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FACULDADE ANHANGUERA DE NEGÓCIOS E

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - FACNET

ELETRICIDADE APLICADA

ÁGUAS CLARAS, OUTUBRO DE 2019.


FACULDADE ANHANGUERA DE NEGÓCIOS E
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - FACNET

Acadêmico:

Ari Cardoso da Silva RA: 250624213860

ÁGUAS CLARAS, OUTUBRO DE 2019.


FACULDADE ANHANGUERA DE NEGÓCIOS E
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - FACNET

ELETRICIDADE APLICADA

Atividade apresentada a Faculdade


Anhanguera de Negócios e Tecnologias da
Informação – FACNET do curso de
Engenharia Elétrica, na disciplina de
Eletricidade Aplicada sob orientação do
Professor Valdone de Carvalho com a
finalidade de obtenção de nota avaliativa.

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RESUMO

O sistema elétrico tem a função de fornecer energia elétrica aos usuários, grandes e
pequenos, com a qualidade adequada, no instante em que for solicitada. No Brasil, face ao
grande potencial hídrico existente, predomina a produção de energia elétrica pela transformação
de energia hidráulica em usinas hidrelétricas, que de modo geral, estão afastadas dos centros de
consumo. Desta forma, para que a energia elétrica chegue ao seu destino final, ela precisa
percorrer um longo caminho cheio de transformações. Afinal um dos princípios básicos da
física determina que a energia não é criada e sim transformada.

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ÍNDICE
1. PRINCÍPIO DA CORRENTE ALTERNADA ................................................................... 6
1.1 VANTAGEM DA CORRENTE ALTERNADA ................................................................ 6
1.2 SENÓIDE ............................................................................................................................ 8
1.3 VALORES DE PICO, PICO-A-PICO, MÉDIO E EFICAZ ............................................. 10
2. FASORES ......................................................................................................................... 13
2.1 FORMA RETANGULAR:................................................................................................ 15
2.2 FORMA POLAR:.............................................................................................................. 15
3. CIRCUITOS MONOFÁSICOS ........................................................................................ 17
4. CIRCUITOS RLC ............................................................................................................. 18
4.1 CIRCUITO RLC SÉRIE ................................................................................................... 19
4.1 CIRCUITO RLC PARALELO ......................................................................................... 23
5. POTÊNCIA E FATOR DE POTÊNCIA .......................................................................... 24
5.1 ÂNGULO DE DEFASAGEM .......................................................................................... 25
5.2 FATOR DE POTÊNCIA ................................................................................................... 27
5.3 FATOR DE POTÊNCIA: REGULAMENTAÇÃO E LEGISLAÇÃO ATUAL .............. 30
5.4 CORREÇÃO DE FATOR DE POTÊNCIA ...................................................................... 32
6. GERADORES E MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA ..................................... 35
6.1 GERADORES DE CORRENTE ALTERNADA ............................................................. 36
6.2 MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA...................................................................... 38
7. TRANSFORMADORES .................................................................................................. 39
7.1 INSTALÇÃO DE TRANSFORMADORES DE CORRENTE: OS CUIDADOS E A
SEGURANÇA................................................................................................................... 42
8. SISTEMAS TRIFÁSICOS................................................................................................ 42
9. POTÊNCIA EM CARGAS TRIFÁSICAS EQUILIBRADAS ........................................ 44
9.1 CARGAS TRIFÁSICAS BALANCEADAS .................................................................... 44
10. EQUIPAMENTOS DE MANOBRA, PROTEÇÃO E MEDIÇÃO .................................. 46
10.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ................................................................ 46
10.2 EQUIPAMENTO DE MANOBRA ................................................................................ 48
11. APLICAÇÃO PRÁTICA .................................................................................................. 49

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1. PRINCÍPIO DA CORRENTE ALTERNADA


A corrente alternada (CA ou AC - do inglês alternating current), é uma corrente
elétrica cujo sentido varia no tempo, ao contrário da corrente contínua cujo sentido permanece
constante ao longo do tempo. A forma de onda usual em um circuito de potência CA é senoidal.
Por ser uma forma de transmissão de energia mais eficiente, normalmente a CA é o tipo de
corrente que chega nas residências. Entretanto, em certas aplicações, diferentes formas de ondas
são utilizadas, tais como triangular ou ondas quadradas. Enquanto a fonte de corrente contínua
é constituída pelos polos positivo e negativo, a de corrente alternada é composta por fases (e,
muitas vezes, pelo fio neutro).

.
1.1 - VANTAGEM DA CORRENTE ALTERNADA
O uso da corrente contínua tem suas vantagens, como por exemplo, a facilidade de
controle de velocidade de motores C.C. Porém a C.C. possui problemas quando se trata de
transporte de energia à grandes distâncias. Ao se transportar energia à uma certa distância,
haverá uma queda de tensão devido à resistência do condutor. Para sanar este problema existem
2 soluções:

• 1 – Aumentar a área de secção reta do condutor, diminuindo assim sua resistência;

L
R=ρ
A

• 2– Elevar a tensão da energia transportada (diminui corrente);

Problema de aumentar área da secção do condutor:

– Aumento do custo (mais cobre);

– Construção de suporte para fio mais grosso e pesado;

A solução que resta é aumentar a tensão, diminuindo a corrente e assim a queda de tensão
no fio. Ao chegar ao seu destino a tensão deve ser abaixada novamente para uso. Para se elevar
e abaixar a tensão, é necessário se trabalhar com transformadores de tensão os quais só
trabalham com corrente alternada. O fator chave para o uso em larga escala da corrente
alternada se deve ao fato da facilidade de transporte oferecido por este tipo de corrente.

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A corrente alternada surgiu pela primeira vez, em 1832, quando o francês Hippolyte
Pixii aplicou o princípio de indução electromagnética de Michael Faraday. Nikola Tesla e
outros cientistas, anos depois da invenção da corrente alternada, melhoraram enormemente o
sistema de distribuição de corrente alternada e inovações que tornaram o seu uso prático. Nikola
Tesla foi contratado por J. Westinghouse para construir uma linha de transmissão
entre Niágara e Buffalo, em NY. Thomas Edison, que defendia e empregava a corrente contínua
em seus experimentos, fez o possível para desacreditar Tesla, mas sem sucesso. O sistema
polifásico acabou por prevalecer, pelas vantagens inegáveis de custo, praticidade e eficiência
em relação à corrente contínua. A Corrente Alternada é a forma mais eficiente de se transmitir
uma corrente elétrica por longas distâncias, algo em que a corrente contínua é extremamente
limitada, o que acarretaria custos incomparavelmente maiores para ser empregada. Na corrente
alternada, os elétrons invertem o seu sentido várias vezes por segundo.

A corrente alternada foi adotada para transmissão de energia elétrica a longas distâncias
devido à facilidade relativa que esta apresenta para ter o valor de sua tensão alterada por
intermédio de transformadores. Além disso as perdas em CA são bem menores que em CC. No
entanto, as primeiras experiências e transmissões foram feitas com Corrente contínua (CC). É
hoje sabido que a transmissão de corrente alternada a longas distâncias é mais vantajosa, porém
no que concerne ao funcionamento de aparelhos electrónicos é preferível a conversão para
Corrente contínua (CC).

Na primeira metade do século XX havia sistemas de corrente alternada de 25 Hz


no Canadá (Ontário) e no norte dos Estados Unidos. Em alguns casos, estes sistemas (por
exemplo, nas Cataratas do Niágara) perduram até hoje por conveniência das fábricas industriais
que não tinham interesse em trocar o equipamento para que operasse a 60 Hz. As baixas
frequências facilitam a construção de motores de baixa rotação, já que esta é diretamente
proporcional à frequência.

