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AMBIENTAL
Introdução ao
saneamento
Thiago Boeno Patricio Luiz
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
O tema do saneamento é abrangente e envolve conceitos relativos a várias áreas
do conhecimento, como física, química, biologia, engenharias, ciências da saúde,
ciências sociais, entre outras. A implantação dos serviços de saneamento gera
uma série de benefícios que impactam diretamente na saúde, na qualidade de
vida e no desenvolvimento sustentável da sociedade.
Dentre os principais benefícios do saneamento básico, podemos citar a pre-
venção de doenças de veiculação hídrica, a redução da mortalidade infantil, a
despoluição de rios, lagos, mares e águas subterrâneas, a valorização dos imóveis
e a expansão do turismo.
Neste capítulo, você vai conhecer os principais conceitos que permeiam o tema
de saneamento com destaque aos serviços essenciais que devem ser prestados
pelos municípios, bem como as bases legais que norteiam suas implantação e
operação.
2 Introdução ao saneamento
Figura 1. Reações entre as três fases (ar, água, rochas) do sistema carbonato.
Fonte: Baird e Cann (2011, p. 603).
De acordo com Von Sperling (1996), a poluição das águas se dá pela adição
de substâncias ou de alguma forma de energia que, direta ou indiretamente,
altera a natureza dos mananciais de modo a prejudicar o seu uso ou suas
funções no ecossistema. De acordo com o autor, as diversas impurezas pre-
sentes na água e que alteram sua qualidade e pureza podem ser simplificadas
em termos de suas características físicas, químicas e biológicas. Observe o
esquema da Figura 3.
Impurezas
Suspensos
Ser vivo
Coloidais
Matéria em
decomposição Animais
Dissolvidos
Vegetais
Protistas/
Moneras
Dissolução:
Precipitação:
Por fim, o eixo de drenagem urbana, responsável pelo manejo das águas
pluviais urbanas do saneamento básico, é toda a infraestrutura e instalação
operacional responsável pela drenagem das águas da chuva. Sempre que
ocorre a precipitação pluviométrica em cidades intensamente urbanizadas e
impermeabilizadas, a tendência é que as águas da chuva procurem um meio
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drenagem urbana;
transporte de águas pluviais urbanas;
detenção ou retenção de águas pluviais urbanas para amortecimento
de vazões de cheias;
tratamento e disposição final de águas pluviais urbanas.
Legislação Comentários
(Continua)
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(Continuação)
Legislação Comentários
Principais NBRs
As NBRs são normas brasileiras que fornecem orientações para padronizar e
organizar procedimentos, visando a obtenção de maior qualidade de obras,
serviços e/ou produtos. Na área do saneamento, existem diversas NBRs
relacionadas a projetos, estudos de concepção e procedimentos para a exe-
cução de atividades, sendo aplicáveis nos diferentes eixos do saneamento
básico. No Quadro 2, apresenta-se uma compilação sintética das principais
NBRs aplicáveis na área do saneamento, organizadas em ordem cronológica.
NBR Comentários
(Continua)
18 Introdução ao saneamento
(Continuação)
NBR Comentários
ABNT NBR 13969:1997 — Tanques Esta Norma tem por objetivo oferecer
sépticos — Unidades de tratamento alternativas de procedimentos
complementar e disposição final técnicos para o projeto, a construção
dos efluentes líquidos — Projeto, e a operação de unidades de
construção e operação tratamento complementar e
disposição final dos efluentes
líquidos de tanque séptico, dentro do
sistema de tanque séptico.
ABNT NBR 15536:2007 — Sistemas para Esta parte da ABNT NBR 15536:2007
adução de água, coletores-tronco, estabelece sistemas de classificação
emissários de esgoto sanitário e para os tubos de plástico reforçado
águas pluviais — Tubos e conexões de com fibra de vidro (PRFV) e seus
plástico reforçado de fibra de vidro sistemas de junta para uso em
(PRFV) — Parte 1: Tubos e juntas para sistemas para adução de água, com
adução de água diâmetros nominais entre 100 mm e
3.600 mm.
Ressalta-se que existem diversas NBRs que podem ser utilizadas na área
do saneamento. Além das normas apresentadas, a ABNT está constantemente
lançando novas NBRs e corrigindo as existentes, de forma a melhorar e
padronizar os procedimentos técnicos e os projetos de engenharia. Cabe
ao profissional estar atento aos novos lançamentos e orientações da ABNT,
a fim de estar atualizado com as especificidades constantes do mercado.
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Referências
ABRELPE. Panorama 2020. São Paulo: ABRELPE, 2020. Disponível em: https://abrelpe.
org.br/panorama-2020/. Acesso em: 28 jan. 2021.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 8160:1999. Sistemas prediais
de esgoto sanitário – Projeto e execução. Rio de Janeiro: ABNT, 1999.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 8419:1992. Apresentação
de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos – Procedimento. Rio
de Janeiro: ABNT, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9649:1986. Projeto de redes
coletoras de esgoto sanitário. Rio de Janeiro: ABNT, 1986.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10004:2004. Resíduos sólidos
– Classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12209:2011. Elaboração de
projetos hidráulico-sanitários de estações de tratamento de esgotos sanitários. . Rio
de Janeiro: ABNT, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12211:1992. Estudos de
concepção de sistemas públicos de abastecimento de água – Procedimento. Rio de
Janeiro: ABNT, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12213:1992. Projeto de cap-
tação de água de superfície para abastecimento público – Procedimento. Rio de
Janeiro: ABNT, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12216:1992. Projeto de es-
tação de tratamento de água para abastecimento público – Procedimento. Rio de
Janeiro: ABNT, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12217:1994. Projeto de re-
servatório de distribuição de água para abastecimento público – Procedimento. Rio
de Janeiro: ABNT, 1994.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12218:2017. Projeto de rede
de distribuição de água para abastecimento público – Procedimento. Rio de Janeiro:
ABNT, 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12266:1992. Projeto e exe-
cução de valas para assentamento de tubulação de água esgoto ou drenagem urbana
– Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13969:1997. Tanques sépticos
– Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos –
Projeto, construção e operação. Rio de Janeiro: ABNT, 1997.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15536:2007. Sistemas para
adução de água, coletores-tronco, emissários de esgoto sanitário e águas pluviais
– Tubos e conexões de plástico reforçado de fibra de vidro (PRFV) – Parte 1: Tubos e
juntas para adução de água. Rio de Janeiro: ABNT, 2007.
BAIRD, C.; CANN, M. Química ambiental. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência
da República, 1988. Disponível em: planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
htm. Acesso em: 28 jan. 2021.
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Leituras recomendadas
ANA. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Atlas esgotos: despoluição de
bacias hidrográficas. Brasília: ANA, 2017. Disponível em: https://arquivos.ana.gov.br/
imprensa/publicacoes/ATLASeESGOTOSDespoluicaodeBaciasHidrograficas-Resumo-
Executivo_livro.pdf. Acesso em: 28 jan. 2021.
PHILIPPI JÚNIOR, A. (ed.). Saneamento, saúde e ambiente: fundamentos para um de-
senvolvimento sustentável. 2. ed. Barueri: Manole, 2017.
TUCCI, C. E. M. Drenagem urbana. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 55, n. 4, p. 36–37, 2003.
Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-
-67252003000400020&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 28 jan. 2021.