Palestra IV - ORIGENS E CONSEQUÊNCIAS DO ADULTÉRIO

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IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE FAMÍLIA DA IEADPE


Pastor Presidente: Ailton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP 50.040-000 – Fone: 3084 1526

TEMA CENTRAL: COMBATENDO A PORNOGRAFIA, O ADULTÉRIO E O DIVÓRCIO: TRÊS INIMIGOS MORTAIS DA FAMÍLIA

Palestra IV: ORIGEM E CONSEQUÊNCIAS DO ADULTÉRIO


Texto base: Hb 13.4
INTRODUÇÃO
Vivemos dias difíceis em todos os aspectos da vida humana e, evidentemente, não é diferente na esfera familiar. Os princípios e
práticas cristãs são veementemente combatidos, pregando-se a quebra de “tabus”, em nome de uma equivocada liberdade. Em realidade,
o que ocorre é o estímulo de várias imoralidades, tais como: o adultério, a fornicação, a prostituição etc., práticas cada vez mais comuns
e aceitas como normais pela sociedade secular. Essas práticas estão explícitos ou implícitos nas salas de cinema, em programas
televisivos (filmes, novelas, séries), nas mídias sociais, normalizando e romantizando imoralidades, induzindo as pessoas a aceitarem
aquilo que a Palavra de Deus aponta como sendo pecado. A apologia a essas práticas, que, infelizmente é incutida no subconsciente da
coletividade, provoca danos, às vezes irreparáveis, no seio das famílias. Nesse estudo vamos enfocar especificamente sobre o adultério,
uma mal gerado nos antros do inferno e largamente praticado em nossos dias.

I – CONCEITO E ORIGEM DO TERMO


A palavra adultério vem do latim adulterium, e significa “violação da regra de fidelidade conjugal”, estabelecida por Deus, de acordo
com Êxodo 20.14. O adultério refere-se à relação sexual – que, segundo afirmou Jesus, tem início na mente – entre uma pessoa casada e
outra que não é seu cônjuge (Mt 5.27,28, Mc 7.21). No Novo Testamento, o termo grego utilizado é πορνεία (porneia), que significa
“relação sexual ilícita” e é encontrada em passagens como Mateus 5.32; 19.9. Adulterar é violar o pacto nupcial celebrado perante o
Senhor no ato do casamento (Ml 2.14). Portanto, tal ato constitui-se um pecado gravíssimo diante daquele que instituiu o casamento (Gn
2.24).

1.1. O que a Bíblia diz sobre o adultério. Devemos atentar bem para o que nos ensina a Bíblia Sagrada sobre este assunto, para nos
equiparmos para combater as ideologias humanas, carnais e distanciadas dos parâmetros divinos.

a) No Antigo Testamento. O mandamento “Não adulterarás” faz parte do Decálogo e foi dado ao povo de Israel a fim de preservar a
santidade do lar (Êx 20.14; Dt 5.18). De acordo com Norman Champlin, é interessante destacar que na visão veterotestamentária,
“também está envolvida a questão da herança da família e a preservação da pureza tribal. Finalmente, o próprio ato era considerado um
crime sério, um ato de contaminação (Lv 18.20). Por esse motivo, era imposta a pena de morte, envolvendo a execução de ambos os
culpados (Êx 20.14; Lv 20.10). A pena de morte mostra que as sociedades antigas encaravam o adultério não meramente como um ato
privado errado, mas que ameaçava o arcabouço do lar e da sociedade” (CHAMPLIN, 2004, vl. 01, p. 66).

b) No Novo Testamento. Os ensinamentos neotestamentários seguem o mesmo padrão da Antiga Aliança quanto à reprovação da prática
do adultério, visto que, o Deus da Antiga Aliança é o mesmo Deus da Nova (Rm 13.9; Gl 5.19; Tg 2.11). O Senhor Jesus condenou com
veemência o adultério (Mt 5.28; Mc 10.19). Pedro fez referência também a esse terrível pecado, quando escreveu: “Tendo os olhos cheios
de adultério, e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição” (2
Pe 2.14). O apóstolo Paulo acrescentou que os imorais (os impuros que praticam adultério, entre outros pecados sexuais) não herdarão
o Reino dos céus (1 Co 6.10; Gl 5.19-21). Confira também (Ap 22.15).

