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1- Contexto para plano de pesquisa

No século XXI, a sociedade experimentou uma transformação significativa com a


ascensão da tecnologia digital, especialmente a proliferação das redes sociais. Atualmente, é
praticamente impossível imaginar a vida sem a influência dessas plataformas, que se tornaram
parte intrínseca do cotidiano, particularmente entre crianças e adolescentes. Essa revolução
tecnológica trouxe consigo mudanças profundas nas interações sociais e, consequentemente,
no desenvolvimento psicossocial dessas faixas etárias.

Os avanços tecnológicos e a conectividade global proporcionaram oportunidades sem


precedentes para a comunicação, colaboração e compartilhamento de informações. No
entanto, também trouxeram desafios complexos, que vão desde conflitos familiares
decorrentes da falta de diálogo até problemas psicológicos como ansiedade, depressão e
dependência tecnológica. As redes sociais se tornaram um terreno fértil para a busca
incessante por validação, a construção de identidades online e o enfrentamento de pressões
sociais, como a obtenção de "curtidas" e seguidores. (SOUZA, KARLLA; DA CUNHA,
MÔNICA XIMENES CARNEIRO. 2019)

A juventude é particularmente vulnerável a essas influências, uma vez que está imersa
em um ambiente digital desde uma idade cada vez mais precoce. A exposição a conteúdo
inapropriado, como erotização, bem como o aumento do cyberbullying e da agressão verbal
nas redes sociais, são desafios adicionais enfrentados por crianças e adolescentes. (SOUZA,
KARLLA; DA CUNHA, MÔNICA XIMENES CARNEIRO. 2019)

Nesse contexto, a pesquisa sobre o impacto das redes sociais no desenvolvimento


psicossocial de crianças e adolescentes se torna uma necessidade urgente. Compreender as
dinâmicas das interações online e offline, explorar como as redes sociais afetam a
autoimagem, a autoestima e os relacionamentos interpessoais, e investigar os efeitos
psicológicos do uso excessivo e inadequado dessas plataformas são objetivos cruciais.

2- Problemática
Uma tela não é capaz de estimular o desenvolvimento dos sentidos, como a
compreensão da forma, profundidade e cheiro. Além disso, a exposição a conteúdos
inadequados ou violentos pode afetar negativamente o comportamento e a saúde emocional da
criança.
Nesta idade, as crianças devem ser estimuladas a brincar, ler livros, interagir com
outras pessoas e explorar o mundo ao seu redor de maneira segura e supervisionada por um
adulto.
Em geral, também temos observado um elevado número de crianças com a sua própria
página nas redes sociais. A recomendação médica é utilizar estas plataformas somente a partir
dos 16 anos.
Na faixa etária de 11 a 15 anos, ainda está em formação o córtex pré-frontal e,
consequentemente, não está completa a plena capacidade de julgamento. Nesta idade, as
crianças começam a pensar de forma mais lógica e sistemática, entretanto ainda tendem a crer
que tem controle sobre o mundo ao seu redor. O uso precoce de mídias sociais em crianças e
adolescentes pode levar a uma autoimagem distorcida e a problemas de saúde mental. As
plataformas sociais estimulam uma cultura de comparação constante, o que pode levar a uma
pressão psicológica para se conformarem a padrões irreais de beleza e sucesso.
A busca constante por validação social nas mídias sociais pode levar a um
distanciamento da vida real, dificultando a construção de relacionamentos significativos e
saudáveis. Inúmeros filtros e um recorte da realidade colocam o seu filho em um palco
perigoso de idealização.
É importante que as crianças e adolescentes aprendam a valorizar sua individualidade
e a se concentrar no desenvolvimento pessoal (autoconhecimento e aceitação) em vez de se
comparar constantemente a outras pessoas nas mídias sociais.
Eles devem ser estimulados a praticar atividades de lazer que promovem a
autoexpressão e a criatividade (como esportes off-line e tarefas artísticas) e estimulam
autoestima, autoconhecimento, socialização e comunicação interpessoal.
Existe um fator de correlação muito alto entre o uso excessivo de telas entre crianças e
adolescentes e outros transtornos de saúde mental como depressão, pânico, ansiedade e
transtornos alimentares. Isso acontece porque mídias sociais, games ou internet em excesso
podem gerar prejuízos no sono, falta de atividade física, isolamento social, dificuldades de
expressão e linguagem, além da exposição a conteúdos violentos ou perturbadores.

