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A Menina Dos Pulsos Cortados V3 (CONCLUÍDA)

Barbara Ellem

Published: 2022
Source: https://www.wattpad.com
TEMPORADA 3

TEMA DESSA TEMPORADA NA MÍDIA: Restart - Minha Estrela


''A dor de perder alguém é aquela que dói na alma, aquela que não passa,
só é amenizada, mas que sempre será lembrada. - LB''
Bela Fernandes (agora ta Loira)
ANTES
DEPOIS
Lucas Burgatti
Sophia Valverde
Igor Jansen

*********
♡ Capitulo 1 ♡

BELA
Amar é sentir, tocar, cheirar, ouvir e olhar. Amar é uma mistura de
sensações que enche o peito e faz da vida mais alegre. Amar é poder
compartilhar estas sensações com alguém e se orgulhar de ver a pessoa
amada sentindo-se bem também. O amor é sentimento composto por
diversos outros, bons e ruins, mas que trazem prazer de sentir e curiosidade
de descobrir. Aquele que ama desfruta de novas percepções, olhares,
experiências e traz para a vida uma nova perspectiva a cada paixão,
enxergando o que antes não via e sentindo o que antes não sentia.
Lucas: por favor! Não faz isso - me doeu o ver chorar - vai olhar nos
meus olhos e dizer que não me ama mais?
Bela: nunca! - segurei em suas mãos - eu não posso fazer isso com você,
te obrigar a ficar com uma pessoa doente. Me perdoe, mas entenda, é tudo
novo pra mim. - senti um gosto saudado nos lábios pelas diversas lágrimas -
Nunca precisei tanto de alguém como preciso de você, nunca desejei tanto
um sorriso como desejo o seu, nunca esperei tanto por um beijo como
espero pelo seu... Eu nunca fui tão eu mesma como sou com você. Perdão
se às vezes meu jeito infantil de reagir te assusta ou te incomoda. Repito, é
tudo novo para mim. Sinto-me uma criança confusa diante desse
sentimento, sinto-me frágil diante do medo de te perder, sinto-me pequena
diante da perfeição que a cada dia descubro em você, sinto-me cega diante
da luz e magia que flui naturalmente dos seus olhos e do seu sorriso. Eu não
sei o porquê de tudo isso. Não compreendo a imensidão do meu desejo.
Desculpe pela infantilidade que te amar despertou em mim, desculpe por
ser uma criança encantada e não a grande mulher que você merece. - senti
suas mãos segurarem meu rosto, enquanto milhares de lágrimas desciam - a
gente precisa terminar Lucas, não posso fazer isso com você - sussurra
sobre seus lábios
-- --
Não foi desejo, nem vontade, nem curiosidade, nem nada disso. Foi um
choque elétrico meio que de surpresa, desses que te deixa com o corpo
arrepiado, coração batendo acelerado e cabelo em pé. Foi sentimento. Não
foi planejado, nem premeditado. Foi só um querer estar perto e cuidar,
tomar todas as dores e lágrimas como se fossem suas. A vontade e o desejo
vieram depois, bem depois. Não foi um lance de corpo, foi um lance de
alma. Não foram os olhos, nem os sorrisos, nem o jeito de andar ou de se
vestir, foram as palavras. Uma saudade e uma urgência daquilo que nunca
se teve, mas era como se já tivesse tido antes. Foi amor. É amor.
Lucas: tipo uma aventura? - assinto - acho uma ótima ideia minha
marrentinha
Bela: Marrentinha?
Lucas: sim - ri - vou te chamar assim a partir de agora, afinal você é só
minha
Bela: tenho que concordar Mauricinho - ele encara - porque você é
metido, meu Mauricinho. E eu sou só sua - nos beijamos mais ferozes que
nunca
Foi naquela noite. Aquela que fez minha vida mudar completamente. Na
noite de formatura a mais de 1 mês atrás.
''- É que isso é uma loucura. Sabe nunca fui de me apaixonar. E você
entrou na minha vida pra mudar minha cabeça, com você foi tudo. Mesmo
eu quase ter sido estuprada pelo meu próprio tio, com você foi meu
primeiro beijo, minha primeira vez, e foi meu primeiro amor. Te amo e
sempre irei lembrar-me todos os dias até minha morte, que você foi e
sempre será meu único amor. Eu descobri o amor; e ele é feito de palavras,
de momentos, às vezes do nada, mas é de sentimentos...''
Aquela noite estava cheia de amor, de alegria, de paz, a música alta
agitando todos. Aquele lugar que só me trazia boas sensações, até me peito
apertar, logo após que recebo uma ligação que mudaria minha vida para
sempre, pelo menos essa era a sensação que tinha naquele momento.
Monica: aló - resmunguei - Izabela, aqui é a médica que cuidou do seu
caso a algumas semanas atrás. Estávamos relendo seus exames esses dias -
sua voz era preocupante - eu não queria dar uma noticia dessas por telefone,
mas é urgente. Encontramos uma substancia rara em seu DNA
Bela: doutora - digo assim que me afasto da musica - o que a senhora
quer dizer com isso?
Monica: não sabemos direito, mas o que sabemos é que.... é grave -
suspiro pesado - eu sinto muito
Aquelas simples frase, causou um impacto enorme em mim, afinal, o que
eu tenho? deis desse dia resolvi seguir minha vida até onde der. Monica me
receitou uns remédios como prevenção enquanto ela e sua equipe de
médicos tentam descobrir. "Mas como você pode ta tão tranquila?'' a
verdade é que eu não to, mas se Deus quis assim é porque tem um motivo,
sempre tento pensar assim esses tempos, aprendi com Sophia. 1 mês foram
se passando, fiz 18 faz pouco tempo, Lucas estava mais feliz que nunca, e
vê-ló feliz assim me deixa feliz. E a felicidade das queles que amo é a única
coisa que importa.
*****
Estou atualizando os eps
♡ Capitulo 2 ♡

BELA
Dizem que quando se gosta de algo ou alguém, a gente cuida, protege,
quer estar perto, fazer parte da vida. E eu quero. Porque com o tempo
aprendi a amar e já não sei viver sem ele ao meu lado. Eu gostava de estar
perto dele, porém ele me irritava de vez em quando, me tirava do sério e me
deixava louca. Era bom ter seu carinho, estar com ele, as brincadeiras eram
as melhores e me arrancavam os melhores sorrisos. Meu maior medo é que
um dia isso acabe.
Não contei para Lucas toda a verdade sobre a minha aprovação na
universidade de Nova York porque nem sei se vou, e muito menos sobre a
"doença identificada". Agora ela virou o centro da minha vida, e meus
sonhos se foram. Preciso tomar coragem e contar a ele toda a verdade, eu
vou contar, mas ainda não é a hora. Quero curtir o máximo de tempo que eu
ainda tenho com ele, dia pós dia sem preocupações, ou cobranças.
Eramos só nos quatro sozinhos em Buenos Aires, em uma van alugada
depois de sair do aeroporto, com Igor no volante, Sophia ao seu lado, e eu e
Lucas mais pro fundo, por conta das malas. As janelas abertas, fazendo
meus cabelos que agora estão loiros, voarem pelo vento forte. Enquanto
cantávamos músicas aleatórias, até uma chamar minha tenção, era uma das
minhas músicas preferidas na infância, da até aquele ar de saudades de
certas coisas. Minha Estrela. "Eu te amo. Eu te quero. Como uma estrela
que, Fez não se apagar em mim. O amor, Me pegou. Guardo no meu peito o
que só me faz querer sorrir. Com você". Vai me dizer que essa música não
fez parte da sua vida? Engraçado porque.... Fez muito parte da minha.
Não é difícil perceber olhar de Lucas sobre mim, como se fosse anormal
me ver cantando. Eu costumava cantar para minha mãe quando era mais
nova, mas parei porque não fazia sentido continuar. Olhando para frente,
mordo os lábios o provocando, até sentir uma respiração em meu pescoço.
Lucas: ha Izabela - sussurra em meu ouvido - você não faz ideia do que
to afim de fazer com você agora - morde o lóbulo de meu ouvido ainda
sussurrando - você faz? - me faz corar, e o safado ri por causa disso
Bela: não, talvez tenha que me mostrar - provoco
Lucas: não me testa - rimos - se não esqueço que estamos em uma
"carro"
O mesmo sem um pingo de vergonha na cara, volta a olhar para frente
vendo se os dois a frente estavam nos olhando, discretamente apoia sua mão
sobre minha coxa acariciando, sem pressa subiu para o meio de minhas
pernas.
Bela: Lucas, para! - Falo com vergonha e ele ri porque havia corado,
puxei a mão dele de lá e olhei em seus olhos
Lucas: O que foi? Não to fazendo nada! - fala cinicamente
Logo enfiando sua mão por baixo de meu vestido, acariciando minha
calcinha por cima. Ele anda muito safado esses dias.
Bela: Lucas, para! - repito. O mesmo coloca sua mão dentro de minha
calcinha estimulando o clitóris
Lucas: Geme baixinho, amor! - fala antes de penetrar dois dedos
Me viro de frente para o mesmo me contorcendo, tentando evitar gemer.
Enquanto Lucas me dava selinhos para abafar.
Bela: L-Lucas - Gemi seu nome, enquanto ele aprofundava mais forte
Lucas: baixinho - volta a me beijar pra abafar os gemidos.
E assim ouvimos a van parar, fazendo me assustar. E um grito.
Sophia: chegamos - grita
De imediato tiro sua mão de minha parte intima, e em questão de
segundo corro para fora da van, corada e morrendo de vergonha.
Sophia: tudo bem? - se junta a mim
Bela: perfeitamente bem - sorri disfarçando - porque não estaria né?!
Percebia que o mesmo ria de minha cara, enquanto conversava com Igor.
Eu vou matar ele, podem esperar. Adentrando a casa alugada com os três.
Ela era linda e enorme, um quarto para cada casal tirando os de hospedes.
Uma sala enorme com varanda. Essas ferias promete.
♡ Capítulo 3 ♡

LUCAS
Adoro quando a vejo corada por minha causa. Deis de então não dirigiu
uma palavra a mim, o que me deixava eufórico, talvez tenha ficado com
raiva? Ou com vergonha?
Igor: ela tem toda razão seu vacilão! - Rio sem graça - mano que
mancada que você deu - contei o que aconteceu quando já estáva
anoitecendo.
Lucas: não tenho culpa se não resisti.
Igor: mudando de assunto?! A casa ta muito silenciosa não acha não?
Lucas: agora que você falou, onde será que ta as duas?
Igor: vamos lá em cima? - assinto.
A casa estava mais silenciosa que o normal. Pelos corredores ouvimos
algumas vozes vindo do meu quarto com Bela, a porta estava entre aberta,
então deu para ver as duas, Sophia sentada na cama e Bela deitada em seu
colo. Fiquei preocupado quando vi algumas lágrimas caindo do rosto das
duas.
Sophia: eu não gosto de te ver assim - ela diz secando as lágrimas das
mesmas - por favor não chora.
Bela: missão impossível Sophia, eu pareço uma egoísta - ela nega com a
cabeça - a gente veio pra tirar férias, se divertir. Não lembrar de algo que já
passou.
Sophia: você tá assim porque amanhã é o aniversário de nossa mãe não
é? - voltou a chorar - sabia.
Bela: foi nessa data que pra mim o mundo perdeu a cor, e passou a ser
preto e branco. - secou as lágrimas - 3 de maio, esse dia vai estar sempre na
minha memória, não importa o que faça pra mudar a situação. - se sentou
Sophia voltou a chorar assim que aquelas palavras saíram de sua boca, e
logo se levantou da cama.
Bela: Soso - pega em suas mãos - desculpas, ninguém tem culpa do que
aconteceu, eu sei que foi um acidente, e aos poucos vou superar, mas nunca
vou conseguir esquecer.
******
PEQUENO PQ É ELE QUE TA NARRANDO
♡ Capitulo 4 ♡

BELA
Amanhã era um dia especial, onde era para existir alegria, mas para mim
só existia magoa. Sem ressentimentos, sem rancor, sem mágoas no coração.
É assim que devemos viver nossa vida, mas as vezes é difícil. Minha mãe
morreu no dia de seu aniversário, 14 de março. O dia mais triste da minha
vida.
Thais: me perdoa? - sua voz soava calmamente em minha cabeça
Enquanto Lucas e Igor estavam conversando, percebi a quietude de
Sophia, com seus pensamentos longe, assim como eu. Em silêncio subi as
escadas, indo ao meu quarto. Os portas retratos em cima da Escrivaninha,
me fez sentir um pequeno peso no coração, e pelo visto vou carregar isso
pra sempre. Fui lembrando de tudo que vivi, dos momentos bons, e dos
momentos ruins. E agora eu to aqui, vivendo minha vida, Rogério morreu,
agora fica a dúvida, quem é meu pai? Porque mentiram por tanto tempo?
Sophia: ta tudo bem? - diz ela se sentando ao meu lado - ta chorando? -
ela disse quando percebi que estava acabada, e minha roupa molhada pelas
lágrimas
Bela: sim, eu to bem - seco as lágrimas - não precisa se preocupar
Sophia: sempre vou me preocupar - se sentou mais pra cima, me fazendo
deitar a cabeça em seu colo
Bela: você já parou pra pensar, como seria se nada disso tivesse
acontecido? Se nossa mãe ainda tivesse aqui?!
Sophia: todos os dias - sinto lágrimas caírem em meu rosto, quando
percebo ela já estava chorando - eu penso nisso, todos os dias - seu ênfase
na fala
Bela: sinto saudade dela, muita
Sophia: eu não gosto de te ver assim - ela diz secando minhas lágrimas -
por favor não chora
Bela: missão impossível Sophia, eu pareço uma egoísta - ela nega com a
cabeça - a gente veio pra tirar férias, se divertir. Não lembrar de algo que já
passou
Sophia: você tá assim porque amanhã é o aniversário de nossa mãe, não
é? - deixo escapar um soluço - sabia
Bela: foi nessa data que pra mim o mundo perdeu a cor, e passou a ser
preto e branco - secou as lágrimas - esse dia vai estar sempre na minha
memória, não importa o que faça pra mudar a situação - se sentou
Sophia com a mão sobre a boca, soluçou, é simplesmente chorou assim
que aquelas palavras saíram de minha boca, logo se levantou.
Bela: Soso - pega em suas mãos - perdão, ninguém tem culpa do que
aconteceu, eu sei que foi um acidente, e aos poucos vou superar, mas nunca
vou conseguir esquecer
A abracei já se acalmando, quando ouvimos o barulho da porta. Vendo
Lucas e Igor entrando pela mesma.
Igor: vocês estão bem? - disse indo até soso
Sophia: melhor - sorriu fraco antes de sair do quarto com Igor
Lucas me encarou, as vezes eu o odeio por me conhecer tão bem.
Bela: agora ta tudo bem! - digo antes do mesmo perguntar
Lucas: vem cá - me puxou para seus braços
No momento em que Lucas me pegou em seus braços era como se tudo a
minha volta tivesse desaparecido. Todo os problemas, segredos, pessoas,
tudo, éramos só nos, nos contra o mundo. Éramos nos dois vivendo aquele
momento, sem pensar em mais nada, além do amor que estávamos sentindo
um pelo outro. Sem perceber o tempo passar, já estava sobre a cama,
sentindo o seu peso sobre mim, enquanto uma de suas mãos circulava sobre
meu corpo.
Essa noite, eramos um só. Ele me passava confiança. Era como se nada
mais nesse mundo importasse, só nos dois.
Deito apenas com um lençol por cima, sobre seu corpo nu. Respiravamos
ofegantes e cheios de amor. E ali permanecemos em total silêncio, só
aproveitando a companhia um do outro. Só algumas coisas que martela-vam
em minha cabeça.
Lucas: daria tudo pelos seus pensamentos? - disse me despertando com
um beijo
Bela: só to pensando em algumas coisas! Nada que deva se preocupar -
digo em um sussurro
Na verdade já faz algumas semanas que estou sentido várias dores no
corpo, e febre, mas nada de anormal.
Lucas: certeza? você tá meia quente
Bela: eu só... - sento na cama cobrindo os seios, sentindo um calafrio, e
uma vontade imensa de vomitar
Antes do mesmo falar, coberta apenas por um dos lençois da cama, corri
até o banheiro, trancando a porta, vomitando tudo aquilo que havia comido
de manhã. Mas algo não estava normal, tinha sangue ali.
Bela: sangue? - digo vendo a quantidade de sangue que havia no vaso
sanitário - o que ta acontecendo comigo?
(.....)
Algo está muito, muito errado comigo. Como se houvesse algo obscuro
em mim que, às vezes, é insuportável e eu não sei de onde vem.
Bela: Acho que tem algo errado comigo - estava ao telefone com Bel -
Ando me sentindo diferente, uma sensação estranha. É dentro de mim, eu
sinto
Bel: será que tem algum serzinho ai dentro - sinto ela suspirar pesado -
pelo o que você me contou, vocês não usam camisinha na hora do sexo
Bela: não, não, sou muito nova pra isso Bel, quer dizer, somos muitos
novos - me sento sobre a cama, sentindo um cansado inexplicável - e
também, se eu estivesse mesma grávida, não vomitaria sangue, ou sentisse
tanto cansaço. E outra, a Mônica não entrou em contato comigo ainda, eu to
com medo, muito medo
Bel: você não tá sozinha, eu posso ta do outro lado do mundo, mas
sempre cuidarei de você - sorrio fraco - tem certeza que vai esconder do
Lucas e da Sophia? Você precisa contar a verdade
No final ela tinha razão, eu precisava contar. Deis daquele dia, limpei
todo aquele sangue, e não contei nada, mesmo sabendo que tinha uma coisa
muito errada, quando foi dia seguinte decidi ligar para Bel, enquanto
Sophia, Igor e Lucas davam uma volta, onde eu não estava nem um pouco
interessada. Ao terminar a conversa. Me deitei na cama, minhas forças já
não são mais as mesmas.
Bela: mãe, se estiver ai, me ajuda - fechei os olhos imaginando seu rosto
- por favor, preciso de uma resposta
Senti uma leve sonolência, e dormi logo após. Foi tão lindo! Sonhei com
ela, e era tão real que parece até que senti sua presença. No sonho, te via
chegando toda feliz, pronto a me amar e cuidar de mim. Meu corpo
estremeceu como se eu tivesse sentido o seu abraço, maravilhoso como
todos os que trocamos. Beijou minha testa, senti sua voz sussurrar em meu
ouvido "vai tudo bem" Eu confiei em suas palavras, eu confiei que ia ficar
tudo bem. Mas, será que vai?!
Thais: acorda, você precisa encarar mais esse desafio - ouvi sua voz em
meio a um clarão
Acordei, meu coração parecia que ia sair pela boca, enquanto eu só
conseguia escutar seus sussurros. Até uma voz me dar um choque de
realidade.
Lucas: você anda muito estranha! - adentra o quarto - ta acontecendo
alguma coisa e você não quer me contar?
Não quero mais viver uma vida que não condiz com a minha realidade.
Cansei de sonhar alto demais e de me enganar apenas para viver bem com
as outras pessoas. Daqui para frente as mentiras serão deixadas para trás.
Daqui para frente, só quero verdades na minha vida. Mas.... O medo é
maior que minha coragem. Eu vou contar, juro, mas quando tiver certeza da
verdade.
Lucas: tudo bem se não quiser me contar, só não mente pra mim - se
afastou - qualquer coisa, to na sala
Bela: Lucas espera - me levantei com a única força que tinha - eu
nunca....
Lucas: melhor você ser sincera comigo - me encarou - não mentir, não
usar palavras contraditórias, não me decepcionar. Mesmo que eu fique mal,
a verdade sempre será o caminho certo. Eu te conheço a quase 3 anos, você
acha que pode olhar nos meus olhos e mentir? Não comigo. Você não me
ama mais, é isso? O que ta acontecendo com você?!
Ele está duvidando do meu amor? Isso mágoa.
Bela: Quando tudo parecia perdido, eu me encontrei nos seus braços, me
amparei. Quanto mais eu te abracei, mais me encontrei. Quanto mais eu te
amei, mais realizada fiquei! Me encantei com seu jeito, porque.... Você não
desistiu de mim, mesmo eu sendo desse jeito, difícil
"- Esquece o que rolou, porque eu já esqueci - fico de costas em seguida
- mas eu não! Acho que nunca vou
- Lucas! - me virei - por favor, facilita, eu nunca amei ninguém.... Eu
nunca vou, não quero te magoar, mas essa é a verdade!
- uma verdade que nunca vou acreditar!"
Bela: Eu não sabia, mas já era pra ser - ergui a cabeça e suspirei - eu
sabia que era pra sempre, eu te amava sem querer assumir, você entrou na
minha vida pra arrumar esse furacão que era dentro de mim. Você acha que
não te amo? Ta duvidando do meu amor?! - ele nega - você me amaria se eu
contasse a verdade? - meus olhos se lacrimejam - me amaria mesmo assim?
Lucas: Desde que te conheci, o meu coração foi se tornando seu cada dia
mais, a minha vida foi mudando e descobri o que era amar alguém de
verdade de uma forma tão intensa e verdadeira - se aproximou -
Cada encontro que tivemos nos corredores da escola, cada foto trocada,
cada mensagem no início foi me mostrando que você era meu grande amor
e que eu pertencia a você de corpo e alma. Com o passar dos dias fui te
admirando muito mais, e devido a isso passei a ser seu dependente, tanto do
seu amor como do resto todo que vem junto, assim como seu carinho, seu
abraço e todas as palavras que só você consegue dizer pra mim. - limpou as
lágrimas que caiam sobre meu rosto -
Poderiam ser cem ou sem motivos para te amar, pois eu poderia listar
vários, como também falar nenhum, porque sei apenas que existe, é
simples, puro, é aquele tipo de amor que ninguém entende aquele que vem
de outras vidas e que nunca exigiu nada da gente. Você é a metade que me
completa, é quem faz meu coração bater da maneira correta e por quem eu
vou até o fim do mundo se for preciso. Eu, Amor, você. Não importa o que
esteja acontecendo, eu sempre vou amar só você
Nosso amor é tão doce. Tão puro, verdadeiro e eterno. O amo mais que a
mim mesma. Lucas me tirou da escuridão, me amou e expulsou a dor de
dentro de mim.
Não há palavras certas que podem definem meu amor por ele.
Bela: você tem razão, tem algo acontecendo!
Após um suspiro, mordeu os lábios se contendo e me encarou.
Lucas: não vai dizer nada? O que ta acontecendo? Eu não consigo mais
te reconhecer! A semanas atrás a gente tava de boa, você falava comigo, e
agora..... Você mudou e não me da chances de tentar te entender
O que aconteceria se eu falasse a verdade? Eu não quero ver ele sofrer, e
muito menos eu ser a responsável pelo seu sofrimento
Bela: eu te amo, só não quero que duvide disso - me aproximei, enquanto
as lágrimas caiam sobre o chão - eu quero te contar a verdade, juro
Lucas: por que não conta? Eu to preocupado com você
Bela: porque eu não sei o que ta acontecendo - chorando aumento o tom
de vez - eu não sei Lucas, me da um tempo, quando eu descobrir eu
prometo que te conto - ele assenti colando nossas testas - não me deixa, por
favor, eu te amo demais pra te perder - ele resmunga um "não" - não era
para as coisas terem acontecido assim. Na minha vida toda eu sempre tomei
as piores decisões - rimos fraco - mas nunca foi por mal, foi por amor. Eu te
amo demais, não quero te ver sofrer por minha culpa, não de novo
Lucas: você é muito especial pra mim, nunca na minha vida pensei em
amar alguém como eu amo você - acariciou meu rosto - Promete que não
importa o que aconteça, esse amor nunca vai acabar? Que vai sempre estar
comigo? Que não importa mais nada a não ser nós dois?
Bela: eu prometo - minha voz era falha
Nos beijamos ali, com um gosto meio salgado pelas lágrimas. Seus beijos
desceram sobre meu pescoço me causando mil sensações, até alcançar
minha boca de novo.
********
Tem um olho na minha lágrima
♡ Capítulo 5 ♡

𝟐 𝐒𝐄𝐌𝐀𝐍𝐀𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐎𝐈𝐒
Meus dedos brincaram com os cabelos da sua nuca, e as faíscas
familiares dançaram dentro de mim enquanto nos beijávamos.
Era como se toda a felicidade, toda a tristeza, todas as esperanças, todos
os medos e tudo que tínhamos tivesse sido colocado naquele beijo.Depois
do que pareceram décadas, nos afastamos, e a testa ainda continuou
encostada na minha. - sorrimos por alguns instantes
Sophia: ei - ela e Igor riram forçados - vocês juram que vão ficar nessa
pegação bem na nossa frente?
Igor: bem isso - riu nos separando - vamos nadar?
Sophia: quem chegar por último é a mulher do padre - correu sobre a
areia da praia
Igor: ou, assim não vale trapaceira - correu atrás da mesma, conseguindo
a pegar no colo
Os dois sorriram com as bocas coladas, finalmente esses dois tinham se
resolvido, e eu tava muito feliz por isso.
Lucas: como diz Sophia, quem chegar por último você já sabe - tirou sua
camisa antes de correr até o mar
Eu suspirei atrás de si, enquanto brinca vamos na água salgada que batia
nos olhos.
Depois daquela noite, a mais ou menos 1 semana, Mônica me ligou, me
lembro como se fosse ontem, a sensação, as lágrimas, o nó na garganta, os
olhos inchados...
"- Mônica? - segurava o telefone com as mãos trêmula é um no na
garganta - não me esconda nada, eu preciso saber. Seja direta
- Izabela, você está com câncer - desabei sobre o telefone, no escuro do
meu quarto - é um tipo raro, não há cura
- eu to morrendo Mônica? É isso? - minha camisa estava molhada pelas
lágrimas e eu tremia enquanto suava frio"
Hoje eu resolvi viver mais do que nunca, a gente nunca sabe o que pode
acontecer.....
(.......)
Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do
mundo. Mas é necessário ter pessoas para transformar seu sonho em
realidade. - meus pensamentos são interrompidos por alguém que chegava -
era Lucas, com um sorriso em seus olhos, me encarava sentada em uma
almofada no chão da sala
Bela: não vai dizer nada? - voltei a me concentrar em meus desenhos
Lucas: lembra da última vez que perguntei? - riu me fazendo lembrar
"- o que você tá fazendo?
- você é cego ou o que? To desenhando!
- mas.... Ta desenhando o que?
- você sabe o significado de vida? Então toma conta da sua!!! "
Bela: eu era bem rebelde - sorri de lado o olhando de lado, assentindo
para que sentasse do meu lado - quer tentar?
Lucas: não, não - negou - não sei desenhar e não quero estragar nada -
riu leve em seguida
Bela: o segredo da arte, não está ligado na sua habilidade de desenhar e
sim na criatividade para criar - minha voz soou calmamente perto de sua
boca e olhando em seus olhos - da sua mão - me encarou
Lucas: Izabela, melhor.... - a peguei de leve ajeitando o lápis
Bela: confia em mim? - ele assentiu ainda encarando meu rosto - é só
passar o lápis de leve - digo com minhas mãos ainda sobre a sua o ajudando
- a presa é a inimiga da perfeição, lembra?! - riu terminando o desenho -
que foi? - o pego me encarando
Lucas: é incrível como eu me apaixonado mais a cada dia
Fomos interrompidos pela porta que se abre fortemente, entrando Sophia
super revoltada e Igor atrás da mesma tentando acalmar a ferra.
Sophia: eu não quero mais falar sobre isso - se sentou
Igor: só não entendi o porque você ficou assim - se calou logo após
Lucas: o que aconteceu dessa vez?
Igor: a gente foi no parque, como eu tava avisado - suspirou - acontece
que lá, eu encontrei uma ex namorada, ai ela ficou assim, mordida de
ciúmes o passeio todo
Sophia: o problema nem foi isso na verdade - suspirou baixo, logo uma
lágrima riscou deu pescoço
Bela: qual o problema então? - me sentei ao seu lado, olhei em seus olhos
já entendendo o que havia passando
Sophia: eu vou pro quarto! - subiu as escadas rapidamente
Nos três suspiramos, e eu sabia que aquela história era muito mal
contada, havia coisas além do que uma simples ex namorada.
Bela: eu falo com ela
Sophia não era assim, ela se garantia, sorria mesmo com seu jeito
patricinha de ser, ela me irritava as vezes, mas eu amava ela mesmo assim,
mas..... Nesses últimos anos tudo mudou. Deis de que Rogério foi morto,
ela já não era mais a mesma. Na verdade, nem eu mesma sou a mesma de
antes.
Bela: Sophia? - digo com a porta entre aberta entrando em seu quarto, a
encontrando totalmente desolada, chorosa - ai soso, eu não gosto de te ver
assim, por favor me fala o que aconteceu! Talvez eu possa te ajudar
Sophia: ninguém pode me ajudar -soluça-va - eu não sei mais quem eu
sou Bela, eu mudei tanto, que nem me reconheço mais. Essa viagem era pra
ser divertida, pra aproximar mais a gente, sabe?! Eu e o Igor nos afastamos
essa última semana, a gente ta forçando uma coisa que não ta dando certo.
Ainda mais agora que..... - deixou mais lágrimas caírem
Bela: agora o que? - meus olhos estavam encharcados só de vé-lá assim
Sophia: Agora..... - pareceu pensar - agora que ela a ex dele resolve
aparecer, já não bastava isso ela tinha que morar do outro lado da rua, se
isso não é uma ironia eu já não sei o que é!
Bela: tem mais alguma coisa que não quer me dizer?! - senti isso olhando
em seus olhos
Sophia: Bela! - suspirou revirando os olhos, e aumentando o ritmo das
lágrimas - Eu to grávida!
*******
O bicho ta pegando
♡ Capítulo 6 ♡

SOPHIA
Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer
novamente.
Eu estava dilacerada quando descobri, chorava sem parar, sofria por
antecipação, mas no fundo, eu tava sorrindo, eu sentia mil sentimentos de
uma vez, borboletas na barriga, mas mesmo assim, eu estava morrendo de
medo.
Bela: que? - senti seus olhos pesarem - eu vou..... Eu vou - em segundos
ficou sonolenta
Sophia: Izabela? Você tá bem? - só há vi cair sobre a cama com sua
respiração falha - Bela?! - a balançava mas nada da mesma acordar -
SOCORRO
Gritei várias vezes, o mais alto que podia.
Lucas: o que aconteceu? - Lucas adentra o quarto o mais rápido que
podia, até a ver na cama inconsciente - Bela? Ei amor, fala comigo -
segurava seu rosto, mas nada adiantava
Igor: eu vou preparar o carro, vamos pro hospital agora - ele desceu para
a garagem enquanto Lucas a pegava no colo
Descemos os 3, Lucas foi atrás junto a Bela e Igor deu a partida o mais
rápido que podia.
Ao chegar lá, ela foi rapidamente atendida enquanto esperávamos na
recepção.
Lucas: mas o que foi que aconteceu? Por que ela ficou assim?! - exigiu
Sophia: eu não sei ta legal, a gente tava conversando, ela passou mal e
desmaiou, não venha jogar a culpa em mim
Lucas: eu nunca disse isso
Sophia: mas pensou. Quer saber, é muito pra minha cabeça - ainda
chorava - eu não AGUENTO
Detesto dramas, detesto ver gente sofrendo por antecipação, detesto
pessoas que são fortes ou fracas o tempo todo, detesto quem ama
cegamente, detesto dar conselhos amorosos, detesto ter um relacionamento
amoroso, detesto me envolver demais com qualquer pessoa, detesto brigar
com as pessoas que eu amo, detesto dividir o que eu sinto com alguém,
detesto exageros, detesto quem ama demais. Detesto quando EU amo
alguém, porque tudo que eu até então detestava, passo a fazer. Amo Igor
como nunca amei ninguém na minha vida, é um amor que não cabe no
peito, um amor que chega a doer.
Sophia: tem razão - Lucas olhou em meus olhos chorosos e confusos - é
culpa minha
Lucas: me perdoa, a culpa não é sua - negou
Sophia: você não sabe nem da metade Lucas
Neguei com a cabeça assim fechando os olhos, em segundos sinto seu
abraço. Até ouvir o médico que acaba de sair pela sala de emergência.
Doutor: Sophia? - assenti - ela acordou dizendo seu nome, ainda ta muito
fraquinha, mas ela necessita falar com você
Suspirei olhando para Lucas que me encarava e Igor que estava
devidamente quieto sentado na poltrona, pensativo.
Olhei para o número da porta, suspirei, e assim entrei, ela estava deitada,
seus olhos pesavam, e sua fase estava pálida. Mais do que o comum, havia
coisas além, senti que a mesma escondia algo.
Sophia: como você tá?
Bela: melhor - a ajudei sentar na cama - não é sua culpa - me surpreendi
Sophia: mas, como que....
Bela: irmãs sempre sentem as coisas - sussurrou - você sabe que não ta
sozinha nessa né?
Sophia: sei?
Bela: Sophia Valverde! - revirou os olhos - você não é mais criança,
ninguém aqui é, você e ele sabiam o que tavam fazendo, vocês acharam
mesmo que sair pura ai transando vai ia ser resultado de uma gravidez? Sem
camisinha Sophia?
Sophia: Izabela você não sabe de nada, não sabe do que aconteceu. Só
foi uma..... - travei
Bela: uma?
Sophia: foi minha primeira vez Bela, não foi planejada Izabela
Bela: Sophia? - surpresa, mas contente - Certamente você cresceu, não é
mais uma menina, é uma mulher - uma lágrima riscou seu rosto. E como
você descobriu? - segurou uma das minhas mãos
Sophia: eu fiquei apavorada
~1 ~
De repente o silêncio, os pensamentos se misturam, a insegurança... o
medo.... parecem flutuar no agora, tudo se perde... o vazio constante, o peito
apertado, a lágrima que insiste em cair, refletir... nada sentir
sentindo tudo, querendo fugir....
Igor: Sophia? - bateu na porta do banheiro - ta tudo bem?
Sophia: ta tudo ótimo - soluça-vá - me deixa sozinha, por favor
Igor: eu te amo demais pra te deixar sozinha - senti sua respiração pesada
do outro lado da porta
Sophia: eu te amo - sussurrei
O teste estava na pia do banheiro, até eu mesma tomar coragem para ver
o resultado. Só conseguia chorar e tremer. Foi ai que eu o peguei, e a partir
daí, minha vida mudaria pra sempre.
POSITIVO
~ ~
Sophia: eu queria que as coisas fossem diferentes, mas eu não tenho o
poder de mudar o passado Bela
Bela: você acha isso tão o fim do mundo mesmo? Não é um monstro
Sophia, é um feto, vai crescer, vai ir a escola, vai se apaixonada, casar, você
vai ser mãe - sorriu ainda sim chorando
Sophia: o problema não é essa - chorei - e Igor? O que ele diria? Certeza
que ele vai me deixar grávida, não vai querer assumir, e....
Bela: e nada, Igor não é assim, até parece que não conhece ele. Você vai
contar pra ele, não vai?
Sophia: devo?
Bela: claro que sim Sophia, ele é o pai, a responsabilidade disso não é só
sua, você não fez isso sozinha - concordei - vamos contar hoje
Sophia: vamos?
Bela: eu também tenho algo pra contar, e vocês vão precisar ser muito
fortes

