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UNIVERSIDADE ÓSCAR RIBAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

TRABALHO DE FIM DE CURSO DA LICENCIATURA EM


PSICOLOGIA, NA OPÇÃO DE PSICOLOGIA CLINICA

“APOIO PSICOLÓGICO EM GESTANTES E PUÉRPERAS DAS MATERNIDADES AUGUSTO


NGANGULA E LUCRÉCIA PAIM EM LUANDA

ESTUDO COMPARATIVO ”

Trabalho de Fim de Curso elaborado por:


ANSELMA JULIETA HENRIQUETA MAIENA

ELISA JOÃO MUZEMBA MATA

Luanda, 26.04.2023
UNIVERSIDADE ÓSCAR RIBAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE LICENCIATURA EM PSICOLOGIA

APOIO PSICOLÓGICO EM GESTANTES E PUÉRPERAS DAS


MATERNIDADES AUGUSTO NGANGULA E LUCRÉCIA
PAIM EM LUANDA STUDO COMPARATIVO

ANSELMA JULIETA HENRIQUETA MAIENA


E
ELISA JOÃO MUNZEMBA MATA

Trabalho de Fim de Curso apresentado à


Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade Óscar Ribas como pré - requisito
para a Obtenção do Grau Académico de
Licenciatura em Psicologia.

Opção: Psicologia Clínica.


Orientador: Phd. Adriano Jacinto Faustino

LUANDA 2023

I
DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Declaramos ser, autoras deste trabalho de fim de curso, intitulado “Apoio Psicológico em
Gestantes e Puérperas das maternidades Augusto Ngangula e Lucrécia Paim em Luanda” O
mesmo é resultado de uma investigação pessoal independente, cujo conteúdo é original em
conformidade com as fontes consultadas. Entretanto, as autoras e os dados estão devidamente
identificados citados no texto e constam da lista de referências bibliográficas.

Alem de mais declaramos ainda que, esta publicação não foi submetida em parte alguma e
muito menos, em nenhuma universidade ou qualquer instituição de ensino superior, para este
ou aquele grau académico para além do paradigma desta realidade.

As candidatas
_______________________________________________________
_______________________________________________________

Declaro que, este trabalho de fim de curso, efetuado pelas estudantes; Anselma Julieta
Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata, o “Estudo sobre Apoio Psicológica em
Gestantes e Puérperas das maternidades Augusto Ngangula e Lucrécia Paim em Luanda”. Foi
orientado por mi, fruto de um esforço excecionalmente acrescido tornou este trabalho de Fim
de curso uma realidade de investigação pessoal e independente dos candidatos.

O orientador
_______________________________________

II
DEDICATÓRIA

 As minhas queridíssimas filhas, ao meu esposo e aos meus


irmãos, por serem a luz do meu viver e a razão das minhas lutas.

Elisa J. M. Mata

 Aos meus amados pais, a quem elevo toda a minha eterna


gratidão por terem-me gerado, e ao Divino Deus.

Anselma J. H. Maiena

 Decicamos, ás mulheres gestantes e puérperas que sofrem em


silêncio.

III
AGRADECIMENTOS

Antes de tudo agradecemos á Deus Pai todo poderoso por nos ter dado vida, saúde e força
para chegar até aqui e superar as dificuldades.

Às nossas famílias, pela forma protectora e oportunidades que nos têm oferecido.

Ao corpo docente do Óscar Ribas em especial ao nosso tutor Dr. Adriano Jacinto Faustino,
pelo apoio incondicional e afectivo, paciência, motivação constante, e inestimável recolha
bibliográfica.

Os nossos agradecimentos vão também para todos os nossos professores do departamento de


psicologia da Universidade Óscar Ribas que, não podendo mencionar todos, indicamos
representativamente alguns que contribuíram na moldagem do nosso ser, do estar e do saber: a
começar pela Dra. e chefe do Departamento Odete Malaquias, Dra. Alexandrina Búzi, Dr.
Nuno Pimpão, Dra. Maravilha Conceição, Dra. Darilys Sierra, Dra. Juscelina Fernandes, pela
tolerância, paciência, e interesse que demonstraram durante o nosso processo de ensino e
aprendizagem, pelas sugestões, críticas e questões que colocaram, até ao final do nosso
percurso.

A UÓR, pela oportunidade que nos concedeu de estudar no curso de psicologia Clínica, facto
que nos permitiu concretizar a nossa vocação. E a todos funcionários que de forma directa e
indirecta, puderam apoiar-nos, o nosso muito obrigado por terem contribuído na realização
desse sonho.

IV
EPÍGRAFE

"Todos as mulheres têm o direito à saúde mental, o direito de não


mergulhar na dor e no sofrimento psicológico e poder experimentar o
prazer e alegria de ter um filho"

Figueiredo (2005, p. 374)

V
RESUMO

A gestação e o puerpério são processos comun da vida reprodutiva da mulher, sendo períodos
muito especiais em sua vida. Existe interferência dos aspectos psicológicos, emocionais,
comportamentais, que aplicados possibilitam que a mulher esteja também vulnerável daí a
importância do acompanhamento psicológico. O presente estudo, tem como objectivo geral
conhecer a importância da atenção psicológica nas gestantes e puérperas, utentes das
maternidades "Augusto Ngangula", e "Lucrécia Paim". A amostra deste estudo é de 100
mulheres, sendo 25 gestantes para cada unidade hospitalar e 25 puérperas de cada maternidade
útentes das mesmas. O método de estudo é de campo, a pesquisa é do tipo expost factos, e
modelo descritivo, com uma abordagem quantitativa. Para recolha de dados utilizamos um
questionário sócio demográfico de auto elaboração onde contem 14 itens relacionados com a
nossa investigação. Quanto aos resultados obtidos com base nos objectivos; no primeiro
objectivo os resultado enunciaram que 44% das gestantes no geral sabem da importância do
acompanhamento psicológico e 56% das gestantes afirmaram que não sabem da importância
do acompanhamento psicológico, nas puérperas os resultados demostraram que 55% delas
sabem da importância do acompanhamento psicológico em todas fases gravídico-puerperal, no
segundo objectivo, constatou-se que apenas 34,5% das gestantes no geral fazem consulta de
psicologia, e nas puérperas temos 39,5% que fazem a consulta de psicologia, um dos facto que
chamou a nossa atenção foi que em ambas maternidades apresentaram resultado quase idêntico
quanto ao numero das gestantes e puérperas que não fazem a consulta de psicologia perfazendo
um total de 60,5%, no terceiro objectivo 40% das gestantes de ambas maternidades afirmam
que os médicos as recomendaram fazer consulta de psicologia, e nas puérperas 55% afirmarem
que os médicos e outros profissionais de saúde as recomendam a fazer consultas de psicologia
a destacar a maternidade Lucrécia Paim.

Palavras-Chave: Acompanhamento psicológico, Gestante, puérpera.

VI
ABSTRACT

Pregnancy and the postpartum period are common processes in a woman's reproductive life,
and are very special periods in her life. There is interference from psychological, emotional,
behavioral aspects, which when applied make it possible for the woman to be vulnerable,
hence the importance of psychological follow-up. The present study has the general objective
of knowing the importance of psychological care in pregnant and puerperal women, users of
the "Augusto Ngangula" and "Lucrécia Paim" maternity hospitals. The sample of this study is
100 women, 25 pregnant women for each hospital unit and 25 puerperal women from each
maternity hospital that use them. The study method is field, the research is of the expost facto
type, and descriptive model, with a quantitative approach. For data collection, we used a self-
composed socio-demographic questionnaire containing 14 items related to our investigation.
As for the results obtained based on the objectives; in the first objective, the results stated that
44% of pregnant women in general are aware of the importance of psychological support and
56% of pregnant women stated that they are not aware of the importance of psychological
support, in puerperal women the results showed that 55% of them are aware of the importance
of psychological support in all pregnancy-puerperal phases, in the second objective, it was
found that only 34.5% of pregnant women in general have a psychology consultation, and in
puerperal women we have 39.5% who have a psychology consultation, one of the facts that
called our attention was that in both maternity hospitals they presented almost identical results
regarding the number of pregnant women and mothers who did not have a psychology
consultation, making a total of 60.5%, in the third objective 40% of pregnant women in both
maternity hospitals stated that the doctors recommended that they do psychology consultation,
and in the postpartum women 55% stated that doctors and other health professionals
recommend them to have psychology consultations, highlighting the Lucrécia Paim maternity.

Keywords: Psychological follow-up, Pregnant woman, postpartum woman.