Há também sistemas de 16,67 Hz em ferrovias da Europa (Suíça e Suécia). Sistemas CA de 400


Hz são usados na indústria têxtil, aviões, navios, naves espaciais e em grandes computadores.

Na maioria dos países da América, inclusive Brasil e EUA, a frequência da rede elétrica é de
60 Hz. Na Europa, inclusive em Portugal, é usada a frequência de 50 Hz. A frequência de 50

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Hz também é usada em alguns países da América do Sul, como por exemplo a Argentina,
a Bolívia, o Chile e o Paraguai.

1.2 SENÓIDE

Um senoide ou sinusoide - também chamado de onda seno, onda senoidal, ou onda


sinusoidal - é uma curva matemática que descreve uma oscilação repetitiva suave, sendo
esta uma onda contínua. É nomeada após a função seno, apresentada no gráfico. Ocorre
frequentemente em matemática pura e aplicada, bem como física, engenharia, processamento
de sinais e em muitos outros campos. A sua forma mais básica como função do tempo (t) é

Onde:

• A = a amplitude, o desvio de pico da função de zero.


• f = a frequência normal, o número de oscilações (ciclos) que ocorrem cada segundo de
tempo.
• ω = 2πf, a frequência angular, a taxa de mudança do argumento da função em unidades de
radianos por segundo.
• φ = a fase, especifica (em radianos) onde em seu ciclo a oscilação está em t = 0.
o Quando φ é diferente de zero, toda a forma de onda parece ser deslocada no tempo pela
quantidade φ / ω segundos. Um valor negativo representa um atraso, e um valor positivo
representa um adiantamento.

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Em geral, a função também pode ter:

Uma variável espacial x que representa a posição na dimensão em que a onda se propaga
e um parâmetro característico k chamado número de onda (ou número de onda angular), que
representa a proporcionalidade entre a frequência angular ω e a velocidade linear (velocidade
de propagação) Ν

Uma amplitude central não-zero, D

, Se a onda está se movendo para a direita ou


esquerda.

O número da onda é relacionado à frequência angular por

Onde:

• λ é o comprimento de onda
• f é a frequência
• c é a velocidade de propagação.

equação dá uma onda senoidal para uma única dimensão; Assim, a equação generalizada
dada acima dá o deslocamento da onda em uma posição x no tempo t ao longo de uma única
linha. Isso poderia, por exemplo, ser considerado o valor de uma onda ao longo de um fio.

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Em duas ou três dimensões espaciais, a mesma equação descreve uma onda plana
itinerante se a posição x eo número de onda k forem interpretados como vetores e seu produto
como produto ponto. Para ondas mais complexas, como a altura de uma onda de água em uma
lagoa depois de uma pedra ter sido descartada, são necessárias equações mais complexas

A imagem desta onda ocorre naturalmente na natureza, como podemos observar


nas ondas do mar, do som e da luz.Uma onda cosseno também é considerada sinusoidal, visto
que ela possui o mesmo formato porém está defasada com relação à onda seno no eixo
horizontal:

O ouvido humano pode reconhecer ondas seno simples pois elas soam "limpas" e "claras"
para nós, alguns sons que se assemelham a uma onda seno são o som do diapasão e a vibração
de um vidro de cristal ao se passar um dedo molhado sobre seu gargalo.

Para o ouvido humano, um som que é constituído por mais de uma onda seno terá uma aparência
"barulhenta" ou possuirá harmônicas detectáveis.

1.3 VALORES DE PICO, PICO-A-PICO, MÉDIO E EFICAZ


O valor de pico (Vp ou A) de uma forma de onda senoidal é a própria amplitude do vetor,
ou seu próprio módulo, que corresponde ao máximo valor atingido pela forma de onda. Desse
modo, podemos destacar duas outras grandezas: o valor de pico negativo e o valor de pico
positivo. Quando a senóide é simétrica em relação ao eixo x, esses valores são idênticos com
sinais opostos.

O valor de pico-a-pico (Vpp) é o valor correspondente entre o pico superior e o pico


inferior e é exatamente o dobro do valor de pico numa onda senoidal simétrica.

Vpp=2.Vp

Como a tensão (ou corrente) alternadas variam de um pico máximo positivo a um


negativo, o Valor Médio (Vm) do sinal em um período seria nulo. Logo, o valor médio não
pode ser usado.

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Como a tensão (ou corrente) alternadas variam de um pico máximo positivo a um


negativo, o Valor Médio (Vm) do sinal em um período seria nulo. Logo, o valor médio não
pode ser usado.

O valor utilizado é conhecido como Valor Eficaz (Vef) ou Valor RMS (Root Mean Square,
Vrms), que por definição é o valor da tensão ou corrente que se equivale a um valor de tensão
ou corrente CC positiva que produz a mesma dissipação de potência em um dado resistor R.

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O valor eficaz de uma função é frequentemente usado na física e na eletrônica. Por


exemplo, nós podemos calcular a Potência P dissipada por um condutor elétrico de
resistência R. Ela é fácil de se calcular quando uma corrente constante (I) percorre o condutor,
que é simplesmente:

• (4) P = I² R
ou, considerando uma tensão eléctrica V, é aplicada a uma resistência R, fica:

• (5) P = V² R
Mas e se a corrente é uma função I(t) que varia seu valor no tempo? É neste momento que se
utiliza o valor eficaz. Neste caso, pode-se substituir o valor da corrente constante I pelo valor
eficaz da função I(t) na equação acima para se obter a potência dissipada média, assim:

• (6) P = I²rms R
Alternativamente, se a tensão é uma função V(t) que varia seu valor no tempo, a potência
dissipada média é dada pela equação:

• (7) P = V²rms R
No caso comum da corrente alternada, quando I(t) é uma corrente senoidal, tal como se
verifica na energia eléctrica distribuída na rede pública, o valor RMS é fácil de calcular a partir
da equação (2) acima indicada. O resultado é:

• (8)
ou, no caso da tensão:

• (9)

em que Ip e Vp são os valores de pico (amplitude).

O valor RMS pode ser calculado usando a equação (2) para qualquer forma de onda, por
exemplo, um sinal de áudio ou de rádio. Assim, podemos calcular a potência média fornecida
a uma carga específica. Por esta razão, as tensões indicadas em tomadas de energia e
equipamentos eléctricos, (127V ou 220V) são os valores RMS e não os valores de pico
(amplitudes).

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No campo de áudio, potência média é frequentemente (e de forma errada)


designada potência RMS. Isto deve-se provavelmente derivado de Tensão RMS ou corrente
RMS. Além disso, como o valor RMS implica alguma forma de valor médio, expressões como
"potência RMS de pico", frequentemente utilizadas em anúncios de amplificadores de áudio,
não têm qualquer significado.

2. FASORES

Fasores, são na realidade vetores que giram e uma determinada velocidade em um círculo
trigonométrico, dando origem as funções senoidais. Então toda função senoidal pode ser
representada por um fasor. A representação fasorial é simples, apesar de se basear na teoria dos
números complexos. Lembre-se que toda função senoidal pode ser escrita por:

Quando colocamos esta função em um círculo trigonométrico, e a fazemos girar com uma
velocidade angular ω , temos a função senoidal originada. Observe a figura 3.13.

Observe que o fasor foi colocado inicialmente na posição φ = 30º , que corresponde a
fase inicial. Se a fase inicial fosse zero φ = 0º , teríamos a situação da figura 3.14.

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Observe também que o tamanho do fasor é exatamente igual ao máximo atingido pela
função, ou seja, sua amplitude. A representação algébrica da notação fasorial é baseada na
teoria dos números complexos, porém iremos fazer uma simplificação da teoria, utilizando a
análise vetorial com um pouco de trigonometria para entendermos as operações com fasores.
Para isto vamos definir dois eixos (figura 3.15), um Real (eixo horizontal) e um Imaginário
(eixo vertical). Estes dois eixos formam o que chamamos matematicamente do plano complexo
ou plano imaginário.

