IV Jornada Internacional de Políticas Públicas (RESUMO)

O conceito de território aborda a importância das espaciaisidades das ações humanas na

sociedade contemporânea, onde o território é o lugar onde todas as ações, poderes,
fraquezas, forças, paixões e história do homem se manifestam. Discussões sobre território
levam em consideração as relações sociais, de poder e a mediação espacial, reconhecendo
o território como produtor e produto de uma realidade social em constante mudança. A
dinamicidade do território como relacional destaca a importância das relações humanas
na vida do território, indo além de limites e fronteiras físicas.

Moreira (2006) discute como a sociedade se organiza territorialmente com base na noção
de centralidade e alteridade. Essas categorias fundamentais influenciam o ordenamento
do espaço, gerando uma sociedade de conflito ou cooperação. Isso traz reflexões sobre
como a política influencia a construção dos territórios e as relações de poder que se
estabelecem. Nesse contexto, compreender a organização espacial da sociedade é
essencial para analisar a história e as dinâmicas sociais presentes nos territórios
(SANTOS, 2006; FOUCAULT, 1979).

O ordenamento territorial não se refere apenas à estrutura espacial, mas sim à forma como
essa estrutura se organiza e se autorregula territorialmente, mantendo uma sociedade
funcionando de acordo com sua realidade. A análise dos territórios em relação à
historicidade e às relações humanas demonstra a influência do aspecto econômico na
constituição dos territórios, permeando todas as dimensões humanas. A compreensão dos
territórios como espaços móveis ou mutáveis relaciona-se à interação entre produção e
circulação. No contexto econômico, a configuração dos arranjos econômicos integra a
produção e a circulação, variando de acordo com a forma de acumulação. As
temporalidades e o sistema de acumulação vigente influenciam a organização
socioespacial, destacando o espaço como um elemento essencialmente político na
determinação da organização da sociedade.

Moreira (2006) destaca a influência do contexto nacional e internacional nas construções

de territórios, sob a ótica da globalização defendida por Santos (2004). O conceito de
território, ampliado pela globalização, ganha relevância na competitividade e na busca
por produtividade. As redes são essenciais para compreender as interações entre território
e globalização, sendo fundamentais para o estudo do espaço geográfico e das políticas
públicas. O espaço geográfico é complexo, formado por sistemas de objetos e ações,
sendo produto e produtor das interações entre homem, natureza e sociedade. A análise
geográfica permite interpretar o espaço como um texto, onde as formas carregam
significados e sentidos. O conceito de território, definido por relações de poder e usos do
espaço, é materializado nas relações sociais presentes na espacialidade, desde sua origem
até sua gestão. A materialidade do território é composta por objetos com gênese técnica
e funcionalidade inter-relacionadas.

O conceito de território, aliado às redes, é fundamental nos estudos das políticas públicas,
considerando a infraestrutura, o transporte de matéria, a energia e a informação, assim
como a vida social, cultural e política. O Estado atua na organização espacial da
sociedade, buscando satisfazer as necessidades da população e criar condições para a
reprodução do capital. A participação social na construção e implementação de políticas
públicas é essencial para garantir um processo democrático e participativo.

O conceito de território pode ser uma ferramenta útil para as políticas públicas,
considerando a análise de sua parcela espacial e dos atores sociais envolvidos. A
Geografia, com seu foco no espaço geográfico, pode contribuir significativamente nos
estudos das políticas públicas. O território alvo de uma política é permeado por redes,
conexões e movimentos que devem ser considerados para o sucesso da política pública.