VII
LISTA DE TABELAS

Tabela nº 01 - Caracterização sociodemográfica das enqueridas maternidades Lucrécia Paim e


Augusto Ngagula........................................................................................................................30

Tabela nº 02 - Distribuição das inquiridas das maternidades Augusto Ngangula e Lucrécia


Paim segundo o conhecimento do acompanhamento psicológico na gestação.........................31

Tabela nº 3 – Distribuição da amostra total segundo o acompanhamento psicológico.............33

Tabela nº 4 - Distribuição da amostra segundo a recomendação médica para o


acompanhamento psicológico.....................................................................................................34

VIII
ÍNDICE

DEDICATÓRIA ---------------------------------------------------------------------------------------- IV
AGRADECIMENTOS ---------------------------------------------------------------------------------- V
EPÍGRAFE ---------------------------------------------------------------------------------------------- VI
RESUMO---------------------------------------------------------------------------------------------- VII
ABSTRACT ------------------------------------------------------------------------------------------- VIII
INDICE DE TABELAS ------------------------------------------------------------------------------- IX
SUMÁRIO-----------------------------------------------------------------------------------------------X
INTRODUÇÃO----------------------------------------------------------------------------------------11
PROBLEMA -------------------------------------------------------------------------------------------- 12
Formulação do problema ------------------------------------------------------------------------------ 12
Objectivos do estudo-----------------------------------------------------------------------------------13
Limitação e delimitação da pesquisa ----------------------------------------------------------------- 13
DEFINIÇÕES, BREVE HISTÓRICO, GESTAÇÃO, E ASPECTOS PSICOLÓGICOS---14
1.1. Definições de termos------------------------------------------------------------------------14
1.2. Breve histórial do acompanhamento psicológico a gestantes--------------------------14
1.3. Gestação e desenvolvimento do vínculo afetivo mãe-bebê-familia----------------------15
1.4. Gestação de alto risco------------------------------------------------------------------16
1.5. Aspectos Psicológicos da Gravidez--------------------------------------------------17
II –ABORDAGENS TEÓRICAS SOBRE O ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO---18
2.1. Teoria da Gestalt-terapia--------------------------------------------------------------18
2.2. Teoria Psicodinamica------------------------------------------------------------------20
2.3. Gestação e rede de apoio--------------------------------------------------------------21
2.4. Importância do pré-natal psicológico e o papel do psicológo--------------------21
2.5. Transtornos psíquicos no Puerpério--------------------------------------------------22
2.6. Atenção Intervenção Psicológica durante a Gravidez-----------------------------23
2.6.1 Intervenção Psicológico no pré-natal de alto risco-------------------------------25
2.7. Técnicas de intervenção psicológica-------------------------------------------------26
2.7. A INPORTÂNCIA DO ENTENDIMENTO PSICOLÓGICO AS
GESTANTES E PUÉRPERAS-----------------------------------------------------------------------26

IX
3.1. Promoção e Prevenção da Saúde Psíquica durante a Gestação e do puerpério
através da Psicologia-----------------------------------------------------------------------------------28
METODOLOGIA -------------------------------------------------------------------------------------29
APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS --------------- 30
Apresentação e análise dos resultados sociodemográficos---------------------------------------30
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS SEGUNDO OS OBJECTIVOS------------------31
CONCLUSÓES-----------------------------------------------------------------------------------------36
SUGESTÕES-------------------------------------------------------------------------------------------38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA----------------------------------------------------------------39
ANEXOS
APENDICE

X
Estudo sobre A atenção Psicológica em Gestantes e Puérperas da maternidade Augusto Ngangula e
Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

INTRODUÇÃO
A gestação é um fenómeno complexo onde ocorrem diversas mudanças na vida da mulher.
Trata-se de uma experiência repleta de sentimentos intensos, variados e ambivalentes que
podem dar razão a conteúdos inconscientes da mãe. A relação da Mãe com o seu filho começa
na gestação e será a base da relação mãe-bebé, a qual se estabelecerá depois do nascimento
(Brazelton e Cramer, 2002).

Após o parto, vem o período do puerpério e neste período, um dos momentos muito importante
é a amamentação, sendo para muitas mulheres, um tempo maravilhoso onde a mãe e o bebé,
estão perfeitamente ajustadas, sendo levados a nova fase de conhecimento mútuo e
fortalecimento de vínculos. Podendo ser também um momento de grande dificuldade para
outras mulheres.

Tanto o período gestacional, e o período puerpério, alteram o senso físico de uma mulher,
principalmente devido ao cumprimento dos hormônios para preparar o corpo para o
crescimento do bebé. Essas mudanças durante a gravidez estão entre as maiores preocupações
das mulheres, porque após o parto as mudanças físicas podem alterar consequentemente a
qualidade de vida da mesma gerando baixa auto-estima. (Gomes, A. S.., Schettini. D. O.
S.Santos, J. R.., & Caetité, A. R. M. 2022).

Entretanto, estes períodos, não protegem a mulher de transtornos mentais, como ansiedade,
depressão, uma vez que as inúmeras alterações que ocorrem nessas fases sejam elas físicas,
hormonais, psíquicas, familiares e de inserção social, podem refletir directamente em sua saúde
mental aumentando o risco de morbidade psiquiátrica, podendo ocorrer também que a mulher
experimente insegurança e medo em relação a qualidade do leite, a capacidade em amamentar e
a futura estética das mamas.

A vida de uma mulher adquiri várias modificações quando ela engravida. Neste período
gestacional, ocorrem grandes modificações que segundo Mibradit (2008), são modificações
físicas, endócrinas, psicológicas e sociais, bem como, o início da comunicação materno fetal (p.
113). Nesta fase ocorrem os mais repletos tipos de sentimentos que são intimamente
relacionados a história e as experiências vividas pela gestante ao longo da sua vida. Para dar
consistência a nossa abordagem sobre a importância do acompanhamento psicológico em
gestantes e puérperas, estruturamos o presente trabalho na seguinte forma:

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Estudo sobre A atenção Psicológica em Gestantes e Puérperas da maternidade Augusto Ngangula e
Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

A Introdução, versa sobre a formulação do problema, ou seja, o motivo da escolha do tema, a


importância do estudo, os objectivos por nós preconizados e, por último, os procedimentos e
dificuldades encontradas. Na primeira cessão constam as definições, historial, gestação e
aspectos psicológicos, na segunda parte tratamos das abordagens teóricas sobre
acompanhamento psicológico: Na terceira a metodologia usada e a delimitação e limitação do
estudo. população e a amostra, as variáveis a considerar, as técnicas, os instrumentos e o
modelo da pesquisa. No quarto fazemos apresentação, análise e interpretação dos resultados do
questionário aplicado em gestantes de risco, considerações finais sugestões e recomendações.

Temos verificado na sociedade luandense, que, em alguns casos as alterações emocionais e


psicológicas pós-parto quando sub-diagnosticadas e não tratadas, fazem com que as puérperas
se sintam incapazes de exercer o papel de mãe, sofrendo com o sentimento de culpa e variações
de humor que podem provocar serias dificuldades aprestação do seu papel parental. Por esse
motivo é importante a atenção e o acompanhamento psicológico à gestantes e puerpério.

Desse modo, a maior cobertura do acompanhamento psicológico à gestantes e puérperas está


associada à redução da mortalidade materna e, porém, questão do acesso ao acompanhamento
psicológico à gestantes e puérperas constitui ainda um grave problema a ser enfrentado –
embora avanços sejam reconhecidos. Logo, a necessidade da atenção psicológica à gestantes e
puérperas que poderá ocorrer intervenções grupais ou individuais. Com base no problema
levantado e para fundamentar a atuação do psicólogo no contexto em questão, traçamos a
seguinte questão de pesquisa:

Estarão as gestantes e parturientes da Maternidade Augusto Ngangula, e Lucrécia Paim a fazer


o acompanhamento psicológico periódico? Desta surge as seguintes perguntas de investigação.

1- Será que as gestantes e parturientes conhecem a necessidade da atenção psicológica no


seu estado?
2- Será que as gestantes e puérperas da Maternidade Augusto Ngangula, e do hospital
Lucrécia Paim têm o acompanhamento psicológico.?
3- Será que os médicos, recomendam o acompanhamento psicológico á gestantes e
parturientes.?

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Estudo sobre A atenção Psicológica em Gestantes e Puérperas da maternidade Augusto Ngangula e
Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

A relevância deste trabalho, é justificada pelo facto de existir na nossa sociedade um certo nível
de ignorância com respeito a actuação do psicólogo a nível hospitalar. Deste modo, este
trabalho é importante na medida que vai despertar aos nossos leitores, e a sociedade em geral o
verdadeiro valor do psicólogo clínico no acompanhamento de gestantes nos hospitais.

Do ponto de vista pessoal, o tema abriu-nos mais horizontes e conhecimentos sobre a


percepção da atenção psicológica em gestantes e puérperas. Do ponto de vista social, o tema
trará mais ilustrações a comunidade no que concerne o conhecimento mais profundo sobre a
importância da atenção psicológica em todas as fases da gravidez e pós-parto, para o bem-estar
biopsicossocial. Do ponto de vista académico, o tema servirá de guia para os pesquisadores,
leitores e subsidiar futuras pesquisas.

Objectivos do estudo:

Geral: Conhecer a importância da atenção psicológica nas gestantes e puérperas, utentes das
maternidades Augusto Ngangula, e Lucrécia Paim.

Específicos:

1- Questionar as mulheres gestantes e puérperas das maternidades Augusto Ngangula e


Lucrécia Paim, se sabem da importância da atenção psicológica em todas as fases em
que se encontram.

2- Verificar se as gestantes e puérperas das maternidades acima têm feito acompanhamento


psicológico de forma regular.

3- Aferir se os médicos, recomendam o acompanhamento psicológico á gestantes e


puérperas utentes das maternidades Augusto Ngangula, e Lucrécia Paim.

No que concerne a limitação deste estudo, fundamentalmente, com a escassez de estudos sobre
atenção psicológica à gestantes e puérperas, fez com que dependêssemos e nos apoiássemos em
estudos de outras realidades com factores culturais diferentes dos nossos. Os nossos achados
poderão ser diferentes aos de outras pesquisas sobre o assunto realizadas em outras realidades,
solicitamos prudência na sua aceitação, esperando que sejam ponto de partida de estudos
posteriores. Outrossim, recomendamos que os resultados sejam vistos como um produto não
acabado. Delimitamos o trabalho nas Maternidades Augusto Ngangula, e Lucrécia Paim nos
meses de outubro de 2022 a dezembro de 2022.

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Estudo sobre A atenção Psicológica em Gestantes e Puérperas da maternidade Augusto Ngangula e
Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

DEFINIÇÕES, BREVE HISTORICO, GESTAÇÃO, E ASPECTOS


PSICOLOGICOS

Definições de Termos

Gravidez ou gestação é todo período de crescimento e desenvolvimento do embrião dentro da


mulher. (MUNIZ, Carla. Dostoievski 2019). Para que ela aconteça, é necessário que o gameta
feminino (óvulo) seja fecundado pelo gameta masculino (espermatozoide), dando origem ao
ovo ou zigoto. Após várias mitoses, o zigoto transforma-se no embrião e se implanta na parede
do útero, processo conhecido como nidação. A gravidez tem início a partir da nidação e termina
com o nascimento do bebé. (Brasil, 2010).