*******
Sofremos sim
♡ Capítulo 7 ♡

BELA
Bela: eu também tenho algo pra contar, e vocês vão precisar ser muito
fortes
Chegou o dia que mais temia, eu tinha que contar toda a verdade, não só
sobre o câncer mas também sobre tudo que escondi, talvez a situação de
Sophia me fez ter mais coragem, afinal, ela vai estar lá comigo, e eu vou
estar lá com ela, dando força uma pra outra.
Algumas horas depois nos estávamos no carro indo para casa.
(.....)
Igor: o que de tão importante vocês queriam dizer? - disse ele sentado no
sofá junto a Lucas
Bela: vai Sophia, eu to aqui! - segurei sua mão
Sophia: eu.... - suspirei, até ouvir a porta bater - quem será?
Igor: eu atendo - disse ele indo até a porta para abri-la - Alanys?
Alanys: oi - disse ela se jogando pra cima dele
Bela: quem é essa agora? - Sussurrei
Sophia: a "ex" dele! - o ciúmes tava estampado em sua cara - eu não
nasci pra isso Bela, não sou idiota - correu para o quarto
Sem pensar duas vezes corri atrás, a encontrando sentada no chão
encostada na cama, até se levantar e começar a jogar as coisas no chão.
Bela: ei ei - a conti
Sophia: por que tudo tem sempre que da errado? - se jogou na cama - eu
quero matar esses dois, matar
Bela: pode deixar que eu te ajudo - ri - ai Soso, para de graça, mostra
quem manda aqui, não fica assim não. Arruma essas coisas, eu to lá em
baixo te esperando
Saio do quarto indo em direção a sala, a encontrando se esfregando nos
dois. Meu sangue ferveu na hora.
Alanys: se eu soubesse que ia ter outro gatinho eu teria vindo antes - se
aproximou mais - ai garota - eu a puxei pelos cabelos a fazendo se afastar
Bela: é, mas esse gato aqui já tem dona ta - indo com ela até a porta, a
jogando lá fora - a, só mais uma coisa, fica longe da minha irmã, ou você
vai me conhecer de verdade - bato a porta
Olhei prós dois muito irritada
Lucas: que? Ela que veio pra cima de mim
Bela: da próxima vez Lucas Bugatti, eu faço essa garota de tapete, ta me
entendendo? -ele assentiu
(.....)
Lucas: afinal, o que tanto tinham pra nos dizer? - voltaram a se sentar
Sophia: bom, eu não vou ficar aqui enrolando, nem nada, mas... Eu to
morrendo de medo - suspirou - eu to grávida
Igor: que? - se levantou rapidamente
Sophia: é isso mesmo que você ouviu, você vai ser pai
Igor: mas..... Tem certeza? - assentiu - é meu mesmo? Eu vou ser pai, eu
vou ser..... Meu Deus - parecia em choque tentando formar um sorriso
Sophia: ta insinuando que não é seu? - seus sentimentos começaram a ser
misturados e um choro silencioso formou-se em seu rosto - o que eu fiz? Eu
não mereço tanta desgraça. Ops, desculpe filha, nada contra - passou a mão
sobre a barriga
Igor: que? Claro que não maluquinha - a segurou em seu colo, a girando
- eu to muito feliz, caralho eu vou ser pai
Sophia: me coloca no chão antes que o pior aconteça - gritou
Ver eles assim, tão felicidades com uma novidade que poderia mudar a
vida deles para sempre me deixou chorosa, mas tão feliz, tão contente, em
pensar que eu poderia acabar com essa felicidade tava me matando aos
poucos, me deixando submersa a tantas mentiras, que hoje, acabaram em
choro, em tristezas, se ao menos tivesse uma solução.
Lucas: amor? - me despertou fazendo perceber que já chorava sem parar
- o que aconteceu?
Bela: Eu..... - gaguejava - Eu não consigo fazer isso - me afastei - eu não
posso - corri para o quarto
Lucas: Bela? Fala com a gente por favor, o que ta acontecendo?
Tranquei a porta rapidamente, sentindo meu coração pesar nessa crise de
ansiedade que só me deixava com o coração na mão. Sentia um medo
enorme, uma mistura de ansiedade com algum sentimento sem nome ou
explicação. Eu sabia e não sabia. Não sabia e tinha medo de descobrir.
Sentia um frio na barriga, de pensar em desistir, de varias cápsulas de
remédios e apagar eternamente, de me mutilar até cair no sono,
pensamentos como este que me faziam mal, e eu sabia disso, mas mesmo
assim, nada fazia minha mente enxergar a verdade.
Bela: alô - digo ao telefone, chorosa, sentada na cama do quarto, e a
porta ainda trancada
Mônica: eu queria mesmo falar com você
Bela: não, agora é minha vez de falar - tremia - se tiver chance de 1% de
cura, eu consigo e recuperar? - parecia pensar - eu preciso de você agora
Mônica, você é a única que sabe, eu não posso abandonar todo mundo, não
assim, não por causa de uma doença idiota que vai me fazer desistir da vida.
Eu passei por poucas e boas, levei 2 tiros, fui sequestrada do meu pai,
mudei de identidade, reencontrei minha irmã, me apaixonei, e agora por
causa disso eu devo desistir de continuar lutando?
Mônica: é raro, mas sim, tem chances. Levamos o seu nome a uma uma
Universidade de Boston, eles analisaram seu caso, e sim, tem 1% de chance
de recuperação - suspirei aliviada - mas....
Sempre tem um porém.
Bela: mas o que Mônica?
Mônica: você vai precisar ser muito forte esse tempo, não vai ser nada
fácil
Bela: não desvia o assunto, mas o que?
Mônica: um transplante de coração pode salvar sua vida Izabela, o
câncer ta avançado, é sua única chance. De acordo com Dr. Humberto
Rigon, diretor da Clínica Médica do A.C.Camargo, tumores no coração são
muito raros. Enquanto os primários (originários no órgão) representam
cerca de 0,05% do total das neoplasias, os metastáticos correspondem de
1% a 2% dos casos. No entanto, em 75% dos casos, os tumores são doenças
benignas que não causam metástase. O mixoma, o mais comum entre eles,
apresenta uma consistência gelatinosa e é tratado com cirurgia. Muitas das
pessoas não conseguem se recuperar, outras fazem a cirurgia normalmente,
mas o seu caso.....
Bela: meu caso o que?
Mônica: seu caso é raro, um transplante é sua única saída. Te coloquei na
fila do transplante, única coisa que nos resta agora, é rezar
*******
Será que ela sai dessa?
♡ Capítulo 8 ♡

Hoje senti uma insegurança que há um tempo não sentia. Medo, ansiedade,
angustia e perguntas, muitas perguntas. Me questionei a Deus sobre muitas
coisas...
Por um momento desacreditei em mim e no meu direito de ser feliz. Quero
tanto, desejo tanto, sonho tanto... Mas, tudo me parece tão distante. Sinto-
me nadando contra a maré, indo contra o fluxo. Já aprendi que não podemos
correr atrás da felicidade; Sei que a única coisa que podemos fazer é buscar
a realização dos nossos sonhos,
Pois desta forma estaremos mais próximos da felicidade.
Como deve ser bom sentir-se seguro sempre, protegidos, amados,
amparados...
Apesar da monotonia que poderia surgir,
Acredito que a sensação de plenitude deva compensar tudo.
Queria poder dizer tudo que sinto e penso sem ter que avaliar nada; Sem
ter que me submeter aos joguinhos que estão intrínsecos no convívio
humano.
Não ter que abrir mão de amigos especiais, momentos mágicos, pessoas
importantes...
Encerrar ciclos sem ter que perder o que foi bom, bonito, sublime e mágico
em algum momento.
Queira Deus que eu esteja no caminho certo, fazendo as escolhas mais
sensatas,
E principalmente, que esteja conseguindo me proteger do sofrimento que a
cada dia que passa se torna mais eminente aos meus olhos.
Lucas: quer conversar agora? - disse baixinho batendo na porta, sem
pensar muito a destranco - ta tudo bem? - entrou com Igor e Sophia
Bela: eu sempre disse que odeio mentiras, mas no fim, quem ta mentindo
sou eu, e.... - mordi os lábios - eu preciso contar toda a verdade se não vou
ficar maluca, eu não to aguentando
Sophia: a gente ta escutando!
Bela: começou bem depois que o Rogério..... Morrer - desviei o olhar -
antes da formatura, vocês sabem que eu sempre quis desenhar, fazer artes,
Bel me incentivou a mandar meu currículo escolar para uma faculdade em
nova york - eles se entre olharam - e me aceitaram
Igor: você vai embora? É isso que quer dizer pra gente?
Bela: eu não terminei - chorei - era meu sonho, eu tava pensando em ir,
mas nunca abandonaria vocês, jamais. Mas tudo acabou, não dava mais -
sentei - na festa de formatura, eu recebi uma ligação, me abalou tanto
(ON)
Meu peito começou a apertar, logo após que recebo uma ligação que
mudaria minha vida para sempre, pelo menos essa era a sensação que
tinha naquele momento.
- aló - resmunguei - Izabela, aqui é a médica que cuidou do seu caso a
algumas semanas atrás. Estávamos relendo seus exames esses dias - sua
voz era preocupante - eu não queria dar uma noticia dessas por telefone,
mas é urgente. Encontramos uma substancia rara em seu DNA
- doutora - digo assim que me afasto da musica - o que a senhora quer
dizer com isso?
- não sabemos direito, mas o que sabemos é que.... é grave - suspiro
pesado - eu sinto muito
(OFF)
Bela: descobriram um câncer raro em mim - mordi os lábios voltando pra
realidade, vendo Sophia se desmoronando e Igor a segurando, Lucas sonso,
sem reação - um transplante de coração é minha única chance
Sophia: não, não é verdade - desmoronou sobre o chão - eu não posso
perder você de novo
Bela: por favor - gaguejava pelo choro - preciso de vocês comigo, não
vou conseguir lutar contra isso sozinha - Lucas me puxou para seus braços
Lucas: se tem 1% de chance, a gente vai lutar, a gente já viveu por muita
coisa pra acabar tudo assim, eu não aceito.
•𝟏 𝐬𝐞𝐦𝐚𝐧𝐚 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬•
Esperança, não é a última que morre, é a primeira que nasce quando tudo
parece perdido e sem solução. Porque quem tem esperança sabe que um dia
a tempestade tem que passar, ela precisa passar.
Bela: não - soluça-vá sem parar, gemendo em uma máquina de
quimioterapia - eu não quero, me soltem
Depois que contei para Lucas, Igor e Sophia sobre o câncer, as coisas
começaram a ser assim. Os enjoos aumentaram, e meus cabelos começaram
a cair aos poucos. Sei que preciso me acostumar, mas é tão difícil viver
assim.
Noite passada eu tive uma recaída, uma das minhas piores, no meio da
noite parei de respirar, desmaiei, e acordei assim, numa sala de
quimioterapia, sozinha.
Bela: não - consigo ser solta, até correr para fora daquele quarto que só
me dava arrepios
Lucas: Izabela - senti seus braços me segurarem tentando me conter
Bela: por que me deixou lá? Por que me deixou sozinha? - tentei me
soltar ainda chorando - eles vai me machucar, me solta
Lucas: calma, calma - apoiou minha cabeça em seu peito nos fazendo
sentar no chão comigo ainda em seus braços - respira
Bela: eu sei bem onde isso vai me levar, não quero voltar pra lá, não dá -
me separei
Lucas: por que não? Eu to aqui agora, não vou te levar sozinha
Bela: eu tinha uma amiga no orfanato Lucas, ela tava doente, EU VI
ELA MORRER, NAQUILO - soluça-vá - ai minha cabeça
Senti uma tontura, e assim apaguei.....

******
♡ Capítulo 9 ♡

LUCAS
Sabe por que eu tenho medo de te perder? Porque ela ê é uma das poucas,
senão a única, pessoa que me faz sentir especial, que me faz acreditar que
ainda existe amor verdadeiro, que me faz perceber que existe razões para eu
não desistir de lutar. Ela me faz sentir completo, ela me faz feliz como
nenhuma outra faz, mesmo se eu tiver passando por um dos piores dias da
minha vida. E não importa o que aconteça, ela sempre vai estar no meu
coração e na minha memória.
Bela: ah - sentada na cama sem ao menos respirar
Lucas: izabela - sem pensar muito a pego no colo descendo as escadas da
casa mais rápido que podia
Sophia: o que houve?
Lucas: ela ta sem respirar - pego a chaves do carro - liga pra doutora e
diz que to chegando, vcs ficam aqui
A coloquei no carro e dei partida...
(.....)
Assim que a levaram, a cada segundo foi como uma eternidade. Sentado
sem ter notícia alguma. Sem ao menos saber o que se passava lá dentro.
Andei pelos corredores, de um lado para o outro, perguntei aos médicos o
que havia acontecido, só senti uma sensação, um alívio, assim que olhei
para trás ela estava lá, correndo, desorientada.
A puxei para meus braços, tentando a conter.
Bela: por que me deixou lá? Por que me deixou sozinha? - tentou se
soltar, enquanto chorava - eles vão me machucar, me solta
Lucas: calma, calma - apoiei sua cabeça em meu peito nos fazendo
sentar no chão - respira
Bela: eu sei bem onde isso vai me levar, não quero voltar pra lá, não dá -
se separou
Lucas: por que não? Eu to aqui agora, não vou te levar sozinha
Bela: eu tinha uma amiga no orfanato Lucas, ela tava doente, EU VI
ELA MORRER, NAQUILO - soluça-vá - ai minha cabeça
Logo após, ela apagou....
(......)
Lucas: ela vai ficar bem não vai? Ela precisa
Mônica: a gente ta fazendo o que pode - olhou para a cama, onde a
mesma dormia e gemia com um pouco de dor - ela precisa desse transplante
(......)
Bel: Lucas! - ouvi sua voz atrás de mim, me fazendo virar
Lucas: Bel? O que ta fazendo aqui
Bel: Bela me ligou a semanas, ela tava abalada, tinha acabado de
descobrir o câncer, não queria contar, mas eu insisti e ai ela abriu o jogo, eu
precisava vir - após dizer veio me abraçar - eu não sei o que vai ser da
minha vida sem ela, imaginar que isso pode acontecer, dói muito Lucas, dói
demais
E como dói.....
Um machucado no joelho, quebrar o pé, a mão, os dedos..... Nada, nada
dói mais que um coração ferido.
Lucas: eu daria a minha vida por ela! - sussurrei
Bel: Lucas? - diz saindo do abraço com seus olhos inchados de tanto
chorar - você não pode fazer o que eu to pensando, VOCÊ NÃO PODE
Lucas: o que mais me importa é ela, a Bela é tudo pra mim Izabela
Bel: não - a escutei gemer de dor na cama - se você fizer isso, ELA vai se
matar, ela não vai aguentar perder o porto seguro dela, ela prefere morrer
Lucas, do que perder quem mais ama
Disse com milhares lágrimas em seu rosto, logo caminha até a cama onde
a mesma já estava acordando aos poucos, ainda com dor, e lutando.
Bel: oi - sussurrou segurando sua mão, enquanto eu as observava
encostado na porta
Bela: Bel? - apertou sua mão, acelerando o ritmo do choro alto - ta
doendo muito. Eu só quero ir pra casa!
Bel: Já já você vai voltar, mas pra isso, vc precisa ser forte pra essa dor
passar logo, por favor - soluça-vá
Bela: Ta doendo muito, você não entende que nunca para de doer, nunca
para
Bel: desculpa - mordeu os lábios - eu não sei como te ajudar
Podem ter certeza que ver ela naquela situação, acabou com meu
coração, acabou com uma parte de mim, como se uma parte estivesse
morrendo junto.
Bela: Eu quero morrer - a olhei com lágrimas nos olhos, e uma dor no
peito - Eu quero ir pro céu onde não há dor
Bel: Morrer? Não, não diga isso, você vai sair dessa cama, vai lutar até o
fim, e eu e seus amigos vamos ta nessa luta com você, mas por favor, não
desista, não desista por você, não desista por mim, por seus amigos que te
amam, não desista pelo Lucas - a mesma morde os lábios fazendo descer
mais lágrimas
𝐃𝐈𝐀 𝐒𝐄𝐆𝐔𝐈𝐍𝐓𝐄
Acordei sobre o sol que batia em meu rosto, e um clarão invadindo o
quarto, um silêncio terrivelmente bom, por incrível que pareça.
Situação de Bela já estaria melhor, no final, Mônica tinha razão, eles
haviam injetado uma invejam experimental, que aliviaria a dor. Eu tava
cheio de esperança, Bela se recuperaria, eu sentia isso, sentia em meu
coração que nossa história ainda não acabou. Que a gente ainda tem uma
história linda pra viver juntos.
Lucas: eu te amo minha marrentinha - sussurrei sorrindo, segurando sua
mão que em instantes a mesma apertou, ainda dormindo e com um
sorrisinho de lado - meu coração vai ser sempre seu, com ou sem
transplante
(𝐎𝐍)
- acho uma ótima ideia minha marrentinha
- marrentinha?
- sim - riu - vou te chamar assim a partir de agora, afinal, você é só
minha
(......)
- o que é isso?
- seu anel - faz uma cara de inacreditável - que?
- você guardou ele? - emocionada
- claro, era a única coisa que mantia você perto de mim, mesmo estando
longe - sorriu feio bobo
(......)
- ta confortável - ironiza
- ops desculpa - assim que se levanta tenta ajudar a mesma
- não preciso da sua ajuda - se levantar sozinha
- você é nova aqui?
- você já me viu antes?! - nego - então obvio que sou!!!
(𝐎𝐅𝐅)
(.......)
Sophia: oi? - percebi que estava atrás de mim - eu entrei e você tava
meio aéreo
Lucas: tava pensando numas coisas - sorri
Sophia: falei com a Mônica, ela disse que ela reagiu bem a injeção
experimental - sorria grande - se ela acordar pode ir pra casa
Lucas: ela vai sair dessa Sophia, você vai ver

******
Eu amo
♡ Capítulo 10 ♡

BELA
Lucas: eu te amo minha marrentinha - mesmo inconsciente, o sentia, e
sentia todos aqueles sentimentos que estavam nos rodando, apertei sua mão
buscando segurança, e sorri, um sorriso involuntário, mais que tinha muito
significado - meu coração vai ser sempre seu, com ou sem transplante
Já perdi quem amava, já ganhei quem não esperava. Já esperei
telefonemas que nunca recebi, já recebi telefonemas que nunca esperei. Já
deixei de fazer coisas que por tempos idealizei, já realizei coisas que nunca
imaginei.
A vida é assim, faz coisas que não imaginamos, nos surpreende. Nos
mostra que nem tudo aquilo que planejamos é bom, mas que o que não
esperamos pode ser a melhor coisa a se fazer. O inesperado pode ser o
melhor pra nós.
Lucas pode não saber, mas ele salvou minha vida, me tirou de um buraco
sem fundo, onde eu não enxergava a luz, onde sofria a cada segundo, a cada
minuto, onde o amor era algo que odiava, porque a gente ama tanto uma
pessoa que chega a doer, e eu não queria sofrer, mas mesmo sabendo desse
meu medo, ele me ajudou, embarcou comigo nessa aventura.
E hoje eu posso o olhar nos olhos, e dizer, te amo. Com todas as letras,
palavras e pronúncias. Em todas as línguas e sotaques. Em todos os sentidos
e jeitos. Com todas as circunstâncias e motivos. Simplesmente, o amo. E é
esse amor que me faz viver a cada segundo.
Lucas sempre estará lá por mim, e eu sempre estarei lá para ele. Isso é
amar, ele me ensinou isso, e sempre, sempre serei grata por cada dia da
minha vida que ele fez total diferença.
Bela: eu te amo - sussurrei deitada sobre a cama, sem dor, sorrindo, e
segurando sua mão
Sophia: ela acordou - imediatamente Sophia saiu do quarto procurando
os médicos
Lucas: eu te amo demais - negando com a cabeça e sorrindo mais que
tudo, com várias lágrimas em seu rosto, parecendo inacreditável - você ta
bem? Ta precisando de algo? Eu posso..... - o interrompi
Bela: meu amor - me encarou - eu to bem - senti seus lábios no meu de
imediato
Eu tava com tanta saudades desses lábios, que se eu contasse, achariam
exagero.
Saudade dos seus olhos, saudade do seu olhar, saudade da sua boca,
saudade do seu beijo, saudade do seu gosto, saudade da sua pele, saudade
das suas mãos circulando pelo meu corpo, saudade do seu toque sobre meu
rosto, saudade do seu jeito de me acordar, um que só ele entenderia.
Saudade do seu corpo..... Enfim, saudades de como eram as coisas.
Sophia: poderiam parar de se pegar na minha frente - adentra o quarto
nos fazendo parar
Bela: estraga prazeres
Lucas: literalmente - sorriu, um sorriso que amava demais - que foi? -
percebeu meus olhares
Bela: Já disse que te amo hoje? - me atacou de beijos novamente
(......)
"- O dia em que você nasceu foi, sem qualquer dúvida, o mais feliz de
toda minha vida. Senti que algo floresceu em mim, que algo coloriu este
pensamento de mãe. Filha, eu a amo profundamente, todos os dias,
aconteça o que acontecer. Nunca deixe de ostentar esse brilho no olhar
ávido de beleza da vida; nunca deixe de lutar pelos seus sonhos. Eu estarei
sempre ao seu lado para a amparar e guiar pelos melhores caminhos. Você
será sempre a razão de eu viver feliz! Nunca deixa falarem o que deve fazer,
NÓS FAZEMOS NOSSAS PRÓPRIAS ESCOLHAS, NÓS ESCOLHEMOS
NOSSO FUTURO, E NÓS... SOMOS DONAS DO MUNDO. Eu te amo"
Bela: eu também te amo mãe - sussurrei sobre meus pensamentos
Sophia: ta tudo bem? - adentrou o quarto novamente
Bela: sim, eu só tava pensando - digo me arrumando para que possa ir
embora
Sophia me ajudou pegando minhas coisas, e a caminhar até a porta.
Lucas: vem! - pegou minha mão
Até ouvirmos uns gritos nos corredores..... Olhei fixamente para frente, e
senti um aperto no peito ao ver um homem, machucado, sangrava muito, e
uma bala em seu peito. Havia uma mulher desesperada ao seu lado, ela
chorava pedindo misericórdia.
- Murilo, salvem ele - chorava - meu Deus, ajuda ele, por favor - tremia
puxando seus cabelos, caída de joelhos sobre o chão, enquanto a maca
entrava na sala cirúrgica
Bela: meu Deus, porque tanta crueldade? - me questionei ao ver aquela
cena tão triste - vamos embora, por favor - ele assentiu e fomos até o carro
que estava no estacionamento do hospital
Aquela cena não saia da minha cabeça, aquele nome..... Tudo, era triste
demais de se lembrar.
(........)
E finalmente chegamos em casa, Igor e Bel estariam sentados no sofá,
esperando por notícias, com o passar das horas e dos acontecimentos, não
tive cabeça para ligar afirmando minha volta.
Bela: ta me esmagando - digo a bel que tinha pulado em meus braços e
me apertava
Bel: desculpa, mas eu tava preocupada demais de não dar tempo de me
despedir
Bela: Despedir?
Lucas: não contou pra ela? - questionou bel
Bel: eu to voltando pro Brasil amanhã cedo - a encarei triste - desculpa,
mas eu preciso, Larissa, João e Lawrran estão lá, não posso ficar
Bela: tudo bem - sorria e me joguei no sofá - que saudades que eu tava de
um sofá confortável

********
Eu amo essa história
♡ Capítulo 11 ♡

Ps: contêm alguns flashbacks em " X "


Ps2: leiam escutando Perfect do Ed Sheeran, por favor, pra dar mais
emoção. Música na mídia
________
Subimos para o quarto logo após....
(......)
O observei enquanto abria o botão e o zíper do meu short jeans, o
retirando e jogando a qualquer canto do quarto - sorri mordendo os lábios -
O seu olhar de desejo para meu corpo seminu me fez arrepiar. Assim
iniciou uma sequência de beijos que foram sobre minha coxa, então
depositou um pequeno, porém, demorado beijo em minha intimidade, ainda
por cima da calcinha, me fazendo arquear as costa ansiando pelo seu
próximo contato com minha pele.
Bela: ah - gemi baixo, e logo foi abafado por um beijo molhado
Lucas: senti falta do seu corpo - sussurrou sobre meus lábios me fazendo
sorrir
Virei rapidamente ficando por cima de si, bri cada botão da camisa que
ele usava revelando seu peito, e sua barriga definida. Senti meu rosto
esquentar e ele sorriu mais uma vez de satisfação de ver o quanto havia
corado.
Retirei sua calça, levando junto com a cueca, me permitindo visualizar o
quanto o desejo já havia tomado conta do seu corpo. Assim segurou minha
cintura se colocando entre minhas pernas, segurou meus braços com uma
das mãos acima da cabeça enquanto a outra circulava pelos meus seios, e
assim penetrou, me fazendo gritar de desejo.
Logo caiu sobre mim, cansados, e suados....
Bela: uou - surpreendida e ofegante - a gente bem que podia sair hoje a
noite
Lucas: ou a gente podia fazer um segundo hound
Bela: meu amor - suspirou caindo ao meu lado na cama e assentiu - me
fala a última vez que me convidou pra sair só nos dois?!
Lucas: bom..... - pareceu pensar - ok, vou te surpreender hoje a noite
Se levantou com o lençol enrolado na cintura, segundos depois escutei o
barulho do chuveiro. Aproveitei para descansar, os remédios adiantaram
bastante, as dores diminuíram, mas mesmo assim, sinto muito cansaço, mas
eu particularmente estou bem.
Assim que se vestiu aproveitei para tomar meu banho, Lucas saiu do
quarto arrumado, acabei pedindo para que avisasse Sophia para me ajudar
com a roupa. Era seis da tarde, mas para me arrumar, demoraria umas horas,
aproveitei que Lucas estaria jogando com Igor e Bel na Sala, para ter mais
tempo.
Sophia: esse vestido ficou tão lindo em você - sorri enquanto terminada a
make, mas logo depois viro a cara - que foi?
Bela: não sei!, eu só to pensando em como as coisas vão ser daqui pra
frente. E se eu não achar um doar? - encarei seus olhos - não quero deixar
vocês
Sophia: e não vai, eu sinto, do meu coração, em tudo que acredito, vai
dar tudo certo. Bela, qualquer um pode morrer primeiro que você, eu, o
Igor.... A questão é ter esperança pra enfrentar mais um dia. A cada
segundo, só sorria, e viva até onde Deus te permitir - a abracei - te amo
Bela: também - beijei seu rosto e assim sai
(.......)
As ruas estavam vazias, as árvores enfeitadas com brilhos, e Lucas não
soltou minha mão nem por um segundo enquanto ainda estávamos no carro.
A minutos atrás assim que descia as escadas ele se calou, só olhou em
meus olhos e sorriu, segurou minhas mãos, e assim sussurrou perto de
minha boca:
Lucas: Seu coração é tudo o que eu tenho. E em seus olhos, você guarda
os meus - no momento meus olhos lacrimejavam, mordi os lábios e sorri
antes de sairmos
Pela janela conseguia ver as luzes coloridas que ilumina-vam as ruas.
Quando chegamos, segurei em seu braço e entramos. Era um salão
enorme, única coisa que iluminava eram as luzes giratórias no teto, com
flores para todos os lados, uma música tocava no fundo "perfect" e uma
mesa no centro, como num restaurante, só que não havia ninguém.
Bela: tem ninguém aqui? - ele assentiu
Lucas: você não disse que queria sair só nós dois? - riu fraco e arqueou
as sombrancelhas
Bela: achei que não levaria tão pro literal da coisa! - sorri surpresa, logo
o mesmo me ajuda a sentar
Comemos ao som de uma das minhas músicas preferidas, e
conversávamos, sabe? Só conversar, coisa eu não fazíamos deis de que
chegamos na cidade, como quando nos conhecermos, no começo do
namoro, eu sentia muita falta disso.
Lucas: quer dançar? - se levantou para se agachar em minha frente onde
estava dentada, assim estendeu a mão - prometo não pisar no seu pé - ri
fraco e sorri grande
Bela: quero - peguei em sua mão
Fomos até o centro..... Colocou suas mãos em minha cintura que estava
colada ao seu corpo, e minhas mãos levemente sobre seu peito, e assim
dançamos ao som da música.
Apoiei minha cabeça sobre seu peito, e suspirei fundo, sentindo o
perfume que tanto amava, e ele sabia disso. Tudo era tão perfeito, que tinha
medo de acordar e tudo sumir como num passe de mágica.
Lucas: Bem.... - suspirou escutando a música, que trazia total sentido
para aquele momento, enquanto eu ainda estava colada seu peito - eu
encontrei uma garota, linda e doce. Eu nunca pensei que você era a pessoa
que me esperava. Pois nós éramos muito novos quando nos apaixonamos,
sem saber o que aquilo significava
"- depressão? Já perdi a fome, A vontade de viver, Já perdi o mundo, E
um motivo pra morrer, Não é a tristeza que me mata, Nem a alegria que me
faz viver, É apenas um vazio... Um vazio que me deixa assim, Longe de
todos e até de mim"
Lucas: Eu encontrei uma mulher mais forte. Do que qualquer pessoa -
senti uma lágrima escorrer sobre seu peito - com que possa compartilha os
meus sonhos. Encontrei um amor, para guardar. Mais do que meus
segredos. Para levar amor, carregar. Ainda somos novos, mas estamos
apaixonados demais. Lutando contra todos os obstáculos. Sei que ficaremos
bem desta vez, se depender de mim, você ficaria em meus braços para
sempre
"- se fosse eu ia disser que.... Ninguém nunca tinha me visto assim,
aquilo me tocou e me fez repensar muita coisa ao meu respeito, ele é o
garoto mais diferente que já conheci, sei que as vezes sou cabeça dura,
mais esse é meu jeito, e ta certo, tentei muitas vezes negar, fiquei com medo
de me machucar, mas... Não consigo, sou apaixonada por dele"
Lucas: Seja a minha garota, serei seu homem. Eu vejo meu futuro em
seus olhos - mordeu os lábios
"- você não me ama mais?
Ele erguiu as Sombrancelha, e riu meio irônico, e negou com a cabeça.
- ta brincando?! Izabela Fernandes, eu Amo de todas as maneiras
possíveis - eu sorrio de canto - Sem peito, como se só existisse você no
mundo e eu pudesse morrer sem o seu ar. Sem idade, porque a mesma
vontade que eu tenho de fazer sexo com você nesse mesmo quarto, eu tenho
de passear de mãos dadas com você empurrando nossos bisnetos"
Lucas: Ouvindo nossa música favorita, eu tenho fé no que vejo - sorriu,
segurou em meu queijo o fazendo olhar para si, ainda sim, colada sobre seu
corpo, com várias lágrimas soltas - Agora eu sei, conheci um anjo em
pessoa. E ela é perfeita, eu não mereço isso. Você está perfeita
Mordi os lábios me contendo as lágrimas, e o beijei, sim, como se fosse a
última vez.
Bela: eu te amo - sussurrei enquanto ainda sorria em seus lábios
Essa noite eu não parei de sorrir nem um segundo.... Amar é a coisa mais
maravilhosa do mundo. Sem dúvidas.

*******
Gostam de episódio baseado em musica?
♡ Capítulo 12 ♡

Contato humano. Nossa primeira forma de comunicação. Segurança,


proteção e conforto... tudo isso no suave toque de um dedo. Ou de lábios
encostando um no outro.
Ele nos conecta quando estamos felizes, nos dá apoio quando temos medo...
desperta sentimentos de paixão, e amor.
Amar é...
Quando eu olho em seus olhos, os meus brilham. Quando sinto seu toque,
sinto um arrepio sobre a pele. Quando seu corpo fica tão perto, meu coração
dispara. Quando me tomas em seus braços, nossos lábios se encontram num
beijo cheio de promessas.
O mundo pára e nada mais importa... Só EU e VOCÊ.
Seus lábios, tão macios....
Chegamos em casa, ainda sim, sobre seus beijos, encostada sobre a porta
do lado de fora, com uma das mãos procurando as chaves, e com a outra
encostada em seu peito. Assim que entramos, se houve uns gritos.
Bela: o que houve aqui? - encarei Bel, Igor e Sophia que estava encima
de Alanys no chão, se levantou assim que nos viu
Sophia: eu cansei Bela - lacrimejou - cansei dessa garota. Ela estava
semi nua no quarto de vocês, queria pegar Lucas lá
Bela: como? - arquiei as sombrancelhas, a encarando. Lucas me encarou,
sabendo que aquilo não ia prestar. Me aproximei lentamente sobre a garota -
eu acho que não fui muito clara na última vez que nos vimos. Fica longe
dos meus amigos, da minha irmã, e principalmente, do MEU namorado -
dou ênfase no "meu"
Alanys: eu não tenho medo de você - me olhou de cima a baixo e sorriu
cinicamente, novamente arquiei as sombrancelhas, e seu sorriso some para
uma face mais séria
Bela: pois deveria ter - pulei sobre seu pescoço, dando uma joelhada
sobre sua barriga, a esbofeteando seu rosto com vários tapas
Lucas nem ousou separar..... Sophia e Igor muito menos. Bel..... Bom,
Bel era a mais doidinha, deis de sempre, amava ver essas coisas.
Alanys: ha, me solta - caiu sobre o chão, a levantei pelos cabelos dando
outro e doloroso tapa, que se ouviu de longe
A joguei sobre uma mesinha que ficava num canto da sala, dei vários e
dolorosos tapas em seu rosto.
Bela: vagabunda - outro tapa em seu rosto que já estava vermelho - eu
vou acabar com você
Alanys: há - me arranhava com suas unhas - sua maluca, me solta
E assim foi durante uns bons minutos....
Lucas: ta bom, você já se divertiu demais - me agarrou por trás a tirando
de perto de mim - já deu. Alanys sai daqui - se não fosse ele me segurando,
eu voaria em seu pescoço novamente
Alanys: isso não vai ficar assim - me ameaçou - quando você menos
esperar, uma bomba vai estourar - saiu pela porta
Me acalmei assim que ouvi aquelas palavras, afinal.... O que ela seria
capaz de fazer? Essa garota com certeza não vai deixar passar
(Representação da briga)
https://www.youtube.com/watch?v=lBs4ZGn9R6E
********
Quem passa pano? 😊
♡ Capítulo 13 ♡

Ps: leia escutando impossible, pra dar mais emoção


_____________
Eu tive muita raiva de ser a narradora de uma história que eu não
controlava mais. Você podia ter me poupado da sua autonomia, mas saiu, no
meio do parágrafo, atravessando as ruas, saltando minhas vírgulas,
tropeçando minhas aspas, desrespeitando meus parênteses.
A vida é isso, medo, raiva, desejo, amor. Porque parar de sentir emoções,
parar de querer senti-las, é sentir a morte. E.... Faz muito tempo que não
sinto esse desejo, mas agora, eu posso não ter escolha. Acho que saber que
você pode morrer a qualquer momento, pode deixar qualquer pessoa
maluca.
Subimos para o quarto tempos depois, a noite foi longa e estávamos
cansados.
Senti o calor sobre meu rosto, Lucas já não estava na cama, as cortinas
estavam abertas iluminando tudo. Coloquei uma roupa confortável e desci
até a sala, mas..... Escutei uma conversa entre Lucas e Bel, e resolvi esperar.
Bel: eu não vou deixar você fazer esse absurdo - me escondi nas paredes
da escada - a Bela te ama, ela te ama muito. Você não pode decidir por ela
Lucas, se você morrer pra salvar a vida dela, ou ela vai se matar ou vai
morrer junto com essa depressão que quase a matou a vida inteira até você
chegar na vida dela e mudar tudo. Será que não entende, você é a luz dela,
você é quem trás esperança pra ela - uma lágrima riscou meu rosto - Ou
você acha que se vocês não tivessem juntos ela já não teria se matado?!
Lucas: eu não sei como ajudar ela Bel, eu dou a minha pela dela, faço
qualquer sacrifício
Foi ai que a ficha caiu, ele se mataria por mim, e eu não deixaria nunca,
seria como uma facada no meu coração.
Não é preciso estar vivo para se sentir vivo.
Bela: não! - chorei baixinho, sentada sobre um dos degraus - você não
pode fazer isso por mim - me olhou e resmungou meu nome - eu preciso
morrer mil vezes, do que ver você morrer por mim, isso é loucura
Me sinto desorientada, controlando a respiração, despertando minha
mente e meus pensamentos, como descrever os meus pensamentos,se eu
sequer consigo compreende-los? sinto-me perdida em minha própria
história. Sinto-me fraca, angustiada e indecisa. Mas o que fazer quando
conseguimos mais compreender os nossos sentimentos?
Bel saiu sem que perceba, por que para mim, meu mundo acabou naquela
instante. Desci as escadas que parecia uma cena em câmera lenta, dei a
volta sobre o sofá. Olhando em seus olhos molhados me aproximei, fiquei
uns segundos em silêncio tentando acordar dessa realidade que me
atormenta.
Bela: não! - mordi os lábios me contendo - não consigo - me afastei,
todos aqueles sentimentos se transformaram em lágrimas - não!!! você não
entende que você é tudo pra mim Lucas, e sem você eu não sou nada -
soluça-vá - Rogério me fez ficar 6 meses em cativeiro, me drogava, me
batia, pra salvar a vida de vocês, eu pensava em você a cada segundo, e
pensando em você eu persisti. Lutei até o fim - suspirei - eu não quero que
tudo acabe assim, sabe?! Mas, não temos escolha. Eu já assumi pra mim
que to doente, mas essa doença não vai mudar quem eu sou, quero que
entenda isso. Eu sofro diariamente dores por todo corpo, mas nenhuma
dessas dores é comparado ao que to sentindo agora - fechei meus olhos,
sentindo várias lágrimas escorregarem pelo meu rosto - É melhor a gente
terminar!
Lucas: por favor! Não faz isso - me doeu o ver chorar - vai olhar nos
meus olhos e dizer que não me ama mais?
Bela: nunca! - segurei em suas mãos - eu não posso fazer isso com você,
te obrigar a ficar com uma pessoa doente. Me perdoe, mas entenda, é tudo
novo pra mim. - senti um gosto saudado nos lábios pelas diversas lágrimas -
Nunca precisei tanto de alguém como preciso de você, nunca desejei tanto
um sorriso como desejo o seu, nunca esperei tanto por um beijo como
espero pelo seu... Eu nunca fui tão eu mesma como sou com você. Perdão
se às vezes meu jeito infantil de reagir te assusta ou te incomoda. Sinto-me
uma criança confusa diante desse sentimento, sinto-me frágil diante do
medo de te perder, sinto-me pequena diante da perfeição que a cada dia
descubro em você, sinto-me cega diante da luz e magia que flui
naturalmente dos seus olhos e do seu sorriso. Eu não sei o porquê de tudo
isso. Não compreendo a imensidão do meu desejo. Desculpe pela
infantilidade que te amar despertou em mim, desculpe por ser uma criança
encantada e não a grande mulher que você merece. - senti suas mãos
segurarem meu rosto, enquanto milhares de lágrimas desciam pela mesma -
a gente precisa terminar Lucas, não posso fazer isso com você - sussurra
sobre seus lábios
Lucas: Se você morrer, eu morro..... Se você sofrer, eu sofro. E se você
me deixar, mesmo assim sempre vou te amar
Lentamente tirei suas mãos de meu rosto, o encarei tentando dar um
sorriso sincero, o que era quase impossível, suspirei me afastando, a cada
segundo estava mais longe de mim, e isso doeu na alma. A dor de saber que
estava o perdendo está me matando aos poucos...
Essa tristeza me invade a alma e me faz lamente-me por tudo que o
causei! Porque sei que uma hora ou outra vou me arrepender, e poderá ser
tarde demais.
Abri a porta do quarto de hóspedes rapidamente, a trancando por dentro,
como ainda estava de dia, o sol iluminava tudo. Gritava de tanto chorar,
fechei as cortinas e joguei alguns travesseiros no chão. E novamente, me
afundei nesse sentimento de culpa, no qual não sentia a semanas, mas dessa
vez eu tenho certeza, a culpa era toda minha. Eu sempre tomei as piores
decisões deis de pequena, por que agora seria diferente?
Bela: por que as coisas sempre tem que ser assim? - gritei sobre o eco
que fazia - Deus! eu preciso de respostas, porque não me levou junto com
minha mãe? Por que me deixou na terra pra sofrer? Por que? Eu sei que
você escreve nossa história por linhas tortas - soluça-vá - e que tudo tem um
motivo, uma razão. Mas eu não vejo essa razão
"- eu conheço uma garota que parece não se importar com nada, muito
menos com as opiniões das pessoas, ela fala o que pensa, e não liga prós
outros, haje como se não precisasse de ninguém, mas... Eu sei que é tudo
mentira, no fundo é uma garota sensível, que adora atenção, e gosta dos
outros, não liga prós defeitos, ela demonstra ser alguém que ela não é,
porque ela tem medo, medo de se ferir, com medo de se frustar, mas no
fundo ela é só uma garota, uma garota como outra qualquer
- Nossa!!! - meus olhos lacrimejavam
- que foi?
- acho que conheço essa garota"
Bela: naquele momento eu te amei como nunca, você sim me conhecia
*******
Vamos chorar sim 😊
♡ Capítulo 14 ♡