A representação de um fasor no plano complexo é muito simples, basta transladarmos o


fasor do circulo trigonométrico para o plano complexo, atentos à fase inicial do fasor. Observe
a figura 3.16.

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No plano complexo o fasor pode ser representado por um número complexo Z, que
possui uma parte Real a, e uma parte imaginária b. Podemos também representá-lo através de
seu módulo (tamanho do fasor) e seu ângulo (fase do fasor). Esta duas formas de representação
dão origem as formas retangular e polar de se representar um número complexo discriminadas
a seguir.

2.1 FORMA RETANGULAR:


Na forma retangular o número complexo (nosso fasor) é representado a seguinte forma:
Z = {parte real} + j {parte imaginária}. Observe que o termo j representa na teoria dos números

complexos a raiz de −1 , porém em nosso estudo, somente será utilizado para identificar a
parte imaginária de uma notação fasorial.

2.2 FORMA POLAR:


Na forma polar o número complexo (nosso fasor) é representado da seguinte forma:

Onde ∣Z∣ representa o módulo do número complexo, ou seja, o comprimento do fasor, e


representa a fase inicial do fasor.
Um número complexo Z qualquer, pode ser representado tanto em sua forma
retangular, como em sua forma polar, e a transformação de uma forma para outra não passa
de uma simples transformação trigonométrica. Observe a figura 3.17.

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O nosso número complexo Z pode ser representado pela sua forma polar, sendo então:

Observe que a (parte Real) e b (parte Imaginária) são os catetos de um triângulo


retângulo e Z (módulo do fasor) a hipotenusa. Sendo assim, aplicando um pouco de
trigonometria, teremos:
A parte Real a do número complexo como sendo a projeção horizontal do fasor, dada
por:

Já a parte Imaginária b pode ser calculada como sendo a projeção vertical do fasor, dada
por:

Podemos também fazer o contrário, aplicando o Teorema de Pitágoras, podemos


calcular o módulo Z do número complexo, ou fasor, conhecendo suas partes Real e Imaginária.
Então:

Já a fase pode ser obtida através da função trigonométrica tangente, pois:

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3. CIRCUITOS MONOFÁSICOS

Um circuito monofásico é um circuito que é constituído apenas de uma fase elétrica e


um neutro, devendo também possuir um condutor de equipotencialização chamado de "terra",
no entanto, apesar da palavra "monofásico" (mono = um) fazer referência a um circuito com
apenas uma fase, é comum no meio técnico a denominação monofásico para os motores
elétricos que não são trifásicos, ou seja, denominam-se motor monofásico os motores que
funcionam com menos de três fases, mesmo que utilize duas fases ao invés de uma, porém, o
correto do ponto de vista da terminologia normalizada é: Trifásico, quando circuito a três fases,
Bifásico, quando circuito a duas fases, e monofásico, quando circuito com apenas uma fase.

O fornecimento de energia para os inúmeros estabelecimentos residenciais, comerciais


e industriais pode ser feito por meio de sistemas monofásicos, bifásicos ou trifásicos. A
utilização de cada sistema de transmissão ocorre a partir do tipo de estabelecimento que
receberá a energia elétrica e da potência total dos equipamentos elétricos ligados à rede.

Sistema monofásico

No sistema monofásico, a rede é construída com dois fios: uma fase e um neutro. A tensão
elétrica máxima que pode ser ofertada por esse sistema é de 127 V. Redes monofásicas são
instaladas somente quando a soma das potências de todos os equipamentos de uma residência
atinge um valor máximo de 8 kw (8000 watts).

Quando utilizar circuito Mono, Bi, ou Trifásico?

Um sistema monofásico é formado por dois condutores, um FASE e um NEUTRO;

• O sistema bifásico é formado por duas FASES e um NEUTRO;


• E o sistema trifásico é formado por três FASES e o NEUTRO.

Mas como saber de qual sistema preciso?

1 PASSO – Necessidade de cargas especiais, por exemplo:

• Ar condicionado em média – 220v


• Possui Motor trifásico – logo a alimentação deve ser trifásica.

2 PASSO – Carga instalada no imóvel.

Soma todas as cargas, descobre a demanda e procura na norma da concessionária qual


alimentação irá lhe atender.

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4. CIRCUITOS RLC

Um circuito RLC (também conhecido como circuito ressonante ou circuito aceitador) é


um circuito elétrico consistindo de um resistor (R), um indutor (L), e um capacitor (C),
conectados em série ou em paralelo. O circuito RLC é chamado de circuito de segunda
ordem visto que qualquer tensão ou corrente nele pode ser descrita por uma equação
diferencial de segunda ordem.

Um circuito RLC de segunda ordem possui dois elementos armazenadores de energia –


um indutor (L) e um capacitor (C) – e um elemento dissipador (R). Por esta razão seus modelos
matemáticos são equações diferenciais, modelo no domínio do tempo, e função de
transferência, modelo no domínio da frequência, de segunda ordem. O circuito RLC de segunda
ordem mais conhecido é aquele conectado em série, como o da figura a seguir.

Caso você queira recordar as características destes circuitos, você pode examinar
o Objeto Educacional Circuito RLC Série e o Objeto Simulador Circuito RLC Série.
Porém, existem outras maneiras de conectar os três elementos. Uma outra bastante conhecida é
aquela em que os três elementos são conectados em paralelo entre si e com a fonte. Esta forma
é chamada de Circuito RLC Paralelo de Segunda Ordem e não está no escopo deste objeto.
Este objeto tem por foco as três formas representadas nas figuras que seguem.

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4.1 CIRCUITO RLC SÉRIE

Considere-se o caso restrito de superfícies planas (“placas”) ou de linhas (“arames”)


no plano. No caso duma placa, subdividindo-a em N pequenos elementos cuja posição é
descrita por (xi, yi) e cujo peso é dado por ΔPi, o peso total P da placa é:

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Saber a resposta natural do circuito RLC em série é um conhecimento necessário para estudos
futuros nas áreas de projeto de filtros e de redes de comunicação. Consideremos o circuito RLC
em série mostrado na Figura 8.8. O circuito é excitado pela energia inicialmente armazenada
no capacitor e indutor, representada
pela tensão inicial V no capacitor e pela corrente inicial I no indutor.
Portanto, em t = 0,

Aplicando a LKT no circuito da Figura 8.8,

Para eliminar a integral, diferenciamos em relação a t e reorganizamos os termos, Obtendo

Esta é uma equação diferencial de segunda ordem e é o motivo para os circuitos


RLC neste capítulo serem chamados circuitos de segunda ordem. Nosso
objetivo é resolver a Equação (8.4). E para resolvermos uma equação diferencial
de segunda ordem como esta, é necessário termos duas condições iniciais:
o valor inicial de i e sua primeira derivada ou os valores iniciais de alguma i
e v. O valor inicial de i é dado na Equação (8.2b). Obtemos o valor inicial da
derivada de i a partir das Equações (8.2a) e (8.3); isto é,

ou

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Com as duas condições iniciais nas Equações (8.2b) e (8.5), agora podemos resolver a
Equação (8.4). Nossa experiência no capítulo anterior sobre
circuitos de primeira ordem nos sugere que a solução é na forma exponencial. Portanto, façamos

onde A e s são constantes a serem determinadas. Substituindo a Equação (8.6)


na Equação (8.4) e realizando as diferenciações necessárias, obtemos
ou

Já que i = Aest é a solução pressuposta de que estamos tentando encontrar,


apenas a expressão entre parênteses pode ser zero:

Esta equação quadrática é conhecida como equação característica da Equação


diferencial (8.4), uma vez que as raízes da equação ditam as características
básicas de i. As duas raízes da Equação (8.8) são

Uma forma mais condensada de expressar as raízes é:

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As raízes s1 e s2 são chamadas frequências naturais, medidas em nepers


por segundo (Np/s), pois estão associadas à resposta natural do circuito; v0 é
conhecida como frequência ressonante ou estritamente como a frequência natural
não amortecida expressa em radianos por segundo (rad/s); e a é a frequência
de neper ou fator de amortecimento expresso em nepers por segundo.
Em termos de a e v0, a Equação (8.8) pode ser escrita como segue

As variáveis s e v0 são valores importantes que discutiremos ao longo do texto.


