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E B O O K F U N C I O N A L

FUNDAÇÕES
PROFUNDAS

U M G U I A PA R A A
E N G E N H A R I A D E F U N D A Ç Õ E S
VOCÊ ENCONTRARÁ AQUI…
Um material que preparei especialmente para
você, profissional que atua na Engenharia Civil e
quer dominar Fundações Profundas.

Você já deve saber que temos hoje no mercado


de trabalho poucos Engenheiros Civis que
realmente dominam essa área.

Portanto, se diferencie da maioria e destaque seu


currículo para alcançar uma posição
diferenciada no mercado de trabalho.

Este ma terial também é para aqueles


Engenheiros e Engenheiras que desejam de fato
atuar no mercado de Projeto e Execução de
Fundações.

Se você ainda não me conhece: muito prazer!

Eu me chamo Fernanda Stracke, sou Engenheira


Civil mestre em Geotecnia pela UFRGS. Possuo
experiência de mais de 10 anos atuando na
área de Fundações e Contenções. Possuo,
também, MBA em Gerenciamento de Projetos
pela FGV-RS e sou professora de disciplinas de
Fundações em cursos de MBA do IPOG. Ainda
sou diretora técnica da FS Engenharia e
Consultoria Geotécnica, empresa com foco no
desenvolvimento de Projetos de Fundações e
Contenções localizada em Porto Alegre/RS.

Agora que já nos conhecemos, convido você a


curtir este material que preparei com carinho
para você Engenheiro Civil ou estudante de
Engenharia que deseja dominar Fundações
Profundas.
Fernanda Stracke

M E A C O M PA N H E N O Y O U T U B E " E n g . ª F e r n a n d a S t r a c k e - F u n d a ç õ e s
na Prática” E INSTAGRAM @eng.fernandastracke

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ÍNDICE

01 ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA 4

02 E S T A C A S E S C AVA D A S 17

03 E S T A C A S C R AVA D A S P R É - F A B R I C A D A S 25

04 ESTACAS RAIZ 30

3
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ESTACAS

HÉLICE
CONTÍNUA

EBOOK FUNDAÇÕES PROFUNDAS


E S TAC A S H É L I C E C O N T Í N UA

Apesar de largamente difundidos nos Estados Unidos e Europa, os


equipamentos de perfuração de estacas tipo hélice contínua monitorada só
chegaram ao Brasil no final da década de 80.

Durante a execução, o equipamento monitora a inclinação da haste, a


profundidade da perfuração, o torque, a velocidade de rotação da hélice, a
pressão de injeção, a vazão, o consumo de concreto e o trabalho necessário para
perfurar a estaca.

Segundo a NBR 6122 – Projeto e Execução de Fundações - a estaca hélice


contínua é um tipo de fundação profunda constituída por concreto, moldada "in
loco" e executada por meio de trado contínuo e injeção de concreto através da
haste central do trado, simultaneamente à sua retirada do terreno.

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ESTACAS
HÉLICE CONTÍNUA
METODOLOGIA EXECUTIVA

E TA PA 1 :
PERFURAÇÃO

E TA PA 2 :
CONCRETAGEM

E TA PA 3 :
COLOCAÇÃO DA
ARMADURA

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ESTACAS
HÉLICE CONTÍNUA

METODOLOGIA EXECUTIVA

ETAPA 1 _ PERFURAÇÃO

A perfuração consiste em introduzir o trado no terreno por


meio de torque apropriado para vencer sua resistência. A haste
de perfuração é composta por uma hélice espiral solidarizada a
um tubo central com unhas na extremidade inferior,
possibilitando a sua penetração no terreno.

A metodologia de perfuração permite execução em terrenos


coesivos e arenosos, na presença ou não de lençol freático,
podendo atravessar camadas de solos com índice de resistência
à penetração SPT >40, podendo atingir o impenetrável,
dependendo do equipamento utilizado e tipo de solo perfurado.
Tem-se verificado que solos argilosos oferecem grande
dificuldade de perfuração mesmo para baixos índices de SPT.

A perfuração implica em uma operação contínua, não se


r e t i ra n d o a h é l i c e d o t e r r e n o , e v i t a n d o a s s i m o
desconfinamento do terreno durante sua execução.

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ETAPA 1 _ PERFURAÇÃO

A entrada do solo no tubo central durante a perfuração é impedida por


uma tampa de proteção colocada na sua extremidade, geralmente
recuperável, que é expulsa pelo concreto no início da concretagem.