Senti um leve calor sobre meu rosto, com os olhos inchados de tanto chorar,
não havia percebido que já havia amanhecido. Senti minhas pernas
fraqueja-rem na inútil tentativa de me levantar do chão. Me apoiando nos
móveis caminho até o banheiro, tiro o pijama que não havia tirado deis de
ontem e em poucos segundos sinto a água quente sobre minha pele que
ainda havia algumas cicatrizes. Com a água caindo sobre mim me permito a
chorar mais um pouco, único lugar onde ninguém escutaria. Mesmo
sabendo que já teriam escutado meus soluços enquanto ainda estava no
chão.
Baixo a cabeça sentindo mil e uma sensações caírem sobre mim como se
quisessem me ver chorar, me ver morrer, me ver surtando. Avisto uma
lâmina presa ao piso, fazia tanto, mas tanto tempo que eu não via uma
dessas. A encarei por cerca de segundos, quando a peguei sentei no chão em
baixo do chuveiro e a encarei!
Bela: só você vai entender - sussurrei assim que a lâmina se encontra
com minha pele, se abrindo uma nova cicatriz
Na minha cabeça transformar a dor mental que eu estava sentido em dor
física fazia mais sentido.
Dor física: um corte, uma picada, uma ardência, uma distenção, uma
fratura, uma cárie. Dor que só cessa com analgésico, no caso de ser uma dor
comum, ou com morfina, quando é uma dor insuportável. Mas é a dor
emocional a mais temível, porque essa não tem medicamento que dê jeito.
É como uma doença silenciosa, vai te matando aos pouquinhos, matando
tudo que há em você, sua personalidade, seu jeito, seus gostos, sua mente.
Suspiro fundo, acalmando o ritmo das lágrimas. Mas com um aperto no
peito. Tudo parece perdido, sem cor.. É como se eu estivesse caindo em um
enorme buraco negro que suga tudo de bom em mim. E parece que esse
buraco sou eu mesma.
Saindo do banho, com sangue sobre os pulsos, encaro o espelho, onde
pude me ver nua, lágrimas ainda sim caíram, mas dessa vez eram
silenciosas. Engoli em seco, com a mão leve, passei sobre meus seios, meu
rosto, minha barriga, e com isso a sensação era que não era eu, eu não me
sentia viva, não me sentia dentro de mim, era outra pessoa, eu já não me
reconhecia mais.
Eu voltei no tempo, revivi momentos meus, momentos difíceis, revivi
minha vida antes de conhecer Lucas, antes de reencontrar minha irmã, antes
de saber o que era felicidade. E eu sofri, como se eu estivesse vivendo tudo
aquilo de novo, senti cada dor, cada sensação, cada angústia. E isso me
doeu, doeu bem mais que levar um tiro. E eu sei bem como é levar um tiro,
acredite, dor mental dói até dizer chega. Fui metralhada pelo meu passado.
Mas..... Eu não sabia por que tava vivenciando tudo aquilo, a sensação era
de vida pós morte, mas não era eu, eu não havia morrido. E isso me deixa
confusa, muito confusa.
Coloquei um roupão, cobrindo tudo que vía, assim que destranquei a
porta, caminhei até a cama para sentar. Tinha alguma coisa muito errada, eu
nunca, em toda minha vida sofrendo com a depressão, senti uma dor tão
grande, uma sensação tão ruim, eu não sabia porque, não sabia o que ia
acontecer, não sabia de nada, e não saber de nada me deixada frustrada, me
deixada com medo.
Sophia: Bela? - sussurrou entrando bem lentamente - Lucas me contou
tudo - se sentou em minha frente
Bela: Sophia! - soluça-vá desabando novamente - tem alguma coisa
errada - sussurrei
Sophia: o que ta acontecendo com você? - lacrimejou - desabafa comigo!
Por favor, preciso te entender
********
Ai ai, próximo ep é estouro
♡ Capítulo 15 ♡

MILENA
Senti uma claridade invadir meus olhos que estavam inchados de tanto
chorar. Deitada sobre o chão em um galpão gemendo de dor pelo meu rosto
machucado. Escutei gemidos, assim que consegui levantar recuperando os
sentidos, percebi que o chão estava encharcado de sangue.
Milena: Murilo? - gritei assim que o escutei gemer
Eu e Murilo somos irmãos, ontem por ser meu aniversário iríamos
comemorar só nos dois, como nos velhos tempos. Ao voltar pra casa um
carro preto nos parou, só senti uma pancada forte na cabeça.
Vocês sabem o que é ser amarada em um cadeira vendo seu irmão ser
espancado e não puder fazer nada? Foi exatamente isso o que aconteceu
Milena: Murilo - corri até ele que estava sentado no chão encostado em
um canto do galpão - fala comigo maninho, eu não posso ficar sem você -
lacrimejei
Murilo: há, eu até sei quem pode ter mandando fazer isso com a gente -
falou baixo evitando dores - Rogério
Milena: você acha que ele foi solto? - assentiu - eu não sei não, pra mim,
Diego deve estar por trás de tudo
XXX: olha só quem vemos aqui
Assim que escutei aquela voz, senti uma arrepio na nunca. Algo frio,
pude reconhecer que era uma arma assim que me levantou segurando minha
cintura.
Milena: pensei que estivesse no inferno
Diego: não vai ser dessa vez que vai se livrar de mim - sua voz estava
mais fria, suas expressões me assustavam, ele havia mudado deis da última
vez que nos vimos
Milena: a gente terminou a quanto tempo Diego? 1 ano?! Porque não
desiste de mim? - riu - pode rir! depois do que você fez com aquela garota,
eu só tenho rancor de você. Pensei que estivesse mudado, mas pelo visto
continua o mesmo babaca de sempre
Murilo: solta a minha irmã - com dificuldade se levantou
Diego: fica longe se não atiro - ri cinicamente
Milena: atira, vou adorar ver você indo pro inferno de la de cima
Com uma cotovelada o faço cair sobre uns baldes no chão, o fazendo
disparar.
Eu vi minha morte a parti dai..... Mas não foi bem isso o que aconteceu.
Vi Murilo cair sobre meus pés na inútil tentativa de nos salvar, o tiro
havia pego em seu peito, formando uma posa de sangue sobre o chão.
Milena: Murilo? Maninho - o balança-vá tentando fazer o mesmo ter
alguma reação. Com lágrimas nos olhos encarei Diego - eu te odeio, se meu
irmão morrer, eu vou te procurar até no inferno seu infeliz - minha voz era
fria. Segundos depois o mesmo deixando a arma no chão correu
(.......)
Assim que chegamos no hospital, o levaram em uma maca. Implorei a
Deus por sua vida.
Milena: Murilo, salvem ele - chorava - meu Deus, ajuda ele, por favor -
tremia puxando meus cabelos, caindo de joelhos sobre o chão, enquanto a
maca entrava na sala cirúrgica
Horas se passaram, andava de um lado para o outro, agoniada e com
Milena sensações. Escutei alguém me chamar, era Bruna, uma amiga
distante.
Bruna: já me contaram o que aconteceu - correu para me abraçar - calma
Milena: eu te liguei a horas, a onde você tava?
Bruna: resolvendo uns problemas - ergui a sombrancelha - eu descobri
uma coisa
Milena: fala de uma vez, não vem tentando não me deixar nervosa,
Murilo ta la dentro a horas - fechou os olhos respirando fundo - Bruna! É
tão sério assim?
Bruna: é sobre Thais! - a encarei, muito surpresa, a anos não escutava
esse nome - Thais morreu em um acidente de avião a anos. Murilo
procurava por ela, todos esses anos sem saber que a mesma estava morta -
seus olhos lagrimeja-vam assim como os meus - e não acabou ai
Milena: fala? Fala de uma vez, eu preciso saber de tudo
Bruna: ela deixou uma filha, essa menina, estava no acidente, foi a única
sobrevivente, essa menina Milena - segurou minhas mãos me fazendo
sentar, enquanto chorava - é sua sobrinha, ela é filha do Murilo, e ele nunca
soube que era pai
Solucei alto.....
Milena: eu preciso contar pra ele. Eu preciso achar essa garota Bruna,
preciso encontrar minha sobrinha
(.......)
Eu sentia isso no meu coração, todos os dias, mas nunca, em toda minha
vida poderia pensar que seria algo assim. Fiquei com isso na cabeça a noite
inteira, sem notícias de Murilo, só que ele estava muito mal.
Doutora: Milena? - assenti finalmente - Murillo precisa ver você, ele ta
muito mal, tentamos de tudo, agora só esta nas mãos de Deus, sinto muito
Meu mundo caiu a partir daquele momento.....
Milena: mano? - falei baixinho entrando no seu quarto, segurando sua
mão - você precisa ficar bem
Murilo: eu tentei - gaguejava pela dor - to tentando, mas...... Não da mais
Milena.....Perdi
Milena: você não pode deixar a gente Murilo, por favor, tenta ficar
Murilo: a gente quem? - sussurrou - Milena
Milena: preciso te contar algo..... - segurei em seu rosto, acabando deixar
cair lágrimas minhas em seu rosto - Thais morreu Murilo, a muitos anos -
lágrimas riscaram seu rosto, enquanto ficou quieto - e tem mais..... Ela
deixou uma menina Murilo - sorri fraco
Senti sua mão amolecer, e assim um parelho dos aparelhos, uma barulho
que conheço bem, ele havia nos deixado.....
Gritei alto, pedindo a Deus para o deixar ficar..... Médicos entraram no
quarto me tirando de lá, mas já era tarde.....
Ele morreu sem saber que tinha uma filha, essa menina nunca terá a
chance de conhecer o pai.... E isso dói, DÓI MUITO
********
To emocionada comigo mesma
♡ Capítulo 16 ♡

LUCAS
O que fazer quando angústia, ódio, mágoa, amor, saudade, tristeza,
certezas, incertezas, lembranças, e muita vontade de ver e, ao mesmo tempo
evitar ver, de querer e não querer ou mesmo não poder, batem na pessoa
tudo ao mesmo tempo?
Quando tentamos abrir os olhos para algo novo, mas este novo demora
mais do que queremos, quando queremos mudar, mas não conseguimos,
quando quem tu quer, nunca mais estará por perto, ou mesmo, não saber se
você quer ou não ela perto de novo...
Sentir aquele aperto no peito e saber que "aquela", pode não voltar para
meus braços.
"- Perdão se às vezes meu jeito infantil de reagir te assusta ou te
incomoda. Sinto-me uma criança confusa diante desse sentimento, sinto-me
frágil diante do medo de te perder, sinto-me pequena diante da perfeição
que a cada dia descubro em você"
Sentado sobre o sofá depois de uma noite completamente confusa, e uma
das mais rápidas que pude passar.
Sophia: ela não fez por mal - me encarou e pareceu pensar - ela não faria
por mal
Lucas: eu sei que não foi - senti meu coração pesar - mas sabe, eu amo
sua irmã, e ver ela do jeito que ela tava é o mais me preocupa, ela tava
confusa. Talvez.... - com a mãos sobre a cabeça afirmei - eu tenha causado
essa confusão nela
Sophia: eu não sei mais de nada Lucas, esses dias estão sendo tão
confusos não só pra ela, pra todo mundo. A depressão ta pegando ela de
novo. A gente não pode deixar ela assim, eu não sei o que aconteceria
Ela assentiu e caminhou até as escadas comigo atrás. Batendo a porta do
quarto onde Bela estaria, logo entrou, fiquei apenas na porta, onde pude ver
e escutar sem que me vissem.
Sophia: Bela? - sussurrou entrando bem lentamente - Lucas me contou
tudo - se sentou em sua frente
Bela: Sophia! - soluça-vá desabando novamente - tem alguma coisa
errada - sussurrou
Sophia: o que ta acontecendo com você? - lacrimejou - desabafa comigo!
Por favor, preciso te entender
Bela: eu não sei Sophia! - aumentou o tem de voz - eu já tava mal, eu
tava péssima - desviou o olhar - Lucas tinha me levado em um lindo, com
flores e música, a gente dançava - sorriu por um momento - Por um
momento eu esqueci de tudo, esqueci da doença, esqueci de tudo que eu
passei até chegar aqui. Mas depois..... Tudo voltou, e escutar ele dizer que
queria se matar pra salvar a minha vida, me fez explodir por dentro, me fez
parar no tempo sabe?!, nossa mãe preferiu morrer pra salvar minha vida -
fechando os olhos fez várias lágrimas riscarem seu rosto - uma das minhas
únicas amigas Sophia, preferiu morrer pra salvar a minha vida.
Sophia: por que nunca contou nada pra gente? - chorava - más ser
humano merece sofrer tanto
Bela: porque eu queria esquecer. Lucas queria fazer isso por mim. Eu
surtei, minha vontade era de gritar, eu corri pra cá justamente pra isso -
pressionei o coração com as mãos - Dói. É uma dor física, é uma dor na
alma. É uma dor que dura, é uma dor feita para durar. E isso vai me
matando mais rápido que a doença. Sabe, deis de hoje cedo ela aumentou, e
começou a doer muito, e eu não entendo. É como uma sensação de vida pós
morte. Eu tento sabe, tento continuar, mas algo sempre me diz pra desistir.
Sophia: não desista - segurou minhas mãos - A vida é superação. Todos
os dias encontramos pedras no caminho e para remover as pedras temos que
plantar flores; e para plantar flores é preciso ter fé e acreditar em dias
melhores. É preciso acreditar que nós devemos e podemos evoluir! Nós
somos o nosso pior inimigo toda vez que nos deixamos consumir pelo
pessimismo, pela falta de estima por nós mesmos e quando perdemos a
esperança. A superação é também perdão, perdão ao próximo, mas acima
de tudo perdão a nós mesmos. Quando perdoamos de coração e alma os
nossos erros é porque nos arrependemos e queremos fazer melhor. - soluça-
vá - E assim superamos nossas falhas e nos tornamos seres mais dignos de
uma vida feliz, mais dignos de amor e de viver neste mundo e nele deixar a
nossa contribuição. A superação é com certeza uma maneira de fazer um
mundo melhor, pois ao perdoar a si mesmo, estamos oferecendo o melhor
que temos dentro dos nossos corações. Não desista nunca! O sol nasce
todos os dias; o sol supera a escuridão para iluminar você. Só continua
tentando...... - apertou minhas mãos - E sobre Lucas?
Bela: agi sem pensar duas vezes. Posso ter errado mas eu não quero
prender ele a mim, uma pessoa doente, que nem tem a certeza que vai sair
dessa. Eu queria me curar, sabe?! Ter a certeza que eu tenho chances - sorri
fraco a entendendo - eu amo ele ok, disso eu nunca escondi, sempre disse, e
sempre vou dizer, mas agora nossos planos mudaram, as coisas mudaram,
coisas novas estão acontecendo - sorriu meio aliviada - preciso ficar sozinha
Sophia: ok - soltou sua mãos - mais tarde eu vou dar uma volta de carro,
vou demorar pra voltar, mas qualquer coisa pode me ligar. Por favor, não
desiste
.........
(Voltei com mil eps )
♡ Capítulo 17 ♡

BELA
Foi naquele momento, naquela hora, naquele exato tempo, que meu
coração disparou em fração de segundos, e apertou, como se pegassem com
meu coração com as mãos o esmagando, foi essa a sensação que eu senti. E
ai me veio na cabeça....
"Sophia....... "
Sophia veio em minha mente, uma das primeiras pessoas que conseguia
pensar. Chorei em silêncio, sentada na cama, sem controle das lágrimas na
qual saiam sem pedir autorização.
Corri o mais rápido que pudia assim destrancando a porta do quarto, corri
pelos corredores até chegar na sala. Ela não estava. Não havia ninguém
ali...... E isso doeu ainda mais.
Lucas: tudo bem? - veio da cozinha preocupado
Igor entrou pela porta da sala com os olhos inchados, e com a respiração
acelerada.
Igor: a Sophia - tentava voltar aos sentidos - ela bateu o carro, ela..... Ela
tentou parar
Bela: não - chorei alto - eu sabia, sabia que tinha acontecido algo
Corri pela porta da frente, correndo sobre as ruas próximas. As ruas do
condomínio eram retas, impossível ter acidentes. Alguma coisa estava mal
contada.
O carro havia capotado. Estavam colocando ela na ambulância. Logo
avistei Mônica que estava ajudando socorrer.
Bela: eu vou com ela - corri até ela - Mônica, me diz que ela vai ficar
bem?
Mônica: vou fazer o possível e impossível pra tentar ajudar - segurou
minhas mãos - calma, o que ela mais precisa agora é de você
Entrei na ambulância segurando uma de suas mãos, enquanto Lucas e
Igor vieram com outro carro.
(.......)
A levaram na sala de cirurgia, cai de joelhos sobre o chão, enquanto
chorava e pedia a Deus para que a salvasse.
Bela: salva ela - sussurrei - eu não entendo porque então desgraça cai em
cima das nossas cabeças - levante caminhando até Igor e Lucas
Igor: se algo acontecer com eles - se referia ao bebe que Sophia
carregava - eu não aguentaria.
(......)
O Amor é um sentimento caprichoso, por vezes impaciente e
temperamental demais e, por ser assim, às vezes pode ser injusto com
outros sentimentos que ainda não têm a mesma intensidade que ele possui.
Nesta hora, um relacionamento pode entrar em crise, ou mesmo
desmoronar, e isto faz pensar o quão imprudente, por vezes, pode ser o
amor. Quem ama, algumas vezes precisa ter a sabedoria de um agricultor,
que sabe que nenhuma planta cresce e dá frutos da noite para o dia. É
preciso muitos cuidados e muita dedicação.
Tento dormir mas não consigo. Ele não sai da minha cabeça. Penso em
cada detalhe seu, nos teus cabelos. Penso na cor da tua pele, penso no teu
cheiro, que impregna minha mente com desejos de prazer sem limites.
Penso nos teus lábios. Penso em como tudo seria ou poderia ser diferente,
mas é tarde demais pra mudar.
Lucas: quer um café? - sussurrou com seu copo na mão, e sua voz fraca e
tímida, às 4h da manhã naquele hospital escuro
Enquanto Igor havia pegado no sono sobre a poltrona que havia na sala, o
encarei por míseros segundos, assim que uma lágrima se escorreu, voltei a
minha atenção a Lucas e assim neguei.
Bela: não!!! - desviei o olhar sobre o chão o fazer sentar ao meu lado -
não Lucas - sussurrei com os olhos chorosos
Lucas: ei - senti sua mão virar meu rosto para que o olhasse - tudo bem
se não quiser - limpou uma das lágrimas que caia - só quero que saiba que
estou aqui, nem que seja como um amigo
Bela: você sabe que não consigo ser sua amiga - mordi os lábios
controlando o choro
Lucas: se ta sendo difícil pra você, pra mim também ta. Foi você que
terminou comigo Izabela - suspirei - mas eu sei que você tava com medo, e
te entendo, mas as coisas nunca vão se resolver se você se isolar assim de
mim
Bela: eu tava apavorada Lucas, você disse que se sacrificava pra salvar a
mim - finalmente o encarei - eu nunca permitiria isso, nos somos.... ou
éramos, namorados. Você não precisa fazer isso por mim, se sabe que eu
não aguentaria continuar vivendo sabendo que você se matou pra salvar
minha vida. Eu morreria nesse mesmo dia. E foi por isso que terminei com
você, pra te proteger, e fazer você tirar isso da sua cabeça..... Eu vivi muita
coisa, e sempre sobrevivi, sempre passei por cima dos problemas, e essa é
mais uma luta que eu preciso viver sozinha. Entende?!
Lucas: acho que sim!!! - olhou para o chão, e foi ai que o vi seus olhos
cheios de água, mordendo os lábios para não chorar - eu só.....
Bela: tem medo de me perder! - o encarei o fazendo assentir - Lucas!
Você não vai me perder, eu sempre vou estar aqui, oh - coloquei a mão
sobre seu peito - no seu coração
O coloquei deitado sobre minhas pernas, fazendo carinho em seus
cabelos, tentando o fazer dormir.
Essa foi a conversa mais sincera que tivemos deis daquele dia, deis de
então olhei para o teto e suspirei alto. Eu o amava demais, e o ver sofrer
acabava com meu coração. Mas ele precisaria entender que essa não é uma
luta fácil, eu não estou falando de levar dois tiros, de ser sequestrada, ou
fingir identidade, eu estou falando de uma doença, que mata
silenciosamente, e ele precisaria estar pronto para o pior.
(......)
Ouvi umas vozes, e provavelmente, era a recepcionista que trabalhava
em sua mesa, logo senti um peso sobre as pernas avistado Lucas que ainda
dormia. Levantei a cabeça lentamente e assim percebendo que já havia
amanhecido, provavelmente era umas 7 da manhã. Igor estava ao meu lado,
seu rosto brilhava pelas lágrimas, ele teria chorando a noite toda, senti um
aperto no peito por ele.
Bela: Lucas? - sussurrei sobre seu ouvido, o mesmo me olhou ainda
deitado, e levantou logo em seguida - Igor - logo acordou eufórico
Igor: não - se levantou - eu não podia ter dormido, a Sophia precisava de
mim, ela.....
Bela: ei - o abracei, ele só precisava disso, um abraço - ela ia querer você
bem. Olha pra mim, ela vai ficar bem
Voltou a me abraçar, logo senti minha roupa molhar. Ele chorava, sem
parar, chorava como se o mundo pra ele estivesse acabando, e esse sensação
é horrível, eu sei bem como é. E não desejo essa dor pra ninguém.
Doutor: acompanhantes de Sophia Valverde? - assenti-mos desesperados
por passar horas sem notícias. Ele nos encarou assim que olhou suas
anotações com uma face nada boa - ela ta bem - suspiramos pesado -
mas..... - sempre tem um "mas" - eu sinto muito, ela perdeu o bebê
Igor caiu de joelhos sobre o chão, sem pensar duas vezes eu e Lucas o
puxamos para um abraço. E a partir dali, era só nós 3 para dar forças para
Sophia....
Caminhando naquele corredor enorme, abrimos uma das primeiras
portas. Tinha curativos em seu rosto, e seu braço estava enfaixado, ela
chorava alto. Corri para abraça-lá.
Sophia: a culpa é minha - soluça-vá - a culpa é toda minha - neguei - eu
tentei parar o carro, mas ele não PARAVA - dei ênfase
Olhei para Igor que estava atrás de mim, que me encarou em seguida,
segundos depois o mesmo correu para fora do quarto. Deixei Sophia com
Lucas, saindo atrás do mesmo, que chorava sentado em canto da parede.
Igor: eu não consigo - negou - eu devia ter protegido ela, deveria ter
olhado se era seguro, e agora ela está aqui
Bela: a culpa não é de ninguém, isso foi uma fatalidade, você não
entende que ela precisa de você, ela precisa do namorado dela, vai lá ficar
com ela
Me olhou e logo em seguida adentrou o quarto, eles precisariam ficar
mais unidos que nunca pra superar isso. No começo ela estava com tanto
medo, mas depois.... Eles estavam tão felizes, tão animada.
........
Lembrando que pela minha conta do insta eu posto sempre essa história
primeiro. Í formações da bio
♡ Capítulo 18 ♡

SOPHIA
Bela: agi sem pensar duas vezes. Posso ter errado mas eu não quero
prender ele a mim, uma pessoa doente, que nem tem a certeza que vai sair
dessa. Eu queria me curar, sabe?! Ter a certeza que eu tenho chances -
sorriu fraco - eu amo ele ok, disso eu nunca escondi, sempre disse, e sempre
vou dizer, mas agora nossos planos mudaram, as coisas mudaram, coisas
novas estão acontecendo - sorri meio aliviada - preciso ficar sozinha
Sophia: ok - soltei suas mãos - mais tarde eu vou dar uma volta de carro,
vou demorar pra voltar, mas qualquer coisa pode me ligar. Por favor, não
desiste
Dei um beijo em sua cabeça, derramando minhas lágrimas. Depois de
uma troca de olhares, saí pela porta. Lucas estava por lá, ele sorria enquanto
seus olhos tristes e molhados me encararam.
Sophia: não fica assim - o abracei rapidamente - ela te ama, ok?! Logo
tudo isso vai passar - fazia semanas que eu e Lucas não conversamos
direito, como fazíamos quando tinhamos 12 anos, como dois irmãos, antes
de uma reviravolta acontecer em nossas vidas
O deixei naquele corredor, e caminhei pela casa até o carro. Liguei e dei
partida. Eu precisava dar uma voltar, clarear as ideias. Olhei para o espelho,
avistando atrás um carro que buzinava sem parar, assim que iria estacionar,
assim percebendo que não o freio não estava pegando, o carro não parava,
apertei mais o cinto por segurança, logo liguei para Igor com uma das mãos.
Igor: Soso, aconteceu alguma coisa? - atendeu eufórico, provavelmente
tinha acabado de chegar em casa
Sophia: eu te amo Igor - sua respiração pesou - amo nosso filho, amo
meus irmãos - sei que Lucas não é meu irmão de sangue, mas isso não
atrapalhou a gente por anos, não é agora que seria diferente, sempre
seremos irmãos
Igor: Sophia? Você tá me assustando - pareceu pegar alguma coisa -
aonde você está, eu to indo até você
Sophia: no carro - me desesperei, sentindo várias lágrimas riscar meu
rosto - eu não consigo parar Igor, não sei o que ta ACONTECENDO - dei
ênfase logo após de um grito
Não escutei mais nada, a batida foi imensa, senti capotar, logo após
vomitar sangue, gritei desesperada com as batidas que dava.... Senti um
apagão em seguida.
(.......)
E a partir daquele momento, tudo havia mudado, eu havia mudado,
minha vida havia mudado. Já não restava mais nada.... Só eu e um vazio
que se instalou naquele momento. Eu o havia perdido, e ao mesmo tempo
me pergunto como é que posso ter tanta saudade de alguém que nem
conheci o rosto, a voz ou o cheiro? Posso nunca ter te visto, mas te senti da
forma mais íntima possível. Você sempre será meu bebê, independente de
onde esteja.
Sophia: não - chorava assim que havia escutado aquela frase, a frase
mais dolorosa do mundo "eu sinto muito, você o perdeu" - a culpa é minha -
soluça-vá - a culpa é toda minha - Bela que havia acordo de entrar negou -
eu tentei parar o carro, mas ele não PARAVA - dei ênfase
Izabela olhou para Igor que estava atrás de si, segundos depois o mesmo
correu para fora do quarto e logo ela correu em seguida atrás dele, me
deixando sozinha com Lucas.
Lucas: Soso - segurou minhas mãos assim me olhando com aquele olhar
de proteção que só ele tem - pode chorar, chorar até não aguentar. Mas final
você vai sorrir e ver que você ainda é muito nova, que vai formar uma
família, vai engravidar de novo, que tudo tem um porem
Senti meus olhos doerem assim que chorei alto, sentindo seu abraço. Igor
adentrou o quarto em seguida, me encarou, com seus olhos molhados e me
abraçou, assim como eu, ele havia perdi um filho, e a dor é imensa.
(......)
Já foi dito que o tempo cura todas as feridas... Não concordo. A ferida
continua. Com o tempo, a mente se protege da insanidade cobrindo a ferida
com cicatrizes, e a dor diminui, mas nunca desaparece...
O sol tava imenso, radiação tudo e todos, com aquele calor que aquece
corações. Mas para mim, era diferente, o sol não brilhava mais, e minha
vida já não existia cores, passando a ser preto e branco. Havia recebido alta
aquela manhã, dentro do carro chorei em silêncio, lembrando de cada
sufoco, cada batida, cada gota de sangue que cuspi, mas por outro lado,
lembrava dos enjôos, das lágrimas de alegria, do teste de gravidez, era
como se tivesse perdido junto com nei filho uma parte de mim, uma parte
que talvez eu nunca recupere.
Bela: quer ajuda? - se ofereceu assim que estacionam os o carro tem
frente a casa, neguei com a cabeça em seguida - deixa eu te ajudar Sophia
Sophia: eu disse que não - aumentei o tom de voz - eu quero ficar
sozinha, só isso
Entrei rapidamente pela casa, assim encarando o interior dela. Fui
metralhada por lembranças, e dói muito.
"- bom, eu não vou ficar aqui enrolando, nem nada, mas... Eu to
morrendo de medo - suspirei - eu to grávida
- que? - se levantou rapidamente
- é isso mesmo que você ouviu, você vai ser pai
- mas..... Tem certeza? - assenti - é meu mesmo? Eu vou ser pai, eu vou
ser..... Meu Deus - parecia em choque tentando formar um sorriso
- ta insinuando que não é seu? - seus sentimentos começaram a ser
misturados e um choro silencioso formou-se em seu rosto - o que eu fiz? Eu
não mereço tanta desgraça. Ops, desculpe filha, nada contra - passei a mão
sobre a barriga
- que? Claro que não maluquinha - me segurou em seu colo, assim
girando - eu to muito feliz, caralho eu vou ser pai"
Ia Igor, não vai mais..... Corri para os corredores de cima adentrando meu
quarto, chorei até não aguentar mais, a minha vida a partir dali seria outra,
eu sinto que nunca mas serei a mesma. Acho que deis de que que meu
pai..... quer dizer, Rogério. Assim que ele morreu, eu mudei, mudei a partir
daquele momento e não percebi. Até hoje.
"- Bela! - suspirei revirando os olhos, e aumentando o ritmo das
lágrimas - Eu to grávida!
- que? - senti seus olhos pesarem - eu vou..... Eu vou - em segundos ficou
sonolenta
- Izabela? Você tá bem? - só há vi cair sobre a cama com sua respiração
falha - Bela?! - a balançava mas nada da mesma acordar - SOCORRO"
Nada que eu já tenha sentido na vida se compara à intensidade da dor que
estou sentindo agora. Perdi meu bebê, e é como se a melhor parte de mim
tivesse ido embora com ele. Não sei como superar a solidão e a tristeza de
não ter conhecido meu anjo, e ainda assim preciso me manter forte para
melhorar. Espero um dia reencontrar aquele que eu nunca conheci, para que
eu possa lhe dizer quanto o amo, mesmo sem nunca o ter o visto.
"- Sophia Valverde! - revirou os olhos - você não é mais criança,
ninguém aqui é, você e ele sabiam o que tavam fazendo, vocês acharam
mesmo que sair pura ai transando vai ia ser resultado de uma gravidez?
Sem camisinha Sophia?
- Izabela você não sabe de nada, não sabe do que aconteceu. Só foi
uma..... - travei
- uma?
- foi minha primeira vez Bela, não foi planejada Izabela"
Mordi os lábios lembrando de cada momento, ouvindo um bater na porta.
Entrando Bela, Igor e Lucas.
Bela: eu te conheço - deu um passo a mais dos outros - e sei que tudo que
você menos precisa, é ficar sozinha
Sophia: mana - a abracei forte - eu não consegui parar, eu não consegui
Assim que a soltei, encarei a mesma, ela estava com os olhos arregalados
parecendo lembrar de algo.
Bela: isso não vai ficar assim - seus olhos estavam fervorosos e com uma
raiva estrema - aquela vagabunda me paga

.......
Agora o bicho pega
♡ Capítulo 19 ♡

BELA
Em alguns dias dói. A tristeza puxa os cabelos, arranha a cara, machuca
dentro. E a gente não tem mais nada pra fazer a não ser dizer que está tudo
bem. Porque vai passar, passa. Só que antes de passar, maltrata. E, entenda,
a pior dor é aquela que ninguém vê. Só ela, a tristeza.
Eu entendo Sophia, mesmo nunca ter perdido um filho, a dor de algo
assim deve ser imensa. Ela chorou a noite inteira antes de receber a alta,
como se o mundo estivesse por um fio de acabar.
Dei banho em Sophia para irmos para casa, por conta dos pontos na
barriga, ela andava com dificuldade, mas não sentia dor. Se calou deis de
manhã, e sua face era nítida a tristeza. Entramos no carro a caminho de
casa, no começo senti seu medo, talvez a mesma tenha ficado traumatizada
pelo acidente.
Alguma coisa nessa história estava mal contada, será mesmo que foi um
acidente qualquer? Fiquei nesse pensamento o caminho inteiro.
Assim que estacionamos fui abrindo a porta para Sophia que estava no
banco de trás.
Bela: quer ajuda? - negou saindo do carro - deixa eu te ajudar Sophia
Sophia: eu disse que não - aumentou o tom de voz - eu quero ficar
sozinha, só isso - Correu rapidamente pela casa
Quando entramos Sophia já não estaria na sala, Bel havia voltado para o
Brasil uns dias antes, então era só nós tendo que passar por mais essa barra.
Bela: eu to preocupada com ela! - encarei Lucas, enquanto Igor saiu para
tomar um ar - ela ta entrando em uma depressão Lucas, ela ta sentindo tudo
que eu sentia quando perdi nossa mãe, culpa
Lucas: eu normalmente diria "calma! Vai ficar tudo bem", "Ela vai sair
dessa", mas quer saber? Eu não consigo - negou com a cabeça parecendo
arrasado, e logo se sentou - lembro de quando éramos crianças, corria-mos
um atrás do outro - me sentei do seu lado em completo silêncio, somente
prestando atenção, com um sorriso e várias lágrimas caindo - comia-mos
frutas em cima de árvores.... - me surpreendi, ela não parecia ser a
patricinha que um dia conheci - eu me sentia muito sozinho, meus pais
trabalhavam muito, sempre viajando, e eu tinha que ficar com minha babá,
mas não era a mesma coisa. Meus pais voltaram de uma viajem com Sophia
em seus braços, ela parecia assustada, no orfanato tinha umas meninas que
pegavam muito no pé dela, então meus pais a adotaram, deis daquele
momento, ela foi minha irmã, nunca me importei com o que diziam na
escola, " Há, mas ela nem é de sangue" "Porque defende tanto uma órfã?",
meu sangue fervia sempre..... - ele revirou os olhos - com o tempo ela criou
um bloqueio lembrando de tudo que passou com Rogério, com isso ela
virou quem você conheceu. Mas só eu sabia quem ela era de verdade. Só
uma menina moleca, que fugia de casa a tarde pra subir em árvores, uma
menina sofrida que pra esconder os sentimentos esnobava outras meninas,
mas principalmente, uma menina que eu sabia que podia contar tudo. Ela
não é mais uma menina, agora que reconheço, ela virou uma mulher, só
uma mulher que vai ter que carregar pelo resto da vida o peso que é perder
uma vida, um feto, mas eu queria que ela entendesse que ela vai ter uma
família um dia, só não quero que ela esqueça de mim, entende?! Eu tenho
medo
Bela: Lucas?! - me surpreendi com seu desabafo - você nunca vai perder
ela. Eu não queria que ficasse assim quando apareci na sua vida, vocês eram
uma família, e agora.... - me interrompeu
Lucas: não, não! Não é isso - negou - eu sempre a apoiei que reencontra-
se a irmã de verdade, e quando isso aconteceu, eu a abracei e disse que nada
mudaria nossa relação. Eu tenho medo de perder ela pro mundo, mas eu
entendo que ela cresceu, que virou uma mulher. Eu só não queria ver minha
irmã sofrendo desse jeito, eu queria poder abraçar ela e dizer que vai passar,
que tudo passa, mas eu não consigo
O abracei, afinal, sempre que precisei, ele estava aqui, e agora é minha
vez, mesmo depois do termino sempre terei esse amor por ele, essa gratidão
por tudo que fez por mim.
Subimos as escadas com os braços entrelaçados. Escutei Sophia chorar
em um dos quartos, Igor tomava coragem para entrar, parecia atrasado.
Soltei Lucas e coloquei uma de minhas mãos em seu ombro o fazendo olhar
para trás.
Igor: eu sou um idiota de deixar ela sozinha - lacrimejou - eu devia ta la
dentro, com ela
Bela: não, você não é um idiota, não se julgue tanto - peguei em sua
mãos - vem, vamos entrar, ela precisa da gente
Batemos lentamente na porta, assim entrando, a vi arrasada, em pe em
frente a estante, olhando para nós.
Bela: eu te conheço - deu um passo a mais dos outros - e sei que tudo que
você menos precisa, é ficar sozinha
Sophia: mana - me abraçou forte - eu não consegui parar, eu não
consegui
E foi ai que a ficha caiu, não foi acidente, foi armação. Foi crueldade,
meu coração se encheu de raiva, de muita raiva.
"- ta bom, você já se divertiu demais - Lucas me agarrou por trás a
tirando de perto de mim - já deu. Alanys sai daqui - se não fosse ele me
segurando, eu voaria em seu pescoço novamente
- isso não vai ficar assim - me ameaçou - quando você menos esperar,
uma bomba vai estourar - saiu pela porta"
A soltei com faíscas pelos olhos, isso certamente não ficaria assim.
Bela: isso não vai ficar assim, aquela vagabunda me paga
É duro quando você tem que controlar a sua raiva porque alguém não
consegue controlar a sua estupidez.
Lucas: o que você vai fazer? - disse confuso me vendo atravessar a porta
Bela: tira essa história a limpo - olhei para trás pela última vez antes de
sair
Corri por aquele corredor enorme, sentindo que Lucas, Igor e Sophia
estavam indo atrás. Atravessei a porta da frente com faíscas nos olhos.
Alanys era nossa vizinha, e pelo o que sei morava sozinha, Lucas tentou me
impedir mas foi missão falha. Entrei em sua casa a avistando na sala. Me
encarou com medo, mas ao mesmo tempo com raiva.
Alanys: o que você tá fazendo aqui? - cerrou os punhos - eu vou chamar
a polícia se você chegar perto
Bela: isso, pode chamar - me aproximei - aproveita e conta pra eles que
você cortou os freios do carro da Sophia
Sophia a encarou ainda em choque, ela tinha levado 13 pontos em sua
barriga, por isso ainda mancava.
Alanys: você não tem provas que fui eu - cínica
Bela: cínica, você é uma pessoa horrível garota, por sua culpa ela perdeu
um bebê, um bebê que não teve nem chance de conhecer o mundo. Você
merece sofrer por cada lágrima que ela derramou - me aproximei mais -
você é um mostro - dei ênfase na última palavra
Alanys: ela mereceu - disse friamente
Bela: e você merece isso - dei um tapa em seu rosto a derrubando no
chão - você merece sofrer garota - puxei seus cabelos a levantando, fazendo
olhar para mim a força - Eu vou deixar uma coisa bem clara, eu já saquei
esse papo doido seu, e já sei de tudo, então NÃO se mete comigo, não se
mete com meus amigos, melhor... Nem pense em chegar perto deles -
novamente dei um tapa fortemente em seu rosto, a fazendo gemer e cair
sobre o sofá - nunca mais ouse chega perto da minha irmã de novo.... - a
peguei pelo braço batendo duas costas na parede - vou repetir só mais uma
vez, NUNCA EM QUESTÃO ALGUMA, CHEGUE PERTO DELES -
apertei seus pulsos olhando em seus olhos - E se chagar perto deles e de
mim de novo, EU TE MATO, e se não acredita, experimenta pra você ver o
que pode te acontecer, eu não tenho medo de você garota, mas você....
Deveria ter de mim. Posso ser muito pior quando quero. E você não vai
querer conhecer esse meu lado, ou vai? - negou rapidamente, a larguei que
logo cai de joelhos - bom saber

