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Novas Leituras 9 | Guia do Professor

TESTE N.° 5

ESCOLA:

TESTE DE PORTUGUÊS
Ano: 9.° | Turma: Data: / /20

GRUPO I
Parte A
Lê o texto com atenção.

Viajar nos Livros


Dia Internacional do Livro Infantil

Era uma vez um tempo em que ainda não havia va-


cinas (ou havia muito poucas), e os meninos aguenta-
vam semanas na cama, sem poderem ir à escola,
desembaraçando-se alegremente de papeiras, varice-
5 las, tosses convulsas e gripes que duravam eternida-
des. Era também um tempo em que ainda não havia
televisão, nem se sonhava com vídeos ou jogos de com-
putadores. Num tempo desses fiz a minha provisão de
sonho e aventura: durante uma pneumonia, curada a
10 papas de linhaça, li A Ilha do Tesouro e Moby Dick.
Por isso até hoje esses livros têm cheiro, o cheiro
inconfundível dos remédios para sempre colado à
ideia do cheiro do rum, da estalagem do Capitão Ben-
bow, ou do convés do “Pequod”. E desde então
15 aprendi que se pode viajar de muitas maneiras, com
a companhia que quisermos, durante o tempo que
entendermos. Basta um livro nas nossas mãos para
que mundos verdadeiros e mundos imaginados se
estendam à nossa frente, sem fronteiras, sem pas-
20 saportes, sem horários de chegada ou de partida. In-
felizmente a literatura portuguesa não é muito rica
em livros de viagens. Fizemo-nos ao mar – e dessa
aventura demos conta n‘Lusíadas; perdemo-nos por
desvairadas terras – e dessa aventura demos conta
25 na Peregrinação. Depois – cansámo-nos um pouco…
Esta seleção de livros é, como todas, subjetiva.
De um modo mais ou menos abrangente, todos
incidem sobre o tema da viagem. E todos têm um
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final comum: viajar.


30 É bom, porque existe um lugar (ou um sonho, ou
alguém) a que vale a pena regressar. http://www.dglb.pt/sites/DGLB/Portugues/livro/promocaoLeitura/
Alice Vieira accoesPromocaoLeitura/diasMundiais/Documents/viaj_livros.pdf
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3. Testes de Avaliação | Novas Leituras 9

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Para responderes a cada item, seleciona a afirmação adequada ao sentido do texto.

1.1. A expressão “duravam eternidades” (linhas 5-6) contém uma:


a) ironia.
b) hipérbole.
c) metáfora.
d) personificação.

1.2. Na frase “[…] nem se sonhava com vídeos ou jogos […]” (linha 7), a expressão sublinhada pode
ser substituída por:
a) nem se desejava.
b) nem se gostava de.
c) nem havia.
d) nem se previa haver.

1.3. Na frase “E desde então aprendi que se pode viajar de muitas maneiras […].” (linhas 14-15), a expressão
sublinhada é uma oração:
a) subordinada adjetiva restritiva.
b) subordinada adjetiva explicativa.
c) subordinada substantiva completiva.
d) subordinada substantiva relativa.

1.4. Na linha 21, a palavra “rica” significa:


a) abundante.
b) opulenta.
c) rara.
d) valiosa.

1.5. O complexo verbal “demos conta” (linha 23) pode ser substituído por:
a) apercebemo-nos.
b) notamos.
c) narramos.
d) consideramos.

1.6. A afirmação “[…] cansámo-nos um pouco…” (linha 25) pretende salientar que:
a) as viagens cansam.
b) é cansativo ler os livros de viagens.
c) narrar as viagens é cansativo.
d) não se fez mais nada digno de relato.

1.7. A locução “ou… ou” (linha 30) apresenta uma ideia de:
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a) adição.
b) alternativa.
c) conclusão.
d) oposição.
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Parte B
Lê o excerto de Os Lusíadas de Luís de Camões. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário
apresentado.

Despedidas em Belém
87 Partimo-nos assi do santo templo1 89 Em tão longo caminho e duvidoso
Que nas praias do mar está assentado, Por perdidos as gentes nos julgavam,
Que o nome tem da terra, pera exemplo, As mulheres cum choro piadoso,
Donde Deus foi em carne ao mundo dado. Os homens com suspiros que arrancavam.
Certifico-te, ó Rei, que, se contemplo2 Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso
Como fui destas praias apartado, Amor mais desconfia4, acrecentavam
Cheio dentro de dúvida e receio, A desesperação e frio medo
Que apenas nos meus olhos ponho o freio3. De já nos não tornar a ver tão cedo.
88 A gente da cidade, aquele dia,
(Uns por amigos, outros por parentes, In Os Lusíadas, Luís de Camões
Outros por ver somente) concorria, edição de A. J. da Costa Pimpão,
Saudosos na vista e descontentes. MNE-IC, 2000

E nós, co a virtuosa companhia


De mil Religiosos diligentes,
Em procissão solene, a Deus orando,
Pera os batéis viemos caminhando.

VOCABULÁRIO
1
a ermida de Nossa Senhora de Belém; 2 penso; 3 dificilmente contenho as lágrimas; 4 receia

Responde, de forma completa e bem estruturada, aos itens que se seguem.


