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Universidade Estadual do Goiás.

Disciplina: História da Arte e da Arquitetura.

Docente: Patrick Di Almeida Vieira Zechin.

Discente: Brenda Maria Fernandes Silva.

Separação do texto em blocos:

1° Bloco, parágrafos 1 ao 5: “Comentários sobre ‘Os dez livros de Vitrúvio.’”

2° Bloco, parágrafos 6 ao 15: “Críticas e analises dos dez livros feita por diversos hemeneutas.”

3° Bloco, parágrafos 16 ao 22: “Contexto e motivação por trás da escrita do tratado de Vitrúvio.”

4° Bloco, parágrafos 23 ao 31: “Formação do arquiteto segundo Vitrúvio, para se alcançar a “excelência
da arquitetura.”

5° Bloco, parágrafos 32 ao 36: “Abrangência da ordem na arquitetura segundo Vitrúvio.”

6° Bloco, parágrafos 37 ao 43: “Doutrina das ordens arquitetônicas”

7° Bloco, parágrafos 44 ao 51: “Críticas devido às incoerências no tratado de Vitrúvio.”

8° Bloco, parágrafos 52 ao 60: “Discussões sobre a datação do tratado de Vitrúvio.”

9° Bloco, parágrafos 61 ao 63: “Datação conclusiva do tratado no período ‘Proto-Augustea.’”

10° Bloco, parágrafos 64 ao 67: “Disposições Toscanas.”

Resumo da Revista do professor Mário Henrique Simão D’Agostino:

O texto do professor Mário Henrique Simão D’Agostino é um resumo que discute a edição
brasileira dos dez livros sobre arquitetura escritos por Vitrúvio no século I a.C. A edição preenche uma
lacuna editorial da primeira tradução portuguesa por Pedro Nunes em 1541. No entanto, desde então,
várias traduções e revisões foram feitas. O autor destaca as críticas de Alberti e Perrault à clareza e
coerência dos escritos de Vitrúvio, ressaltando que as interpretações divergentes persistem até os dias
atuais. Alguns especialistas veem a “obscuridade de Vitrúvio” como um sinal da confusão e falta de
preparo do autor ao tentar escrever um tratado tão ambicioso. O texto destaca as correções propostas
por Alberti e Perrault, que buscaram esclarecer o significado e a coerência do texto de Vitrúvio. No
entanto, essas tentativas de interpretação e tradução nem sempre foram bem sucedidas, gerando debates
sobre a verdadeira intenção e mensagem de Vitrúvio em seus escritos. A falta de consenso entre os
historiadores reflete a complexidade da obra de Vitrúvio e a dificuldade em interpretá-la de maneira
clara e coerente.

O autor apresenta os "Dez Livros" de Vitrúvio, em que ele descreve o contexto e a motivação
por trás da escrita de seu tratado sobre arquitetura. Ele destaca a importância política e educacional da
arquitetura desde os tempos de César, mas é sob o patrocínio de Otávio que ele encontra o apoio
necessário para realizar sua obra. Vitrúvio dedica sua obra ao Imperador César, enfatizando a
necessidade de orientações precisas para as construções públicas e privadas da época, visando a sua
grandeza e perenidade na memória das gerações futuras. Embora seu tratado não seja exclusivamente
laudatório em relação ao imperador, ele reflete a preocupação com a qualidade e a excelência das
construções. O autor também aborda a ampla gama de destinatários do tratado, que inclui não apenas
arquitetos, mas também eruditos e líderes de família envolvidos na construção. Vitruvio destaca a
importância da teoria e da prática para s formação do arquiteto, defendendo uma educação que abrange
diversas disciplinas, além da habilidade técnica. O texto destaca a abordagem eclética e respeitosa de
Vitrúvio em relação aos modelos e exemplos do passado, buscando a excelência e a perfeição na
arquitetura. Ele se destaca de outros escritos anteriores sobre arquitetura por sua abordagem mais
abrangente e sistemática, buscando esclarecer a todos sobre a dignidade e a arte da arquitetura. A obra
de Vitrúvio representa uma tentativa de organizar e aprimorar os preceitos e gêneros de edificação,
consolidando-se como um tratado de referência na área.