.........
Eta Eta, to passando pano
♡ Capítulo 20 ♡

Arquivei a sombrancelha, ainda com faíscas nos olhos, para mim, aquilo
não havia acabado, parando pra pensar a culpa era toda minha, se eu não
tivesse dado aquela surra nela, Sophia estaria bem, nada havia acontecido,
ela quis vingança e usou minha irmã pra isso, porque ela sabe Sophia é tudo
que tenho. E isso eu jamais perdoaria.
Alanys: olha, minha intenção nunca foi machucar sua irmã - se levantou
- eu nem sabia que ela estava grávida. Eu pensei que seria só um susto
Bela: há claro, você corta os freios do carro, e acha que nada vai
acontecer - ironia - só um sustinho - enraivecida me aproximei mais
Alanys: não chega perto de mim - pegou algo na gaveta ao seu lado - ou
eu atiro
Apontou uma arma em minha direção, mal sabe ela que já sobrevivi de
coisa pior.
Bela: outra arma? A não, esse povo não tem criatividade mesmo pra me
matar cara - olhei para trás revirando os olhos
Em um piscar de olhos tudo pode mudar. A vida é cheia de surpresas.
Tudo acontece na hora certa, mas, é claro, nós nunca sabemos que é a hora
certa. E como lidar com essas situações? Com o tempo, percebemos que as
coisas nunca permanecem no mesmo lugar. A vida se encarrega de mudar
tudo do modo que quiser. As mudanças sempre virão, talvez nem sempre
sejam do modo que a gente quer, mas tudo sempre coopera para um futuro
melhor.
Toda minha vida passava pelos meus olhos, tudo que vivi, desde amores,
até sofrimento
"- olha!!!! - mostrei os pulsos - A gente corre que nem loco contra os
outros espermatozóides só pra viver isso? Se sentir decepcionada?"
Senti minha respiração falha e uma dor em meu peito.
"- p-para... Eu não gosto desse joguinho
- joguinho?
- esse joguinho que só você sabe fazer, pra me deixar assim, confusa, e....
- EU GOSTO DE VOCÊ
- Lucas... Eu não sou o tipo de menina que você pega num dia, e joga
fora no outro"
Olhei para trás, encarando Lucas por míseros segundos antes de sentir a
visão embaçar. Quando ouvi gritarem meu nome, ai que a fixa caiu, tinha
levado um tiro no peito.
"- você, você é Sophia Valverde
- não eu não sou, não sou ninguém, Sophia Valverde Burgatti, é uma
pessoas feliz, mimada, uma patricinha, mas que sabe viver, eu não sou nada
- você é Sophia, A menina mais patricinha que conheço e isso não vai
mudar - sorri - coisas difíceis acontecem, mais não podemos desistir
- falar é uma coisa, fazer é outra
- eu sei o que falo, porque vivo nisso todos os dias, você ta se afundando,
entrando em um buraco sem fundo - lágrimas invadem seu rosto - eu vivo
nisso todos os dias, e tento parecer normal todo dia, mas quando sufoca,
para e pensa, vale a pena sofrer tanto? vale? NÃO, não vale"
Senti meus joelhos tocar o chão....
"- você é um desgosto Izabela - ele disse parecendo se arrepender
- engraçado que a anos atrás, você dizia o contrário né?! Eu passei a te
odiar tanto, não é possível que seja meu pai
- PORQUE EU NÃO SOU SEU PAI - gritou fazendo eco pelo galpão"
Lucas, Igor e Sophia se jogaram em minha frente. Vi seus olhos
chorarem. Várias lágrimas caíram de meus olhos.
Sophia: por que? - ouvi gritar - porque nos odeia tanto ao ponto de
machucar a pessoa que mais amo?
Alanys: não - chorava - não fui eu, eu não atirei - jogou a arma no chão e
e afastou, foi ai que a ouvi chamar uma ambulância
Caída sobre o colo de Lucas, sentindo meu peito sangrar, e várias
lágrimas se juntar com o sangue no chão. Eu precisa dizer...
Lucas: você vai ficar bem - aproximou nossos rostos - você precisa ficar
bem
Bela: eu te amo - a voz falhava - nunca deixei de amar
Por perto voava uma borboleta, ela tinha a cor do sol e brilhava como
gritter, a cada piscada ela ficava mais longe. Senti meus olhos pesarem, e
assim apaguei.....
♡ Capítulo 21 ♡

LUCAS
Foi ai que o mundo parou, tudo passava em câmera lenta, o barulho do
tiro, sua respiração ofegante, e várias gota de sangue caindo sobre seus pés,
era como de tudo que eu amava nessa vida, estivesse indo embora. Ela me
encarou com aqueles olhinhos que já não brilhavam mas como antes,
lágrimas começaram a cair lentamente ao som de uma música dramática
que do tocava somente na minha cabeça. Lembrando daquela noite mágica
que dança-vamos colados um no outro lembrando de tudo que a gente já
passou e, provavelmente, vai passar....
"- você não me ama mais?
Erguiu as Sombrancelha, e ri meio irônico, e neguei com a cabeça.
- ta brincando?! Izabela Fernandes, eu Amo de todas as maneiras
possíveis - ela sorriu de canto - Sem peito, como se só existisse você no
mundo e eu pudesse morrer sem o seu ar. Sem idade, porque a mesma
vontade que eu tenho de fazer sexo com você nesse mesmo quarto, eu tenho
de passear de mãos dadas com você empurrando nossos bisnetos"
E talvez, ela não viva o bastante para isso, senti a dor que ela estava
sentindo em meu coração..... Ela cai de joelhos sobre o chão, ela gemia,
chorava, e tossia. Corremos até a mesma, que logo se deitou em meu colo.
Sophia: por que? - ouvi gritar - porque nos odeia tanto ao ponto de
machucar a pessoa que mais amo?
Alanys: não - chorava - não fui eu, eu não atirei - jogou a arma no chão e
e afastou, foi ai que a ouvi chamar uma ambulância
Caída sobre o colo de Lucas, sentindo cumeu peito sangrar, e várias
lágrimas se juntar com o sangue no chão. Eu precisa dizer...
Lucas: você vai ficar bem - aproximei nossos rostos - você precisa ficar
bem
Bela: eu te amo - a voz falhava - nunca deixei de amar
Ela apagou, e na quele momento, senti seu coração parar....
Quando me perdi, ela apareceu me fazendo rir do que aconteceu. Com
aquele jeito duro de ser, mas com um brilho no olhar, um brilho que só ela
tinha. Com medo olhei, tudo ao meu redor, e só assim enxerguei que agora
estou melhor. Ela é a escada da minha subida, é o amor da minha vida, é o
meu abrir de olhos no amanhecer, verdade que me leva a viver, é a espera
na janela, a ave que vem de longe tão bela, a esperança que arde em calor,
ela sem nem saber, é a tradução do que é o amor.
A dor que sentia sumiu, e eu queria fazer o mesmo por ela, deixar que ela
abrisse seu coração, aquele coração que por muitos anos se permaneceu
fechado a 7 chaves, aquele coração magoado, eu queria a ajudar juntar esses
cacos, colando um por um sem pressa, somente com amor. Quando o mal
partiu, vi que algo em mim mudo, no momento em que quis, ficar junto a
ela. Eu era feliz, pois a tinha bem aqui. Agora já não tenho mais....
Segurei sua mão, sentindo seu aperto, por um milagre desconhecido ela
voltou, ela reagiu, mais não sei por quanto tempo, a mesma apertou minha
mão na maca que estava deitada, sendo arrastada para uma sala cirúrgica,
entrei mesmo sem permissão, enquanto preparavam os materiais.
Dei um beijo em sua boca, e segurei em suas mãos, senti sua respiração
ofegante em meu rosto. E senti seus lábios molhados pelas lágrimas
juntando aos meus, em pensar que esse poderia ser o fim, nosso último
beijo, meu coração se quebra em mil pedacinhos.
Bela: eu, eu te amo Lucas - chorava - não queria te ver sofrer, eu terminei
contigo porque...
Lucas: não, não precisa falar nada agora, por favor, eu nem considero
aquilo como um termino Izabela - pra mim, a gente ainda está juntos, e se
Deus permiti, vamos continuar assim - você não vai se livrar de mim tão
fácil assim, mas por favor, tenta lutar contar contra isso, não me deixa agora
Bela: desculpa, me perdoa - soluça-vá -mas eu não vou conseguir - negou
levemente com a cabeça
Senti sua mão amolecer, e cair sobre a cama, quando os médicos
entraram correndo, que percebi, ela estava morrendo.... Seu coração estava
parando.
Me tiraram da sala, escorreguei sobre a parede caindo no chão, com as
mãos no rosto, Sophia e Igor correram até mim...
Sophia: por favor Lucas - segurou minhas mãos - me diz que ela vai ficar
bem
Lucas: desculpa, ela ta morrendo Sophia
Sophia: não, não, não - gritou, Igor a segurou em seus braços - não, Bela
Fica comigo
Depois de um tempo a porta abriu, e Mônica saiu por ela.
Mônica: Lucas - me chamou para um canto - o coração parou. Mas.... O
câncer pode salvar a vida dela
Lucas: que? Como assim?
Mônica: o tiro acertou o coração Lucas, recentemente ganhamos novos
doadores, a cirurgia é arriscada, mas se der certo, vai ficar tudo
Senti meu coração de aliviar nesse exato momento....
Lucas: faça o que for preciso doutora
Se passaram horas, horas de tortura, horas sem ter novidades, horas sem
saber ao menos se ainda restava esperança. Meu coração se apertava a cada
minuto. Sophia chorava com a cabeça em seus joelhos, com a certeza de
que não restava mais nada, Igor a abraçava de lado, cochichando palavras
de conforto.
"- Nunca precisei tanto de alguém como preciso de você, nunca desejei
tanto um sorriso como desejo o seu, nunca esperei tanto por um beijo como
espero pelo seu... Eu nunca fui tão eu mesma como sou com você.... "
Lucas: você precisa lutar agora, por favor - sussurrei
Senti alguém tocar em meu ombro, me virando avistei uma mulher,
morena, com seus olhos inchados, provavelmente de tanto chorar, me
levantei a encarando. Ela lutou muito antes de dizer quem era.
Milena: eu sei pelo o que você deve ta passando - sorriu com um olhar
triste - eu perdi meu irmão a poucos dias, autorizei o transplante de órgãos -
disse evitando lágrimas, e foi ai que liguei os pontos - eu torço muito para
que essa menina saia daquela sala com vida, ao contrário do meu irmão
Lucas: muito obrigada - meus olhos lacrimeja-ram - eu sinto muito, eu
não sei nem como posso agradecer
Milena: na verdade tem - pareceu pensar - meu irmão tinha uma filha,
provavelmente, ela deve ter uns 18 anos agora, ele não teve a chance de
conhecê-la, mas eu sei que ela ta por perto, seria a maior ajuda da minha
vida
Lucas: se a menina que esta dentro daquela sala, a menina com que sou
completamente apaixonado, sair dali com vida, eu vou fazer de tudo pra
achar essa garota
Apenas balancei a cabeça de leve, e ela sorriu indo embora.
Se passaram mais alguns horas, e nada... Até que senti meu coração
paralisar, o tempo havia parado, e naquele momento eu sabia o que tinha
acontecido, com a mão sobre o peito Sophia havia sentido o mesmo que eu,
caindo sobre o chão derramou mil e uma lágrimas, sendo amparada por
Igor, corremos até a porta onde a mesma estaria, poucos minutos depois
Mônica saiu pela mesma com um olhar de tristeza.
Mônica: a gente fez tudo que podia!
Lucas: não! Não, não - repetia para mim mesmo - corri para dentro da
sala, ainda sentindo sua respiração, que aos poucos foi parando, até parar
totalmente - você tinha que ficar - chorei sentindo seus últimos batimentos
"- Lucas! Por favor, facilita, eu nunca amei ninguém e... Eu nunca vou,
não quero te magoar mais essa é a verdade que
- uma verdade que eu nunca vou acreditar"
Segurei sua mãe, e ali permaneci soluçando.....
"- por favor Bela, me deixa sozinho, acho melhor se afastar - ele anda
para trás e se vira para ir embora
- o que foi que eu fiz pra você? - disse em um tom alto - por que me
deixou? Por que se isolou de MIM, dos nossos amigos?! - gritou em meio
as lágrimas que estavam presentes - se é por minha causa, me perdoa, eu
sei que errei, mais eu não tinha opção
- eu me isolei pra proteger você
- DE QUEM? - grita
- de MIM - gritei - nunca daremos certo, será que não entende"
Sophia: Izabela? - sussurrou com seus olhos marejados e arregalados
Foi ai que tudo mudou, seus batimentos voltaram a bater....
••••••
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♡ Capítulo 22 ♡

MILENA
Quando Murilo havia morrido, meu mundo começou a desmoronar,
caindo tudo, as coisas já não eram as mesmas, porque eu estava sozinha,
perdi meus pais muito cedo, Murilo sempre cuidou de mim por ser mais
velho, e agora sou eu por eu.
Havia autorizado a transfusão, Mônica contou sobre essa ser a última
opção da menina, única coisa que faria ela abrir os olhos de novo. Não
queria que a família dela sentisse o mesmo que eu, esse vazio, como se
faltasse alguma coisa. Se bem que Mônica me contou um pouco sobre ela,
disse da morte da mãe, do reencontro com a irmã, o pai que era um
desnaturado, pai que não era pai de sangue, pelo o que entendi. Falar sobre
essa menina me deu uma esperança que nem sabia que tinha, e sem motivo
também. Mas me fez bem.
Mônica fez o exame pra ver se era compatível, e uns exames extras.
Umas horas depois eu ainda estava no hospital, acho que não vou conseguir
largar aquele lugar tão cedo. De longe avistei uma menina sendo amparada
por um rapaz, provavelmente eram namorados, ela chorava de partir o
coração, e mais afastado estava um menino, chorando em silêncio,
parecendo rezar, essa talvez seja a família da menina, coloquei a mão sobre
o rapaz, que me olhou rapidamente.
Depois de um breve silêncio, falei.....
Milena: eu sei pelo o que você deve ta passando - sorri com um olhar
triste - eu perdi meu irmão a poucos dias, autorizei o transplante de órgãos -
disse evitando lágrimas - eu torço muito para que essa menina saia daquela
sala com vida, ao contrário do meu irmão
Lucas: muito obrigada - seus olhos lacrimeja-ram - eu sinto muito, eu
não sei nem como posso agradecer
Milena: na verdade tem - pensei - meu irmão tinha uma filha,
provavelmente, ela deve ter uns 18 anos agora, ele não teve a chance de
conhecê-la, mas eu sei que ela ta por perto, seria a maior ajuda da minha
vida
Lucas: se a menina que esta dentro daquela sala, a menina com que sou
completamente apaixonado, sair dali com vida, eu vou fazer de tudo pra
achar essa garota
Apenas sorri, e sai, essa ajuda seria muito bem vinda.
Entro dentro de um dos banheiros, lavando as mãos na pia, acabei não
segurando as lágrimas, olhando o reflexo no espelho, chorava cada vez
mais. Obviamente eu não aguentaria esperar tanto, e assim fiz a maior
promessa da minha vida.
"- eu tentei - gaguejava pela dor - to tentando, mas...... Não da mais
Milena.....Perdi
- você não pode deixar a gente Murilo, por favor, tenta ficar
- a gente quem? - sussurrou - Milena
- preciso te contar algo..... - segurei em seu rosto, acabando deixar cair
lágrimas minhas em seu rosto - Thais morreu Murilo, a muitos anos -
lágrimas riscaram seu rosto, enquanto ficou quieto - e tem mais..... Ela
deixou uma menina Murilo - sorri fraco"
Milena: eu vou achar essa menina, eu promento pra você, onde quer que
você esteja - por fim bati as mãos sobre a pia, respirando fundo
Sai de lá uns minutos depois, secando todas as quelas lágrimas, ia direto
pra casa naquela madrugada... Mas meus planos foram mudados. Mônica
assim que me viu correu em minha direção, sua face era de espanto.
Milena: o que aconteceu? - tentei acalma-lá - fala - Mônica e eu
tínhamos estudado juntas na adolescencia, uma das minhas únicas amigas
na época, com o tipo fomos nós distanciando, mas ainda somos amigas
Mônica: eu fiz os exames antes da transfusão, era compatível como você
já deve saber - assenti - fiz o de sangue Milena, aquela menina, a Izabela....
Milena: meu Deus Mônica, fala logo
Mônica: a Izabela é filha do Murilo - arregalei os olhos marejados -
Milena, você é tia da Izabela
XXX: o que? - seu rosto era de espanto
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♡ Capítulo 23 ♡

LUCAS
Ela foi abrindo os olhos aos poucos, sua face mostrava dor, obviamente
estaria assim, mas ela tava ali, viva. Como todas as vezes que tentaram a
derrubar. Seu coração sempre bateu, só que dessa vez, não seria
particularmente seu próprio coração..... Isso tudo tinha mesmo acabado? Me
questionava a cada segundo
Bela: eu não morri não?! - perguntou com a voz fraca e sonolenta -
sempre.... soube que era dura na queda
Lucas: Bela - ri inacreditável
A beijei sem pensar duas vezes, até lembrar que nos não estávamos
oficialmente juntos novamente, senti ela quieta, mas havia visto aquele
sorriso disfarçado, sorri de canto e me afastei para que Sophia pudesse
abraça-lá.
Sophia: nunca mais faça isso comigo! - chorava, até escutar um gemido
de Bela, sentia dor pelo peso de Sophia, rapidamente saiu de cima -
desculpa, ta tudo bem?
Bela: ta - olhou fixamente para o teto, fazendo algumas lágrimas
silenciosas riscas sem seu rosto
Lucas: o que houve? - olhei para cima, avistando uma estrela desenhada
Bela: eu - com a voz falhada - eu não sei, to sentindo uma coisa tão
estranha
Apertei sua mão, sorrindo para a mesma, que começou a ficar sonolenta,
e assim apagou. Beijei sua bochecha, saindo do quarto, deixando Sophia
com ela.
Precisava de um tempo pra mim, tanta acontecendo uma atrás da outra,
que quem ouvisse juraria ser mentira. Mônica, e aquela mesma mulher que
falou comigo, estavam mais a frente, muito apreensivas.
Milena: meu Deus Mônica, fala logo
Mônica: a Izabela é filha do Murilo - arregalou os olhos marejados -
Milena, você é tia da Izabela
Lucas: o que? - me espantei - a Bela é sua sobrinha, a menina com quem
você me pediu ajuda?!
Milena: eu.... Eu, mds - chorou - mas como Mônica, como que essa
menina veio parar junto aqui, onde meu irmão faleceu?!isso é muita
coincidência
Mônica: destino Milena, a palavra seria essa
Limpou suas lágrimas, respirando o mais fundo que podia, depois de
vários segundos em silêncio, voltou a falar
Milena: eu preciso contar pra ela!
Lucas: contar como? Que o coração que está nela é do pai biológico
dela?! Que ele morreu sem ao menos conhecê-la?! Que ele mal sabia de sua
existência?! Como você pretende contar isso? - se calou - eu amo ela
demais pra ver ela sofrer de novo, mas eu nunca vi alguém mais forte que
ela, tentaram matar ela diversas vezes, Rogério, a depressão, agora mais
essa. - pareceu se estremecer quando disse o nome de Rogério - E ela
sempre persistiu, lutou até o fim. Mas agora eu não sei se ela aguentaria
saber disso, espera, espera o máximo que conseguir, espera ela se recuperar,
e assim, você mesma pode contar
Milena: tudo bem Lucas, eu entendo - assentiu, calada por uns segundos
- você disse Rogério? Conhece ele da onde?
Lucas: ele era marido de Thais, mãe biológica da Izabela, última vez que
o vi ele tentou matar ela com uma arma, Outra né.... - arquiei as
sombrancelha - Ele fingiu a morte dela, ela ficou com ele uns 6 meses
depois do incêndio que ele mesmo causou pra despistar a polícia. Ele tinha
um compareça, eu não lembro dele direito, era um cara insignificante que
faço questão de esquecer
Milena: Diego? - assenti surpreso, logo arregalou os olhos - eu será
apaixonada por ele, ele não era assim, ficou repugnante, e esse amor virou
raiva. Esse infeliz matou meu irmão

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♡ Capítulo 24 ♡

BELA
Uma vida inteira para me encontrar, e mesmo assim não me achei. É
assim que as coisas fluem, mas nem tanto. Sou perdida, estou distante dos
meus sonhos, mas o pior disso tudo é saber que devo esperar o tempo certo
em que a vida julgar ser o melhor para me parabenizar. Eu não sei o que
acontece comigo, mas sempre que acho que minha direção está correta, algo
vem e muda minha rota. Parece que nada do que eu planejo dá certo, e nem
mesmo minhas esperanças poderão me salvar um dia. Talvez eu esteja aqui
por engano, ou a vida ainda irá me surpreender e mostrar o que devo fazer.
Se passou 1 semana, e era como se os dias não passassem, eram todos
iguais, nada mudava, somente eu sabia o que eu passava de verdade, não
adianta tentar explicar, precisa sentir, só assim saberiam o quanto é difícil.
E a cada dia é como se vivesse tudo de novo, o tiro, passava lentamente
pelo meu coração, mas só eu conseguia ver. E não é que exagero, é difícil,
muito difícil.
Sophia: você tá assim a tanto tempo - se aproximou da cama onde estava
sentada, logo avistei Lucas na porta - o que passa pela sua cabeça izabela?
Deixa eu te ajudar
Bela: Quer saber de uma vida complicada Sophia? - a encarei suspirando
em seguida - É a minha! Sempre que tento algo novo, acaba não dano certo.
Tenho todos os motivos do mundo para desistir de seguir em frente, mas
mesmo assim eu permaneço firme. E não é exagero meu, como pensaram,
essa vida é realmente complicada, quando eliminamos os obstáculos do
caminho, temos que mudar de estrada. E de repente outros empecilhos
aparecem e nada que se pense é tão forte quanto o universo tentando testar
sua fé. - lágrimas riscaram meu rosto tão rapidamente que acabei nem
sentindo elas caírem
Sophia: eu juro que se pudesse tirava esse peço de você - tentou não
chorar - eu já não sei mais o que fazer
Bela: você já tentou se matar Sophia! - ela arregalou os olhos
provavelmente sem lembrar, se questionando - eu tentei te ajudar, a gente
era muito nova, nossa mãe e Rogério começaram a brigar, coisa que era
raro, foi bem antes de tudo aquilo acontecer. Você começou a ter depressão,
assim como eu. Tinha ninguém em casa, só eu e você, você se trancou no
banheiro, estava caída no chão quando eu entrei, eu te puxei para sentir seus
batimentos, então comecei a gritar, implorando que você não me deixasse....
Eu precisava de você mais que tudo na minha vida, e mesmo você se
afogando naquilo, eu tava lá, fingindo que tava bem pra te tirar daquilo,
porque mesmo sendo tão nova, se sentir daquele jeito era uma das piores
sensações do mundo - chorava - mas nenhuma sensação era pior do que ter
te perdido
Sophia: mas.... - desabou - desculpa, desculpa por você ter passado por
tudo isso sozinha, eu queria ta do seu lado, mas eu não podia, desculpa
Bela: não me peça desculpas não, ninguém aqui tem culpa do que
aconteceu! Nem você, e nem eu
"Querido coração, tá na hora de sossegar. Fica firme aí no seu cantinho
e acalma essa ansiedade que me faz pirar. Você já passou por tudo isso
antes, e a gente sabe bem que tudo ficou melhor depois de um tempo. Só
confie em mim mais uma vez, que eu acredito que tudo ficará bem
novamente."
Horas se passaram, a situação já estava amenizada, até aquele momento,
quando Alanys entrou na quele quarto sem ao menos bater, estressada, e
preocupada, eu não estava sentindo ódio dela, nem nada, para mim quando
você sente tanto ódio de uma pessoa, você um dia a amou, porque o ódio é
justamente o aposto do amor, o oposto de amar tanto uma pessoa, para mim
Alanya é só uma menina insignificante na minha vida. E não acrescentava
em nada. Eu já estava me recuperando, mesmo sendo uma cirugia tão
arriscada. A encarei com aquele olhar de julgamento, esperando ela tomar a
iniciativa de se pronunciar, o que não veio, só me encarou, sem mais
expressões.
Lucas estava furiosa com ela, provavelmente pelo tiro, e por não saber se
ela tinha falado a verdade, que não tinha atirado. Ele erguiu a cabeça, se
posicionando em frente a cama, em sinal de proteção. Ela logo se afastou,
procurando as palavras certas, e foi ai que o silêncio foi quebrado.
Alanys: não espere que eu peça desculpa - a encarei em sinal de
indignação - desculpas pelo tiro Isabela - assenti - mas peço desculpas pelo
o que fiz com sua irmã, por dar em cima do namorado de vocês. Eu nem
sabia que Sophia tava grávida. A verdade, Izabela, Lucas.... é que eu nunca
penso nas coisas que faço, sou impulsiva demais. Aquela que você
conheceu Izabela, não era eu, era uma personagem, só que eu cansei dela,
venho aqui com a cara limpa dizendo que vou pagar pelo o que fiz pela sua
irmã, Sophia, me perdoe, de verdade. - Sophia se afastou, ela sim tinha
raiva, e não era pouca, era muita - mas Izabela, eu não atirei em você, eu
nunca faria isso com ninguém. A arma não era minha, era do meu pai, ele
trabalha na delegacia.
Bela: se não foi você Alanys, quem foi? - ela abaixou a cabeça,
mostrando que aquilo mexia com ela - quem foi?
Alanys: foi um homem - a encaramos - eu sabia que não tinha atirado, A
ARMA TAVA SEM BALA IZABELA, não tinha como ele atirar em você.
Eu vim aqui só pra te dizer uma coisa. Toma cuidado - se aproximou - ele
veio atrás de mim, me ameaçou, disse que eu precisava assumir que eu
tinha atirado, pra ele não ser pego. Esses últimos dias foram torturantes,
porque eu não sabia o que fazer, então vim aqui
Bela: como ele era?
Alanys: um homem alto, com cabelos loiros, deu pra perceber que era
química, ele havia pintado, os olhos era escuros, não me lembro de muita
coisa
Minha face muda rapidamente, logo minha respiração fica pesada, e meu
coração acelerado.
Bela: Diego
"- será que da pra ficar quieta? seu choro irrita!!!
- não precisa falar assim, ela é só uma menina
- que foi? Ta querendo arregar? Fica na sua"
Diego, por mais que tenha feito escolhas erradas, ele era bom comigo,
por que será que mudou? Ficou parecido a Rogério, e eu não entendo,
como? Por que?
Um dia se passou, eu voltaria pra casa naquela manhã, implorei para que
me deixassem ir, disse que ficaria de repouso, mas na verdade, eu queria
descobrir o que aconteceu naquele dia, porque atirou em mim? O que eu
havia feito? Nos nunca tivemos muito contato, pra mim não havia
explicação. Estava eu rosnando em diversas explicações, enquanto vestia
tentava vestir um short, Sophia já teria ido embora, e Lucas ficou para me
ajudar.
Lucas: você ta pensando muito - odeio como ele me conhece tanto - é em
Diego né?
Bela: te odeio por me conhecer tão bem - ele riu fraco pelo esforço que
fazia - pode me ajudar aqui
Logo se virou para me ajudar a vestir o shorts, Lucas já tinha me visto
em situações piores, acho que foi costume das vezes que já dormimos
juntos, tinha esquecido que não estavamos mais juntos, ele logo ficou sem
graça mas apenas subiu o shorts subindo o zíper. Menos perto do que eu
queria que ele estivesse nesse momento. Olhou fixamente para minha boca,
ele fazia muito isso quando estavamos juntos, olhava minha boca, meus
olhos, e sorria sempre.
Lucas: você sabe que se você não estivesse nesse estado eu te pegaria
aqui mesmo né?! - corei
Bela: Lucas Burgatti! - envergonhada, assim como todas as vezes -
melhor não falar mais assim
Lucas: por que? Tem medo que eu te agarre?! - neguei
Bela: não, tenho medo que eu te agarre
Deixei o quarto na maior velocidade que conseguia, o que não era muito,
até os pontos cicatrizarem vai levar bastante tempo. Ele veio logo atrás de
mim, levando um bolsa com minhas coisas, foi quando trombei com
alguém, me fazendo gritar de dor, e cair, mas antes que caísse sobre o chão
senti Lucas me pegar pela cintura.
Bela: há - gemi - meu Deus, como dói
Lucas: ta tudo bem? - me ergueu no chão, ainda sim me segurando, logo
neguei com dor
Milena: desculpa - a moça a minha frente falou - eu não te vi, desculpa
mesmo - pareceu emocionada
Bela: não tem problema - senti uma sensação tão estranha ao olha-lá, não
era ruim, mas também, era diferente
1 SEMANA DEPOIS
Lágrima caem todos os dias, porque não encontrei forças para expulsar
essa tristeza.
Essa angústia. E, apenas de estar curada, parecia que faltava algo. Esse
novo coração, que batia dentro de mim. Era de alguém que não aguentou, e
isso me deixa transtornada. Lucas já não olhava para mim como de
costume, com aquele olhar de apaixonado que só ele tem. Sim, a culpa é
minha, eu terminei com ele na esperança da cura, e agora que estou bem,
não tenho coragem de dizer que ainda o amo, com medo de ser rejeitada.
Será que ele conseguiu me esquecer? Por que não olha nos meus olhos? Por
que sempre parece esconder algo de mim? Entre nós não existia segredos,
até começar a ter.
Lucas: não é nada! - disse ele após perguntar o que havia de errado
Bela: isso não me parece ser nada, Lucas! Me fala a verdade, você não
me ama mais? - ele arregalou os olhos - ama outra? Se apaixonou por outra
garota?!
Lucas: Izabela? - revisou os olhos
Bela: Lucas Burgatti, se for verdade, eu não ficarei chateada! - ele me
encarou, impressionada com minha fala - Espero que encontre uma pessoa
sem a qual não possa viver. Espero muito. E desejo que nunca precise saber
como é tentar viver sem ela.
Viver sem Lucas, era algo que dói só de imaginar, o coração aperta e, o
rosto alaga pelas lágrimas.
Tomei coragem para enfrentar o que estava por vir. Eu me fiz de forte.
Enfrentaria o que surgisse. Quanto ao que tinha ficado para trás, decidi que
era melhor assim: deixar para trás. Apenas dei meia volta, tinha ficado de
costas para si. Com a intenção de sair. Até sua voz me fraquejar.
Lucas: eu amo você Izabela - voltei a olha-lo - nunca poderia esquecer
de tudo que vivemos e, muito menos, do amor que sinto por ti. E nunca, em
toda minha vida, me imaginaria sem você. E, por favor, me perdoe, algum
dia não poderei perguntar isso a ti. Me perdoe? Eu sempre farei tudo por
você
Bela: então minha tese tava certa - mordi os lábios evitando o choro -
você está escondendo coisas de mim. O que? Por que? O que tem tão errado
que não pode me dizer?
Lucas: eu vou te contar, mas, por favor, não me peça agora - triste
assenti, e ele percebeu minha tristeza, tanto que tentou se aproximar, mas
evitei o contato - apesar de tudo, nunca esqueça, eu te amo. E você
terminando comigo, não muda o que sinto
Apenas o abracei, derramando diversas lágrimas em sua blusa. Com
raiva, solucei, e chorei como se fosse a última vez que nos víssemos. E
talvez, fosse a última.
***
Vou voltar a postar essa história aqui
♡ Capítulo 25 ♡