O preenchimento da estaca com concreto é normalmente executado até a


superfície do terreno, não sendo prática usual o arrasamento abaixo da
cota do terreno. Ou seja, a estaca será concretada da ponta até a cota do
terreno e será posteriormente arrasada na devida cota.

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ESTACAS
HÉLICE CONTÍNUA

METODOLOGIA EXECUTIVA

ETAPA 2 _ CONCRETAGEM

Alcançada a profundidade desejada, o concreto é bombeado


através do tubo central, preenchendo simultaneamente a
cavidade deixada pela hélice, que é extraída do terreno sem
girar ou girando lentamente no mesmo sentido da perfuração.
Na fase de concretagem a velocidade de extração da hélice
está diretamente relacionada com a pressão de injeção do
concreto.

A pressão do concreto é controlada de modo que preencha os


vazios causados pela extração da hélice até a superfície do
terreno, evitando possíveis "estrangulamentos" ou
seccionamentos do fuste da estaca.

Normalmente, é utilizada bomba de concreto acoplada ao


equipamento de perfuração através de mangote flexível de 3
ou 4 polegadas. A velocidade de extração da hélice deve ser
c o n s t a n t e , e n q u a n t o q u e a p r e s s ã o d e v e s e r,
preferencialmente, positiva.

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ETAPA 2 _ CONCRETAGEM

As características do concreto dependem da Classe de Agressividade Ambiental em


que a obra está inserida (definida pela NBR 6118).

Em obras urbanas, geralmente o concreto possui fck de no mínimo 30 Mpa. É


bombeável e composto de areia, pedrisco ou brita zero, e o consumo de cimento
não deve ser inferior a 400 kg/m3 de concreto. Podem ser utilizados aditivos
plastificantes, incorporadores de ar, retardadores, desde que atendam às
especificações normativas.

O abatimento ou “slump-test" deve estar entre 22 e 26cm, conforme ABNT NBR


6122:2019. Quanto maior o slump, melhor será a trabalhabilidade do concreto de
forma a facilitar a inserção da armadura dentro da estaca já concretada.

A resistência à compressão do concreto deve ser obtida em ensaios de corpos de


prova cilíndricos, moldados segundo a ABNT NBR 5738 e rompidos como
estabelece a ABNT NBR 5739.

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ESTACAS
HÉLICE CONTÍNUA

METODOLOGIA EXECUTIVA

ETAPA 3 _ COLOCAÇÃO DA ARMADURA

A execução da estaca hélice contínua exige a colocação da


armação após a sua concretagem. A armação, em forma de
gaiola, é introduzida na estaca por gravidade ou com o auxílio
de guincho.

No caso de estacas submetidas a esforços transversais ou de


tração, encontram-se dificuldades na colocação de armações
superiores a 12m. Nestes casos, é preciso ter uma atenção
especial em relação à rigidez e construção da armadura e com
relação ao slump do concreto.

Para estacas submetidas apenas a esforços de compressão,


segundo a ABNT - NBR 6122:2019, pode ser utilizada uma
armadura com comprimento mínimo de 4m, incluindo o trecho
de ligação com o bloco.

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ETAPA 3 _ COLOCAÇÃO DA ARMADURA

Para facilitar a introdução da armação, o diâmetro externo do estribo deve ser no


mínimo 10 cm menor do que o diâmetro da perfuração.

Deve-se também garantir o cobrimento mínimo de acordo com a classe de


agressividade ambiental (CAA-I, II, III e IV) em que a obra se encontra, de acordo
com o item 7.4.7.6 da ABNT - NBR 6118:2014.

O recobrimento mínimo, para elementos em contato com o solo, é de 3cm para


obras em ambientes com CAA I e II, de 4cm para obras em ambientes com CAA III
e de 5cm para obras em ambiente com CAA IV.

O uso de espaçadores tipo rolete garante que a armadura fique centralizada na


perfuração e se tenha sempre o recobrimento mínimo e uniforme.

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ESTACAS
HÉLICE CONTÍNUA

CONTROLE EXECUTIVO

A estaca hélice contínua monitorada destaca-se pelo seu controle de qualidade. Todo
o seu processo executivo é controlado por meio de um sistema de monitoração
eletrônica, obtendo dados que permitem a avaliação das fases de execução da estaca.

Os dados de monitoramento são captados por sensores instalados em pontos


específicos, estando relacionados com as etapas mais importantes da execução.

