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RESUMOS – PALEONTOLOGIA

Paleontologia – Ciência que estuda os fósseis e tudo que com eles se relaciona
(Paleoambientes, Fauna, Flora, …). O cientista que se dedica à Paleontologia é o 2019/2020
Paleontólogo.

Fóssil - Restos de seres vivos (caules, ossos, dentes, conchas, …) ou vestígios da sua atividade (pegadas, ninhos, pistas,
impressões, …) que foram preservados por processos naturais, químicos, físicos ou ambos, ao longo dos tempos,
chegando até aos dias de hoje.

Nota:
 O material onde é mais comum existirem fósseis são as rochas sedimentares, podendo ainda serem encontrados
em âmbar (resina), gelo, …;
 Os fósseis possuem a mesma idade da rocha que os contém, são contemporâneos, pois formam-se em
simultâneo com a rocha;
 As rochas onde se encontram fósseis são normalmente sedimentares, formadas por sedimentos que se vão
depositando e envolvendo a estrutura a fossilizar (ex. calcário, arenito, argila, …), uma vez que as rochas
magmáticas e as metamórficas possuem características que envolvem temperatura e/ou pressão elevadas, que
não permitem preservar o elemento a fossilizar;
 Maior parte dos fósseis existentes é de origem marinha, por aí ser mais fácil obter as condições ideais para a
fossilização;
 Uma condição que facilita a existência de fósseis é o ser vivo a fossilizar possuir partes duras.

Tipos de Fósseis:

 Somatofósseis ou Eufósseis: nome dado aos fósseis que resultam de restos de seres vivos. (ex. ossos, dentes,
conchas, carapaças, troncos, folhas …);
 Icnofósseis: nome dado aos fósseis que resultam de vestígios da atividade dos seres vivos. (ex. pegadas,
excrementos, ovos, ninhos, túneis, galerias, …);
 Fósseis Vivos: seres vivos atuais que não sofreram grandes alterações no seu aspeto desde há milhões de anos,
existindo nos dias de hoje e encontrando-se fósseis dos mesmos com milhões de anos (ex. Nautilus, Ginkgo Biloba,
Caranguejo Ferradura ou Límulos … crocodilos, baratas, tartarugas);

Nautilus Límulos Ginkgo Biloba


Professor Hugo Marques
 Fósseis de Idade: permitem datar a rocha onde se encontram (datação relativa) por apenas terem existido num
curto período de tempo (curta distribuição estratigráfica), tendo-se rapidamente extinguido, tendo no entanto
abrangido uma grande área geográfica. (ex. Trilobites ou Amonites);

Trilobites Amonites
 Fósseis de Fácies ou Ambiente: permitem reconstituir o ambiente (Paleoambiente) em que os seres fossilizados
viveram, por exemplo, pelas suas características morfológicas. (ex. Trilobites, Amonites, Corais – excelentes fósseis
de ambiente aquático, marinho, de águas quentes, baixa profundidade, pouca agitação, boa luminosidade, águas
límpidas,…).

Fossilização - processo que dá origem a fósseis, através de ações físicas e/ou químicas, sobre restos de seres vivos ou
vestígios da sua atividade. São necessários 4 fatores:

1.º Rápida deposição de um sedimento muito “fino”, ou outro meio, sobre a estrutura a preservar, escapando esta à
destruição causada, por exemplo, pela meteorização/erosão dos agentes meteóricos (precipitação, vento,…) ou seres vivos;

2.º Existência de baixa temperatura, pressão, humidade e oxigénio, evitando a atuação de bactérias, que no caso de
existirem decomporão as “partes moles”, deixando as estruturas rígidas;

3.º Existência de “partes duras”. (ex. conchas, ossos, dentes, carapaças, troncos…);

4.º Muito, muito, muito… tempo, podendo serem encontrados nos dias de hoje.