LUCAS
Eu sempre fui o tipo de pessoa que odiava pessoas falsas, demagogas,
hipócritas.
Pessoas que vivem de mentira. Que te beijam como Judas. Sempre tive
muitos defeitos, mas dentre eles não se encaixava a falsidade. Mentira.
Sempre fui sincero, talvez até demais. Mas prefiro ser assim do meu jeito,
pois me agrada muito mais.
Ser infantil de vez em quando, palhaço, para fazer os outros sorrirem. A
vida me ensinou muitas coisas, e uma delas é o valor de uma amizade
verdadeira. De um amor verdadeiro. Me ensinou a tratar as pessoas com
igualdade. Me mostrou que hoje você tem tudo e amanhã pode não ter nada.
Mas, acima de tudo, que você vale pelo que é e não pelo que possui. O
valor está no nosso coração, nas nossas atitudes, pois máscaras caem com o
tempo, você não consegue esconder por muito tempo quem você realmente
é!
Sempre fui o tipo de pessoa verdadeira, mas com o tempo..... Mentir para
proteger quem amo virou o centro de tudo, eu não me orgulho disso, nem
um pouquinho, se pudesse faria tudo diferente, mas nem ao menos sei por
onde começar.
Pedi tempo a Milena por medo do pior acontecer e, quando acontecer,
não sei se Bela aguentaria saber disso agora. Mas eu preciso.... Preciso dizer
a ela, contamos tantas mentiras que acabou com nossa relação e, mesmo
sabendo disso, eu não tenho coragem de falar isso a ela. Milena tem que
dizer, eu sei disso....... Todo mundo vai saber, preciso encontrar forças para
tentar de novo.
Desde que Bela saiu daquele hospital, e andou em lado oposto de Milena,
sua tia por parte de pai, meu coração se apertou..... Mais um vez uma
família estava se afastando. Eu mal conseguia olhar em seus olhos, dizer
que estava tudo bem era torturante. Mas isso vai acabar, ta na hora de contar
tudo....
Bela: Lucas Burgatti, se for verdade, eu não ficarei chateada! - a olhei
sem palavras - Espero que encontre uma pessoa sem a qual não possa viver.
Espero muito. E desejo que nunca precise saber como é tentar viver sem
ela.
Essa fala se repetia a cada segundo, sentindo seu abraço, suas lágrimas,
seus soluços..... Talvez mentir para a pessoa que mais amo não seja a
melhor escolha, nem que seja para protegê-la, essa pessoa sempre será a
que mais sofrerá. Chega de mentiras.
Lucas: Izabela, eu preciso de contar uma coisa - disse já decidido me
afastando - ou melhor, alguém precisa contar
Bela: chega de mentiras?
Lucas: chega de mentiras! - suspirou - só te peço um pouco de tempo,
umas horas, a noite eu conto tudo que sei, e tudo que anda acontecendo. Eu
prometo
Bela: eu confio em você - essa frase me quebrou. Ela confiava em mim, e
eu menti
Bela confiava em mim, e quando souber tudo que omiti, essa confiança
será quebrada, assim como seu coração. "Eu não posso salvar o seu coração
de ser partido pela dor, pela mágoa, perda ou tristeza, mas posso chorar com
você e ajudá-la juntar os pedaços" - ouvi uma voz em meus pensamentos
dizer - era nítido que aquilo não sairia como eu esperava.
Lucas: Milena - dizia ao telefone um tempo depois - não da mais pra
esconder
Milena: tem certeza que quer fazer isso agora? - sua voz esta a meio
abafada, no entanto estranhei, mas não dei importância - pensa bem Lucas
Lucas: eu já pensei demais Milena, eu menti pra ela esse tempo todo,
escolhi a opção errada, eu devia ter contado desde o início, mas eu não
consegui..... - eufórico - não da mais pra esconder isso da mulher que eu
amo, eu pensei em contar, mas quem tem que fazer isso é você Claire, você
é tia dela
Milena: eu estou indo ai - indecisa, e com a voz mais cansada que o
normal, tinha algo de errado - por favor, se caso alguma coisa acontecer...
Diga pra ela que eu a amo, e que só fizemos isso pelo bem dela
Lucas: o que quer dizer com isso?
Milena: só promete Lucas, por favor
Lucas: eu prometo
Palavras podem conter mentiras, promessas quebradas. Mas os olhos...
Como dizem: "os olhos são as janelas da alma" E os olhos não mentem...
Nunca.
Sentei naquele imenso sofá sozinho, me perguntando onde todos estariam
naquele momento, foram horas olhando as paredes, pensando e refletindo
sobre minhas palavras e ações, logo percebi o quão hipócrita eu havia
ficado. Eu havia me perdido, já não me reconhecia mais, precisava me
encontrar...
Sophia: cadê todo mundo? - ouvi sua voz
Lucas: pensei que estivessem com você - minha voz era terrivelmente
calma e triste
Sophia: e eu com você - me olhou - Lucas, a Bela me contou tudo..... O
que ta acontecendo? Irmão, eu te conheço e sei que não ta nada bem
Lucas: sim, você me conhece mais que todo mundo - segurei suas mãos -
eu encontrei a tia por parte de pai da Bela, Sophia. Ela ta viva
Sophia: que? - logo caíram lágrimas sobre seu colo, e seu coração
começou a acelerar - como assim?
Lucas: o pior nem é isso, o transplante que fizeram na Bela é do pai
biológico dela, ele morreu por um tiro que levou de Diego, ele o matou. Ela
não vai aguentar se souber disso Sophia
Sophia desabou em lágrimas, e eu ao menos pude consola-lá, foi quando
Igor e Bela desceram as escadas e viram aquela cena, Igor correu para
abraçá-la e Bela ficou plantada naquela escada, seus olhos estavam
encharcados e inchados, havia ficado esse tempo todo chorando em nosso
quarto. Isso acabou comigo.
Igor: o que houve?
Bela: seu tempo acabou Lucas - mesmo com toda a tristeza, via a raiva
em seu rosto - o que você sabe que não quer me contar?
Lucas: ela está chegando - a mesma confusa andou até mim - só espera,
por favor, não gosto de te ver assim
Bela: é impossível ficar de outro jeito
Ouvimos 3 batidos na porta, longos de demorados, arrepiou nossas
almas..... Como ela estava aperta, Milena entrou pela mesma, seus olhos
estavam cheios de lágrimas e, ela tremia de medo, estava estampado em seu
rosto.
Bela: você? - arregalou os olhos - Diego? - voltou a dizer um tempo
depois de encará-la, e Diego entrar armado apontando para a mesma
Igor: o que ta acontecendo aqui? - apreensivo colocou Sophia atrás de si,
em forma de proteção
Milena olhou para mim, e logo para Bela, complemente apavorada, e
disse:
Milena: me perdoa?! - com a voz fraca - eu tentei, eu juro que tentei
Diego era o mais quieto e tranquilo, sua quietude nos matava por dentro.
Tentei proteger Bela, mas ela não permitia, ela sim era corajosa. Se
aproximou do mesmo com nenhum pingo de medo. Rancorosa.
Bela: o que você quer dessa vez? Me matar? Vamos, troca ela por mim -
nos entre-olhamos - eu já to acostumada, assim como você já se acostumou
que sempre vou dar a volta por cima
***
Mistérios no ar
♡ Capítulo 26 ♡

BELA
"Não importava o que viesse, eu enfrentaria. Tinha que enfrentar."
Aprendi com os meus próprios erros que sofrer não torna nada mais
poético, chorar não deixa mais aliviado e implorar não traz ninguém de
volta. Aprendi também que por mais que você queira muito alguém,
ninguém vale tanto a pena a ponto de você deixar de se querer. Chorar é
dizer em lágrimas o que o coração sente e que a boca, por um orgulho ou
outro, se recusa a dizer. E, naquela manhã, eu chorei. Chorei como nunca
consegui. Em toda minha vida Lucas Burgatti me fez chorar como nunca
ninguém tinha feito, só por mentir para mim, e isso já havia acabado com
tudo que tínhamos. E, saber disso, foi o que me desmontou.
"Vamos, não adianta nada chorar assim!" - disse a mim mesma, num tom
áspero. "eu a aconselho a parar já" - em geral dava conselhos muito bons a
mim mesma, embora raramente os seguisse, repreendendo-se de vez em
quando tão severamente que ficava com lágrimas nos olhos.
Sophia: fortes são aqueles que tem motivos pra chorar todos os dias, mas
mesmo assim colocam um sorriso no rosto e fingem estar bem. - Soso disse
a minha frente, tentando me acalmar - E você mana, é a pessoa mais forte
que conheço
Não vou mais chorar porque ele me ensinou a sorrir. Não vou perder
porque ele me ensinou a vencer. Não vou morrer porque ele me ensinou a
viver. Mas se um dia ele for embora eu vou chorar, perder e morrer,
Porque ele não me ensinou a te esquecer! Mas eu sei que devo, mas
esquecer um amor tão forte como o nosso, é algo muito difícil. Em um
mísero segundo, Sophia já não estaria no quarto e isso me deu mais forças
para suspirar, pensar em mim mesma e, sair. Descendo as escadas com Igor,
eu os vi, Sophia chorava como nunca, e eu só queria saber o que "ele" teria
contado a ela. Confiava mais nela do que em mim? O que eu tinha de
errado? Descendo as escadas eu apenas o escutei, esperando a próxima
mentira a ser contada.... Foram ouvidos 3 batidos na porta, antes de uma
mulher loira entrar pela mesma, totalmente assustada e amedrontada.
Bela: você? - arregalei os olhos, por já conhecer a mulher
"- há - gemi - nunca pensei que fosse doer tanto - ofegante
- ta tudo bem? - me ergueu no chão, ainda sim me segurando, logo
neguei com dor
- me perdoe - a moça a minha frente falou - eu não te vi, desculpa mesmo
- pareceu emocionada
- não tem problema"
Diego entrou armado pela mesma porta, me fazendo sair das lembranças.
Bela: Diego? - voltei a dizer um tempo depois. Eu não fazia ideia do que
estaria acontecendo, mas já previa um futuro próximo
Igor: o que ta acontecendo aqui? - apreensivo colocou Sophia atrás de si,
em forma de proteção
A mulher, Milena era seu nome, no hospital havia olhando seu crachá de
doador. A mesma olhou para Lucas, como se já o conhece-se, e logo olhou
para mim, complemente apavorada, e disse com a voz tão fraca que mal
pude escutar.
Milena: me perdoa?! eu tentei, eu juro que tentei - senti algo inexplicável
Lucas tentou me proteger, mas já estava de saco cheio de tudo aquilo,
sempre que algo resolve dar certo, vem a vida e diz que não, nada vai sair
como queremos. NADA. Já estava cheia de me esconder, eu precisava
enfrentar meus problemas. Me aproximei dele, em forma de desprezo.
Bela: o que você quer dessa vez? Me matar? Vamos, troca ela por mim,
eu já to acostumada, assim como você já se acostumou que sempre vou dar
a volta por cima
Talvez eu tenha perdido todo aquele medo que sentia, ou talvez, eu
estivesse apenas com raiva e cansada de tanta gente querer acabar com
minha vida. Eu não entendi todas aquelas trocas de olhares, e muito menos
o porque daquela mulher com uma arma apontada em sua cabeça, e Diego
parado em minha frente, sem dizer nenhuma mísera palavra, eu não tinha
muito o que perder, já havia dito, sempre irei me sacrificar pelos que amo,
nada muda. Mesmo depois de tudo que passamos, e toda raiva que eu estava
sentindo naquele momento.
Diego: dessa vez não! - me estremeceu - as coisas serão diferentes
Milena: por que ta fazendo isso? - a mulher ao meu lado disse
transtornada - eu amava você
Diego: e eu amava você - entristeceu, mas logo como um verdadeiro
sociopata, riu amargamente e friamente - isso é o que você ganha
terminando comigo
Ele parecia transtornado..... Ele realmente queria me matar? De novo?
Não faz o menos sentindo, nunca fomos próximos, ele era apenas o capanga
de Paul, o cara que desgraçou minha vida. Essa história não entrava na
minha cabeça. O que ele queria comigo? Se não iria me matar, o que faria?
Diego: eu queria te ver sofrer Izabela, sofrer como eu sofri quando ela
me deixou
Novamente eu estremeci, minha cabeça era a própria confusão, com
várias lembranças rondando a mesma, tentando encontrar uma razão.
Bela: o que eu tenho a ver com isso? Quem é essa mulher? - me afastei,
olhando todos a volta - eu não entendo!
Diego: não contaram pra ela - riu icônico - ela é sua tia paterna, mãe do
seu pai biológico - continuou rindo - pelo visto seu namoradinho não te ama
tanto quanto eu pensei
Eu apenas travei..... Com gritos ecoando minha cabeça. Chorava sem
fazer som, sem movimentos, sem ESFORÇO. Desabando em silêncio.
É um pesadelo ter ficado tanto tempo dizendo a sí mesma que tudo daria
certo pra depois tomar um tapa desses de algo simples e doloroso chamado
realidade. Hoje, mais uma vez fui devorada por pensamentos suicidas. Hoje
tentei sentir alguma parte quente do meu coração, mas me queimei com o
grau de congelamento. Hoje eu me arrependi de coisas que fiz ontem. Hoje
eu chorei por pessoas que não mereciam. Hoje eu sofri por dores que estão
coladas com o sangue que secou. Hoje eu acordei assustada por ter tido um
pesadelo, mas depois que me olhei no espelho, percebi que estar acordada e
ter um pesadelo não possui diferença. Hoje eu lutei para sobreviver com
armas que não são minhas. Hoje eu pedi para as minhas feridas não me
cobrarem os curativos que roubaram de mim. Hoje tentei conversar com a
minha alma, mas ela mandou me dizer que não sabe quem eu sou. Hoje eu
acordei e morri umas 100 vezes. Hoje, eu não fiz nada a mais do que apenas
tentar me manter viva. E isso é um saco. "Se viver é sofrer, não quero
viver". Eu já sabia que ele teria mentido pra mim, mas mentir sobre algo
assim, como poderei perdoá-lo depois? Como poderei olhar para seus olhos
depois disso? As coisas mudaram, eu mudei, ele mudou, é agora somos dois
estranhos.
Bela: é engraçado né? - disse chorosa
Diego: o que?
Bela: saber que a pessoa que eu amava me destruiu! - olhei para Lucas
que me olhava com os olhos encharcados - você sabia de tudo e não me
contou. Eu sabia que estava mentindo pra mim desde o incio, mas mentir
sobre isso Lucas? É minha família. Você não podia, e não vem falar que era
pra me privar de mais um sofrimento, porque se fosse mesmo, teria me
contado, e eu não precisaria escutar isso de outra pessoa - olhei para a
mulher a minha frente - porque não me procurou? Porque não falou comigo
esse tempo todo? 18 anos sem saber de nada, sem saber quem eu era, quem
era minha família, você..... Não sabe o que eu tive que passar nessa vida,
pra continuar viva.... - solucei - porque eu já tinha morrido por dentro
Milena: a pouco tempo eu nem sabia que você existia, se eu soubesse eu
teria ido atrás de você - chorava - ele ta fazendo isso, porque sabe que você
é meu ponto fraco. Ele quer acabar com sua vida, por minha culpa, desculpa
Bela: e meu pai?
Todos se estremece-ram.... Tentando mudar o rumo da "conversa".
Diego: quer mesmo saber? - assenti
Lucas: não - gritou ficando em minha frente e cara a cara com Diego -
você não vai fazer isso com ela. É isso que você quer né - Diego riu
novamente, afirmando - você não quer matar ela, quer que ELA se mate,
porque sabe que ela não aguentaria saber de tudo. Ta se aproveitando da
doença dela, você é mais nojento do que eu pensava que seria, mas não
dessa vez Diego
Diego: ela merece sofrer..... E a culpa dela passar por tudo isso, é porque
ela é fraca e só faz drama pra chamar a atenção
Foi o bastonete para que Lucas fosse para cima do mesmo, fazendo a
arma cair sobre o chão, e os dois entrarem em um campo de guerra. Gritos
eram ouvidos por todos os lados, inclusive os meus tentando separar. Eu
conhecia Diego, ele não se arriscaria tanto, ele tinha sim uma outra arma
escondida, no caso seria uma faca. Quando o vi pegar a mesma no bolso,
gritei.... Ele ia matar ele. Sem pensar em mais nada, peguei a arma caída no
chão e ATIREI..... Sem pensar em mais nada, eu atirei. Fui contra meus
princípios pra salvar alguém que, pode sim ter me magoado, mas me salvou
diversas vezes e, de uma coisa bem pior, de um coração ferido, mesmo que
no final ele ser o culpado por ele ter sigo novamente quebrado.
Diego ainda sim consciente, caiu no chão com uma bala em suas costas e
com a faca em sua mão. Lucas rapidamente pegou a faca e levantou
completamente chocado, eu realmente tinha atirado? De onde veio toda essa
coragem? Eu iria ser presa? Porque eu fui fazer isso? - O transtorno de
ansiedade batia com força, me dando diversos tapas na cara. - minha
respiração falhou, e meu corpo parecia gelo, meus pulmões se fechavam e,
minha mente estava a mil. Lágrimas caíram em câmera lenta, assim como
aquela cena em minha cabeça. Eu tinha uma arma na mão. Eu sei que não
seria a primeira vez a pegar uma, mas nunca teria coragem de matar
ninguém, isso ia além do que eu acreditava, além de tudo que eu faria.
Bela: o que eu fiz? - soltei a arma em seguida
Lucas: você me salvou
.....
Guardar raiva é como segurar um carvão em brasa com a intenção de
atirá-lo em alguém; é você que se queima. Sempre você.
Algumas pessoas têm amor por você, outras têm raiva. O que sentem nem
sempre depende de seu comportamento. As reações delas às vezes são
justas, outras vezes são injustas. Não podemos mudar isso, nem tentando
mil vezes. As pessoas não nascem ruins, a sociedade faz isso com elas, e
por isso tomamos decisões erradas.
A raiva que sentia realmente me consumiu mais do que eu desejava,
porque tinha mais coisas além daquilo que eu já sabia. Mas eu não era
assim...... Não era igual Diego, não era igual a Rogério..... Não era má, eu
era só uma garota assustada tentando viver a vida, mas talvez, eu devesse
parar de tentar.
Diego: ai - gemeu de dor, enquanto eu tentava conter o sangue
Bela: eu deveria deixar você morrer ai mesmo
Diego: e por que não deixa?
Bela: porque eu não sou igual a você - com raiva, levantei
Lucas: eu vou chamar a polícia! - tentou ir ao telefone
Bela: não! - gritei - se vocês não querem me contar toda a verdade, ele
vai
Diego: contem pra ela, vai logo - gemeu - quem sabe assim.... Ela me
mata de uma vez
Suas expressões eram duras, e sua respiração era falhada, havia perdido
tanta sangue que com certeza não resistiria muito tempo. Lucas que estava
com Sophia se aproximou - exitou várias vezes - depois de respirar bem
fundo, finalmente falou...
Lucas: a verdade Bela, é que seu pai morreu, e é por isso que eu não te
contei
Desabei em lágrimas. Me sentia aliviada por estar colocando aquilo tudo
o que me sufocava para fora, mas por outro lado, me sentia uma fraca, uma
tola, uma burra por ter deixado me enganarem por tanto tempo. Mas no
final de tudo, eu já sabia. Eu senti, naquela mesma noite onde eu recai, eu
senti que estava perdendo uma parte de mim, senti como se o mundo tivesse
acabado, eu sempre soube. "Eu precisava ser forte"
Bela: não - sussurrei - o que mais? Tem mais alguma coisa, não tem?
Lucas: seu nome era Murilo, ele não sabia que tinha uma filha, ele mal
pode te procurar porque não sabia da sua existência - minha visão ficou
turva pelas milhões de lágrimas que eu derramava
Milena: ele me salvou - meu olhar foi para ela - meu irmão era tudo o
que eu tinha, tudo que me restava. Diego tirou isso de mim quando matou
ele
E novamente, minha vida voltou a ser preto e branco, já não havia
motivos para continuar vivendo, não havia motivos pra nada, Diego havia
tirado tudo o que eu tinha, mesmo sem eu nem saber que tinha. Um dos
poucos sentimentos que me restaram eram a raiva, o ódio.
Bela: eu devia ter deixado você morrer - sussurrei entre as lágrimas
silenciosas
Diego: terminem de contar! - sorriu - ela merece mais
Bela: tem mais?
Lucas: tem! - exitou - seu pai morreu dias antes de você fazer o
transplante.... - novamente exitou - seu novo coração Izabela.....
Bela: não é o que eu to pensando né?
Lucas: é o coração dele..... Se não fosse ele, você teria morrido
Ainda com as falas pressas, Sophia me puxa para um abraço. Onde
retribui, sentindo a blusa molhar, paralisei assim como meus sentimentos,
não tinha forças para reagir aquelas emoções, eu apenas me deixei levar
pela tristeza, não lutei contra ela.
Um dia minha mãe me disse: "Quando estamos sofrendo, o tempo é
nosso maior inimigo. Porém, conforme ele vai passando, percebemos que
ele é nosso aliado e a nossa cura, já que coloca tudo no seu devido lugar.
Decepções doem, mas passam e nos deixam calejados para enfrentar tudo o
que vier em seguida."
Agora que entendi isso. "A dor precisa ser sentida".
Bela: ele..... Isso não - desabei - porque não me contou? - gritei - eu
tenho no peito o..... Coração dele - coloquei a mão sobre o peito, sentindo
todos os sentimentos perdidos - eu......
Lucas: me perdoa Bela? Eu tentei te contar
Ele disse como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Pedir desculpas não
muda o que aconteceu. E perdoar não evita que tudo possa acontecer de
novo. Eu não sabia o que falar, era sufocante.
Bela: você tava certo o tempo todo - me olhou confuso, enquanto minha
voz era fraca pelas lágrimas - eu não vou aguentar lutar de novo

***
Eu amo essa personagem, sabe
♡ Capítulo 27 ♡

BELA
Uma lágrima riscou seu rosto, assim como a todos que estavam
presentes, menos Diego que havia ficado inconsciente minutos antes. Eu
estava sufocando, não conseguia respirar, e quanto mais puxava o ar, mas
difícil ficava, minha mãos tremiam, e todas as lembranças de todos esses
últimos anos me rondava. Uma em especial.
"- você sabe que não me engana, escuta bem, uma hora ou outra eu vou
saber realmente a verdade, você pode enganar seus amigos, mas... não
pode me enganar...
- eu sei que ta sofrendo, mas... Só quero que saiba que eu te amo... Você é
como minha irmã mais nova.
- Amar? Eu não sei o significado dessa palavra, eu não tenho
sentimentos, sou fria, rude, marrenta como todos dizem, eu não amo
ninguém, nem eu mesma....
- mas já amou
- sim, já, mas quando amei me abandonou e ainda mentiu pra mim, e eu
ODEIO mentiras... Eu me odeio"
No final eu estava certa, se você escolhe amar, você escolhe sofrer..... A
dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional. Nós não podemos evitar a
dor, mas podemos evitar a alegria. E foi ai que veio na minha cabeça....
"Desiste, não vale a pena continuar tentando se nada da certo.... " E foi o
que fiz.
Bela: eu cansei - me aproximei do mesmo - As vezes temos que controlar
nossos sentimentos e desistir do que amamos, e eu aprendi que perder as
vezes é ganhar, e que nem sempre quando ganho sou vitoriosa.... Eu cansei
de sofrer por valorizar demais algo que não tinha tanto valor,
desvalorizando os meus sentimentos, nem tudo é como queremos Lucas -
tentou pegar minha mão, mas evitei contato, fazendo o mesmo perceber do
que se tratava - não desisti porque fiquei cansada, desisti por ter cansado de
sofrer!
Lucas: quer dizer o que com isso?
Bela: que eu cansei de tentar - peguei todas as chaves da casa, indo em
direção a porta
Sophia: Bela?! - soluçou - não me deixa de novo - ouvir aquilo doeu
mais do que levar um tiro no peito
Bela: Não pense que é fácil para mim mas eu tentei, por muito tempo eu
tentei, e agora abro mão e te juro de coração que tentei de tudo pra tirar essa
tristeza de mim - fechei a porta por fora, para evitar que viessem atrás de
mim - me perdoem por isso
Ouvia gritos onde me chamavam, e choravam como se o mundo fosse
acabar..... Em pouco tempo Lucas arrombaria aquela porta pela força que
batia nela.
Assim que entrei naquele carro, as lágrimas caíram sem parar e os
soluços eram tantos que eu mal conseguia me acalmar. Segurei o volante
com as duas mãos tentando não me sentir insuficiente como sempre me
sentia, tirei a chave ligando o carro, só era eu ali, eu e uma rua
movimentada, completamente cheia de pessoas que pouco se importavam
uns com os outros, com o sentimentos das pessoas, com ninguém... O
mundo está um pouco mais fodido a cada dia. Eu estava sobrecarregada,
queria gritar e sei que se gritasse o mundo inteiro ouviria. Onde estava
aquela garota forte agora? Pra onde ela vai quando estou sozinha? Porque
não aparece pra mim? Basta um sorriso, um único sorriso, e todos acham
que você está bem. Se meus olhos mostrassem a minha alma, todos ao me
verem sorrir chorariam comigo. As pessoas tem essa maninha de foderem
com seus sentimentos até que você não os tenha mais.
Dirigi até até linha de trem. Meus olhos estavam inchados, vermelhos e
meu coração batia descontroladamente dentro do meu peito. Fiquei dentro
do carro exatos 10 minutos sem fazer absolutamente nada além de chorar e
tentar de algum jeito e alguma forma calar a minha mente. Calar todos os
meus demônios. Mas eu era apenas uma humana sem poderes algum.
Apenas humana. É horrível chorar até que sua cabeça doa, até que o peito
doa, até que TUDO doa, fisicamente e psicologicamente.
Mais a frente havia uma menina, aparentando ter uns 13 anos, estava
sentada em uma ponte, do outro lados dos trilhos, eu apenas deixei de
lado...... Mesmo sabendo de como é horrível sentir todos esses sentimentos,
ninguém deveria se sentir tão triste a ponto de pensar em se matar.
Desci do carro e bati a porta. Caminhei até a linha de trem e com meus
lábios tremendo me sentei nos trilhos abraçando meus joelhos. Olhei
fixamente para uma placa posta bem ao lado dos trilhos que dizia: "a morte
não é a resposta. Fique vivo. Você é amado" Fechei meus olhos e esperei.
Esperei uma contagem de tempo na qual eu não conseguia contar. Só sei
que demorou tanto que até o sol foi embora trazendo uma brisa de vento. A
chuva fraca caia sobre mim, molhando meus cabelos e se misturaram com
as lágrimas em minhas bochechas avermelhadas. Desejei que ela me
trouxesse um pouco de realidade, que me deixasse sóbria de mim mesma.
Mas isso não aconteceu. Bastava esperar o trem correr pelos trilhos, mas ele
não veio. Apenas esperei que o pior acontece-se.
Lucas: Bela - escutei seu grito - sai dai por favor
Ele estava com Igor e Sophia do outro lado, onde não havia trilhos, a
menina que estava na ponte apenas olhou para trás, me encarou e logo
voltou a olhar a água fria do rio passar.
Bela: eu nunca abracei ele - transtornada sussurrei
Igor: como?
Bela: Eu..... - voltei a chorar desesperadamente - eu nunca vou ver ele, eu
nunca abracei ele.... é meu pai e eu nunca..... Consegui abraçar ele. Eu to
perdendo todo mundo
Lucas: Bela..... Eu não posso acabar com todos os seus problemas,
dúvidas ou medos, mas eu posso ouvir você e juntos podemos procurar
soluções. - talvez se não tivesse mentido pra mim - eu não posso apagar as
mágoas e as dores do seu passado nem posso decidir qual será o seu futuro,
mas no presente eu posso estar com você se precisar de mim. Eu não posso
impedir que você leve tombos, mas posso oferecer minha mão para você
agarrar e levantar, eu amo você. Não é de mim tomar decisões por você,
nem posso julgar as decisões que você toma, mas eu posso apoiar, encorajar
e ajudar se me pedir. E eu sei que perdoar é algo muito difícil, mas eu só
quero que você saiba que eu fiz tudo isso porque não queria te ver sofrer, e
sei que errei, eu devia ter falado deis do início. - chorou - Eu não posso
salvar o seu coração de ser partido pela dor, pela mágoa, perda ou tristeza,
mas posso chorar com você e ajudá-la juntar os pedaços
Bela: não - solucei - A verdade é que no fundo, nunca há alguém para
recorrer além de si mesmo. No fim é só você e você mesmo. Todos vão
embora, uns por necessidades e outros por livre e espontânea vontade.
Mas...... vai ser sempre só você e ninguém mais.
Solucei diversas vezes, chorei por diversos motivos..... De repente passou
uma cena da minha vida na minha cabeça. Eu errei de novo. Chorei de novo
e novamente senti o meu coração doer. Desejei não existir, chorei porque
me entreguei de mais... Por amar demais... Por acreditar de mais. Eu só
gostaria de saber quando o meu coração vai parar de doer.
"- Eu quero morrer - com lágrimas nos olhos, e uma dor no peito - Eu
quero ir pro céu onde não há dor
- Morrer? Não, não diga isso, você vai sair dessa cama, vai lutar até o
fim, e eu e seus amigos vamos ta nessa luta com você, mas por favor, não
desista, não desista por você, não desista por mim, por seus amigos que te
amam, não desista pelo Lucas"
A garota que estava sentada na ponte, com lágrimas nos olhos voltou a
me encarar, mas seu olhar desceu lentamente até meus pulsos, onde viu
todas aquelas cicatrizes, arquiou a sobrancelha e devagar desceu da ponte,
caminhou até mim e sentou ao meu lado. Seus cabelos ruivos estavam
presos em suas bochechas, e seus olhos estavam inchados. Em seu casaco
pude notar um papel molhado escrito seu nome, Medi Smith, de um
hospital próximo dali. Pude notar que a mesma era Brasileira quando a vi
falar minha língua.
Medi: você é um anjo?
Bela: o que? - me questionei
Medi: minha mãe me disse que aqueles que têm os pulsos marcados são
anjos. - senti algo diferente quando a olhei, confusão de sentimentos
Bela: Eu não sou um anjo.
Medi: É claro que você é. Mamãe disse que só os anjos se cortam,
porque eles não gostam de vida na Terra. Eles tentam se matar para retornar
ao paraíso. Eles são muito sensíveis à dor humana
Bela: você sabe, sua mãe é muito sábia. - entrei naquele jogo, sem
perceber que me machucaria mais ainda
Medi: obrigado - olhou os trilhos, esperando, assim como eu - ela
também é um anjo, mas já voltou para casa.
****
Quem se identifica?
♡ Capítulo 28 ♡

BELA
Quando Medi praticamente sussurrou aquela frase, eu voltei a desabar,
minha cabeça latejava de dor, e minha visão era fraca, eu só conseguia focar
naquela dor. Sabe qual é a pior sensação que alguém pode sentir? é a
sensação da perda! Ainda mais perder alguém que você amava, sem saber
que amava. O pior é saber que sempre vou carregar uma parte dele comigo,
uma parte de uma pessoa na qual não pude conhecer, mas conseguia sentir
sorrindo para mim. E é por esse e vários motivos que as vezes, eu queria
sumir, desaparecer, ir pra bem longe, mas ai eu lembro que não importa
qual seja o lugar que eu vá, a dor sempre irá junto comigo.
E eu não perdi só um pai, eu perdi um grande amor, Lucas, por mais que
tenha mentido para mim, eu o amava, e amava com todo o meu coração. E a
vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu
coração. Sorrir para às pessoas que não gostam de mim, para mostrá-las que
sou diferente do que elas pensam, calar-me para ouvir, aprender com meus
erros, afinal, eu posso ser sempre melhor! Fazer de conta que tudo está bem
quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar -
sorri em meu pensamento, por chorar em meio a uma fase impossível, mas
mesmo assim lembrar de tudo que aprendi, e isso foi o que me fez enxergar
tudo a minha volta - a vida me ensinou a abrir minhas janelas para o amor.
E não temer o futuro, a lutar contra as injustiças. Sorrir quando o que mais
desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo. Fazer de conta que tudo
está bem quando isso não é verdade. Para que eu possa acreditar que tudo
vai mudar. E eu precisava acreditar pra fazer diferente.
"Deus não coloca um fardo maior do que a gente consegue carregar"
Sophia: Bela - Sophia que permaneceu esse tempo todo chorando em
absoluto silêncio falou, com sua voz fraca e seus cabelos ruivos molhados
grudando em suas bochechas - mana, não desista, não entregue os pontos.
Eu sei que é difícil, e como sei! Sei que você está se perguntando quando
todo esse sofrimento irá acabar, quando todos esses obstáculos irão
terminar, mas te digo uma coisa: todo esse esforço, toda essa espera, valerá
a pena..... - ela realmente tinha esperança que as coisas melhorariam - Tudo
isso que você pensa, tudo isso que você imagina, tudo isso que você sonha,
não se compara com o que Deus atem reservado para ti. Não chega aos pés.
Deus muda histórias, sabia? Ele modifica vidas, melhora os caminhos,
acalma as tempestades. Ele faz coisas grandes em momentos pequenos, e ás
vezes você nem nota. Você pode continuar se perguntando, se martelando o
por quê que agora está tudo tão difícil, o por quê que tudo parece tão
distante. Mas cá entre nós, te aconselho a aquietar seus pensamentos e crer
um pouquinho mais no tempo de Dele. Ele nos fez para estarmos ligados
com Ele, para mantermos diálogos constantes em forma de oração. Ele nos
quer ali, debaixo da sua graça, aos seus pés, confiando Nele. Deus
transforma nosso medo em coragem. Transforma a nossa derrota em vitória.
E transforma nossas dúvidas em fé. Não desista, tudo aquilo que parecer
impossível, que parece não ter saída, Deus manda caminhos, renova
esperanças, modifica nossa sorte. Ele vai restaurar tudo aquilo que estiver
fora do seu lugar. Deus é capaz quando ele receber suas orações e
transformar sua vida. Enquanto você acreditar, enquanto você manter sua
fé, sua vida vai mudar. Não importa o que te aconteceu no passado, não
importa o que passou ou o quanto sofreu. Todas essas cicatrizes que você
carrega consigo, ou todas essas feridas que ainda não saradas perderão a
importância. Sempre há um novo dia, e todo dia Deus tem um milagre para
fazer em sua vida, mesmo que ás vezes você nem note. Mas Deus muda
nossas vidas, Ele está lá por você. - chorou como nunca, como se lembrasse
de cada palavra dita - e foi você quem me disse isso, lembra? Quando
tínhamos 8 anos
"- eu só não entendo Izabela, se Deus nos ama, por que ele nos deixa
sofrer?
- a gente é muito novas pra entender isso Ruiva, mas...... Você só precisa
saber que todas essas cicatrizes que você carrega consigo, ou todas essas
feridas que ainda não saradas perderão a importância. Sempre há um novo
dia, e todo dia Deus tem um milagre para fazer em sua vida, mesmo que ás
vezes você nem note. Mas Deus muda nossas vida, Ele está lá por você. -
sorriu - Te amo con todo mi corazon"
Bela: eu não quero desistir! - gritei - eu quero sumir com a dor
Eu nunca quis desistir, eu sempre quis tirar a dor, e na minha cabeça esse
era a única saída. Mas talvez eu esteja errada.
Medi: quer mesmo fazer isso? - sussurrou
Bela: eu já não sei de mais nada, minha mente ta tão..... Confusa!
Medi: se minha mãe me visse aqui, sentada, esperando um trem passar
por mim, ela com certeza diria algo como: "paciência, as coisas sempre
melhoram no final das contas" E talvez ela esteja certa, pode demorar, mas
no final de tudo..... A gente sempre encontra um pouco de paz
Fechei meus olhos deixando as milhares de lágrimas saírem......
Novamente. Eu precisava pensar no que eu estava fazendo. Respirei fundo
no mínimo três vezes, novamente tentando me deixar sóbria de mim
mesma, sóbria de todos aqueles sentimentos. De longe se ouvia uma buzina
automotiva, e abri meus olhos..... E pela milésima vez eu estava de cara
com a morte. O trem vinha veloz, a cada vez que suas rodas de ferro
giravam, o meu coração dava um salto fora do peito, acelerado. Suas
buzinas na minha cabeça eram gritos, eu ouvia gritos internamente me
dizendo para correr, mas eu estava petrificada, meus pés estavam grudados
no solo, a atmosfera me puxava para baixo. Então essa foi uma das horas
que eu desejei sumir, mas dessa foi diferente, eu queria sumir dali, quis
correr para longe. Mas a ansiedade sussurrou em minha cabeça: "não
importa para onde você vá, o que esta sentindo sempre irá com você",
minha mente gritava, meu coração gritava..... Minha morte estava próxima,
mas...... Foi ai que eu escutei uma voz. Era como a voz doce da minha mãe
em um eco profundo, calmo e tranquilo. O mundo parou, via tudo em
câmera lenta, olhava a chuva caindo em uma velocidade inexplicável, na
minha frente estava ela, minha mãe, logo sorriu para mim e secou minhas
lágrimas.
- Não desista do amor filha, não desista de amar..... Esse é seu maior
dom, sabia?! Amar as pessoas. Não se entregue a dor, porque ela um dia vai
passar.
Em um passar de segundos ela já não estava mais. O trem era veloz, olhei
para o lado, vi Medi que chorava, ela que era a mais clara de nos estava em
prantos, talvez nem ela acreditaria nas coisas que diz. Tentava ajudar as
pessoas, mas por dentro eu a via completamente destruída. O trem estava
muito, muito perto. Em fração de segundo corri enquanto empurrei Medi,
que bateu com a cabeça sobre o chão duro, do outro lado dos trilhos, caída
no chão apenas vi o trem passar numa velocidade absurda. Minha visão se
escureceu rapidamente, quando percebi que minha cabeça sangrava. Eu não
era a única, Medi estava inconsciente no chão frio daquele lugar.
- Izabela! - ouvi gritarem, antes de apagar completamente
Eu havia morrido?
(........)
"Ela poderia estar morta, você não percebe? Não percebe o que sua
mentira causou na cabeça dela? Sei que você não quis, e a maior culpa não
é sua, mas você mentiu, você era o Porto seguro dela, Lucas, ela contava
com você, ela acreditava em você"
"Ela tentou se matar, mano"
"Eu não sei o que eu faria sem ela, Sophia. É melhor eu me afastar"
Eu estava delirando, ouvindo vozes em minha cabeça, num lugar
totalmente escuro, talvez no meu subi-consciente, tentando retornar para
aquela vida na qual eu recusei estar todos esses anos.
- você precisa acordar
Bela: eu não sei como
- sim, você sabe.... - aquela voz se aproximou, o rosto de minha mãe
voltou a aparecer - ou você não quer voltar? O que te impede Bela? O que
falta pra você perceber que você tem o mundo todo pra ti, muita coisa pra
enfrentar, muitos amores para viver?!
Bela: eu quero - minha mente clareou - eu preciso voltar
E foi como uma batia rápida no peito, que acordei..... Estava num quarto
branco, com os três discutindo perto da porta, quando pararam me olharam
rapidamente, Sophia pulou em meus braços, e por um descuido me fez
gemer de dor.
Sophia: novamente te vendo assim! - disse quando me largou - só que
dessa vez, eu entendo
Bela: por quando tempo eu dormi?
Igor: 2 dias
Bela: o aconteceu com a Medi?
Lucas: o pai dela esta cuidado dela, ela vai ficar bem
Dizem que a passagem do tempo cura todas as feridas, mas quanto maior
a perda, mais fundo é o corte e mais difícil é o processo pra ficar bem de
novo. A dor pode passar, mas as cicatrizes servem como lembrete do nosso
sofrimento e deixam a pessoa..... Decidida a nunca mais ser ferida.
Bela: ele ta fazendo de novo, não é? - lacrimejei
Se passou uma passagem de tempo na qual não percebi, Lucas havia
sumido, Sophia, já não estava mais, Igor era o único ombro amigo na qual
eu pude contar naquele momento. Como eu disse naqueles trilhos: "nunca
há alguém para recorrer além de si mesmo. No fim é só você e você mesmo.
Todos vão embora, uns por necessidades e outros por livre e espontânea
vontade". No final eu não estava errada, eu estava sozinha, era eu por mim
mesma. Quem me ajudaria a passar por mais essa?
Igor: queria dizer que não! Mas.... Ele ta se culpando, pegando a culpa
toda para si
Bela: eu não preciso de alguém que não me conta as coisas, Igor - franziu
as sobrancelhas - que? Essa é a verdade, ele mentiu pra mim. Eu confiei
nele esse tempo todo, ele me fez de idiota. Meu pai morreu, Igor, morreu,
ele não vai voltar nunca mais - solucei - e eu sei que a culpa não é toda dele,
mas ele era uma das poucas pessoas que eu confiava, eu conheço ele nesses
3 anos e eu nunca.... Imaginei que ele me esconderia isso, e isso foi o que
mais me magoou
Igor: lembra do final do ano passado?
Bela: o que tem haver?
Igor: você escondeu de todo mundo que na verdade tinha voltado com
outra identidade, lembra? - assenti - e porque você fez aquilo?!
Bela: você sabe, pra proteger vocês, Paul não ia ser piedoso com
ninguém, ele queria matar um por um
Igor: então..... - repensei - mesmo sabendo que você odiaria, que você
não o perdoaria, ele fez isso por você, e sabe porque? Pra te proteger desse
sentimento de novo, assim como ele sempre te protegeu
Bela: não é a mesma coisa
Igor: eu sei que não, Bela, ele errou, isso não muda os fatos, mas.... Ele
queria te privar de um sofrimento maior, e sabe por que? Porque todos esses
anos ele te viu chorar, te viu com os pulsos marcados, ele te viu cair e
levantar diversas vezes - meus olhos estavam molhados e meu peito
acelerado, ele realmente nunca quis me magoar, mas acabou magoando - e
mesmo sabendo de tudo isso, mesmo sabendo que ele te magoaria ou
mesmo sabendo que as coisas poderiam ser piores, e sabendo que você não
perdoaria, ele te deixou partir...... E seguir em frente, talvez até achar outro
alguém na qual você possa amar
Bela: não - olhou para mim como se já soubesse - não Igor, eu não quero
seguir em frente. Eu sempre soube que eu poderia ser uma ótima artista,
mas antes de conhecer ele eu nunca soube que eu poderia dirigir um carro
até uma estação de trem, ou andar de skate, gostar de praia, ou amar dançar.
Cantar em um restaurante ou beber xote de tequila, ou..... - respirei fundo -
me apaixonar, eu não quero parar de ser a pessoa que eu sou com ele, ele
me faz me sentir suficiente. Mas..... Se ele quer ir embora, significa que eu
não sou suficiente pra ele - Igor me encarou em seguida, se questionando
como eu poderia imaginar - foi ele quem pediu para você me dizer tudo
isso, né?
Igor: sim - assentiu - eu tentei impedir, mas hoje a tarde ele vai voltar pro
Brasil - desabei novamente, e novamente ele era o culpado dos meus
prantos - mas..... Ele te deixou esse bilhete! - me entregou um papelzinho,
com um anel, o mesmo anel que eu teria perdido naquele incêndio, eu havia
deixado no Brasil e não faço a mínima ideia de como isso foi parar em suas
mãos - só não esquece que só você pode fazer a diferença!
Igor me olhou com aquele olhar de um irmão, triste, com pena, não
consegui distingui. Mas foi de partir o coração. Saiu por aquela porta me
deixando sozinha com aquele bilhete, na qual pude chorar mais um pouco.
Bela: "Sinceramente, pode crescer, não deixa ninguém te impedir, erra
bastante, aprende com os erros e quando a vida machucar, porque ela vai,
lembra dessa dor!!! A dor faz bem, quer dizer que você saiu daquela
caverna escura. Pode chorar, espernear, você sempre vai ser a menina mais
forte que eu conheci. Agora você pode não entender, mas no futuro você vai
ver que esse era o melhor para nós"
Não Lucas, esse é o melhor para você, você mentiu de novo, disse que
sempre estaria ao meu lado, me prometeu isso, e agora lá vamos nos de
novo..... Separados. Meu coração chora por saudade e se quebra como
nunca, me lembrando de todas as vezes que o mesmo foi dilacerado. Olhei
para o lado, e lá estava um envelope, 2 no caso, um com o nome da Sophia
bem grande na frente...... E outro com o meu. Quando abri, tive a maior
surpresa da minha vida.
"POSITIVO"

