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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Cálculo Diferencial e Integral I (MAC118)


Prova 1 – 20 de setembro de 2023

Gabarito - P1

Questão 1 (2.5 pontos)


π π
Considere a função f1 : y = tg (x) com − < x < e y ∈ R e faça o que se pede
2 2
nos itens abaixo.

(a) Dadas as restrições impostas para o domı́nio de f1 , esta função é uma função
contı́nua?

Sim, f1 é contı́nua. A definição de continuidade se aplica avalores de x perten-


π π
centes ao domı́nio da função. E sabemos que ∀ a ∈ − , , f1 (a) = lim f1 (x).
2 2 x→a

(b) O gráfico de f1 apresenta assı́ntotas? Se sim, quais são as expressões destas.


π π
O gráfico de f1 apresenta apenas assı́ntotas verticais. São estas x = − ex= ,
2 2
pois lim tg (x) = −∞ e lim
π−
tg (x) = ∞.
x→− π2 + x→ 2
 π π
Note que, não faz sentido avaliarmos lim f1 (x), pois Dom(f1 ) = − , .
x→±∞ 2 2

(c) Construa o gráfico da função inversa de f1 : y = tg (x), esta sendo conhecida


como f2 : y = arctg (x).

Figura 1: Gráfico de y = arctg (x).

(d) Quais são os conjuntos domı́nio e imagem da função f2 : y = arctg (x)?

Pelas propriedades de funções inversas, sabemos que o domı́nio


 π πde  f2 é o conjunto
dos números reais e sua imagem consiste no intervalo − ,
2 2
(e) O gráfico de f2 apresenta assı́ntotas? Se sim, quais são as expressões destas.

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Prova 1 – 20 de setembro de 2023 (continuação)

π
O gráfico de f2 apresenta apenas assı́ntotas horizontais. São estas y = −
2
π π π
e y = , pois lim arctg (x) = − e lim arctg (x) = . Isso também pode
2 x→−∞ 2 x→∞ 2
ser visto pelo gráfico ilustrado no item c e pelo fato da função inversa de
π π
y = arctg (x) (y = tg (x)) possuir como assı́ntotas verticais x = − e x = ,
2 2
conforme justificamos no item b.
Note que, não faz sentido avaliarmos a existência de assı́ntotas verticais no gráfico
de f2 , pois seu conjunto imagem é limitado.

Questão 2 (2 pontos)
Seja:

3

 x + 2 − a, se x < 1


f (x) = 2, se x = 1
√


x + b, se x > 1

Encontre os valores das constantes a e b de modo que f (x) seja contı́nua em todo o
seu domı́nio. Assuma que o domı́nio de f contempla apenas valores reais maiores ou
iguais a zero.

A função f (x) é função construı́da por partes e, visto que, o domı́nio de f (x) compre-
ende apenas valores maiores ou iguais a zero, sabemos que, cada uma destas partes
é uma função contı́nua. O único valor de x problemático é o valor em que a função
se ramifica, sendo este x = 1. Logo, para que f (x) seja contı́nua, basta que ela seja
contı́nua em x = 1. Avaliando a continuidade neste ponto, temos que:

f (1) = lim f (x)


x→1

Além disso, sabemos que, para que ∃ lim f (x):


x→1

lim f (x) = lim+ f (x)


x→1− x→1

Portanto, para que f (x) seja contı́nua em x = 1:

f (1) = lim− f (x) = lim+ f (x)


x→1 x→1

Calculando cada um destes valores individualmente, temos:



(i) f (1) = 2 (ii) lim− f (x) = 1 − a (iii) lim+ f (x) = 1+b
x→1 x→1

Temos portanto uma igualdade com três expressões:



2=1−a= 1+b

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Primeiramente, vamos resolver a igualdade envolvendo as duas expressões da esquerda:

2 = 1 − a −→ a = −1

Tendo agora o valor de a em mãos, podemos resolver a igualdade envolvendo as duas


expressões da direita:

1 − (−1) = 1 + b ⇒

2= 1+b⇒
4=1+b⇒
b=3

Portanto, concluı́mos que, para que f (x) seja contı́nua em todo seu domı́nio, a deve
ser igual a −1 e b igual a 3.

