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LUÍS DE CAMÕES 19 ABRIL

“Mudam-se os tempos ,
mudam-se as vontades”
-Luís de Camões

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LUÍS DE CAMÕES 19 ABRIL

Biografia de Luís Vaz de Camões


Poema

Índice Análise formal


Análise do poema
Conclusão
Vídeo

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LUÍS
T ADBEL E
C AOM
FÕCEOSN T E N T S 19 ABRIL

Biografia
Não existem muitos dados sobre a vida de Camões. A maioria deles é
baseada em hipóteses que são obtidas, muitas vezes, em base da
interpretação dos seus poemas.

Luís de Camões, nasceu em Lisboa em 1524 e morreu em 1580. Depois de


frequentar a Universidade de Coimbra, foi soldado e perdeu o olho no
combate de Marrocos.

Este morou na Índia durante três anos e esteve, também, na Arábia, em


Macau e em Moçambique. Assim sendo, Camões esteve ao longo de 17 anos
fora de Portugal (1533-1570).

Ele é a maior referência para a literatura portuguesa. Este inspirou-se nos


clássicos gregos e romanos para escrever uma das suas grandes obras,
“Os Lusíadas” e vários sonetos.

Por muito que a sua vida tivesse sido dura, nota-se que o poeta teve uma
educação requintada, o que lhe permitiu estabelecer uma conexão com os
poemas e a escrita. A sua imortalidade ainda está presente, através da sua
02
03 escrita que vangloria os feitos do povo lusitano.
LUÍS
T ADBEL E
C AOM
FÕCEOSN T E N T S 19 ABRIL

Poema
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,


Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,


Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,


Outra mudança faz de mor espanto:
02
04 Que não se muda já como soía.
LUÍS DE CAMÕES ~ MUDAM-SE OS
19 ABRIL
TEMPOS MUDAM-SE AS VONTADES

Análise Formal
Este poema, foca aspetos interessantes neste caso as estações do ano,
que nos remete para a passagem do tempo imitindo a reflexão do autor
que se apresenta sem título...

Tendo em conta a mensagem deste poema, a imagem que quer transmitir


surge sempre desatualizada, uma vez que o mundo está em constante
mudança.

Este poema insere-se na corrente Renascentista (Medida Nova) a nível


formal e temático. Caracteriza-se por ser um soneto, constituído por duas
quadras e dois tercetos (14 versos).

Todos os versos são decassílabos (constituídos por 10 sílabas métricas).


Esquema rimático é abba abba cdc dcd, ou seja, rima emparelhada em "b",
interpolada em "a" e cruzada em "d" e "c" nos tercetos.

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LUÍS DE CAMÕES ~ MUDAM-SE OS
19 ABRIL
TEMPOS MUDAM-SE AS VONTADES

Análise do Poema
Ao longo do poema, este tema é reforçado pelo o uso do verbo mudar. Está
associado à passagem do tempo, ao qual estamos todos sujeitos, assim esta
mudança é imprevisível.

Na 1ª quadra, o sujeito poético expõe o tema referindo-se, assim como as


pessoas mudam os seus sentimentos, as suas vontades e até os seus
próprios interesses ao mesmo tempo sofrem uma evolução ("mudam-se
as vontades”).

Ou seja, existe uma alteração na forma de ser e na confiança que temos


uns com os outros e com nós mesmos. No primeiro verso apresenta-se
uma anáfora ("Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades") e no terceiro
uma hipérbole ("Todo o mundo é composto de mudança").

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LUÍS DE CAMÕES ~ MUDAM-SE OS
19 ABRIL
TEMPOS MUDAM-SE AS VONTADES

Continuação
Na 2ª quadra o autor desenvolve mais este tema iniciando a estrofe com um advérbio
“Continuamente”, o que reforça a mudança contínua e a sua imprevisibilidade (“diferentes em
tudo da esperança”).

No seguimento do soneto de Camões, este na 3ª estrofe utiliza um terceto para a confirmação


desta mudança. Fazendo uma referência à natureza, ( a mudança das estações do ano, do
inverno para a primavera), este cria uma comparação consigo mesmo.

Estas mudanças perturbam o sujeito poético, pelo facto destas ocorrerem naturalmente na
Natureza. Surgindo uma contradição entre o mundo e a alma do sujeito, este sente que o seu
doce canto ,ou seja, a neve fria foi substituída pela alegria primaveril, provocando algum
desconcerto o que leva ao seu choro.

Na estrofe é utilizada a metáfora, em todos os versos, pelo o que nos remete à esperança e
renovação. A antítese (“E, em mim, converte em choro o doce canto”) demonstra a tristeza
constante sobre esta mudança.

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LUÍS DE CAMÕES ~ MUDAM-SE OS
19 ABRIL
TEMPOS MUDAM-SE AS VONTADES

Continuação

Por fim, na 4ª estrofe o autor conclui, que sendo este período de tempo contínuo e
incontornável, a própria mudança muda constantemente, apesar desta mesma ocorrer de forma
diferente.

Consequentemente, provoca uma certa tristeza e frustração ao sujeito poético, pois este tem
consciência da efemeridade da vida e a inevitabilidade da morte, ao contrário da Natureza, que se
renova ciclicamente, embora com ligeiras alterações.

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LUÍS DE CAMÕES ~ MUDAM-SE OS
19 ABRIL
TEMPOS MUDAM-SE AS VONTADES

Conclusão
Em síntese, Luís Vaz de Camões foi importante para o nosso panorama português, pois
foi o maior poeta renascentista e um dos mais expressivos da sua época. Por outras
palavras, Camões é considerado como o divisor entre a época arcaica e moderna. As
suas obras e arte são indiscutíveis.

Este poema remete-nos para uma reflexão sobre o tempo e a sua duração. O autor quis
demonstrar o seu ponto de vista sobre como o tempo muda as pessoas e a sua forma de
ser imprevisível e contínua. De certa forma, o sujeito poético sente-se algo perturbado o
que o leva a sentir alguma frustração.

O soneto está composto por vários recursos expressivos como a, anáfora, a metáfora, a
antítese, a comparação e a hipérbole. Também é composto por 2 quadras e dois
tercetos com o esquema rimático emparelhado e cruzado

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LUÍS DE CAMÕES ~ MUDAM-SE OS
19 ABRIL
TEMPOS MUDAM-SE AS VONTADES

10 VÍDEO
LUÍS DE CAMÕES ~ MUDAM-SE OS
19 APRIL
TEMPOS MUDAM-SE AS VONTADES

FIM

11 Obrigada!

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