*****
Me sigam, por favor
♡ Capítulo 29 ♡

LUCAS
Eu a vi ali, e não pude fazer nada, não pude dizer nada que fosse
suficiente para amenizar o que estava sentindo. Eu a vi novamente naquela
situação, onde tudo doía e eu não pude tirar ela daquilo, daquilo que eu
mesmo causei. Ela não serve para mim, só agora eu entendi, eu a levo a um
caminho sem volta. Se ao menos nossas mentes tivessem conectadas para
entender um ao outro......
Não e não, nada adiantava.
Nossa relação já não era mais a mesma a um bom tempo, não adiantava
continuar tentando e insistindo em algo que não ia dar certo. Eu a peguei
em meus braços, naquela estação de trem e, pude notar que eu a perderia.
Eu não aguentaria a ver naquela situação.
Os médicos notaram algo diferente em seu corpo, algo que não
conseguiram identificar ou pelo menos não quiseram me contar. Foram 2
dias, 2 longos e torturantes dias em que a mesma estava em um coma leve.
Sophia: ela poderia não estar mais aqui - disse quando me viu vigiando
seu sono
Lucas: eu sei, eu estava lá,..... E eu nunca quis aquilo
Sophia: ela poderia estar morta, você não percebe? Não percebe o que
sua mentira causou na cabeça dela? Sei que você não quis, e a maior culpa
não é sua, mas você mentiu, você era o Porto seguro dela, Lucas, ela
contava com você, ela acreditava em você
Igor: ela tentou se matar, mano
Lucas: eu não sei o que eu faria sem ela, Sophia. - voltei a olha-lá - É
melhor eu me afastar
Disse terminando o assunto, quando vi seus olhinhos brilharem, ela havia
acordado. Sophia quando a viu correu para abraçá-la, enquanto eu tentava
me conter.
Sophia: novamente te vendo assim! - a soltou - só que dessa vez, eu
entendo
Bela: por quando tempo eu dormi?
Igor: 2 dias
Bela: o aconteceu com a Medi?
Lucas: o pai dela esta cuidado dela, ela vai ficar bem - seus olhinhos me
encarando e isso me fez ficar extremamente triste, ela estava ali por culpa
da minha estupidez
Com os olhos marejados caminhei para fora do quarto. Eu sei que é
difícil aceitar que chegamos ao fim, mas era necessário que um de nós
fizesse isso, porque depois seria pior. Eu sinto uma saudade imensa dela, e
de tanto pensar que era forte, hoje me vejo em um beco sem saída. Perdi o
grande amor da minha vida e isso está me causando uma dor sem fim.
Agora estou perdido dentro das minhas próprias ilusões e espero, de
coração, que um dia a dor possa se amenizar e que eu consiga tirar um
grande aprendizado disso tudo. Me perdoa Bela, me perdoa por tudo, mas
eu precisava...... A gente nunca será felizes juntos, eu queria acreditar que
sim, mas sempre que algo da certo o destino vem e nos pega peças, espero
que um dia consiga me entender.
"Sinceramente, pode crescer, não deixa ninguém te impedir, erra
bastante, aprende com os erros e quando a vida machucar, porque ela vai,
lembra dessa dor!!! A dor faz bem, quer dizer que você saiu daquela
caverna escura. Pode chorar, espernear, você sempre vai ser a menina mais
forte que eu conheci. Agora você pode não entender, mas no futuro você vai
ver que esse era o melhor para nós"
Igor: o que você está fazendo? - ouvi sua voz se aproximar de mim, que
estava sentado na recepção - vai deixar ela sozinha mesmo? Justo agora que
ela precisa de você?
Lucas: eu magoei ela Igor, você acha mesmo que ela precisa de mim? -
assentiu - não, eu não posso fazer isso com ela, de novo não
Igor: ta pensando em ir embora? É isso?
Lucas: não sei ta legal, mas assim não da pra ficar
Igor: ela te ama
Lucas: eu já não sei de mais nada - me olhou como se quisesse me matar
- a gente se afastou, não conversamos mais como antes, você acha que a
nossa relação pode voltar a ser a que era antes? Eu não sei. Só me promete
uma coisa?
Igor: o que?
Lucas: que vai cuidar dela por mim, que vai tentar fazer ela perceber que
eu sempre quis proteger ela, que ela sempre vai ser a melhor coisa que
aconteceu na minha vida. Que eu errei, mas errei querendo proteger ela de
passar por mais essa dor.... Porque a ver chorar, a ver mutilada todos esses
anos acabou comigo e, ver ela naquele trilho de trem, querendo se matar, foi
uma das piores dores que eu já senti. E mesmo vendo ela cair e levantar
todas essas vezes, mesmo sabendo de tudo isso, mesmo sabendo que eu a
magoaria ou mesmo sabendo que as coisas poderiam ser piores e, sabendo
que ela não me perdoaria...... - chorei
Igor: o que mais? - seus olhos lacrimejaram
Lucas: que eu a deixo partir...... E seguir em frente, talvez até achar outro
alguém na qual possa amar. Me promete Igor, vai dizer isso a ela, ela com
certeza vai me achar um covarde e, talvez eu seja, mas quero que ela saiba o
quanto a amo e quanto dói ter que deixa-lá ir. - entreguei um bilhete a ele -
E vai entregar isso a ela, por favor
Apertei as mãos de Igor em um cumprimento, ele era como um irmão
que eu nunca tive, e sabia que ele cumpriria essa promessa, o puxei para um
abraço longo, me despedindo, Sophia com certeza me mataria por isso.
Olhei para aquele hospital pela última vez antes de partir.
...
Quando eu a conheci, tinha mais cinco ou sei lá, dez meninas afim de
mim, ou afim da minha boca apenas. Recebi propostas e convites, de altas,
baixas, ricas, universitárias, fortes e populares, tanta gente chata, mas eu
estava quebrado como um caco de vidro, e não queria ninguém, ninguém
que me prendesse ou que me apegasse. Queria viver sem laços, porque as
vezes laços cortam e eu já havia sido cortado. Mas aí, ela apareceu..... e os
cortes cicatrizavam a cada palavra dita, quando percebi não havia mais
cicatrizes e ela foi a minha única exceção. E sim, para que todos saibam, foi
amor a primeira vista. Eu me apaixonei completamente e de forma
irreversível por ela. No momento em que a vi, soube que minha vida nunca
mais seria a mesma.
"- ta confortável?! - diz com ironia
- ops, desculpa - assim que me levantei tentei a oferecer ajuda
- não preciso da sua ajuda - se levantou sozinha"
Ela era tão frágil, que parecia que a qualquer momento a quebraria, eu
tentei tomar cuidado.... Juro que tentei. Me apaixonei por ela e, mesmo com
a distância, fico imaginando seu toque, seu cheiro, o gosto do teu beijo.
Queria poder todos os dias olhar nos seus olhos e dizer o quanto ela é linda,
expressar com palavras e gestos o quanto é importante pra mim, acordar ao
seu lado todos os dias e dizer "Eu te amo" no seu ouvido logo de manhã.
Como eu queria não ter essa enorme distância entre nós. Isso é tudo culpa
minha.
Sophia: sério mesmo que você ia embora? - disse atravessando a porta da
frente completamente irritada e desmotivada
Lucas: eu não vou sumir Sophia, só vou voltar para casa, vou pensar nas
merdas que eu fiz. As coisas serão as mesmas..... O que muda é a distância
Sophia: não, não vai ser, e você sabe muito bem disso. Para de fazer essa
mala agora Lucas Burgatti e me escuta - fiz o que a mesma mandou - você
já deveria ter percebido que fugir dos problemas não vai resolver eles
Lucas: eu não to fugindo Sophia, eu to tentando pensar nas coisas que eu
fiz, nas burradas que eu disse ou causei, ela está naquela cama por culpa
minha, e eu não aguentaria viver sabendo disso, não aguentaria olhar em
seus olhos e perceber que eles não brilham mais como antes, que ela não me
ama mais
Sophia: e quem te disse que ela não te ama mais? Caralho Lucas, em
toda minha vida eu nunca vi alguém te amar tanto quanto aquela menina e,
muito menos, vi um amor como o de vocês, que se sacrificam um pelo
outro o tempo inteiro e isso cansa as vezes porque os dois sempre agem de
cabeça quente, sempre querendo o melhor um para o outro, mas no final de
tudo sempre se magoam por tomar essas decisões precipitadas. E você sabe
que eu to certa, só não quer acreditar nisso
Lucas: ta, e se você estiver certa? O que eu deveria fazer? - se calou -
conversar com ela? As coisas voltariam a ser as mesmas? Não Sophia, não
voltariam porque eu estraguei tudo
A porta novamente se escancarou, quando dois olhinhos me encarou,
mesmo com tantas lágrimas nos olhos, ela estava furiosa.

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♡ Capítulo 30 ♡

BELA
"POSITIVO", era isso que estava escrito lá bem grande, como um tapa na
cara, EU ESTOU GRÁVIDA, como seria possível? Depois de tudo que
aconteceu esse bebê ainda esta sã e salvo aqui dentro. Seria uma dádiva se
eu não estivesse rodeada de problemas, ou se o pai desse bebe não estivesse
tentando fugir de mim, me deixando totalmente vulnerável a tudo isso. E ler
aquilo me fez chorar, chorar como uma garota que não aguentava mais
viver tudo aquilo, se eu tivesse me matado naquele trem, eu teria matado
meu filho junto, teria levado ele a um caminho onde ele não merecia, ele
não tinha culpa de nada. Eu e o pai dessa criança são os únicos culpado, e
agora eu vejo isso.
Milena: já faz quase 1 mês - disse quando a perguntei sobre a gravidez
Bela: eu não sei o que eu vou fazer!
Milena: me deixa cuidar de você Izabela - pegou uma das minhas mãos -
eu juro que to tentando, mas ta muito difícil, quando eu perdi meu irmão eu
senti todas as pancadas que a vida já me deu, senti tudo.... Cada tapa, cada
soco, meu mundo desmoronou, e quando eu tentei contar sobre você e sua
mãe ele faleceu, ali, na minha frente..... E a única coisa que eu podia fazer
foi gritar, foi chorar, foi me sentir impotente, como se faltasse alguma coisa.
- chorou bem ali, na minha frente - seu pai tinha um coração enorme, ele era
a pessoa mais boa que eu conhecia, fazia tudo pelas pessoas que amava, até
mesmo de sacrificar por elas, igual fez por mim.... Ele se atirou na minha
frente, era pra eu ter morrido no lugar dele. Ele podia estar aqui se não fosse
minha culpa
Bela: não, você não tem culpa. O único culpado foi Diego, foi Rogério
que infernizou minha vida até o último momento, mas agora eles não estão
mais aqui, você é uma vítima assim como eu, como todo mundo - ela logo
se acalmou - a gente pode tentar
Milena: ta falando sério?
Bela: sim, eu to. Você è minha família.... Tia
Quando a chamei de tia, ela sorriu antes de me abraçar, a gente precisava
disso, recomeçar. E eu tava feliz por isso.
Milena: agora vem, vamos sair dessa cama, você não pode deixar ele ir
antes de escutar umas boas verdade, ele ta te deixando e na cabeça dele isso
è a coisa certa a se fazer, mas na verdade Bela, não é. Ainda mais grávida
Queria dizer coisas que ele nunca imaginaria, queria dizer que o amo,
mas ele me deixou. Eu que sempre o amei, hoje o odeio, odeio porque ainda
o amo, amo uma pessoa que me deixou no pior momento da minha vida.
Que ódio, eu o amo, amo com todo o meu coração. E odeio o fato de não
conseguir o odiar. E odeio ainda mais
ainda por o amar. Depois de uns minutos eu sai daquele hospital com
chamas nos olhos, com uma raiva que tão pouco sentia. Minha tia, junto a
Igor me ajudaram a chegar em casa, entrei pela aquela porta como um
furacão com chamas. Ele estava lá, na sala, arrumando as malas como se
não importasse o que eu sentia, como se só a opinião dele importasse, como
sempre. Não aguentei e deixei escapar algumas lágrimas.
Bela: você é um covarde - gritei - ta me deixando de novo? Sem explicar,
sem se despedir? Sem ao menos me dizer o que ta errado? Sim Lucas eu to
morrendo de raiva, e eu senti a mesma coisa quando você mentiu pra mim,
mas fugir? Sério? Vai me deixar aqui sozinha? Igualzinho a última vez
quando eu menti sobre quem eu realmente era
Lucas: você não entenderia Bela - disse com uma calma que me irritou
Sem que perceba Sophia, Igor e Milena saem daquela casa, nos deixando
a sós.
Bela: Me diz porque você me feriu - continuava a gritar - Me responde o
que eu te fiz?! Me diz porque você me deixou, porque você não veio atrás
de mim - novamente eu chorei, enquanto ele apenas se calou, me deixando
jogar toda aquela raiva pra fora, enquanto socava seu peito - Por que você
me esqueceu. Não era assim que eu sonhava, não era assim o meu final com
você, seu babaca - parei mais irritada ainda - por que você desistiu, por que
você não lutou por mim? Eu sei que você me feriu, me fez chorar, mas eu
nunca deixei de te AMAR - respirei fundo, para que me acalmasse - tava
pronta pra te perdoar, mas você não veio pedir meu perdão, me diz, porque?
Me responde se aquele amor que vivemos era falso, me responde por favor
que se assim for, eu desisto de ti, assim como você desistiu de mim.
Ele se calou com um sorrisinho tímido no rosto, com a mala em suas
mãos andou em frente a porta principal, eu saberia que aquilo não seria
nada fácil. Eu estava grávida, ele já sabia daquilo? Porque não perguntou?
Porque não notou? Ele estava pensando em me deixar com um filho, eu
deveria contar?
Lucas: Lembra que a primeira garota que eu dancei foi você? - ele parou
e voltou a me olhar - Lembra que eu era afim de você nos últimos 3 anos?
Lembra que salvou a minha vida diversas vezes?
Bela: é, e você salvou a minha
Lucas: você não vai entender nem se eu tentasse explicar, Izabela, mas
eu preciso que me deixe ir.... - abriu a porta na intenção de ir embora - só
lembra que eu te amo, e amo como nunca amei ninguém
Bela: quem ama não vai embora - em meio as lágrimas disse sem pensar
direito, e talvez eu esteja errada - não, não. Nem pense em ir embora, eu
juro por Deus, Lucas, se você der mais um passo, acabou tudo pra sempre,
sem desculpas ou segundas chances, nos estamos acabados - voltou a me
encarar com aquele olhar que só ele tem - Lucas, eu lembro do dia em que
eu te olhei com medo da gente se aproximar e eu acabar me apaixonando,
porque se acabasse ia doer pra caralho, e..... Ta doendo muito, muito mais
do que eu imaginava. Ver você desistindo de nós sem mais nem menos, e eu
sabendo que não tenho o que fazer para mudar isso
Lucas: Bela - logo depois de deixar a mala no chão, perto da porta, ele se
aproximou de mim, dando passos pequenos - escolher a pessoa com quem
você quer dividir a sua vida é uma das decisões mais importantes que
qualquer um pode fazer, porque quando da errado, deixa a sua vida cinza, as
vezes você nem nota, até acordar uma manhã e perceber que anos se
passaram, nos dois sabemos o que é isso...... - colocou sua mãos em meu
rosto, limpando lágrimas soltas, ele sempre teve esse costume - Sua
amizade trouxe um colorido novo a minha vida e esteve presente nos
momentos mais difíceis, eu sou o cara mais sortudo do mundo por essa
dádiva e espero ter sabido dar valor, mas talvez, não tenha dado. Porque as
vezes você não vê que a melhor coisa que já aconteceu em sua vida está ali,
debaixo do seu nariz, mas tudo bem também..... Porque eu percebi que, não
importa onde eu esteja, ou com quem esteja, eu vou sempre, com toda
força..... Amar você
E pela última vez, me beijou, e eu senti todas as sensações que senti no
nosso primeiro beijo, uma delas foi medo, medo de acabar tudo, medo de
voltar ao início. Medo de um final no nosso amor. E com a testa colada na
minha, em meio a um sussurro terminou:
Lucas: não é culpa sua eu ter estrado tudo, e não è sua culpa eu não
poder ser o que você precisa
Eu não consegui dizer para ele ficar ou que ele seria pai, eu não consegui.
Ele cruzou aquela porta sem eu ao menos conseguir dizer a ele que teria um
feto em minha barriga, um bebê na qual não tinha culpa das nossas
escolhas. To com raiva de mim por não ter dito e to com raiva dele por não
ter percebido.
...
No momento em que eu estava mais sozinha e triste, zangada com tudo e
todos, ele me amou. Me tirou de um buraco onde cai e não conseguia sair e,
pela primeira vez, eu precisava deixar ele ir, mesmo que chore ou grite com
todo mundo, eu precisava disso, e eu sabia que ia doer. Deixar ir, não
significa desistir, mas sim aceitar que há coisas que não podem ser.
Sophia: oi - se sentou ao meu lado, naquele sofá imenso, onde eu
passava horas sentada pensando se tinha feito o certo - dói, né?
Bela: dói - desabei - faz parar de doer, por favor
Sophia: oh mana, deita aqui - deitou minha cabeça em seu colo, como
fazíamos sempre que precisávamos de um colo ou de um concelho - chora,
eu não vou te impedir de chorar, mas vou ficar aqui do seu lado limpando
cada uma de suas lágrimas, como sempre fiquei
Bela: eu to grávida Sophia, eu to esperando um filho dele e eu não
contei, não pedi para que ele ficasse e eu to morrendo de raiva disso,
morrendo de raiva por ele não ter percebido, morrendo de raiva por ter
deixado ele ir
Sophia: Bela, posso te contar uma coisa? - assenti - a um tempo eu
realmente pensava que, quem realmente ama não vai embora, e sabe eu
refleti muito sobre isso e, eu não concordo - me levantei de seu colo,
secando as lágrimas, tentando entender - pense em você mesma, quem era
você a um ano atrás? Tem nada haver com que você é hoje, certo? A gente é
que nem uma fruta, temos que passar por um monte de coisa até
amadurecer e finalmente estar pronta, pode passar um passarinho antes da
hora e ver que não está pronto, mas isso não significa que o passarinho
talvez não amasse aquele fruto, amar não é você querer ter alguém por
perto, é você querer fazer a pessoa bem, querer ver a pessoa feliz
independente de estar ou não com você, então sim, quem ama vai embora e,
se for do destino, ele vai voltar
Bela: eu precisava deixar ele ir - sussurrei - mas.... Pelo visto eu não vou
ser a única mãe aqui
Sophia: mana, eu não abri o envelope
Bela: que? Por que não?
Sophia: Igor nem sabe que fiz esse teste, eu to com muito medo, e se não
for dessa vez? Eu já perdi um filho, não vou aguentar
Bela: ai você tenta de novo, e se não der, tenta até conseguir, lembra?
Não desisti antes de tentar mais uma vez, você me ensinou isso - peguei o
envelope que estava atrás de mim - agora você vai abrir, e seja o que Deus
quiser
A mesma totalmente assustada, abriu aquele envelope, sua face mudou
rapidamente, seus olhos castanhos brilhavam como nunca e logo se
encheram de lágrimas.
Bela: Sophia?
Sophia: Bela, eu to grávida - sorriu completamente chocada
Igor: como?
Ouvimos uma voz, e quando fomos ver, Igor estava vindo da cozinha,
Sophia sem saber o que dizer o olhou com o envelope em suas mãos e
levantou, ficando em sua frente. E eu os deixei lá, com meu coraçãozinho
partido mas feliz por ela. Ela finalmente tinha superado, Deus tinha dado
uma segunda chance a ela.
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♡ Capítulo 31 ♡

SOPHIA
Quando eu sai daquela casa, deixando os dois se resolverem, eu já sabia
que quando entrasse lá de novo eu á encontraria acabada, sozinha, com
medo..... E foi o que aconteceu. Ele já tinha partido, indo feito um raio para
longe. Me deixando. Á deixando. Sozinhos em um país qualquer, duas
garotas solitárias e um cara super, mega, iper..... FOFO? A um tempo atrás
tínhamos ido a praça, esperar com que as coisas se resolvessem.... Igor viu
como eu estava completamente magoada com tudo a minha volta, ele
segurou as minha mãos e disse "eu só vou ficar parado aqui prestando
atenção na mulher linda que Deus me deu" E riu, sim, ele RIU, no meio ao
fracasso ele conseguiu me arrancar um sorriso com algo tão bobo, e isso é
fofo. É fofo quando um garoto faz algo por você. Não importa se ele sabe
ou não. Na verdade, é mais fofo ainda quando ele não sabe fazer, mas do
mesmo jeito tenta, por você.
Lucas poderia aprender um pouquinho com Igor, saber lidar com os
problemas sem precisar fugir deles. As vezes me pego pensando nisso, se
Igor um dia olhasse em meus olhos e falasse que ia embora, como eu
reagiria? Certamente eu ficaria extremamente triste, mas por outro lado.....
"Quem ama não vai embora", essa frase não pareceu certo na minha cabeça,
algo não estava certo.
Sophia: Bela, pode te contar uma coisa? - ela, que estava deitada com a
cabeça em meu colo, assentiu - a um tempo eu realmente pensava que,
quem realmente ama não vai embora, e sabe eu refleti muito sobre isso e, eu
não concordo - a mesma se levantou secando as lágrima - pense em você
mesma, quem era você a um ano atrás? Tem nada haver com que você é
hoje, certo? A gente é que nem uma fruta, temos que passar por um monte
de coisa até amadurecer e finalmente estar pronta, pode passar um
passarinho antes da hora e ver que não está pronto, mas isso não significa
que o passarinho talvez não amasse aquele fruto, amar não é você querer ter
alguém por perto, é você querer fazer a pessoa bem, querer ver a pessoa
feliz independente de estar ou não com você, então sim, quem ama vai
embora e, se for do destino, ele vai voltar
Bela: eu precisava deixar ele ir - sussurrou - mas.... Pelo visto eu não vou
ser a única mãe aqui
Sophia: mana, eu não abri o envelope
Bela: que? Por que não?
Sophia: Igor nem sabe que fiz esse teste, eu to com muito medo, e se não
for dessa vez? Eu já perdi um filho, não vou aguentar
Eu morria de medo, e se não fosse dessa vez? Eu sei que sou muito nova,
até mais que Bela, mas.... Eu realmente queria aquilo, queria formar uma
família ao lado da pessoa com quem eu sou apaixonada. No começo de tudo
eu tinha muito medo, engravidei por não ter tomado os cuidados, e achava
que aquilo acabaria com minha vida, com meu futuro... Mas eu estava
errada. A gravidez muda a sua vida, e não acaba com ela.
Bela: ai você tenta de novo, e se não der, tenta até conseguir, lembra?
Não desisti antes de tentar mais uma vez, você me ensinou isso - pegou o
envelope que estava atrás de si - agora você vai abrir, e seja o que Deus
quiser
"𝐏𝐎𝐒𝐈𝐓𝐈𝐕𝐎" EU ESTAVA REALMENTE GRÁVIDA, será Deus
tinha me dado uma segunda chance? Comecei a chorar pensando nessa
possibilidade.
Bela: Sophia?
Sophia: Bela, eu to grávida - sorriu completamente chocada
Igor: como? - ao ouvir sua voz meu corpo gelou
Quando o olhei vi seus olhos brilharem, e meu coração começou a bater
feito uma batedeira.
Sophia: quanto eu.... Eu estava.... É - parece que quando eu estou com
ele eu esqueço totalmente como se fala, e quando ele percebe meu
nervosismo sempre é pior, aquela risadinha que só ele faz me deixa
completamente derretida por esse homem - para de fazer isso
Igor: isso o que? - se aproximou
Sophia: se continuar, eu não me responsabilizo pelos meus atos - mordi
os lábios - para de me desconcentrar, eu to grávida, DE NOVO
Igor: de novo - riu quando me pegou no colo me girando, igual a última
vez, me largando em seguida, passando os próximos segundos apenas com
as testas coladas - Se eu pudesse fazer tudo do zero, não mudaria nada,
porque tudo o que aconteceu nos trouxe até aqui. Eu te amo
Sophia: eu te amo
...
Eu realmente tinha entrado alguém na qual pude amar. Mas..... Eu não
podia esquecer o mundo a minha volta, eu precisava resolver aquela
tamanha confusão, nos precisávamos. Tínhamos que voltar para o Brasil,
não tínhamos mais o que fazer naquele lugar que só trouxe dor e
sofrimento, algo que era pra ser divertido, ser uma viagem na qual
realmente íamos nos aproximar e acabou nos afastando. Se Bela e Lucas
não iriam resolver essa tamanha confusão, eu iria.
Bela: me chamaram?
Sophia: vamos arrumar as malas, vamos voltar para o Brasil
Bela: pensei que não fosse pedir! Mas e minha tia?
Igor: falei com Milena, ela não quer mas perder mais tempo da sua vida,
então vai com a gente! - concordou - Temos 2 horas para arrumar tudo, já
avisei Bel e ela irá arrumar sua casa que esta com os móveis todos
empoeirados
Bela: faz muito tempo deis da última vez que fui lá - me recordando - foi
logo depois que Lucas se declarou pra mim e me beijou.... E ai eu fugi.
Agora quem estava fugindo de mim é ele - disse sendo irônica
Igor: pode deixar que eu acabo com a raça dele quando chegarmos,
então... As duas já pro quarto, arrumar as coisas
Sophia: sim capitão - com a mão sobre a cabeça fiz gesto rindo
Bela: besta - riu pela primeira vez naquele dia - eu não sei o que eu faria
sem vocês
Igor: eu estaria no Brasil fazendo as vontades do meu pai e foda-se o que
eu quero..... É bom estar aqui com vocês. EU VOU SER PAI - sorriu
Bom.... No começo eramos só nos quatro, os 4 mosqueteiros, 4 amigos, 4
adultos, 4 pessoas que tinham crescido, amadurecido, mas no fundo, éramos
apenas nos 4, como sempre, 4 loucos sozinhos na Argentina, em uma van
alugada depois de sair do aeroporto..... AGORA éramos só nos três, uma
mulher magoada com a vida e com um grande amor, uma que dará a luz em
alguns meses, e outro era o fofo da turma - ri em meu próprio pensamento -
mas..... Faltava alguém, faltava o "quarto". Estávamos incompletos. Mas eu
não desistiria tão fácil assim, quem me conhece sabe.
*****
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♡ Capítulo 32 ♡

BELA
Nos voltaríamos para casa aquela tarde, era até estranho falar "casa", faz
tanto, mas tanto tempo deis da última vez que estive naquele lugar. Eu
lembro como se fosse ontem quando eu tive que me despedir do meu
quarto. Mas se eu não tivesse ido, talvez eu nunca teria reencontrado minha
irmã, ou feito amigos, outra palavra estranha de ser dita, "Amigos", eu
nunca tive amigos e sempre tentava me afastar das pessoas, mas dessa vez a
missão foi falha, eu tinha amigos que realmente se importavam comigo, e
uma delas era minha irmã. E a propósito, eu sinto falta deles, João, Larissa,
Lawrran, Bel.... Até mesmo de Izzi, das nossas " Intrigas", mas agora somos
amigas, ela foi uma das responsável por me ajudar com Rogério, se ela não
tivesse chamado a polícia, o que teria acontecido lá? Todos estaríamos
mortos? E eu provavelmente nunca saberia a verdade sobre meu pai.
Faz tanto tempo que não os vejo. Será que se esqueceram de mim? Será que
Bel teria contado tudo o que havia acontecido aqui? Certamente sim, ela é
um baita fofoqueira, poderia trabalhar tranquilamente no fofocalizando -
dou risada em meu pensamento - pela primeira vez na vida estou loca pra
voltar e enchê-los de abraços. Isso sim seria épico.
Bel e eu sempre morava-mos sozinhas, seus pais eram super rígidos, e
pegavam muito, tipo muito mesmo, no pé dela, e como ela tinha um
dinheiro na poupança comprou aquela casa, para morar sozinha, até eu
achegar pra infernizar sua vida - chega a ser irônico - ela realmente pensou
que se livraria de mim assim, tão fácil? Chega a ser engraçado.
Até de Lucas sinto falta, e ele teria ido embora ontem, não faz tanto
tempo para uns, mas para mim.... Era uma eternidade. Eu odeio ficar longe
dele, e odeio mais ainda quando ele tenta me deixar longe, a pesar de toda
essa tristeza, eu estava com muita raiva. Eu era uma garota raivosa
"abandonada" Do outro lado do mundo. - e isso não tem graça nenhum -
chega a ser irônico.
Igor: estão prontas? - disse ele que colocava as malas no carro, foi então
que um carro parou atrás de si, logo Milena desce dele, indo em direção a
mim
Bela: você não iria nos encontar lá?
Milena: eu quero te mostrar um lugar - assenti confusa - vocês podem ir,
eu vou em seguida, não se preocupem
Igor: tudo bem então, cuida dela pelo amor de Deus - soltei uma risada
E assim entramos em seu carro, eu não fazia ideia de onde estávamos
indo. Depois de uns minutos chegamos a um lugar com vários portões,
quando saímos do carro eu finalmente cai na real, estávamos em um
cemitério, meu sangue gelou, e meu corpo estremeceu, mas logo senti o
calor de suas mãos nas minhas.
Milena: eu achei que você merecia vir aqui, nem que seja uma vez na
vida
Já sem medo, assenti, caminhando para um lugar afastando, em um lugar
muito isolado lá estava seu túmulo, tinha medo de me aproximar, mas sua
foto me fez ter coragem. Ao lado de Milena pude ver claramente como ele
era. Como meu pai era. Mesmo sem o conhecer eu sentia sua falta, como
sentir falta de algo que você nunca teve?
Bela: eu queria ter o conhecido - senti lágrimas caírem - é normal senti
falta de alguém que nunca teve?
Milena: é mais normal do que pensa - completamente fraca por estar
diante do irmão, se afastou - vou te dar uns minutos sozinha com ele, eu não
consigo fazer isso. Te vejo no carro - e saiu
Se alguém dá a você seu coração e esse alguém morre, você é levado
junto? Você passa o resto da sua vida com um buraco dentro de você, que
não pode ser preenchido?!
Bela: eu não sei se pode me escutar de onde você está, e muito menos se
vai me conhecer. Mas..... Eu te amo pai - chorei - sem nem ao menos ter um
segundo com você... e, pode apostar, eu faria tudo pra ter somente isso, um
mísero segundo ao seu lado....
É possível amar muito alguém... Mas o tamanho do seu amor por uma
pessoa nunca vai ser páreo para o tamanho da saudade que você vai sentir
dela.
Eu conheço tantas últimas palavras. Mas jamais saberei quais foram as dele.
Depois de olhar mais um pouco aquela foto, eu sai, e talvez eu nunca mais
veja seu rosto..... Entrei naquele carro completamente acabada, mas dessa
vez, aliviada, talvez? Sim, eu finalmente havia me despedido. E talvez eu só
precisasse chorar um pouco. E assim seguimos caminho, faltava pouco para
o nosso Vôo e eu não podia chegar atrasada.
Quando finalmente chegamos no aeroporto encontramos Igor e Sophia
esperando impacientes nos bancos, com uns salgados nas mãos, eles só
pensam em comer, nunca vi igual.
"Vuelo 145 listo para embarcar"
Ouvimos a aeromoça chamar para a fila do embarque..... Pegamos a mala
e fomos. Entregamos a passagem e entramos no avião. Eu fui perto da
janela, Igor no meio e Sophia do lado do corredor. Coloquei para tocar um
música em meu celular e coloquei os fones, I Like Me Better, para ver se
conseguia dormir, seriam 12 longas horas de vôo, mas eu não consegui.
"Não saber quem eu sou, mas ainda assim saber
Que eu estou bem, contanto que você esteja comigo"
"Droga, eu gosto mais de mim quando estou com você
Eu soube desde o primeiro momento que eu ficaria por um longo tempo,
porque
Eu gosto mais de mim quando estou com você"
Realmente, essas músicas não me ajudavam em nada, elas me lembraram
Lucas Burgatti, seria meio idiota da minha parte ainda estar apaixonada por
um cara que me deixou em outro país? Provavelmente, mas eu não ligava,
meu coração não ligava para aquilo, de tudo que senti aquela era uma das
minhas menores preocupações.
12 horas depois chegamos, estamos no Brasil, finalmente em casa......
...
Eu odeio você, te odeio por você fazer tudo o que eu menos gosto e ainda
me culpar. Como pode me culpar por fazer algo que você mesma faz? Sim,
eu sou você. E eu odeio ser você, pensar nas coisas que você pensa. Mas eu
sinto sua falta mais do que eu odeio você, eu espero que você melhore disso
que te mata aos poucos.
Sophia: ta tudo bem? - disse no carro, em direção a casa
Suspirei antes de responder....
Bela: não sei!
Sophia iria para sua casa depois, até nos organizarmos sobre como as
coisas ficaram agora que estávamos juntas. Mas talvez as coisas voltem a
ser como eram antes. Eu não acharia ruim, mas também sentia saudades de
conviver com minha irmã. Quando estacionamos em frente a casa, senti
meu pelo arrepiar, eu estava com tanta saudades, mas ao mesmo tempo
sentia tanto medo. Sophia pegou em minha mão antes de entrarmos, acho
que essa seria a primeira vez que ela entraria ali comigo. Estava tudo
escuro. Achei que Bel me encontraria aqui, estranho.
Bela: tem alguém aqui? - falei
Quando acendi as luzes da sala todo saíram pulando de trás do móveis
gritando "surpresa", no início tomamos um baita susto, estavam todos lá,
quer dizer, quase todos. Larissa, João, Lawrran, Bel. Comecei a chorar,
pensei que nunca mais os veria, que o câncer me mataria. Que eu nunca
teria a chance de me despedir deles, e foi isso que me machucou todo esse
tempo. Eu tinha vencido algo Impossível, isso era inacreditável.
Sophia: eu não acredito - quando fui ver já estávamos no meio de todos,
nos apertando, nos beijando, nos abraçando
Lawrran: essa é a mesma Bela que eu conheci? - disse por eu estar
apertando ele demais - sem patadas hoje?
Bela: para de graça palhaço - o soltei para abraçar os outros - tava com
saudades, isso é verdade
Igor: mano que saudades
João: parabéns papai - o apertou
Larissa: meu Deus, eu ainda não acredito que vocês vão ser mamães
Sophia: provavelmente Bel andou fofocando com vocês sobre tudo o que
aconteceu, né
Bel: você me contou tudo o que aconteceu depois que eu voltei pra cá,
lembra? A fofoqueira aqui é você, eu só repassei como uma boa informante
que sou
Bela: vou mandar seu currículo pro fofocalizando - eu ri, mas logo parei,
olhando cada rostinho que estava a minha volta - eu quero apresentar uma
pessoa para vocês, essa aqui é a Milena, minha tia e irmã do meu pai.
Milena: prazer - acenou
Bela: Provavelmente vocês já sabem, mas..... - respirei fundo para evitar
lágrimas - meu pai biológico morreu, e eu sei que quando nos conhecemos
eu disse com todas as letras que eu não precisava de ajuda, mas....
Larissa: ok - me interrompeu, como de tivesse entendido
Bela: ok? - com meus olhos lacrimejando
Larissa: a gente ta aqui por você Bela, todos nos, se acha que vamos te
deixar nesse momento, não vamos, assim como você não deixou a gente
mesmo quando viajou - assenti
Lawrran: to feliz que tenha mudado, mesmo depois de tudo o que você
passou lá. Se fosse a 2 anos você certamente teria se matado. Você é forte
Izabela, e isso é o que nos surpreende
Bela: eu tenho sorte de ter vocês, agora vejo isso
Eu ainda não estou pronta. Mas, estou muito feliz por não ser mais o que
era...
*****
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♡ Capítulo 33 ♡

