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Tema: Problemas das Áreas urbanas em África.

Discentes Docentes

Albertina Manjate- 85% Mcs. Pedro Notisso

Fernando João-90% Lic. Alcidio Macuacua

Inelda- 100%

Shelcia Boavida _ 100%

Introdução

A expansão urbana constitui um processo pelo qual as cidades passam de uma forma constante a
crescer desde o momento de sua existência, podendo ser em maior ou menor intensidade, o que
de forma geral, implica em crescimento da cidade. Assim, se pode afirmar com categoria que o
crescimento das cidades pode ser traduzido em uma expansão das áreas edificadas cada vez mais
acentuada. ( Muacuveia, 2019).

A África vive um processo de urbanização iniciado na década de 1950, pois está relacionada com
a ampliação da economia de exportação, quando houve um grande aumento do consumo mundial
de matérias-primas, combustíveis fósseis e produtos agrícolas. ( Copa do mundo 2010).
Urbanização na África ocorre atualmente de forma acelerada, o que pode causar a intensificação
dos problemas sociais urbanos vividos em várias áreas do continente. Contudo acima exposto, o
presente trabalho Visa abordar sobre os problemas das áreas urbanas em África.

Objectivos do trabalho

Objectivo Geral

 Analisar os problemas das áreas Urbanas em África


Objectivos Especificos

 Descrever as características da urbanização em Moçambique.


 Apresentar os problemas de urbanização em África e o seu processo de urbanização;
 Apresentar as causas dos problemas das áreas urbanas em África.

Metodologia

Para a realização do presente trabalho, o grupo recorreu a pesquisa bibliografica, que segundo
Nascimento (2016) citado por Manguinhane ( 2023) a pesquisa bibliográfica é a base teórica
para o estudo, devendo, por isso, constituir leitura selectiva, analítica e interpretativa de livros,
artigos, reportagens, textos da Internet, filmes, imagens e sons.assim sendo, A realização do
presente trabalho foi possivel por meio da leitura de diversos livros, artigos presentes na
internet e por meio da discussão das ideias em grupo para melhor selecção das informações
relevantes a constar no trabalho.

Conceitos Básicos

África

África é um dos seis continentes do mundo, sendo o terceiro maior em extensão territorial. O
aumento do território estende-se por mais de 30 milhões de km², ocupando, aproximadamente,
20% da área continental da Terra. No continente vive mais de um bilhão de habitantes, fazendo
dele o segundo mais populoso entre os demais." é o continente localizado ao sul da Europa e
sudoeste da Ásia, banhado pelo Oceano Atlântico. Os países africanos dividem-se em duas
principais regiões — o Norte da África e a África Subsaariana — e também se distribuem em:
África Central; África Meridional; África Setentrional; África Ocidental e África Oriental.
( Sousa, sd).

Urbanização

A urbanização é um processo de transformação da sociedade e os impactos ambientais


promovidos pelas aglomerações urbanas são, ao mesmo tempo, produto e processo das
transformações dinâmicas e recíprocas da natureza e da sociedade estruturada em classes sociais
(GUERRA et. al., 2002 citados por Muacuveia, 2019) Dessa maneira, ela é vista como o
deslocamento e aglomeração de grande quantidade de pessoas provenientes de áreas rurais para
as aglomerações urbanizadas. Esta perspectiva de urbanização, para Castells (1983, p. 39 citado
por Muacuveia, 2019) “significa a concentração espacial da população, a partir de certos limites
da dimensão e intensidade, difusão dos sistemas de valores atitudes e comportamentos”. Por isso,
de um modo geral, se pode dizer que a urbanização é um processo caracterizado pelo aumento da
população urbana.

Características da urbanização em Moçambique

Maloa (2019) ressalta que as características mais dominantes de urbanização em Moçambique


são as seguintes: dualidade urbana; Ruralidade no urbano; informalidade e crescimento
demográfico.

Dualidade urbana: resulta de um.processo longínquo de segregação socioespacial,


caracterizada pela natureza colonial. O crescimento colonial veio consolidar a estrutura do
centro urbano, como espaço do colono e o seu entorno como espaço colonizado. Com o fim do
colonialismo 1974.

Ruralidade no urbano: Nessa relação entre o urbano e o rural, pesam os aspectos institucionais
de mudança entre o que é considerado urbano e rural, que nem sempre refletem mudanças
substantivas no modo de vida da população urbana. Trata-se de uma característica quase geral
nos países africanos (Moriconi-Ebrard et al., 2015), herdada também do período colonial e
muito visível atualmente nas periferias, nas quais prevalecem a população de baixa renda,
principalmente aqueles que migram dos espaços rurais para os espaços urbanos a procura de
sobrevivência, como forma de lidar com a difícil vida urbana, e acabam adaptando atitudes,
hábitos e comportamentos rurais, dando origem ao fenômeno chamado de “ruralidade no
urbano” (Baia, 2009), citados por maloa ( 2019).