Puerpério resguardo ou quarentena, é a fase pós-parto em que a mulher experimenta


modificações físicas e psíquicas. Este é o período de tempo que decorre desde a dequitadura até
que os órgãos reprodutores da mãe retornem ao seu estado pré-gravídico. Nesta fase, a mulher é
chamada de puérpera. O puerpério inicia-se no momento em que cessa a interação hormonal
ente o ovo e o organismo materno. (Anna Mehoudar 2012)

Atenção psicológica, é um conceito estudado na psicologia cognitiva que refere a forma como
processamos informações presentes em nosso ambiente específico ativamente. Segundo o
psicólogo e filosofo William James, a atenção e a tomada de posse pela mente, de forma clara e
vivida, de um entre diversos objetos ou esquemas de pensamento simultaneamente possíveis. O
foco e a concentração da consciência.

Breve historial do acompanhamento psicológico a gestantes

Em meados do século XX, o início da Psicologia da Saúde dentro das instituições originou-se
como auxiliar da Medicina e sua visão biomédica, ou seja, uma visão orgânica na qual
percebiam que os factores psíquicos exerciam influência sobre os processos de adoecimento,
mas que não eram vistos, tampouco considerados como algo relevante. Todavia, esse quadro
vem se modificar com o surgimento de estudos acerca da psicossomática de quem sofreu
influência até mesmo de Sigmund Freud, as quais eram originadas de aspectos psicológicos
reprimidos no inconsciente, assim sendo, surge uma abertura para se pensar na relação monista
entre corpo-mente. (Leite, Honório, Faria e Santos, 2010).

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Estudo sobre A atenção Psicológica em Gestantes e Puérperas da maternidade Augusto Ngangula e
Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

Actualmente, citando caso análogo, o psicólogo pode actuar na preparação psicológica durante
o processo de parto, buscando reduzir a dor, visto em muitos estudos da contemporaneidade,
inclusive de um obstetra inglês, comummente conhecimento como Grantly Dick Read, inclui
seriamente os aspectos emocionais como uma das grandes causas das dores de parto, e
formulou o tripé, medo, tensão e dor. Por essa razão, é indispensável que o profissional da
psicologia com todas as técnicas, habilidades, sensibilidade e humanização busque tranquilizar
e informar a importância do acompanhamento familiar nesse período, o profissional necessita
utilizar persuasão ao manter um diálogo genuíno com a gestante. (Freddi, 1973).

Gestação e desenvolvimento do vínculo afectivo mãe-bebê-família


A relação entre mãe e filho inicia no período pré-natal e ocorre basicamente, através das
expectativas que a mãe apresenta sobre o feto e da interação que estabelece com ele (Piccinini,
Gomes, Moreira & Lopes, 2004a). O vínculo afetivo entre pais e filhos apresenta características
únicas, além de ser considerado o mais intenso dos laços humanos. A relação original entre pais
e bebê é a base para todas as “ligações subsequentes do bebê e é o relacionamento formativo,
no decorrer do qual a criança desenvolve um sentido de si mesma” (Klaus & Kennell, 1992, p.
23).

Mãe e o feto estão em constante comunicação na gravidez, compartilhando sentimentos e


sensações através da descarga neuro-hormonal de substâncias fisiológicas que tais emoções
provocam na mãe. Segundo Wilheim (2006), o bebê intra-útero registra, em nível de memória,
todas as experiências biológicas vividas no período de gestação. Bowlby (2002), desta forma,
afirma que há inúmeros estudos que comprovam que estas vivências interferem diretamente no
desenvolvimento psíquico da criança. Corroborando essa ideia, Wilheim (2006, p. 59) afirma
que “a disponibilidade afetiva da mãe é fundamental para que ocorra o desenvolvimento
psicoafectivo do indivíduo”.

O vínculo afetivo entre mãe e bebê pode ser estabelecido de diversas formas, durante o período
pré-natal, como por exemplo: conversas com o bebê em que é possível contar experiências do
dia a dia vivenciadas pela mãe, além de cantarolar canções de ninar, com as quais ele irá se
identificar também após seu nascimento. “As conversas tranquilizadoras que a mãe pode ter
com o seu bebê visam restituir a ele a sensação de segurança, otimismo, e esperança,
reforçando e reassegurando a permanência do vínculo de vida entre ambos” (Wilheim, 2006,
p.60).

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Estudo sobre A atenção Psicológica em Gestantes e Puérperas da maternidade Augusto Ngangula e
Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

É importante ressaltar que momentos estressores e de perturbação emocional podem fazer parte
da vida da gestante repercutindo negativamente no psiquismo do bebê. No entanto, esta
repercussão pode ser reparada quando se conversa com o bebê, mais precisamente com o uso
da palavra como forma de significar a experiência vivida intra-útero.

A formação do vínculo mãe-bebê é facilitada por questões biológicas tendo em vista que a
mulher pode sentir o filho crescer dentro da barriga. Por outro lado, a formação do vínculo
afetivo “entre pai e filho costuma ser mais lenta, consolidando-se gradualmente após o
nascimento e no decorrer do desenvolvimento da criança” (Piccinini, Silva, Gonçalves, Lopes,
& Tudge, 2004b, p. 303). Nesse sentido, é importante permitir e estimular o pai a interagir com
o bebê durante a gestação, favorecendo assim o desenvolvimento do vínculo afetivo. Quando
da ausência do pai durante a gravidez, este vínculo pode se estabelecer com a pessoa que
efetivamente, é mais próxima de mãe e interage com ela.

Gestação de alto risco

Na gestação de alto risco, aumentam as dificuldades de adaptação emocional associadas ao


novo papel da maternidade, além disso, há o acréscimo de diversas outras emoções vinculadas
à condição clínica. O factor de risco implica medo real sobre si mesma e em relação ao próprio
filho. Em concomitância, a gravidez assim de risco costuma estar associada hospitalização, o
qual constitui um estressor psicossocial, sendo, predispõe a angústias relacionadas à
organização familiar, cuidados com a casa e perda do emprego (Moura, Carneiro & Monteiro,
2002).

Do ponto de vista obstétrico, estatísticas apontam que 90% das gestações iniciam e evoluem
sem intercorrências ou complicações. No entanto, aproximadamente, 10% delas apresentam
problemas no início ou no seu decurso, sendo, portanto, chamadas de gestações de alto risco
(Corrêa & Oliveira, 1999).

Gomes e colaboradores (2001), realizaram uma pesquisa sobre os sentidos do risco na gravidez
em obstetrícia apresentados em artigos publicados nos anos 90, e concluíram que o termo
‘gravidez de alto risco’ refere-se à concomitância de vulnerabilidade tanto materna quanto
fetal. Além disso, o mesmo estudo verificou que as ideias associadas à temática pesquisada
voltam-se para um mesmo núcleo de sentido: “algo patológico em oposição a uma evolução
considerada normal” (Gomes, Cavalcanti, Marinho & Silva, 2001, p. 65).

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Estudo sobre A atenção Psicológica em Gestantes e Puérperas da maternidade Augusto Ngangula e
Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

As gestações de alto-risco podem ser assim caracterizadas por apresentar em marcadores e


factores de risco presentes antes da gestação ou devido condições e complicações que podem
aparecer no transcorrer dela. Os factores de risco anteriores à gestação englobam:
características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis; história reprodutiva
anterior com intercorrências para a mulher ou para o feto e condições clínicas preexistentes. As
possíveis complicações ocorrem devido: exposição indevida ou acidental de fatores
teratogénicos; doença obstétrica na gravidez atual (diabetes gestacional, óbito fetal, trabalho de
parto prematuro, por exemplo) e intercorrências clínicas como doenças infectocontagiosas ou
doenças clínicas diagnosticadas durante a gravidez atual (Brasil, 2010).

Diante do exposto, fica evidente que gestações de alto-risco necessitam de cuidado especial na
medida em que possuem maior chance de apresentar consequências desfavoráveis do ponto de
vista orgânico e, dessa forma, também representam um desafio adaptativo no âmbito emocional
e relacional (Brasil, 2010).

Assim sendo, faz-se necessário o acompanhamento da gestante por uma equipa multidisciplinar
em trabalho articulado e dinâmico. Inclusive, como citado anteriormente. A Portaria do
Ministério da Saúde no. 3.477, de 20 de agosto de 1998, prevê o psicólogo como um dos
profissionais que devem compor a equipa de atenção à gestante de alto risco.

Aspectos Psicológicos da Gravidez

A gravidez é caracterizada, por modificações psicológicas importantes; sendo que uma das
primeiras modificações é a alteração da imagem corporal, que é parte integrante de uma
alteração global e contínua do funcionamento orgânico da mulher, processam-se modificações
hormonais segundo regras pré-estabelecidas que, por sua vez, modificam o funcionamento
psicológico, e inversamente, o funcionamento psicológico, via Sistema Nervoso Central,
causando alterações hormonais. (Campos, 2012).

O autor acima ainda afirma que a grávida fica, assim, 'à mercê' de alterações do humor, dos
sentimentos e do comportamento sem que estas modificações sejam totalmente compreensíveis.
A labilidade emocional pode ser vista de um ponto de vista adaptativo. A mudança de
identidade é outro aspecto implícito no processo gravídico.

Da Cunha, et al (2012), afirmam que no começo da gestação diferentes reações emocionais


começam a aparecer, provavelmente, sendo elas de medo, ansiedade, insegurança, dúvidas,
alegrias e decisões a serem tomadas, no entanto, obviamente estas elaborações emocionais são

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Estudo sobre A atenção Psicológica em Gestantes e Puérperas da maternidade Augusto Ngangula e
Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

decorrentes do contexto do impacto diagnóstico da gestação. A gravidez e consequentemente o


parto apresentam efeitos fisiológicos, endocrinológicos e, sobretudo o mais impactante, os
psicológicos sobre toda a estrutura corpórea e mental da mulher.

