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Infectologia HIV

História Natural
Aspectos Gerais
A infecção pelo vírus da imunodeficiência
humana (HIV) é a responsável por causar a
síndrome da imunodeficiência adquirida
(sida ou aids). É uma doença que leva a uma
redução dos linfócitos T CD4+ / T auxiliares /
T helper. A infecção pelo HIV, portanto, leva o
paciente a uma imunossupressão com risco
aumentado de diversas infecções. É por esse
motivo que o acompanhamento dos pacientes
é feito com a contagem dos linfócitos TCD4+ Fase aguda: Fase de latência Fase aids: TCD4 < 200
Síndrome clínica: células/µmol ou presença
(valor normal de 500 células/mm³ a 1.400 de alguma doença
retroviral aguda Fase assintomática
células/mm³) e a carga viral (CV). definidora de aids
Transmissão
TIPO DE PODE TRANSMITIR HIV: NÃO PODE
Diagnóstico
EXPOSIÇÃO: Sangue TRANSMITIR HIV:
Sêmen Suor A testagem para o HIV deve ser oferecida a
Percutânea Secreções vaginais
Membranas Lágrima todas as pessoas com vida sexual ativa em
Líquidos de serosas Fezes
mucosas Líquido amniótico consulta de rotina independentemente da
Cutâneas com Urina
Liquor Vômitos presença de sintomas.
pele não Líquido articular
íntegra Salina Para a confirmação da infecção do HIV,
Leite materno
precisamos de DOIS TESTES consecutivos
com resultado reagente:

Epidemiologia 1. Dois testes rápidos com amostra de


sangue (de fabricantes diferentes).
2. Um teste rápido usando fluido oral e outro
teste rápido usando sangue.
3. Um imunoensaio de 3ª ou 4ª geração e um
teste molecular (carga viral).
4. Um imunoensaio de 3ª ou 4ª geração e um
western blot ou imunoblot rápido.
*A carga viral e o imunoinsaio de 4ª geração
são os melhores testes para infecção aguda
por terem menor janela imunológica.
Esquema inicial preconizado pelo Ministério da Saúde

CLASSES DE ANTIRRETROVIRAIS

Inibidores da transcriptase
reversa análogos de
nucleosídeos e nucleotídeos
de de (ITRN)
Tratamento

Tenofovir (TDF)
Zidovudina (AZT)
Lamivudina (3TC)
Tratamento em gestantes
Inibidores da transcriptase
reversa não análogos de
Independentemente nucleosídeos e nucleotídeos
da idade Tenofovir + lamivudina + dolutegravir
gestacional Sempre realizar genotipagem pré-tratamento (ITRNN)
Efavirenz (EFV)

Inibidores de protease
Tratamento em pacientes com tuberculose Atazanavir (ATV)
Ritonavir (RTV)
O esquema básico (TDF + 3TC + DTG) pode ser feito em associação com o Lopinavir (LPV)
tratamento da tuberculose, porém a dose do dolutegravir deve ser dobrada. Darunavir (DRV)

A rifampicina não deve ser feita em associação com inibidores de protease (IP).
Inibidores da integrase
Caso o paciente já faça uso de algum, a recomendação é trocar essa classe por Dolutegravir (DTG)
outra. Caso isso não seja possível e o IP não possa ser trocado, devemos trocar a Raltegravir (RAL)
rifampicina pela rifabutina.
Doenças Oportunistas
Principais Doenças Oportunistas

Trato Respiratório Sistema Nervoso Central Trato gastrointestinal

Neurotoxoplasmose
Pneumocistose Neurocriptococose Candidíase Veja a seguir
Pneumonia bacteriana Leucoencefalopatia multifocal Úlcera por CMV
Tuberculose progressiva (LEMP) Úlcera por HSV