Os dois valores de s na Equação (8.10) indicam que há duas soluções possíveis
para i, cada uma das quais na forma da solução pressuposta na Equação
(8.6); isto é,

Uma vez que a Equação (8.4) é uma equação linear, qualquer combinação das duas
soluções distintas i1 e i2 também é uma solução para a Equação (8.4). E uma solução completa
ou total dessa equação exigiria, portanto, uma combinação linear de i1 e i2. Consequentemente,
a resposta natural do circuito RLC em série é

onde as constantes A1 e A2 são determinadas a partir dos valores iniciais i(0) e


di(0)/dt nas Equações (8.2b) e (8.5). Da Equação (8.10), podemos inferir que existem três tipos
de soluções:
1. Se a 7 v0, temos o caso de amortecimento supercrítico.
2. Se a = v0, temos o caso de amortecimento crítico.
3. Se a 6 v0, temos o caso de subamortecimento.

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4.1 CIRCUITO RLC PARALELO

Circuitos RLC em paralelo têm diversas aplicações, como em projetos de filtros e redes
de comunicação. Consideremos o circuito RLC em paralelo mostrado na Figura 8.13.
Suponha que a corrente inicial I0 no indutor e a tensão inicial V0 no capacitor sejam

Uma vez que os três elementos estão em paralelo, eles possuem a mesma tensão v
neles. De acordo com a regra de sinais (passivo), a corrente está entrando em cada elemento,
isto é, a corrente através de cada elemento está deixando o nó superior. Portanto, aplicando a
LKC ao nó superior fornece

Extraindo a derivada em relação a t e dividindo por C resulta em

Obtemos a equação característica substituindo a primeira derivada por s e a segunda


por s2. Seguindo o mesmo raciocínio usado ao estabelecer das Equações (8.4) a (8.8), a
equação característica é obtida como

As raízes da equação característica são

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Os nomes desses termos permanecem os mesmo que, anteriormente, já que


desempenham o mesmo papel na solução. Repetindo, há três soluções possíveis, dependendo
se a 7 v0, a = v0 ou a 6 v0.

5. POTÊNCIA E FATOR DE POTÊNCIA

Com o advento das Leis de Faraday e de Lenz, o sucesso dos projetos de transmissão
de energia em corrente alternada e o uso difundido desta técnica para as mais diversas tarefas
tornavam-se inevitáveis. Motores, refrigeradores, transformadores, fornos a arco, reatores e
eletrodomésticos em geral (equipamentos basicamente construídos a partir de indutores) foram
responsáveis pela reinvenção da indústria e pelo requinte no conforto das residências.
Porém, o uso maciço destes equipamentos começou a ser causa de preocupação: uma
considerável parcela da energia consumida por estes equipamentos destina-se pura e
simplesmente à magnetização do núcleo Ferro-Magnético. Começavam-se os primeiros relatos
sobre fator de potência (FP).

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5.1 ÂNGULO DE DEFASAGEM

Um Resistor tem funcionamento semelhante em corrente contínua e alternada. A forma


de onda da corrente passante por ele tem a mesma forma da onda de tensão, independente da
frequência ou do tipo de onda.

Figura 1: Exemplo de Circuito Resistivo. A forma de onda da tensão é idêntica e em fase com
a forma de onda de corrente. Como já observado, elementos armazenadores de energia
(capacitores e indutores) não mantêm iguais formas de onda de tensão e corrente.
Os indutores, devido à necessidade de energia para a criação do campo magnético circulante
no núcleo, atrasam a corrente em relação a tensão, a exemplo dos capacitores, que atrasam a
tensão em relação a corrente, na necessidade da criação do campo elétrico variável.

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Figura 2: Exemplo de Circuito puramente Capacitivo. A forma de onda de corrente se encontra


adiantada 90° (ocorre 90° antes) em relação à forma de onda da tensão.

Figura 3: Exemplo de Circuito puramente Indutivo. A forma de onda de corrente se encontra


atrasada 90° (ocorre 90° depois) em relação à forma de onda da tensão.

Define-se Ângulo de Defasagem (θ) o ângulo de diferença de fase entre tensão e corrente. No
caso do Circuito:
Resistivo (Figura 1): θ = 0°;
Capacitvo (Figura 2): θ = -90°;
Indutivo (Figura 3): θ = 90°.
Vale ressaltar aqui que capacitores e indutores, nas suas estruturas elementares, não
realizam nenhum tipo de trabalho: a corrente consumida por eles é apenas utilizada para criação
dos campos elétrico e magnético, respectivamente.

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5.2 FATOR DE POTÊNCIA

Em corrente alternada perfeitamente senoidal, define-se fator de potência como sendo o


cosseno do ângulo de defasagem entre tensão e corrente.

Equação 1

Assim, para o Circuito:

• Resistivo (Figura 1): FP = cos(0°) = 1 (transformação de toda a energia consumida em trabalho,


no caso, calor);
• Capacitvo (Figura 2): FP = cos(-90°) = 0 (energia consumida não convertida em trabalho);
• Indutivo (Figura 3): FP = cos(90°) = 0 (energia consumida não convertida em trabalho).
O fator de potência é uma ferramenta muito útil para saber qual parcela da potência consumida
está de fato realizando algum tipo de trabalho. Neste conceito, cabe a definição de mais três
grandezas:
• Potência Aparente (S): Potência Total consumida, dada em VA (Volt-Ampére);
• Potência Ativa (P): Potência que efetivamente realiza trabalho, dada em W (Watts);
• Potência Reativa (Q): Potência responsável pela criação dos Campos Magnéticos e/ou Elétricos,
dada em VAr (Volt-Ampére Reativo).
Essas diferentes modalidades de Potência estão relacionadas entre si pelo Triângulo de
Potências, que é organizado no plano mostrado abaixo:

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Figura 4: Plano de disposição do Triângulo de Potências. As componentes reativas resultantes


da atuação de indutores devem ser dispostas no eixo vertical superior enquanto que
componentes reativas resultantes da atuação de capacitores devem ser dispostos no eixo vertical
inferior. As componentes ativas, realizadores de algum tipo de trabalho, devem ser dispostas
no eixo horizontal.

Exemplificando como dispor as Potências no plano descrito e estabelecer o Triângulo de


Potências, considere o circuito da figura 32.

A partir de cálculos específicos, obteve-se os valores das potências dos três elementos do
circuito, lembrando que indutores e capacitores têm apenas componentes reativos de Potência,
e resistores têm apenas componentes Ativos.

Figura 5: Circuito RLC.

• QC (Potência Reativa resultante da ação do Capacitor) = 18959 VAr capacitivo;


• QL (Potência Reativa resultante da ação do Indutor) = 26972 VAr indutivo;
• PR (Potência Ativa resultante da ação do Resistor) = 7154 W;
Assim, temos a seguinte disposição no plano:

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Figura 6: Disposição das Potências Reativas e Ativa no plano. A Potência Reativa resultante é
a diferença entres as Potências Reativas Indutiva e Capacitiva. Este é o princípio da Correção
de Fator de Potência.

