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portuguesa?
Contudo, há uma indefinição sobre a natureza dos gêneros orais, já que alguns
argumentam que é possível trabalhar com eles utilizando gêneros escritos. Isso
sugere uma visão que não distingue claramente entre modalidades oral e
escrita. A ideia de que "Gêneros orais pode-se trabalhar com os mesmos
gêneros escritos" reflete essa percepção. Igualmente, a noção de que "Sempre
antes da escrita vem a oralidade" reforça essa concepção sequencial.
Quanto ao uso dos gêneros orais como objeto de ensino, a análise revela que
os professores trabalham com diferentes tipos de gêneros textuais em suas
aulas. No entanto, percebe-se uma falta de clareza na concepção desses
gêneros, pois em alguns momentos não há uma definição precisa do que são
os gêneros orais. Algumas vezes, acredita-se que é possível trabalhar com a
modalidade oral utilizando gêneros escritos, o que indica uma confusão
conceitual. Por exemplo, a leitura de textos escritos é interpretada como um
trabalho com gêneros orais.
Até os dias atuais, a realidade do uso dos gêneros orais em sala de aula
permanece semelhante. Muitos professores ainda veem o uso desses gêneros
como algo que deve ser derivado da escrita. Isso evidencia uma compreensão
da linguagem que prioriza a escrita como sua forma principal. No entanto, é
importante lembrar que a escrita é apenas uma das modalidades da linguagem,
e que a oralidade também possui um impacto social significativo,
especialmente no estudo da linguagem em diferentes contextos.
Considerando tudo o que foi discutido até agora sobre a contínua evolução do
trabalho com os gêneros orais no ensino de língua portuguesa, fica evidente a
importância de integrar uma visão da linguagem como um fenômeno concreto
com a necessidade de inovar as práticas de ensino. Isso é especialmente
relevante diante da persistência de abordagens formalistas que priorizam o
estudo restrito da gramática normativa nas aulas de língua portuguesa. Além
disso, fica claro que as possibilidades de aplicação dos gêneros orais no
ensino contribuem para tornar o processo de aprendizagem mais rico e
gratificante em termos de conhecimento linguístico-discursivo. Olhando com
uma perspectiva mais crítica para as reflexões feitas até agora, percebemos
que isso também nos leva a considerar com mais cautela a formação dos
professores.
Por outro lado, em situações informais, como conversas entre amigos, bate-
papos em redes sociais ou interações familiares, a linguagem tende a ser mais
descontraída, coloquial e familiar. Os falantes podem usar gírias, expressões
idiomáticas e até mesmo linguagem não padrão para se comunicar de forma
mais próxima e informal.
A variação nos níveis de formalidade nos gêneros orais também pode ser
observada em diferentes registros linguísticos. Os registros linguísticos se
referem à escolha de palavras, estruturas gramaticais e entonação que os
falantes utilizam para se adaptar ao contexto específico de comunicação.
Assim, um discurso formal pode exigir o uso de um registro mais culto e
padrão, enquanto uma conversa informal pode permitir maior flexibilidade e
informalidade no uso da linguagem.
Além disso, é importante destacar que a compreensão dos níveis de
formalidade nos gêneros orais é crucial para uma comunicação eficaz e
adequada. Falantes proficientes são capazes de ajustar seu registro linguístico
de acordo com a situação, demonstrando sensibilidade cultural e social e
garantindo que sua mensagem seja compreendida da maneira desejada.
Visto que o modelo tradicional de ensino não permitia a autonomia dos alunos,
nessa nova visão do processo educacional o papel do professor é orientar e
guiar o estudante ao longo de sua formação básica, como um mediador no
processo de ensino e aprendizagem, a fim de modificar gradualmente a relação
de dependência entre aluno e professor (em que apenas o professor define e
orienta as ações) para uma relação colaborativa e eventualmente de autonomia
do jovem estudante.
Com isso, para estimular a autonomia dos alunos em sala de aula e promover
uma participação ativa no processo de ensino e aprendizagem, as
metodologias ativas têm sido adotadas pelas escolas como um novo modelo
educacional, tendo como base a inteligência em todos os seus aspectos:
cognitivo, social e afetivo. Trata-se de um método de ensino que propõe aos
alunos uma aprendizagem a partir da prática, pois esta possibilita uma maior
assimilação dos conhecimentos e consolidação do aprendizado. Os métodos
ativos preparam os alunos para atuar na sociedade, pois envolvem
o conhecimento teórico aliado à prática e, devido ao seu modo dinâmico e à
utilização da tecnologia, estimulam o engajamento acadêmico e social.
A sala de aula invertida tem a proposta de substituir parte das aulas expositivas
por conteúdos virtuais. O aluno tem acesso ao material digitalmente, fora do
ambiente escolar, e discute em sala de aula com os colegas e o professor
sobre o que aprendeu sozinho. Desse modo, ele utiliza o conhecimento prévio
que obteve estudando sozinho, expõe suas ideias em sala de aula e pode
relacioná-las com as demais e construir um aprendizado significativo.
A ferramenta podcast
Os podcasts são uma forma de conteúdo digital em áudio que ganhou enorme
popularidade nos últimos anos, oferecendo uma ampla variedade de temas e
formatos para os ouvintes. Originados no início dos anos 2000, os podcasts
evoluíram para se tornar uma ferramenta poderosa de comunicação,
entretenimento, educação e informação.
Bagno, M. (1999). Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola.
Faraco, C. A. (2008). Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola
Editorial.