O professor Mário Henrique nos diz ainda que Vitrúvio destaca que seu tratado "De architectura"
abrange todo o campo da disciplina, diferenciando-se de outros escritos que tratam apenas de partes
isoladas. Ele busca estabelecer uma doutrina orgânica e completa da arquitetura, coordenando os
preceitos comuns e as diferenças qualitativas entre os diferentes gêneros de edificação. Em contraste
com escritos anteriores, como os de Varrão e P. Sétimo, que não alcançaram pleno sucesso, Vitrúvio
propõe uma abordagem mais abrangente e organizada. No Livro IV, Vitrúvio expressa sua intenção de
conduzir a disciplina a uma ordem completa, destacando a necessidade de uma reflexão unificada sobre
os diversos aspectos da arquitetura. Ele enfatiza a importância de classificar rigorosamente as partes e
de expor os diferentes gêneros em volumes separados. Embora os exegetas contemporâneos reconheçam
a coerência das ideias de Vitrúvio, eles também reconhecem as críticas de Alberti, que viu razões para
suas palavras ásperas contra o autor antigo. Ainda assim, Vitrúvio busca uma reorganização completa e
sistemática do conhecimento arquitetônico, indo ao encontro das demandas por uma abordagem mais
integrada e abrangente da disciplina.

Vitrúvio, define os parâmetros de excelência da arquitetura, combinando o princípio da simetria com


as conveniências do décor para estabelecer a doutrina das ordens arquitetônicas. Ele associa
características de divindades mitológicas aos diferentes estilos de templos, como os dóricos, jônicos e
coríntios. Essa abordagem reflete a relação entre as colunas e as proporções do corpo humano, inspirada
nos princípios poético-musicais da harmonia. No entanto, o tratado de Vitrúvio enfrenta críticas por suas
inconsistências e falta de coerência organizacional. Ele propõe proporções diferentes para cada tipo de
coluna em diferentes partes do tratado, o que entra em conflito com a lógica das ordens arquitetônicas.
Além disso, sua classificação das espécies de edificações em gêneros e espécies compromete a
articulação teórica do tratado, levando a uma taxonomia que dificulta a sistematização rigorosa. Essas
incoerências refletem não apenas limitações do autor, mas também as condições históricas em que o
tratado foi concebido. Apesar disso, o trabalho de Vitrúvio permanece influente e desafiador, abrindo
caminho para futuras reflexões e críticas na área da arquitetura.

Francesco Pellati reacendeu o debate sobre a datação do tratado "De architectura" de Vitrúvio
em 1938, propondo o ano de 27 a.C. como crucial. Ele argumentou que referências a Aquitânia como
parte da Gália Comata no Livro II sugeriam uma datação pós-27 a.C. Pellati levantou a possibilidade de
o tratado ter sido redigido em dois momentos distintos, com desalinhamentos evidentes na organização.
Embora sua teoria tenha enfrentado críticas, abriu caminho para uma compreensão mais profunda das
dificuldades na organização do trabalho. O autor analisa a organização do tratado de Vitrúvio,
destacando sua relação com o programa edilício imperial por volta de 27 a.C. Apesar de não ter
participado diretamente da renovação arquitetônica promovida por Augusto, Vitrúvio reflete uma
postura negativa em relação às inovações arquitetônicas contemporâneas, buscando uma síntese entre
as tradições arquitetônicas grega e etrusca. As disposições toscanas introduzidas por Vitrúvio, embora
inicialmente mal interpretadas, mostraram-se integradas aos princípios clássicos, refletindo sua busca
pela harmonia e simetria na arquitetura.

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