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DIRETORIA DE ENSINO
2º.bimestre
Natal/ julho/2006
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4- MECANISMOS DE TRANSPORTE DE MASSA E INTERAÇÃO SOLO-CONTAMINANTE
4.1 Introdução
Costuma-se chamar poluente uma substância estranha ao sistema, mas que a ele não
necessariamente se atribui ameaça ao sistema. Por outro lado, um contaminante é um termo
utilizado para designar uma substância a qual pode ser atribuída uma ameaça à saúde e/ou ao
meio ambiente.
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b) DNAPL – Dense NAPL
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contaminação é abrupta e move-se a uma velocidade igual à velocidade linear média (v)
do fluido percolante, geralmente a água, sem que seu pico de concentração seja
alterado.
Supondo a lei de Darcy (ver figura ), a velocidade de percolação do fluido (v) é definida
como sendo a velocidade de Darcy dividida pela porosidade efetiva (n) do meio, conforme a
equação abaixo:
v = K.i/n
Onde:
k=condutividade hidráulica (LT-1);
n=porosidade efetiva do meio;
i=gradiente hidráulico.
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Este espalhamento ocorre devido a dois fenômenos distintos:
A variável que descreve a dispersão hidrodinâmica (D) pode ser definida como a soma
de duas parcelas, que representam a dispersão mecânica (α v) e a difusão molecular (D*),
conforme a equação (Freeze e Cherry, 1979):
D = α . v + D*
Onde:
D=coeficiente de dispersão hidrodinâmica (L2 T-1);
α=coeficiente de mistura mecânica ou dispersividade (L);
v =velocidade de percolação do fluido (L.T-1);
D*=coeficiente de difusão molecular do soluto no meio (L2 T-1).
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O parâmetro α é uma propriedade característica do meio poroso, enquanto D* é
propriedade da substância e do meio (Freeze e Cherry, 1979).
4.2.2.Processos Químicos
As reações químicas também devem ser consideradas no transporte de poluentes,
dependendo do solo e da solução contaminada, em cada situação. Segundo Boscov, 1997, as
reações químicas e bioquímicas que podem alterar a concentração de contaminantes podem
ser agrupadas em seis categorias:
a) reações de adsorção-dessorção,
b) reações ácido-base,
c) reações de dissoluçãoprecipitação,
d) reações de oxi-redução,
e) pareamento de íons ou complexação e
f) síntese microbiana.
Essa equação tem solução analítica dada por Ogata e Banks (1961) para o transporte
advectivo-dispersivo, nas condições inicial e de contorno do ensaio de coluna em:
C(x,0)=0 x≥0
C(0,t)=C0 t≥0
C(∞,t)=0 t≥0
A solução da equação do transporte advectivo-dispersivo pode ser representada da
seguinte forma:
Onde:
L – comprimento da coluna;
Rd – coeficiente de retardamento;
v – velocidade média;
t – tempo;
D – coeficiente de dispersão hidrodinâmica.
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Segundo Drever (1997), para se entender o movimento dos metais pesados nos solos
e na água subterrânea, é preciso ser capaz de modelar quantitativamente os processos de
adsorção. A equação (ou representação gráfica) que relaciona a concentração de espécies
adsorvidas nos sólidos e a concentração na solução é geralmente referida como isoterma. A
maneira mais comum de quantificar geoquimicamente esse processo é dada pelo coeficiente
de distribuição Kd ou pela função de distribuição Kf. Este coeficiente também atua como um
indicador da mobilidade de um poluente num fluxo subsuperficial (Freeze e Cherry, 1979).
O coeficiente de distribuição, Kd, é um dos parâmetros mais importantes usados para
estimar a migração de contaminantes presentes em soluções aquosas em contato com sólidos
(USEPA, 1999a). Sua influência na migração de contaminantes pode ser ilustrada na figura
abaixo.
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(1976) apresentou uma série típica quanto à preferência de trocas catiônicas, em função do
argilo-mineral para cátions bivalentes, como mostra a tabela abaixo:
A adsorção de cátions pode ser vista como uma competição entre cátions e H+ nas
regiões de superfície. Para baixo pH, a adsorção de cátions é mínima. (Drever, 1997). A figura
abaixo mostra a adsorção de alguns metais cátions.