A Potência Aparente (Potência total consumida) é a soma vetorial entre Potência Ativa e
Reativa, como descrito na figura 7.

Figura 7: Obtenção da Potência Aparente.

Não coincidentemente, percebe-se que o ângulo entre a Potência Aparente e a Potência


Ativa é exatamente igual ao ângulo de Defasagem entre a tensão da fonte e a corrente do circuito
RLC (Figura 5). Portanto é fácil concluir que quanto mais próximo de 0° for o ângulo de
defasagem, mais eficiente será a utilização da energia consumida e maior será o Fator de
Potência do Circuito.
Para o exemplo em questão, temos que:

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Considere-se uma superfície de área A que tem um momento de inércia Ix


relativamente ao eixo x. Imagine-se que se concentra esta superfície numa faixa estreita
paralela ao eixo x. Se se pretender que a superfície assim concentrada tenha o mesmo
momento de inércia em relação a x, a faixa deverá ser colocada a uma distância i x, tal
que:

À distância i x chama-se raio de giração.

5.3 FATOR DE POTÊNCIA:


REGULAMENTAÇÃO E LEGISLAÇÃO ATUAL

Em conformidade com o estabelecido pelo Decreto No 62.724 de 17 de maio de 1968


e com a nova redação dada pelo Decreto No 75.887 de 20 de junho de 1975, as
concessionárias de energia elétrica adotaram, desde então, o fator de potência de 0,85 como
referência para limitar o fornecimento de energia reativa.

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O Decreto No 479, de 20 de março de 1992, reiterou a obrigatoriedade de se manter o


fator de potência o mais próximo possível da unidade (1,00), tanto pelas concessionárias
quanto pelos consumidores, recomendando, ainda, ao Departamento Nacional de Águas
e energia elétrica – DNAEE – o estabelecimento de um novo limite de referência para o fator
de potência indutivo e capacitivo, bem como a forma de avaliação e de critério de faturamento
da energia reativa excedente a esse novo limite.
A nova legislação pertinente, estabelecida pelo DNAEE, introduziu uma nova forma de
abordagem do ajuste pelo baixo fator de potência, com os seguintes aspectos relevantes:
Aumento do limite mínimo do fator de potência de 0,85 para 0,92;
Faturamento de energia reativa excedente;
Redução do período de avaliação do fator de potência de mensal para horário, a partir
e 1996 para consumidores com medição horosazonal.
Com isso muda-se o objetivo do faturamento: em vez de ser cobrado um ajuste por
baixo fator de potência, como faziam até então, as concessionárias passam a faturar a
quantidade de energia ativa que poderia ser transportada no espaço ocupado por esse consumo
de reativo. Este é o motivo de as tarifas aplicadas serem de demanda e consumo de ativos,
inclusive ponta e fora de ponta para os consumidores enquadrados na tarifação horosazonal.
Além do novo limite e da nova forma de medição, outro ponto importante ficou
definido: das 6h da manhã às 24h o fator de potência deve ser no mínimo 0,92 para a energia
e demanda de potência reativa Indutiva fornecida (devido à predominância de cargas
indutivas ligadas neste horário), e das 24h até às 6h no mínimo 0,92 para energia e demanda
de potência reativa capacitiva recebida (devido ao desligamento de cargas indutivas e
conseqüente predominância e cargas capacitivas).
A ocorrência de excedente reativo é verificada pela concessionária através do fator de
potência mensal ou do fator de potência horário.
O fator de potência mensal é calculado com base nos valores mensais de energia ativa
(“kWh”) e energia reativa (“kVArh”). O fator de potência horário é calculado com base nos
valores de energia ativa (“kWh”) e de energia reativa (“kVArh”) medidos de hora em hora.
Assim, sempre que o fator de potência de uma determinada instalação estiver abaixo de 0,92,
a energia reativa consumida será faturada.
O aumento do fator de potência nas instalações consumidoras de energia traz
vantagens às concessionárias como:
• O Bloco de potência reativa deixa de circular no sistema de transmissão e distribuição;

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• Evita as perdas pelo efeito Joule;


• Aumenta a capacidade do sistema de transmissão e distribuição para conduzir o bloco de potência
ativa;
• Aumenta a capacidade de geração com intuito de atender mais consumidores;
• Diminui os custos de geração.
Causadores de baixo fator de potência em instalações elétricas são:

• Motores de indução trabalhando a vazio;


• Motores superdimensionados para sua necessidade de trabalho;
• Transformadores trabalhando a vazio ou com pouca carga;
• Reatores de baixo fator de potência no sistema de iluminação;
• Fornos de indução ou a arco;
• Máquinas de tratamento térmico;
• Máquinas de Solda;
• Nível de tensão acima do valor nominal provocando um aumento do consumo de energia reativa.

5.4 CORREÇÃO DE FATOR DE POTÊNCIA


A Correção do Fator de Potência consiste no acréscimo de elementos que produzirão
Potência Reativa Contrária à Potência Reativa notada no Circuito em que se deseja efetuar a
correção, até que se alcance o Fator de Potência desejado.
Vamos supor que queiramos elevar o fator de potência da carga da Figura 32 para 0,9. Sabe-se
que a componente Reativa da carga é predominantemente Indutiva (ver Figura 33). Assim, será
necessário acrescentar um Capacitor à carga de forma que ele produza energia reativa suficiente
para diminuir o ângulo entre Potência Aparente e Ativa.
Considerando então o novo Fator de Potência, o ângulo de defasagem (θ) corrigido
deverá ser:

Pela definição trigonométrica de tangente, temos que:

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Equação 2

Então,

Este é o valor da nova Potência Reativa que a carga deverá assumir para que ela
adquira Fator de Potênciaigual a 0,9. Desta forma devemos acrescentar, então, à carga um
capacitor que produza uma energia Reativa igual a:

A partir de cálculos específicos, conclui-se que, para efetuar a correção, devemos instalar
junto à carga um capacitor de 0,00075F.

C = 0,00075F = 0,75mF

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Figura 8: Circuito com carga Corrigida. O Fator de Potência subiu para 0,9, diminuindo o valor
da corrente (compare com a Figura 5) e diminuindo o ângulo de defasagem entre tensão e
corrente.

Pelo Teorema de Pitágoras, pode-se determinar o valor da Potência aparente (Potência


Total Consumida):

Figura 9: Novo Triângulo de Potência, com a carga Corrigida. É evidente a diminuição da


Potência total consumida.

Pode-se dizer que a Energia Reativa necessária para Magnetização dos Enrolamentos
do Indutor foi fornecida alternativamente pelo Capacitor de Correção e não mais pela fonte (no
caso, concessionárias de energia), aliviando o alimentador desta corrente Reativa.
A esmagadora maioria dos aparelhos eletro-eletrônicos vendidos hoje no Brasil é de natureza

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indutiva e com fator de potência menor que 0,9 (na melhor das hipóteses, pois equipamentos,
como alguns reatores eletrônicos, podem apresentar fator de potência abaixo de 0,5).
Em Síntese, as principais vantagens da Correção do Fator de Potência com a inclusão de Bancos
de Capacitores são:

• Aumento da eficiência energética;


• Melhoria da Tensão;
• Aumento da Capacidade dos Equipamentos de Manobra;
• Aumento da vida útil das instalações e equipamentos;
• Redução do Efeito Joule;
• Redução da Corrente Reativa na Rede Elétrica.