Nota:
 Todos estes fatores são muito difíceis de se reunirem por forma a criarem as condições favoráveis à formação de fósseis;
 Só uma pequena parte dos organismos existentes no passado foi preservada, sob a forma de fósseis, para contar
a história da Terra.
Figura A – Os restos do ser vivo caem lentamente no
fundo do mar ou lago, ficando imediatamente cobertos
por sedimentos e escapando à destruição por outros
seres vivos ou pela meteorização/erosão.
Figura B – As partes moles são geralmente decompostas
pelas bactérias, conservando-se apenas as partes duras.
Figura C – As partes duras vão sendo cobertas por
camadas de sedimentos, formando estratos,
constituindo uma rocha que conserva o resto do ser
vivo, originando-se um fóssil.
Figura D – Quando as camadas rochosas que se
sobrepõem ao fóssil são destruídas, pela ação dos agentes erosivos/ meteóricos, este aparece à superfície.

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Tipos/ Processos de fossilização:

- Conservação Total ou Mumificação: preservação integral ou parcial do corpo de um ser vivo (partes moles e
partes duras), evitando a decomposição das partes moles por estarem envolvidas numa substância “impermeável”, como
a resina (âmbar), gelo ou alcatrão; São muito raros e permitem estudar melhor as partes orgânicas (tecidos moles) que
costumam desaparecer. (ex. mamutes em gelo, insetos em âmbar…);

- Mineralização: Processo de fossilização em que há substituição completa da substância original que constitui as
partes duras do organismo por uma outra substância mineral contida no sedimento em que o organismo se encontrava
(sílica, calcite); Transformação do organismo em “pedra”. (ex. esqueletos de dinossáurios, troncos de árvore petrificados…);

- Moldagem: processo de fossilização em que os restos dos seres vivos desaparecem e se preserva o seu molde,
interno ou externo, nos sedimentos que o cobriam; As pegadas também podem ser formadas por moldagem.

Importância dos Fósseis: Os fósseis permitem construir a história da Terra, reconstituindo fauna, flora, ambientes antigos
e datar as rochas em que se encontram. Permitem ainda perceber como as espécies evoluíram até à atualidade.

Nota:
 A Terra formou-se à 4600 M.a. A vida na Terra surgiu à 3800 M.a. (M.a. – milhões de anos);
 A unidade do Tempo Geológico é o milhão de anos;
 O Tempo Geológico não pode ser confundido com o Tempo Histórico, que surgiu apenas com o aparecimento do
Homem, há 0,2 M.a.;
 O Tempo Geológico é todo o tempo desde a formação da Terra à atualidade;
 A Tabela Cronostratigráfica representa o Tempo Geológico em intervalos de tempo menores, divididos de acordo
com acontecimentos importantes para a história da Terra;
 O Tempo Geológico encontra-se dividido em: Eon>Era>Período>Época>Andar, sendo o Eon correspondente ao
maior intervalo de tempo e o Andar ao menor.

A datação das Rochas divide-se em:

 Datação Absoluta, Numérica ou Radiométrica – consiste na datação precisa de uma rocha em milhões de
anos, com base na transformação, ao longo do tempo, de determinados elementos constituintes das rochas.
Este processo não permite ser realizado em rochas metamórficas, pois fatores como a pressão e temperatura
afetam este processo, ou em rochas sedimentares, por serem constituídas por fragmentos de várias rochas.

 Datação Relativa – consiste na datação de uma rocha por comparação, não sendo possível obter um valor
exato mas apenas a informação se a rocha é mais antiga ou recente do que aquela com a qual que está a ser
comparada.

Professor Hugo Marques


Princípios que permitem a datação Relativa:

 Princípio da Horizontalidade Original - os sedimentos são depositados em camadas horizontais, os estratos.

 Princípio da Sobreposição dos Estratos - os estratos superiores são mais recentes que os inferiores (mais antigos),
pois formaram-se após estratos já existentes.

 Princípio da Identidade Paleontológica - os estratos com o mesmo conteúdo fossilífero são da mesma idade e
formaram-se em ambientes semelhantes.

 Princípio da Interseção – uma estrutura geológica como uma falha ou filão que interseta outra é mais recente do
que esta.

Nota:
 As Grandes Eras que “contam” a história da Terra são a: Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica, sendo que antes da
era Paleozóica, e desde a formação da Terra, o intervalo de tempo é referido como Pré-Câmbrico. (Estudar
páginas 182 a 185 do manual).