Os parâmetros registrados durante o processo de execução são:


• Profundidade perfurada da estaca
• Pressão de injeção do concreto
• Sobreconsumo estimado de concreto
• Tempo
• Torque
• Velocidade de descida e subida do trado
• Rotação do trado por unidade de penetração
• Perfil da estaca
• Data e hora

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P R E S S P L AY

ESTACAS
HÉLICE CONTÍNUA

CONTROLE EXECUTIVO

A figura abaixo apresenta a disposição dos sensores na perfuratriz de estacas hélice


contínua e uma imagem do computador de bordo, responsável pela aquisição das
informações.

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ESTACAS
HÉLICE CONTÍNUA

CONTROLE EXECUTIVO

A figura abaixo apresenta um relatório gerado da execução de uma estaca hélice


contínua:

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ESTACAS
HÉLICE CONTÍNUA

SEQUÊNCIA EXECUTIVA

A figura abaixo representa a sequência executiva das estacas hélice contínua:

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ESTACAS

ESCAVADAS
À SECO

EBOOK FUNDAÇÕES PROFUNDAS


E S T A C A S E S C A VA D A S À S E C O

Os equipamentos utilizados para execução deste tipo de estaca surgiram na


década de 60. A estaca escavada é de concreto moldada "in loco", executada por meio de
trado helicoidal introduzido no terreno por giro até perfurar-se uma extensão igual ao
comprimento do trado (até 2 metros), em seguida retira-se o mesmo, descarrega-se o
solo, e assim sucessivamente até atingir a profundidade prevista em projeto.
Após, coloca-se a armadura e realiza-se a concretagem.

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ESTACAS
ESCAVADAS À SECO
METODOLOGIA EXECUTIVA

E TA PA 1 : P E R F U R A Ç Ã O
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E TA PA 2 : C O LO C A Ç Ã O DA A R M A D U R A
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E TA PA 3 : C O N C R E TAG E M

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ESTACAS
ESCAVADAS À SECO

METODOLOGIA EXECUTIVA

ETAPA 1 _ PERFURAÇÃO

A perfuração consiste em cravar o trado no terreno por meio de


torque apropriado para vencer a sua resistência. A metodologia
de perfuração só permite a sua execução em terrenos coesivos
e sem presença de lençol freático.

A travessia em camadas de solos com índices de resistência à


penetração SPT da ordem de 30, 40, depende do tipo de
equipamento utilizado e do tipo de solo.

A haste de perfuração é composta por trado solidarizado a uma


haste telescópica central, sendo a hélice equipada com dentes
na extremidade inferior, que possibilitam a sua penetração no
terreno.

Em terrenos mais resistentes, estes "dentes" podem ser


substituídos por pontas de vídea ou tungstênio.

Confira na próxima página, uma fotografia de uma perfuração


realizada por uma estaca à seco.

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ESTACAS
ESCAVADAS À SECO

METODOLOGIA EXECUTIVA

ETAPA 1 _ PERFURAÇÃO

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ESTACAS
ESCAVADAS À SECO

METODOLOGIA EXECUTIVA

ETAPA 2 _ COLOCAÇÃO DA ARMADURA

Nas estacas escavadas à seco, a armadura é instalada após a perfuração e antes


da concretagem.

Estacas submetidas somente à cargas de compressão e com tensão atuante de até


5 Mpa (50 kgf/cm2), a armadura tem comprimento de 2,0m (incluindo as esperas
do bloco de coroamento).

Estacas submetidas a esforços transversais ou de tração, devem ter sua armadura


dimensionada para tais esforços.

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ESTACAS
ESCAVADAS À SECO

METODOLOGIA EXECUTIVA

ETAPA 2 _ COLOCAÇÃO DA ARMADURA

Nas estacas escavadas à seco, a armadura é instalada após a perfuração e antes


da concretagem.

Estacas submetidas somente à cargas de compressão e com tensão atuante de até


5 Mpa (50 kgf/cm2), a armadura tem comprimento de 2,0m (incluindo as esperas
do bloco de coroamento).

Estacas submetidas a esforços transversais ou de tração, devem ter sua armadura


dimensionada para tais esforços.

ETAPA 3_ CONCRETAGEM

A concretagem é realizada logo que se alcança a profundidade prevista em


projeto, sendo recomendado que o projetista confirme as características do solo
encontrado com o solo descrito no relatório de sondagem, no qual foi
fundamentado o projeto.

Para concretagem em profundidade é recomendável utilizar tremonha ou funil a


fim de evitar a segregação. É conveniente que haja limpeza do fundo das estacas
garantindo, com isso, a resistência de ponta. Cabe salientar que alguns projetistas,
devido à dificuldade de se garantir uma boa qualidade de execução de ponta,
desprezam a sua resistência.

