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1.1.

O Ensino tradicional da Língua Portuguesa

A partir dos anos 90,começaram a ser publicados artigos de linguístas e


documentos oficiais voltados ao ao ensino tradicional de Língua Portuguesa e
que apresentavam críticas a esse ensino,tendo por base os conhecimentos
linguísticos disponíveis àquela época. Porém, com o passar do tempo,a
imagem do ensino tradicional, foi se instalando, se integrava e atendia à
proposta de mudança; ao longo das últimas décadas, essa imgaem foi se
transformando em um conheciemento sólido, fruto so saber científico que lhe
dá sustentabilidade,o linguístico.

Com Linguística, foi possível vislumbrar novas perspectivas para o ensino de


Língua Portuguesa na intenção de que se incorporasse, na prática dos
professores, uma concepção interativa de linguagem, de valorização do sujeito
do discurso e da heterogeneidade linguística dos alunos das classes populares.
Entretanto, estudos realizados da década 90 até dias atuais, vêm
demonstrando que a realidade do ensino da Língua Portuguesa, não sofreu
grandes alterações, mas é que claro, com raras exceções.

ILARI (1997), ratifica que as ideias apresentadas pela Linguística deveriam ter
provocado alterações profundas nos hábitos dos professores de Língua
Portuguesa, mas denuncia que isso não ocorreu. Aponta algumas expectativas
que se criaram em torno da influência da Linguística no ensino da língua:

Primeiramente, era de se esperar que provocasse uma


recessão profunda do chamado ‘ensino gramatical’, em
particular do ensino da nomenclatura, que tem, na análise
sintática e morfológica, sua estratégia mais tradicional (ILARI,
1997).

De acordo com ILARI, esperava-se também que o ensino de Língua


Portuguesa, na prática, objetivasse explicitamente proporcionar ao aluno a
experiência dos vários níveis de fala, os elementos típicos da expressão falada,
para que este tirasse maior proveito possível da ligação entre a situação de
fala, proporcionando exercícios autênticos. Todas essas expectativas sinalizam
uma tentativa de mudança nos rumos do ensino de Língua Portuguesa após a
implementação dos pressupostos dialógicos da linguagem.

1.1.1 A imagem construída pelos linguístas

A imagem do ensino tradicional de Língua Portuguesa construída pelos


linguístas correspode a um conjunto de críticas negativas que se colocam em
três direcções: às bases,práticas e aos resultados desse ensino. Esse
conjunto de é fruto de uma construção académica que perpassa mais de uma
década e que aglutina e reitera críticas variadas e espalhadas em vários
trabalhos de diferentes linguístas.

As críticas e caracterização assim se colocam:

a) A central e mais frequente se refere ao uso excessicvo e inaquado da


metalinguagem, baseada na gramática normativa ( base contra a qual
a linguística se coloca), em detrimento de exercícios propriamente de
liíngua;
b) A adoção da variante escrita literária como modelo para a fala e a
escrita;
c) A presença de vários preconceitos linguísticos;
d) O ensino fortemente dirigido a preocupações normativas,analítocas e
corretivas;
e) A inoperância das várias práticas de ensino de língua;
f) A falta de fundamentos científicos no trato da linguage m e de seu
ensino;
g) uso de modelos de língua praticamente desconhecidos e desvinculados
da realidade do aluno;
h) O ensino da gramática como um fim;
i) O predomínio de textos literários escritos;
j) O predomínio da leitura e escrita em detrimento da linguagem oral do
aluno ;
k) O resultado negativo desse ensino,como a inibição, o sentimento de in
competência linguística,o baixo desempenho escrito padrão dos alunos;
l) A concepção de linguagem em que se apoia o ensino;
m) A visão de leitura como mera descodificação;
n) A prática de leitura oral como avaliação da leitura ,dentre outras.
Nesse conjuto, uma estrutura discursiva recorrente utlizada como recurso
persuassivo para apresentar a imagem do ensino tradicional é a negação. Ao
enunciarem críticas, os autores não falam somente de aspectos negativos
pontuais,mas procuram mostrar que o ensino tradicional como um todo não
tinha mais lugar, o professor-leitor sem conhecimentos linguísticos não era
mais possível se imaginar,reforçando,assim, a qualificação dos que já tinham o
remédio para ultrapassar a situação caótica do ensino.