6. GERADORES E MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA


As máquinas de corrente contínua podem ser utilizadas tanto como motor quanto como
gerador. Porém, uma vez que as fontes retificadoras de potência podem gerar tensão contínua
de maneira controlada a partir da rede alternada, pode-se considerar que, atualmente, a
operação como gerador fica limitada aos instantes de frenagem e reversão de um motor.
Atualmente, o desenvolvimento das técnicas de acionamentos de corrente alternada (CA) e a
viabilidade econômica têm favorecido a substituição dos motores de corrente contínua (CC)
pelos motores de indução acionados por inversores de freqüência. Apesar disso, devido às
suas características e vantagens, que serão analisadas adiante, o motor CC ainda se mostra a
melhor opção em inúmeras aplicações, tais como:

• Máquinas de Papel • Elevadores


• Bobinadeiras e • Movimentação e Elevação
desbobinadeiras de Cargas
• Laminadores • Moinhos de rolos
• Máquinas de Impressão • Indústria de Borracha
• Extrusoras • Mesa de testes de motores
• Prensas

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6.1 GERADORES DE CORRENTE ALTERNADA

O gerador de CA é o meio mais importante para a produção da energia elétrica que


usamos atualmente. Como sabemos, a tensão CA é usada na maioria das aplicações, devido à
facilidade com que o seu valor pode ser modificado com o auxílio de transformadores. O
tamanho dos geradores CA, ou alternadores, depende muito da energia que eles devem fornecer.
Por exemplo, um dos 20 geradores existentes na usina hidrelétrica de Itaipu gera 700 MW
(capacidade instalada = 14.000 MW). Por outro lado, os alternadores empregados nos modernos
automóveis geram comumente menos de 500 W. Entretanto, independentemente do tamanho,
todos os geradores, sejam de CC ou de CA, dependem para seu funcionamento da ação de um
condutor (ou bobina) cortando um campo magnético. Desde que haja movimento relativo entre
um condutor e um campo magnético, será gerada uma tensão. Como você sabe, para que exista
a condição acima, todos os geradores são formados por duas partes mecânicas: um rotor (parte
móvel – rotativa) e um estator (parte fixa – estática). Os geradores elementares de CA e de CC
têm o mesmo princípio de funcionamento, diferenciando-se apenas na forma como coletam a
tensão induzida na armadura (que é sempre alternada).

Um gerador elementar consiste de uma espira de fio disposta de tal modo que pode ser
girada em um campo magnético uniforme. Este movimento causa a indução de uma tensão na
espira. Para ligar a espira (fonte) a um circuito externo (carga) que aproveite a fem induzida,
são usados contatos deslizantes. Os pólos norte e sul do ímã que proporciona o campo
magnético são as peças polares. A espira de fio que gira dentro do campo é chamada de
armadura. As extremidades da espira são ligadas a anéis, chamados anéis coletores, que giram

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com a armadura. Escovas fazem contato com os anéis coletores e ligam a armadura ao circuito
externo. Na descrição do funcionamento do gerador, abaixo, imagine a espira girando dentro
do campo magnético (contudo, é bom lembrar que, com a mesma facilidade, poderíamos fazer
o ímã girar). À medida que os lados da espira cortam as linhas de força do campo, há produção
de uma fem induzida que provoca a circulação de corrente através da espira, anéis coletores,
escovas, amperímetro de zero central e resistor de carga – tudo ligado em série. O valor da fem
induzida que é gerada na espira e, portanto, da corrente produzida, depende da posição
instantânea da espira em relação às linhas de fluxo do campo magnético.

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6.2 MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA

O motor de corrente contínua é composto de duas estruturas magnéticas:

• Estator (enrolamento de campo ou ímã permanente);


• Rotor (enrolamento de armadura).
O estator é composto de uma estrutura ferromagnética com pólos salientes aos quais são
enroladas as bobinas que formam o campo, ou de um ímã permanente. A figura 1 mostra o
desenho de um motor CC de 2 pólos com enrolamento de campo.

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O rotor é um eletroímã constituído de um núcleo de ferro com enrolamentos em sua


superfície que são alimentados por um sistema mecânico de comutação (figura 2). Esse
sistema é formado por um comutador, solidário ao eixo do rotor, que possui uma superfície
cilíndrica com diversas lâminas às quais são conectados os enrolamentos do rotor; e por
escovas fixas, que exercem pressão sobre o comutador e que são ligadas aos terminais de
alimentação. O propósito do comutador é o de inverter a corrente na fase de rotação
apropriada de forma a que o conjugado desenvolvido seja sempre na mesma direção.
Os enrolamentos do rotor compreendem bobinas de n espiras. Os dois lados de cada
enrolamento são inseridos em sulcos com espaçamento igual ao da distância entre dois pólos
do estator, de modo que quando os condutores de um lado estão sob o pólo norte, os
condutores do outro devem estar sob o pólo sul. As bobinas são conectadas em série através
das lâminas do comutador, com o fim da última conectado ao início da primeira, de modo que
o enrolamento não tenha um ponto específico.

7. TRANSFORMADORES

Transformador é um dispositivo utilizado para abaixar ou aumentar a tensão elétrica por


meio da indução eletromagnética.

Transformadores são dispositivos usados para abaixar ou aumentar a tensão e a corrente


elétricas. Os transformadores consistem em dois enrolamentos de fios, primário e secundário,
envolvidos em um núcleo metálico. A passagem de uma corrente elétrica alternada no
enrolamento primário induz à formação de uma corrente elétrica alternada no enrolamento
secundário. A proporção entre as correntes primária e secundária depende da relação entre o
número de voltas em cada um dos enrolamentos.

Os transformadores são usados para abaixar ou aumentar as tensões e correntes elétricas


em circuitos de consumo ou transmissão de energia elétrica. Se um transformador abaixa uma
tensão elétrica, ele automaticamente aumenta a intensidade da corrente elétrica de saída e vice-
versa, mantendo sempre constante a potência transmitida, dada pelo produto da corrente pela
tensão.

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P — potência elétrica

U — tensão elétrica

i — corrente elétrica

Por questões de eficiência, a transmissão de energia elétrica em grandes distâncias


sempre ocorre em alta tensão e com baixa corrente elétrica, em resposta às perdas de energia
ocasionadas pelo efeito Joule, uma vez que a energia dissipada nos fios é proporcional à
corrente elétrica. Para os circuitos de consumo de energia, como os residenciais, são utilizados
baixos valores de tensão elétrica, por questões de segurança — potenciais elétricos muito
elevados podem produzir descargas elétricas. É por essa razão que encontramos grandes
transformadores nos postes, cuja função é a de abaixar o potencial elétrico da corrente que é
conduzida pelos fios, levando-a para as residências com tensões de 110 V ou 220 V.

Os transformadores comuns são construídos com dois enrolamentos de fios de cobre,


chamados de primário e secundário. Esses enrolamentos sempre contam com diferentes
números de voltas e encontram-se então torcidos em volta de um núcleo de ferro, sem que haja
contato entre eles. Observe a figura a seguir:

O enrolamento primário é ligado diretamente a um gerador de força


eletromotriz alternada (transformadores não funcionam com corrente direta), ou seja, nele,
forma-se uma corrente elétrica de intensidade e sentido variável, levando à geração de
um campo magnético com as mesmas características.

Esse campo magnético é então concentrado e amplificado pelo núcleo férreo em


direção ao enrolamento secundário. O campo magnético variável induz ao surgimento de uma
corrente elétrica no secundário. A relação entre os potenciais elétricos entre os enrolamentos
primário e secundário é dada pela fórmula seguinte:

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VP — tensão no enrolamento primário

VS — tensão no enrolamento secundário

NP — número de espiras no enrolamento primário

NS — número de espiras no enrolamento secundário

Como sabemos, a tensão e a corrente elétricas são inversamente proporcionais, portanto, a


relação para as correntes elétricas dos enrolamentos primário e secundário é invertida:

IP — corrente elétrica no enrolamento primário

IS — corrente elétrica no enrolamento secundário

NP — número de espiras no enrolamento primário

NS — número de espiras no enrolamento secundário

O fenômeno físico por trás do funcionamento dos transformadores é chamado


de indução eletromagnética e é descrito pela lei de Faraday-Lenz. Essa lei informa que, ao
produzirmos uma variação do fluxo magnético por alguma região do espaço, um campo
magnético deverá surgir de modo a opor-se a essa variação.