1.2. Formas de adultério. Podemos elencar pelo menos três formas por meio das quais se comete o pecado de adultério. Todas se
constituem pecado grave, duramente reprovado pelo Senhor.

a) Adultério físico. Relação carnal entre uma pessoa casada com outra que não seja o seu cônjuge. Essa prática é altamente danosa,
destrutiva e abrangente, pois atinge primeiramente a santidade de Deus (Hb 13.4), em seguida, o cônjuge, os filhos, parentes do casal,
Igreja, amigos e toda a sociedade. Na Bíblia temos um exemplo claro disso na vida do rei Davi. Ele que alcançou a honra de ser chamado
de homem segundo o coração de Deus, foi engodado por sua concupiscência e trilhou os caminhos perniciosos do adultério, resultando
em mortes, traumas, mentiras e perdas. Em 2 Sm 12.9,10, lemos: “Por que, pois, desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante
de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos de
Amom. Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para
que te seja por mulher” . A vida de Davi nunca mais foi mesma após o adultério! Que tragédia é alguém caminhar pelas sendas da
infidelidade conjugal!

b) Adultério no pensamento. O adultério não se dá apenas de forma física, mas mental. Tudo começa na mente, através de pensamentos
imorais relacionados a alguém. Assim, podemos dizer que a infidelidade conjugal é um processo maligno que tem início na mente. No
começo, são apenas alguns pensamentos que surgem sutilmente. Se esses pensamentos não forem repelidos de imediato, acabam por
impregnar a alma de impureza, entregando-a ao domínio da concupiscência (desejo fora de controle), resultando em atos vergonhosos
(Gn 6.5; Pv 6.16-18; 2 Pe 2.14). Sobre isso, o Senhor Jesus advertiu: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu,
porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mt 5.27-28).

c) Adultério virtual. Infelizmente, com o avanço da tecnologia e suas variações, essa forma de adultério tem sido muito comum. O
adultério virtual é cometido de várias formas, por exemplo, quando uma pessoa casado(a) acessa cenas pornográficas através da TV ou
Internet, navega em sites de relacionamentos amorosos virtuais, participa de chats de conteúdo sexual, envia ou recebe nudes através
de plataformas digitais etc. Embora alguns achem que o adultério virtual é algo de menor gravidade, à luz de Mt 5.27-28, texto citado
anteriormente, diante de Deus, o adultério virtual é pecado tal qual o adultério físico, pois a pessoa envolvida no ato, de alguma forma,
está exercitando atividade sexual com alguém que não é o seu cônjuge, ainda que de forma virtual.

II – AS CONSEQUÊNCIAS DO ADULTÉRIO
É impossível descrever todas as graves consequências e mazelas decorrentes do adultério, pois elas se multiplicam e atingem
os envolvidos nessa prática pecaminosa de várias formas. Muitas pessoas têm sucumbido no terreno pantanoso do adultério e,
posteriormente, lamentam profundamente, com lágrimas, por haverem sucumbido a essa terrível iniquidade. Portanto, se
quisermos ter uma vida feliz ao lado do nosso cônjuge, preservando o nosso bem maior nessa terra, que é a nossa família, devemos
fugir de toda a aparência do mal e buscar viver de acordo com a Palavra de Deus (1 Ts 5.22). A seguir, relacionaremos algumas das
principais sequelas causadas pela infidelidade conjugal, que são, por assim dizer, um aviso claro de que enveredar pelo caminho
do adultério é loucura:

2.1. Separação de Deus e juízo. “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição
e aos adúlteros Deus os julgará” (Hb 13.4). Quem comete o adultério será intimado a responder pelo seu ato perante o tribunal
divino. Essa iniquidade bloqueia o acesso a Deus, ainda que o transgressor compareça perante Ele com ofertas (ler Ml 2.13-14).
Mesmo que as leis humanas absolvam o(a) adúltero(a), isso não o(a) livrará do julgamento divino, pois o adultério é uma violação
dos preceitos divinos exarados nas sagradas Escrituras (Ex 20.14; Dt 5.18). O adultério é um pecado contra a santidade de Deus e
afeta profundamente a comunhão do transgressor com o Senhor (1 Co 6.15-20). O pecado separa o pecador de Deus. Sempre foi
assim, desde o começo (Gn 3.23,24; Is 59.1,2). Todavia, aquele que reconhece o seu erro, arrepende-se da sua transgressão,
confessa e abandona a prática pecaminosa, encontrará o perdão de Deus, e será reconduzido a comunhão com Ele (Pv 28.13).

2.2. Feridas conjugais crônicas. A prática do adultério representa a quebra dos votos de fidelidade feitos no ato do casamento,
perante o Senhor, causando profundas feridas no cônjuge traído, difíceis de serem saradas. E, mesmo quando essas feridas são
devidamente tratadas e curadas, por vezes, deixam cicatrizes emocionais na parte ofendida, que perduram por toda a vida. A
pergunta que não quer calar é: A pessoa a quem se jura fidelidade e amor eterno, merece ser ferida tão profundamente por uma
atitude egoísta e iníqua como o adultério? Pense nisso!