1.1.2 A imagem construída pelos professores

A imagem do ensino tradicional de Língua Portuguesa,construída pelos


professores se compôe dos seguseres traços:

a) A tônica do ensino é levar o aluno ao domínio da língua padrão;


b) As gramáticas normativas são a base de referência para o ensino;
c) A leitura aparece fortemente ligada ao texto literário,modelo para a
escrita,embora não seja o único a compor o conjunto dos textos para
leitura;
d) O entendimento do que se lê é fundamental,podendo o trabalho de
interpretação o texto estar vinculado ao estudo gramatical;
e) A leitura oral é enfatizada concorrendo para uma expressão oral
correcta,fluente e,principalmente, para a compreensão do que se lê;
f) A actividade central da escrita era a redação escolar,normalmente feita
sem qualquer preparo prévio;
g) O Ensino da gramágica era visto como necessário e muio importante;
estava associado ao trabalho de escrita, e era geralmente articulado
com a interpretação de texto; Utilizava pouca memorizaçaõ e
dispensava o estudao das excepções;
h) As práticas orais acessórias e realizadas por todos professores de várias
formas;
i) Embora avaliado positivamente em vários aspectos,o ensino práticado
pelos professores mais velhos era, apenas parcialmente uma repetição
do ensino recebido; Em relação aos mais novos,parece ter havido em
um distanciamento ainda bem maior entre o ensino recebido e o
praticado;
j) Não havia uma distinção entre ensino novo e tradicional nem ocorria o
unso dessas dessas denominações. Entretanto, algumas situações são
avaliadas como novas pelos professores mais velhos como: Introdução
de outros gêneros textuais que não só o literário na aula de
leitura,participação do aluno na sala de aula,exposição de trabalhos
realizados pelos alunos, peças de teatro, discussão oral de livros,leitura
de melhores redações,relacionamento mais estreito entre professor e
aluno,dentre outras.

Para os professores mais novos, algumas situações novas eram


introduzidas como: Divulgação de conhecimentos linguísticos aplicados ao
ensino de Língua Portuguesa,Livros didácticos com noções provinientes da
linguística,exercícios estrturais de gramática,maior ênfase ao
texto,actividades orais ( esporádicas) como dramatizações,apresentações
do enredo de um livro,aula de debate sobre um livro,inclusão de colecções
paradidáticas em alternativa à leitura de textos clássicos literários,aula de
leitura feita na biblioteca da escola,leitura de livros a escolha do
aluno,estudo dirigido e trabalho em grupo etc.

Todas essas situações inerentes ao ensino tradicional de Língua


Portuguesa, são alterações pequenas,outras mais significantes,que iam
progressivamente se distanciando do ensino que os profesores realizavam
décadas atrás. Isso não significava,entretanto,que a essência desse
ensino,predominamente normativo e literário,tivesse sido sido alterada,pois,
não se instalava um rompimento com bases de sustentação do ensino
tradicional.

São situações um pouco diferentes,mas também novas,parecem ter se


instalado nesse quadro. A primeira diz respeito ao pequeno espaço dado ao
ensino da gramática por um dos professores mais velhos em suas
aulas,não se constituindo o ensino gramatical em um objecto central,
segundo esse decente, o conhecimento da gramática não garantia a
produção da escrita padrão almejada. Uma outra situação diz respeito à
experiência pela qual passou um professor do grupo mais jovem no início
da carreira,abrindo margem para o uso dos variados recurso didáctivos.
Essas duas situações diferencidas parecem indicar um estado de mudança
que começava a depontar, a incomodar o processo escolar,pois,traziam
posturas que pertubavam o conjunto de acções previstas e legitidas pelo
ensino tradicional.

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