Em contraste, uma relação doentia caracteriza-se pela expectativa de que o bebê preencha
necessidades neuróticas da mãe ou do pai, como por exemplo, evitar a solidão, preencher a
carência de afeto, realizá-los como pessoas; o bebê pode representar aspectos doentios da mãe
ou do pai; com frequência é essa a dinâmica subjacente, à incessante procura de médicos para
descobrir “o que há de errado” com o bebê que na realidade é perfeitamente saudável.
(Maldonado, 2013)

Portanto, é explicitamente, perceptível os inúmeros sintomas e fantasias que ocorrem durante o


período gravídico e todas as questões geradoras de inúmeras alterações emocionais que
necessitam ser abordados em um espaço específico, visando interação, prevenção, alívio e a
devida elaboração psíquica dos questionamentos e vivencias mais emergentes.

ABORDAGENS TEORICAS SOBRE O ACOMPANHAMENTO PSICOLOGICO

a) Teoria da Gestalt-terapia

Na perspectiva da Gestalt-terapia, é possível pensar que o pré-natal psicológico facilitará o


processo de tomada de consciência da gestante sobre si, novas aquisições, a respeito do ciclo
gestacional, percebendo a transformação do próprio corpo e sentindo cada movimento do bebê.
Zinker (2007) aponta que quanto mais o indivíduo conheça de si, dos seus segredos e mistérios
internalizados, mais saudável se tornará. Neste caso, é possível pensar quanto mais a mulher se
perceber, conhecer partes polarizadas de si e integrar de forma criativa, mais saudável será no
processo de tornar-se mãe.

De acordo com Souza, Prado e Piccinini (2011), o Pré-natal psicológico é importante, devido
ao fato da mãe ser a principal cuidadora do bebê. Sendo assim, precisa-se organizar para nova
fase da vida e ajustar-se criativamente, elaborando as questões a seu respeito, de seu filho,
esposo e família.

Nesta fase, a mulher necessitará de apoio, se possível, na relação conjugal, pois devido às
mudanças hormonais a mulher torna-se mais sensível. Cada membro da família poderá
contribuir de forma significativa no apoio à gestante. Seja numa simples contribuição nas

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Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

tarefas de casa, a escuta das suas ansiedades, até o acompanhamento às consultas. De acordo
com Soifer (1992) apud Klein e Guedes (2008, p. 864), “deve-se levar em conta o fato de ser a
gravidez um período que envolve não apenas a mulher, mas também o seu companheiro e o seu
meio social imediato”.

Para Mehoudar (2012), na gestação, a mulher poderá ficar mais confiante, quando aprende a
observar o seu próprio corpo e a forma como funciona a gestação e seus processos
subsequentes, esclarece, ainda, que o parceiro poderá observar e colaborar criativamente e
integrar a tomada de consciência do processo materno/paterno. O pré-natal psicológico, como
já foi descrito acima, funciona como um programa psicosocioeducativo sobre gestação, parto e
o pós-parto, tendo como foco dar suporte e acolhimento.

Concordamos com a opinão do autor acima mencionado neste contexto, é de suma importância
citar alguns programas de políticas públicas sobre a atenção à saúde da mulher na gestação, que
se estende ao puerpério e à maternidade.

Borges, Ferreira, Almeida e Mariutti (2011, p. 95) consideram importante que as mulheres
sejam acompanhadas desde o início do planeamento familiar e bem assistidas no pré-natal, com
profissionais capacitados e consultas agendadas, realizando todos os exames recomendados
pelo Ministério da Saúde para controlo e detecção de patologias.

Mehoudar (2012, p. 21) esclarece que o modelo humanizado considera o tempo necessário ao
parto e ao nascimento, estabelece a não realização de intervenções médicas desmensuradas,
focando no atendimento humanizado, escuta e na observação e, consequentemente, colabora na
diminuição do índice de bebês em internamentos. Essa forma de cuidado estimula que a
gestante tenha um encontro com suas próprias vivencias e experiencie o parto de maneira mais
activa.

De acordo com Boareto (2003), a atenção ao parto e ao nascimento do bebê de forma


humanizada é uma das etapas fundamental por permitir à mulher a ter autonomia e decidir
sobre suas escolhas. Dessa forma, estabelece uma interação entre as partes de forma que o
profissional não se encontre no lugar de autoritarismo e sim de colaborados com as tomadas de
decisões da mulher. Este programa, entre outros, tem objetivos de promover uma assistência
humanizada às necessidades das gestantes prevenindo assim os riscos de mortalidade. Percebe-
se, que há muito a melhorar neste aspecto, e nem toda a população tem acesso a esses
programas com precisão.

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Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

Para que haja uma gravidez com suporte emocional e intelectual a gestante poderá se inserir em
grupos de pré-natal psicológico, assim terá conhecimento dos seus direitos, os quais poderá em
algum dado momento, reivindicar. (Arrais e Araújo 2016)

Segundo Arrais e Araújo (2016), o programa pré-natal psicológico deve ser dividido em seis a
sete sessões, durando de duas a cinco horas. A proposta é discutir a dificuldade, as dúvidas com
a participação de familiares. Também se incluem técnicas, dinâmicas de grupo, aulas
expositivas e abre o espaço para debates.

b) Teoria Psicodinâmica

Os atendimentos em Obstetrícia baseados somente em habilidades técnicas necessitam ser


potencializados, principalmente, pela compreensão dos processos psicológicos envolvidos no
período gravídico-puerperal. Inclusive, considera-se que, actualmente, os aspectos
psicodinâmicos da gravidez são amplamente, reconhecidos (Sarmento & Setúbal, 2003).

A gravidez constitui um período crítico de transição no ciclo vital da mulher em que ocorrem
mudanças complexas em diversos âmbitos: fisiológico, socioeconômico, familiar e psicológico.
Sendo assim, tal período suscita novas adaptações, reorganizações intrapsíquicas e
interpessoais (Maldonado, 1997; Botoletti et al., 1996). Embora as alterações do ciclo
gravídico sejam comuns a todas das mulheres, “a maneira como cada uma reage varia de
acordo com a personalidade, circunstâncias em que ocorreu a gravidez, relação com o parceiro,
repercussões que a nova situação desencadeou etc.” (Bortoletti, 2007, p. 21).

Segundo Klaus e Kennell (1992), afirmam que as situações desencadeadas pela gravidez e do
puerpério, pode afetar a vivência saudável, da mulher, nesse período aumenta a probabilidade
de conteúdos inconscientes tornarem-se conscientes ou aparecerem disfarçados através de
sonhos ou sintomas. Dessa maneira, há possibilidade de elaboração de conflitos psíquicos pela
mulher e, consequentemente, de transformação importante em sua identidade.

Gestação e rede de apoio

Redes de apoio podem ser definidas como o sistema de relações consideradas significativas
para a pessoa, o qual compreende a família nuclear, família extensa e todo conjunto de vínculos
interpessoais (Sluzki, 1997). Sendo assim, além da família, “vários outros sistemas fora da
família exercem importante influência nas interações e no desenvolvimento dos membros

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familiares, como a escola, o local de trabalho, a vizinhança, a comunidade e a rede social”


(Dessen & Braz, 2000, p. 221).

As pessoas recorrem à rede social quando se deparam com problemas, dificuldades ou dúvidas.
A rede possui característica dinâmica, tendo em vista que se transforma no decorrer do tempo e
através de modificações na vida das pessoas (Sluzki, 1997). Tal rede fortalece as estratégias de
enfrentamento do indivíduo ao contribuir como ponto de apoio e viabilizar maior adaptação nas
circunstâncias da vida, como na gravidez, parto e puerpério.

Com o nascimento de um filho, existe a necessidade de lidar com novas tarefas


desenvolvimentais para receber o novo membro na família. Logo, a família ampliada pode ser
um recurso importante para ajudar os genitores na adaptação ao novo momento de vida (Dessen
& Braz, 2000). Neste contexto, Klaus e Kennell (1992) alertam sobre a importância de dirigir a
atenção para a díade mãe-bebê, no entanto consideram que “o pai, os outros irmãos e os demais
membros da família são de importância vital para essa díade” (p. 36).

O suporte oferecido na rede apresenta diferentes funções: apoio emocional; companhia social;
guia cognitivo; ajuda prática, material e espiritual e de serviços e acesso a novos contatos
(Sluzki, 1997; Custódio, 2010). Conforme Sluzki (1997, p.52), “cada vínculo da rede pode
desempenhar muitas dessas funções”. Assim, uma tia pode ser importante fonte de apoio
emocional, oferecer informações e acompanhar em consultas médicas, por exemplo.

Assim, considera-se importante acionar a rede de apoio da mulher para ajudá-la no desempenho
da função materna. O psicólogo, enquanto membro da rede de apoio da gestante, assume
também o importante papel de identificar e acionar a rede de interações desta, assim como
intervir através de apoio emocional, guia cognitivo e com ajudas práticas.