• Troca de Ânions: Apesar de menos estudada do que a troca catiônica, este tipo de troca
também ocorre nos solos. Ela se dá em função da substituição de hidroxilas (OH-) ou da
adsorção de íons que possuam formas semelhantes ao tetraedro de sílica, como os
fosfatos, arsenatos, e carbonatos, nas extremidades dos tetraedros de sílica (Grim,
1968). A adsorção de ânions tem diferentes propriedades, tornando o comportamento da
adsorção totalmente complexo (Drever, 1997). A figura abaixo mostra a adsorção dos
ânions com a variação do pH.
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• variáveis do solo - tipo de solo, mineralogia, distribuição granulométrica, estrutura do
solo, capacidade de troca iônica, tipo de íons adsorvidos e tipo e teor de matéria
orgânica presente;
• variáveis do poluente - tipo de poluente, concentração do poluente e outras substâncias
presentes, densidade, viscosidade, pH, polaridade, solubilidade, demanda bioquímica de
oxigênio e demanda química de oxigênio;
• variáveis do ambiente - condições hidrogeológicas, condições aeróbicas/anaeróbias,
temperatura, microorganismos presentes, potencial de óxido-redução.
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5 – PADRÕES DE CONTAMINAÇÃO
A tabela mostrada a seguir apresenta esses valores para os solos e para as águas no
Estado de São Paulo (Dorothy C. P. Casarini [et al.]. - - São Paulo : CETESB, 2001.)
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6 GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS
Quando se usa como critério principal o processo envolvido, os tratamentos podem dividir-
se nos seguintes grupos: biológicos, fisico-químicos, térmicos.
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etc.). Em determinadas situações (presença de poluentes muito persistentes), pode ser
necessário recorrer a microorganismos específicos ou a microorganismos geneticamente
modificados, de modo a conseguir uma otimização da biodegradação.
• Tratamentos Ex Situ:
o biológico
o físico-químico
o térmico
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fornecimento de oxigênio aos microorganismos presentes no solo. Normalmente o oxigênio é
fornecido através da injeção direta de ar.
Esta técnica tem sido usada no tratamento de solos contaminados por derivados do
petróleo, solventes não clorados, alguns pesticidas, conservantes de madeira, entre outros
orgânicos.
Como esta técnica depende da atividade de microorganismos, fatores como
temperatura, pH e umidade do solo podem influenciar na eficiência do processo de
descontaminação.
Os custos de operação de um sistema de "bioventing" variam geralmente de acordo
com o tipo e permeabilidade do solo, concentração e tipo de contaminantes. Além disso, esta
tecnologia não exige equipamento dispendioso e o número de operadores envolvidos na
operação e manutenção do sistema é reduzido, sendo a monitoramento do solo feita
periodicamente.
b) Biorremediação acelerada ou Enhanced Bioremediation
Nesse tratamento, a atividade de microorganismos é estimulada através da circulação
de soluções aquosas de modo a promover a degradação dos contaminantes orgânicos ou a
imobilização dos inorgânicos. O fornecimento de nutrientes, oxigênio (no caso de processo
aeróbio), ou de outros aditivos, constitui um modo de otimizar o processo.
Os tratamentos baseados em métodos biológicos, como já mencionado, têm sido
aplicados com sucesso na descontaminação de solos, lamas e águas subterrâneas
contaminadas com derivados do petróleo, solventes, pesticidas, conservantes de madeira e
outros compostos orgânicos. Esses tratamentos biológicos são especialmente eficazes na
descontaminação de solos com baixos níveis de contaminação residual.
Embora os contaminantes inorgânicos não sejam biodegradáveis, os processos
biológicos têm aplicação no seu tratamento já que podem ser usados para alterar o estado de
valência dos compostos. Esta alteração pode criar condições que permitam a adsorção ou a
precipitação dos contaminantes, ou ainda, que facilitem a sua absorção, acumulação e
concentração por micro ou macroorganismos.