2. Situa o excerto transcrito na estrutura interna da obra a que pertence.
3. Identifica o narrador e classifica-o quanto à presença.
4. “Que apenas nos meus olhos ponho o freio” (estância 87)
4.1. Identifica o recurso expressivo no verso transcrito, evidenciando o seu valor expressivo.
5. As personagens intervenientes no momento da ação narrado formam dois grupos distintos: aqueles
que partem e aqueles que ficam.
5.1. Identifica as personagens de cada um dos grupos.
5.2. Enuncia os sentimentos manifestados por aqueles que ficam e as causas dos mesmos.
6. Comenta a atitude dos navegadores nos últimos quatro versos da estância 88.

GRUPO II
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Transforma em discurso indireto a frase a seguir apresentada.


Vasco da Gama garantiu:
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– Vamos fazer esta viagem em nome da pátria e seremos bem-sucedidos.


2. Os marinheiros que partiram de Belém despediram-se comovidos da multidão.
2.1. Transcreve a oração subordinada que integra a frase anterior e classifica-a.
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3. Testes de Avaliação | Novas Leituras 9

3. Transforma cada par de frases simples numa frase complexa, utilizando conjunções e locuções
conjuncionais das subclasses indicadas entre parênteses.
a) A multidão sentia-se triste e receosa. A viagem era longa e perigosa. (locução subordinativa causal)
b) O capitão sentia-se muito comovido. Os seus olhos estavam marejados de lágrimas. (conjunção
subordinativa consecutiva)

4. Completa cada uma das frases seguintes com a forma do verbo apresentado entre parênteses,
no tempo e no modo indicados.
Pretérito perfeito simples do indicativo
a) Os navegadores _______________ (obter) grande reconhecimento pelo seu feito heroico.
b) A viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia _______________ (trazer) muitas van-
tagens para Portugal.
Futuro simples do conjuntivo
c) Se os navegadores _______________ (ter) sorte, a viagem será bem-sucedida.
b) Se os navegadores _______________ (regressar) sãos e salvos, a família ficará feliz.

5. Associa cada elemento da coluna A ao único elemento da coluna B, de modo a identificares a


função sintática desempenhada pela expressão sublinhada em cada frase.

Coluna A Coluna B
A. A gente da cidade despediu-se dos marinheiros. 1. complemento agente da passiva
2. complemento direto
B. Vasco da Gama sentia-se comovido.
3. complemento indireto
C. Os religiosos acompanharam-nos até aos batéis. 4. complemento oblíquo
5. modificador
D. Os navegadores partiram nesse dia.
6. predicativo do sujeito
E. Os navegadores eram apoiados pelo rei. 7. sujeito

6. Assinala a alínea em que a palavra para não é uma preposição.


a) “Para os batéis viemos caminhando.” (estância 88)
b) Os navegadores preparam-se para a perigosa viagem.
c) A gente da cidade ocorreu à praia para se despedir dos navegadores.
d) Depois de os marinheiros partirem, eles foram para casa.

GRUPO III
Na verdade, os homens partiam em busca de fortuna, deixando para trás a sua família.

Escreve um texto de opinião, de 180 a 240 palavras, no qual te posiciones a favor ou contra a viagem
realizada pelos navegadores portugueses, fundamentando devidamente o teu ponto de vista.

O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de
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conclusão.
Antes de redigires o teu texto, aponta em forma de tópicos as ideias gerais que queres apresentar.
No final, relê com atenção o texto que escreveste, verifica se respeitaste a tua planificação e procede
a ajustes e/ou correções que consideres necessários.
PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO DOS TESTES FORMATIVOS
(Guia do Professor)
TESTE N.° 5
Grupo I

Parte A

1.1. b) 1.2. d) 1.3. c) 1.4. a) 1.5. c) 1.6. d) 1.7. b)

Parte B

2. O excerto situa-se no plano da História de Portugal (que surge encaixado no da Viagem).

3. Vasco da Gama narra a História de Portugal ao rei de Melinde, durante a Viagem até à Índia,
sendo, portanto, um narrador participante.

4.1. A metáfora no verso transcrito evidencia a insegurança e o receio expresso pelo narrador por
tão arrojada empresa, cujo desenlace não pode prever.

5.1. Os que partem são os marinheiros, os que ficam são os familiares, amigos e curiosos (“A gente
da cidade”) que foram despedir-se dos argonautas.

5.2. Tanto as mulheres (“choros piedoso”) como os homens (“suspiros que arrancavam”) sentem-se
“saudosos”, “descontentes”, amargurados e desesperados, pois sabem que se trata de uma viagem
longa e perigosa (“tão longo caminho e duvidoso”) e, como tal, temem não voltar a ver tão cedo, ou
nunca mais, os seus entes queridos.

6. Os navegadores dirigem-se às barcas em “procissão solene” e a rezar, manifestando assim a sua


fé, mas também o receio que sentem pela aventura que estão prestes a realizar, preparando desta
forma a sua alma para uma eventual morte durante a viagem

Grupo II

1. Vasco da Gama garantiu que iam fazer aquela viagem em nome da pátria e que seriam bem-
sucedidos.

2.1. que partiram de Belém: oração subordinada adjetiva relativa restritiva

3. Exemplos:
a) Uma vez que a viagem era longa e perigosa, a multidão sentia-se triste e receosa.
b) O capitão sentia-se tão comovido que os seus olhos estavam marejados de lágrimas.

4. a) obtiveram
b) trouxe
c) tiverem
d) regressarem

5. A. 7.; B. 6.; C. 2.; D. 5.; E. 1.

6. c)

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