LUCAS
1 SEMANA DEPOIS
"- Lucas, eu lembro do dia em que eu te olhei, com medo da gente se
aproximar e eu acabar me apaixonando, porque se acabasse ia doer pra
caralho, e..... Ta doendo muito, muito mais do que eu imaginava. Ver você
desistindo de nós sem mais nem menos, e eu sabendo que não tenho o que
fazer para mudar isso"
Lembrava claramente dessas palavras ditas por ela, eu me apeguei a uma
lembrança, boas ou ruins. Certamente sair de lá daquele jeito não tenha sido
a melhor ideia, mas.... Se eu não tivesse feito, como acham que eu iria
suportar a dor de conviver com uma mulher que amei a maior parte do
tempo, e por um mísero segundo.... Ta tudo acabado, não poderei mais tocá-
la como só eu tocava. Isso doía de corpo e alma.
"Ninguém nunca te machucou como eu te machuquei. Mas ninguém te
amou como eu" - Happier, com certeza era umas das músicas que eu mais
escutava esse tempo, deis da minha partida, me lembrava Bela, na
verdade.... TODAS as músicas me lembravam ela. Cada letra, cada batida...
Me faz lembrar da noite em que dançamos juntos, eu pensei que seria a
última vez que faríamos algo assim, e realmente, talvez seja.
Sei que quando sentimos algo por alguém, estamos suscetíveis a errar, até
porque nenhum de nós somos perfeitos. E eu custei a entender isso depois
que a magoei. Eu não queria ter magoado uma pessoa que tanto amo, ela é
como uma luz na minha vida, mas hoje essa luz se apagou.
Sinto um arrependimento muito grande de não ter pensado antes; mas é isso
que eu venho dizer, eu me arrependi e espero que um dia possa me perdoar.
Quando voltei para o Brasil meus amigos fizeram uma surpresa para
mim, apesar de tudo me surpreendi, pensei que estariam com raiva da
burrada que fiz, ai percebi que tenho os melhor amigos do mundo, os que
conseguem te entender em uma situação complicada. Dia seguinte da minha
volta, recebi a notícia de que "eles" voltariam para casa, no começo senti
medo, mas ao mesmo tempo felicidade, talvez eu consiga resolver as
minhas burradas com essa oportunidade, talvez, não sei. Fiquei sabendo de
como foi o boas vindas deles, queria estar ali, mas não pude. Não
conseguiria. Um tempo depois Sophia logo voltou para casa, pensei que
ficaria com Bela, e me deixaria já que reencontrou sua irmã. Mas acho que
ela só recisava de tempo pra se organizar. Pensei que estaria com raiva, e
esse era meu medo, minha irmã ficar contra mim.
Sophia: mano - depois de largar as malas no chão me encarou - eu to
grávida, quer ser o tio madrinho?
Jogou a bomba rápidamente, eu não sabia o que falar, sei que não sou seu
irmão biológico, mas para mim ela sempre será minha irmã.
Lucas: sério? - assentiu - eu não preciso nem responder
Ela me abraçou, e ficamos um tempo ali, um bom tempo.
E assim foi se passando a semana, o mais normal possível, eu não teria
visto Bela desde então, e mesmo com o coração dolorido, estava tudo bem.
Sophia a visitava com frequência, as aulas iriam começar semana seguinte,
era basicamente como a escola em si, só que nesse primeiro bimestre
estaríamos a busca de uma profissão, até sermos passados em faculdades
sobre nossas áreas. E eu não sabia como iríamos fazer aquilo, Sophia que
estava grávida, complicaria sua condição, mas isso não seria impossível,
tinha diversas faculdades em torno da região onde moravamos, então não
precisaríamos nos mudar nem nada, e muito menos nos mudar para os
dormitórios. E isso até que era bom.
Hoje eu amanheci bem cedo até, mal consegui dormir pensando em
faculdade, inscrições que eu teria mandado para umas na região, e fazia um
tempo que esperava a resposta, depois desses 10 dias, seria cada um por si,
infelizmente, se caso não fosse aceito em nenhuma que mandei inscrição,
teria que sugerir faculdades em outros Países, e isso seria péssimo, não
queria me mudar. E digo o mesmo de todos nós. Iria ser complicado para
todo mundo.
Mas também.... Tinha algo que pensava a mais, e ia além de faculdade.
Bela Fernandes, sim, eu não parava de pensar nela, e de como eu fui
covarde. Queria ir lá e tê-la em meus braços novamente, mas ao menos
tempo não conseguia tomar iniciativa. Até que Sophia entrou pela porta da
frente de casa totalmente eufórica, com raiva, irritada, cansada.... E
começou a gritar.
Sophia: eu cansei - gritou - cansei de vocês ficarem nessa, vocês se
amam caralho, chega de medo, insegurança, e problemas simples de serem
resolvidos.
Lucas: ta falando do que?
Sophia: você sabe muito - bateu em meu peito - a Bela não quis vir aqui,
ok, ela ta chateada, mas mesmo depois todas as mágoas ela continua
amando você, e não venha fingir que você não sabia disso - esfreguei as
mãos sobre o rosto, tentando acordar - Lucas, pensa no que e você ta
fazendo.... Essa distância ta acabando com ela, ela te ama cara! Por mais
que ela lute contra e tente esconder, ela te ama mesmo depois de todos seus
erros, e ela já te perdoou por isso, se quer saber. - a encarei surpresa
Lucas: então.... Ela....
Sophia: ela ta chateada Lucas, porque você foi embora.... Você prometeu
que estaria do lado dela, e descumpriu essa promessa - ela estava
visivelmente magoada e com os olhos lacrimejando - ela ta magoada porque
você mentiu, e no primeiro erro você foi embora. Como você acha que se
constrói uma relação assim? Todo mundo erra Lucas, ela sabe disso, ela
disse isso pra mim. E sabe por que erramos? Porque somos seres humanos,
ela também já errou muito, e não foi por um erro seu que fez ela ficar
extremamente triste, magoada, foi você ter mentido sobre o pai dela, e em
vez de se explicar, se desculpar.... Dizer que fez tudo isso porque a amava,
você fugiu.... Pediu que Igor explicasse tudo a ela e a deixou num dos seus
piores momentos. Ela tinha acabado de tentar cometer suicídio, Lucas.
Estava no hospital, e você nem ao menos conseguiu falar com lá. Se quer
terminar.... Beleza, mas faz isso olhando nos olhos dela e nunca mais pede
para alguém fazer isso por você. Foi ai que você errou.
"Foi ai que você errou" - essa frase fez eco na minha cabeça
Sophia estava certa. Eu errei por ter mentido, eu errei por não ter
conseguido falar com ela. E, principalmente, eu errei por ter ido embora. Eu
precisava me redimir. E eu ia fazer isso, mesmo que eu quebre a cara
tentando.
Sophia: ela não quer te contar isso, mas, eu preciso fazer isso pela minha
irmã, mesmo que ela me mate depois - suspirou - Lucas, quando você a
deixou no hospital, ela tinha feito um teste de gravidez, e deu positivo. Ela
ta grávida, você vai ser pai
Eu entrei em choque, minha respiração quase para e meu coração parecia
uma batedeira. "Você vai ser pai", essa frase se repetiu diversas vezes até eu
cair na real, mas ai veio o choque, eu deixei a mulher que amo grávida em
outro país, eu realmente sou um idiota, baita idiota. Dei um passo para trás,
como se fosse cair, quando senti várias lágrimas caindo. Eu não podia ficar
ali, se tiver algum por cento de chances de eu recuperar essa mulher, eu vou
tentar. Não importa quando tempo passe, eu precisava disso. Sai daquela
casa deixando Sophia para trás, trombei com Igor que estava entrando e
acabou derrubando umas sacolas, sem ligar muito passei reto.
Igor: ei, o que deu em você? - ouvi o mesmo gritar de longe
Bela e eu moravamos praticamente a dois quarteirões de diferença,
levava mais ou menos 10 a 15 minutos para chegar lá, e como fui correndo
já estava meio que soando. Com os cabelo bagunçados e uma roupa básica.
Não pretendia sair de casa aquele dia, mas meus planos foram mudados,
assim como minha vida. Quando finalmente cheguei, olhei a casa por uns
segundos antes de tomar a coragem para entrar. Quando assim fiz, eu a vi, o
amor da minha vida, mãe de meu filho(a), ela estava com um coque
desajeitado, que a deixava visivelmente sexy, um top com um short saia,
varrendo a casa, era até engraçado ver essa cena, porque eu logo pensava no
nosso futuro, com nossos filhos correndo pela casa. E ela resmungando da
vida, assim como ela estava fazendo a minha frente. Bela era realmente
uma das mulheres mais lindas que eu teria conhecido, com seus olhos cor
de mel, e sua pele macia. Demorou uns bons segundos para que me veja, eu
mal pude ter coragem para começar uma conversa. Só conseguia olhar
como ela era linda.
Quando seus olhos foram em direção a porta, me vendo, ficou tão espantada
que deixou a vassoura cair no chão. Nos dois mal sabíamos como começar
aquilo, era algo quase impossível, me aproximei de leve, para chegar perto
da mesma, eu realmente perdia a concentração perto dela.
Bela: ta fazendo o que aqui?
Eu não pude me conter e a beijei, ela correspondeu tão facilmente que
pude sentir um pouco de esperança para nós, era tão bom sentir seus lábios
de novo, sentir sua respiração perto do meu rosto, suas mãos em meu
pescoço, a sensação era tão boa que mal pude me concentrar no que ia dizer
depois disso, ficamos um bom tempo ali, eu já sabia que depois disso ia vir
um baita discurso do porque não podia beijá-la, era engraçado pensar nisso.
Ela sempre fazia a mesma coisa, deis do nosso primeiro beijo. Depois de ter
correspondido por um bom tempo, pareceu cair na real e se afastar. Ainda
sim com os lábios quase colados, e a respiração ofegante, logo me
empurrou para longe já preparando as falas.
Bela: não, não e não, você não pode me beijar assim Lucas Burgatti,
terminamos, não sei se você lembra - nervosa com a situação - e também
você não chega na casa de uma pessoa e sai beijando ela como se fosse o
fim do mundo - com a mão sobre a barriga pareceu ficar mais nervosa, ela
obviamente não sabe que eu já sei sobre a gravidez - isso não podia ter
acontecido, você não podia ter me beijado - ainda sem fôlego - quer saber?
Esquece o que rolou, porque....
Lucas: você já esqueceu? Tem certeza?
Bela: como você sabia que eu ia falar isso? Ta lendo minha mente agora?
Lucas: você me disse isso depois do nosso primeiro beijo, não lembra?
"- isso não podia ter acontecido, você não podia ter me beijado - ainda
sem fôlego
- por que não? Eu não beijei sozinho. NOS nós beijamos, você
correspondeu. Qual o problema nisso?
- ta dizendo que eu facilitei?! - inconformada
- e evitou por acaso?!
- esquece o que rolou, porque eu já esqueci"
Bela: eu lembro, depois desse disso eu voltei pra cá - olhou em voltou -
por isso não voltei pro internato, e foi nessa noite que eu descobri que a
Sophia era minha irmã, mesmo Bel mentindo pra mim - suspirou - a gente
passou por tanta coisa, né? Nem a pessoa mais forte do mundo aguentaria
Lucas: a pessoa mais forte do mundo está aqui, bem na minha frente

*****
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♡ Capítulo 34 ♡

BELA
1 semana se passou, a uns dias atrás eu teria mandado minha inscrição
para a a faculdade Hult Business, e para outras da região. Sei que eu estava
grávida, mas não podia desistir do meu futuro, eu precisa tentar, mesmo que
sozinha. A barriga só apareceria daqui uns meses, e quando começasse a
crescer eu pediria licença. Tinha conversado com Sophia e ela faria o
mesmo, ela teria se inscrito em Stanford, a mesma que Igor, e eles estavam
muito felizes com isso, só bastava esperar a confirmação. E estávamos
devidamente nervosos, porque se não passássemos em nenhuma das que
estavam na região, teríamos que tentar no exterior, e isso nos afastaria,
teríamos que nos mudar novamente, e por conta da gravidez isso talvez não
seria possível. Já Bel e os outros, sempre foram universitários desde que me
lembro, se formariam esse fim de ano, e por isso seria bom estudar por aqui,
não precisaria me afastar de ninguém, e muito menos dela.
Minha tia, Milena, se mudou para nossa casa, e não demorou para que
arrumasse um emprego, Bel tinha uns contatos por perto, e isso foi
conveniente para ajudá-la, ela estava se adaptando a nova cidade muito
bem, e estavamos mais próximas que nunca, era bom tê-la por perto, me
sentia perto do meu pai, mesmo que eu não tenha o conhecido, era uma
sensação boa. Quando assistimos filmes juntas era como se todos os
problemas sumissem.
Milena: essas pessoas dos filmes de terror são tudo burro — eu ri da
situação, em uma noite estávamos vendo um filme de terror, quando
tomamos um baita susto — é sério, ela vê o vulto e vai pra onde o vulto ta,
vai entender esse povo
Bela: ah, mas é verdade — estavamos dando muitas gargalhadas
Bom, era bom estar com ela.
Desde então, nunca mais tive notícias de Lucas, e muito menos ele veio
me ver. Sei que falei que não era para ele voltar, e que não teria nenhuma
segunda chance, mas eu tinha esperanças dele pelo menos aparecer. Dele
dizer que me queria de volta. E assim faria, eu seria sua novamente. Mas eu
não podia ser tão egoísta comigo mesma, ele me deixou e abriu uma ferida
que tinha se fechado a muito tempo. Com o tempo a raiva tinha passado e
só me restava magoa. Eu, com o tempo, sabia que tinha que esquecer ele,
mas o bebê que estava na minha barriga me lembrava a cada segundo. E
isso me fazia o amar cada vez mais. Se eu contasse sobre a gravidez talvez
as coisas pudessem mudar, e eu sabia disso. Mas como contar algo assim?
Ele me rejeitaria? Sei que Lucas não era assim, mas já faz um tempo que
não o reconheço mas, e estar com essa dúvida estava me matando.
Sophia: já tá na hora de contar tudo a ele não acha? — neguei
rapidamente — Bela, pensa nessa criança, ela não merece nascer sem um
pai
Bela: eu to com medo de ser rejeitada Sophia!
Sophia: você acha que ele faria isso com você?
Bela: eu não sei — levantei do sofá onde estava sentada — eu só sei que
não o reconheço mas como antes. O Lucas que eu conheci não iria desistir
de mim, o Lucas que eu conheci iria ficar do meu lado mesmo com a
distância.... O Lucas que eu conheci, Sophia.... Iria me dizer que tudo ia
passar, que tudo ia ficar bem mesmo sabendo que não iria, ele nunca fugiria
de mim — chorei assim que completei a frase, e eu odeio isso — eu to
tentando ser forte ta legal, em relação a ele, mas ta difícil, porque toda vez
que eu penso nele eu sinto uma vontade enorme de chorar, e correr atrás,
mesmo sabendo que quem me deixou foi ele
Sophia: você é forte Bela — neguei — é sim, as pessoas choram não
porque são fracas, e sim, porque tem sido fortes por muito tempo, e você
foi, a cada coisa que aconteceu na sua vida, você permaneceu mesmo
sabendo o quanto ia doer
Para mim estar completa, faltava ele na minha vida, e isso me destruía.
Bela: eu finalmente to conseguindo lidar com a morte do meu pai, eu
finalmente to conseguindo lidar melhor com meus problemas, mas....
Quando a relação é ele, é amor, a situação muda. Porque eu não sei lidar
com isso, e ele sabe disso, eu disse que não queria me envolver porque não
queria sofrer, mas eu me arrisquei e agora to sofrendo por ele
Sophia: Izabela? — me questionou através de pensamentos
Bela: ELE ME DEIXOU, TA LEGAL — finalmente gritei — é por isso
que to chateada. Eu perdoo ele por esconder sobre meu pai, eu já tinha
perdoado, e eu sempre soube que ele havia feito aquilo pelo meu bem,
mas... Ele não veio atrás de mim, Sophia, nem ao menos se preocupou em
ver como eu estava, eu tinha tentado me matar, se não fosse aquela menina
lá comigo eu estaria morta, e pode apostar, eu preferia isso, do que viver a
vida toda com essa magoa que eu estou vivendo agora, do que ir lá falar
com ele e ser rejeitada, assim como meu pedido foi insignificante pra ele,
eu queria que ele ficasse, sei que não falei isso com todas as letras, mas ele
deveria saber.... Deveria saber mais do que ninguém que eu o amava mais
que tudo na minha vida, mais do que eu poderia querer amar. E eu sei que
ele errou, mas Sophia, todo mundo erra, eu errei diversas vezes na minha
vida, mas eu nunca fugi dele. E ver ele fazendo isso quebrou meu coração
— solucei — e eu o odeio por isso, eu o odeio por me deixar, eu o odeio por
amar ele, Sophia, eu queria que ele viesse aqui e me pegasse no colo e
dissesse que me amava, que não queria ter me deixado, mais eu seria
egoísta comigo mesma porque as coisas não funcionam assim, a vida real
não funciona assim. É tudo muito difícil, e eu não aguento mais viver desse
jeito. Agora eu tenho filho dele, que vai crescer e sempre que eu olhar para
seu rostinho vou lembrar do cara com quem eu sou apaixonada, com quem
eu amei até o coração doer. E eu não sei lidar com isso
Sophia: mana — suspirou
Bela: não Sophia, me deixar sozinha — peguei a vassoura que estava
encostada na parede — eu preciso esquecer ele
Sophia: não quer mesmo ir comigo atrás dele? — neguei — ok então,
você quem sabe
Depois disso ela saiu, pude notar que estava furiosa, mas eu não podia
fazer nada, isso era a minha vida, só eu conseguiria resolvê-la.
As vezes nem todo mundo que chega na sua vida, vem com a intenção de
ficar. Da mesma forma, que nem todos os que se foram, queriam partir. E
talvez, ele não seja o cara que ficaria na minha vida até envelhecemos
juntos. Talvez ele precisasse partir. E talvez eu conheceria um outro alguém
na qual eu possa amar, mas o problema é que eu não queria isso. Não queria
um milhão de admiradores, só queria um. Talvez não tenha sido amada por
muitos, mas fui amada profundamente por ele.
Bela: eu te odeio, e amar você dói para um caray — sussurro já irritada
— que raiva
Quando olhei para a porta, meu coração pareceu que iria sair do peito
quando o vi. A vassoura que segurava caiu no chão, minha vontade era de
sair correndo para abraçá-lo, até lembrar que eu não poderia fazer isso, e
quando ele resolveu se aproximar de mim, minha respiração começou a
acelerar.
Bela: ta fazendo o que aqui?
Foi ai que ele me beijou, eu correspondo tão facilmente por não aguentar
aquela distância entre nós dois, e pode apostar, foi como no dia em que me
apaixonei por ele. Era bom sentir seus lábios nos meus novamente, com
pequenas mordidas nos meus lábios, sua língua explorava cada pedacinho
da minha boca, enquanto suas mãos apertaram minha cintura, gemi
levemente quando apertou aquela região. Nunca senti nada que fosse tão
especial quanto os beijos dele. Gostaria que fosse algo que eu pudesse pegar
com uma rede ou colocar em um livro. Gostaria que fosse algo que eu
pudesse guardar e, ao mesmo tempo, contar para todo mundo. Eu o amava.
Quando paramos ficamos com as festas coladas, e ainda sim, com os lábios
quase se tocando novamente. O empurrei de leve quando percebi o que
estávamos fazendo.
Bela: você não pode me beijar assim Lucas Burgatti, terminamos, não sei
se você lembra — nervosa — e também você não chega na casa de uma
pessoa e sai beijando ela como se fosse o fim do mundo — coloquei a mão
sobre a a barriga, em forma de proteção — isso não podia ter acontecido,
você não podia ter me beijado — ainda sem fôlego — quer saber? Esquece
o que rolou, porque....
Lucas: você já esqueceu? Tem certeza?
Bela: como você sabia que eu ia falar isso? Ta lendo minha mente agora?
Lucas: você me disse isso depois do primeiro beijo, não lembra?
Flashback começaram a surgir:
"— isso não podia ter acontecido, você não podia ter me beijado —
ainda sem fôlego
— por que não? Eu não beijei sozinho. NOS nós beijamos, você
correspondeu. Qual o problema nisso?
— ta dizendo que eu facilitei?! — inconformada
— e evitou por acaso?!
— esquece o que rolou, porque eu já esqueci"
Bela: eu lembro, depois disso eu voltei pra cá — olhei em voltou — por
isso não voltei pro internato, e foi nessa noite que eu descobri que a Sophia
era minha irmã, mesmo Bel mentindo pra mim — suspirou — a gente
passou por tanta coisa, né? Nem a pessoa mais forte do mundo aguentaria
Lucas: a pessoa mais forte do mundo está aqui, bem na minha frente
Bela: o que você quer Burgatti?
Lucas: você
Confesso que meu coração pareceu que ia explodir de felicidade, mas
mesmo assim, eu ainda tinha magoa. Na minha cabeça tocava uma música
romântica, melodramática de fundo, assim como os filmes melosos, era
devidamente estranho.
Bela: não, eu te odeio Lucas
Lucas: me odeia? — negou — eu não acredito em você
Bela: você não entendeu — suspirei — É extremamente estranho o
sentimento humano, Lucas, eu sempre soube que era. E eu odeio você por
me deixar, e mesmo assim....
Lucas: mesmo assim?
Bela: eu o amo por todos os momentos bons. Eu odeio o ciúmes que
sinto, e mesmo assim, esse ciúmes me mostrou que realmente eu o amo. Eu
odeio ter um final com você, mas amei nossa experiência. E eu odeio não
poder mudar tudo isso.... Mesmo assim continuo te amando...
Lucas: me perdoa? Me perdoa Bela, eu não deveria ter ido embora, ainda
mais com você assim..... — paralisou — eu não devia ter te deixado no seu
pior momento, mas eu tava morrendo de medo de você nunca mas olhar na
minha cara pelo o que eu escondi, ai percebi que o que mais te magoou foi
eu ter ido embora sem ao menos falar com você — era tudo o que eu
precisava ouvir
Bela: como queria dizer ao menos uma vez que odeio você de verdade,
que não consigo te perdoar e que você não fará falta na minha vida — senti
lágrimas caírem — mas eu estaria mentindo, porque não importa o quanto
você me magoar, o quanto você errar eu sei que sempre vou estar ao seu
lado. Porque eu sou assim e por mais que eu deteste admitir não consigo te
esquecer. — ele se aproximou, me fazendo se afastar, e isso doeu muito,
será que eu daria uma segunda chance mesmo depois de eu ter dito com
todas as letras que não daria? — eu odeio você, principalmente porque você
faz parte de mim. Odeio você porque sem você o céu fica nublado, meu
cabelo embaraçado e nada faz sentido. Porque a cidade fica vazia, eu fico
perdida, sem rumo. Porque mesmo te odiando, eu te amo. E não adianta
fingir, já fiz tudo para mudar isso, e mesmo assim. As ruas ficam
silenciosas, as músicas não tocam e eu fico sem ritmo. Eu sei que isso é
mesquinho, eu culpo você por me fazer sentir tanta magoa, mas e daí? Você
nem se importa, ou eu estou engana? — ele assentiu — Essa sou eu. E quer
saber de uma coisa, um dia essa dor vai ter de acabar, ela tem de passar.
Acho que eu fingi porque eu sabia que não adiantaria me machucar mais,
meu amor por você não mudaria tão cedo, e para que então sofrer ainda
mais? Eu odeio você, por eu ainda te amar e você me esquecer... E pode
apostar, eu queria pular no seu colo e te encher de beijos, dizer que te amo e
que ta tudo bem, te jogar na minha cama e te fazer meu de novo, e você
sabe que isso não iria prestar
Lucas: faz isso — se aproximou tanto que pude senti sua respiração em
meu rosto — me joga na sua cama e me faz seu de novo, me pede o que
quiser, que eu vou cumprir... Me pede pra ficar que eu fico dessa vez, é só
dar o comando, eu sempre vou ser seu Bela, seu e do nosso filho
Pude sentir meu corpo estremecer, ele sabia, como? Sophia teria contado
a ele? Agora ele me rejeitaria? O que aconteceria? Essa ansiedade que me
mata a cada dia.
Bela: então você sabe?! Vai me rejeitar por isso? Não vai querer ser pai?
O que vai acontecer agora?
Lucas: eu vou cuidar de vocês — fiquei surpresa — achava mesmo que
eu te rejeitaria? Justo o amor da minha vida? É por isso que não queria
voltar comigo?
Bela: talvez seja
Lucas: era só ter me pedido pra ficar — sussurrou — que eu fico com
você pelo resto de nossas vidas.... Eu quero casar com você — pegou em
minha mão, enquanto lágrimas caiam de meus olhos, ele havia falado
"casar"? — quero acordar do seu lado, quero brigar com você por coisas
bestas do nosso dia a dia. Quero mandar você calar a boca mesmo sabendo
que você não vai calar, e te calar te beijando. — ri fraco — Quero provar
todos os dias que eu te amo. Quero te fazer feliz, assim como você me faz.
Quero fazer amor com você ouvindo você suspirar, falando meu nome.
Quero que você não precise de mais ninguém, só de mim. E talvez eu seja
um pouco egoísta por isso. Quero morrer de cansaço ao correr atrás de
você, depois de uma guerra de travesseiros. Quero dormir com você no
nosso sofá apertado depois de assistir o seu filme preferido. Quero te
acordar com vários beijos. Quero dizer que te amo. Eu apenas quero te fazer
feliz, como ninguém nunca fez. Eu só queria você.
Bela: casar? — sorri — ta me pedindo em casamento, Burgatti?
Lucas: eu to de pedindo pra ficar comigo até envelhecermos, aceitar
casar comigo? — meu sorriso diminuiu assim que ele completou, e não por
não gostar, e sim por não saber o que dizer — você só precisa me pedir pra
ficar, e se não quiser, eu vou embora, mas nunca vou te deixar de novo
Se passou uns segundos que estávamos tão próximos, enquanto ele
esperava uma resposta, e eu sabia qual era, eu finalmente tinha alguma
certeza na minha vida. Eu sabia que queria aquilo com ele. Eu só passar o
resto da minha vida junto a ele.
Bela: fica comigo — ele sorriu — e se for embora de novo, pode apostar
que eu mato você
Lucas: agora..... — pude sentir seus lábios quase tocarem nos meus —
vai me jogar na sua cama sim ou não?
Bela: não precisa nem pergunta — ri fraco
Pulei em seu pescoço o beijando, como nunca, seus beijos eram tão
viciantes. O arrastei para meu quarto ainda com meus lábios nos seus...
*****
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♡ Capítulo 35 ♡

BELA
Caminhei com ele que me apertava pela cintura. Assim que a porta do
meu quarto foi aberta o joguei na cama, assim como havia falado, subindo
em seu colo voltando a beijá-lo. Assim que o ar se fez presente, ele desceu
os beijos até o meu pescoço.
Eu já tinha lido vários livros hot, e sinceramente, isso aqui ta parecendo
um livro. Ajeitei minhas pernas em seu colo, o sentindo em minha
intimidade. Estava muito excitado. Enquanto o beijava passava minha mãos
em seus cabelos macios e bagunçados, o deixando mais sexy ainda.
Estávamos totalmente ofegantes e nossas respiração se misturavam de
um jeito um tanto bom. Arranquei sua camisa vendo seu peitoral definido.
Vi seu olhar de satisfação ao me olhar corar, eu sempre corava, sem
exceção, sempre que estou com ele. Senti um arrepio quando suas mãos
foram as minhas costas, desabotoando o top que usava, tirando em seguida,
e como ele era de bojo, deixou meus peitos a mostra.
Lucas: caralho — sorriu ofegante
Senti sua ereção quando o mesmo se pós em cima de mim, me deitando
por baixo, e com os cotovelos na cama, para não me machucar com seu
peso. Com meus pés aproveitei para tirar sua calça e junto a cueca box que
estava usando. Voltou a me beijar e foi descendo os beijos pelos meu peitos,
até o shorts que usava, antes de tirá-lo com um tanto de violência.
Deu um beijo em minha intimidade por cima da calcinha, percebendo o
quanto já estava molhada. Arrancou a mesma, que era de renda, minha
preferida, e começou a estimular meu clitóris, enquanto me beijava. Se
tivesse alguém em casa, certamente todos ouviram meus gemidos, mas com
certeza desejariam ser nós dois. Ter o que a gente tinha, e poucos tinham
oportunidades de viver um amor como o nosso. A gente tinha sorte.
Ficamos a noite toda com os corpos colados, distribuindo beijos. No
amando.
Senti-lo dentro de mim me levava a loucura. Eu precisava dele. Do gosto
do seu beijo. Do toque da sua mão. Da sua respiração. Do seu corpo no
meu. Do seu suor escorrendo.
Infinitamente!
Inteiramente!
Na mente, no carro, na cama. Na alma.
Deitei em seu peito nu, sentindo algumas lágrimas caírem. É normal
amar tanto uma pessoa a ponto de querer chorar ao lembrar dela? Ou da
falta que ela fará se um dia ela se for? Se um dia eu estiver em uma cadeia
de balanço, lembrando de tudo que passei na juventude, e lembrando do
meu único e verdadeiro amor. Parece até um livro ou um filme melancólico.
Tenho medo de um dia me encontrar sem ele na minha vida, de o perder,
não importa qual idade seja, quando isso acontecer, pode apostar, vai doer
muito. Ficando imaginando um mundo sem ele, sem sua voz rouca falando
no meu ouvido, sem teu beijo, o teu carinho. Perder todo esse amor que só
ele me da. Não sei se iria aguentar.
Lucas: ta tudo bem? — ouvi sua voz, e aquilo foi bom, ele estava ali, não
havia me deixado
Bela: você sabe que eu te amo, não sabe?
Lucas: sei, assim como eu também te amo, e não é pouco, vamos passar
a vida toda juntos, vamos envelhecer, vamos ver mosso filhos crescerem.....
Não precisa ter medo, ok, eu to aqui
Bela: até que a morte nos separe é muito pouco pra mim. Preciso de você
por mais de uma vida. — suspirei — eu sei que é clichê, mas.... Eu faria
tudo de novo se fosse pra conhecer você
Lucas: eu amo, Bela Fernandes, de hoje para sempre, mesmo depois de
morte, eu sempre vou achar um jeito de voltar para você
Olhei para cima o vendo sorrir, aquilo confortou. A gente precisa viver o
presente, porque o futuro pertence a Deus, e seja o que ele quiser, nos
ficaríamos juntos, de hoje para sempre.
𝟏 𝐌Ê𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐎𝐈𝐒
1 mês se passou, foi tão rápido que mal podíamos notar. Como Bel iria se
mudar para a casa de Lawrran, eu iria ficar sozinha, e por isso Sophia havia
se mudado para cá, junto a Igor e Lucas. Na verdade, deis da quela última
vez ele não saiu daqui, não queria me deixar sozinha nenhum momento, e
passou a dormir aqui, até finalmente tomar a decisão de se mudar para cá,
confesso que eu ajudei um "pouco" ele a tomar essa decisão, mas.... Eu
acho que eles apenas não quiseram me deixar sozinha, e deis da última vez
que tentei comer suicídio, Sophia e Igor não saíram mais do meu pé. Mas
eu estava bem, sem mentiras ou falsos sorrisos, minha depressão estava
controlada, e não tinha crises já fazia 1 mês, apenas umas crises de choro
descontrolado pelo transtorno de ansiedade, mas isso eu não podia
controlar, tirando isso, eu estava bem, estava feliz, pela primeira vez depois
de muito tempo eu estava feliz comigo mesma. E espero continuar assim
durante muito tempo. E eu sei que a depressão é uma doença, e eu pretendo
lutar até o fim para combatê-la. E um dia a gente pega toda essa tristeza e
inventa pra ela uma surpresa... E diga: "Venci! Você não vai mas controlar
minha vida!" Depois disso você afoga ela como fizeram com a cerveja. Da
uma surra nela com a alegria. E a partir daí, é rotina todo dia.
Nos primeiros dias tínhamos ido a faculdade, como o planejando, para
nós prepararmos quando formos aceitos. O resultado sairia hoje, mas até
agora nada, eu estava tão ansiosa, eu precisava passar, era minha única
chance de um futuro.
Foi ai que chegou.....
Sophia: eu não acredito — olhava a notificação — passei Stanford —
gritou
Igor: eu também — foi abraçá-la, eles iriam juntos a Stanford, mas e eu e
Lucas? Será que eu passaria? Não havia chegado nada para mim
Lucas: passei em Hult Business — estava tão feliz, queria estar assim
com ele, certeza que não passei
Bela: e se eu não passar? — eles voltaram a concentração para mim,
diminuindo a euforia
Lucas: se você não passar, você tenta em outra e tenta transferência —
sorriu como se tudo fosse tão fácil — eu não vou me separar de você tão
cedo
Bela: ok, parabéns — abracei ele, ainda sim triste por não ter chegado
nada para mim
Eu queria ir para a faculdade, mas eu queria ir com ele, e talvez eu seja
um pouco egoísta comigo, isso era meu futuro, e eu estava pronta pra
sacrificar tudo por um amor, que tipo de pessoa faria isso? O pior é que eu
não me importava. Contanto que estejamos juntos.
E foi ai que a notificação veio, aquela que fez meu coração parar por uns
segundos.
"Parabéns senhorita Fernandes, você foi aceita em Hult Business"
Bela: eu fui aceita — suspirei aliviada, mas mesmo assim sem acreditar
Lucas: eu sabia — me pegou no colo, e girou, me fazendo sentir enjoo
Bela: para se não quer que eu vomite em você — me deixou no chão, e
foi ai que o infeliz veio, sai correndo para o banheiro, e vomitei tudo aquilo
que tinha comido no dia, e até o que eu nem sabia que tinha comido —
filha(o), não faz isso com a mamãe não — novamente Lucas me pegou
falando com nosso filho, ou filha né, só saberíamos no terceiro mês de
gravidez. E eu estava muito ansiosa — o que foi? — limpei a boca na pia
Lucas: nada não! Eu só gosto de ver você falando com ele
Bela: vai ser menina, eu já disse
Lucas: como você tem tanta certeza?
Bela: mãe sente, Lucas — sorri — e eu to sentindo isso no meu coração
Lucas: e eu acredito em você — sorriu também — como você a
chamaria?
Bela: Ana — sorri mostrando os dentes quando disse esse nome
Lucas: Ana? Por que Ana?
Bela: significa "graciosa" ou "cheia de graça" — diminui aquele sorriso
imenso — era o nome que minha irmã ganharia
Lucas: Sophia se chamaria Ana? Ela nunca me contou
Confesso que eu nunca teria comentado isso com ninguém, nem com
vocês que me acompanham a tanto tempo, acompanham um pouco do meu
diário, da minha vida. E isso me machuca, mas só de lembrar me faz sorrir.
Bela: não! Era pra ser da minha outra irmã — ele ficou boquiaberto —
ela só tinha 1 mês quando faleceu
Sim, eu havia perdido uma irmã pro câncer, ela era tão novinha que não
aguentou, era filha do Rogério com minha mãe, da época que ele era um
cara bom. Sophia tinha uns 5 anos e por isso ela não lembra como eu
lembro, da dor, das lágrimas, minha mãe entrou em depressão pós parto
quando deu a luz e soube que ela não aguentaria fazer o tratamento por ser
muito novinha pra passar por tanta radioterapia. Eu não falava sobre,
porque a morte dela destruiu tudo que sobrou da minha mãe. Eu fico
imaginando como seriam as coisas se Ana estivesse viva, se tivesse a
mesma oportunidade que eu, de crescer. Mas eu não posso ficar presa ao
passado, ela é um anjinho agora. E ta tudo bem também. Se para viver ela
precisaria sofrer, talvez seja melhor ela não viver. Mas ela sempre vai estar
viva em uma parte do meu coração, mesmo depois de tanto tempo.
Bela: ela tinha câncer — seu olhar demonstrava tristeza — ela nasceu
com essa doença, e eu nunca entendi muito... Depois que ela nasceu minha
mãe entrou em depressão pós parto, por saber que ela não aguentaria passar
por tudo aquilo, ela mal tinha anticorpos para lutar contra isso. Como ela
era muito pequenininha, não aguentou e faleceu.
Lucas: eu sinto muito
Bela: não precisa, não preciso de pena Ruggero, eu amava minha irmã,
mas se não era pra ser... Não tinha o que fazer. Ela sempre vai ser
importante pra mim, eu nunca comentei isso com ninguém porque eu queria
seguir em frente, e agora eu to conseguindo passar por tudo isso, e ta tudo
bem também. — encostei na quina da porta — Deus nunca disse: "Venha
para Mim que sua vida será uma maravilha, você nunca vai passar por
dificuldades, você só tem a ganhar." Deus disse: "Tende bom ânimo!"
Porque ele sabia que muitas vezes desanimaríamos, mas que Ele sempre
nos reanimaria quando fosse necessário. E ta tudo bem, eu to bem, e acho
que nunca me senti tão bem em todos os meus 19 anos de vida
Lucas: eu tenho muito orgulho de você
Tudo que uma pessoa precisa escutar, e ele sabia disso. Apenas diga isso
para quem você ama, pode apostar que fará uma diferença enorme em sua
vida.
Bela: e você a chamaria como?
Lucas: gosto de Ana, mas também gosto de Beatriz
Bela: Beatriz? — me questionei — por que Beatriz?
Lucas: é o nome da minha vó, ela morreu quando eu tinha 15 anos, e eu
pouco ia visitá-la — revirou o olhos, cansado, então sentou na cama em em
seu lado — significa “a que traz felicidade”, "aquela que faz os outros
felizes", só significa..... "feliz", ousado e valente, nossa filha seria uma
valente, uma garota que se arriscaria e não desistiria de nada, é isso que eu
quero pra ela, que ela persista e que veja o quando a vida pode ser dolorosa.
Que ela traga felicidade as pessoas, só quero que ela seja feliz
Bela: Ana Beatriz — pensei — uma menina de luz, valente, feliz, pura
Ruggero: é perfeito — pulei em seu colo, feliz
Ficamos ali por um tempo, estamos felizes com a escolha do nome. E se
fosse menino? Não seria, não que eu não gostaria, eu amaria, mas eu sinto
isso do meu coração, era uma menina. Era minha filha. E eu á amava mais
que tudo.