Uma das desvantagens desse processo é que a circulação de soluções aquosas
através do solo pode aumentar a mobilidade dos contaminantes, podendo conduzir à
necessidade de tratamento da água subterrânea. Outro ponto negativo é que este sistema não
deve ser aplicado em solos argilosos, altamente estratificados ou muito heterogêneos devido a
limitações na transferência de oxigênio.
c) Land Treatment ou tratamento do solo
A Land Treatment é uma técnica de tratamento biológico em que os solos, lamas ou
sedimentos contaminados são revolvidos periodicamente para serem arejados e expostos às
condições climatéricas. Os resíduos, o solo, as condições climatéricas e a atividade biológica
interagem como um sistema dinâmico para degradar, transformar e imobilizar os
contaminantes.
Muitas vezes as condições do solo são controladas por forma a otimizar a velocidade
de degradação dos contaminantes. As condições normalmente controladas incluem: teor de
umidade, arejamento, pH, e concentração de nutrientes. Porém fatores incontroláveis como
temperatura e chuvas podem afetar negativamente a velocidade de descontaminação.
Esta técnica é utilizada para tratar hidrocarbonetos de elevado peso molecular. A
aplicação desta técnica deve ser convenientemente gerenciada de modo a evitar contaminação
de aqüíferos, águas superficiais, atmosfera, cadeia alimentar, tanto no local como nas áreas
envolventes, tornando-se necessário um plano de monitorização ambiental adequados.
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O processo de remediação eletrocinética permite tirar partido de processos
eletroquímicos e eletrocinéticos para promover remoção de metais e de compostos orgânicos
polares. Aplica-se ao solo uma corrente direta de baixa intensidade mediante a introdução de
eletrodos. Esta tecnologia de processamento do solo é fundamentalmente um método de
extração de contaminantes.
Esta técnica aplica-se a solos, sedimentos e lamas contaminados com metais pesados
e compostos orgânicos polares. A separação eletrocinética aplica-se principalmente no caso de
solos de baixa permeabilidade, tais como solos argilosos saturados ou parcialmente saturados,
difíceis de drenar.
A presença de materiais metálicos ou isolantes enterrados no solo pode induzir
variabilidade na condutividade do solo. Devem ser usados eletrodos inertes, tais como
eletrodos de carbono, grafite ou platina, de modo a não introduzir nenhum tipo de resíduo na
massa de solo tratada.
Os custos variam com a quantidade de solo a tratar, a condutividade do solo, o tipo de
contaminante, o espaçamento entre os eletrodos e o tipo de processo usado. Testes usando
"solos reais" indicam que os consumos energéticos na extração de metais podem atingir 500
kWh/m3 ou mais quando a distância entre os eletrodos varia entre 1,0 m e 1,5 m.
b)Fratura (Fracturing)
A fratura é uma tecnologia de melhoramento, destinada a aumentar a eficiência da
aplicação de outras tecnologias “in situ” em solos que apresentam más condições para a
aplicação destas. Promove-se o desenvolvimento de fraturas em solos de baixa permeabilidade
ou em sedimentos que apresentem elevado grau de compactação. A existência destas fraturas
aumenta a eficiência de muitos processos “in situ” devido ao aumento do contato entre os
contaminantes adsorvidos nas partículas do solo e o meio de extração.
A fratura aplica-se a todos os grupos de contaminantes. Como desvantagem, esse
processo pode gerar a criação de novas vias de dispersão de contaminantes.
c) Lavagem do Solo “in situ” (Soil Flushing)
A lavagem do solo “in situ” consiste na extração dos contaminantes do solo fazendo
passar água ou uma solução aquosa adequada através das camadas contaminadas, mediante
um processo de injeção ou infiltração. Os contaminantes são arrastados pela água para depois
se proceder à sucção da água subterrânea e respectivo tratamento.
Esta tecnologia aplica-se especialmente aos contaminantes inorgânicos, incluindo
contaminantes radioativos. Pode ser usada para tratar contaminação por combustíveis e
pesticidas, mas em geral não apresenta uma relação custo-benefício tão favorável quanto
outras técnicas.