Informalidade: Diz respeito ao acesso a terra Urbana, em Moçambique a terra pertence ao


estado. A crescente procura de terra Urbana em Moçambique abriu uma brecha para o
surgimento de um mercado informal de terra facilitado.
Crescimento demográfico: A quarta e última característica da urbanização moçambicana
contemporânea é o rápido crescimento demográfico no espaço urbano influenciado pelo êxodo
rural e pelas altas taxas de natalidade (Ibraimo, 1994; Mapengo, 2011; Cau & Arnaldo, 2015;).
Só para ter uma ideia, a população urbana, entre as décadas de 1980 e 1990, cresceu 15%,
apresentando, em 1997, um total de 29,2% (Araújo, 2001). Isso quer dizer que a população
urbana duplicou. O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP, 2007) calculava
que, em 2007, a taxa de crescimento demográfico seria de 34,5% para a população urbana e
estima que, em 2025, a taxa será de 50%. ( Citados por Maloa, 2019).

Processo de urbanização em África

Há estimativas realizadas por agências ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU) de que,
até 2030, a população das cidades deverá aumentar 85% nos países da região. Dessa forma, mais
da metade da população africana será urbana. Atualmente, apenas um terço dos habitantes do
continente o são. Tal crescimento será resultado tanto do rápido crescimento vegetativo das
principais cidades quanto dos intensivos processos de êxodo rural e metropolização das
sociedades, algo já vivido pelas economias mais avançadas. Segundo o relatório do estado das
cidades africanas divulgadas pela ONU (2008) A população do continente é maioritariamente
jovem e as taxas de natalidade são altas, querendo o melhor para si e para seus filhos, as pessoas
ficam nas cidades na maioria das vezes desempregadas e morando em condições suburmanas. O
que atrai as pessoas para as cidades são exatamente as oportunidades que elas oferecem, tais
como, conseguir um rendimento mínimo, para oferecer melhores condições a familia, ter acesso
a alguns serviços, a possibilidade de comercializarem os seus produtos, etc.( Serra et al, 2021).

Problemas das áreas urbanas em África

O processo de urbanização em África ocorreu tardiamente, mas está a ocorrer a uma grande
velocidade. A actual fuga das populações das zonas rurais para as cidades está a mudar o mapa
demográfico do continente africano e anuncia o século XXI como o século das cidades. Perante
a falta de uma política agrária eficaz, os jovens fogem do campo para a cidade, sendo que as
cidades não tem a capacidade para albergar tantas pessoas, os empregos escasseam, o
desemprego é muito alto e a criminalidade sobe nitidamente. O acesso ao emprego, a saúde, a
educação e a habitação condigna representam um desafio para os governos africanos, uma vez
que a população jovem procura melhores condições de vida, abandona os campos e parte para
a cidade. Contudo, as cidades não estão preparadas para colher um fluxo tão grande de pessoas
e a maior parte dessas pessoas acaba por ficar no desemprego, a viver em bairros de lata,
carentes de cuidados de saúde e higiene, fomentando assim o aumento da criminalidade. Isto
porque os recursos de subsistência no continente não cresceram na mesma proporção que os
recursos humanos. As cidades e as suas periférias tornam-se lugares onde se descandeam os
mais cruéis tipos de violência étnica, sexual e politica. São portanto um problema que merece
ser abordado de outra forma, criando empregos em zonas afastadas destes pólos urbanos e
conseguindo descentralizar as pessoas para estas zonas ( Brandão, sd).
Segundo Monte-Mór (1994) citado por Silva e Travassos (2008), o principal problema dos
núcleos urbanos metropolitanos em países em desenvolvimento se refere aos aspectos de
saneamento, cujo caráter incompleto cria sérios problemas ambientais e de saúde. Questão há
muito superada nos países desenvolvidos, a meta de universalização dos sistemas de saneamento
básico, como o abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos e de resíduos sólidos
apresenta visíveis avanços.A situação é particularmente grave nos países da África Subsariana,
onde não chega à metade o número de domicílios ligados à rede de água, e somente um terço dos
mesmos são ligados à rede de esgotos. Se forem considerados os assentamentos precários desses
mesmos países, os valores são ainda mais baixos, 19,1% e 7,4% respectivamente, sendo que
somente 40% dos lares têm acesso a uma fonte de água potável a menos de 200 metros de
distância.

Outro problema atinente às grandes cidades se refere à escassez de áreas verdes e excessiva
impermeabilização do solo, com reflexos diretos no aumento da temperatura das áreas urbanas e
na agudização das enchentes.( Silva e Travassos 2008).