*****
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♡ Capítulo 36 ♡

BELA
𝟑 𝐌𝐄𝐒𝐄𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐎𝐈𝐒
3 meses se passaram, muita coisa aconteceu nesse pouco tempo.
Inclusive brigas, Sophia e Igor terminaram por uma discussão boba, mas
depois de uns dias voltaram, e perceberam o quanto aquilo era infantil.
Sophia queria ir a festas e dançar a noite toda, vê se pode, parece doida —
ria em meu próprio pensamento — Igor não queria que ela se arrisca-se,
Soso era doida mas era responsável, ela não faria nada que eu não faria, não
se machucaria por simplesmente dançar, nossas barrigas tão pouco aparecia,
então não tinha problemas. Mas para Igor era o fim do mundo. Ele olhou
pra ela e disse: "se você for, acabamos" E adivinhem, ela foi. Aquela anta.
Fala tanto de mim e do Lucas, dos nossos problemas, e faz pior. No final ela
reconheceu o erro, e pode apostar, foi lindo. Ele a pediu em casamento ali
mesmo, na verdade ele já tinha comentado comigo a um tempo, e estava
planejando uma surpresa, ai eles terminaram assim como esse sonho, eu
pedi para ele guardar as alianças para um momento especial. Eu conhecia
minha irmã e sabia que ela iria atrás. E ela foi.
As aulas de artes começaram em Hult Business, Lucas estava estudando
medicina, e mesmo separados, salas opostas, estávamos mais juntos que
tudo. Acorda vamo juntos de manhã e íamos as aulas, era meia puxada para
nos dois, ainda mais para mim que estava grávida e isso cansada muito, mas
eu precisava me esforçar, quando queremos uma coisa não podemos desistir
de continuar tentando, e era isso que eu estava fazendo. Tentando.
Bela: ai — eu estava no final da aula, todos já estavam arrumando suas
coisas e indo para casa, quando senti uma pontada na barriga
Sol: ta tudo bem? — Sol, uma amiga que havia feito ali, veio ver como
eu estava
Bela: pode chamar o Lucas pra mim? — ofegante e sem ar
E foi o que ela fez nesse dia, ela correu para a sala dele onde ele ainda
estava em aula, e sem pensar duas vezes ele veio até mim.
Lucas: ta sentindo o que? — ficou de joelhos do meu lado
Bela: dor — era tão sufocante que nem a voz saia direito
Eu mal tinha barriga, mas era como se eu estivesse grávida a 8 meses, o
corpo pesava muito, eu nunca havia me sentido assim. Ele me pegou no
colo e foi comigo até me casa, Sol me ajudou levando minhas coisas até o
carro, eu a agradeci pela ajuda. Não a conhecia muito, mas ela era uma boa
amiga. Quando chegamos em casa Lucas chamou o Doutor que estava
acompanhando minha gravidez, e como Igor e Sophia estavam em aula não
tinha ninguém em casa. Depois da consulta, descobri que foi apenas um
cansaço emocional. Minha filha estava bem, e era isso que importava.
E com o passar do mês estávamos pensando em fazer um casamento
duplo. Soso e eu tínhamos perdido tanta gente, que em pensar nos
convidados nos fez questionar muita coisa. Era tão pouca gente que havia
sobrado, mas que fazia uma importância enorme na nossa vida. Os pais de
Lucas viriam para o casamento, e estariam todos que conhecemos lá, não
tínhamos muito o que pensar ou planejar.
Era hoje, o dia com que esperamos durante 3 meses, iríamos ter a
confirmação do sexo dos bebês, eu e Sophia. Soso não parou quieta desde
que saímos de casa para a consulta. Quando chegamos fomos direto para a
sala, estava toda preparada, com duas camas, e todos os equipamentos.
Parecem que leram nossas mentes, a gente queria fazer aquilo juntas.
Doutor: podem se deitar, por favor — um dos doutores disse, Igor e
Lucas nos ajudaram a subir nas macas
Levantamos as blusas antes dele passar um gel em nossas barrigas, era
tão gelado que nos fez rir. Logo fez o ultrassom, segurei a mão de Lucas
firmemente, assim como Soso com Igor, quando os doutores que nos
atendiam sorriam, conseguia ler a alma deles, o segundo medico fez uma
cara quando atendia Sophia, que não entendia o espanto.
Bela: iai?
Doutor: parabéns senhoria Fernandes, é uma menina
Bela: eu já sabia — sorri emociona, com várias lágrimas nos olhos
Lucas: nossa Ana Beatriz — fez carinho em minha mão
Era tanto amor ali....
Doutor: parabéns sr.Sophia, é incrível, são gêmeas
Sophia: Doutor fala de novo que eu acho que você falou em dobro, igual
minha visão ta agora — eu ri
Doutor: a senhorita terá 2 meninas
Seus olhos encheram de lágrimas, como se lembrasse de alguma coisa, e
eu realmente sabia do que era. Certamente lembrava do dia em que perdeu
seu filho, agora ela estava ganhando duas. Se não é Deus eu não sei o que é.
Igor: duas? — boquiaberto
Sophia: Maria e Emanuelly — sussurrou
Todos ali estávamos segurando o choro, mas eu não conseguia mas
quando escutei o coração deles bater em volta da sala, o Doutor havia
soltado o som, nos não aguentamos.
Bela: meu Deus, não faz isso comigo — chorei
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♡ Capítulo 37 ♡

BELA
𝐎 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄 𝐃𝐈𝐀
Tinha se passado uns meses, eu e Sophia já estávamos com 5 meses de
gravidez, sua barriga estava enorme, diferente da minha por carregar
somente uma criança, glória a Deus. Eu andava muito enjoada ultimamente,
mas isso não iria me atrapalhar hoje. Tinha chegado o grande dia, nem tão
grande — risos profundos — iríamos nos casar, eu com Lucas e Sophia
com Igor, estávamos no quarto, terminando de nos arrumar, iríamos direto
para o lugar, decidimos não fazer em uma igreja e sim algo bem pequeno,
uma festa só com familiares e amigos, e até que isso era bom.
Isso me quebrava por dentro, obviamente eu estava feliz, mas.... Minha
mãe e muito menos meu pai estariam aqui, isso me partia o coração, sei que
Sophia sentia o mesmo, mesmo sem demonstrar se preocupar, mas para
mim isso era nítido, mesmo que Sophia tivesse seus pais adotivos. Eu não
tinha ninguém, queria eles aqui, caramba, queria meus pais comigo, queria
sim. Pra Soso era muito difícil, Rogério além de morto era um cara ruim,
imagino como ela deve estar mal, ela repetia pra si mesma que hoje tinha
que ser um dia perfeito, que ninguém estragaria. E finalmente estaríamos
bem, repetia por horas e horas.
Estávamos com os vestidos e as makes feitas. Cole levaria ela, e Lawrran
levaria a mim, sim, o pai do Lucas, ele havia voltado já fazia uns quatro
dias, e sua esposa, Lili, só conseguiu vir no dia do casamento, então não
conversamos direito, quando Sophia foi ao banheiro, ela entrou no quarto,
me vendo com o vestido, tomei um baita susto. E sinceramente, nunca
gostei desse estilo de roupa nem para um casamento, eu logicamente dei um
pouco do meu estilo a ele, Bel irá me matar.
Lili: uou — sorriu — o que você fez foi incrível
Bela: Bel vai me matar — ri
Lili: mas você tá linda?! — Lili tinha uma voz tão calma que podia
escutar o dia inteiro
Bela: Bel sempre gosta mais do tradicional, vestido branco, salto alto,
coque perfeito, etc — revirei os olhos — eu peguei o vestido e personalizei
com um pouco de preto, ela certamente vai me matar
Lili: ah — riu — e como ta a nossa Ana?
Bela: bem, ela as vezes chuta muito a noite — sorri — ai eu canto pra ela
e ela se acalma
Sophia: oie — saiu do banheiro com um sorriso no rosto
Bela: ai meu Deus você tá perfeita
Sophia: e você tá a própria perfeição, o que você fez no vestido ficou
incrível — riu — sabe, eu não sei se quero mesmo ir de salto alto, com a
gravidez o corpo pesa muito
Lili: realmente, a gravidez faz o corpo ficar mais pesado e cansa mais
fácil também
Bela: faça igual a mim — levantei as barras do vestido para ela ver meus
pés — o vestido é tão longo que ninguém vai notar
Sophia: Bela? Você tá de bota? — continuava rindo — por isso eu te
amo sua loca
Bela: loca nada, prevenida
A conversa estava tão boa que nem vimos o tempo passar, era bom estar
com elas duas. Só fomos perceber quando Cole entrou no quarto logo
depois de bater na porta.
Cole: ta na hora!
Sorriu indo em direção a Soso, pegando sua mão, confesso que queria
que meu pai fizesse o mesmo, Soso havia perdido seu pai biológico mas
pelo menos ela tinha um que a amava de verdade, quem dera eu tivesse essa
chance
Bela: Law não vai vir? — tínhamos combino dele me levar, ele se
ofereceu por eu amo ter ninguém na qual possa contar
Cole: na verdade, ele veio — caminhou até mim — Sophia me contou
tudo que você passou, então eu tomei a liberdade de levar vocês duas como
se fossem minhas filhas, só se você quiser, é claro
Bela: seria ótimo, obrigada
E assim fomos, era bom contar com ele. Assim como era bom contar com
Lili, meus amigos, minha irmã. Eles me davam a força que eu precisava pra
seguir tentando.
Nunca tive dúvidas, o que eu senti por ele sempre foi amor. Sempre foi
um sentimento sólido e único. Capaz de passar por momentos difíceis sem
ser alterado, capaz de resistir aos problemas e ao tempo e permanecer igual,
inabalável. Sempre acreditei que o nosso amor era único e duraria para
sempre. Sempre soube que ele seria a única pessoa capaz de me completar e
me fazer sentir especial. Sempre tive a plena certeza de que viveria feliz ao
seu lado, para todo o sempre. Eu tento dizer de todas as formas, mas nunca
consigo me expressar da maneira que gostaria... Tudo que eu sinto por você,
não cabe num “Eu te Amo”. Eu precisaria de outra vida inteira ao seu lado
pra tentar explicar, e depois outra vida só para confirmar as informações e
verificar se não esqueci nenhum detalhe. Gostaria de ter uma vida eterna ao
seu lado.. e então assim, quem sabe, eu possa encontrar uma maneira de te
explicar o quanto eu te amo.
Foi ai que entramos naquele lugar, era basicamente um jardim enorme,
enfeitado. Muito enfeitado, Bel havia feito um ótimo trabalho.
Bel: meu Deus, o que ela fez com o vestido? — ouvi ela sussurrar a
Lawrran que estava perto da mesma, morri de vontade de rir, mas me conti
Lucas me olhava com um olhar que certamente sabia o que eu tinha feito,
ele me conheceu mais que todo mundo, e conhecia Bel, ela estava surtando
por pouca coisa, imagina se soubesse que eu não estava de salto, infantaria
na hora.
Igor e Lucas estavam do outro lado, e mais um pouco precisariam de um
balde pra baba. Isso me lembrava nosso primeiro encontro.
"— vai babar avisa que eu dou um balde — debocha
— babar ainda não, mas de boca aberta com certeza
— muito original!"
Eu me apaixonei pelo jeito que ele me tocou sem ter usado as mãos.
Quando toquei em sua mão, senti tudo aquilo que senti quando o vi pela
primeira vez, paixão, arrepio, medo.
Lucas: você é linda — sussurrou me fazendo sorrir — e Bel ta quase
surtando
Quando aguentei e ri do nada....
Bela: desculpa — me controlei
Igor: você certamente passou na fila da beleza mil vezes e roubou tudo
né? Confessa — o ouvi dizer
Sophia: quem dera meu filho
E foi ai que o padre começou a falar, sinceramente, eu estava prestes a
me casar, e eu mesma não estava acreditando nisso. Izabela Fernandes
noiva e mãe? Como assim? Eu o amava, e eu disse com todas as letras que
não amava ninguém, e nem a mim mesma, eu mudei tanto. Eu o amar não é
segredo para ninguém, mas ouvir o padre falar era tão tediante, Deus que
me perdoe.
(.......)
E foi ai que ele terminou....
Padre: eu os declaro, casados! podem beijar as noivas!!!
E assim eles fizeram, nos beijaram enquanto a família e amigos
aplaudiam. Eu nunca senti tão real como aquele momento. Amor é o
resumo do infinito. É o laço entre dois corações. É um sorriso frouxo
demais. É quando a gente escuta o mundo inteiro no silêncio de alguém. É o
ópio do coração. É um cafuné bem feito. É encontrar um lar em outro peito.
Senti uma leve postada na barriga, e isso me fez gemer de dor.
Lucas: o que foi? — preocupado
Bela: ela chutou — me fez rir alto, eu talvez seja a única mãe que sentir
dor e cócegas quando isso acontecia
Depois disso fomos para festa, era algo simples, colocamos músicas e
dançamos por muito tempo. Até cansar e sentir dor. Pelo menos eu e Sophia
e essa era parte ruim da gravidez, não poder curtir muito.
Bel: você colocou preto no vestido Bela Fernandes? — se juntou a todos
nós, que estávamos em uma roda
Bela: se eu pudesse ia apenas de preto, mas ai eu ia ficar sem madrinha
porque você ia ter um infarto — ri
Sim, eu havia chamado Bel para ser minha madrinha, e Lucas chamou
Lawrence e para Larissa e João não ficarem de fora, Sophia chamou eles
para serem padrinhos das gêmeas.
Bel: mas você tá com cara de que aprontou coisa pior! — arquivou as
sobrancelhas
Bela: vem cá soso — chamei ela para o meu lado — no três
Sophia: ok
Bela: um, dois.... Três — levantamos a barra do vestido, mostrando as
botas
Bel: vocês se casaram de bota Bela Fernandes e Sophia Valverde??? —
pareceu faltar ar, enquanto nos riamos — mas tudo bem, já foi, passou —
tentando se alto acalmar
Lucas: por isso que eu te amo — me beijou
Milena: Bela? — veio até nos, junto com os pais de Lucas. Tinha pouca
gente ali, mas o que tínhamos já era suficiente para ficarmos felizes, até Sol
estava entre nós, só que ela era a mais doida, e dançava bêbada perto dos
sons
Bela: oi?
Milena: eu queria dar a você uma coisa! — pegou um colar em seu bolso,
assim me entregando
Bela: é muito lindo
Milena: abre — assim eu fiz, tinha uma foto do meu pai, Murilo, eu
pensei que depois da última vez que o vi no cemitério, nunca mais veria seu
rosto
"— eu não sei se pode me escutar de onde você está, e muito menos se
vai me conhecer. Mas..... Eu te amo pai — chorei — sem nem ao menos ter
um segundo com você... e, pode apostar, eu faria tudo pra ter somente isso,
um mísero segundo ao seu lado...."
Me lembrei, e isso me fez derrubar umas lágrimas. Ninguém entenderia,
só eu conseguia ver, por ser pequena.
Bela: é meu pai — minha voz se mostrou fraca em meio a um sorriso, os
deixaram aliviados
Milena: eu deveria ter te dado antes, mas não sabia como. Esse colar era
seu Porto seguro, ele levava pra todo lugar, era da sua mãe
Bela: minha mãe?
Milena: ela perdeu no dia em que eles tinham se conhecido e ficado, eles
tinha se apaixonado. — sorriu grande — Ele jurava que a veria de novo
então guardou esse colar, eu coloquei a foto nele, achei que você merecia
Bela: obrigada tia — a abracei em seguida — muito obrigada
E assim passou a noite.....

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♡ Capítulo 38 ♡

BELA
𝐌𝐄𝐒𝐄𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐎𝐈𝐒
"Querida Ana......
A vida sempre foi feita de escolhas, desde quando você nasceu até esse
momento que esta lendo esse poema sempre houve dias iguais e dias novos
que vem ao amanhecer, no nascer do sol e no fim da escuridão, por isso não
espere que o futuro traga a paz ou o amor que você deseja ter, ame agora,
quem você sabe que ama você, viva agora, o que pensa que iria viver
depois, curta o momento, pois as vezes podem ser únicos, seja feliz, pois é
o alimento da alma e esqueça das tristezas pois paixões são momentos
passados, mas o amor que vive em pleno carnaval no presente, pode se
tornar único no futuro. E filha, quando você nasceu eu renasci. Quando
você riu eu chorei. Quando você precisou eu estava ali. Quando você
adoeceu eu rezei. Eu te alimentei. Eu te cuidei. Eu te protegi. Eu te amei...
em todos os momentos,
filha não te peço nada em troca, pois seu sorriso já é meu paraíso. Eu te
amo, e você é minha luz, minha Ana com A.... "
Se minha filha soubesse o quanto a amo sem ao menos ainda ter nascido.
Lucas: o que está fazendo? — colocou suas mãos em minha barriga que
já estava enorme
Bela: uma carta, mas.... Eu não sei como termina-lá
Lucas: vai saber — sorriu — você sempre sabe
E foi ai que ouvimos gritos, Sophia gritava de dor na cama onde estava
deitada ela sentia muitas dores nesses últimos dias e mal conseguia levantar
da cama, a gente estava muito preocupados com ela, não sabíamos se ela
aguentaria a dor, e muito menos o porque de tantas dores. São duas
meninas, a dor era me dobro.
Bela: ei ei — segurei sua cabeça que estava soando — Respira fundo,
você consegue aguentar
Sophia: eu acho que a bolsa estourou
Igor entrou em desespero, mal conseguia abrir a boca, Sophia não
aguentaria nem levantar para ir ao hospital, não sei o que faríamos.
E foi ai que veio as contrações, eu comecei a senti muita dor, e um
liquido começar a escorrer pelas minha pernas.
Lucas: você tá fazendo xixi?
Bela: não seu idiota, a bolsa estourou — sentei na cama, porque não me
aguentava em pé
Igor: há não, o que vamos fazer?
Lucas: eu não faço a mínima ideia — gritou — é, já sei, vamos levá-las
ao hospital mais próximo daqui
Eles com bastante força nos pegaram no colo e foram até o carro, nos
deixando no banco do passageiro. Quando chegamos no hospital fomos
colocadas em cadeiras de todas, e atendidas. Depois de colocar aquelas
roupas estranhas, fomos para a sala, depois de uma longa massagem nas
costas. Eu e Soso iríamos dar a luz na mesma sala, tínhamos escolhido isso,
não sei se Igor aguentaria assistir o parto, mas ele não quis sair do lado da
mesmo, eles seguravam nossas mãos, e nos apertavamos com tanta força,
que até eu tive dó.
Começamos a fazer força, até eu perceber que tinha algo de errado com
Soso. Ela não estava aguentando.
Bela: Sophia, ei, não fecha os olhos, olha pra mim, não tira os olhos de
mim — gritei — você consegue
Igor: ei amor, faz força, por favor, não fecha os olhos
A gente soava muito. No meu caso, eu tentava fazer força, mas doía
muito, por pouco não dormi, eu persistia para isso não acontecer.
Doutor: ela não vai aguentar, precisamos fazer Cesária — deu ordem as
enfermeiras — ela é nova demais pra aguentar dois partos seguidos
Lucas: você consegue — foi o bastante para mim
E foi ai que eu ouvi seu choro.... A enfermeira a colocou em meu colo,
ela era tão pequeninha, que pensava que a quebraria a qualquer momento.
Bela: oi — engraçado como qualquer pessoa fica fofa ao lado de bebês
— Ana Beatriz Fernandes Burgatti, um baita nome grande
Lucas: isso é verdade — riu
Quando a enfermeira tirou Ana de mim, para limpa lá, pude senti o
cansaço vir, mas eu não podia dormir, não agora, minha irmã precisava de
mim. Tinha alguma coisa errado.
Doutor: ela teve uma hemorragia, ta perdendo muito sangue
Sophia: me desculpa — disse quando olhou para mim, sonolenta
Bela: por favor, não, você consegue
Ai eu ouvi o chorinho, eles finalmente haviam tirado as duas meninas, e
colocaram do lado de Soso, uma de cada lado. Parece de isso deu a ela mas
força para persistir. Pela primeira vez vi Igor chorar, ele é tão forte, que
quando o vi assim partiu meu coração.
Não vi mas nada depois, havia apagado.
...
Finalmente, estou preparada para deixar de pensar só em mim e cuidar de
"alguém". Estar grávida é ficar muito esquisita e descobrir uma incrível
capacidade de sentir todas as emoções em uma hora, da alegria
descontrolada ao mau humor sem fim. E não há nenhuma missão no mundo
mais grandiosa do que gerar uma vida. Dar a luz e a vida a uma pessoa,
acompanhar todo o seu desenvolvimento, vê-la crescer e vê-la dar os seus
primeiros passos, é algo maravilhoso! Minha filha terá o que eu nunca tive,
amor! E eu espero que ela entenda o quando eu a amo.
Quando acordei, Sophia estava inconsciente na cama ao lado, enquanto
os bebês provavelmente estavam na atear da maternidade. Igor e Lucas
conversavam na porta enquanto sorriam, sem ao menos avistar que eu já
havia acordado. Mas não demorou para que notassem.
Lucas: acordou? — veio até mim, segurando minha mão — como você
tá?
Bela: dolorida, mas nada de insuportável — com sono — como ela está?
Igor: o médico disse que ela quase se foi no meio do parto, os batimentos
estavam descontrolados. Era muita dor para ela aguentar. Mas graças a
Deus deu tudo certo, as meninas nasceram idênticas — riu
Bela: seria estranho se elas não fossem né Igor Jansen — ri fraco — são
gêmeas esqueceu!!!
Sophia: ai — gemeu quando acordou
Igor: ta tudo bem?
Sophia: claro, eu só to com uma puta dor porque saiu duas pessoas de
dentro de mim — sorriu sarcástica, mas notei a felicidade — to ótima
Bela: ela ta bem, esta até brincando
Passou um tempo depois que acordamos, trouxeram as meninas para nos,
precisaríamos amamentar, Ana puxava tanto que me machucava toda, mas a
sensação era ótima. Do corpo de uma mulher nasce uma nova vida. Esse
pequeno ser humano depende da mãe para tudo, principalmente para se
alimentar. É dela que vem o alimento que vai sustentar a minha filha nos
primeiros meses de vida. Amamentar não é apenas alimentar esse bebê, mas
um momento íntimo de ligação entre mãe e filha. É um momento só dos
dois, é um ato de amor, de cuidado e de carinho. A mesma pessoa que o
carregou por meses na barriga é a responsável por prover o alimento desse
bebê. E isso é incrível. Eu só quero minha filha seja tão feliz, mais do que
eu consegui ser.
Nas primeiras semanas era muito cansativo, ela era tão pequena e
precisava de mim para tudo, mas ela amava brincar com as primas, Maria e
Emanuelly, as duas eram tão fofas. Eu só fico imaginando o passar dos
anos. Como as coisas aconteceriam!
******
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♡ Capítulo 39 ♡

BELA
Se passou muito tempo desde então, Ana, Maria e Emanuelly já estavam
com 3 anos. Elas estavam crescendo muito, mal sabiam falar direito, mas
não paravam quietas.
A primeira palavra de Maria foi "Papai", ela era muito, tipo muito
mesmo, apegada ao pai, claro que amava Sophia, mas sua relação com Igor
era única, já Emanuelly era muito apegada a mãe, e sua primeira palavra foi
"mamãe", Igor e Soso nunca tiveram intrigas pela preferência dos filhos,
claro que elas amavam os dois, e eles sabiam disso, era até engraçado ver a
situação.
Ana: ma-mãe — me chamava
Bela: oi amor — sequei as lágrimas, estava a noite e eu prometi que iria
cantar para ela dormi, até receber uma ligação
Lucas: ta tudo bem?
Bela: por favor, leva ela pro quarto — assim que eu pedi, ele fez
Eu havia recebido uma ligação, era Bel, ela chorava muito, e me doeu
muito não estar lá com ela para abraçá-la, e isso me quebrou. Um vendaval
de confusão invadiu meus sentimentos,eu coração pareceu que iria sair pela
boca, como se sentisse tudo que Bel estava sentindo. Ela estava me dando a
notícia que "ela" tinha se partido desse mundo, tinha partido já fazia uns
dias na verdade só puderam nos avisar agora, e eu sabia que teria que
reconfortar aqueles que teriam perdido alguém especial. Mãe de Bel havia
falecido algumas noites passadas, só que como perderam contato com Bel,
foi complicado avisa-lá. Eu havia conhecido Antonella, e foi por isso que
doeu, ela era diferente de seu marido, mesmo com todas as cobranças, ela
queria ver Bel feliz, e quando Bel foi embora a uns anos, ela adoeceu. Bel
não via opção a não ser deixar sua mãe e isso a machucou muito. E pode
apostar, doeu muito. Sentada no chão daquela sala pude chorar. Todos
conheciam Antonella, todos a amavam, ela era rígida mas era uma pessoa
boa. Ela sim valia apena. Me senti completamente desolada, pude pensar e
aprendi com os meus próprios erros que sofrer não torna nada mais poético,
chorar não deixa mais aliviado e implorar não traz ninguém de volta.
Aprendi também que por mais que você queira muito alguém, ninguém vale
tanto a pena a ponto de você deixar de se querer. E chorar é dizer em
lágrimas o que o coração sente e que a boca, por um orgulho ou outro, se
recusa a dizer. E talvez eu tenha misturado emoções com motivos, foi como
um gatilho na qual eu não pude evitar. Eu lembrava de todas as mortes que
eu tive que passar, e foi lembrar de cada uma que me fez desabar daquele
jeito. Foi como puxar em um gatilho de uma arma e tudo simplesmente te
arremessar tudo de novo.
Sophia: Bela? — eu vi os três, do lado do sofá, sem saber o que fazer
Lucas: o que ouve?
Bela: eu não posso fazer nada — sussurrei — não posso
Igor: ta falando do que?
Karol: a mãe da Bel faleceu — falei, sentindo o peso cair sobre nos —
eu não aguento mais sabe — levantei — minha mãe, meu pai, minha irmã,
meus avós, agora a dona Antonella, tirando todas mortes dos meus amigos
que perdi em torno da minha vida. Não da sabe
Lucas: ei ei — me abraçou — calma
Ana: mamãe — em geral Ana só sabia falar mamãe e papai, e mesmo
assim ela se embolada toda
Bela: oi meu amor — a peguei no colo — vamos, vou cantar para você
dormir
Com ela no colo, fui até seu quarto, Ana me dava forças pra seguir,
sempre nos momentos ruins, mas tudo bem..... Na vida a gente sempre vai
ter altos e baixos, nada será perfeito.
Se passou um tempo, fizemos o enterro e rolou muito choro e tristeza, eu
odeio enterro. Bel sabe disso, mas eu fui por ela, enterro me lembra de
todas as pessoas que eu perdi, e é pensar nisso que me quebrava, eu estava
tão fraca que se me jogassem no chão aposto que me quebraria como vidro.
Fomos para casa depois, eu tinha me formado na faculdade já fazia um ano,
todos nos na verdade. Eu queria seguir meu sonho, ser uma grande artista, e
até que meu trabalho estava dando frutos. Eu pintava todos os dias durante
anos, me sentia cansada mas para chegar onde eu queria eu precisava de
mais.
Ana estava completando 7 anos aquela manhã, na verdade, Maria e
Emanuelly também, e estávamos preparando uma festinha para elas, com
seus amigos e amigas. Todos estavam aqui. Larissa e João haviam casado,
mas como Lari era infértil, ela não podia ter filhos, quando ela descobriu
isso ficou muito mal, mas nada impedia ela de ser mãe, tinha tantas crianças
abandonadas. Mas João a entendeu e deu seu tempo para pensar. Bel e
Lawrran tinham casado, mas não queriam filhos. Bom, todos estavam bem
na medida do possível.
Ana: mãe, por que você chamou o Renato? — veio até mim que estava
conversando com as meninas
Bela: por que eu não convidaria?
Ana: mas mãe, você sabe...
Bela: que você gosta dele?
Lucas: como? — invadiu a roda — você nem tem idade disso menina
Ana: mãe — brigou — claro que não gosto dele, ele é um chato
Maria: hahaha — riu — tu gosta dele sim
Emanuelly: como mentirosa você seria uma boa comediante — riu junto
a irmã
Ana: suas chatas — saiu correndo atrás delas
Bela: cuidado pra não se machucarem — fui até a cozinha, sendo seguida
por Lucas
A alguma coisa em mim, pode-se chamar isso de "amadurecimento" ou
"encaretamento" ou até mesmo "desilusão" ou "emburrecimento"
simplesmente andou, entendeu? Desisti de procurar a felicidade, e ela quem
me encontrou. Eu escolho transformar perdas em amadurecimento, erros em
oportunidades de recomeço. Pessoas do bem ou do mal em aprendizado. As
mudanças já me foram. custosas, hoje fazem partem do processo
Aprendi que ter borboletas no estômago é interessante, mas colocá-las em
liberdade é mágico!
Lucas: que história é essa de "Renato"?
Bela: ha Lucas você sabe, ela gosta dele
Lucas: ela não tem nem idade pra saber o que é gostar — ri do ciúmes
dele
Bela: calma, é coisa de criança, vai me dizer que nunca teve uma paixão
quando era criança — ele se calou — viu, você já teve. Todo mundo teve, é
outra, quando chegar na idade de namorar, ela vai
Lucas: espero que seja nunca
Bela: para — ri — com quantos anos você me conheceu?
Lucas: com 16, e no mesmo ano começamos a namorar
Bela: você é tipo aquela frase né, "faça o que eu digo, não faça o que eu
faço" — sorri, colocando as mãos em volta de sua cintura
Lucas: a gente não está tendo muito tempo juntos né?
Bela: ta muito puxado, essas crianças não param em um lugar.
Lucas: mas não tem problema, vamos passar a vida toda juntos
Suspirei, sorrimos um para o outro, enquanto tentava focar em algo, em
seus olhos, ou em seus lábios. O beijei como como se nada importasse. Seu
beijo é como fogo, que me deixam quente em cada toque seu. Viajando sem
medo sob seus lábios. Ele me levava a loucura, sua linguá pincelava
ferozmente a minha, com desejo. Suas mãos apertavam gentilmente minha
cintura me puxando para si. Quando nossos corpos pediram por ar,
afastamos nossas bocas e unimos as testas. Respirávamos ofegantes fazendo
o peito subir e descer.
Bela: eu preciso te mostrar uma coisa
O arrastei para o nosso quarto, deixando as crianças brincarem na casa.
Lucas: isso é muito lindo — estávamos a frente do meu novo quadro,
eram nos 3, Ana, Lucas e eu — vai vender para algum Museu?
Bela: esse não, ele tem um significado muito grande para mim. Lembra
da Carta que eu escrevi a uns anos?
"— o que está fazendo? — colocou suas mãos em minha barriga que já
estava enorme
— uma carta, mas.... Eu não sei como termina-lá
— vai saber — sorriu — você sempre sabe"
Lucas: lembro, eu nunca li, era algum muito íntimo para você e para a
Ana
Bela: eu a coloquei atrás do quadro, finalmente terminei, bom, na
verdade eu terminei já faz uns anos. Quero que você entregue isso a ela,
quando ela crescer e caso não tenha mais a mãe dela
Lucas: Izabela?!
Bela: promete Lucas, é importante pra mim!
Lucas: eu prometo!!!!
Ana: o que estão fazendo? Vamos cantar parabéns pra nos três!
Emanuelly: vamos tios
Maria: eu só quero comer bolo, é pedir muito?! — rimos — que foi?
Lucas: nada meu amor, nada
Sai a procura da felicidade, não á encontrei no efeito de uma bebida, nem
em uma melhor festa, etc. Sai a procura dela por muito tempo, más logo
percebi que ela estava presa dentro de mim, e eu só precisava deixá-la sair.
Eu busquei tanto a felicidade, que só encontrei tristeza e dor, naufraguei
no mar da vida, e me perdi dentro de mim mesma. E não há nada pior do
que dor no coração. É como se houvesse uma doença física. Você passa por
algumas semanas e pensa: 'Oh, eu estou bem, me sinto melhor e, de repente,
do nada, ela vem de novo. A parte mais difícil é quando esta dor vai
embora. Isto te traz uma série de questões que podem te fazer se sentir um
fracasso ou como se houvesse algo de errado com você. Você não pode
fugir de si mesmo e tem de lidar com isto.
Fazia tempo que não me sentia assim. Feliz. Uma felicidade tão boa...
A felicidade simplesmente veio. Foi entrando devagarzinho, se
acomodando, e resolveu ficar. A tristeza era minha velha companheira.
Estava tão acostumada a ela, que estranhei o sentimento novo. Essa
esperança do nada. Essa vontade de lutar por alguma coisa boa que eu nem
sei direito o que é. De mudar de vida. De correr atrás das coisas que eu
realmente almejo pra mim. De me fazer bem. De parar de sentir “auto-
piedade”, o veneno da alma. De ter o direito de ficar triste, de chorar
bastante, mas “sacudir a poeira” e recomeçar a batalha. Nada como dar a
volta por cima! A felicidade é uma luta diária. Dá trabalho sim, mas dá uma
sensação tão boa tê-la por perto, que aquece o coração.
Lucas me ajudou a encontrá-la. Eu já li centenas de romances, que o
amor pode curar qualquer dor dentro de nos. Eu nunca pensei que fosse ser
consumida por outra pessoa até ele chegar. Não importa do que as nossas
almas são feitas. A minha e a dele..... são as mesmas.
𝐅𝐈𝐌!!!!!

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