Pré-Câmbrico (4600 a 542 M.a.)

 Modificação da atmosfera primitiva, aumento de oxigénio e azoto e diminuição de dióxido de carbono;


 Acumulação de água no estado líquido, formando oceanos;
 Aparecimento de vida simples, nos oceanos, a partir de moléculas orgânicas (semelhantes a bactérias);
 Formação de poucos fósseis como os Estromatólitos, estruturas recifais formadas por bactérias;
 Aparecimento de invertebrados marinhos – Fauna de Ediacara (650 M.a.).

Era Paleozóica (542 a 251 M.a.)

 Aparecimento das Trilobites;


 Formação da camada de Ozono na atmosfera;
 Aparecimento das primeiras plantas terrestres e primeiros animais anfíbios (colonização do ambiente terrestre);
 Diversas extinções em massa, devido a alterações climáticas e atividade vulcânica, que no final desta Era marcou a
extinção de 90% da vida marinha, incluindo as trilobites, e 75% de animais terrestres.

Era Mesozóica (251 a 65 M.a.)

 Domínio dos dinossáurios e dos répteis marinhos;


 Aparecimento e desenvolvimento das amonites;
 Aparecimento dos primeiros mamíferos de pequeno tamanho, primeiras aves, que terão evoluído dos
dinossauros, e das primeiras plantas com flor;
 A segunda maior extinção em massa da história da Terra, há cerca de 65 M.a., que culminou com a extinção dos
dinossáurios e das amonites, por uma mudança catastrófica do clima na Terra, derivada do impacto de um
enorme meteorito, ou resultado de uma enorme atividade vulcânica, ou resultado de uma combinação de ambos
os fatores. 60% de todas as formas vivas foram extintas.

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Era Cenozóica (65 M.a. à atualidade)

 Proliferação dos mamíferos, que se diversificaram e ocuparam todos os ambientes terrestres e aquáticos, pois os
grandes répteis haviam sido extintos;
 Ocupação de diferentes ambientes pelas aves;
 Domínio das plantas com flor, que estimularam a evolução dos insetos;
 Aparecimento de Hominídeos, a partir de primatas, que deram origem ao Homem moderno;
 Levantamento de grandes cadeias montanhosas, como os Andes, Himalaias e Alpes.

Acontecimentos marcantes do passado:

 Glaciações – alterações do clima onde a temperatura baixa, pode levar a regressões marinhas e extinção de
espécies;
 Aquecimento Global – alterações do clima onde a temperatura aumenta, pode levar a transgressões marinhas e
extinção de espécies;
 Transgressões e Regressões marinhas – resultam de alterações climáticas que aumentam a formação das calotes
polares ou o degelo das mesmas, levando a oscilações do nível médio das águas do mar, recuo ou avanço das
linhas de costa e com isso a extinção de espécies;
 Atividade Vulcânica – pode levar a um aquecimento global, com transgressões marinhas, podendo afetar a
qualidade do ar atmosférico, assim como a taxa de fotossíntese das plantas, pois o elevado número de cinzas que
pode existir na atmosfera é capaz de bloquear a luz solar e levar à extinção de espécies;
 Extinções em Massa – diminuição da biodiversidade devido a alterações climáticas, aumento da atividade
vulcânica, impacto de meteoritos, transgressões e regressões marinhas, entre outros fenómenos repentinos e
catastróficos ou outros calmos e lentos; marcaram o final do Paleozóico/ início do Mesozóico e o final do
Mesozóico;
 Aparecimento de espécies /evolução da vida – a partir de espécies existentes;
 Impacto de corpos cósmicos (meteoritos) - pode levar a fenómenos climáticos e afetar a qualidade do ar
atmosférico, assim como a taxa de fotossíntese das plantas, pois o elevado número de partículas que pode existir
na atmosfera resultantes do impacto é capaz de bloquear a luz solar e levar à extinção de espécies;
 Mobilidade das placas litosféricas – permitiu o aparecimento de novos ambientes que influenciaram na
evolução/extinção de espécies.

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