A técnica de lavagem do solo não é tão eficiente em solos de baixa permeabilidade ou
muito heterogêneos e deve ser usada apenas quando os contaminantes e os fluídos de
lavagem podem ser confinados e extraídos.
d) Extração do Vapor do Solo (Soil Vapor Extraction- SVE)
A extração do vapor do solo é uma tecnologia de tratamento da zona não saturada do
solo. A aplicação de vácuo através de poços de extração resulta na indução de um fluxo de ar
controlado de modo a remover contaminantes voláteis e semivoláteis. O gás que abandona o
solo pode necessitar de tratamento para remoção ou destruição dos contaminantes,
dependendo das disposições legais em vigor.
Os grupos de contaminantes alvo desta técnica são alguns combustíveis. Esta
tecnologia é tipicamente aplicada apenas no caso de compostos voláteis. Fatores, tais como
umidade, fração orgânica e permeabilidade do solo ao ar afetam a eficiência desta tecnologia.
Dado que o processo implica em um fluxo contínuo de ar através do solo, ele promove
freqüentemente a biodegradação “in situ” de compostos orgânicos pouco voláteis que estejam
presentes.
Esta técnica não deve ser aplicada em solos muito compactos ou com elevada
umidade, pois estes apresentam baixa permeabilidade ao ar, requerendo vácuo mais potente,
o que implica custos superiores.
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O custo da aplicação desta tecnologia é muito dependente do local específico a tratar,
dependendo da sua extensão, do tipo e níveis de concentração dos contaminantes e das
características hidrogeológicas. A necessidade de tratamento dos gases libertados aumenta
significativamente o custo dos projetos. Muitas vezes também ocorre extração de água com
contaminantes dissolvidos, podendo implicar custos adicionais de tratamento.
e)Solidificação/Estabilização
Os contaminantes são fisicamente envolvidos em uma massa estabilizada
(solidificação), ou são induzidas reações químicas entre agentes estabilizadores e os
contaminantes de modo a reduzir a mobilidade destes (estabilização). Os agentes
estabilizadores são normalmente inseridos no solo através de máquinas injetoras.
Os processo de solidificação/estabilização “in situ” aplicam-se nos casos de
contaminação por inorgânicos. A vitrificação “in situ” pode destruir ou remover compostos
orgânicos e imobilizar a maioria dos compostos inorgânicos presentes nos solos.
Os custo são altamente variáveis, pois dependem da área a ser tratada e das
substancias utilizadas para provocar a solidificação e/ou estabilização dos contaminantes.
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objetivo é manter um sistema aeróbio, fazendo circular ar úmido na mistura de solo
contaminado e aparas de madeira, servindo estas de suporte ao desenvolvimento dos fungos.
Os White Rot Fungus são capazes de degradar e mineralizar variados poluentes
orgânicos, incluindo explosivos convencionais como o TNT e outras substâncias recalcitrantes
tais como, DDT.
Esta técnica não é aplicável em solos, sedimentos ou lamas contendo elevadas
concentrações de TNT. As estimativas de custos rondam os 98 USD por metro cúbico.
c) Landfarming ou fazendas de lodo
Os solos, lamas ou sedimentos são aplicados sobre uma camada de solo e revolvidos
periodicamente para promover o arejamento dos resíduos. É necessário implementar métodos
de controle dos lixiviados, as condições do solo de forma a otimizara velocidade de degradação
dos contaminantes.
Normalmente são controlados o teor de umidade, aeração, pH e concentrações de
nutrientes. Esse método é equivalente da técnica “in situ” de land treatment e é eficaz no
tratamento de hidrocarbonetos derivados de petróleo. Alguns contaminantes que tem sido
tratado com sucesso incluindo gasóleo, fuelóleos nº 2 e 6, JP-5, PCP, resíduos de coque e
alguns pesticidas.
d) Reator biológico ou Slurry Phase Biological Treatment
Esta técnica envolve o tratamento controlado do solo escavado num reator biológico. O
solo é primeiramente processado de modo a separar fisicamente os componentes de maiores
dimensões e em seguida é misturado com água até uma concentração pré-determinada,
dependendo da concentração dos contaminantes, da velocidade da degradação biológica e da
natureza do solo. A fração arenosa, já limpa, é retirada do sistema, restando a fração de finos e
a água de lavagem, que serão tratados biologicamente.