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7.1 INSTALÇÃO DE TRANSFORMADORES DE CORRENTE: OS CUIDADOS E A


SEGURANÇA

Antecedente à instalação de transformadores de corrente, é feita revisão e testes que


permitem que todos os transformadores a serem instalados estejam conforme a normatização
da ABNT e contenham laudos dos ensaios, esquemas elétricos e também seus certificados de
garantia. Uma vez que todo procedimento do tipo industrial deve estar diretamente associado
à segurança, algumas medidas devem ser observadas para a instalação de transformadores de
corrente. Antes da instalação de transformadores de corrente é considerado o manual do
maquinário, respeitando assim:

• A união entre tensão e corrente;


• Polaridade, pois se deve atentar à polaridade dos transformadores de corrente;
• Distância, uma vez que existe um limite a ser observado na distância entre o medidor e
o transformador de corrente.

Outro ponto observado na instalação de transformadores de corrente é a coerência na


leitura de sua potência ativa, onde são verificadas as medições de potência em cada fase. Se a
medição está incoerente, deve verificar como está a união entre tensão e corrente. Nunca são
conectados na instalação de transformadores de corrente dois instrumentos em paralelo ao
transformador. Por fim, é observada a distância do transformador em relação ao medidor.

8. SISTEMAS TRIFÁSICOS
O sistema trifásico é a forma mais comum da geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica em corrente alternada. Este sistema incorpora o uso de três
ondas senoidais balanceadas, defasadas em 120 graus entre si, de forma a equilibrar o sistema,
tornando-a muito mais eficiente ao se comparar com três sistemas isolados. As máquinas
elétricas trifásicas tendem a ser mais eficientes pela utilização plena dos circuitos magnéticos.
As linhas de transmissão permitem a ausência do neutro, e o acoplamento entre as fases reduz
significantemente os campos eletromagnéticos. Finalmente, o sistema trifásico permite a
flexibilidade entre dois níveis de tensão. O sistema trifásico foi independentemente inventado
por Galileo Ferraris, Mikhail Dolivo-Dobrovolski e Nikola Teslanos meados do fim da década
de 1880.

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O sistema responsável pelo transporte de energia elétrica das unidades geradoras para as
unidades consumidoras é composto basicamente por três subsistemas:

Sistema de geração de energia

Composta pelos elementos responsáveis pela conversão da energia de alguma fonte


primária em energia elétrica e quaisquer outros componentes das unidades de geração.

Sistema de transmissão

Composta pelos elementos responsáveis pelo transporte da energia obtida dos vários
sistemas de geração para o(s) sistema(s) de distribuição interligados pelo sistema de
transmissão.

Sistemas de distribuição

Composta pelos elementos responsáveis pela adequação da energia para o uso de


consumidores de grande, médio e pequeno porte. A transmissão de energia elétrica é feita por
meio de um sistema de transformadores e condutores elétricos também chamados de linhas de
transmissão os quais transmitem a energia elétrica gerada nas unidades geradoras para as
unidades consumidoras ou cargas. O sistema de transmissão permite que a tensão
eléctrica proveniente dos terminais dos geradores localizados nas unidades de geração alcance
a alimentação das unidades de consumo atendidas pelo sistema.

Nos primórdios da implementação do sistema de transmissão de energia de longa


distância, graças ao avanço tecnológico principalmente devido ao trabalho de Nikola Tesla foi
utilizado o sistema alternado para as tensões e correntes, de forma a permitir o transporte de
energia a longas distâncias sem perdas significativas a ponto de inviabilizar o processo.

Para a geração de tensões e correntes alternadas, utiliza-se geradores síncronos ou


de indução que em teoria poderiam fornecer qualquer número de sinais de tensões e correntes
alternadas igualmente defasadas entre si dependendo da construção dos geradores. Por questões
de praticidade, econômicas (economia de material) e técnicas (qualidade da energia fornecida),
optou-se por utilizar o sistema trifásico.

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Vantagens dos Sistemas Trifásicos (3Ø):

• A potência de geradores 3Ø é maior que a de geradores C.A. 1Ø e em Corrente


Contínua;
• Uma linha de transmissão 3Ø consegue transportar 3 vezes mais potência ativa que
uma linha monofásica com o mesmo nível de tensão;
• Maior flexibilidade de utilização que os sistemas CC e outros sistemas C.A.
polifásicos.
• A potência instantânea em um sistema 3Ø pode ser constante, acarretando menos
vibrações em máquinas 3Ø.

9. POTÊNCIA EM CARGAS TRIFÁSICAS EQUILIBRADAS

O sistema trifásico diz-se que é equilibrado porque são idênticas entre si as amplitude das
3 fases, assim como o desfasamento entre elas. Quando tal não acontece, designa-se por sistema
trifásico desequilibrado.

9.1 CARGAS TRIFÁSICAS BALANCEADAS

Possíveis conexões de uma carga trifásica:

Transformação triângulo – estrela:

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Para cargas balanceadas temos que:

É mais comum uma carga balanceada estar ligada em triângulo do que em estrela,
devido a facilidade de adicionar/remover cargas de cada fase em uma carga conectada em
triângulo. Numa ligação em estrela, o neutro pode não estar acessível;

As fontes ligadas em triângulo não são tão comuns na prática, pois uma corrente pode
circular na malha triângulo se as tensões das 3 fases estiverem ligeiramente desbalanceadas.
Como tanto a fonte trifásica quanto a carga trifásica podem estar conectadas em estrela ou
triângulo, existem quatro tipos de configurações (conexões):

• Configuração Y – Y;
• Configuração Y – ∆ ;
• Configuração ∆ – ∆ ;
• Configuração ∆ – Y;

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10. EQUIPAMENTOS DE MANOBRA, PROTEÇÃO E MEDIÇÃO

Os atuais sistemas de distribuição de energia elétrica para uso externo em expansão são
caracterizados por maiores densidades de demanda que resultam em mais carga por quilômetro
de rede, mais interconexões e mais redes laterais e rami cações. Ao mesmo tempo, há uma
crescente demanda por um grau ainda mais elevado de con abilidade do sistema. Para simpli
car os procedimentos de seccionamento, minimizar as interrupções de fornecimento de energia
elétrica e facilitar o religamento com cargas frias após uma interrupção, são necessários cada
vez mais pontos de seccionamento. Existe no sistema elétrico de potência dois tipos de
equipamentos, sendo um de proteção, que também pode ser utilizado para manobra de circuíto,
e o de manobra, exclusivamente para manobra. Todos os circuítos de alta e média tensão, bem
como os equipamentos neles instalados, devem ter proteção para sobrecorrente, a m de não
comprometer sua vida útil.

10.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

Entre os equipamentos de proteção, encontramos disjuntor, relé, seccionalizadora


automática (SA), religadora automática (RA), pára-raios e chave fusível, também conhecida
como chave Matheus, devido este ser um de seus fabricantes. Todos esses equipamentos, com
exceção do relé e pára-raios, além da função de proteção, também podem ser utilizados para
manobrar Circuitos.

Disjuntor de média tensão: Tem como objetivo bloquear a entrada de carga elétrica acima
do limite suportado pelo equipamento. Ele empre desliga quando houver sobrecorrente. Com
sua utilização é bem simples restabelecer o circuíto após o
regularizado o problema, basta ligar novamente a chave.