2.3. Quebra de comunhão com a Igreja. O Senhor Jesus não deixa dúvidas de que aquele(a) que comete o pecado de adultério
deve ser tratado(a) espiritualmente, e esse tratamento passa pela suspensão da comunhão dos santos (Ap 2.20-23). A expressão
“porei numa cama”, pode ser entendido tanto literalmente, como de forma figurada. De modo figurado, o texto fala de alguém que
é colocado numa cama porque está doente, espiritualmente falando. O ato de colocar o doente na cama, tem como objetivo,
recuperá-lo de sua doença. Por isso mesmo, o Senhor espera que o doente se arrependa, e, caso isso não aconteça, será tratado
com maior rigor (Ap 2.22). Aos crentes em Corinto Paulo diz: “Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo.” (1Co 5.13). Pode até parecer
uma expressão muito forte do apóstolo, mas refere-se a um tratamento espiritual necessário à restauração espiritual do membro
que, por falta de vigilância, cometeu transgressão tal, que fez enfermar gravemente a sua alma. É de bom alvitre lembrar que,
quando um membro do Corpo de Cristo cede à tentação e pratica o adultério, prejudica a todo o corpo de Cristo, por seu mau
testemunho. Assim, a suspensão da comunhão é o antídoto para se preservar a santidade da igreja (1 Co 12.26,27). A alguém na
igreja em Éfeso, o Senhor diz: “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras” (Ap 2.5). Quando um
membro da igreja envereda pelo caminho da iniquidade, precisa passar pelo processo de tratamento espiritual para poder ser
reconduzido de volta à comunhão da igreja.

2.4. Consequências sociais. O adultério produz consequências não somente espirituais e familiares, mas também sociais. Como
sabemos, a sociedade é formada por famílias, assim, se as famílias vão bem, a sociedade vai bem, mas, se as famílias vão mal, mal
também irá a sociedade. O adultério afeta não apenas o casal e suas famílias, mas toda a comunidade na qual estão inseridos.
Quase sempre o adultério provoca a separação do casal e a consequente destruição do núcleo familiar, desfazendo o ambiente
seguro, onde os filhos seriam criados e educados; produz traumas e insegurança nos filhos; inimizades entre parentes; prejuízos
econômicos, algumas vezes insolúveis; doenças emocionais; vergonha; mácula na reputação; e o mais grave, quando se trata de
um casal cristão, o péssimo testemunho diante do mundo (Mt 18.7). Essa avalanche de efeitos negativos provocados pelo adultério
na família, que é base de sustentação da sociedade, provoca o aumento de todo o tipo de mazelas sociais, como: violência urbana,
baixo nível de escolaridade, banditismo, pobreza, aumento no número de crianças de rua, aumento do número de dependentes
químicos etc. Assim, toda a sociedade sofre com o divórcio de um casal.

CONCLUSÃO
Diante de tudo o que temos aprendido até aqui sobre esse terrível inimigo da família que é o divórcio, o caminho que devemos
seguir é aquele apontado na Palavra de Deus, ou seja, fugir do adultério (Pv 7.1-15; 24-27). Essa recomendação serve tanto para
o esposo, quanto para a esposa. Nosso relacionamento conjugal deve seguir à risca, os ditames da palavra de Deus. Quando a
Escritura diz sim, é sim, quando diz não, é não. Sobre o adultério, a Bíblia de forma muito enfática diz: “Não adulterarás.” (Êx
20.14). Esta é a vontade do Senhor para o casamento: Que cada cônjuge seja fiel a pessoa com quem se casou! O Senhor deseja
abençoar grandemente as nossas famílias. No entanto, essa benção está condicionada a nossa obediência a sua palavra.
Desobedecer a palavra de Deus, definitivamente impede as bençãos Senhor e atrai as maldições (Dt 28.15). Portanto, a fidelidade
conjugal resulta em uma vida próspera e abençoada em família! “Há muitas bênçãos para o homem que ama e obedece ao Senhor,
andando sempre nos seus caminhos! Sua esposa será uma fonte de alegria na sua casa! Seus filhos serão fortes e cheios de saúde
como brotos de uma oliveira, reunidos à volta da mesa. Esta é a bênção que o Senhor dá ao homem que ama e obedece ao Senhor!”
(Sl 128.1,3,4) – (NBVP – Nova Bíblia Viva Português).

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BIBLIOGRAFIA

BÍBLIA. Português. Bíblia da Família ARC. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017. CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia.

ANDRADE, Claudionor de. Teologia e Filosofia. Vol. V. São Paulo: Hagnus, 2015.

Dicionário Teológico. CPAD.

VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.

Esboço da SEBD (IEADPE), 2015, Lição 09 do 1º trimestre - CPAD

Depto. de Família – IEADPE – 2024

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