Questão 3 (2 pontos)
Calcule os seguintes limites:
x3 − 5x + 4
(a) lim
x→1 x3 − 1
Ao tentarmos resolver este limite, vamos chegar na seguinte indeterminação:

x3 − 5x + 4 0
lim “ = ”
x→1 x3 − 1 0
Logo, precisamos reescrever este limite a fim de nos livrarmos desta indeter-
0
minação. Visto que chegamos na indeterminação , é possı́vel reescrever ambos
0
os polinômios desta função racional de forma que a expressão (x − 1) apareça.
Para a expressão do denominador, podemos usar a diferença de dois cubos, que é
dada por a3 − b3 = (a − b) · (a2 + ab + b2 ), onde, neste caso, a = x e b = 1. Logo:

x3 − 1 = (x − 1) · (x2 + x + 1)
Para a expressão do numerador existem várias formas de realizar esta simpli-
ficação. Prossigamos reescrevendo esta expressão da seguinte forma:

x3 − 5x + 4 = x3 − x − 4x + 4
Realizando uma fatoração por agrupamento, temos:

x3 − x − 4x + 4 = x(x2 − 1) + 4(1 − x) ⇒
x(x − 1)(x + 1) − 4(x − 1) ⇒
(x − 1)(x(x + 1) − 4) ⇒
(x − 1)(x2 + x − 4)
Reescrevendo e recalculando o limite inicial, temos:

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x3 − 5x + 4 (x − 1)(x2 + x − 4) (x2 + x − 4) 2
lim 3
= lim 2
= lim 2
=−
x→1 x −1 x→1 (x − 1)(x + x + 1) x→1 (x + x + 1) 3

√ √
4x2 + 9 − x2 − 9
(b) lim
x→∞ 6x
Ao tentarmos resolver este limite, vamos chegar na seguinte indeterminação:
√ √
4x2 + 9 − x2 − 9 ∞−∞
lim “=”
x→∞ 6x ∞
Prossigamos então com a seguinte simplificação:

√ √
q q
9 9
 
4x2 + 9 − x2 − 9 x2 4 + x2
− x2 1 − x2
lim = lim
x→∞ 6x x→∞ 6x
Como
√ x está indo para o infinito de valores positivos, podemos garantir que
x2 = x. Portanto, podemos aplicar a seguinte simplificação:
q q q q 
9 9 9 9
x 4+ x2
−x 1− x2
x 4+ x2
− 1− x2
lim = lim ⇒
x→∞ 6x x→∞ 6x
q q
9 9
4+ x2
− 1− x2 1
lim =
x→∞ 6 6
Questão 4 (2 pontos)
Prove que a equação ex + x + 2 = 0 possui solução.

Queremos provar que a equação acima possui um raiz, ou seja, que existe algum valor
c tal que f (c) = 0. Vamos utilizar o Teorema do Valor Intermediário para provar
tal fato. Sabemos que a função f (x) = ex + x + 2 é uma função contı́nua em todo o
seu domı́nio, pois a mesma se trata de uma soma de outras funções contı́nuas. Logo,
precisamos encontrar algum valor a tal que f (a) < 0 e algum valor b tal que f (b) > 0.
Consideremos a = −3 e b = 0.

f (−3) = e−3 − 1 < 0 e f (0) = 3 > 0

Como f (x) é contı́nua no intervalo [−3, 0] e f (−3) ̸= f (0), pelo Teorema do Valor
Intermediário, ∃ c ∈ (−3, 0) tal que f (c) está entre f (−3) e f (0), ou seja, existe c tal
que f (c) = 0.

Questão 5 (2 pontos)
Esboce os gráficos das funções abaixo utilizando as técnicas de deslocamentos no
plano vistas em aula..

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Prova 1 – 20 de setembro de 2023 (continuação)

(a) f (x) = |x + 2| − 3

Figura 2: Gráfico de f (x) = |x + 2| − 3.

1
(b) g(x) = − +4
x−1

1
Figura 3: Gráfico de g(x) = − + 4.
x−1

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