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BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS : OS DESAFIOS E AS OPORTUNIDADES DAS

NOVAS TECNOLOGIAS MONETÁRIAS PARA O DIREITO INTERNACIONAL

INTRODUÇÃO

No auge da crise do subprime, Satoshi Nakamoto, pseudônimo de um programador


anônimo, lançou um artigo1 que propunha um sistema de transações eletrônicas de maneira
segura, rápida e sem a necessidade de um terceiro para validar as transações. A proposta tinha
como base os conceitos de blockchain e criptomoedas2.

O blockchain é sistema em que as transações em criptomoedas poderiam ser


realizadas e verificadas de forma descentralizada, por meio de prova criptográfica. Já a
criptomoeda é o nome genérico para moedas digitais descentralizadas. A primeira e mais
conhecida moeda digital foi o Bitcoin3. Hoje já existem cerca de duas mil moedas
criptográficas (Etherum, Ripple,...)

Os sistemas propostos por Nakamoto se tornaram de tal forma relevantes que, em


reportagem do Finantial Times sobre o Fórum Econômico de Davos, é citado que
“blockchain não pode ser ignorado.

Como toda nova tecnologia, o blockchain e as criptomoedas trouxeram desafios e


oportunidades.

A implantação e utilização das novas tecnologias monetárias podem trazer ao Sistema


Financeiro Internacional não somente riscos econômico-financeiros (integração de
criptoativos em produtos financeiros, ameaça ao modelo de negócio dos bancos, transmissão
de crise), mas também riscos jurídicos (crimes internacionais tais como lavagem de dinheiro e
terrorismo)4.

1
NAKAMOTO, S., BITCOIN, A. (2008). A peer-to-peer electronic cash system. Bitcoin.–URL:
https://bitcoin.org/bitcoin.
2
WALCH, A. (2017). Blockchain's treacherous vocabulary: One more challenge for regulators. Journal of
Internet Law, 21(2).
3
HAYES, A. S. (2017). Cryptocurrency value formation: an empirical study leading to a cost of production model
for valuing bitcoin. Telematics and Informatics, 34(7), 1308–1321.
4
LIU, Yukun, TSYVINSKI, Aleh, et WU, Xi. Common risk factors in cryptocurrency. The Journal of Finance,
2022, vol. 77, no 2, p. 1133-1177.
No entanto, o blockchain e as criptomoedas podem ser objetos de oportunidades para
o Direito Internacional, seja na regulação do direito de propriedade digital 5 ou na elaboração
de normas e tratados para disciplinar o funcionamento dessas novas tecnologias.

Desta forma, este projeto propõe um estudo sobre os desafios e as oportunidades das
novas tecnologias monetárias para o Direito Internacional. Para isso, o trabalho está dividido
nas seguintes partes: Objetivos, Metodologia e Justificativa.

1. OBJETIVOS

1.1 Objetivo geral

O objetivo geral trabalho é responder as questões de pesquisa: “Quais são as


oportunidades e desafios das novas tecnologias monetárias para o direito internacional ? ” e
“Como o Direito Internacional pode se desenvolver explorando essas oportunidades e
desafios?”

1.2 Objetivos específicos

Para atingir o objetivo principal, é necessário que os propósitos específicos sejam


cumpridos:

 CONCEITUALIZAR blockchain e criptomoedas a partir de uma revisão de literatura;


 ESTABELECER a intersecção dos objetos de estudo com o Direito Internacional;
 LEVANTAR os desafios e as oportunidades que as novas tecnologias monetárias
podem trazer para o Direito Internacional;
 ANALISAR os impactos dessas novas tecnologias sobre o Direito Internacional.

2. JUSTIFICATIVA

O trabalho tem importância acadêmica, jurídica e gerencial.

Os temas blockchain e criptomoedas são assuntos que ainda estão em estruturação,


possuindo uma série de gaps a serem preenchidos pelos trabalhos acadêmicos6.

5
SAREL, Roee. Property rights in cryptocurrencies: a law and economics perspective. NCJL & Tech., 2020, vol.
22, p. 389.

6
FLETCHER, E., LARKIN, C., CORBET, S. (2021). Countering money laundering and terrorist financing: A case for
Bitcoin regulation. Research in International Business and Finance
Os objetos do trabalho fazem parte de uma literatura transversal que podem gerar
pistas de pesquisa nas áreas do Direito (novas formas de regulação), Economia (expansão do
conceito de moeda), Sistema de Informação (desenvolvimento de sistemas de segurança) e
Administração Pública (gestão governamental sobre o tema).

A importância jurídica do estudo está relacionada a discussão de possíveis caminhos


legais para reduzir os riscos e potencializar as oportunidades trazidas por essas novas
tecnologias.

Em relação a relevância gerencial, o estudo pode auxiliar os governos a se


posicionarem sobre a implantação e gestão das criptomoedas, tendo em vista que elas já estão
presentes em diversas economias. O Brasil por exemplo, passa por um período de
digitalização da sua economia, como a implantação do PIX e do Open Bank. A China,
segunda maior potência econômica mundial já utiliza criptomoeda (digital yuan) para realizar
as suas transações financeiras7.

3. METODOLOGIA

Para desenvolver a pesquisa, será realizado um levantamento qualitativo de dados e


uma análise descritiva da literatura sobre o tema, a fim de compreender os objetos da
investigação.

Para complementar os dados da literatura acadêmica, será efetuada uma pesquisa


documental nos arquivos digitais do Banco Central Brasileiro (BCB) e de Organizações
Internacionais que buscam regular o tema, tais como Fundo Monetário Internacional (FMI),
Comitê de Estabilidade Financeira (FSB), Grupo dos 20 (G20) e Grupo de Ação Financeira
contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (GAFI).

REFERÊNCIAS

BUENO, T. A; AGUIAR, J. C.(2020) Análise Monetária Do Bitcoin. Revista Nomos.

FLETCHER, E., LARKIN, C., CORBET, S. (2021). Countering money laundering and
terrorist financing: A case for Bitcoin regulation. Research in International Business and
Finance

7
BUENO, T. A; AGUIAR, J. C.(2020) Análise Monetária Do Bitcoin. Revista Nomos.
HAYES, A. S. (2017). Cryptocurrency value formation: an empirical study leading to a
cost of production model for valuing bitcoin. Telematics and Informatics, 34(7), 1308–
1321.

LIU, Yukun, TSYVINSKI, Aleh, et WU, Xi. Common risk factors in cryptocurrency. The
Journal of Finance, 2022, vol. 77, no 2, p. 1133-1177.

MARTIN, A. (2018). Davos: Blockchain Can no Longer be Ignored. Financial Times, 24


January. www.ft.com/content/c0794556-ff50-11e7-9650-9c0ad2d7c5b5.

NAKAMOTO, S., & Bitcoin, A. (2008). A peer-to-peer electronic cash system. Bitcoin.–
URL: https://bitcoin. org/bitcoin. pdf, 4.

SAREL, Roee. Property rights in cryptocurrencies: a law and economics perspective.


NCJL & Tech., 2020, vol. 22, p. 389.

WALCH, A. (2017). Blockchain's treacherous vocabulary: One more challenge for


regulators. Journal of Internet Law, 21(2).

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