3- Pressuposto
Atualmente, a internet e as redes sociais digitais desempenham um papel significativo
no cotidiano de milhões de pessoas, inclusive das crianças e adolescentes. Essa mudança
agregou pontos positivos já que tais mudanças trouxeram boas e significativas contribuições
para a sociedade por meio de uma relação contínua entre as formas como as pessoas pensam e
agem nos mais diversos aspectos da vida. No entanto, se a internet é vista como facilitadora
da busca de identidade e individualidade, por outro lado, é por meio desses ambientes que as
crianças adolescentes ficam mais susceptíveis a malefícios decorrentes de comportamentos
inadequados em resposta às pressões e atrações dessas plataformas aliadas ao uso exagerado.
As principais alterações biopsicossociais relacionadas ao uso excessivo de internet por
jovens encontradas, foram: influência nas atividades cotidianas, dificuldade para socialização
e predisposição à solidão, prejuízo acadêmico, aumento do sedentarismo, associação com
depressão e ansiedade, sendo os adolescentes o grupo de maior vulnerabilidade à dependência
da internet. Partindo da hipótese de que as mudanças no comportamento dos adolescentes, em
particular, são causadas pelo uso das novas tecnologias, que se conectam e interagem por
meio das redes sociais, defende-se a necessidade de compreender essas interações para
orientar esses jovens quanto ao uso responsável dessas ferramentas.

4- Metodologia
O presente trabalho irá utilizar a abordagem de pesquisa qualitativa que estuda
aspectos subjetivos de fenômenos sociais e do comportamento humano. Os objetos de uma
pesquisa qualitativa são fenômenos que ocorrem em determinado tempo, local e cultura.
Aborda temas que não podem ser quantificados em equações e estatísticas. Ao contrário,
estudam-se os símbolos, as crenças, os valores e as relações humanas de determinado grupo
social. A abordagem qualitativa exige um estudo amplo do objeto de pesquisa, considerando o
contexto em que ele está inserido e as características da sociedade a que pertence

5- Resultados Esperados
Com o crescente avanço das tecnologias, principalmente as relacionadas com os meios
de comunicação, é fácil notar o quão entrelaçado está o nosso cotidiano com as redes sociais.
Aplicativos como o Instagram e o Tik Tok se tornaram presentes em todos os celulares e são
utilizados por todo mundo, desde adulto até crianças.
Espera-se deste projeto a obtenção de dados acerca do impacto das redes sociais nas
vidas das crianças e adolescentes, em como seu uso possui influência nas personalidades e
costumes de cada uma. Com todos os dados obtidos, almeja-se contribuir para uma melhor
decisão acerca do uso de rede sociais por menores, com objetivo de ajudar em um melhor
caminho do desenvolvimento humano. É de acreditar que este projeto terá um impacto sobre a
visão da interferência do rápido avanço tecnológico com a vida e sociedade humana.

6- Objetivos Gerais
Identificar e analisar os principais impactos das redes sociais no cotidiano e na
personalidade de crianças e adolescentes.

7- Objetivos Específicos
 Analisar traços da personalidade de crianças e adolescentes que foram
moldados a partir do uso das redes sociais, como extroversão, introversão,
ansiedade etc.
 Identificar mudanças de comportamento no âmbito social após o início do uso
das redes sociais.
 Analisar a rotina de crianças que usam redes sociais e compará-las com as de
quem não usa.

Bibliografia
Karlla Souza, M. X. (2019). IMPACTOS DO USO DAS REDES SOCIAIS VIRTUAIS NA
SAÚDE MENTAL DOS ADOLESCENTES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA
LITERATURA. Revista Educação, Psicologia e Interfaces, 204-2017.

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