Importância do pré-natal psicológico e o papel do psicólogo


A psicologia começou a se aproximar do período gestacional há algumas décadas, conforme
postula Wilheim (2006), proporcionando uma ampliação de conhecimentos sobre esse
momento aos serviços ofertados, que até então, apenas tratavam de aspectos biológicos. Hoje
em dia, já contamos com um novo modelo, que vem sendo ampliado para uma maior
conscientização a respeito da gestação, parto, e todas as questões que envolvem as relações
conjugais, social, econômico e profissional. Tal modelo é denominado pré-natal psicológico.
De acordo com Arrais, Mourão, Fragalle (2014, p.254):

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a) O pré-natal psicológico é um programa que se iniciou em Brasília com proposta de


humanização do processo gestacional e do parto preparando-os psicologicamente e
possibilitando a integração da família. Promovendo encontros temáticos. Em grupo que de certa
forma facilita com que as mães possam relatar as vivências experienciadas no processo, com
ênfase psicoterápica, preparação psicológica na prevenção à depressão puerperal.

b) O pré-natal psicológico surge devido aos programas de atenção a saúde da mulher


direcionarem seus cuidados apenas aos aspectos biológicos. Mediante essas limitações,
segundo Arrais e Araújo (2016), em 2006, em um grupo de psicologia de uma maternidade
privada implantou essa forma de assistência integral ao processo de tornar-se mãe. A partir
dessa proposta houve uma ampliação do programa, chegando às comunidades carentes,
gestantes de alto risco e hospitais públicos ao redor da cidade.

c) O pré-natal psicológico tem como objectivo propiciar para a gestante o acolhimento


específico e a promoção de um conhecimento a respeito de si, sobre a gestação e a maternidade.
Pretende-se possibilitar neste espaço, um acolhimento às gestantes e familiares, promovendo
uma escuta qualificada para expressão acerca do processo que envolve a gestação, o parto e
todos os pontos que causam dúvidas, como o medo, as angústias, alegrias, chegada do bebê, a
amamentação, as preocupações com o corpo, retorno ao trabalho e a vida conjugal. Espera-se
cooperar para evitar eventos estressores ou uma maternidade muito idealizada, e identificar
possíveis problemas que contribuam para o desencadeamento da depressão puerperal (Arrais,
Mourão, Fragalle, 2014).

d) O pré-natal psicológico propõe um acompanhamento, suporte emocional dessas mães, de


forma que proporcione recursos para as questões que possam surgir, relacionados à idealização
do parto, nascimento prematuro ou perda do bebê.

Transtornos psíquicos no Puerpério

O puerpério é um período marcado pela saída da placenta no momento do parto, prolongando-


se até a retomada do organismo materno às condições antes do parto, o que envolve processos
anatômicos, fisiológicos e bioquímicos. O período puerperal é palco dos primeiros contactos
entre o bebê e o ambiente que o cerca, contudo, neste momento a principal via de comunicação
do recém-nascido com o mundo é representada quase sempre pela figura materna.

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Portanto, segundo Tronick e Weinberg (apud FELIPE, 2009) a boa saúde da mãe é
indispensável para que a criança constitua no início da vida uma boa matriz social, para que lhe
indica um bom desenvolvimento relacional, afetivo, motor e cognitivo.

Novamente esclarece Schmidt, Piccoloto e Müeller (2005, p. 65) que:

O reconhecimento do estado depressivo da mãe é fundamental e, às vezes, difícil em razão das


queixas psicossomáticas que podem sugerir somente problemas orgânicos. É necessário que
esta experiência, vivida subjetivamente pela mulher, possa ser detectada para ajuda-la no
processo de reconstrução. Ainda que os antidepressivos possam ser eficazes na DPP, existem
aflições com relação a seu uso devido à transmissão pelo leite materno de possíveis efeitos
tóxicos que ocorrerão no bom desenvolvimento do bebê, conforme Weissmanetal. (apud
Magalhães, 2006).

Para Silva e Botti (2005), uma abordagem psicoterapêutica é essencial no tratamento da DPP,
uma vez que o terapeuta junto a puérpera e familiares edificarão novas composições a partir da
realidade vivenciada; desta forma tornam-se possíveis o entendimento e o planejamento de
ações intervencionistas adequadas acerca desta nova realidade. As benfeitorias da atuação
terapêutica precoce e preventiva não se restringem ao bem-estar exclusivo das mães.

A situação desencadeada pela gravidez pode afetar a vivência saudável dessa fase, afinal, como
toda situação de transição, essa também fomenta um período delicado para saúde mental
(Bortoletti, 2007; Maldonado, 1997). Sendo assim, as mudanças provocadas “representam uma
possibilidade de atingir novos níveis de integração, amadurecimento e expansão da
personalidade ou de adotar uma solução patológica que predominará na relação com a criança”
(Maldonado, 1997, p. 27).

Atenção e Intervenção Psicológica durante a Gravidez (ou tira-se a atenção e fica apenas
intervenção)

Para que se obtenha sucesso nesse período vulnerável da vida da mulher é indispensável que
exista uma relação de confiança entre a paciente, seus médicos, psicólogos e outros
profissionais envolvidos, para que a empatia necessária neste momento venha a beneficiar um
trabalho a fim de controlar e explicar várias das fantasias que ocorrem naturalmente, na
gestante durante a sua gestação.

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Como afirmou Lacan: citado por, (Sampaio Neto e Alvarez, 2013). “O psicólogo não dirige a
vida do paciente, mas dirige o tratamento”, assim terá o papel fundamental de, em conjunto
com a assistência do médico, buscar caminhos que contribuam na busca da mulher acometida
por uma suposta depressão em encontrar a sua autoconfiança, compreensão e elaboração dos
sentimentos vivenciados.

A actuação do psicólogo envolve ações terapêuticas e preventivas e são voltadas,


principalmente, aos aspectos emocionais e relacionais, tendo em vista as importantes
transformações ocorridas na mulher e família no período gravídico puerperal. Ressignificar
experiências difíceis representa uma possibilidade de melhorar a qualidade de vida entre as
pessoas envolvidas. (Caldas et al, 2013).

Confirma Camacho et al. (2006, p. 93) que:

A gestação e o puerpério são períodos da vida da mulher que precisam ser avaliados com
especial atenção, pois envolvem inúmeras alterações físicas, hormonais, psíquicas e de inserção
social, que podem refletir diretamente na saúde mental dessas pacientes.

Uma abordagem psicoterapêutica é essencial, uma vez que o terapeuta junto à gestante e
familiares edificarão novas composições a partir da realidade vivenciada; desta forma tornam-
se possíveis o entendimento e o planeamento de ações intervencionistas adequadas acerca desta
nova realidade; as benfeitorias da atuação terapêutica precoce e preventiva não se restringem ao
bem- estar exclusivo das mães, sendo atitudes que representam também um grande benefício
para as crianças, pois, conforme as observações e a literatura, ocorrem grandes evidências de
relação entre as desordens emocionais das mães e os distúrbios emocionais de seus filhos. (Da
Cunha et al, 2012).

Esclarece, ainda, Sarmento e Setúbal (2003, p. 264) que:

É de estrema importância fornecer orientações antecipatórias sobre a evolução da gestação e do


parto. Deve, no entanto, evitar informações excessivas, procurando transmitir orientações
simples claras e observar o seu impacto em cada paciente na sua individualidade.

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Intervenção psicológico no Pré-natal de alto risco

O acompanhamento psicológico pré-natal e pós-natal, caracteriza-se por ser de seguimento


psicoterápico na modalidade de psicoterapia breve, fundamentado por Fiorini (2004), que visa
oferecer apoio contínuo à gestante. Possui como objectivo: auxiliar no enfrentamento e na
resolução de dificuldades conflitos, bem como na redução dos riscos psicossociais presentes no
processo gravídico e não só. Nesse caso, o fluxo de agendamento ocorre directo com o Serviço
de Psicologia, que deve cumprir com os seguintes passos:

a) Obedecer o protocolo que prevê duas modalidades de atendimento psicológico para


o ambulatório pré-natal de alto risco: consulta psicológica pré-natal e
acompanhamento psicológico pré-natal. Além disso, apresenta as normas e
procedimentos referentes às duas modalidades para orientar os profissionais da
equipa do local.

b) A consulta psicológica à gestante deve ser feita em cada trimestre da gravidez, cujo
objectivo é esclarecer dúvidas e oferecer informações na perspectiva de promoção
da saúde mental e relacional. Além disso, o atendimento visa identificar a presença
de factores de risco psicossociais à saúde materna, infantil e familiar.

c) O agendamento pode ocorrer através de encaminhamento realizado pelos


profissionais de saúde ou convite direto das estagiárias de psicologia às gestantes na
sala de espera do ambulatório. Essa modalidade de atendimento deve ocorrer
preferencialmente, no dia da consulta médica e dura, aproximadamente, 30 minutos.

d) As sessões podem ser agendas semanalmente, ou conforme a disponibilidade da


paciente e possuem duração máxima de 45 minutos. Além disso, é previsto em torno
de 12 sessões, lembrando que a brevidade do processo psicoterapêutico não está
relacionada à delimitação do tempo, mas sim ao conceito de foco. Sendo assim, “o
terapeuta atua mantendo in mente um ‘foco’, termo que pode ser traduzido como a
interpretação central sobre a qual se baseia todo o tratamento” (Fiorini, 2004, p.
29,).

A psicoterapia breve, baseada em Fiorini (2004), no ambulatório de alto-risco, o foco das


intervenções psicológicas envolve, principalmente, as intercorrências do período gravídico, as
mudanças geradas por estas, além dos sentimentos suscitados.

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Técnicas de intervenção psicológica

Segundo Camachoetal. (2006), a TCC tem como base analisar quais são as ideias, os
pensamentos e as emoções que a pessoa tem sobre si mesma e que se encontram distorcidos,
causando uma cadeia de reações comportamentais disfuncionais. Uma questão importante a se
destacar sobre as ocasiões de DPP remete para urgentemente, se fazer uma reflexão sobre a
saúde reprodutiva da mulher, tendo em vista a compreensão dos aspectos psicológicos que se
passam no período gestacional.

O modelo cognitivo de psicopatologia proposto por Beck, enfatiza o papel central do


pensamento na evocação e manutenção da depressão, ansiedade e raiva. Vieses cognitivos
aumentam a vulnerabilidade a eventos negativos de vida, de modo que perdas ou impedimentos
terão maior probalidade de ser interpretados de forma exagerada, personalizada e negativa. O
modelo cognitivo de Beck sugere que existem vários níveis de avaliação cognitiva. No nível
mais imediato estão os pensamentos automáticos que surgem espontaneamente, parecem
validos e estão associados a comportamentos problemáticos ou emoções perturbadoras.