O solo é mantido em suspensão no reator e misturado com nutrientes e oxigênio e, se
necessário, corretores de pH. Após a degradação estar completa procede-se à secagem das
lamas. Os custos de tratamento variam entre 130 e 200 USD por metro cúbico.
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Esta tecnologia aplica-se essencialmente no tratamento de contaminantes inorgânicos.
Também pode ser usada, embora com menor eficiência, no caso de hidrocarbonetos
combustíveis e pesticidas.
O processo não é economicamente vantajoso no caso de elevadas concentrações de
contaminantes devido à necessidade de utilização de grandes quantidades de agente oxidante.
d) Separação (Separation)
As técnicas de separação têm como objetivo concentrar os contaminantes sólidos
através de meios físicos e químicos que promovem a sua separação do meio em que se
encontram dispersos. A sedimentação e o peneiramento são técnicas de separação
tradicionalmente usadas, enquanto que a separação magnética é um processo recente, ainda
em testes.
Os processos de separação ex situ são aplicados nos casos de contaminação com
combustíveis e compostos inorgânicos. Também podem ser usados para tratar alguns
pesticidas. A separação magnética é especificamente adaptada ao tratamento da
contaminação por metais pesados e partículas radioativas com propriedades magnéticas, tais
como compostos contendo urânio e plutônio. A separação física é muitas vezes utilizada antes
da extração química, já que de um modo geral os contaminantes se encontram associados às
frações do solo mais finas, sendo que muitas vezes apenas estas frações são sujeitas a
tratamento. Esta técnica também é útil nos casos em que os metais pesados ocorrem na forma
de partículas.
Uma das vantagens dos processos de separação física é a utilização de equipamento
de dimensões relativamente reduzidas. Não foi possível obter uma estimativa dos custos
desses processos.
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apresenta eficácia muito limitada no tratamento de compostos orgânicos e pesticidas, com
exceção da vitrificação, que destrói a maioria destes compostos.
a) Incineração
Neste tipo de tratamento usam-se temperatura na ordem dos 870 a 1200 ºC para
volatilizar e queimar, compostos halogenados e outros orgânicos refratários.
A incineração é utilizada para descontaminar solos que contenham explosivos e
resíduos perigosos, particularmente hidrocarbonetos clorados e dioxinas.
Os custos de tratamento de solos em incineradores off-site variam entre 220 e 1100
USD por tonelada, incluindo todos os custos de projeto. A utilização de unidades de
incineração móveis que possam ser operadas on-site reduz os custos de transporte do solo. O
tratamento de solos contaminados com dioxinas é mais dispendioso, podendo variar entre
1650 e 6600 USD por tonelada.
b) Pirólise
A pirólise consiste na decomposição química dos materiais orgânicos através do calor
(430 ºC), na ausência de oxigênio. Na prática não é possível obter atmosferas completamente
livres de oxigênio, sendo que ocorre sempre oxidação. Da pirólise dos compostos orgânicos
resultam gases, pequenas quantidades de líquido e um resíduo sólido (coque) contendo carvão
e cinzas.
Os contaminantes tratados são os pesticidas, dioxinas e muitos outros compostos
orgânicos. O processo é aplicável na separação de resíduos provenientes de refinarias, do
tratamento de madeiras, do processamento de borracha sintética e tintas e de solos
contaminados com hidrocarboneto, e ainda resíduos mistos (radioativos e perigosos). Os
metais voláteis podem ser removidos devido às elevadas temperaturas, mas não são
destruídos.
Com a tecnologia disponível atualmente, uma parte dos solos contaminados ainda não
é ou é problematicamente descontaminável, devido a problemas variados tais como emissões
gasosas de alto risco, concentrações residuais inaceitavelmente elevadas e/ou produção de
grandes quantidades de resíduos contaminados. Isto é particularmente verdade para solos
poluídos com hidrocarbonetos aromáticos halogenados e/ou metais pesados, bem como com
solos contendo elevada percentagem de finos.
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2.8 – ATENUAÇÃO NATURAL OU BIORREMEDIAÇÃO
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