Profilaxia das Doenças Oportunistas


Pneumoconiose

.
Neurotoxoplasmose
Neurotocriptococose Acometimento do TGI

Fator de risco: linfócitos T CD4+ < 100 céls/mm³


CANDIDÍASE ORAL E ESOFÁGICA:
Quadro clínico: meningite e sinais de hipertensão
Placas esbranquiçadas na cavidade oral
intracraniana
ou no esôfago que conseguem ser
Punção lombar:
removidas com uma espátula. É a causa
Pressão de abertura > 20 cmH2O mais frequente de disfagia nos pacientes
Quimiocitologia normal ou com uma com aids.
celularidade um pouco aumentada às custas de
LMN, proteínas um pouco elevadas e glicose um
ÚLCERA ESOFÁGICA POR CMV:
pouco baixa
Úlcera longitudinal com base irregular. No
Tinta da china positiva em amostra do liquor
anatomopatológico há identificação de
Tratamento: feito em 3 fases, com esquemas com células em "olhos de coruja". O
de anfotericina e 5-flucitosina ou fluconazol tratamento de escolha, nesses casos, é
feito com ganciclovir.
Microscopia óptica
de liquor de
paciente com
neurocriptococose. ÚLCERA ESOFÁGICA POR HERPES
Perceba o fundo (HSV-1):
preto corado com a Úlceras múltiplas e bem demarcadas. O
tinta nanquim e as
tratamento desses casos deve ser feito
leveduras em
com aciclovir.
branco.
Profilaxias
Profilaxia Pós-Exposição (PEP) Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)

Indicações: O que é? Uso diário e profilático de tenofovir com entricitabina.


Existe também a modalidade de PrEP sob demanda, que é feita no
esquema 2 + 1 + 1, ou seja, tomam-se 2 comprimidos entre 2 e 24h
antes da exposição de risco, um comprimido 24h após a dose
dupla inicial e mais um comprimido 48h após a dose dupla inicial.
Quando considerar o uso?
Pessoas a partir de 15 anos, com peso ≥ 35 kg, sexualmente
ativas e que tenham risco aumentado de aquisição da infecção
pelo HIV, como a realização de relações sexuais desprotegidas.
Deve-se excluir que o paciente tenha infecção ativa pelo HIV e
deve-se testar e tratar outras ISTs, além de orientar o uso de
Esquema: prevervativo para prevenção de outras infecções.
São os mesmos medicamentos recomendados pelo Ministério da Saúde para Critérios que permitem que casais sorodiscordantes possam ter
o tratamento inicial do HIV. A duração da PEP é de 28 dias. relação sexual sem preservativo e que o parceiro não infectado
não precise de PrEP:
Uso regular da TARV e boa adesão;
Carga viral indetectável há > seis meses;
Ausência de outras ISTs;
Sem realização de práticas sexuais com outras parcerias.
Profilaxia de Transmissão Vertical

Manejo da gestante Manejo do RN exposto


Idade
Cenários da gestante Manejo da gestante e via de gestacional Alto risco* Baixo risco
na 34ª semana parto
A via de parto é conforme AZT + Lamivudina (3TC) +
CV indetectável indicação obstétrica. >37 sem. Raltegravir (RAL)
A TARV deve ser mantida. por 28 dias

A via de parto é conforme AZT + 3TC + Nevirapina


CV detectável, porém indicação obstétrica. (NVP) por 28 dias, AZT
< 1.000 cópias/mL 34 a 37 sem. exceto a NVP que só deve por 28 dias
AZT injetável EV *.
ser feita por 14 dias
A via de parto indicada é a
CV desconhecida ou cesárea.
> 1.000 cópias/mL AZT injetável EV *. < 34 sem. AZT por 28 dias
* Pelo menos 3 horas antes da cirurgia até o clampeamento do cordão umbilical.

*RN DE ALTO RISCO:


*RN DE BAIXO RISCO:
Mães sem pré-natal; ou
Mães sem TARV durante a gestação; ou
Uso de TARV na gestação,
Mães que tinham indicação de profilaxia no parto e não a receberam; ou
CV indetectável a partir
Mães com início de TARV após a 2ª metade da gestação; ou
da 28ª semana e sem falha
Mães com infecção aguda pelo HIV durante a gestação ou aleitamento; ou
na adesão à TARV.
Mães com CV detectável no 3º trimestre, usando ou não a TARV; ou
Mães com CV desconhecida; ou
Mães com teste rápido positivo no momento do parto, sem diagnóstico prévio.
Resumindo!

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