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ESTACAS
ESCAVADAS À SECO

METODOLOGIA EXECUTIVA

ETAPA 3 _ CONCRETAGEM

De acordo com a ABNT – NBR 6122:2019, as estacas escavadas devem ser


concretadas com concreto de fck mínimo de 25 Mpa.

A resistência à compressão do concreto deve ser obtida em ensaios de corpos de


prova cilíndricos, moldados segundo a ABNT NBR 5738 e rompidos como
estabelece a ABNT NBR 5739.

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ESTACAS

CRAVADAS

EBOOK FUNDAÇÕES PROFUNDAS


E S T A C A S C R A VA D A S

As estacas cravadas caracterizam-se por serem cravadas no terreno por


percussão ou vibração. As estacas cravadas podem ser constituídas por diversos tipos
de materiais como concreto, aço ou madeira.

As estacas pré-moldadas podem ser de seção quadrada ou circular vazada (estacas


centrifugadas:

• Estacas de seção quadrada: são usualmente fornecidas nas seções 16x16cm,


18x18cm, 20x20cm, 23x23cm, 26x26cm, 30x30cm e 35x36cm, e
comprimentos dos elementos variando entre 3m e 12m. Há variações das
seções e comprimentos das peças de acordo com cada fabricante. A
armadura e carga estrutural admissível (de compressão e tração) são também
definidas pelos fabricantes das estacas.

• Estacas centrifugadas: são estacas de seção circular vazada, onde a parede


de concreto da estaca tem espessura da ordem de 7 a 10cm e fornecidas em
geral nas seções de 33cm, 42cm, 50cm e 60cm.

As estacas pré-moldadas de seção quadrada podem ser emendadas com luvas


metálicas ou com cordão de solda, caso os elementos já venham de fábrica com os
elementos metálicos inseridos prontos para realizar a solda em campo.

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E S T A C A S C R A VA D A S

As estacas metálicas, por sua vez, são em geral emendadas com a utilização de talas
soldadas.

A figura abaixo apresenta um detalhe de emenda de estaca metálica.

De acordo com a ABNT NBR 6111:2019, “as estacas de aço que estiverem total e
permanentemente enterradas, independente da situação do lençol d’água, dispensam
tratamento especial, desde que seja descontada a espessura mínima de sacrifício
indicada na tabela 5 desta Norma. A tabela indica uma espessura mínima de sacrifício
a ser descontada entre 1,0mm e 3,2mm, dependendo do tipo de solo” (solo natural,
argila orgânica, solos porosos não saturados, turfa, aterros não controlados, solos
contaminados).

A Norma ainda destaca que, se a parte superior ficar desenterrada, é obrigatória a


proteção com camisa de concreto ou outro recurso de proteção do aço da estaca
metálica, ou aumento da espessura de sacrifício a ser definida em projeto.

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ESTACAS
CRAVADAS
METODOLOGIA EXECUTIVA

Na escolha do equipamento de cravação é importante observar o tipo e dimensões da


estaca, características do solo, condições de vizinhança, características do projeto e
peculiaridades do local.

O sistema de cravação deve estar sempre bem ajustado e com todas as suas partes
constituintes em perfeito estado, a fim de evitar quaisquer danos às estacas durante
a cravação e atingida a profundidade prevista em projeto sem danificá-la.

Alguns acessórios de cravação são necessários para proteger tanto a estaca quanto o
martelo. O sistema de amortecimento dos impactos do martelo sobre as cabeças das
estacas é constituído de uma peça metálica denominada capacete. Na parte superior
do capacete é utilizado um cepo de madeira dura, sobre o qual serão desferidos os
golpes do martelo. Na sua parte inferior, antes do posicionamento da cabeça da
estaca, deve ser colocado um coxim (amortecedor) de madeira mole (macia).

Quando a cota de arrasamento da estaca estiver abaixo da cota de cravação, pode-se


usar um elemento suplementar denominado prolonga ou suplemento.

Cuidado especial deve ser dado com a utilização deste elemento, já que é preciso
garantir o bom posicionamento da estaca e a minimização da perda de eficiência do
sistema de cravação. O comprimento deve estar limitado a 3 metros.

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ESTACAS
CRAVADAS

CONTROLE EXECUTIVO

A nega e o repique devem ser medidos em todas as estacas. A nega corresponde à


penetração permanente da estaca causada pela aplicação de um golpe do martelo,
enquanto que o repique corresponde à parcela elástica do deslocamento máximo de
uma seção da estaca decorrente da aplicação de um golpe do martelo.
Deve-se elaborar também o diagrama de cravação para todas as estacas cravadas.

