e à direita próximos de 0. Então,

x y = f (x) = x3 (x, f (x))


-2 f (−2) = (−2)3 = −8 (-2,-8)
-1 f (−1) = (−1)3 = −1 (-1,-1)
0 f (0) = 03 = 0 (0,0)
1 f (1) = 13 =1 (1,1)
2 f (2) = 23 = 8 (2,8)

Esboçando o gráfico de f , tem-se


Observe que D(f ) = R e Im(f ) = R.
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y y = x3

8 •

1 •
x
−2 −1• −1 0 1 2

• −8

Figura 3: Gráfico da função f (x) = x3

Reconhecimento do gráfico de uma função


Para saber se um determinado gráfico é o gráfico de uma
função, basta traçar uma reta paralela ao eixo dos y, passando
em qualquer parte do gráfico. Se a reta tocar o gráfico num único
ponto, então o gráfico é de uma função, caso toque em mais de
um ponto o gráfico não é de uma função.

Exemplo 14. Os gráficos a seguir são gráficos de funções, pois traçando uma reta
paralela ao eixo dos y em qualquer parte de cada gráfica, a reta passa por unı́co
ponto do gráfico.
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y y

y=x y = −x
2 • • 2
1 • • 1
x x
−2 −1 0 1 2 −2 −1 0 1 2
• −1 −1 •

• −2 −2 •

y y = x2 + 1
y
• 5 •
2 •

1•
• 2 • √ • • √ x
1− 2 0 1 1+ 2

1
x y = −x2 + 2x + 1
−2 −1 0 1 2

y y
 x
1
f (x) = 2x f (x) =
2

1• •1
0 x 0 x

Exemplo 15. Os gráficos a seguir não são gráficos de funções, pois traçando uma
reta paralela ao eixo dos y em qualquer parte de cada gráfica, a reta passa por mais
de um ponto do gráfico.
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y y

2•
1•

• • x • • x
−1 0 1 −1 0 1

−1

−2

y y

x x
0

1.4 Crescimento e decrescimento de uma função

Função crescente
Dado A ⊂ R, uma função f : A → R chama-se crescente quando
existem x1 , x2 ∈ A, com x1 < x2 , tais que f (x1 ) < f (x2 ).

Exemplo 16. A função f : R → R definida por f (x) = 2x − 1 é crescente.


De fato: dados -1 e 1 no domı́nio de f , obtém-se
f (−1) = 2 · (−1) − 1 = −2 − 1 = −3 e f (1) = 2 · 1 − 1 = 2 − 1 = 1

Como −1 < 1 e f (−1) < f (1), então por definição f é crescente.


Graficamente, tem-se
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y
y = 2x − 1

1 •
x
−1 0 1
−1•

• −3

Função decrescente
Dado A ⊂ R, uma função f : A → R chama-se
decrescente quando existem x1 , x2 ∈ A, com x1 < x2 , tais que
f (x2 ) < f (x1 ).

Exemplo 17. A função f : R → R definida por f (x) = −2x + 1 é decrescente.


De fato: dados -1 e 1 no domı́nio de f , obtém-se
f (−1) = −2 · (−1) + 1 = 2 + 1 = 3 e f (1) = −2 · 1 + 1 = −2 + 1 = −1

Como −1 < 1 e f (1) < f (−1), então por definição f é decrescente.


Gaficamente, tem-se

• 3

1•
x
−1 0 1
−1 •

f (x) = −2x + 1
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Função monótona
Uma função crescente ou descrentes chama-se monótona.

1.5 Funções injetiva, sobrejetiva e bijetiva

Função injetiva
Dados A, B ⊂ R, uma função f : A → B chama-se injetiva
quando elementos diferentes em A são transformado por f em
elementos diferentes em B.
Noutras palavras: f : A → B é injetiva quando para quaisquer
dois elementos x1 e x2 em A, com x1 , x2 implica f (x1 ) , f (x2 )
em B.

Exemplo 18. A função f : N → N definida por f (n) = n + 1 é injetiva.


De fato: dados 1 e 2 no domı́nio de f , obtém-se
f (1) = 1 + 1 = 2 e f (2) = 2 + 1 = 3
Como 1 , 2 e f (1) , f (2), então por definição f é injetiva.
Exemplo 19. A função f : Z → Z definida por f (x) = x2 não é injetiva.
De fato: dados -1 e 1 no domı́nio de f , obtém-se

f (−1) = (−1)2 = 1 e f (1) = 12 = 1


Como −1 , 1 e f (−1) = f (1), então por definição f não é injetiva.

Função sobrejetiva
Dados A, B ⊂ R, uma função f : A → B chama-se sobrejetiva
quando, para qualquer elemento y em B, pode-se encontrar pelo
menos um elemento x em A tal que f (x) = y.
Noutras palavras: f : A → B é sobrejetiva quando o conjunto
imagem de f é igual ao seu contradomı́nio, ou seja, f (A) = B,
onde f (A) é a imagem do domı́nio A pela função f .
Prof. Me. Artur Silva Santos 20
Exemplo 20. A função f : R → R+ definida por f (x) = x2 é sobrejetiva.
De fato: para todo número real y em R+ , ou seja, y > 0, existe algum número real x
no domı́nio de f tal que y = x2 .

Exemplo 21. A função f : Z → Z definida por f (x) = x2 não é sobrejetiva.


De fato: não existe x no domı́nio de f tal que x2 = −1.

Função bijetiva
Dados A, B ⊂ R, uma função f : A → B chama-se bijetiva
quando é injetiva e sobrejetiva ao mesmo.

Exemplo 22. Mostrar que a função f : Q → Q definida por f (x) = ax + b é bijetiva.


Prova: será feita passo a passo.
1º Passo: mostrar que f é injetiva.
Se f (x) , f (y), então ax + b , ay + b
ay
ax , ay + b − b =⇒ ax , ay =⇒ x , =⇒ x , y.
a
Como f (x) , f (y) implica x , y , então f é injetiva.
2º Passo: mostrar que a função f é sobrejetiva.

Terapia 5. Mostrar que a função f : Q → Q definida por f (x) = 2x + 1 é bijetiva.

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