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Seccionalizadora Automática: É um equipamento utilizado para proteção de sistemas


elétricos de potência, associado a um religador. Ao ser sensibilizado (normalmente por uma
sobrecorrente) o seccionalizador prepara-se para contar a
quantidade de desligamentos do circuíto elétrico. Quando
esta contagem atingir o valor pré-programado o equipamento
abre, interrompendo o circuito. A segunda função e não
menos importante, quando ocorre um o partido, curto
circuíto na rede ou galho de árvore caído sobre a rede
elétrica, ele faz a mesma função acima.

Religadora Automática: Os religadores são equipamentos automatizados de manobra que


operam nas redes de distribuição de energia elétrica, normalmente em circuitos primários de
13,8, 27 e 36 kV. Seu princípio de funcionamento se baseia na detecção automática de uma
falta na rede elétrica, interrompendo o circuito de distribuição. Após o período pré-con gurado,
o religador restabelecerá automaticamente a energia na linha, veri cando se a falta no circuito
ainda permanece.

Chave Fusível (Chave Matheus): É um dispositivo de proteção e manobra de circuítos


elétricos. Utilizada para proteção de transformadores de potência, entradas primárias até 100
A, banco de capacitores e ramais de redes elétricas. Na função de proteção, é instalado um elo
fusível (conforme gura) no porta-fusível da chave. A corrente nominal do elo fusível é
determinado pela potência do banco de transformadores, banco de capacitores, entrada
primária, trecho da rede de distribuição de energia elétrica a ser protegido, tudo de acordo com
projeto elétrico, pois existe a necessidade de coordenar a corrente
nominal dos elos fusíveis que protegem os equipamentos com
corrente nominal das bases fusíveis, proteções do circuíto (RA ou
SA) e equipamentos da Estação Transformadora de Distribuição
(ETD), onde as tensões de transmissão ou subtransmissão são
rebaixadas a valores de tensão de distribuição.

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10.2 EQUIPAMENTO DE MANOBRA

Além dos dispositivos já citados, temos um importantíssimo equipamento de manobra:


Chave Faca ou Seccionadora: Utilizada exclusivamente para
manobra. São instaladas nas posições horizontal ou vertical; podem
ser Normalmente Aberta (NA) ou Normalmente Fechadas (NF).

A chave instalada como NF, quando acionada se torna NA,


interrompendo o circuíto elétrico. Se instalada como NA, ao ser acionada passa a ser NF, dando
continuidade ao circuíto elétrico. São acionadas para ns de manutenção preventiva ou corretiva,
programação de desligamento para manutenção preventiva, balanceamento de carga, manobra
de circuítos para socorro, manobras para que o menor
número possível de clientes que sem energia em
manutenções preventiva e corretiva , principalmente
hospitais, indústrias de grande porte, shoppings,
sobrevida¹, entre outros. Encontrada nas entradas primárias
com demanda acima de 100 A, saídas de circuítos de
ETD’s, manobra e bypass em religadoras e
seccionalizadoras automáticas, em pontos estratégicos de
circuítos de alta e média tensão, internamente nas ETD’s e
em cubículos de entradas primárias.

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11. APLICAÇÃO PRÁTICA

Câmeras fotográficas:

Flash eletrônico para câmeras fotográficas Um flash eletrônico é um exemplo comum


de um circuito RC. Essa aplicação explora a capacidade de o capacitor se opor a qualquer
mudança abrupta na tensão. A Figura 7.75 mostra um circuito simplificado, que consiste,
basicamente, em uma fonte de tensão CC de alta tensão, um resistor limitador de corrente R1
de alto valor e um capacitor C em paralelo com a lâmpada do flash de baixa resistência, R2.
Quando a chave se encontra na posição 1, o capacitor carrega lentamente em decorrência da
constante de tempo grande (t1 = R1C). Conforme ilustrado na Figura 7.76a, a tensão no
capacitor aumenta gradualmente, de zero até Vs, enquanto sua corrente diminui gradualmente
de I1 = Vs/ R1 até zero.

Todos assuntos aqui abordados tem aplicação prática em vários setores do nosso
cotidiano, em fabricação de peças como amortecedores de carro, balanças, barras de direção
e muitas outras peças, outra aplicação também muito útil é na construção civil, na fabricação
de vigas, colunas de sustentação.

Uso na medicina:
Em 8 de novembro de 1895, o físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen descobriu que,
quando os elétrões que se movem a elevada velocidade chocam com a matéria, dão lugar a
uma forma de radiação altamente penetrante. A esta radiação denominou-se-lhe radiação Xe
sua descoberta é considerada como um dos mais extraordinários da ciência de sinalização e
emergência, instrumentos de controle, entre outros.

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Equiparam-se os salas de cirurgias e unidades de reabilitação e cuidados


intensivos (UVI) ou (UCI) com equipas electrónicas e informáticos de alta tecnologia.
A radioterapia utiliza radiações ionizantes para tratar o cancro.

Recentemente, conseguiu-se um grande avanço nos robôs dedicados à medicina que


utiliza robôs de última geração em
procedimentos de cirurgia invasiva
mínima. A automação de
laboratórios também é um área em
crescimento. Os robôs seguem
abaratando-se e encolhendo-se em
tamanho, graças à miniaturização
dos componentes electrónicos que
se utilizam para os controlar.
Também, muitos robôs são
desenhados em simuladores muito
dantes de que sejam construídos e
interactuam com ambientes físicos reais.

Por último, a electricidade tem permitido melhorar os instrumentos e técnicas


de análises clínico, por exemplo mediante microscópios electrônicos de grande resolução.

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CONCLUSÃO

A Eletricidade é o ramo da Física responsável pelo estudo de quaisquer fenômenos que


ocorram por causa de cargas elétricas em repouso ou em movimento. O nome eletricidade
deriva da palavra grega Eléktron, utilizada pelos gregos em referência a uma resina fossilizada
proveniente de algumas árvores: o âmbar. Os gregos antigos perceberam que, ao atritar o âmbar
na pele de animais, esse material adquiria a propriedade de atração de pequenos corpos, como
penas, tecidos etc. A partir daí os fenômenos de origem elétrica começaram a ser estudados.
Hoje em dia temos total dependência dos fenômenos e equipamentos elétricos. Lâmpadas, ferro
de passar, chuveiro, geladeiras, computadores e motores elétricos são alguns poucos exemplos
do uso cotidiano da eletricidade.

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REFERÊNCIAS

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Paulo, SP, 2012.
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Fator de potência
< https://www.citisystems.com.br/fator-de-potencia-legislacao-distribuicao-correcoes/>. Acessado
em 10 de Agosto de 2019.
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Rio de Janeiro, RJ, 2003
O’MALLEY, J. Análise de Circuitos. 2ª. Edição, Makron Books, SP, 1994.
GUSSOW, M. Eletricidade Básica. 2ª. Edição, Pearson Makron Books, SP, 1997.
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< https://pt.wikipedia.org/wiki/Valor_eficaz>. Acessado em 10 de Agosto de 2019.
Circuito monofásico
< https://pt.wikipedia.org/wiki/Circuito_monof%C3%A1sico>. Acessado em 10 de Agosto de 2019.
OLIVEIRA, C. C. B.; SCHMIDT, H. P.; KAGAN, N. ;ROBBA, E. J. Introdução aos Sistemas
de Potência, Componentes Simétricas. Editora Egard Bluncher. São Paulo, 1996.
Equipamentos de manobra e proteção.
< https://www.sabereletrica.com.br/equipamentos-de-protecao-e-manobra/> Acessado em 10 de
Agosto de 2019.

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