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Apresentação: 03/03/2023 12:19:18.

300 - MESA

PDL n.59/2023
CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº , DE 2023

Susta os efeitos do parágrafo único do art. 70;


dos incisos I e II do art. 71; do inciso III do
§3º do art. 292; do § 4º do art. 655-G; do
inciso II do caput do art. 655-I; do inciso I do
§ 1º do art. 655- I; da alínea b do inciso II do
§ 1º do art. 655 - I; do inciso I do §2º do art.
655 - I ; §3º do art.655 -I; dos §§4º e 5º do
art. 655 -O; e art. 671-A da Resolução
Normativa n° 1.000, de 7 de dezembro de
2021 da Agência Nacional de Energia
Elétrica - ANEEL

O CONGRESSO NACIONAL, no uso de suas atribuições, decreta:

Art. 1º. Ficam sustados, com fundamento no art. 49, incisos V, X e XI, da
Constituição Federal, os efeitos do art. 70; dos incisos I e II do art. 71; do inciso III do
§3º do art. 292; do § 4º do art. 655-G; do inciso II do caput do art. 655-I; do inciso I do
§ 1º do art. 655- I; da alínea b do inciso II do § 1º do art. 655 - I; do inciso I do §2º do
art. 655 - I ; §3º do art.655 -I; dos §§4º e 5º do art. 655 -O; e art. 671-A da Resolução
Normativa n° 1.000, de 7 de dezembro de 2021 da Agência Nacional de Energia Elétrica
– ANEEL, alterada pela Resolução Normativa n° 1.059 de 7 de fevereiro de 2023, da
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.
*CD239227673800*

Art. 2º. Este decreto legislativo entra em vigor na data de sua publicação.

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PDL n.59/2023
CÂMARA DOS DEPUTADOS

JUSTIFICATIVA

A Resolução Normativa n° 1.059/2023, da Agência Nacional de Energia Elétrica


– ANEEL, publicada no Diário Oficial da União em 10/02/2023, alterou as disposições
da RN 1.000/2021 dessa Agência, que regulamenta a Lei nº 14.300/2022. A referida
Resolução 1059/2023, em alguns dispositivos, extrapolou os limites da competência da
Agência como entidade reguladora e fiscalizadora do setor elétrico no Brasil,
incorrendo, portanto, em ilegalidade ao modificar os ditames da citada lei.

Observe-se que o art. 2º, §4º da Lei 14.300/2022, prevê que o requerente tem
prazo de até 30 (trinta) dias contados da data de recebimento da notificação formal da
distribuidora para o saneamento e complemento da requisição, como se vê em seu texto:

“Art. 2º As concessionárias ou permissionárias de distribuição de energia elétrica


deverão atender às solicitações de acesso de unidade consumidora com
microgeração ou minigeração distribuída, com ou sem sistema de
armazenamento de energia, bem como sistemas híbridos, observadas as
disposições regulamentares. (...)

§ 4º Na hipótese de vício formal sanável ou de falta de documentos nos estudos


de responsabilidade do acessante necessários à elaboração dos projetos que
compõem o parecer de acesso, a distribuidora acessada notificará o acessante
sobre todas as pendências verificadas que deverão ser sanadas e protocoladas na
distribuidora acessada em até 30 (trinta) dias contados da data de recebimento da
notificação formal da distribuidora para esse fim, facultado prazo distinto
acordado entre as partes.”

Entretanto a RN 1.059/23, que altera a RN 1.000/2021, aboliu esta garantia do


art. 2º, §4º, acima destacada. Por meio da redação do parágrafo único do art.70 e dos
incisos I e II do art. 71, suprimiu o prazo para aditamento dos pedidos em caso de vícios
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sanáveis e ausência de documentação, e ainda criou a possibilidade do indeferimento da


solicitação não previsto na lei, em flagrante inconformidade com a lei 14.300/2023, o
que é vedado às Agencias Reguladoras. Eis o texto da Resolução:

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“Art. 70. A distribuidora deve fornecer protocolo ao consumidor e demais


usuários quando receber solicitação de orçamento estimado ou de orçamento de
conexão.
Parágrafo único. A distribuidora pode recusar o pedido se não forem
apresentadas, no ato, as informações de responsabilidade do consumidor e
demais usuários, exceto nos casos de atendimento por canal telefônico, em
que deve ser observado o disposto nos §§3º e 4º do art. 399.”