Neste contexto dos problemas das cidades africanas, temos por exemplo,o caso de moçambique,
as vantagens associadas aos assentamentos urbanos concentrados são substituídas pelos desafios
que surgem da falta de planificação, da planificação deficiente ou de uma implementação
ineficaz do planeamento urbano. Portanto, na generalidade das cidades moçambicanas, assiste-se
a formas de uso e gestão do solo urbano que tendem a agudizar as desigualdades
socioeconómicas e espaciais, incluindo a degradação do ambiente urbano (Araújo, 2003) citado
por Hansine e Armaldo ( 2019). O rápido crescimento demográfico urbano em Moçambique e o
aumento da densidade demográfica a ele associado tem e terá o condão de produzir danos
ambientais enorme magnitude, cujas medidas de contenção ainda estão longe de responder ao
problema, dada a inexistência de medidas de gestão urbanas eficientes. Um exemplo concreto é a
gestão de resíduos sólidos e águas residuais. Nas cidades moçambicanas, os aterros a céu aberto
são a forma comum de tratamento de resíduos sólidos. Quanto às águas residuais, a maioria são
simplesmente descarregadas em terrenos baldios ou directamente em águas superficiais e no mar
sem tratamento prévio (Banco Mundial, 2010) citado por Hansine e Arnaldo. ( 2019).

Outro exemplo é a cidade de Nairobi ( Capital do Quénia), com uma população estimada de 4
milhões de habitantes, 2, 5 dos quais vivem em mais de 200 bairros de lata, que cobrem menos
de 5 por cento do território do tecido urbano. A imposição de rendas é frequente, obrigando as
pessoas a viver em casas improvisadas e degradadas por não possuirem bases econômicas para
pagar uma casa em condições ( Brandão, sd).

Causas dos problemas das áreas urbanas em África

1. Crescimento populacional rápido: O crescimento populacional acelerado contribui para a


pressão sobre os recursos urbanos e infraestrutura, resultando em congestionamento e demanda
por serviços básicos.

2. Urbanização descontrolada: O rápido êxodo rural para áreas urbanas muitas vezes não é
acompanhado por um planejamento urbano adequado, levando à formação de assentamentos
informais e falta de infraestrutura.

3. Pobreza e desigualdade: A pobreza generalizada e a desigualdade socioeconômica dificultam


o acesso a serviços básicos e contribuem para a marginalização de certas comunidades urbanas.

4. Falta de investimento em infraestrutura: A falta de investimento em infraestrutura urbana,


como estradas, transporte público, saneamento básico e habitação, agrava os problemas urbanos.

5. Impactos das mudanças climáticas: As mudanças climáticas podem aumentar os desafios


urbanos, incluindo inundações, escassez de água e aumento da temperatura, afetando a qualidade
de vida nas cidades
Conclusão

A urbanização em Moçambique apresenta as seguintes caracteristicas: dualidade urbana;


Ruralidade no urbano; informalidade e crescimento demográfico. Com a acelerada
urbanização, as cidades não estão preparadas para colher um fluxo tão grande de pessoas e a
maior parte dessas pessoas acaba por ficar no desemprego, a viver em bairros de lata, carentes de
cuidados de saúde e higiene, fomentando assim o aumento da criminalidade e outros problemas
característicos das zonas urbanas.
Referências bibliograficas

Brandão, L. N. Centro-Cetral- Sp, Rua Felicio Bottino. Disponivel em


https://www.docsity.com/pt/problemas-da-urbanizacao-na-africa/4797961/?src=social_login.

Muacuveio, R.R.M.( 2019). Urbanização contemporânea em Moçambique: O papel dos


instrumentos de Planejamento urbano na Ocupação do espaço. ( Tese de doutoramento;
Universidade Federal de Uberlândia).

Manguinhane, M. A.( 2023).O Papel da Educação ambiental na redução dos efeitos


ambientais da falta de aterro sanitário no Bairro Marconi.distrito de Boane, Provincia de
Maputo.

Maloa, J.M. ( 2019). A urbanização Moçambicana contemporânea sua caracteristica, dimensão e


seu desafio. Urbe revista Brasileira de Gestão Urbana.
Pena.R.A. "Urbanização na África"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/urbanizacao-na-Africa.htm. Acesso em 31 de março de
2024.

Sousa, R. "África"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/geografia/africa-continente.htm. Acesso em 12 de março de 2024.

Silva, L. S; Travassos, L.( 2008). Problemas ambientais urbanos: desafios para a elaboraçãode
políticas públicas integradas. Pp. 27- 47.

Serra. C .M; De Rosário. W; Mutambe. F; Sitoe. O; Pololo. J; Matsinhe. I; Mazanga. I. ( 2021).


"Direito á cidade, Desafios e oportunidades para a Nova agenda Urbana em Moçambique ".
Maputo.

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