O pressuposto fundamental a TC e a interpretação que o individuo faz de um evento que


determina como se sente e se comporta. Muitas pessoas podem surpreender-se ao saber que
seus sentimentos são o resultado de como elas pensam sobre um evento e que, ao modificar sua
interpretação, elas poderão ter sentimentos bem diferentes. Existe uma variedade de técnicas
uteis para ajudar os pacientes a aprender a conhecer as maneiras pelas quais seus pensamentos
e sentimentos interagem. Considera-se dois pontos fundamentais: 1- pensamentos e
sentimentos são fenómenos distintos; 2- pensamentos criam sentimentos (comportamentos).

IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO PSICOLÓGICO EM GESTANTES E


PUÉRPERAS

O trabalho psicológico com gestantes se diferencia e até se acentua em virtude da evolução do


período gravídico. Seja qual for a dor, a acção psicológica se justifica no sentido de minimizar
o impacto da gravidez na qualidade de vida da mulher. O psicólogo deve ter como meta
trabalhar na recuperação da auto-estima, de aquisição de consciência na valorização de todas as
consultas e de elaboração de projectos futuros.

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De acordo Angerami, (2002 p. 68), o objectivo do trabalho psicológico com o paciente resume-
se nos seguintes pontos:
a) Atenuação ou supressão da ansiedade

A ansiedade faz parte de toda doença. Ela surge tanto em relação às perdas efectivas, como em
relação as possibilidades de perda. Portanto, faz-se necessário que o psicólogo actue
objectivando a atenuação ou supressão da ansiedade, e dos sintomas clínicos advindo desta,
causada pela notícia da gestação. Geralmente, a ansiedade surge mais em função do processo
de hospitalização, estar separado da família, o medo de não levar a termo a gestação e a própria
percepção do afastamento social que a mulher sente.

b) Adaptação do paciente à doença e às novas limitações


O psicólogo deverá trabalhar a aquisição da consciência da gravidez com adaptação do paciente
à doença, já que se trata de uma doença, e às suas novas condições e imposições físicas e
orgânicas.

Compete ao psicólogo que acompanha o paciente, trabalhar as possibilidades actuais e futuras


do paciente, facilitando a elaboração de projectos futuros, com a estimulação de
comportamentos novos e adaptativos, proporcionando a possibilidade de reestruturação
cognitiva e emocional acerca do seu lazer, do seu trabalho, da sua sexualidade e do seu papel
social.

c) Adaptação da gestante as consultas


O tratamento é vital para a manutenção da vida do paciente e da melhora de sua qualidade de
vida. Devido a isso, o grande desafio para toda equipa é favorecer a adaptação da gestante ao
tratamento. Essa adaptação só será possível com a conscientização da gestante a cerca da sua
condição e da necessidade de tratamento permanente com modificações na alimentação e no
tratamento. A tranquilidade da gestante, o bom estado emocional, são condição essencial para a
manutenção do tratamento e da vida do paciente, ampliando a possibilidade de melhora da sua
qualidade de vida”.

d) Melhoria da auto-estima.

De acordo Angerami, afirma que a identidade constrói-se a partir de um corpo íntegro e


completo, e que a situação de uma doença coloca sob ameaça essa visão. Devido a isso é que o
psicólogo deverá actuar no sentido de o paciente melhorar e recuperar a sua auto-estima; o que
pode ser facilitado por um vínculo terapêutico encorajador, protector e orientador; auxiliado

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pela elaboração das perdas e readaptação à nova vida e a nova imagem corporal, a atração
pessoal e o desenvolvimento da autoconfiança.

e) Apoio e orientação a família

A família é um sistema com regras e estrutura próprias e definidas. Uma modificação em


qualquer de seus membros necessitará de imediata reestruturação e redefinição dos papéis para
integrar a novidade. O psicólogo actuará, pois, fornecendo apoio e orientação à família, que
também necessita de auxílio porque sofre com tenções e incertezas sobre o futuro da gestante e
do seu próprio futuro (Angerami, 2002 p. 68).

Promoção e Prevenção da Saúde Psíquica durante a Gestação e do puerpério através da


Psicologia

Segundo os autores Da Cunha e Benevides (2012), o psicólogo detém um conhecimento


teórico-prático em intervenção precoce que certamente responde ao objectivo de prevenção
dessas, corroborando a hipótese de que tais práticas deveriam ser legitimadas e mais
incentivadas nas maternidades públicas, privadas, consultórios e unidades de saúde, pois a
articulação entre a Psicologia e intervenção precoce durante a gestação ocorre, em grande parte,
devido às demandas próprias da profissão, tais como a facilitação do laço transferencial entre o
psicólogo e seus pacientes e o trabalho de escuta clínica e acolhimento realizado por estes
profissionais junto aos pacientes, e que a prática da intervenção psicológica é inerente ao
exercício profissional do psicólogo em saúde materno-infantil.

Santos (2012), realça que o acompanhamento da gravidez visa assegurar o bem-estar materno e
fetal, favorecer a compreensão e adaptação às novas vivências da grávida, companheiro e
familiares, além de instrumentalizá-los em relação aos cuidados neste período. A sua
preparação para o parto e pós-parto e para o exercício da maternidade e paternidade, a ligação e
a interação com o recém-nascido iniciam-se neste período e vão sendo construídas durante toda
a vida.

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METODOLOGIA

A população no nosso estudo foi constituida por gestantes e puérperas utentes da maternidade
Augusto Ngagula e Lucrècia Paim, com uma amostra de 50 gestantes e 40 puérperas repartido
em duas unidades. Tivemos como variável independente, falta de conhecimento das gestantes,
e dos médicos sobre atenção psicologica, e a variável dependente, o acompanhamento
psicologico em gestantes e puérperas. Trata-se de um estudo de campo, tipo de pesquisa é Ex-
post-facto. (Zassala, 2017; p.86). é um estudo exploratório com um enfoque quantitativo. Usou-
se Método hipotético – dedutivo:. (Gil, 2008, p. 12). A técnica de recolha de dados foi o
questionário de auto elaborado e estruturado composto por 14 itens.

A maternidade Augusto Ngangula localiza-se na Avenida. Comandante. Gika 150, Luanda


Angola, tem 667 funcionarios, dos quais 46 médicos, nas especialidades de genecologia,
anestesia, pediatria e 630 enfermeiros, a maternidade está repartida em áreas administrativa e
organizacional. A maternidade Lucrécia Paim conta com uma equipa multidisciplinar de 800
funcionários, tendo 06 psicológos, sendo 03 no período da manhã, e 03 á tarde, 70 médicos, dos
quais 48 nacionais, e 22 estrangeiros, contando com um total de 334 enfermeiros, o hospital é
dirigido por uma Directora geral, subdiretores adjuntos, nas diversas áreas, departamento
administrativo, conselho técnico, departamento de recursos humanos de psicologia e esta
localizada na Avenida Comando Gika, Largo da Sagrada Familia, Alvalade,Luanda,angola.

O tratamento dos dados quanto ao seu processamento foi possível por meio de um computador
com o programa Microsoft Excel 2016 a versão de Windows 10 de marca Acer. Quanto as
dificuldades As maiores dificuldades encontradas foi a demora para autorização, o que fez com
que persistíssemos e aguardássemos pela resposta.

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APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTDOS.

Apresentação e análise dos resultados sociodemográficos.

Tabela nº1 Caracterização socio-demográfica das enqueridas maternidades Lucrécia Paim e


Augusto Ngangula.

IDADE M. Augusto Ngagula M. Lucrécia Paim Total


Gestantes Puérperas Gestantes Puérperas Geral
Fr (%) Fr (%) Fr (%) Fr (%) Fr (%)
17 – 21 03 06 04 10 12 24 08 20 27 30
22 – 26 06 12 08 20 06 12 04 10 24 26.6
27 – 31 10 20 04 10 03 06 02 05 19 21.1
32 – 36 05 10 01 2,5 01 02 04 10 11 12,2
37 – 41 01 02 03 7,5 03 06 02 05 09 10
Total 25 50 20 50 25 50 20 50 90 100
Estado civíl
Casada 07 15 04 10 09 18 06 15 26 28,8
Solteira 05 10 09 22,5 05 10 04 10 23 25,5
Vi. Marital 13 23 07 17,5 11 22 10 25 41 45,5
Total 25 50 20 50 25 50 20 50 90 100
Habilitações literárias
E. Primári 06 12 05 12,5 03 06 04 10 18 20
Iº ciclo 09 18 08 20 05 10 06 15 28 31,1
IIº ciclo 05 10 03 7,5 08 16 05 12,5 21 23,3
Fr.En.Sup 03 6 01 2,5 05 10 04 10 13 14,4
En. Superior 02 04 03 7,5 04 08 01 2,5 10 11,1
Total 25 50 20 50 25 50 20 50 90 100
Fonte. dados da pesquisa.
Interpretação: Segundo a tabela acima verifica-se que 30% das gestantes e puérperas de
ambas Maternidades estão na classe dos 17 a 21 anos de idade, 26,6% na classe dos 22 a 26
21,1% na classe dos anos de idade 27 – 31 anos de idade, 12,6% na classe dos 32 a 36 anos e
10% das puérperas e gestantes estão na classe dos 37 a 41 anos de idade. cuja diferença das
percentagens estão bem ilustradas na tabela acima.

Quanto ao estado civil, das gestantes e puérperas de ambas maternidades, a tabela mostra-nos
que, 28,8% são casadas, e 25,5% são solteiras, destas 45,5% das gestantes vivem maritalmente.
Quanto as habilitações literárias, no quadro geral da amostra, verifica-se o seguinte: 20% das
gestantes têm o ensino primário concluído, 31,1% das gestantes o primeiro ciclo% 23.3% o
segundo ciclo, 14,4% das gestantes estão a requentar o ensino superior, e 11,1% são
licenciadas. Aqui destaca-se o número elevado de gestantes que estão frequentando o ensino
superior mostrando um certo avanço escolar. De realçar que, o número de mulheres que não
vivem com o marido é preocupante, fazendo um percentual de 25,5 % este quesito acreditamos

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que pode influênciar o surgimento de transtornos psicológicos em algumas gestantes, uma vez,
que a gestação deve ser acompanhada pelo esposo ou marido, dando assim maior qualidade de
vida á gestante, e no futuro filho.