“Art. 71. A distribuidora tem o prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados a partir
da solicitação, para verificar a entrega das informações e documentos
necessários e adotar uma das seguintes providências:

I- comunicar ao consumidor e demais usuários que as informações e


documentação recebida estão de acordo com a regulação e que realizará os
estudos, elaboração do projeto e orçamento; ou

II- indeferir a solicitação e comunicar ao consumidor e demais usuários as


não conformidades, observado o art. 416 e o direito ao registro de
reclamação.”

Outra inovação de grande impacto negativo da RN repousa na criação de


exigência de novas regras para consumidores que já estavam conectados (com
contrato assinado) no regime B-Optante, exigências que não estão previstas na Lei
14.300/2022. Com efeito, as imposições agora presentes na RN 1.059 importam em
flagrante agressão a ATOS JURÍDICOS PERFEITOS e a DIREITOS
ADQUIRIDOS de milhares de consumidores, na medida em que celebraram
negócios jurídicos sob a égide de uma determinada normatização, mas agora se
veem compelidos a um novo regime compulsório e surpreendente, que lhes põe em
absoluta situação de desprestígio financeiro. Este novo comando afetou os hotéis e a
exploração de serviços de hotelaria ou pousada que estiver localizada em área de
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veraneio ou turismo, como também instalações permanentes para a prática de


atividades esportivas ou parques de exposições agropecuárias, que tem por direito
optar pelo faturamento no Grupo B. Com o texto da RN estes consumidores,
quando instalam uma geração distribuída perdem o benefício estabelecido pelo art.
292 de forma retroativa prejudicando seriamente todo o setor exploração de

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serviços de hotelaria ou pousada e estiver localizada em área de veraneio ou turismo


e instalações para a prática de atividades esportivas ou parques de exposições
agropecuárias. A ANEEL inovou, extrapolando a Lei impondo a exigência de se
procurar, em até 60 dias, a distribuidora para mudar seus contratos (Art. 671-A da
RN 1.000), o que não está previsto no texto da Lei 14.300/2022, mas que na RN
impõe inclusive com a ameaça de ter suspenso o direito de acesso ao SCEE se não
contratar demanda. O texto da Lei foi inequívoco e restritivo em seu alcance. Eis o
que diz a lei:

“Art. 11. (...)


§ 1º Unidades consumidoras com geração local, cuja potência nominal total
dos transformadores seja igual ou inferior a uma vez e meia o limite
permitido para ligação de consumidores do Grupo B, podem optar por
faturamento idêntico às unidades conectadas em baixa tensão, conforme
regulação da Aneel.”

Todavia a RN inovou, desvirtuando ilegalmente o texto da lei 14.300/2022


causando grande prejuízo ao consumidor:
Art. 292. O consumidor pode optar por faturamento com aplicação da tarifa
do grupo B para sua unidade consumidora do grupo A, desde que atendido um dos
seguintes critérios:
I - a soma das potências nominais dos transformadores da unidade
consumidora for menor ou igual a 112,5 kVA;
II - a soma das potências nominais dos transformadores da unidade
consumidora for menor ou igual a 1.125 kVA, se classificada na subclasse
cooperativa de eletrificação rural;
III - a atividade desenvolvida na unidade consumidora for a exploração de
serviços de hotelaria ou pousada e estiver localizada em área de veraneio ou
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turismo, independentemente da potência nominal total dos transformadores; ou


IV - a carga instalada dos refletores utilizados na iluminação for maior ou
igual a 2/3 da carga instalada total em instalações permanentes para a prática de
atividades esportivas ou parques de exposições agropecuárias.

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§ 1o Considera-se área de veraneio ou turismo aquela oficialmente


reconhecida como estância balneária, hidromineral, climática ou turística.
§ 2o A aplicação da tarifa do grupo B ou o retorno ao faturamento com
aplicação de tarifa do grupo A devem ser realizados até o segundo ciclo)
§ 3º Para unidade consumidora participante do SCEE, a opção de que trata
o caput pode ser efetuada desde que atendidos, de forma conjunta, os
seguintes critérios: (...)