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ESTACAS

RAIZ

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E S TAC A S R A I Z

O procedimento foi patenteado por Lizzi, na Itália, na metade da década de 50, sob a
denominação de "pali radice".

Originalmente, essas estacas foram concebidas para reforço de fundações e


melhoramento de solos, passando no final da década de 60 ser utilizada também
como
elemento de fundação para obras novas.

É uma estaca moldada "in loco", de elevada tensão de trabalho do fuste, que é
constituído de argamassa de areia e cimento injetado sob baixa pressão, inteiramente
armado ao longo de todo o seu comprimento.

Pode ser executada em direção vertical ou inclinada e pode atravessar com a


utilização de equipamentos especiais (tricone, sapata diamantada, martelo de fundo)
alvenarias, concreto armado, rochas ou matacões.

Os equipamentos utilizados para execução deste tipo de estaca surgiram na década


de 60. A estaca escavada é de concreto moldada "in loco", executada por meio de
trado helicoidal introduzido no terreno por giro até perfurar-se uma extensão igual ao
comprimento do trado (até 2 metros), em seguida retira-se o mesmo, descarrega-se
o solo, e assim sucessivamente até atingir a profundidade prevista em projeto. Após,
coloca-se a armadura e realiza-se a concretagem.

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ESTACAS
RAIZ
METODOLOGIA EXECUTIVA

E TA PA 1 :
PERFURAÇÃO

E TA PA 2 :
LIMPEZA DO FURO

E TA PA 3 :
INSTALAÇÃO DA
ARMADURA

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ESTACAS
RAIZ
METODOLOGIA EXECUTIVA

E TA PA 4 :
INJEÇÃO DA
ARGAMASSA

E TA PA 5 :
RETIRADA DO
REVESTIMENTO

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ESTACAS
RAIZ

METODOLOGIA EXECUTIVA

ETAPA 1 _ PERFURAÇÃO

A perfuração em solo é realizada por rotação de tubos com auxílio de circulação de


água, que é injetada pelo interior deles e retoma à superfície pela face externa,
sendo que estes tubos vão sendo rosqueados à medida que a perfuração avança.

Caso seja encontrado material resistente (concreto, matacões ou rocha), a


perfuração pode prosseguir com uma coroa diamantada ou, o que é mais comum,
com o uso de martelo de fundo.

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ESTACAS
RAIZ

METODOLOGIA EXECUTIVA

ETAPA 1 _ PERFURAÇÃO

Neste caso, a perfuração é prosseguida por dentro do revestimento, causando


uma diminuição do diâmetro da estaca, que deve ser considerada no
dimensionamento.

Em solos residuais e alteração de rocha, o uso de camisa metálica pode ser


desnecessário.

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ESTACAS
RAIZ

METODOLOGIA EXECUTIVA

ETAPA 2 _ LIMPEZA DO FURO


Após a perfuração atingir a cota de projeto, continua-se a injetar água sem
avançar a perfuração, promovendo a limpeza do furo.

ETAPA 3 _ INSTALAÇÃO DA ARMADURA


Após a perfuração e limpeza do fuste, é posicionada a armadura sempre integral
ao longo de toda estaca.

ETAPA 4 _ INJEÇÃO DA ARGAMASSA


Depois de instalada a armadura, é introduzido o tubo de injeção até o final da
perfuração para proceder à injeção, de baixo para cima, até que a argamassa
extravase pela boca do tubo de revestimento, garantindo-se assim que a água ou
a lama de perfuração seja substituída pela argamassa.

O traço normalmente utilizado contém 80 litros de areia para 1 saco de 50 Kg de


cimento e 20 a 25 litros de água, o que confere à argamassa uma resistência
característica superior a 20 MPa e atende ao consumo mínimo de cimento
conforme ABNT - NBR6122:2019.

É importante observar que a NBR 6122:2019 não especifica o traço da argamassa,


mas sim as seguintes características da argamassa que deve ter fck ≥ 20 Mpa:
a) consumo de cimento igual ou superior a 600 kg/m3;
b) fator água/cimento entre 0,5 e 0,6;
c) agregado: areia.

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ESTACAS
RAIZ

METODOLOGIA EXECUTIVA

ETAPA 5 _ RETIRADA DO REVESTIMENTO


Completado o preenchimento da argamassa, é rosqueado, na extremidade
superior do revestimento, um tampão metálico ligado a um compressor para
permitir a aplicação de golpes de ar comprimido durante a extração do
revestimento, atividade esta que é auxiliada pela perfuratriz ou macaco hidráulico.

MÉTODO EXECUTIVO

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