INTERPRETAÇÃO DDS RESULTADOS SEGUNDO OS OBJECTIVOS

Objectivo. 01 Questionar se as mulheres gestantes e puérperas do Maternidade Augusto


Ngangula, e do Hospital Lucrécia Paim., sabem da importância da atenção psicológica em
todas as fases em que se encontram

Pergunta nº 10. Sabes que todas as mulheres gravidas, necessitam do acompanhamento


psicológico?

Tabela nº 02 -Distribuição das inquiridas das maternidades Augusto Ngangula e Lucrécia


Paim segundo o conhecimento do acompanhamento psicológico na gestação e no puérperio.

M. Augusto Ngangula M. Lucrécia Paim Total


Idade das Sim Não Sim Não
Gestantes Fr % Fr % Fr % Fr % Fr %
17 – 21 01 02 04 08 02 06 04 08 03 06
22 – 26 04 08 00 00 04 08 02 04 17 34
27 – 31 00 00 02 04 03 06 01 02 17 34
32 – 36 03 06 03 06 01 01 02 04 09 18
37 – 41 01 02 06 12 03 06 03 06 04 08
Total 09 18 16 32 13 26 12 24 50 100
Idade das M. Augusto Ngangula M. Lucrécia Paim
Total
Puérperas Sim Não Sim Não
Fr % Fr % Fr % Fr % Fr %
17 – 21 01 02 04 08 03 06 02 04 10 20
22 – 26 00 00 01 02 04 08 01 02 06 12
27 – 31 02 04 04 08 03 06 03 06 12 24
32 – 36 03 06 02 04 02 04 01 02 08 16
37 – 41 05 10 03 06 03 06 03 06 14 28
Total 11 22 14 28 15 30 10 20 50 100
Fonte. Dados da pesquisa
Interpretação: De acordo com os resultados das tabelas verificou-se que 18% das gestantes do
hospital Augusto Ngangula, e 26% das gestantes do hospital Lucrécia Paim, afirmaram que
têm conhecimento sobre a importância do acompanhamento psicológico nas diferentes fases de
gestação, 32% gestantes do hospital Augusto Ngangula, e 24% gestantes do hospital Lucrécia
Paim não têm conhecimento sobre a importância do acompanhamento psicológico em
diferentes fases de gestação. Nas puérperas, verificou-se que 22% das puérperas do hospital

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Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

Augusto Ngangula, e 30% das puérperas do hospital Lucrécia Paim, afirmaram que têm
conhecimento sobre a importância do acompanhamento psicológico nas diferentes fases de
gestação e pós-parto, 28% puérperas do hospital Augusto Ngangula, e 20% das puérperas do
hospital Lucrécia Paim não têm conhecimento sobre a importância do acompanhamento
psicológico em diferentes fases de pós-parto.

Discussão dos resultados: Os nossos resultados, corroboram com a pesquisa levado a cabo por
Bortoletti, (2007), no Hospital de Porto Alegre, numa amostra de 654 gestantes, concluíram
que muitas mulheres no estado de gestação não têm noção da importância do acompanhamento
psicológico durantes as fases gestacionais. Dentre as gestantes da pesquisa, 75% da amostra
referiram não saberem da importância da figura do psicólogo no hospital. Na nossa pesquisa,
maior parte da amostra demonstrou não terem conhecimento sobre a importância do
acompanhamento psicológico na gestação, logo a nossa hipótese foi rejeitada, uma vez que
havíamos referido que todas as mulheres, sabem da importância do acompanhamento
psicológico em todas as fases da gravidez e pós-parto.

Em suma, an nossa pesquisa, maior parte das puérperas têm conhecimento sobre a importância
do acompanhamento psicológico na (gestação) logo, é alcançado o objectivo nas puérperas e
regeita-se nas gestantes isto é boa parte da amostra não sabem, uma vez que havíamos referido
que todas as mulheres, sabem da importância do acompanhamento psicológico em todas as
fases da getação e no puérpera.

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Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

Objectivo 02: Verificar, se as gestantes e puérperas têm feito acompanhamento psicológico de


forma periódica. Para responder a hipótese usou-se a pergunta número 09 do questionário.

Pr. 9. Já teve acompanhamento com um psicólogo na gestação e no puérperio?

Tabela nº 3. Distribuição da amostra segundo o acompanhamento psicológico na gestação.


M. Augusto Ngangula M. Lucrécia Paim Total
Idade das Sim Não Sim Não
Gestantes Fr % Fr % Fr % Fr % Fr %
17 – 21 00 00 03 06 02 04 03 06 08 16
22 – 26 03 06 02 04 04 08 02 04 11 22
27 – 31 01 02 07 14 02 04 03 06 13 26
32 – 36 00 00 04 08 01 02 02 04 07 14
37 – 41 02 04 03 06 02 04 04 08 11 22
Total 06 12 19 38 11 22 14 28 50 100
Idade das M. Augusto Ngangula M. Lucrécia Paim Total
Gestantes Sim Não Sim Não
Fr % Fr % Fr % Não Fr %
17 – 21 01 2,5 04 10 03 7,5 01 2,5 08 20
22 – 26 04 10 02 05 00 00 03 7,5 09 22,5
27 – 31 00 00 03 7,5 00 00 05 12,5 08 20
32 – 36 03 7,5 00 00 04 10 03 7,5 10 25
37 – 41 01 2,5 02 05 00 00 01 2,5 04 10
Total 09 22,5 11 27,5 13 17,5 07 32,5 40 100
Fonte. Dados da pesquisa

Interpretação: Na possibilidade de haver acompanhamento psicológico nas gestantes e


puérperas os resultados obtidos indicam que, 12% das gestantes e 22,5% puérperas do hospital
Augusto Ngangula, referiram que, já haviam feito consulta de psicologia clínica, 38% gestantes
e 27,5% das puérperas do hospital Augusto Ngangula, afirmaram que, nunca haviam feito a
consulta ou acompanhamento psicólogo. dando um total de 34,5% de sim, e 65,5% de não,
facto muito preocupante uma vez que, na maternidade Lucrécia Paim, 22% das gestantes fazem
consulta de psicologia de psicologia clínica, e 28 % não fazem, das puérperas, 17,5% fazem
consulta de psicologia clínica e 32,5% puérperas não fazem, no geral temos 39,5% de sim e
60,5% de não.

Discussão dos resultados: No estudo de Dourado e Pelloso (2007), sobre o acompanhamento


das gestantes na Maternidade de S. Francisco em Minas Gerais, motivos de agendamento no
pré-natal, foram avaliados, entretanto, apenas 10% das gestantes foram acompanhadas em
consulta de psicologia, o resto limitaram-se a fazer consulta de obstetrícia. Esta intercorrência
pode sofrer positiva influência da educação em saúde para todas as gestantes. De acordo os
resultados da pesquisa acima, o nosso estudo corrobora com o mesmo porque verificamos 76,

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Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

% das mulheres no estado de gestação utentes da maternidade Lucrécia Paim e Augusto


Ngangula, não têm se quer acompanhamento psicológico. E 60% das puérperas dos hospitais
acima mencionados também não têm acompanhamento psicológico.

Concordamos com Fiorini (2004), onde refere que o acompanhamento psicológico pré- e pós-
natal caracteriza-se por ser de seguimento psicoterápico na modalidade de psicoterapia breve,
fundamentado por que visa oferecer apoio contínuo à gestante. Possui como objectivo: auxiliar
no enfrentamento e na resolução de dificuldades/conflitos, bem como, na redução dos riscos
psicossociais presentes no processo gravídico.

Objectivo Nº 03: Aferir se, os médicos, recomendam o acompanhamento psicológico á


gestantes e puérperas utentes dos hospitais. Augusto Ngangula, e do Hospital Lucrécia Paim.
Para responder usamos a pergunta número 11 do questionário.

Per. nº 11. Algumas vezes os médicos já lhe recomendaram a fazer consulta de psicologia?

Tabela nº 4. Distribuição da amostra segundo a recomendação médica para o acompanhamento


psicológico.

Idade das M. Augusto Ngangula M. Lucrécia Paim Total


Gestantes Sim Não Sim Não
Fr % Fr % Fr % Fr % Fr %
17 – 21 00 00 03 06 02 04 01 02 06 12
22 – 26 03 06 04 08 04 08 03 06 14 28
27 – 31 01 02 02 04 03 06 05 10 11 22
32 – 36 03 06 05 10 01 00 01 02 10 20
37 – 41 01 02 03 06 02 04 03 06 09 18
Total 08 16 17 34 12 24 13 26 50 100
Idade das M. Augusto Ngangula M. Lucrécia Paim Total
ppuérperas Sim Não Sim Não
Fr % Fr % Fr % Fr % Fr %
17 – 21 02 05 01 2,5 03 7,5 02 05 08 20
22 – 26 00 00 03 7,5 01 2,5 00 00 04 10
27 – 31 03 7,5 00 00 02 05 01 2,5 06 15
32 – 36 00 00 04 10 06 15 03 7,5 13 32,5
37 – 41 04 10 03 7,5 01 2,5 01 2,5 09 22,5
Total 09 22,5 11 27,5 13 32,5 07 17,5 40 100
Fonte. Dados da pesquisa
Interpretação: Quanto a transferência das puérperas para as consultas de psicologia, por parte
dos médicos e outros profissionais de saúde tabela mostra que, 16% das gestantes do Hospital
Augusto Ngangula afirmam que os médicos e outros profissionais de saúde, têm recomendado
consulta de psicologia clínica, na Lucécia Paim, 24% das gestantes, afirmam que os médicos as

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Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

recomendaram fazer as consultas de psicologia e 26% nunca lhes foram recomendadas a fazer
consultas de psicologia.