III – não haver alocação ou recebimento de excedentes de energia em


unidade consumidora distinta de onde ocorreu a geração de energia
elétrica.”- Grifei

A RN optou por ser abrangente e invasiva, em cristalina ofensa ao princípio


pacta sunt servanda, uma vez mais se aventurando a usurpar competência do Poder
Legislativo e malferindo condições defesas até mesmo para a edição de uma Lei
Federal, como o Ato Jurídico Perfeito e o Direito Adquirido dos consumidores B-
Optantes especialmente no art. 671-A, intimamente relacionado ao art.292:

Art. 671-A. A unidade consumidora do grupo A participante do


SCEE em que foi exercida a opção pelo faturamento no grupo B de que
trata a Seção III do Capítulo X do Título I em data anterior à 7 de janeiro
de 2022 deve ser adequada aos critérios do § 3º do art. 292, no prazo de até
60 dias contados da entrada em vigor deste artigo.

§ 1º A distribuidora deve notificar o consumidor responsável pela


unidade consumidora de que trata o caput em até 15 dias contados da
entrada em vigor deste artigo.

§ 2º O não atendimento ao disposto no caput implica interrupção da


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aplicação da opção de faturamento pelo grupo B, devendo o


faturamento passar a ser realizado pelo grupo A a partir do ciclo de
faturamento subsequente ao término do prazo do caput.

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§ 3º Caso se aplique o disposto no parágrafo anterior, a distribuidora


deve aplicar o período de testes para permitir a adequação da demanda
contratada e a escolha da modalidade tarifária pelo consumidor, conforme
disposto no inciso II do art. 311.

§ 4º Caso não haja indicação da demanda contratada após o período


de teste tratado no parágrafo anterior, deve-se aplicar o previsto no art. 144
e no inciso I do § 2º do art. 655-F.
Como dito, estas disposições da RN exigem novas regras para consumidores
antigos (a serem implementadas em 60 dias) que podem ter suspenso o direito de
acesso ao SCEE. Fere mortalmente os contratos já firmados, retroativamente(!).
Não importa se micro ou minigerador, tal situação seria ilegal até mesmo se fosse
imposta por Lei Federal, ante a limitação do artigo 6º da LINDB. A ANEEL neste
caso não só extrapola a Lei 14.300/22, como procede gritante ilegalidade frente à
LINDB.

Outra mudança veemente e abrupta da RN está no art. 655 – G §4º em que


impõe a indevida proibição da transferência de créditos para um mesmo titular.
Assim dispõe a Lei:

“Art. 12. A cada ciclo de faturamento, para cada posto tarifário, a


concessionária de distribuição de energia elétrica, conforme o caso, deve
apurar o montante de energia elétrica ativa consumido e o montante de
energia elétrica ativa injetado na rede pela unidade consumidora com
microgeração ou minigeração distribuída em sua respectiva área de
concessão. (...)

§ 4º O consumidor-gerador titular da unidade consumidora onde se


encontra instalada a microgeração ou minigeração distribuída pode
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solicitar alteração dos percentuais ou da ordem de utilização dos


excedentes de energia elétrica ou realocar os excedentes para outra
unidade consumidora do mesmo titular, de que trata o § 1º deste artigo,
perante a concessionária ou permissionária de distribuição de energia
elétrica, e esta terá até 30 (trinta) dias para operacionalizar o
procedimento.” - Grifei

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Ao seu turno, a RN, uma vez mais, extrapolando o conteúdo da lei cria
regras que a lei não prevê, incorrendo em manifestas e sucessivas ilegalidades,
como mais uma vez se expõe:
“Art. 655-G. No faturamento da unidade consumidora integrante do SCEE, a
distribuidora deve observar os procedimentos descritos nesta Seção e na
Seção IV, sem prejuízo do previsto nos Capítulos
VII a X do Título I. (...).
§ 4º Para as unidades participantes do SCEE citadas nos incisos II a V do
§ 3º, os excedentes de energia não utilizados no ciclo de faturamento em
que foram alocados transformam-se em créditos de energia e devem
permanecer na mesma unidade consumidora.” - Grifei

Outra afronta da RN à lei 14.300/2022 se mostra nítida com o acréscimo do art.


655-I no inciso II do caput, no inciso I do §1º, na alínea b do inciso II do §1º, no inciso
I do §2º, e em todo o §3º. Tais acréscimos, ilegais pois exorbitam o previsto na lei
regulamentada, inviabilizam boa parte das modalidades de geração energética
fotovoltaica, onerando o consumidor principalmente pela não aplicação das regras
estabelecidas pertinentes à aplicação do custo de disponibilidade previstos no art. 16 Lei
14.300/22, cometendo assim a Agência grave ilegalidade em manifesto desacordo com
o texto da lei regulamentada. Dispõe a Lei:
“Art. 16. Para fins de compensação, a energia injetada, o excedente de energia
ou o crédito de energia devem ser utilizados até o limite em que o valor em
moeda relativo ao faturamento da unidade consumidora seja maior ou igual
ao valor mínimo faturável da energia estabelecido na regulamentação vigente.

§ 1º Para as unidades consumidoras participantes do SCEE não enquadradas


no caput do art. 26 desta Lei, o valor mínimo faturável da energia deve ser
aplicado se o consumo medido na unidade consumidora, desconsideradas as
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compensações oriundas do SCEE, for inferior ao consumo mínimo faturável


estabelecido na regulamentação vigente.

§ 2º O valor mínimo faturável aplicável aos microgeradores com


compensação no mesmo local da geração e cujo gerador tenha potência
instalada de até 1.200 W (mil e duzentos watts) deve ter uma redução de até

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50% (cinquenta por cento) em relação ao valor mínimo faturável aplicável


aos demais consumidores equivalentes, conforme regulação da Aneel.”

Ao seu turno, a RN uma vez mais extrapola o conteúdo da lei criando regras
que a lei não prevê, incorrendo em manifestas e sucessivas ilegalidades, como mais
uma vez se expõe:
“Art. 655-I. No faturamento no grupo B de unidade consumidora participante
do SCEE, o consumidor deve pagar à distribuidora a soma das seguintes
parcelas: (...)

II – parcela referente à energia ativa injetada na rede de distribuição.

§ 1o A parcela referente à energia ativa consumida da rede de distribuição é o


maior valor entre os obtidos a partir do:

I - custo de disponibilidade disposto no art. 291; ou

II - faturamento referente à energia consumida da rede, composto pela soma:

a) da diferença positiva entre o montante de energia ativa consumido da rede


e a energia compensada, faturada conforme regras aplicadas aos demais
consumidores; e

b) do faturamento do custo de transporte da energia compensada,


conforme enquadramento como GD I, GD II ou GD III.

§ 2º A energia compensada de que trata o § 1º :

I - deve ser considerada até o limite em que o valor monetário relativo ao


faturamento de que trata o § 1º , seja maior ou igual ao custo de
disponibilidade; e

II - é limitada ao montante total de energia elétrica ativa consumido pela


unidade consumidora no ciclo de faturamento.”
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(...)

§ 3º A parcela referente à energia ativa injetada na rede deve ser


calculada pela seguinte equação:
Faturamento Uso Injeção = (injeção – consumo) x TUSDg
em que:
Injeção é a demanda medida de injeção, em KW

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Consumo é a demanda medida requerida do sistema, em KW,


limitado ao valor da injeção, e
TUSDg é a tarifa do uso do sistema de distribuição aplicável à
central geradora.

Outra ilegalidade contida na RN da ANEEL está no que tange à suspensão do


prazo de injeção por pendência (obra) da concessionária. A Lei 14.300/2022 de forma
clara e objetiva dispôs no §4º do artigo 26, a suspensão de prazos enquanto houver
pendências de responsabilidade da distribuidora ou caso fortuito ou de força maior, eis a
lei:
“Art. 26. (...)
§ 3º Os empreendimentos referidos no inciso II do caput deste artigo, além das
disposições dos art. 4º, 5º e 6º desta Lei, devem observar os seguintes prazos
para dar início à injeção de energia pela central geradora, contados da data de
emissão do parecer de acesso:
I – 120 (cento e vinte) dias para microgeradores distribuídos, independentemente
da fonte;

II – 12 (doze) meses para minigeradores de fonte solar; ou

III – 30 (trinta) meses para minigeradores das demais fontes.