Quanto as puérperas do hospital Augusto Ngangula, 22,5% das puérperas os médicos as


recomendaram fazer consultas de psicologia e 27,5% afirmam que não, no hospital Lucrécia
Paim, 32,5 referiram que houve recomendação médica, e de outros profissionais para fazer a
consulta de psicologia, e 17,5% das puérperas, nunca as recomendaram a fazer a consulta de
psicologia clínica. Parabenizar o hospital Lucrécia Paim pelo facto de os médicos estarem a
recomendar as consultas de psicologia apesar da fraca oferta para estes serviços tendo em conta
a carência de psicólogos nestas instituições.

No hospital Augusto Ngangula, pelo facto de alguns médicos também desconhecerem a


importância do acompanhamento psicológico nas diferentes fases de gestação, tem contribuído
para a fraca adesão das gestantes as consultas de psicologia clínica, e não só.

Discussão dos resultados: Os resultados da nossa pesquisa, corrobora com a pesquisa levado a
cabo por Camarneiro, A. P. & Justo, J. (2010). O mesmo pesquisou sobre os padrões de
vinculação pré-natal. Contributos para a adaptação da Maternal and Paternal Antenatal
Attachment Scale em casais durante o segundo trimestre de gestação na região Centro de
Portugal, onde 88% referiram nunca terem lhes recomendado em fazer consulta de Psicologia e
desconheciam o tal acompanhamento.

Concordamos com o autot Fiorini (2004, p. 29), que afirma que; A consulta psicológica pré-
natal consiste em uma consulta oferecida à gestante em cada trimestre da gravidez, cujo
objetivo é esclarecer dúvidas e oferecer informações na perspectiva de promoção da saúde
mental e relacional. O autor acima mencionado, afirma ainda que, o atendimento visa
identificar a presença de fatores de risco psicossociais à saúde materna, infantil e familiar. O
fluxo de agendamento pode ocorrer através de encaminhamento realizado pelos profissionais
de saúde e/ou convite direto das estagiárias de psicologia às gestantes na sala de espera do
ambulatório.

As sessões podem ser agendas semanalmente ou conforme a disponibilidade da paciente e


possuem duração máxima de 45 minutos. Além disso, é previsto em torno de 12 sessões, Nesse
caso, o fluxo de agendamento ocorre directo com o Serviço de Psicologia, tendo em vista que a
paciente já fora atendida na consulta psicológica trimestral. (Ibid).

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CONCLUÇÕES

Os serviços de psicologia, numa perspectiva interdisciplinar, no campo da saúde obstétrica é


um trabalho desafiador e dinâmico, sendo que, a sua continuidade envolve reavaliações
constantes. O trabalho interdisciplinar faz-se imprescindível na atenção integral à saúde da
gestante e responde às diretrizes das políticas públicas de saúde. Enquanto parte da equipa, o
psicólogo contribui na busca da integração dos diferentes saberes favorecendo o diálogo e
trocas de informações entre os pacientes e profissionais.

As intercorrências no período gravídico-puérperal fragilizam a mulher e sua família e


conduzem, muitas vezes, ao ápice do sofrimento psíquico. Oferecer atendimento psicológico
neste contexto possibilita à gestante elaborar e refletir acerca das estratégias de enfrentamento
diante de sua condição clínica.

Após a análise e discussão dos resultados do trabalho de campo realizado, maternidade do


Augusto Ngangula e Lucrécia Paim, podemos concluir o seguinte:

 Mais da cinquenta por cento das gestantes de ambas maternidades, não têm
conhecimento sobre a importância do acompanhamento psicológico em todas fases de
gestação, e boa parte das puérperas sabem sobre a importância do mesmo. Resultados
expostos na tabela número 02 relacionados com o primeiro objectivo.

 Em ambas maternidades foi possível verificar que, a maior parte das gestantes e
puérperas têm acompanhamento psicológico, questão relaciona com o segundo
objectivo, tabela número 03. Em conversa com as que têm feito as consultas de
psicologia cliníca relataram que as mesmas consultas são irregulares, facto que
conseguimos constatar na prática.

 Quanto ao encaminhamento para consulta de psicologia por parte dos médicos e outros
profissionais de saúde constatou-se que, 40% das gestantes das maternidades, citadas
não lhes foi recomendado a consulta de psicologia, mais boa parte das puérperas
afirmaram que lhes foi recomendado fazer a consulta de psicologia aqui vamos destacar
os médicos e outros profissionais da maternidade Lucrécia Paim, com a maior
percentagem dos encamiamentos. Facto relacionado com o terceiro objectivo tabela
número 04.

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Este estudo, permitiu-nos compreender que, a actuação do psicólogo envolve acções


terapêuticas e preventivas e são voltadas, principalmente, aos aspectos emocionais e
relacionais, tendo em vista as importantes transformações ocorridas na mulher e na família no
período gravídico- puerperal. Ressignificar experiências difíceis representa uma possibilidade
de melhorar a qualidade de vida entre as pessoas envolvidas.

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SUGESTÕES

Estudo sobre acompanhamento psicológico ás gestantes e puérperas, é fundamental para o


desenvolvimento biopsicossocial da gestante e a do bebé. Neste sentido, sugerimos o seguinte:

 Que, as maternidades Augusto Ngangula e Lucrécia Paim, peçam ao Ministério da saúde o


enquadramento de mais psicólogos clínicos para atenuar a demanda das gestantes e
puérperas existente nestas unidades de saúde.

 Que se, melhore as condições de trabalho dos Psicólogos Augusto Ngangula e Lucrécia
Paim, para melhorar a qualidade dos serviços dos útentes.

 Que se, encontre espaços físicos e financeiros para a existência de novos consultórios de
psicologia dentro de ambas maternidades.

 Que haja folhetos informativos sobre a saúde mental das gestantes e puérperas, bem como a
importância do acompanhamento em todas fases.

Ao Ministério da Saúde.

 Que se faça o enquadramento de mais psicólogos nas unidades hospitalares para atenuar a
demanda existente nos hospitais em particular no hospital dos cajueiros;

 Que se implementa a consulta de pré-natal psicológico para todas gestantes e puérperas, em


todas fases da sua gestação, evitando assim futuros problemas de saúde mental na mãe e no
bebé.

 Que se faça campanhas massivas de informações sobre a importância do acompanhamento


psicológico na gestação e no puérperio a nível das famílias e nas praças, igrejas, para
melhor qualidade de vida e atenuar o surgimento de doença mental.

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42
Estudo sobre A atenção Psicológica em Gestantes e Puérperas da maternidade Augusto Ngangula e
Lucrécia paim em Luanda. Por. Anselma Julieta Henriqueta Maiena e Elisa João Muzemba Mata

43
Anexos
Anexo 1 – Questionário sociodemográfico.

Anexo 2 – Carta de solicitação para a recolha de dados.

Anexo 3 – Carta de autorização para a recolha de dados.


QUESTIONÁRIO
O presente questionário surge no âmbito da realização do trabalho de fim do curso como
requisito de obtenção do Grau de Licenciatura em Psicologia Clínica. Este trabalho tem
como tema ‟Atenção Psicológico em Mulheres Gestantes e Puérperas. Garantimos
que a sua informação destina-se apenas para fins de investigação.

DADOS PESSOAIS

Idade_____ Estado civil ____________ Habilitações_______

POR FAVOR, LEIA ATENTAMENTE AS QUESTÕES ANTES DE RESPOSTA. PARA


RESPONDERES ASSINALA COM UM X, A OPÇÃO DESEJADA

1. Com quem vives?


Esposo ( ) Pai ( ) Mãe ( ) sozinha ( ) Outros ________
2. Caso vives com o esposo, como está a sua relação?
a) Boa ( ) b) Não esta boa ( ) c) Mais ou menos ( ) d) Está péssima ( )
3. Caso a relação não esteja boa, o que tens feito para ultrapassar esta situação?
a) Fico calada ( ) b) Fico a chorar ( ) c) Às vezes lutamos ( )
d) Conversamos para ultrapassar ( ) e) Outros ( ) ___________________
4. Quantos filhos tens?_____ filhos
5. A sua gravidez foi programada? a) Sim ( ) b) Não ( )
6. Como o seu esposo reagiu quando soube que estiveste grávida?
a) Ficou satisfeito ( ) b) Ficou triste ( ) c) Pediu-me para fazer aborto ( )
7. A sua gravidez é de risco? a)Sim ( ) b) Não ( )
8. Já ouviu falar em acompanhamento psicológico? a) Sim ( ) b) Não ( )
9. Já teve acompanhamento com um psicólogo?
a) Sim ( ) b) Não ( ) Se sim, gostou? Sim ( ) Não ( )
10. Sabes que todas as mulheres grávidas necessitam de acompanhamento
psicológico? a) Sim ( ) b) Não ( )
11. Algumas vezes os médicos já lhe recomendaram a fazer consulta de psicologia?
a) Sim ( ) b) Não ( )

12. Achas ser importante seres seguida por um psicólogo além do médico?

a) Sim ( ) b) Não ( ) As vezes( )


13. No seu entender, qual é a importância do psicólogo?
a) Só serve para tratar doentes mentais ( ) b) Ajuda as pessoas emocionalmente ( )
c) Ajuda no equilíbrio psicológico ( ) d) Ajuda as pessoas com dificuldades em
todas as esferas da vida ( ) e) Não vejo importância nenhuma f) Outros ( )
14. Aconselharia outra mulher grávida a procurar um psicólogo?
a) Sim ( ) Não ( )

Luanda aos______ de _________ 2022

Muito obrigada
Apendice

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