§ 4º A contagem dos prazos estabelecidos no § 3º deste artigo fica suspensa


enquanto houver pendências de responsabilidade da distribuidora ou caso
fortuito ou de força maior.” - Grifei

Contudo, os §§4º e 5º do art. 655-O da RN foram além, e mais uma vez a


Agência extrapolou sua competência regulatória, acrescentando dispositivos que não
estão previstos na Lei 14.300/2022 cometendo assim nova ilegalidade:

“Art. 655-O Até 31 de dezembro de 2045, deve-se considerar as regras dispostas


nesse artigo no faturamento da energia elétrica ativa compensada que seja
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oriunda de unidade consumidora com microgeração ou minigeração: (...)

§ 4º O disposto no caput somente se aplica caso o início da injeção de


energia na unidade de que trata o inciso II do caput se dê até o maior prazo
entre:

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I - o prazo de conexão ao sistema de distribuição indicado no


orçamento de conexão; e
II - os seguintes prazos, contados da data de emissão do orçamento de
conexão:
a) 120 dias: para unidades com microgeração distribuída,
independentemente da fonte;
b) 12 meses: para unidades com minigeração distribuída de fonte solar,
incluindo aquelas dotadas de sistema de armazenamento; ou
c) 30 meses: para unidades com minigeração distribuída das demais
fontes.

§ 5º A contagem dos prazos estabelecidos no § 4º fica suspensa enquanto


houver pendências de responsabilidade da distribuidora que causem atraso
na conexão, na vistoria e na instalação dos equipamentos de medição, ou em
caso fortuito ou de força maior, devidamente comprovados pelo
consumidor, sendo a suspensão limitada ao período em que durar o evento.”

Ou seja, enquanto a Lei, nitidamente, estabeleceu uma garantia ao consumidor


dando-lhe a segurança de não iniciar contagem de prazo “enquanto houver pendências
de responsabilidade da distribuidora”, a RN cria parâmetros que não existem na Lei
14.300/2022 em flagrante ilegalidade.

Conclui-se, portanto que, a Agência agiu em desacordo com o artigo 49, V, da


Constituição Federal, exorbitando do poder regulamentar e eiva o ato de
inconstitucionalidade, por vício de ilegalidade, conforme demonstrado.

Por essas razões é que o presente Projeto de Decreto Legislativo determina a


sustação dos efeitos do art. 70; dos incisos I e II do art. 71; do inciso III do §3º do art.
292; do § 4º do art. 655-G; do inciso II do caput do art. 655-I; do inciso I do § 1º do art.
655- I; da alínea b do inciso II do § 1º do art. 655 - I; do inciso I do §2º do art. 655 - I ;
§3º do art.655 -I; dos §§4º e 5º do art. 655 -O; e art. 671-A da Resolução Normativa n°
*CD239227673800*

1.000, de 7 de dezembro de 2021 da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL,


alterada pela Resolução Normativa n° 1.059 de 7 de fevereiro de 2023, da Agência
Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.

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Sala das Sessões, em 2 de março de 2023.

DEPUTADO LAFAYETTE DE ANDRADA


REPUBLICANOS – MG

DEPUTADO JOSÉ
NELTO
PP/GO

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Infoleg - Autenticador

Projeto de Decreto Legislativo de Sustação de Atos


Normativos do Poder Executivo
(Do Sr. Lafayette de Andrada)

Susta os efeitos dos art. 71,


incisos I e II; art. 292, § 3º, inciso III; art.
655-G, § 4º; art. 655-I, §§ 1º, 2º e 3º; art.
655-O, §5º e art. 671-A da Resolução
Normativa n° 1.000, de 7 de dezembro de
2021 da Agência Nacional de Energia
Elétrica - ANEEL

Assinaram eletronicamente o documento CD239227673800, nesta ordem:

1 Dep. Lafayette de Andrada (REPUBLIC/MG)


2 Dep. José Nelto (PP/GO)

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